13 de agosto de 2022

A SUTILEZA DA RELATIVIZAÇÃO DA BÍBLIA

 

A SUTILEZA DA RELATIVIZAÇÃO DA BÍBLIA

LEITURA BÍBLICA  2 Timóteo 3.14-17

COMENTÁRIO DO TEXTO BÍBLICO (Extraído da Bíblia de Estudo MacArthur – SBB)

3.14 de quem o aprendeste. Para encorajar ainda mais Timóteo a permanecer fiel, Paulo o faz lembrar de seu legado de piedade. A forma plural do pronome "quem" no original sugere que Timóteo tinha uma dívida não apenas para com Paulo, mas também para com outros (1.5).

3.15 desde a infância. Literalmente "desde criança''. Duas pessoas às quais Timóteo especialmente devia muito eram sua mãe e sua avó, que lhe haviam ensinado com fidelidade as verdades da Escritura do AT desde que era muito pequeno, de modo que ele estava pronto para receber o evangelho quando Paulo o pregou. Sabes as sagradas letras. Lit., "Os escritos sagrados", uma designação com um do AT dada pelos judeus que falavam grego, sábio para a salvação.

As Escrituras do AT apontavam para Cristo (Jo 5.37-39)

E revelavam a necessidade de ter fé nas promessas de Deus (Gn 15.6; Rm 4.1-3).

Portanto, elas podiam levar as pessoas a reconhecer seu pecado e sua necessidade de justificação em Cristo (Gl 3.24).

A salvação é trazida pelo Espírito Santo mediante o uso da Palavra. (Rm 10.14-17; Ef 5.26-27; IPe 1.23-25).

Fé em Cristo Jesus. Embora não entendessem todos os detalhes em questão (IPe 1.10-12),

Os s cristãos do AT, entre eles Abraão (Jo 8.56) e Moisés (Hb 11.26),

Esperavam ansiosos pela chegada do Messias (Is 7.14; 9.6) e sua expiação pelo pecado (Is 53.5-6).

O mesmo aconteceu com Timóteo, que respondeu de maneira positiva quando ouviu o evangelho.

3.16 Toda a Escritura. Construções gregas com gramática semelhante (Rm 7.12: 2Co 10.10; ITm 1.15; 2.3; 4.4)

Argumentam de modo persuasivo que a tradução "toda a Escritura é inspirada..." é precisa. Tanto a Escritura do AT como a do NT estão incluídas (2Pe 3.15-16, que identificam os escritos do NT com o Escritura).

Inspirada por Deus. Lit., "expirada por Deus" ou "soprada por Deus". As vezes, Deus dizia aos escritores da Bíblia as palavras exatas que deveriam ser ditas (Jr 1.9),

Mas, com maior frequência, ele usava a mente, o vocabulário e as experiências de cada um deles para produzir sua própria Palavra perfeita e infalível (ITs 2.13; 2Pe 1.20-21).

É importante observar que a inspiração aplica-se somente aos manuscritos bíblicos originais, e não aos escritores bíblicos; não existem escritores bíblicos inspirados, somente Escritura inspirada. Deus identifica-se tanto com sua Palavra que, quando as Escrituras falam, é Deus quem fala (Rm 9.17; Cl 3.8).

A Escritura é chamada de "os oráculos ou a palavra) de Deus" (Rm 3.2; IP e 4.11) e não pode ser alterada (Jo 10.35; Mt 5.17-18; Lc 16.17; Ap 22.18-19).

Ensino. A instrução divina ou o conteúdo doutrinário do AT e do NT (cf. 2.15; At 20.18,20-21,27; 1C o 2.14-16; Cl 3.16; 1Jo 2.20,24,27).

A Escritura fornece o corpo compreensivo e completo da verdade divina que é necessário para a vida e a piedade. Cf. SI 119.97-105.

Repreensão. A Bíblia repreende as pessoas por sua conduta ou crenças equivocadas. A Escritura expõe: o pecado (Hb 4.12-13)

Para que ele possa ser tratado mediante a confissão e o arrependimento, correção. A restauração de algo à sua devida condição. A palavra aparece somente aqui no NT, mas aparecia na linguagem grega extrabiblica com a ideia de colocar no lugar um objeto que havia caído ou ajudar alguém que havia tropeçado a se colocar em pé novamente. A Escritura não só repreende a conduta errada, mas também mostra o caminho de volta a uma vida piedosa. Cf. SI 119.9-11; Jo 15.1 -2.

Educação na justiça. A Escritura fornece o treinamento positivo ("educação" era uma referência original à instrução de urna criança) na conduta piedosa, e não apenas repreensão e correção de uma conduta errada (At 20.32; ITm 4.6; IPe 2.1-2).

3.17 homem de Deus. Um termo técnico que se refere a um pregador oficial da verdade divina. perfeito. Capaz de fazer tudo o que se é chamado a fazer (Cl 2.10).

Perfeitamente habilitado. Capacitado para cumprir todas as exigências d o ministério piedoso e da vida justa. A Palavra não somente faz isso na vida do homem de Deus, mas na de todos os que o seguem (Ef 4.11 -13).

INTRODUÇÃO

 ““Uma pessoa pode ser como ela achar correto ser... Existe algum tipo de perturbação em alguém que usa parte da sua vida para opinar sobre a sexualidade alheia. Pior ainda, agem dessa maneira em nome de Deus. Imaginar que se sabe o que Deus quer é algo um tanto quanto acima do tom”.

Essa fala pertence a um desses “intelectuais” da atualidade que têm feito a cabeça de muita gente. A estratégia empregada por homens assim é bastante conhecida: eles usam a influência que têm nas mídias para ridicularizar os crentes, desacreditar as Escrituras e cair na graça do povo.

Isso, no entanto, não deve nos assustar. Em João 15.19 está escrito: “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia”. Ser chamado de “perturbado” pelo fato de se opor à promiscuidade e considerar a Bíblia como único manual de fé e conduta deve soar a nós, na verdade, como um elogio.

Os servos de Deus há muito tempo sofrem perseguições das formas mais variadas. Os pagãos cultos de antigamente consideravam os cristãos pessoas ignorantes e desprezíveis, cuja crença não passava de um emaranhado de contradições. Na tentativa de depreciar a fé cristã, alguns chegaram a dizer que Jesus era filho ilegítimo de Maria com um soldado romano.

Até de canibalismo os crentes eram acusados, já que na ceia participavam “do corpo e do sangue de Cristo”. Essas e muitas outras falsas acusações — todas elas feitas de maneira pública — tinham apenas um objetivo: desmoralizar o povo de Deus. Contudo, mesmo diante de todas as calúnias, os crentes fiéis se mostraram resilientes.

Ocorre que nem todos estão dispostos a sofrer esse tipo de ataque. Na tentativa de não receber oposição, muitas igrejas adotam uma postura “inclusivista”. Em ambientes assim, o lema é: venha como está e permaneça como quiser! Nessas comunidades, as pessoas não são confrontadas pela Palavra e, dessa forma, não encontram nenhuma oposição em relação ao modo libertino como conduzem suas vidas. As ministrações têm como objetivo principal agradar os ouvintes, nem que, para isso, os falsos pregadores julguem necessário desqualificar Cristo de seus atributos divinos. Os integrantes desses grupos não se dedicam à oração, nem ao estudo regular das Escrituras. Nada é requerido deles, exceto suas ofertas generosas.  Igrejas assim, superamigas do mundo, são bem-vistas pelos inimigos de Deus.

Aos crentes fiéis, porém, o apóstolo Pedro diz: “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo” (1Pe 4.12).

Pelo menos dois conselhos podem ser extraídos desse texto. O primeiro deles é: não se espante com os ataques dos incrédulos. O mundo pagão, nos tempos da igreja do primeiro século, estranhava o fato de os cristãos não participarem de suas vidas depravadas.

Diante disso, a reação imediata dos incrédulos era atacar os crentes com injúrias e difamações (1Pe 4.4).

As retaliações sofridas pelos santos sempre existirão, desde que eles permaneçam firmes no caminho do Senhor. E isso não deve ser visto como algo estranho ou fora do comum. Sendo assim, quando houver ataques em decorrência de sua fé em Cristo, não se espante, pois essa é a reação do mundo que odeia a verdade.

O segundo conselho que se depreende deste texto é: seja aperfeiçoado nas perseguições.  A figura utilizada pelo apóstolo no versículo 12 é a do fogo usado pelo ourives para purificar o ouro. Em meio às depreciações, os leitores de Pedro são encorajados a se manter firmes, sabendo que, mesmo defronte às investidas do inferno, Deus opera na fé dos seus filhos. Do mesmo modo, devemos estar conscientes de que o Senhor trabalha no desenvolvimento da fé de seus servos de acordo com seus propósitos, ainda que, para isso, ele se utilize do sofrimento.

Assim, diante das velhas estratégias dos inimigos da fé, mesmo que sejamos momentaneamente afetados de algum modo, devemos permanecer inabaláveis, pois ainda que tentem nos defraudar e entristecer, alegremo-nos, pois sabemos que, em alguma medida, estamos participando dos sofrimentos de Cristo e, quando, enfim, for revelada a sua glória, exultaremos com alegria ainda maior (1Pe 4.13)”.

I. A BÍBLIA E O ESPÍRITO DESTA ERA

1. A desconstrução. “O ateu Robert Ingersoll uma vez declarou: “dentro de 15 anos eu terei a Bíblia enterrada num necrotério”. Bem, “coincidentemente” dentro de 15 anos, Robert Ingersoll foi enterrado num cemitério, mas a Bíblia ainda vive!

 

“O escritor grego, Porphyry tentou destruir a credibilidade da Bíblia no ano 304 dC. No processo, ele escreveu quinze livros contra a Bíblia e o Cristianismo em geral. Ele foi bem sucedido? Aparentemente não. A Bíblia ainda está de pé (e ainda mais forte que antes).

E sobre Porphyry, bem, vamos pensar assim: você pode nomear seus quinze livros? Alguém pode mencionar pelo menos um deles? Porphyry é uma das várias pessoas que, ao longo da história tentaram anatematizar, queimar, destruir, considerá-la fora da lei, restringir, ridicularizar ou desacreditar a Bíblia.

Outro exemplo é um escritor grego de sátiras, de nome Luciano, que escreveu dois livros no século dois para ridicularizar a Bíblia. Esses dois livros foram chamados O Diálogo dos Deuses e O Diálogo dos Mortos. Há uma chance extremamente boa de você não ter uma cópia de cada um desses livros em sua biblioteca pessoal. Mas você provavelmente tenha uma Bíblia em algum lugar da casa; um testemunho da habilidade da Bíblia de sobreviver a seus atacantes.

Se Porphyry e Luciano tivessem lido a Bíblia ao invés de atacá-la poderiam ter economizado um bocado de tempo, porque a Bíblia diz: “6 As palavras do SENHOR são palavras puras, como prata refinada em fornalha de barro, purificada sete vezes. 7 Tu as guardarás, SENHOR; desta geração as livrarás para sempre.” (Sl 12:6-7 tradução da KJV para o português)

No ano 303 dC, o imperador romano Diocleciano aprovou um edito para impedir os cristãos de adorarem e para destruir suas Escrituras. Vinte e cinco anos depois, seu sucessor Constantino, aprovou outro edito ordenando a publicação de 50 Bíblias sob as expensas do governo. Que pena que Diocleciano não percebeu a promessa da Bíblia: “seca-se a erva e cai sua flor, mas a palavra do nosso Deus permanece eternamente” (Is 40:8).

Nos anos 1700 o escritor ateu francês Voltaire teria dito: “dentro de 100 anos, a Bíblia e o Cristianismo serão varridos da existência e passarão à história”. Bem, dentro de 50 anos, Voltaire foi varrido da existência e passou à história e a Sociedade Bíblica de Genebra usou a casa de Voltaire e sua editora para imprimir e distribuir milhares de Bíblias. Esta irônica virada nos eventos não deveria surpreender a ninguém, porque Deus prometera que “Os céus e terras passarão mas minhas palavras não passarão” (Mt 24:35). No mesmo ano que Voltaire disse “em 50 anos a partir de agora, o mundo não mais ouvirá sobre a Bíblia”, o Museu Britânico pagou 500.000 libras por um antigo manuscrito da Bíblia, enquanto ao mesmo tempo em Paris, um dos livros de Voltaire foi vendido por 8 centavos.

Através dos séculos, muitos ataques contra a Bíblia se tornaram amargas perseguições junto com fortes tentativas de destruí-la. Muitos ataques contra a Bíblia vieram de escarnecedores. Mas houve alguns que, depois de examinarem os fatos, mudaram suas opiniões. Aqui estão dois exemplos:

General Lew Wallace era um Governador Territorial nos dias que se seguiram à Guerra Civil Americana. Ele era um senador em Indiana com a idade de 29 anos e era considerado um homem muito estudioso. Ele não confiava no Cristianismo ou na Bíblia, assim ele se pôs a escrever um livro cético desaprovando a ambos. Nos seus estudos ele descobriu que a Bíblia e Cristo são verdadeiros e se tornou um cristão devoto. O general Wallace nunca escreveu seu livro contra a Bíblia, Ao invés ele escreveu a clássica novela cristã Ben Hur.

William Ramsey, um estudioso inglês foi para a Ásia Menor com o propósito expresso de provar que a Bíblia é historicamente imprecisa.

À medida que esmeradamente se debruçava sobre antigos artefatos e detalhes, para sua surpresa ele descobriu que a Bíblia era precisa no menor dos detalhes. A evidência foi tão convincente que Sir Ramsey se tornou um cristão e um grande estudioso da Bíblia.

Ao longo dos anos, a Bíblia tem sido uma poderosa bigorna que tem derrotado muitos dos martelos dos escarnecedores”.

Em 1981, a Academia Francesa de Ciência apresentou 51 “fatos” que refutariam a Bíblia, mas nenhum destes “fatos” se consideram verdadeiros hoje.

Pois é. Contra a bíblia já se levantaram poderosos religiosos, poderosos reis, poderosos imperadores, famosos intelectuais…e todos caíram por terra”. A Indestrutibilidade da Bíblia Prova que Ela é a Palavra de Deus.

2. O Relativismo. “O relativismo é o conceito de que os pontos de vista não têm uma verdade absoluta ou validade intrínsecas, mas eles têm apenas um valor relativo, subjetivo, e de acordo com diferenças na percepção e consideração.”

“Relativismo é uma corrente de pensamento que questiona as verdades universais do homem, tornando o conhecimento subjetivo.

O ato de relativizar é levar em consideração questões cognitivas, morais e culturais sobre o que se considera verdade. Ou seja, o meio que se vive é determinante para construir essas concepções.

A relativização é a desconstrução das verdades pré-determinadas, buscando o ponto de vista do outro. Aquele que relativiza suas opiniões é aquele que acredita que existam outros tipos de verdade, de perspectivas para as mesmas coisas, e que não há necessariamente um certo ou errado.

O primeiro passo na aplicação do relativismo é não julgar. O estranhamento de uma outra verdade ou comportamento ajuda na desconstrução do paradigma, e é importante para repensar os fatores que influenciaram naquela construção.

O relativismo é associado principalmente ao conhecimento das Ciências Humanas, como a Antropologia e a Filosofia.

“O conceito de relativismo é usado na filosofia para designar certa maneira de entender a realidade e o conhecimento. De acordo com o relativismo, o real não tem uma base permanente, pois baseia-se nos vínculos que existem entre os fenómenos. Relativamente ao conhecimento, o relativismo defende que não alcança o absoluto: o seu objecto são as relações.

Noutros termos, o relativismo defende que o conhecimento carece de uma validez absoluta ou universal; pelo contrário, só é válido consoante o contexto. A construção da realidade, de este modo, depende da subjectividade que, por sua vez, surge das circunstâncias.

Pode-se entender o relativismo por oposição ao objectivismo. Para este, a verdade tem independência dos sujeitos que se encarregam de pensar nela. Isto significa que, de acordo com o objectivismo, há factos/situações que têm uma existência objectiva.”

“Um dos grandes desafios dos cristãos de nossos dias é saber como se portar frente ao relativismo cultural, que vem sempre acompanhado de adversidade religiosa.

São cada vez mais comuns frases como “Cada um tem a sua verdade” e “O que é certo para mim pode não ser certo para o outro”.

Infelizmente, muitos cristãos estão sendo confrontados com isso.

O relativismo impera em todos os âmbitos da sociedade ocidental. Vivemos o período chamado de pós-modernidade, caracterizado, entre outras coisas, pelo desencanto com a busca pela verdade.

Os pensadores desse período passaram a crer que o motivo pelo qual nunca se chegou à verdade plena e completa mediante a racionalização filosófica é simplesmente porque ela não existe.

Assim, o foco cultural passou a ser o relativismo, isto é, as pessoas começaram a crer que toda verdade é relativa, mero produto das experiências de cada um: como os indivíduos e suas experiências são diferentes, a verdade sempre será diferente.

O resultado desse raciocínio é que o que é verdade para você pode não ser para mim.

Nesse ambiente de verdade relativa, exige-se ser politicamente correto.

Não podemos dizer que nosso discurso é verdadeiro e que o dos outros é falso, porque isso seria visto como arrogância de nossa parte.

Afinal, quando se pensa assim, o discurso cristão parece muito soberbo, uma vez que afirmamos que Jesus é o único caminho (Jo 14.6), que não há outra possibilidade de se chegar à verdade que não passe por Cristo.

Essa afirmação é bastante ofensiva para ouvidos pós-modernos, com todos os seus conceitos relativistas.

Assim, além da ideia relativista, da linguagem politicamente correta, há também a ideia da inclusão, segundo a qual é preciso aceitar todos os pontos de vista.

Como conviver em ambiente tão contrário ao pensamento cristão?

Temos de começar afirmando que tal pensamento pós-moderno relativista é hipócrita. Examine o seguinte pressuposto: “Toda verdade é relativa”.

Ora, se toda a verdade é relativa, então essa verdade — a de que toda verdade é relativa — também é relativa! As pessoas que promovem o relativismo se baseiam em uma verdade absoluta para afirmar que não existe verdade absoluta!

Se eles dizem que não existe uma única interpretação, que cada um tem a sua própria, então por que alguém deveria ler um livro que defende o relativismo e ainda tendo de aceitar a interpretação do autor?

Por que pessoas se dão ao trabalho de escrever livros e mais livros afirmando que não há interpretação verdadeira se, na realidade, querem que as pessoas leiam seus livros e concordem com suas ideias?

Assim, o cristão pode começar perguntando ao relativista:

“Essa sua frase de que a verdade é relativa é relativa também?”.

Também é importante lembrar que Deus, em sua misericórdia e em sua providência, se revelou historicamente por meio do povo judeu, a quem ele confiou a Escritura do Antigo Testamento.

Depois, enviou seu único Filho, Jesus Cristo, que reuniu discípulos a fim de registrar alguns de seus feitos.

E mais, eles interpretaram o significado da vida e obra de Cristo para nós, naquele livro que chamamos Bíblia, a Palavra de Deus. É nesse livro que encontramos a revelação absoluta, final e verdadeira do Senhor.

O conteúdo da Bíblia não é incompatível com o que a academia ou a ciência descobre.

Refiro-me às origens, ao funcionamento do mundo, às leis naturais. Na Bíblia é dito que há um Deus de ordem, que criou o mundo de acordo com leis naturais que preservam o funcionamento do universo.

Vemos também na Bíblia que esse Deus criou o mundo com uma variedade muito grande de seres vivos.

Não se encontra nada nessa revelação escrita, absoluta e final de Deus ao homem que seja incompatível com o que a ciência moderna vem dizendo.

Quando digo que há verdade absoluta, não estou ignorando que temos percepções diferentes, por vezes, dessa verdade.

Em outras palavras, posso ter uma compreensão de um ponto verdadeiro que é influenciado ou informado pelo contexto em que vivo.

Não nego isso. Mas pode ocorrer de sua perspectiva e a minha se complementarem, numa visão mais ampla daquela verdade.

Por exemplo, conta-se que três cegos vieram a conhecer um elefante por meio do tato, apalpando-o.

Assim, uma pessoa levou esses homens ao zoológico. O primeiro apalpou a barriga do elefante e disse: “É uma grande parede”.

O segundo apalpou a perna do elefante e disse: “Este animal é como uma árvore, um tronco”.

O terceiro apalpou a cauda do elefante e disse: “O elefante é como uma mangueira”.

Qual é a conclusão?

O elefante era único, ele tinha a sua verdade absoluta, mas a percepção daquela verdade podia ser vista por diversos ângulos.

Se os três cegos compartilhassem suas percepções, de repente poderiam chegar à verdade total.

Às vezes, nossa percepção da verdade pode ser relativa, mas o conjunto de percepções por fim se harmonizam e se completam, dando-nos uma visão mais ampla.

Por isso mesmo é importante que ouçamos as outras pessoas, porém, sem nunca abrir mão da defesa da realidade: a de que há absolutos.

“É importante que ouçamos as outras pessoas, porém, sem nunca abrir mão da defesa da realidade: a de que há absolutos.”

Por que isso é importante?

Porque cremos que nosso Deus é alguém imutável em seu ser, em sua sabedoria, em seu conhecimento.

Ele tem uma vontade, que nos foi revelada, por exemplo, nos Dez Mandamentos.

Quando lemos “Não adulterarás”, isso é uma verdade absoluta, que significa que Deus desaprova o indivíduo que trai o cônjuge.

Para o cristão, isso é verdade no Brasil, na China, no Japão, na Austrália ou onde for.

É verdade desde que existiu a humanidade e é ainda hoje, pois trata-se de uma verdade absoluta.

Não há nenhuma circunstância em que o adultério seja aceito por Deus. Não se trata de uma questão cultural, relativa.

Enfim, se você for confrontado pelo relativismo, primeiro, exponha a hipocrisia do pensamento relativista.

Segundo, esteja firme na Palavra de Deus. Terceiro, afirme a existência de valores absolutos, imutáveis e válidos para todos os tempos e povos.

Quarto, a pluralidade pode enriquecer nossa visão da realidade, portanto, converse com pessoas que pensam diferente de você, procure entender o ponto de vista delas e, de repente, se aperceberá de que as diferenças não são tão grandes.

O homem, como é à imagem e semelhança de seu Criador, sabe no fundo do coração que existe um Deus e que há um padrão absoluto.”

II. A BÍBLIA E O POLITICAMENTE CORRETO

1. A criação de uma narrativa. “O Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal (CPAD) traz o seguinte: “Nesta incumbência, Paulo estava dizendo a Timóteo que as pessoas que desejam viver piamente em Cristo Jesus padecerão perseguições. Paulo conhecia está verdade por experiência própria. Jesus tinha avisado os seus discípulos: “Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós” (Jo 15.20).

Hoje, a maioria dos cristãos não enfrenta uma perseguição direta simplesmente por serem cristãos (embora ser um cristão ainda seja ilegal em algumas regiões do mundo). Aqueles que adoram livremente e sem obstáculos devem ser profundamente gratos. No entanto, não devemos supor que este versículo não se aplica a nós. Se defendemos valores cristãos, podemos esperar oposição e hostilidade do mundo.

Com base no testemunho de inúmeros crentes que viveram antes de nós, podemos esperar encontrar alguma forma de perseguição e resistência, se insistirmos em viver obedecendo a Cristo. A ausência da perseguição pode não significar falta de fé, mas, se a nossa vida, como cristãos, nunca afetar o mundo, podemos ter que questionar a profundidade do nosso comprometimento.

Porém, enquanto os crentes enfrentam perseguição, os homens maus e enganadores irão de mal para pior. Estes homens maus irão progredir rumo ao seu objetivo maldoso e arrastar outros com eles (veja 1 Pe 4.2-5).

Sitiado pelos falsos ensinadores e pelas pressões inevitáveis de um ministério que crescia, Timóteo pode ter se sentido tentado, às vezes, a abandonar a sua fé ou modificar a sua doutrina. Paulo aconselhou Timóteo a olhar para o seu passado e permanecer naquilo que havia aprendido sobre Jesus, coisas que ele sabia que eram completamente verdadeiras. Os falsos ensinadores podiam se mover constantemente para ideias e conceitos novos e mais estimulantes para se discutir e se comentar, mas Timóteo precisava permanecer firme naquilo que tinha aprendido e em que acreditava firmemente. Isto não significa que Timóteo não precisasse continuar estudando, mas que o básico que ele tinha aprendido com pessoas em quem confiava nunca mudaria”.

2. A Criminalização da opinião. Neste tópico, é importante diferenciarmos ‘opinião’ de ‘preconceito’. Opinião é “um substantivo feminino que significa a manifestação de uma forma de ver, representando o estado de espírito e a atitude de um indivíduo ou de um grupo em relação a um determinado parâmetro ou realidade.

A opinião de uma pessoa é aquilo que ela acredita ser verdadeiro. As opiniões manifestam o caráter de uma pessoa, porque são moldadas pelo sistema de valores que regem as atitudes do indivíduo. As opiniões também dependem das aspirações pessoais e do nível de maturidade psicológica de cada pessoa.

Muitas vezes as opiniões são divergentes, ou seja, pessoas não têm a mesma opinião sobre o mesmo assunto. Isto porque a opinião é um juízo subjetivo, que tem como fundamento o conhecimento vago da realidade, e muitas vezes não está baseada em fatos concretos e nem mesmo no bom senso. Uma opinião pode ser discriminatória e ofensiva para muitas outras pessoas   ".

Preconceito “é um juízo pré-concebido, que se manifesta numa atitude discriminatória perante pessoas, crenças, sentimentos e tendências de comportamento. É uma ideia formada antecipadamente e que não tem fundamento crítico ou lógico.

O preconceito “é resultado da ignorância das pessoas que se prendem às suas ideias pré-concebidas, desprezando outros pontos de vista, por exemplo. Na maioria dos casos, as atitudes preconceituosas podem ser manifestadas com raiva e hostilidade.

Como dito, o preconceito pode ser fruto de uma personalidade intolerante, que toma a si próprio, seu modo de ser e de viver como padrão, desprezando qualquer outra ideia que ultrapasse aquilo que consideram como "normal".

Existem diferentes manifestações e tipos de preconceito, sendo as suas formas mais comuns o preconceito social, racial (racismo) e sexual (sexismo ou homofobia). Nas características comuns a grupos, atitudes preconceituosas são aquelas que partem para o campo da agressividade ou da discriminação”.

Invariavelmente, confundimos uma coisa com a outra, e por isso mesmo, é importante deixar bem claro, que enquanto opinião, como manifestação do caráter moldado pelas Escrituras, é bem diferente do preconceito, que, em sua maioria, é manifestado com raiva e hostilidade, intolerância e discriminação.

Importante se diga, que o cristão produz o fruto do Espírito, em especial o amor, e jamais poderá produzir ou dar vazão ao preconceito. Não estamos aqui para julgar ninguém, mas somente anunciar as boas novas de salvação.

Certamente o Adversário almeja calar os atalaias, no entanto, somos nós mesmos que, invariavelmente, estamos “dando munição” ao inimigo, quando julgamos o modo de viver de outras pessoas, sem amor e com muito preconceito. O mundo modernos busca desesperadamente um padrão de vida, que não é aquele revelado nas Escrituras, e combate com todas as suas armas o modo de pensar cristão. Estas pessoas também podem ser transformadas, elas não estão fora do alcance da misericórdia e do perdão de Deus. Elas precisam saber que as Escrituras dizem claramente que agir desta ou daquela forma, contraria à vontade de Deus, é pecaminoso.

Notem que Jesus, na Grande Comissão, não enviou seus discípulos para combater culturas e modos de viver e pensar; mas, ‘ir por todo o mundo, e anunciar o evangelho a toda criatura”. Nosso erro talvez, esteja em tentar aculturar ao invés de evangelizar. Ao aculturar, haverá reação; ao evangelizar, haverá transformação, operada pelo Espírito Santo, a quem cabe convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo.

III. A BÍBLIA E O OUTRO EVANGELHO

1. Uma nova metodologia.  Em virtude da desconstrução da cristianização ocidental, vemos surgir com muita força a ideia de que as Escrituras estão ultrapassadas e necessitam de uma repaginação, uma atualização, a fim de abarcar as novas tendências. Há pastores engajados nessa luta, defendendo a atualização da bíblia para a aceitação da homossexualidade como forma natural, a fim de que, se quisermos ser cartas para o novo mundo, precisamos atualizar a Escritura e ter a coragem de enfrentar os pecados de gênero.

O Pastor Presbiteriano Hernandes Dias Lopes, escreve em seu comentário da carta aos “GALATAS A carta da liberdade cristã” (Hagnos): “Depois de falar da apostasia da igreja e da ação nociva dos falsos mestres, Paulo reafirma a singularidade do evangelho, evocando a maldição divina para todos aqueles que pervertem o evangelho e perturbam a igreja com falsas doutrinas. A razão de Paulo tratar desse assunto de forma tão enérgica é que estava em jogo tanto a glória de Cristo quanto a pureza da igreja. Na linguagem de William Hendriksen, a própria essência do evangelho corria perigo.

Por isso, Paulo é tão veemente e intolerante com os falsos mestres, pois se tratava da glória de Deus e da salvação do homem. Destacamos aqui alguns pontos importantes.

Em primeiro lugar, o evangelho é maior do que os apóstolos.

Em segundo lugar, o evangelho é maior do que os anjos.

Em terceiro lugar, o evangelho é maior do que os falsos mestres. “Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema” (1.9).

Depois de lidar com dois casos hipotéticos no versículo 8, Paulo menciona uma possibilidade real no versículo 9. O apóstolo Paulo, como representante plenamente autorizado de Cristo, pronuncia a maldição sobre os judaizantes, que estavam cometendo o horrendo crime de chamar de falso o verdadeiro evangelho e tratando de colocar o falso, ruinoso e perigoso evangelho no lugar daquele que salva.

Qualquer indivíduo que se levantar para perturbar a igreja, perverter o evangelho e pregar outro que vá além do evangelho da graça deve ser rejeitado. Esse “alguém” tem uma abrangência universal. Todo e qualquer indivíduo, sem exceção, em qualquer lugar e, em qualquer tempo, que distorcer o evangelho está debaixo da maldição divina.

Com respeito ao evangelho não podemos ficar aquém nem ir além; não podemos retirar nem acrescentar nada. O evangelho é completo em si mesmo. Qualquer subtração ou adição perverte-o.

Em quarto lugar, o evangelho pregado e recebido traz bênção, mas o evangelho adulterado gera maldição (1.8,9). O evangelho pregado por Paulo foi o mesmo recebido pelos crentes da Galácia. Esse evangelho deu-lhes liberdade e salvação. Agora, eles estavam rapidamente abandonando esse evangelho para abraçar uma mensagem diferente, cujo resultado era escravidão. Paulo fica estupefato com a insensatez dos crentes gálatas e invoca um anátema aos falsos mestres que mudaram a mensagem, perverteram o evangelho e perturbaram a igreja.

2. Novas teologias.  O Pastor Silas Daniel, escrevendo em “A Sedução das Novas Teologias” (CPAD), afirma que: “As teologias pós-modernas têm seduzido muitos cristãos sinceros que, frustrados com o avanço das bizarrias neopentecostais e com a incoerência teológica e comportamental de muitos evangélicos, acabam tentados a ver essas novas teologias como uma alternativa sadia. Não percebem que, ao abraçá-las, estão esquivando-se de uma patologia para cair em outra. Enquanto isso, o verdadeiro avivamento continua distante. Por todos esses fatores, o cristianismo no Ocidente está em um promontório. O que não significa o fim da linha. Essa situação limite pode culminar, dependendo de nossa reação diante dela, em uma total derrocada espiritual ou em um avivamento. Pode resultar em um avivamento genuíno ou em um cristianismo totalmente morto, posto que esvaziado do seu verdadeiro conteúdo”.

IV. A BÍBLIA, SEMPRE ATUAL PALAVRA DE DEUS

1. Revelada por Deus. “A Bíblia é mais atual do que o jornal que irá circular amanhã” Billy Graham. Hebreus 4:12 nos diz: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” Mesmo tendo sido escrita por mais de 40 autores por um período de mais de 1500 anos, sua verdade e relevância para os dias de hoje não mudou. A Bíblia é a única fonte objetiva de toda a revelação que Deus nos deu a respeito de Si mesmo e Seu plano para a humanidade.

A Bíblia contém grande quantidade de informações sobre o mundo natural que foi confirmada por observações e pesquisa científica. Algumas dessas passagens incluem Levítico 17:11, Eclesiastes 1:6-7, Jó 36:27-29, Salmos 102:25-27 e Colossenses 1:16-17.

Conforme vai se desdobrando a história bíblica do plano redentor de Deus, muitos personagens diferentes são vividamente descritos. Fazendo assim, a Bíblia fornece muitas informações sobre o comportamento e tendências humanas. Nossas próprias experiências cotidianas nos mostram que tais informações são mais exatas e descritivas da condição humana do que qualquer livro de psicologia. Muitos fatos históricos registrados na Bíblia foram confirmados por fontes não-bíblicas.

Frequentemente, a pesquisa histórica demonstra um alto grau de concordância entre os relatos bíblicos e não-bíblicos, a respeito dos mesmos acontecimentos. Em muitos casos, a Bíblia tem sido considerada mais correta em termos históricos.

Entretanto, a Bíblia não é um livro de história, texto de psicologia, tampouco periódico científico. A Bíblia é a descrição dada a nós por Deus sobre quem Ele é, Seus desejos e planos para a humanidade. O componente mais significante dessa revelação é a história de nossa separação de Deus pelo pecado, e as medidas que Deus tomou para a restauração da união através do sacrifício de Seu Filho, Jesus Cristo, na cruz. Nossa necessidade de redenção não muda. Nem o desejo de Deus de que com Ele nos reconciliemos.

A Bíblia contém uma grande quantidade de informações precisas e relevantes. A mensagem mais importante da Bíblia, a redenção, é universalmente e perpetuamente aplicável à humanidade. A Palavra de Deus nunca ficará ultrapassada, suplantada ou necessitando de melhorias. Mudam as culturas, as leis, as gerações vêm e vão, mas a Palavra de Deus é tão relevante hoje quanto o era quando começou a ser escrita. Nem todas as Escrituras necessariamente se aplicam explicitamente a nós hoje, mas todas contêm verdade que podemos e devemos aplicar em nossas vidas hoje.

Alexander Schick escreve: Nenhum livro de toda a literatura universal pode ser documentado de maneira tão impressionante no que diz respeito ao seu texto original. E nenhum outro livro apresenta uma tão farta profusão de provas de sua autenticidade. Achados de antigos escritos nos dão a certeza de que temos em mãos a Bíblia com a mesma mensagem que os cristãos da igreja primitiva.

A Bíblia – ela funciona!

Em uma revista alemã encontramos o texto abaixo, que transcrevemos por ser muito precioso:

A Bíblia mostra a vontade de Deus, a situação do ser humano, o caminho da salvação, o destino dos pecadores e a bem-aventurança dos crentes.

• Seus ensinos são sagrados, seus preceitos exigem comprometimento, seus relatos são verdadeiros e suas decisões, imutáveis.

• Leia-a para tornar-se sábio e viva de acordo com ela para ser santo.

• A Bíblia lhe ilumina o caminho, fornece alimento para seu sustento, dá refrigério e alegria ao seu coração.

• Ela é o mapa dos viajantes, o cajado dos peregrinos, a bússola dos pilotos, a espada dos soldados e o manual de vida dos cristãos.

• Nela o paraíso foi restabelecido, o céu se abriu e as portas do inferno foram subjugadas.

• Cristo é seu grandioso tema, nosso bem é seu propósito, e a glorificação de Deus é seu objetivo.

• Ela deve encher nossos pensamentos, guiar nosso coração e dirigir nossos passos.

• Leia-a devagar, com frequência, em oração. Ela é fonte de riqueza, um paraíso de glórias e uma torrente de alegrias.

• Ela lhe foi dada nesta vida, será aberta no juízo e lembrada para sempre.

• Ela nos impõe a maior responsabilidade, compensará os maiores esforços e condenará todos os que brincarem com seu conteúdo sagrado.

Um mecânico foi chamado para consertar o mecanismo de um gigantesco telescópio. Na hora do almoço o astrônomo-chefe encontrou-o lendo a Bíblia. "O que você espera de bom desse livro?", perguntou ele. "A Bíblia é ultrapassada, e nem se sabe quem a escreveu!"

O mecânico hesitou por um momento, levantou seus olhos e disse: "O senhor não usa com frequência surpreendente a tabuada em seus cálculos?"

"Sim, naturalmente", respondeu o astrônomo.

"O senhor sabe quem a escreveu?"

"Por quê? Não, bem, eu suponho... Eu não sei!"

"Por que, então", disse o mecânico, "o senhor confia na tabuada?"

"Confiamos porque – bem, porque ela funciona", concluiu o astrônomo, irritado.

"Bem, e eu confio na Bíblia pela mesma razão – ela funciona!"

2. Inspirada por Deus. Inspiração é o conceito teológico segundo o qual obras e feitos de seres humanos intimamente ligados a Deus, sobretudo as Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos, receberam uma supervisão especial do Espírito Santo, de tal sorte que as palavras ali registradas expressam, de alguma maneira, a revelação de Deus.

“Apesar de haver um consenso geral sobre a inspiração da Bíblia, há uma variedade de conceitos a respeito do que ela vem a ser. Alguns se concentram na ação dos autores, outros nos escritos e outros nos leitores. Alguns relacionam a inspiração à mensagem central da Bíblia, outros aos pensamentos e outros às palavras.

Essas diferenças, frutos dos infindos ataques que a Bíblia recebeu nos últimos dois séculos, tornam necessário o estudo acerca da “inspiração da Bíblia”.

O RELATO BÍBLICO A RESPEITO DA INSPIRAÇÃO

A doutrina da inspiração não é invenção de teólogos. A própria Bíblia a expõe enfaticamente. Ela dá testemunho de si mesma (o que não é considerado válido pelos seus inimigos) e tem testemunho da história.

Observemos alguns textos bíblicos:

1) 2Timóteo 3.16

Esse texto mostra a extensão da inspiração (toda a Escritura). No contexto bíblico, Escritura significa tanto o AT como o NT (Lc 24.45; Jo 10.35; Lc 4.21; 1Tm 5.18 cf. Dt 25.4 e Lc 10.7; 2Pe 3.16).

Fica claro que a inspiração vem da parte de Deus. As Escrituras foram “sopradas por Deus” (significado de inspiração).

O propósito da inspiração é tornar as Escrituras “úteis”. Assim, a Bíblia veio de Deus para nos mostrar como viver e o que devemos fazer.

 

2) 2Pedro 1.21

Esse texto mostra que Deus usou autores humanos, movendo-os para esse fim pelo Espírito Santo. O mesmo verbo “mover” é também usado em At 27.15 e nos ajuda a entender seu sentido. Durante a tempestade, os marinheiros não estavam dormindo nem inativos, mas era o vento quem, de fato, os levava.

Outro fator importante revelado nesse texto é que não foi a vontade humana quem produziu as Escrituras. A vontade humana pode falhar e pode produzir erros. Porém, não é assim com a vontade de Deus. Isso atesta a inerrância bíblica.

Resumindo, 2Pe 1.21 diz que Deus usou homens e deixou para nós uma Bíblia totalmente confiável.

3) 1Coríntios 2.13

Aqui fica claro que a revelação de Deus chegou até nós por meio de palavras. Assim, Deus não só inspirou as ideias reveladas pela Bíblia, mas as palavras que a compõe.

Ou seja, as palavras usadas na Bíblia foram inspiradas por Deus.

4) Uma Compilação de Dados

Vejamos a variedade de material que Deus fez os autores incluírem na Bíblia:

a)     Diretamente de Deus: (Dt 9.10).

b)    Pesquisado: (Lc 1.1-4).

c)     Profético: aproximadamente, 25% da Bíblia consiste em profecias, boa parte já cumprida com exatidão. Nenhum homem poderia acertar 100% das profecias se fizesse por si mesmo.

d)    Histórico: boa parte da Bíblia é histórica, a maior parte escrita por homens que viveram o que foi relatado.

e)     Outros: a Bíblia registra algumas coisas que não são verdadeiras – como as mentiras de Satanás (Gn 3.4-5) –, mas o faz de maneira precisa, como realmente aconteceram. Também contém citações de escritos de pessoas incrédulas (Tt 1.12), além de trechos que revelam experiências pessoais e emoções (Rm 9.1-3). Contudo, essa variedade de material é registrada com precisão.

DEFINIÇÃO DE INSPIRAÇÃO

Uma definição abrangente de inspiração seria: Deus supervisionou os autores humanos da Bíblia para que compusessem e registrassem, sem erros, sua mensagem à humanidade utilizando as palavras de seus escritos originais.

Isso significa que Deus não ditou as palavras da Bíblia (algumas vezes até o fez) para os escritores, mas os supervisionou soberanamente para que, no uso de suas capacidades mentais e habilidades, compusessem um material que fosse verdadeiro (Jo 17.17) e que fosse o que Deus desejava nos revelar.

DESVIOS DA DOUTRINA DA INSPIRAÇÃO

a)     Inspiração natural — Crê que os autores escreveram sem a supervisão de Deus.

1)    Deus não inspirou as palavras;

2)    A Bíblia está no mesmo patamar de outros escritos; e

3)    Exclui a inerrância e a infalibilidade.

b)    Inspiração mística — Crê que a Bíblia foi escrita por homens cheios do Espírito Santo. De igual modo outros escritos, como os dos pais da igreja e de grandes homens durante a história. Nesse caso:

1)    Outros escritos seriam tão inspirados quanto a Bíblia;

2)    Os livros da Bíblia não são infalíveis; e

3)    A Bíblia representa uma importante literatura religiosa que pode, inclusive, conter mensagens de Deus.

c)     Níveis de inspiração — Crê que algumas partes da Bíblia são mais inspiradas que outras. Toda a Bíblia seria inspirada por Deus, porém, com diferença no grau de inspiração entre as partes.

d)    Inspiração parcial — Crê que algumas partes da Bíblia foram inspiradas por Deus e outras não. Nesse ponto de vista, o que é inspirado é o propósito da Bíblia. Assim, quando fala da salvação, ela é confiável, mesmo que tenha erros históricos ou científicos.

e)     Inspiração conceitual — Crê que os conceitos bíblicos são inspirados e não as palavras. Assim, a mesma ideia exposta de outro modo é tão inspirada quanto a original.

f)     Inspiração neo-ortodoxa — Nesse caso, a revelação está centrada em Jesus Cristo. A Bíblia, mesmo possuindo erros, é válida ao nos apresentar Jesus. Assim, a Bíblia é produto humano falível, mas pode se tornar a Palavra de Deus quando lida por nós. Ou seja, a Bíblia se torna Palavra de Deus quando Cristo fala conosco em suas páginas. Desse modo, a Bíblia não possuiria autoridade, mas seria um bom instrumento nas mãos de Cristo, apesar de possuir erros.”

AUXÍLIO APOLOGÉTICO

A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS

“(3) Jesus também ensinou que a Escritura é a inspirada Palavra de Deus até em seus mínimos detalhes (Mt 5.18).

Afirmou, também, que tudo quanto Ele disse foi recebido da parte do Pai e é verdadeiro (Jo 5.19,30,31; 7.16; 8.26).

Ele falou da revelação divina ainda futura (i.e., a verdade revelada do NT), da parte do Espírito Santo através dos apóstolos (Jo 16.13; cf. 14.16,17; 15.26,27).

(4) Negar a inspiração plenária das Sagradas Escrituras, portanto, é desprezar 0 testemunho fundamental de Jesus Cristo (Mt 5.18; 153-6; Lc 16.17; 24.25-27,44,45; Jo 10.35),

Do Espírito Santo (Jo 15.26; 16.13; 1 Co 2.12,13; 1 Tm 4.1)

E dos apóstolos (3.16; 2 Pe 1.20,21).

Além disso, limitar ou descartar a sua inerrância é depreciar sua autoridade divina.

(5) Na sua ação de inspirar os escritores pelo seu Espírito, Deus, sem violar a personalidade deles, agiu neles de tal maneira que escreveram sem erro (3.16; 2 Pe 1.20,21; ver 1 Co 2.12,13)”

CONCLUSÃO

Defensores da atualização da Bíblia sugerem que apenas “fundamentalistas insistem que a Bíblia é inerrante nas legislações que contém”. Estes, porém, não levam em conta que o próprio Jesus Cristo, apresentado na Bíblia como Verbo (Jo 1.14), deu autoridade às Escrituras, afirmando que contém a verdade (Jo 10.35). Ou seja, atualizar a Bíblia e acolher a homossexualidade, ou amenizá-la para torna-la aceitável, significa negar as Escrituras e abraçar o que ela condena, e isso é “apostasia nua e crua”.

A revelação de Deus foi entregue uma única vez como uma unidade, na conclusão da Escritura, e não deve ser editada com supressões nem adendos (Dt 4.2; 12.32; Pv 30.6; Ap 22.18-19).

A Bíblia é completa, suficiente e está concluída; portanto, ela está fixada para sempre. Nada deve ser acrescentado ao corpo da Palavra inspirada (2Pe 1.19-21), porque nada mais é necessário. Os cristãos agora têm a responsabilidade de estudar a Palavra (2Tm 2.15), pregar a Palavra (2Tm 4.1) e lutar para que ela seja preservada.

Amem