26 de abril de 2011

A IMPORTÂNCIA DOS DONS ESPIRITUAIS

A IMPORTÂNCIA DOS DONS ESPIRITUAIS


TEXTO ÁUREO = “Portanto procurai com selo os melhores daria, e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente” (1 Co 2.31).


VERDADE PRÁTICA = Os dons espirituais são faculdades da pessoa divina operando na Igreja, habilitando-a para o cumprimento da sua missão no mundo.


TEXTO BÍBLICO BÁSICO  = 1 Co 12.1-11


INTRODUÇÃO


Dentre as insondáveis riquezas espirituais que Deus coloca à disposição da Sua Igreja na terra, destacam-se os dons do Espírito Santo, apresentados pelo apóstolo Paulo como agentes de poder e de vitória a habilitarem a Igreja para o cumprimento da sua missão no mundo.


O QUE SÃO OS DONS ESPIRITUAIS


Não importa o que dizem os descrentes, argumentando contra a atualidade e a realidade do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais.  A Bíblia, que é nossa suprema autoridade, além de ser clara sobre essa matéria de fé, é confirmada por incontáveis testemunhos, que ratificam a validade da promessa pentecostal.


1. Definição. Os dons espirituais são dotações e capacitações sobrenaturais que o Senhor Jesus, por intermédio do Espírito Santo, outorga à sua Igreja, visando à expansão universal da sua obra e a edificação dos santos. Por intermédio deles, segundo o Espírito, o crente fala, conhece e age sobrenatural mente.


2. Origem. Ao contrário do que pensavam certos crentes de Corinto, os dons espirituais, embora diversos, são procedentes do Único e Verdadeiro Deus Triúno - o Espírito Santo (v.4), o Senhor Jesus (v.5), e Deus Pai (v.6). Antes acreditavam em diversos deuses (I Co 8.5,6).  Entretanto, foram eles ensinados, que há um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (II Co 13.13).


A ATUALIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS


1. O falso ensino dos cessacionistas. Deduzem, erradamente, que os dons espirituais cessaram após a era apostólica, pois o Evangelho, de acordo com a geografia daqueles dias, já havia chegado aos confins da terra (At 1.8; 13.47).


A Bíblia anula esse falso ensino. Interpretando equivocadamente as Escrituras, eles citam I Coríntios 13.8: “mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão (...)“. Eles se esquecem do versículo 10 que afirma:
“Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado”. Todavia, essa “era perfeita” ainda não começou; quando chegar, “então, veremos face a face” (v.12).


2. Os dons prometidos profética e historicamente. De conformidade com a profecia de Joel, o derramamento do Espírito Santo e a distribuição dos dons espirituais, seriam mais intensos nos últimos tempos (Jl 2.28,29).  Em Jerusalém, no Dia de Pentecostes, esta profecia cumpriu-se parcialmente (At. 2.16- 18). Desde então continua a cumprir- se onde quer que o evangelho seja ouvido e crido. Em nossos dias, o derramamento do Espírito recomeçou em 1 906, na Rua Azusa, em Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos da América, sob a liderança de Wiliiam joseph Seymour (1 870-1 922). Este pastor era metodista, oriundo do Movimento da Santidade, e filho de pais batistas de origem africana. Desde então, o pentecostalismo expandiu-se, chegando ao Brasil em 1910. No momento, a Assembléia de Deus no Brasil já começa a comemorar o seu primeiro centenário, que teve início em 1911.


OBJETIVOS DOS DONS ESPIRITUAIS


Deus concede dons primeiramente para a edificação da igreja, mas também para o progresso do crente (I Co 14.1-4). Os dons espirituais seguem-se ao batismo com o Espírito Santo: “e falavam línguas e profetizavam” (At 19.6). Não o contrário.


1. Objetivos congregacionais. Os dons espirituais, principalmente os de expressão verbal, visam à edificação, consolação e exortação do povo de Deus.
O capítulo 14 de I Coríntios discorre amplamente sobre o assunto. O termo “edificar” é ali empregado constantemente.


2. Objetivos individuais. Os dons espirituais não devem ser usados para o nosso deleite, mas para o enriquecimento de nossa vida cristã: “O que fala língua estranha edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja” (I Co 14.4).
Quando alguém é batizado com o Espírito Santo e fala em línguas, em seu espírito ora, exalta e louva a Deus secretamente. É um relacionamento íntimo entre o salvo e Deus. Ninguém o entende, a não ser Deus (I Co 14.2).


OS DONS DE MANIFESTAÇÃO VERBAL


Os dons de expressão verbal são os mais destacados na igreja. Ocupam o maior espaço no capítulo em estudo, o qual trata primariamente da operação dos dons “decentemente e com ordem” (v.40). Esses dons se manifestam sobrenaturalmente através de mensagens orais, segundo a orientação do Espírito Santo.


1. Dom de variedade de línguas. Através do dom de variedade de línguas, os crentes, em espírito, oram, adoram e louvam a Deus de modo sobrenatural.  É uma comunicação direta com Deus, mediante o Espírito Santo, sem quaisquer impedimentos (I Co 14.2).


2. Dom de interpretação de línguas. É evidente que este dom opera juntamente com o dom anterior, formando ambos uma profecia (vv.5,1 3, 27,28).


3. Dom de profecia. A profecia, como dom de expressão verbal, é enunciada claramente no idioma de quem a profere, “para edificação, exortação e consolação” de todos (v.3).  O dom de profecia, hoje, não tem a mesma autoridade canônica das Escrituras (II Pe 1 .20), que são infalíveis. A profecia atual deve ser julgada (I Co 14.29).


OS DONS DE SABER


Por intermédio dos dons de saber, a Igreja de Cristo manifesta sabedoria, ciência e discernimento sobrenaturais. Eles são de grande necessidade aos santos, habilitando-os a entenderem muito mais e a combaterem os espíritos do erro e suas artimanhas por toda parte. Considere-se a proliferação, inclusive dentro das igrejas, de falsas doutrinas, de imitação dos dons, de modernismos teológicos, de inovações antibíblicas, de falsos avivalistas, de “milagreiros” ambulantes, etc.


1. O dom da palavra da sabedoria (I Co 12.8). E o saber extraordinário e sobrenatural, outorgado diretamente pelo Espírito. O profeta Daniel tinha deste dom, segundo relata o escritor sagrado (Dn 1.17; 5.11,12; 10.1).


2. O dom da palavra da ciência (v.8). Este dom provê um conhecimento extraordinário e sobrenatural. Ele certamente operava nos profetas Eliseu (II Rs 5. 25,26) e Aías (I Rs 14.1-8).


3. O dom de discernir os espíritos (v.10). É a identificação sobrenatural de operações de espíritos quanto á sua origem e intenções: espíritos enganadores, demoníacos e humanos. É um dom defensivo que evita que sejamos enganados pelo adversário. Paulo tinha o dom de discernimento de espíritos (At 16.16-1 8).


OS DONS DE PODER


Mediante os dons de poder, a autoridade e o poder divinos manifestam- se no crente de maneira sobrenatural sobre o mundo físico. Esses dons são: Fé, Curas, e Operação de Maravilhas.


1. Dom da fé (v.9). É a operação sobrenatural da fé para a realização de coisas tidas como impossíveis na expansão do Reino de Deus. O profeta Elias tinha o dom da fé segundo o relato dei Reis 1.10-1 2.


2. Os dons de curar (v.9). É um dom plural na sua constituição e operação.
A palavra “curar” está no plural no texto grego, indicando diferentes “curas” para vários tipos de moléstias ou enfermidades.


3. Dom de operação de maravilhas (v.10). Estes dois vocábulos que designam este dom, no original, estão no plural. São operações de milagres extraordinários, surpreendentes e espantosos para levar os incrédulos à conversão; convencer os céticos e fortalecer os crentes fracos e duvidosos quanto à suficiência infinita de Deus.  Ver Jo 6; At 8.6,13; 19.11 ;Js 10.12-14. Moisés, Elias, Eliseu, Paulo, e inúmeros outros servos de Deus tinham esse dom.


O QUE SÃO OS DONS DO ESPIRITO


Enquanto “o falar em línguas” tem um caráter individual e é proveitoso para aquele que fala, “os dons” são manifestos para benefício da igreja local, isto é, da congregação.


1. Os diferentes tipos de dons espirituais citados na Bíblia.


a) Dom do Espírito Santo. A palavra “dom” no Novo Testamento às vezes aparece no singular, referindo-se à entrada do Espírito na vida do pecador arrependido, mas também pode referir-se ao batismo no Espírito Santo como em At 2.4,38; 10.44-46.


b) Dons do Espírito Santo (1 Co 12.7-11). A palavra “dons” indica as distintas manifestações do Espírito Santo na vida da Igreja. São capacitações sobrenaturais do Espírito para fortalecer, prevenir e edificar os crentes em Cristo.


c) Dom de Deus (Jo 4.10). Refere-se à dádiva suprema do amor divino, que foi o seu Filho Jesus para salvação da humanidade (Jo 3.16; Rm 6.23).


d) Dons de Cristo (1 Co 12.5; 4.11-13). São dons ministeriais, entregues à Igreja para o aperfeiçoamento dos santos.


2. São manifestações do Espírito Santo


Os dons operados pelo Espírito Santo são “manifestações” especiais na vida da igreja local, que capacitam seus membros em particular. A palavra “manifestação” é literalmente no original, “tornar claro”, “fazer conhecido”. As manifestações do Espírito Santo através dos dons espirituais revelam as obras que Ele quer realizar através dos crentes.


 OS OBJETIVOS DOS DONS ESPIRITUAIS


1. Promover a unidade do Corpo de Cristo (1 Co 12. 12, 13). Os dons espirituais visam promover a unidade da Igreja no sentido espiritual, mas também socialmente, pois a operação dos dons dinamiza a comunhão entre os crentes. No aspecto físico, o sangue e o espírito são dois elementos que mantém a unidade do corpo humano. O sangue está espalhado em todo o corpo e atinge todos os membros. O espírito não se localiza em determinado órgão, mas está em todo o corpo. Assim sendo, o sangue de Jesus (isto é, a sua eficácia) está em todo o Corpo de Cristo, a Igreja, e o Espírito manifesta- se através dos dons para manter e fortalecer o corpo de Cristo.


2. Promover a diferença e a funcionalidade dos membros do Corpo e Cristo (1 Co 12.14-16,27). A Igreja é um corpo com muitos membros, e todos são indispensáveis para o seu perfeito funcionamento. Cada cristão é parte integrante da Igreja, e os dons são concedidos para o perfeito exercício do corpo; não são independentes e atuam pelo bem dos demais. Cada membro tem a sua função, e quando dotado de um dom espiritual, trabalhará para beneficiar a todos. A diversidade dos dons existe dentro da unidade do corpo (1 Co 12.4). Os dons emanam de uma mesma fonte: “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo” (1 Co 12.4). É Ele quem utiliza os dons conforme a sua soberana vontade. Os dons não são para a exaltação das pessoas, nem para a sua individualização.


FALSOS CONCEITOS QUANTO AOS DONS ESPIRITUAIS


Ao longo destes últimos setenta anos, desde o início do Movimento Pentecostal, aqueles que procuram combatê-lo, têm inventado as mais variadas e absurdas teorias quanto aos dons do Espírito Santo. Dentre essas teorias se destacam as seguintes:


I. Os dons eram restritos à era apostólica. Os que defendem esta teoria afirmam que os sinais sobrenaturais e os dons do Espírito Santo foram enviados com o propósito exclusivo de confirmar a divindade de Jesus Cristo, e autenticar os primeiros pregadores do Evangelho e sua mensagem. Argumentam também que a necessidade de tais manifestações sobrenaturais cessaram depois de completado o Novo Testamento.


2. Os dons hoje são habilidades naturais. Isto é, Deus premia algumas pessoas privilegiadas, dando- lhes dotes especiais. Por exemplo: pessoas com a habilidade fora do comum para lingüística, como Ruy Barbosa, têm o dom de línguas e de interpretação; quem tem mãos habilidosas e grandes capacidade como cirurgião, tem o dom de curar; quem mostra erudição na pregação, tem o dom da profecia; e assim por diante.


3. Os dons são Inalcançáveis. Os que advogam esta interpretação dizem que os dons são tão grandiosos e santos na sua essência, que ninguém está suficientemente preparado para merecê-los; portanto ninguém os possui.


AS FUNÇÕES DOS DONS


Paulo faz um contraste entre o valor das línguas e o da profecia em quatro funções diferentes, em 1 Coríntios 14: o ensino (vv. 6-12), a adoração (vv. 13-19), os sinais para o descrente (vv. 19-25) e o ministério à igreja local (vv. 26- 33). Ele admoesta contra o abuso dos dons e oferece diretrizes positivas ao seu exercício. Resumi abaixo as instruções essenciais.

A comunicação é complexa. A comunicação nítida fortalece (14.3). E fácil entender erronearnente intenções, atitudes e palavras. Somos imperfeitos. E por isso que os dons precisam ser exercidos com amor. Os coríntios, egoístas, fingiam-se ultra-espirituais e abusavam das línguas estranhas. Surgiram muitos problemas. Paulo reenfatiza a necessidade da clareza na orientação e instrução. Por isso, toma a profecia como exemplo para representar todos os dons exercidos no idioma conhecido. As línguas estranhas, quando interpretadas, incentivam a congregação a adorar (1 Co 14.2,5,14,15) e se constituem num dom tão válido quanto a profecia. Não há fundamento bíblico para classificar os dons como superiores ou inferiores.


Cada dom desempenha uma tarefa única e incomparável, se comunicado corretamente. Paulo oferece a analogia da flauta, da cítara e da trombeta tocadas sem um som nítido: não há benefício para o ouvinte. Na assembléia local, precisamos transmitir com nitidez a orientação divina, o que Deus está dizendo a todos nós Paulo tinha em alta estima o dom de línguas para a adoração (1 Co 14.2), a edificação do indivíduo (14.4), a oração (14.4), a ação de graças (14.17) e como sinal para o incrédulo (14.22). Paulo orava em línguas, cantava em línguas, louvava em línguas e falava em línguas (14,13-16). Na realidade, falava em línguas ainda mais que os exuberantes coríntios. Ele fala do valor de louvar e orar com o Espírito e também com o entendimento.


Os coríntios haviam exagerado no uso do dom de línguas. Alguns talvez acreditassem que falavam línguas angelicais (1 Co 13.1). E possível que os cultos tenham sido dominados pelas línguas (14.23), e parece que os que falavam em línguas interrompiam uns aos outros para entregar suas mensagens, sem interpretação (14.27,28). Há uma pergunta fundamental a respeito dessa passagem. Estaria Paulo encorajando ou desencorajando períodos de adoração em que todos na assembléia falam em outras línguas? Duas opiniões são sustentadas a respeito de 1 Coríntios 14.23,24. Uma delas é que Paulo estava reduzindo ao mínimo o uso do dom das línguas e que nunca, por nenhum motivo, deveria haver mais que duas pessoas (ou no máximo três) falando num culto.

Assim fica excluída a adoração pública em línguas. Segundo esta opinião, Paulo faz uma concessão mínima àqueles em Corinto que falavam em línguas.
Uma segunda opinião considera que 1 Coríntios 14.23- 24 consiste em duas declarações paralelas: todos falam em línguas; todos profetizam. Se 14.23 significa que todos falam línguas estranhas ao mesmo tempo, obviamente 14.24 refere-se a todos profetizando ao mesmo tempo. Obviamente, 14.24 não pode significar isso. Todos profetizando ao mesmo tempo seria confusão ou mesmo demência. Paulo certamente permite às pessoas profetizarem “uns depois dos outros” no ministério à congregação (1 Co 14.3 1). E, se a profecia representa todos os dons no idioma conhecido, outros dons também podem ser ministrados profeticamente.


A única limitação imposta às mensagens proféticas é que seja feito “tudo decentemente e com ordem”. Os coríntios não deveriam consumir a totalidade do horário falando “uns depois dos outros” em línguas. Há um limite de duas ou (no máximo) três expressões em línguas com interpretações (14.27). O propósito básico das línguas estranhas com interpretação é adorar a Deus e encorajar os outros a fazer o mesmo. Se uma congregação está disposta a adorar, não serão necessárias mais que duas ou três exortações para situá-la nesse propósito.


Em Atos 2.4, 10.44-46 e 19.6, vemos que todos falavam em línguas na adoração coletiva. Nenhuma interpretação é mencionada. A interpretação sem preconceitos de 1 Coríntios 14.2,22-25 não pode negar que todos adoravam em línguas ao mesmo tempo. Paulo e Lucas não se contradizem mutuamente.

Se o propósito primário das línguas é louvar a Deus, as línguas com interpretação encorajarão as pessoas a adorar. Assim, recusar às pessoas a oportunidade de adorar a Deus em línguas parece uma contradição. Nesse caso, Paulo estaria dizendo: “Adorem com o entendimento na assembléia, mas não no Espírito. Somente duas ou três pessoas têm licença para aquela experiência”. Que diremos das reuniões em que a oração é o tema principal na agenda? Ou das reuniões que visam encorajar os outros a receber a plenitude do Espírito? Ou dos momentos de pura celebração espiritual? Quando Deus nos toca, no meio de qualquer assembléia pública, nós correspondemos. Essa nossa resposta, no entanto, não deve atrair sobre nós mesmos qualquer atenção indevida.


O reavivamento pentecostal/carismático no mundo inteiro jamais se desculpou pela celebração espiritual genuína. Tem, sim, encorajado a adoração sincera. O espírito do indivíduo não é abafado pelo coletivo. Pelo contrário, é plenamente aproveitado no Corpo, com o devido controle. O dom de línguas não está limitado aos devocionais particulares. Pelo contrário, aprendemos no modelo da adoração pública a maneira de adorar em particular. Se todos entendessem que há ocasiões diferentes para se louvar a Deus, não existiria nenhuma confusão.


Todos os dons têm valor como sinal e valor no seu conteúdo. No dom de línguas, destaca-se o aspecto de sinal: desperta a atenção. Na profecia, o conteúdo, embora em certos casos tenha grande valor como sinal. Ela confronta as pessoas com a Palavra de Deus e as convida ao arrependimento.
Palmer Robertson ressalta: “As ‘línguas’ servem como indicador; a ‘profecia’, como comunicador. As ‘línguas’ chamam a atenção aos atos poderosos de Deus; a ‘profecia’ conclama ao arrependimento e à fé como forma de corresponder aos atos poderosos de Deus”.


As curas têm valor como sinal para os que observam, e valor de conteúdo para os que são curados. As palavras de sabedoria e conhecimento destacam muito mais o valor do conteúdo, embora às vezes tenham grande valor como sinal.
E uma questão pragmática — o que Deus está fazendo e o que é necessário à situação. Embora nada possa substituir a Palavra de Deus nem valer mais que ela,38 Deus continua falando às igrejas e às necessidades individuais. Reunimo-nos para ouvir a mensagem de Deus. Ele fala à nossa situação presente através da sua Palavra e do corpo de Cristo. Se todos comparecermos com a disposição de ministrar dons e surgir a oportunidade, o ministério poderá fluir livremente. O ambiente ideal para esse ministério é o pequeno, tal como um grupo familiar. Horários apertados, grandes multidões e membros acanhados são obstáculos (14.26).


Paulo guiava a igreja em Corinto com mão firme. Muitos estavam unidos contra ele. Alguns coríntios julgavam-se ultra-espirituais, pensando que o Reino já havia chegado e que não haveria necessidade de ressurreição para quem realmente tivesse fé. Somente eles tinham a manifestação mais plena dos dons. Mas Paulo não reage fortemente contra eles. Oferece diretrizes positivas. A primeira é que a profecia precisa ser comunicada com clareza, a fim de fortalecer, encorajar e consolar (14.3).


A segunda diretriz a ser considerada consiste nas necessidades dos crentes, dos incrédulos e dos interessados. Os crentes precisam ser instruídos e edificados (14.1-12), render graças juntamente com os outros crentes (14.17), tornar-se maduros no pensamento (14.20), ministrar vários dons (14.26-33), avaliar os dons (14.29) e ser discipulados (14.31). Os incrédulos precisam compreender o que está acontecendo num culto (14.16),tomar conhecimento do fato de que Deus está falando (14.22) e ter os segredos do coração desvendados diante de Deus (14.25), a fim de serem levados à fé. Os interessados, que buscam a Deus, precisam compreender o que está acontecendo no culto (14.16), sem
ficar confusos (14.23), e saber que Deus está verdadeira- mente entre nós (14.25).


A terceira diretriz é a importância de não reagir. Paulo aconselha aos coríntios: “Procurai com zelo os dons espirituais” (14.1), canalizando esse zelo para a edificação da Igreja (14.12), e não proibindo o falar em outras línguas (14.39). O medo de cair em extremos freqüentemente leva as igrejas a recuar diante da aceitação de um ministério completo de dons. Nesse caso, o nenê é jogado fora junto com a água suja do banho, o fogo é evitado por causa da possibilidade de fogo-fátuo ou, conforme diz o provérbio chinês, podamos os dedos dos pés a fim de fazer o sapato servir.


Por outro lado, seguir zelosamente uma posição teológica sem fundamento bíblico é prejudicar o próprio reavivamento, que todos estamos buscando. As vezes condenamos sem misericórdia, de modo farisaico, os que cometem enganos. E assim, desanimamos outras pessoas que querem ministrar com os dons. O medo exagerado de erros pode nos deixar sem a bênção de Deus. Precisamos de teologia sólida como base.


Mas também devemos ensinar com amor, testar as revelações à luz da consciência espiritual que outros membros maduros do corpo de Cristo possuem e aprimorar (ao invés de repudiar) os dons genuínos do Espírito (14.39,40).
A quarta diretriz é a prestação de contas. Na totalidade do capítulo, Paulo revela que os modos de corrigir os exageros são: o exercício saudável dos dons, a avaliação e a prestação de contas. Somos responsáveis uns diante dos outros.


No culto de adoração, a prioridade suprema é edificar os outros. Nossa vida, nossa metodologia e nossas expressões vocais devem ser levadas adiante, no contexto do que Deus está fazendo na Igreja, e sujeitas espontaneamente à avaliação do corpo dos fiéis. Exageros surgem quando as pessoas exercem dons ou fazem declarações sem ter de prestar contas a ninguém.


CONCLUSÃO


A Igreja atual sem a operação dos dons em sua vida íntima é como um motor sem combustível. Por isso, negar a sua evidência e operosidade é tornar a Igreja incapaz de cumprir a sua missão na terra. Todos os dons espirituais são necessários e imprescindíveis tanto para a Igreja como um todo como para os seus membros em particular. Por isso, devemos buscar com zelo os dons espirituais. Afinal, eles são uma grandiosa dádiva da graça divina ao nosso dispor.



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Teologia Sistemática – Stanley M. Horton
Lições bíblicas CPAD 1988
Lições bíblicas CPAD 2009


20 de abril de 2011

Espírito Santo: Agente capacitador da obra de Deus


 “Espírito Santo: Agente capacitador da obra de Deus’’.

Introdução

O espírito Santo reveste o crente com poder para que este faça a vontade de Deus; para fazer a Sua obra. Que podemos fazer sem o “poder do Espírito”? Nada! Precisamos do poder de encorajamento, de renúncia, de amor, para fazermos a obra de Deus. Os discípulos de Jesus, enquanto não foram revestidos do poder, estavam assustados, com medo de morrer e escondidos.
No dia de Pentecostes foram “cheios do Espírito” e suas vidas se tornaram poderosas, corajosas e atuantes. Receberam uma dinâmica espiritual capaz de vencer todos os obstáculos. Fazer o Serviço de Deus sem estarmos preparados para fazê-lo é correr o risco de não fazermos nada, isto é, não frutificará o que nos propusermos a fazer.


I.                   Relacionamento do Espírito Santo com a humanidade.


a.      O espírito Santo operando em nossas faculdades mentais.
Depois do homem ser convencido pelo Espírito Santo a render-se ao Senhor e Salvador Jesus Cristo, umas das primeiras atividades do Espírito na nova vida é confirmar a Salvação recebida. “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16). Paulo está declarando que existe um “testemunho conjunto”, entre o Espírito de Deus e o espírito humano (ou a consciência).
Esta é uma certeza e confiança que só o Espírito Santo pode conceder. Sem essa certeza, nossa Salvação seria superficial. A alegria que reina no coração do crente vem do fat da absoluta certeza e convicção de que está salvo. É o espírito dentro do crente quem fortifica essa confiança na Salvação recebida. Quem salva é Jesus e quem dá a certeza da salvação é o Espírito Santo.

b.      O espírito operando nos sentimentos e vontades.

O espírito habilita o crente, preparando-o para a vitória sobre o poder do pecado. Por si mesmo, o crente não encontra meios de vencer o pecado ao seu redor. Ele precisa de meios de vencer o pecado ao seu redor. Ele precisa de poder para vencer o pecado nas suas inumeráveis investidas. Para que vença, é preciso “andar no Espírito”, como diz a palavra de Deus: “Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segunda a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.4).

A partir do momento em que uma pessoa torna-se “nova criatura”em Cristo, o Espírito que nela habita guiará essa pessoa conforme os ditames da Palavra de Deus. Todas as respostas, todas as diretrizes para a vida cristã estão na Bíblia, e o Espírito Santo as tornará vivas e poderosas. Ser guiado através da Palavra de Deus pelo Espírito é viver segundo o Espírito – “mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus” (I Co 2.12). 

c.       O Espírito Santo e a adoção.

“A palavra de Deus diz que todo aquele que tem o fruto do Espírito é um filho de Deus, a experiência, ou a consciência interior, me diz que eu tenho fruto do Espírito; consequentemente, concluo de forma racional: Portanto, sou um filho de Deus” (J. Wesley).
Só o Espírito Santo pode dar convicção ao homem que mediante o sangue de Cristo fomos feitos filhos de Deus. E o primeiro privilégio de um filho adotado é chamar Deus de Pai. Pela presença interior de Cristo e pela obra do Espírito Santo, a nossa filiação se torna um experiência abençoada de comunhão com Deus. O segundo privilégio do filho adotado é que ele se torna herdeiro da riqueza do Pai adotivo.

“E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8.17). Não existe o compartilhar da glória de Cristo, a menos que exista o compartilhar dos seus sofrimentos. Os sofrimentos, e depois a glória, constituem a ordem indicada no caso de Cristo (1 Pe 1:11). A mesma coisa se aplica àqueles que são seus co-herdeiros, porém, o Espírito de Deus nos fortalece e nos ajuda intercedendo por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8:26).


II.                O Espírito Santo na vida do Crente.

a.      A presença constante do Espírito Santo.

Na conversão, nós, crendo em Cristo, recebemos o Espírito Santo e nos tornamos co-participantes da natureza divina. O Espírito Santo é o agente da nossa santificação. Na conversão  o Espírito Santo passa habitar no crente, que começa a viver sob sua influência santificadora que nos purifica, dirige e nos liberta da escravidão do pecado. “Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus e que não sois de vós mesmos?” (Co 6.19).
Porque o Espírito Santo habita em nós, nosso corpo nunca deve ser profanado por qualquer impureza ou mal. Devemos deixar que o Espírito Santo molde nosso caráter para produzirmos os “frutos do Espírito”. “Mas o fruto do Espírito é caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei” (Gl 5.22-23).

Não devemos querer separar ou isolar as partes material e espiritual, o corpo e o espírito. Deus tem interesse em que corpo, alma e espírito sejam cheios da sua plenitude. Nosso espírito é o lugar da habitação, o centro e o trono do Espírito Santo, mas nosso corpo é o seu templo.


b.      O desenvolvimento da relação com o Divino Espírito Santo.

Uma das tarefas do Espírito Santo é criar nos filhos de Deus a convicção da filiação e de amor filial que o leva a conhecer Deus como Pai. “E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de Seu filho, que clama: Aba, Pai” (Gl 4.6). O termo “aba” é aramaico e significa “Pai”. Era a palavra que Jesus empregava quando se referia ao Pai Celestial. A combinação da palavra araica “Abba” com a palavra grega que significa “Pai” (Pater), expressa a grande intimidade, a profunda emoção, o anelo, o afeto e a confiança mediante os quais o Espírito Santo nos leva a clamar a Deus.


c.       Ser “cheio do Espírito Santo”.

“Todavia, Saulo, que também se chama Paulo, Cheio do Espírito Santo [...]” (At 13.9).
Mesmo quem foi batizado no Espírito, com Paulo o foi (At 9.17), deve ser sempre renovado, estando sempre cheio do Espírito. Existem ocasiões que necessitamos de poder extraordinário do Espírito para o enfrentamento da oposição ao evangelho ou atividade satânica e para avançar anunciando o evangelho.


III.             O batismo com o Espírito Santo capacita-nos a fazer a obra de Deus.


a.      Intrepidez para testemunhar.

Quando Daniel Berg esteve no Brasil pela última vez, antes de passar para o Senhor, lhe perguntaram qual era o segredo do crescimento das Assembleias de Deus no Brasil, e ele simplesmente respondeu: “É o Espírito Santo. É o Espírito Santo que batiza os crentes e eles saem pregando o Evangelho e ganhando almas para Jesus. É esse o Segredo”.
Quando a terceira pessoa da trindade encontra espaço em nossas vidas par atuar, o resultado não pode ser diferente; alegria contagiante que emana da alma, dedicação em profundidade, disposição para o serviço do Senhor e o desejo de compartilhar a fé e passar a fazer parte da vida crente.
As experiências dos irmãos no Dia de pentecostes explicam as maneiras de a “Grande Comissão” alcançar sucesso nos nossos dias. Aquele original derramamento do Espírito Santo trouxe ousadia sobrenatural para testemunhar. O segredo que nos move para anunciar o Evangelho é estarmos cheios do Espírito.


b.      Formação de discípulos.

Seguir os passos de Jesus é nos tornarmos seus discípulos. Aceitar Jesus como Salvador e Senhor requer não somente crer na veracidade do evangelho, mas também assumir o compromisso de sepultá-lo com abnegação. Só o crente cheio do Espírito Santo pode a cada dia “negar a si mesmo e tomar a cada dia a sua cruz”. ( Lc 9.23).
É realmente nossa obrigação anunciar o evangelho. O senhor Jesus, depois de sua ressureição, procurou os seus discípulos, a quem declarou: “É me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide, fazei discípulos (Mt 28.18-19). Eis a nossa responsabilidade pessoal. E para nos dar autoridade para sermos testemunhas foi que Jesus rogou ao Pai que enviasse o Consolador, o Espírito Santo. Que busquemos um reavivamento neste ano do centenário das Assembleias de Deus no Brasil, para que, movidos pelo Espírito Santo, anunciemos com ousadia o evangelho.


c.       Chamados para servir.

A Bíblia nos afirma que todos os crentes são chamados para servir a Deus, e todos têm uma função específica a cumprir. Em sua primeira Epístola Universal, o apóstolo Pedro afirma que todos os salvos fazem parte do Sacerdócio espiritual, cuja tarefa é anunciar as virtudes de Deus.
“Vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação Santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (I Pe 2.9). A Igreja primitiva encarou com seriedade a ordem de Jesus e usaram dons e talentos para servirem ao Senhor e principalmente anunciar o Evangelho, mesmo com risco às suas vidas.
“Servindo de boa vontade, como ao senhor e não como aos homens”(Ef 6.7). Devemos servir ao Senhor com o coração íntegro e mente disposta, pensando somente em como agradar a Deus.
Infelizmente as Igrejas estão cheias de pessoas que lá vão somente para se servirem das bênçãos que Jesus lhes pode oferecer. Querem apenas o que lhes interessa. Que Deus nos ajude a “Celebrar com júbilo e servi-lo com alegria” (Sl. 100).


IV.             Conclusão.

A igreja realiza um grandioso serviço, quer no sentido espiritual ou filantrópico; todavia, é preciso muito cuidado para que não seja negligenciada sua principal missão: ganhar almas através da evangelização.
O profeta Daniel já afirmava que “os ganhadores de alma refulgirão como estrelas” (Dn. 12.3), e Paulo esclarece que os ganhadores de alma receberão a coroa de glória: “Porque, qual é a nossa esperança, gozo ou coroa de vitória? Portanto não o sois vós também diante de nosso Senhor Jesus Cristo em sua vinda?” (I Ts 2.19).
Que Deus nos faça, através do Espírito Santo, verdadeiros ganhadores de almas!

Elaboração por:- Jaquesilene Silva

Igreja Evangélica Assembléia de Deus

Dourados - Ms