10 de fevereiro de 2022

A BÍBLIA TRANSFORMA PESSOAS

 

A BÍBLIA TRANSFORMA PESSOAS

 

1º Trimestre/2022

 

Texto Base: Hebreus 4.11-13; 2 Coríntios 10.4-6

 

“Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb.4:12).

Hebreus 4:

11.Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência.

12.Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.

13.E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.

2 Coríntios 10:

4.Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas;

5.Destruindo os conselhos e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;

6.E estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos do tema: “A Bíblia transforma pessoas”. Embora seja um grande tesouro com respeito à sua contribuição para humanidade em literatura, filosofia e história, o maior valor da Bíblia se encontra na grande influência que ela exerce sobre o caráter das pessoas. Esse é o fator principal que a classifica como o Livro mais singular. Através de suas páginas sagradas o ser humano se vê exposto quanto à sua verdadeira condição diante de Deus. A palavra de Deus é como uma espada que penetra até os pensamentos e propósitos do ser humano e o convence de seus pecados diante de Deus (Hb.4:12). Só a Palavra de Deus pode transformar a vida de um pecador dominado pelos vícios mais profundos da alma. A leitura e a prática dos seus ditames poderão determinar o futuro eterno de uma pessoa. Quando nascemos da Palavra, ouvimos a Palavra, recebemos a Palavra e praticamos a Palavra, podemos ter garantia da salvação. O chamado santo Agostinho era um homem indisciplinado e libertino em sua juventude, porém sua mãe orava por ele enquanto ele crescia. Depois de levar uma vida dissoluta por muitos anos, certo dia, com trinta e um anos de idade, lendo a Bíblia debaixo de uma figueira, chegou num trecho que diz: "Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e nada disponhais para a carne, no tocante às suas concupiscências" (Rm.13:13-14). Essas palavras o convenceram dos seus pecados e ele se arrependeu diante do Senhor e se tornou um servo de Cristo e um influente teólogo. A Palavra de Deus é ativa e poderosa; ela transforma pessoas.

 I. A BÍBLIA É A PALAVRA VIVA DE DEUS

1. A Palavra de Deus é viva e eficaz

Está escrito em Hebreus 4:12: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz... (Hb.4:12). A Palavra de Deus é viva e tem vida em si mesma. Ela é o sopro do próprio Deus vivo (Hb.3:12; 9:14), e não uma coletânea de doutrinas e preceitos. Ela é ativa e poderosa. Ela fere, corta e mata mais efetivamente que a melhor e mais cortante espada. Atinge onde mais nada consegue atingir. Separa até aquilo que é inseparável. Ela tem vida em si mesmo e age por si mesma. O próprio Jesus disse: “As palavras que vos tenho falado são espírito e vida” (João 6:63). Portanto, ela deve ser obedecida a fim de evitar o juízo e a morte (Dt.32:46,47).

A Palavra de Deus também é eficaz. Neste texto de Hb.4:12, o termo grego traduzido por eficaz, significa poder em ação, em contraste com poder em potencial. A Palavra de Deus é poderosa e sempre cumpre os propósitos para os quais foi designada. Ela é o bisturi de um cirurgião que descobre os mais delicados nervos do corpo humano. Portanto, a Palavra de Deus opera a vontade de Deus, jamais volta vazia e sempre realiza o seu propósito (Is.55:11).

2. A Palavra de Deus é espada penetrante

“...e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas... (Hb.4:12).

A Palavra de Deus é penetrante; ela “penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas” (Hb.4:12c). Significa que ela atinge o âmago de nosso interior, examina os segredos obscuros e revela o nosso verdadeiro caráter; ainda expõe os desejos de nossa alma e os conflitos entre o nosso espírito e a carne (Gl.5:17). Quando a lemos, ela nos lê. Quando a examinamos, ela nos perscruta. Ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas. Ela explora os pensamentos, sonda a vontade e todos os desejos do ser humano. Portanto, não existe nenhuma parte no ser humano que a Palavra de Deus não possa penetrar, seja imaterial, seja física.

A Palavra de Deus é como uma espada de dois gumes - dá vida e mata, salva e condena, traz promessas e juízos. Hernandes Dias Lopes argumenta que a Palavra de Deus corta a nossa dependência do pecado e o nosso apego ao mundo. Ela é arma de ataque e também de defesa. Ela tem resistido aos ataques mais furiosos do inimigo; tem saído vitoriosa das fogueiras da intolerância. O fogo não pode destruir a Verdade. A Palavra de Deus tem saído sobranceira do ataque dos céticos. Nada pode resistir a ela. Nenhuma resistência humana consegue impedir a ação da espada do Espírito (Ef.6:17). A Palavra de Deus não pode falhar; passam o céu e a terra, mas a Palavra de Deus jamais passará (Mt.24:35).

3. A Palavra de Deus é apta para discernir

“...e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb.4:12).

A Palavra de Deus é discernidora; ela é como o raio-X; ela perscruta o que está em nosso íntimo, devassa os corredores escuros da nossa alma e revela os segredos do nosso coração. Ela traz à luz o que está oculto. Nada fica escondido diante de sua sondagem. Coisa alguma pode ser escondida de Deus; toda a verdade é exposta “aos olhos daquele com quem temos de tratar” (Hb.4:13). Um dia estaremos face a face com o reto e justo Juiz para prestarmos contas da nossa vida. Deus é inescapável; Ele olha desde os céus e vê todos os filhos dos homens (Sl.139:7-10). No tempo apropriado de Deus, a Sua Palavra julgará, e por fim condenará todos os incrédulos e desobedientes. Portanto, “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo” (Hb.3:12).

II. A BÍBLIA ANULA OS CONSELHOS DO MUNDO

1. As armas da nossa milícia

A Igreja, desde o seu nascedouro no Pentecostes, está em uma luta renhida, luta esta que não é física, mas espiritual. Nesse campo de guerra, as armas carnais são impróprias e inadequadas. Paulo esclarece aos Coríntios que “as armas da nossa milícia não são carnais” (2Co.10:4a), são espirituais. Aos crentes de Éfeso ele disse: “porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef.6:12). Portanto, essa guerra espiritual não é uma ficção; o fato de o nosso inimigo ser invisível não quer dizer que é irreal. Os demônios existem de fato, mas não passam de um inconveniente diante do poder de Jesus Cristo; são entidades destituídas de poder quando estão na presença do Senhor Jesus (Mc.1:23-26; 3:11). Assim sendo, o crente deve revestir-se “de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef.6:11).

Paulo, embora estivesse preso em Roma por instigação dos judeus, por determinação das autoridades romanas, na antessala do martírio, escreveu dizendo que nossa batalha não era contra os seus algozes que o prenderam e que o mantinha preso; era contra forças demoníacas, contra batalhões de anjos caídos, contra espíritos maus, demônios, sob a liderança de Satanás (1Pd.5:8), que pertinaz procura impedir que o Plano de Deus se concretize. Embora não possamos vê-los, estamos cercados constantemente por seres espirituais malignos. Mesmo sendo verdade que eles não podem habitar num crente verdadeiro, podem oprimi-lo e molestá-lo. Portanto, há uma batalha espiritual e, para enfrentá-la, precisamos estar preparados com as armas espirituais. Devemos estar prontos, e armados, a fim de lutarmos e vencermos essa guerra. Nossas armas são poderosas em Deus (2Co.10:4b); são armas que constroem em vez de destruir; são armas que dão vida, em vez de matar.

2. A destruição das fortalezas

As armas espirituais que Deus nos dispõe são poderosas para destruir fortalezas (2Co.10:4c). Essas fortalezas são muralhas que resistem, portas que se fecham e paredes que aprisionam. O inimigo tem suas fortalezas; essas fortalezas parecem inexpugnáveis. Simon Kistemaker diz “que essas fortalezas aparecem em formas múltiplas, mas são essencialmente a mesma: são sistemas, esquemas, estruturas e estratégias que Satanás trama para frustrar e obstruir o progresso do evangelho de Cristo”. Mas as armas que usamos podem detonar essas fortalezas, fazer ruir essas resistências (2Co.10:4c). O evangelho é a dinamite de Deus que quebra pedreiras graníticas, arrebenta rochas sedimentadas e demole toda oposição.

3. A destruição dos falsos argumentos

Paulo afirmou que as armas da nossa milícia são poderosas em Deus para destruir os argumentos que se levantam contra o conhecimento de Deus (2Co.10:5). Paulo se via em uma guerra contra o raciocínio arrogante dos homens, sofismas, isto é, argumentos contrários à verdade. O verdadeiro caráter desses sofismas é descrito na expressão “contra o conhecimento de Deus”. Willian Macdonald afirma que “hoje, poderia ser usado para escrever o raciocínio de cientistas, evolucionistas, filósofos e fanáticos religiosos cujo modo de pensar exclui a soberania de Deus, e até mesmo a sua existência. O apóstolo Paulo não se dispôs a assinar uma trégua com eles; antes, seu compromisso era levar ‘cativo todo pensamento à obediência de Cristo’ (2Co.10:5). Todas as especulações e ensinamentos humanos devem ser julgados à luz dos ensinamentos do Senhor Jesus Cristo. Paulo não condenou a intelectualidade humana em si, mas advertiu contra o exercício intelectual rebelde e desobediente ao Senhor”.

4. A destruição de toda a altivez

No mesmo texto de 2Co.10:5, Paulo também afirma que as armas da nossa milicia são poderosas em Deus para destruir “toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus”. “Altivez” se refere a toda conduta que serve de oposição à fé em Deus (2Tm.3:8). Segundo o pr. Douglas, “aqui está incluso, entre outros, a rebeldia, o orgulho, a jactância e as demais vaidades humanas”. Colim Kruse afirma “que tanto a ‘fortaleza’ (2Co.10:4) quanto a ‘altivez’ (2Co.10:5) simbolizam os argumentos intelectuais, as racionalizações erigidas pelos seres humanos contra o evangelho”. Paulo já havia dito aos coríntios que o evangelho da cruz era considerado tolice e loucura para aqueles que viam o mundo pelas lentes da filosofia grega (1Co.1:19-25). Quando Paulo pregou o evangelho para os filósofos atenienses, eles desprezaram sua menagem. Para os filósofos, o evangelho era pura tolice (Atos 17:32). Entretanto, mediante a proclamação do evangelho, essa argumentação oca é destruída, e os pecadores são salvos.

Há muitos falsos intelectuais que tentam ridicularizar a verdade de Deus. Há muitos homens soberbos que escarnecem da fé cristã, ostentando do alto de sua prepotência, palavras ácidas contra o conhecimento de Deus. Esses homens soberbos e insolentes escarnecem da inerrância da Bíblia e pisam com escárnio suas doutrinas. William Macdonald diz que “isso pode ser aplicado hoje aos arrazoados dos cientistas, evolucionistas, filósofos e livres pensadores que não têm espaço para Deus em seus esquemas e cosmovisões”. Mas, quando usamos a verdade de Deus, essa “altivez” arrogante cai por terra e cobre-se de pó. Como afirma o pr. Douglas, “pela pregação da Palavra de Deus, o sistema soberbo do mundo é subjugado aos ensinos de Cristo” (2Co.10:5c).

III. A BÍBLIA NOS TORNA HUMILDES

1. Deus aborrece a soberba

“Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes” (Tg.4:6).

O sábio Salomão afirmou: “A soberba precede a ruína, e altivez do espírito precede a queda” (Pv.16:18). Um indivíduo soberbo é aquele que deseja ser mais do que é e ainda se coloca acima dos outros para humilhá-los e envergonhá-los. O soberbo superdimensiona a própria imagem e diminui o valor dos outros; é o narcisista que, ao se olhar no espelho, dá nota máxima e aplaude a si mesmo. É por isso que o sábio diz que, em vindo a soberba, sobrevém a desonra (Pv.11:2). Hernandes Dias Lopes afirma que a soberba é a sala de espera da desonra; é o corredor do vexame; é a porta de entrada da vergonha e da humilhação. A Bíblia diz que Deus resiste ao soberbo (Tg.4:6), declarando guerra contra ele.

A arrogância do ser humano, que o leva a se achar poderoso e a querer a glória para si ao invés de reconhecer a onipotência de Deus e a glória que só a Ele é devida, tem sido a principal causa de derrota e fracasso na vida de tantas pessoas. A soberba transformou um anjo de luz em demônio; por causa da soberba, Deus expulsou Lúcifer do Céu. Deus resiste aos soberbos; Ele declara guerra aos orgulhosos e humilha os altivos de coração.

Veja o exemplo de Nabucodonosor - ele sentia-se senhor de tudo a ponto de se permitir dominar por uma soberba inconcebível; então, Deus o advertiu através de um sonho. Daniel foi convocado para interpretar esse sonho, que era um recado direto ao rei que se arvorava no pedestal da soberba. O texto sagrado mostra que Daniel aconselhou o rei a arrepender-se dos seus maus caminhos – “desfaze os teus pecados pela justiça e as tuas iniquidades, usando de misericórdia para com os pobres” (Dn.4:27). Mas tudo indica que o rei continuou a sua vida como antes: soberbo e arrogante. A Bíblia diz que a soberba torna os olhos altivos (Pv.21:4).

Quando o homem não escuta a voz da graça de Deus, ouve a trombeta do juízo. Deus abriu para o rei Nabucodonosor a porta da esperança e do arrependimento; ele, porém, não entrou. Então, Deus o empurrou para o corredor do juízo. Deus o humilhou. O orgulho é algo abominável para Deus, pois Ele resiste ao soberbo (1Pd.5:5). Após 12 meses, o sonho se cumpriu literalmente (Dn.4:29-32); Nabucodonosor morou com os animais, comeu erva como boi e seu corpo foi molhado pelo orvalho. Depois de restabelecido, o rei entendeu que tudo aconteceu por causa da soberba. Então, ele declarou:

 Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, e exalço, e glorifico ao Rei dos céus; porque todas as suas obras são verdades; e os seus caminhos, juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba”.

Nabucodonosor foi restaurado, tanto da doença mental como da alma. Deus o transformou através das duras provas. Segundo Hernandes Dias Lopes, a conversão de Nabucodonosor pode ser vista por intermédio de quatro evidências:

  • ele glorificou a Deus (Dn.4:34). Agora, ele olha para o céu, para cima. Nossa vida sempre segue a direção de nosso olhar. Até agora ele só olhava para baixo, para a terra. Como aquele rico insensato que construiu só para esta vida, e Deus o chamou de louco. Muitos levantam os olhos tarde demais, como o rico que desprezou Lázaro; ele levantou seus olhos, mas já estava no inferno.
  • ele confessou a soberania de Deus (Dn.4.35).
  • ele testemunhou sua restauração (Dn.4.36).
  • ele adorou a Deus (Dn.4.37).

Não fomos chamados para ser irracionais ou lunáticos no exercício das nossas funções humanas. Por isso, o verdadeiro antídoto contra as ambições das nossas almas é Jesus Cristo, que é "manso e humilde de coração" (Mt.11:29).

Se desejamos viver vitoriosamente, tenhamos muito cuidado, para não sermos contagiados pela soberba, que tem levado muitos à queda, pois Deus resiste e continuará resistindo aos soberbos (Tg.4:6). Todavia, o Pai Celeste dá graças, misericórdia e ajuda em todas as situações da vida, àqueles que têm o coração quebrantado e contrito, que se chega a Ele com humildade.

2. Cristo é nosso exemplo de humildade

Jesus, o Filho de Deus deixou o céu, a glória, o Seu trono, fez-se homem, se encarnou. Ele renunciou a Sua glória celestial. Ele tinha glória com o Pai antes que houvesse mundo (João 17:5). No entanto, voluntariamente deixou a companhia dos anjos e veio para ser perseguido e cuspido pelos homens. Está escrito que Ele “aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo” (Fp.2:7). Do infinito sideral de eterno deleite, na própria presença do Pai, voluntariamente Ele desceu a este mundo de miséria a fim de armar a Sua tenda com os pecadores. Ele, em cuja presença os serafins cobriam o rosto, o objeto da mais solene adoração, voluntariamente desceu a este mundo, onde foi "... desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer" (Is.53:3).

Quando esteve entre os homens, Jesus deu o maior exemplo de humildade; Ele pensava sempre nos outros. Ele servia aos pecadores, às meretrizes, aos cobradores de impostos, aos doentes, aos famintos, aos tristes e enlutados. Quando os Seus discípulos, no cenáculo, ainda alimentavam pensamentos soberbos, Ele pegou uma toalha e uma bacia e lavou os seus pés (João 13:1-13). Certa feita, ao entrar numa cidade Ele tocou no corpo imundo de um leproso e na língua de um imundo. Ele Se preocupava com as pessoas loucas de quem ninguém mais conseguia se aproximar. Ele aceitava convites para jantar nas casas de pecadores, publicanos, fariseus e hipócritas. Jesus não evitava nenhuma classe de gente. Mulheres de má reputação chegaram a Ele sabendo que encontrariam compreensão, perdão, e também a ordem de se arrependerem do mal. Jesus tirava tempo de sua apertada agenda para falar com todos, respondendo perguntas, tirando dúvidas e mostrando o melhor caminho. Ele visitava as casas do povo, assistia casamentos, pescava com amigos, falava com crianças no Seu colo. Ele sempre parava no caminho para atender um chamado de ajuda. Em Jesus podemos ver todas as atitudes associadas com uma pessoa pobre de espírito: humildade, submissão, serviço e amor. Sem dúvida, Jesus é o modelo ideal de humildade, é o nosso exemplo de humildade. Paulo requer que haja em nós esse mesmo sentimento (Fp.2:5). Precisamos proceder como o apóstolo Paulo: imitar a Cristo (1Co.11:1).

3. A humildade é uma virtude cristã

Acredito que “humildade” é uma das palavras mais mal-entendida na Igreja cristã. Muitos confundem humildade com roupa rasgada, casa velha, falta de comida, ausência de conhecimento etc. Nada disso! Humildade é a renúncia à imposição de interesses pessoais. Humildade é o remédio para os males que atacam a unidade da Igreja Local. Enquanto a ambição e o preconceito arruínam a unidade da Igreja, a genuína humildade a edifica. Cristo ensinou que para entrar no Reino dos Céus a pessoa tem de se portar com humildade (Mt.18:4). Veja que a primeira bem-aventurança cristã é ser humilde de espírito (Mt.5:3).

Para a maioria dos povos pagãos, “humildade” tem um significado negativo; é tratado como fraqueza de caráter e falta de amor-próprio. No império romano, a humildade era desprezada pelos romanos, pois era sinal de fraqueza; tinha o sentido de baixo, vil, desprezível. A megalopsiquia (contrário de humildade) é que era considerada virtude. Mas, em Cristo, a humildade torna-se uma virtude, que ocupa uma parte insubstituível no caráter cristão. Hernandes Dias Lopes afirma que “humildade representa pôr Cristo em primeiro lugar, os outros, em segundo lugar e o eu, em último lugar”. Entre o povo de Deus, a humildade é uma virtude imprescindível para promover a unidade do Corpo de Cristo. O apóstolo Pedro ordena: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte” (1Pd.5:5).

A humildade, portanto, deve ser a marca do cristão, pois seu Senhor e Mestre foi “manso e humilde de coração” (Mt.11:29). O apóstolo Paulo, escrevendo aos crentes de Filipos, disse que Jesus aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo” (Fp.2:6,7). No Evangelho de João, nosso Senhor lavou os pés dos apóstolos dando o exemplo de humildade (João 13:13-15). Os discípulos de Cristo demoraram entender essa lição e muitas vezes discutiram quem devia ocupar a primazia entre eles. Nessas ocasiões Jesus lhes dizia que maior é o que serve e que Ele mesmo veio não para ser servido, mas para servir (Mc.10:45).

CONCLUSÃO

A Palavra de Deus é poderosa, viva e inspirada pelo Espírito Santo para transformar vidas. Ela transforma pessoas, e ela tem poder para regular a vida do cristão em todos os sentidos. Quando ouvimos a Palavra de Deus, ela vai penetrando o nosso ser, o nosso coração; ela vai transformando os sentimentos da nossa alma e os pensamentos da nossa cabeça. Ela é poderosa para ensinar, para repreender, para corrigir e para instruir na justiça. É pelo poder da Palavra de Deus que o cristão torna-se apto e plenamente preparado para toda boa obra.

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Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Norman L Geisler. Introdução geral à Bíblia. Vida Nova.

Pr. Douglas Baptista. A Supremacia das Escrituras – A inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. CPAD.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Efésios - Igreja, a noiva gloriosa de Cristo.

Pr. Hernandes Dias Lopes. 2Corintios - O triunfo de um homem de Deus diante das dificuldades.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Hebreus. A superioridade de Cristo.