31 de dezembro de 2009

A DEFESA DO APOSTOLADO DE PAULO.

A DEFESA DO APOSTOLADO DE PAULO.

Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e de modo particular convosco. Porque nenhumas outras coisas vos escrevemos, senão as que já sabeis ou também reconheceis; e espero que também até ao fim as reconhecereis”. ( II Cor. 1.12,13)

Introdução

A segunda carta de Paulo aos Coríntios elenca em seu aspecto mais amplo, o desejo do homem de Deus, pela obra do Senhor. Escrever sobre o apóstolo Paulo se torna um desafio, ao passo que este homem se identificou com o evangelho de Jesus Cristo, em relação aos gentios, como nenhum outro apóstolo. Paulo tornou-se uma referência para todos os obreiros que vieram após ele, e muitos são os servos de Senhor que foram tocados pela história de vida deste obreiro.

Paulo em todas as épocas contribuiu, através dos seus escritos, de uma maneira gloriosa para manutenção das doutrinas bíblicas. Com poderíamos falar, sem os escritos de Paulo, sobre o casamento? Sobre a ressurreição? Sobre a fé? Sobre a segunda vinda de Jesus? Sobre tantas outras doutrinas que inspiradas pelo Espírito Santo foram deixadas para igreja? Não, de maneira nenhuma, este apóstolo se tornou, mesmo que se considerando como o menor (I Cor. 15.9), um marco para igreja de nosso Senhor Jesus Cristo.

O apóstolo Paulo que tivera uma vida exemplar vem através de sua nesta segunda carta convencer os seus pares, neste caso os da própria igreja que estava em Corinto, que tudo quanto fizera está dentro de um plano maior, isto é, a salvação das almas; Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação e salvação é, a qual se opera suportando com paciência as mesmas”. (II Cor. 1.6). Desta forma, o apóstolo inicia a sua epístola falando sobre as consolações que são produzidas pelo Espírito Santo na vida daqueles que se entregam ao serviço do Senhor.

A cidade de Corinto.

Uma das quatro cidades mais importantes do Império Romano, segundo alguns estudiosos considerada a cidade mai opulentas do Império.

Terrivelmente afetada pela licenciosidade, este era um dos seus maiores aspectos quanto à imoralidade praticada pelos seus habitantes. Situada aproximadamente 64 quilômetros a sudoeste de Atenas, na península do Peloponeso. Ficava numa posição estratégica e privilegiada, pois facilitava o acesso aos portos de trocas existentes naquele período. Possivelmente os grandes fluxos de pessoas vindas das várias partes do Império Romano circulavam pela cidade diariamente.

Outro aspecto importante a elencar, é que esta cidade era dominada pela idolatria e por toda forma ritos pecaminosos. O apóstolo chegou nesta cidade em sua segunda viagem missionária, como se lê em Atos 18.1,18. O evangelista encontrou grande dificuldade para ministrar a palavra de nosso Senhor Jesus aos judeus e gregos vers.6. Paulo permaneceu ali um ano e seis meses (Atos 18.11), ensinando a palavra do Senhor. Observemos que foi a partir da fundação da igreja em Corinto, pelo apóstolo Paulo, que a pregação aos gentios tornou-se mais evidente, no seu ministério. E foi pela ordenação do Senhor que Paulo inicia em Corinto a busca por aqueles que realmente necessitavam de salvação (Atos 18.6,10).

Uma cidade corrompida.

Paulo chegou a Corinto provavelmente em 57 d.C, e com certeza encontrou uma população envolvida com uma vida de extrema pobreza espiritual. O aspecto religioso daquele período mostra-nos que Corinto além de ser uma cidade importante para comércio servia como um centro de adoração a deusa Venus, uma entidade cultuada pelos habitantes daquela cidade. Segundo alguns estudiosos o templo em Corinto abrigava mais de mil prostitutas que praticavam todo o tipo de torpezas. Existiam ainda vários outros deuses que eram adorados em muitos templos espalhados pela cidade. Quiçá num ambiente tão hostil, isto falamos dos rudimentos aos quais aquele povo fora criado (Gl 4.3; Cl 2.8;Cl 2.20), seja fácil compreendermos a dificuldade de Paulo em combater o pecado e as divisões dentro da igreja. E isto é evidenciado na angústia que Paulo sentia ao escrever sua primeira carta aos irmãos em Corinto. No capitulo 5 de 1° Coríntios, fica evidenciado até a que ponto aqueles crentes foram influenciados pela corrupção social existente. Paulo condenou a prática daquele pecado.

E desta forma escreve o versículo que diz; “Geralmente se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, que nem ainda entre os gentios se nomeia, como é haver quem abuse da mulher de seu pai. Estais ensoberbecidos, e nem ao menos vos entristecestes por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação” (1° Cor. 5 1,2), percebe-se que aqueles irmãos não fizeram nada para combater aquele pecado.

Contudo, nos parece que o pecado em si não fosse o mais agravante para aqueles irmãos, pois numa sociedade corrompida, todo o fato que causa estranheza é tratado como atípico e facilmente tolerável. E isto se enquadra também as leis que agem na sociedade e podem influenciar a igreja. Portanto, o mesmo pecado cometido naquela sociedade, isto tido como normal, pode infiltrar-se na igreja e ao menos tempo ser “tolerado”. E se considerarmos os “tais rudimentos” poderíamos dizer que aquela igreja refletia no seu interior aspecto de uma sociedade que precisava urgentemente de socorro espiritual.

Paulo e a sua autoridade.

Ao iniciar sua segunda carta, Paulo trás para seus leitores um sentimento de consolo em relação às tribulações que aquele momento necessitava. Naquele momento havia a necessidade do apóstolo defender o seu ministério, ou seja, falar de si mesmos, abrindo a oportunidade para que aqueles que ali estavam pudessem conhecer realmente o desejo amoroso que Paulo nutria pelos seus irmãos. Paulo apela para o princípio maior da consolação que é proveniente da salvação; “E a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação”. (I Cor. 1.7).

Paulo nos ensina que em relação às dificuldades, todos nós participamos das tribulações, e com certeza participaremos das consolações. Este princípio de coletividade está bem delimitado neste versículo. Pois é através da coletividade, que ocorre dentro do corpo que é a igreja, onde é gerido o reino de Deus na terra. A coletividade nos sofrimento, que são causados pelas tribulações, afeta toda a igreja.

Pois o sofrimento de um, causa dor em todo corpo, mas quando a alegria chega, todos são beneficiados pelo consolo; “como sois participantes das aflições, assim sereis também da consolação”.A palavra consolação deriva da palavra grega “paraklh,sewj” (parakléseos), que em seu significado literal é conforto. Desta forma, aqueles irmãos estariam conseguindo conforto da parte de Deus no meio das tribulações. Talvez a opção pelo apóstolo em começar a sua carta com uma palavra tão expressiva. Portanto o consolo está simplesmente em confiar em Deus no meio das angustias; “Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também é abundante a nossa consolação por meio de Cristo.” (I Cor. 1.5).

A preocupação com a obra do Senhor.

Por esperar uma resposta sobre igreja de Corintos, que era trazida por Tito, Paulo angustiava-se por não ter noticias sobre aqueles irmãos (I Cor. 2.13). Paulo não poderia naquele momento ir até aquela igreja, mas precisava saber o que realmente estava acontecendo. Existe a necessidade do obreiro saber como estão as suas ovelhas, e isto muitas vezes causa inquietação, fadigas, noites de sonos e perturbações na alma. Paula sabia que as coisas não iam muito bem, havia a urgência de transmitir uma resposta para aqueles queriam arruinar o seu ministério e a sua autoridade. “Não tive descanso no meu espírito, porque não achei ali meu irmão Tito; mas, despedindo-me deles, parti para a Macedônia.” (vers.13).

Hoje com o advento das novas tecnologias, a comunicação ficou muito fácil, e nós podemos estar em qualquer parte do mundo e ter acesso a contas bancárias, email, vídeos ou participar de eventos pela internet. Podemos até, ao ler este pequeno estudo, estarmos falando com alguém a milhares de quilômetros de distância, esta é a vantagem da tecnologia da comunicação, e isto não era possível no tempo de Paulo.

A segunda carta aos Coríntios foi escrita provavelmente na província da Macedônia, possivelmente em Filipos. Filipos ficava ao norte da Grécia, e foi a primeira igreja fundada na Europa (Atos 6.12,40). A distância era enorme e por isso a urgência de informação se fazia necessária.

Nos dias hodiernos existem as tecnologias e vemos como é difícil conseguimos que o evangelho chegue a todas as pessoas. Parece até um paradoxo, temos a forma de enviar a mensagem, mas nunca teremos a certeza de que estaremos sendo compreendidos. “Porque nenhumas outras coisas vos escrevemos, senão as que já sabeis ou também reconheceis; e espero que também até ao fim as reconhecereis”. ( II Cor. 1.12)

Conclusão

Com certeza tiraremos grandes e preciosos ensinamentos ao estudarmos a segunda carta de Paula aos Coríntios. Somente as ricas misericórdias do Senhor são capazes de nos fazer entender a sua vontade concernente a sua obra.

Que nestes últimos dias o Senhor Jesus possa levantar em nosso meio; homens com coragem, determinação e acima de tudo com caráter, para enfrentas os grandes ardis de satanás. A igreja atual necessita que as mãos do Senhor estejam estendidas sobre ela, e que o Espírito Santo continue a operar grandes maravilhas em nossas vidas.

Bibliografia

BOYER Orlando, Pequena Enciclopédia Biblica. Rio de Janeiro, CPAD.

FOX John, O Livro dos Martires, Trad. Marta Doreto de Andrade e Degmar Ribas Júnior. Rio de Janeiro, CPAD 2001.

JOSEFO Flavio, Historia dos Hebreus. Trad. De Vicente Pedroso. Rio de Janeiro, CPAD, 199O.

HENRY Matteu, Comentário Bíblico, Trad. Degmar Ribas Júnior. Rio de Janeiro, CPAD 2002.

Novo Testamento Interlinear Grego-Português, Sociedade Bíblica do Brasil. São Paulo 2004.

Elaboração por:- Presb. Juarez Alves

Professor de História.

Formação Teológica ETAD.

28 de dezembro de 2009

A RELEVÂNCIA DA VIDA DE PAULO NA IGREJA DE CORINTO

A RELEVÂNCIA DA VIDA DE PAULO NA IGREJA DE CORINTO

Paulo foi e é um personagem do Novo Testamento que se identifica com a igreja de hoje. Neste primeiro trimestre, estaremos dando seqüência ao estudo das cartas de Paulo aos coríntios. Especialmente a segunda carta tem um caráter bem pessoal e foi escrita quase um ano depois da primeira enviada à igreja de Corinto. Porém, neste artigo, queremos destacar alguns aspectos fascinantes da vida do apóstolo Paulo, os quais deixaram lições preciosas para todos os tempos da vida da Igreja na Terra.

Missionário e plantador de igrejas, especialmente na Asia Menor e Europa, Paulo se destacou pela sua ousadia e amor ao Senhor Jesus. Por causa de seu passado

religioso judeu radical, não lhe faltaram questionamentos, levantados por outros judeus, que duvidavam da autenticidade de seu apostolado e da sua mensagem.Havia quem duvidasse até mesmo de sua conversão a Cristo e, por isso, rejeitavam seus ensinos. Ele enfrentou a influência do helenismo grego através da filosofia do gnosticismo sobre os cristãos espalhados na Ásia Menor e na Europa.

Mas, Paulo enfrentou ameaças de morte porque era capaz de contender com com judeus radicais e com os filósofos de sua época.

No campo da teologia, Paulo tinha uma boa formação da escola judaica quando fi aluno de mestres respeitados como Gamaliel. Reuniu o que sabia e com a revelação do Espírito Santo, foi um sistematizador da teologia do Novo testamento, sem diminuir os demais apóstolos, pais da igreja. Ele deu uma nova roupagem a teologia judaica do Antigo Testamento, apresentando uma teologia nova em que Cristo se tornou o ponto convergente da vida da Igreja

Nos dias de Paulo, no primeiro século da Era Cristã, o Império Romano abrangia parte da Europa, da Asia Menor e norte da Africa.Cesar Augusto ascendeu ao poder romano em 3l aC. e teve um período de quase um século (ate 68 dC) de grande progresso e paz período conhecido como o da pax romana. Havia muito comércio, cultura e religiosidade em todo o império, especialmente em Roma. A religiosidade do povo era politeísta ( I Co 8.5), com os deuses romanos e os gregos representados, não só em templos, mas expostos em obras de escultura nas praças públicas. Paulo enfrentou dificuldades ao pregar que havia apenas um Deus e, por isso, em todo o império, onde ele visitava, grandes polemicas e debates teológicos existiam, conforme o testemunho dos Atos dos Apóstolos e as epístolas e cartas enviadas as igrejas.

As cartas à igreja de Corinto

Corinto tem sua posição geográfica numa estreita faixa de terra entre o Golfo de Corinto e o Golfo Sarônico. Essa posição lhe dava garantias de grande comércio para toda a região ao seu redor.

Segundo os especialistas históricos e geográficos, os comerciantes preferiam fazer seus negócios via Corinto, porque algumas regiões junto ao mar Egeu eram perigosas e rochosas, e provocavam ventos fortes que podiam submergir suas embarcações. Por isso, na rota de Roma para o Oriente, o caminho era facilitado pelo fato de Corinto fazer parte da colônia romana.

Corinto era a menos romana de todas as cidades da Ásia Menor. Nela, viviam pessoas de vários povos e nações, por causa do comércio e da cultura desenvolvida na cidade. Corinto era a capital da Acaia. Por essas características cosmopolitas, a cidade atraía gente de todos os lados. Paulo percebeu que era uma oportunidade ímpar para se pregar o Evangelho de Cristo e formar uma igreja naquela cidade.

Paulo cumpre seu papel apostólico na cidade

Ao chegar a Corinto, Paulo vinha de uma experiência um pouco frustrante em Filipos, onde enfrentou grande oposição de judeus fanáticos. Essa oposição não foi menor em Tessalônica e Beréza. Só em Atenas ele conseguiu algum sucesso com a sua pregação Quando foi a Corinto, seus companheiros de ministério, Silas e Timóteo, estavam na Macedônia e ele teve de enfrentar sozinho inicialmente as dificuldades iniciais de semear o Evangelho naquela cidade. Ao chegar a Corinto, tinha conhecimento de um casal de cristãos, Áquila e Priscila, que eram judeus que haviam saído de Roma por causa da expulsão por decreto do Imperador Cláudio. Áquila e Priscila eram fabricantes de tendas e Paulo juntou-se a eles para fabricar tendas para poder subsistir naquela terra.

A despeito da oposição dos judeus à sua presença nas sinagogas da cidade, confrontava a todos com a revelação de que Jesus Cristo era o cumprimento das profecias bíblicas. A igreja foi formada com oposições de todos os lados, mas prosseguiu crescendo em número, tendo Apolo, um expositor veemente da Palavra, como continuador da obra em Corinto (At 18.26-28). Paulo continuou seu ministério itinerante dando assistência a outras igrejas na Ásia Menor.

PAULO ENFRENTOU SERIAS OPOSIÇÕES AO SEU MINISTERIO EM CORINTO

Ao escrever a Primeira Carta aos Coríntios, a referida carta desapareça conforme Paulo cita em l Cormtios 5.9. Posteriormente, ele escreveu outra carta, presumivelmente levada por Estéfanas, Fortunato e Acaico ( I Co 16.17), e nesta carta Paulo foi incisivo acerca de alguns problemas de ordem moral e doutrinaria. Por isso, ele enviou Timóteo para tomar conhecimento dos grandes problemas e procurar amenizar a situação que era grave. Na Segunda Carta, Paulo continuou a tratar de certos problemas, especialmente aqueles que foram levantados com falsas denúncias contra sua vida e que questionavam seu apostolado. Eram pessoas que suspeitavam da sua coerência e boa vontade para com a igreja.

Paternidade literária da Carta

Os críticos literários, estudiosos sérios, que se preocupam com a autenticidade de um documento, chegaram à conclusão deque não há dúvidas quanto à autoria das Cartas aos Coríntios. Na análise textual, os assuntos tratados sugerem a ideia das duas serem uma só carta. Entretanto, os especialistas concordam que as duas cartas diferem em si, e não representam, como entendem, tratar-se de uma compilação de várias cartas. Por essa razão, sugerem algumas divisões de assuntos tratados nas cartas, mas, inevitavelmente, cada uma das cartas tem sua própria linguagem nos assuntos tratados pelo autor. As provas textuais depois de analisadas não deixam dúvidas de que cada uma delas, mesmo sendo dirigidas à mesma igreja, tratam de assuntos parecidos, mas distintos. Não há dificuldade em aceitar a unidade dos assuntos tratados pelo apóstolo.

Propósito da Carta

Ao escrever esta Segunda Carta, Paulo estava preocupado com a vulnerabifidade dos cristãos expostos às influências negativas dos seus oponentes. Ele desejava voltar a estabelecer a confiança que os coríntios tinham quanto à sua pessoa e seu ministério. Havia no seio da igreja amigos fiéis e leais que o conheciam e o amavam, e ele não queria perder essa relação positiva com esses irmãos. Por isso, nesta carta, ele se obriga a fazer uma autorecomendação com uma forma particular de comunicar-se para defender-se das acusações injustas feitas contra ele.

As duas cartas diferem em tom e teor dos assuntos tratados. Na primeira, além dos aspectos doutrinários de ordem moral e de ordem teológica, Paulo doutrinou a igreja acerca dos dons espirituais e como administrá-los. Na segunda, Paulo foi incisivo em defender seu apostolado das acusações injustas que colocavam

“Percebe-se, nos seus escritos,

uma mescla de severidade e

ternura, de exortação e louvor,

de gratidão e indignação, de

humilhação e exaltação”

em dúvida seu ministério apostólico. Alguns oponentes haviam se infiltrado no seio da igreja promovendo dissensões e rejeição a sua pessoa, mas Paulo tratou com firmeza sua posição em nome de Cristo. Ele abordou alguns assuntos teológicos que requeriam clareza e revelação e, graças à sua mente zelosa e à ação do Espírito Santo, esses assuntos se constituem até hoje elementos de doutrina cristã. Ele destacou o ensino sobre a Nova Aliança (2.12 a 4.6); o ministério da reconciliação dado a igreja (5.11-21) e assuntos relacionados com a obra expiatória de Cristo (4.8-12; 6.4-10).

Paulo deu um ensino sobre a administração financeira, ao falar das coletas levantadas em prol da obra, que serve de base para o ensino do assunto na igreja hoje (8.1 a 9.15). A defesa do seu apostolado tem um sentido histórico porque o modo como Paulo fez essa defesa valorizou o ministério pastoral e projetou o cuidado que se deve ter em relação à unção recebida. Quando atingida de forma irracional, essa unção se constitui numa muralha espiritual para aqueles que ministram a Palavra de Deus. Desrespeitar essa unção ofende ao Espírito Santo. Por isso, a autoridade apostólica é aquela que é exercida sob a égide do Espírito Santo.

Paulo era arguto nas ideias que defendia. Sua maneira de falar e de escreve± eram típicas de um coração tocado pelo Evangelho. Ao estudar suas cartas, entramos no seu coração. Vemos seus motivos, suas angústias, suas alegrias, seus temores, suas esperanças, seus sentimentos feridos, seu amor ardente. O estilo como se comunica é irregular, porque transparece um homem de temperamento forte e multo emotivo. A vivacidade do pensamento corre de um ponto para outro com rapidez.

Sua linguagem chega a ser pitoresca, porque abundam metáforas que ilustram as verdades que inundavam seu coração. É evidente que toda a carta foi escrita sob tensão e emoções profundas. Percebe-se, nos seus escritos, uma mescla de severidade e ternura, de exortação e louvor, de gratidão e indignação, de humilhação e exaltação. Todos esses elementos de sua personalidade e espiritualidade revelam um homem como nós, totalmente dependente do Espírito Santo para fazer a obra de Cristo. Acima de tudo, a paixão que o consumia era servir ao Senhor Jesus Cristo de corpo, alma e espírito.

Ensinador Cristão 1º. Trimestre 2010

Elienai Cabral é líder da AD em Sobradinho (DE), articulista, escritor e comentarista deste trimestre das Lições Bíblicas para Jovens e Adultos, que trata de 2Coríntios.