30 de maio de 2019

A ARCA DA ALIANÇA


A ARCA DA ALIANÇA

TEXTO ÁUREO

“Pendurarás o véu debaixo dos colchetes e trarás para lá a arca do Testemunho, para dentro do véu; o véu vos fará separação entre o Santo Lugar e o Santo dos Santos.” (Êx 26.33 - ARA)

Verdade Prática

Por meio de Cristo Jesus, podemos encontrar-nos com o Deus santo e misericordioso.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Êx 37.1-5: A construção da Arca da Aliança
Terça - Dt 10.1-5: A Arca da Aliança guardava a Lei de Deus
Quarta - Dt 10.8: A tribo de Levi é vocacionada para conduzir a Arca
Quinta - Hb 6.18-20: Jesus, o nosso Sumo Sacerdote
Sexta - Hb 9.15-20: A obra perfeita de Cristo
Sábado - Nm 7.89: A voz de Deus vinha de cima do propiciatório da Arca
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Êxodo 25.10-22

HINOS SUGERIDOS: 252, 267, 293 da Harpa Cristã
                                                            Introdução

Não pretendo espiritualizar arca da Aliança", mas não posso descartar o seu simbolismo com a humanização de Deus na pessoa de Jesus. A Arca era o ponto central e o foco principal para todo o Israel. Dentro do tabernáculo, ela ficara no Santo dos Santos, onde apenas o sumo sacerdote poderia entrar uma vez por ano, no Dia da Expiação, para aspergir o sangue do sacrifício sobre o propiciatório.

A Arca era uma caixa de madeira de acácia, toda forrada de ouro por dentro e por fora, com uma bordadura em volta também de ouro. A arca tinha quatro argolas e dois varais que não poderiam ser retirados do lugar. Tudo revestido de ouro. Os tipologistas bíblicos costumam dizer que a madeira da Arca simboliza a humanidade de Cristo e o seu ouro simboliza a divindade de Cristo. Paulo interpretou as coisas da antiga aliança como sombra das coisas que haviam de acontecer: " ... porque tudo isso tem sido sombra das cousas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo" (CI 2: 17). Quero sugerir que estudemos este assunto dando ênfase ao:

• simbolismo da Arca
• conteúdo da Arca
• propiciatório da Arca

Este tema, a ARCA DA ALIANÇA, é sempre muito interessante. Talvez você possa pesquisar' um pouco sobre a idéia que seus alunos têm sobre a arca. Faça perguntas assim.
a. O que significa a arca?

b. Por que havia tantos cuidados para transportar e guardar a arca?

c. A arca possuía algum poder?

I - O SIMBOLISMO DA ARCA

Peregrinação no deserto: " Partiram, pois, do monte do Senhor caminho de três dias; a arca da Aliança do Senhor ia adiante deles caminho de três dias, para lhes deparar lugar de descanso. A nuvem do Senhor pairava sobre eles de dia, quando partiam do arraial. Partindo a arca, Moisés dizia: Levanta-te, Senhor, e dissipados sejam os teus inimigos, e fujam diante de ti os que te odeiam". (Nm 10:33-35).

1. A Arca simboliza a DIREÇÃO de Deus na vida do povo (Nm 10:33-35)

Há várias passagens bíblicas que indicam a Arca como símbolo da presença de Deus. O povo de Israel tinha a Arca como referencial da direção de Deus em sua vida. Era assim que se comportavam os hebreus na

Fale sobre o primeiro significado da arca - a presença de Deus no meio do povo, chamando a atenção para o fato de que, nas caminhadas, a arca seguia sempre na frente do povo. Após estas considerações, pergunte a seus alunos.

a. O que simboliza a presença de Deus no meio de Sua Igreja, hoje?

b. Qual a posição de Deus na vida de Sua Igreja? Está adiante ou segue na retaguarda?

2. A Arca simboliza o PODER de Deus no meio do povo Os 3:6 e 15-16a)

Olhando para a experiência de Josué às margens do Rio Jordão podemos observar que a Arca era, também, um referencial do poder de Deus no meio do Seu povo. As algumas do Jordão transbordaram sobre suas ribanceiras quando ordenou Josué: " ... Levantai a arca da Aliança e passai adiante do povo. Levantaram, pois: a arca da Aliança e foram andando adiante do povo ... e, quando os que levavam a arca chegaram até o Jordão, e os seus pés se molharam na borda das algumas pararam se as águas, que vinham de cima " Os 3:6 e 15-16a).

Aborde o segundo item, falando do simbolismo do poder de Deus. Depois, pergunte.

a. O que acontece com o crente em relação às dificuldades da vida: busca o poder de Deus?

b. Que posição Deus deve ter em nossa vida, quando confiamos e cremos no Seu poder?

3. A Arca simboliza a PUREZA e SANTIDADE de Deus entre o povo (1 Sm 7:1-4) Finalmente, a Arca era para a casa de Israel um referencial de pureza e santidade. No tempo de Samuel a Arca ficou em Quiriate-jearim vinte anos. Foram vinte longos anos de profundas lutas espirituais para o povo, até que falou Samuel a toda a casa de Israel:

"Então vieram os homens de Quiriate-Jearim, e levaram a arca do Senhor à casa de Abinadabe, no outeiro; e consagraram a Eleazar, seu filho, para que [1uardasse a arca do Senhor.... Se é de todo o vosso coração que voltais ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos e os Astarotes, e preparai o vosso coração ao Senhor, e servi a ele só, e ele vos liv;ará da mão dos filisteus" (1 Sm 7:1,3).

II - O CONTEÚDO DA ARCA

Para que servia a Arca, além do seu simbolismo? A Arca era usada como depositário de três coisas importantíssimas na história de Israel. Eram elementos que fizeram parte da história desse povo.

1. As tábuas da Lei (Êx 25:16 e 21; 40:20; Dt 10:1-5).

Essas tábuas foram escritas por Deus no monte Sinai, na presença de Moisés, e elas deveriam acompanhar os filhos de Israel pelos séculos dos séculos. Diz o profeta Amós: "Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não de pão, nem sede de á[1ua, mas de ouvir as palavras do Senhor"(Am8:11).

Ao apresentar o primeiro elemento, chame a atenção dos alunos para as diversas maneiras em que a Palavra de Deus foi expressa para o Seu povo, a começar pelas tábuas da lei.

Esse maná, guardado no interior da Arca, trazia à memória do povo a provisão de Deus em tempos de angústia. Sugiro uma leitura do capitulo 6 do Evangelho de João. Observe a ênfase que Jesus dá ao pão da vida simbolizado no maná do deserto: " ... não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá". (Jo 6:32).

3. A vara de Arão (Hb 9:4-5; Nm 17:1-10). Dentro da Arca estava o símbolo da ressurreição e da vida. Era a vara de Arão, que depois de morta veio a florescer: "No dia seguinte, Moisés entrou na tenda do Testemunho, e eis que a vara de Arão, pela casa de Levi, brotara, e, tendo inchado os gomos, produzira flores, e dava amêndoas" (Nm 17:8). Disse Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida" (Jo 11 :25).

III - O PROPICIATÓRIO DA ARCA

A tampa da Arca era o propiciatório ( Êx 25:17-22). Um revestimento de ouro, formando uma só peça, cobria tampa, e dela se elevavam dois querubins de ouro maciço, estendendo cada um uma das asas sobre o propiciatório e olhando para dentro dele.
O propiciatório era o lugar da morada literal de Jeová entre o povo. Era sobre o propiciatório que era feita expiação da nação por meio do sangue aspergido pelo sacerdote.

Entre as tábuas da lei, no interior da Arca, e o pecador ficava o propiciatório, um tipo perfeito da pessoa de Jesus Cristo, que é o mediador entre Deus e os homens. Paulo coloca de modo claro esta tipologia quando diz: "Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem". (1Tm 2:5). A Arca sem o propiciatório estava incompleta. O propiciatório era, sem dúvida alguma, uma peça messiânica, apontando para o " ... Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" (Jo 1 :29).

Fale sobre o simbolismo da tampa da arca, o propiciatório, destacando que:

• era necessária a expiação porque o derramamento de sangue era necessário para remissão de pecados;

• o propiciatório apontava para Jesus.

CONCLUSÃO

"Todos quantos, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as cousas escritas no livro da lei, para praticá-las". (GI3:1O). Como é bom saber que entre nós e a Lei que condena está o propiciatório com o sangue da expiação! Jesus disse: "Não penseis que vim revogar a Lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir" (Mt 5:17).

Ele tornou-se o propiciatório que protege o pecador para que ele não venha a ser condenado. A teologia da Arca pode ser resumida em uma só palavra, que é EMANUEL, que quer dizer: "Deus conosco". (Is 7:14 e Mt 1 :23). Termino esta lição com o texto de Jo 1 :14: "f o verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai".


Por Ev. Isaias Silva de Jesus 

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério - Em Dourados – MS

Bibliografia

Livro O Tabernáculo, Cristo e o Cristão






21 de maio de 2019

O LUGAR SANTÍSSIMO


O LUGAR SANTÍSSIMO

TEXTO ÁUREO 

“Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos." (Hb 9.3)


Verdade Prática
Pelo sangue de Jesus Cristo, o véu da separação foi rasgado. E, hoje, temos liberdade e confiança para entrar ao trono da graça de Deus.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Êx 26.31-37: Descrevendo o lugar Santíssimo
Terça - Hb 9.6,7: O serviço dos sacerdotes
Quarta - Lv 16.2: O aviso de Deus para o sacerdote
Quinta - Hb 9.24-28: Jesus, o Sumo Sacerdote Eterno
Sexta - Mc 15.37,38: O caminho foi aberto para o Santíssimo
Sábado - Mt 27.51: O caminho foi aberto para a comunhão com Deus  

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Êxodo 26.31-35; Hebreus 9.1-5; Mateus 27.51

HINOS SUGERIDOS: 202, 545, 592 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Explicitar que temos a liberdade de entrar no "Lugar Santíssimo”.

 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Destacar o véu do Lugar Santíssimo;
Mostrar o propósito do véu interior;
Salientar como era o Lugar Santíssimo.

INTRODUÇÃO

O Lugar Santíssimo era, indubitavelmente, o principal lugar de toda a estrutura do Tabernáculo. Lá estavam a Arca da Aliança com seu propiciatório e os dois querubins com forma humana e protegendo aquele local. Era o lugar da habitação de Deus. Figuradamente, estava naquela Arca o Trono de Deus.

Depois da leitura do texto básico deste capítulo, podemos mentalmente descrever e pormenorizar todos os móveis contidos no Átrio, no Lugar Santo e no Lugar Santíssimo. Na parte exterior do Tabernáculo, a partir da porta do Átrio (ou Pátio), encontramos o altar do Holocausto e a Bacia do Lavatório. Em seguida, entramos no interior da Tenda do Tabernáculo e temos a primeira parte, que é o Lugar Santo, chamado Santuário.

Nessa parte, deparamo-nos com a Mesa dos Pães da Proposição, o Castiçal de Ouro e o Altar de Incenso em frente ao Véu de entrada para o Lugar Santíssimo. Depois do véu desenhado com querubins, estava o Lugar Santíssimo, no qual estava a Arca do Concerto (também chamada de Arca da Aliança ou ainda Arca do Testemunho). Esse último lugar, o Santo dos Santos (ou Lugar Santíssimo) era o símbolo da santidade de Deus, que tornava inacessível a entrada de pecadores, senão através do sumo sacerdote.

1. O Véu do Lugar Santíssimo

O Véu Era uma Barreira ao Acesso à Presença de Deus

O segundo compartimento ocidental do Tabernáculo onde estava a Arca da Aliança tinha um véu azul como uma cortina que separava as duas partes do Santuário; era um símbolo da santidade de Deus inacessível aos pecadores. Ninguém podia ousar entrar no “Lugar Santíssimo”, até que Jesus enfrenta o Calvário e faz-se o cordeiro expiador.

Quando Cristo expirou “lá fora” na cruz, o seu espírito entrou no Lugar Santíssimo com o seu próprio sangue expia- dor, porque Ele fez-se o Cordeiro divino e, com o seu próprio sangue, adentra ante o Propiciatório e asperge-o sobre a Arca da Aliança, expiando a culpa do mundo todo (ver Hb 7.25- 27). Então, o véu rasga-se de alto a baixo e escancara o acesso à presença do Altíssimo. Antes, uma vez por ano, o sacerdote entrava com o sangue da expiação; agora, em uma só vez por todas, Cristo fez-se o Sumo Sacerdote e ministra com o seu próprio sangue (ver Hb 9.6,7).

O véu era uma cortina feita de linho fino branco tecido com fios que tinham as cores azul, púrpura e carmesim. Esse véu tinha o propósito de separar o Lugar Santo do Lugar Santíssimo, no qual estava a Arca da Aliança (Êx 26.33). Esse véu impedia a entrada de qualquer israelita, exceto a do sumo sacerdote, que podia entrar uma vez por ano, no dia da Grande Expiação. Esse véu, portanto, era uma barreira para o homem comum. Na língua hebraica, o vocábulo “véu” é paroketh, que advêm de uma raiz que significa “separar”.

O Significado do Véu Interior e seu Paralelismo com a Obra Expiatória de Jesus

No NT, esse mesmo vocábulo grego é katapetasina, que representa o véu interior, ou seja, a cortina entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo. Quando Jesus estava na cruz — e depois de expirar —, Ele ministrou intercessoramente no Lugar Santo no Altar de Incenso (Hb 7.25) e, depois, com seu próprio sangue, entrou no Lugar Santíssimo para ministrar por todo o mundo (ver Hb 9.6,7).

Um teólogo do passado chamado Truman fez um paralelo entre o Evangelho de João e o Tabernáculo, escrevendo assim:

Os capítulos 1 a 12 de João contêm o ministério público de Jesus, correspondendo ao Pátio, para o qual os israelitas traziam suas ofertas pelos seus pecados. Os versículos do capítulo 12.44-50 indicam as últimas palavras do seu ministério público.

O capítulo 13 tem relação com a necessidade de limpeza, e Cristo explicou-lhes essa necessidade dos seus discípulos passarem pela fonte de bronze ( o lavado de bronze ) como preparação para o ministério do Espírito Santo na terra depois que Jesus cumprir sua missão expiatória.
Os capítulos 14 a 16 sugerem que Cristo entra no Lugar Santo e ensina aos seus discípulos a necessidade de orar e o papel do Espírito Santo nesse lugar na vida da igreja futura.
O capítulo 17 apresenta Cristo a sós no Lugar Santíssimo, intercedendo em favor dos seus discípulos diante do Pai. Esse capítulo se revela como a oração sumo sacerdotal.

O Véu Tinha um Bordado Especial com a Figura de Querubins (Êx 26.31)

Alguns teólogos opinam que os querubins não representam seres humanos, nem anjos. Eles opinam que esses querubins representam as obras e as manifestações gloriosas do Espírito Santo na vida de Cristo, envolvendo seu nascimento, vida, ministério terrestre, morte e ressurreição do Senhor Jesus. Entretanto, discordamos dessa opinião e entendemos que os querubins são uma classe de anjos que servem aos interesses de Deus, protegendo seu Trono e manifestando a sua glória.

O que a Escritura do livro de Êxodo deixa claro é que os querubins são seres angelicais e independentes de qualquer forma física, mas que podem tomar a forma que quiserem para as manifestações do poder de Deus.

Deus ordenou a Moisés que fosse bordada à mão a figura de querubins, que tinham uma mistura de figura de homens e seres alados. Pergunta-se, qual a razão desses querubins naquele véu? A história celestial conta que um querubim havia recebido do Criador poderes especiais delegados por Deus de liderança angelical. No entanto, esse querubim chamado Lúcifer encheu-se de presunção e orgulho, querendo ser igual a Deus. Ele, então, foi expulso da presença do Senhor, tornando-se arqui-inimigo da Divindade (ver Ez 28.14). 

Sua queda desonrou toda a classe angelical. Os querubins são uma classe de seres espirituais diretamente ligados ao Trono de Deus. A figura dos querubins pintados naquele véu interior lembra ao homem que o Trono de Deus está protegido de qualquer contaminação do pecado. Por isso, eles foram esculpidos sobre o Propiciatório com as asas voltadas para a Arca da Aliança a fim de protegê-la (ver Êx 25.18-22).

As quatro Cores do Véu Compreendidas na Escritura de Filipenses 2.5-11

Essencialmente, o objetivo primário do Tabernáculo e seus móveis sagrados é tipificar a Cristo. Cada um dos tecidos que compunham o Véu entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo apontava para uma faceta do caráter leno de Jesus Cristo. As quatro cores falam, de fato, das glórias de Cristo segundo a compreensão que podemos ter do texto de Paulo aos Filipenses 2.5-11.

A cor azul indicava a fala de Jesus, “que, sendo em forma de Deus” (Fp 2.6), fez-se o Verbo divino que se fez carne, e isso revelava a Jesus como o Filho de Deus, a sua divindade.

A cor carmesim é identificada com o Cristo que “tomou a forma de servo”. Ela fala de Cristo como aquEle que se identificou como “o Filho do homem” e “o Servo sofredor”, que “aniquilou-se a si mesmo, [...] sendo obediente até à morte” (Fp 2.7,8).

A cor branca do linho branco revelava a imagem daquEle que se fez “semelhante aos homens” (Fp 2.7), sendo o servo perfeito de Deus no mundo dos homens.

A cor púrpura indicava a sua realeza, identificando-se com a Escritura que diz “que Deus o exaltou soberanamente” (Fp 2.9).

Outrossim, o Véu representava a carne de Cristo e expressava a sua humanidade (ver Êx 36.35). O trançado dos fios que formava o véu fala da união da natureza divina com a natureza humana na pessoa de Jesus, indicando a sua perfeição absoluta como Deus e como Homem. O texto de Hebreus 10.19,20 consuma essa tipologia quando diz: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne”.

II. O Propósito e a Temporariedade do Véu Interior

O Véu Era um Símbolo da Presença de Deus Ocultada dentro do Lugar Santíssimo

Reservava-se a Deus o direito de ocultar sua glória aos homens. A glória de Deus é mais que mera exibição de poder e majestade. Ela era a essência do seu caráter santo e singular, a qual o homem não tinha condições de suportá-la em pé. 

Quando Deus manifestou-se nas chamas da sarça no Monte Horebe, Moisés teve dificuldades em aproximar-se dela. Quando o Senhor ordenou a Moisés que fosse ao Egito para libertar o seu povo da escravidão egípcia, Moisés perguntou-lhe: “Eis que quando vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.


E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração” (Êx 3.13-15). Na chama de fogo na sarça, Deus ocultou a glória de sua presença, mas Moisés sabia que era o Deus de Israel.

Ora, ninguém podia ver a Deus e viver (ver Ex 33.20;Jo 1.18;), mas os homens podiam ver o Véu que indicava a presença divina no outro lado. Por isso, o Véu tipifica a carne de
Cristo Jesus, seu corpo, que “encobria” a presença divina (ver Jo 14.9; 1 Tm 6.16; Cl 1.15,16).

O Véu, com suas Cores Brilhantes, Impedia o Acesso à Presença de Deus (Lv 16.2; Hb 9.8)

Esse véu interior separava os dois lugares sagrados, o Lugar Santo do Lugar Santíssimo. No primeiro espaço (o Lugar Santo), era permitido aos sacerdotes comuns entrar. Era uma barreira para conhecer ao Deus eterno no Lugar Santíssimo, e Jesus explica esse fato quando diz: “Mas tudo isso vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou. Se eu não viera, nem lhes houvera falado, não teriam pecado, mas, agora, não têm desculpa do seu pecado” Jo 15.21,22).Jesus foi, indubitavelmente, a manifestação divina em carne (ver Jo 1.1-4,14).

O Véu Indicava o Caminho à Presença de Deus

Sabemos que o sumo sacerdote podia entrar, não por méritos pessoais nem pela formosura do Véu, senão mediante o sangue da expiação (ver Lv 16.15). Por isso, o sangue de Cristo é o único meio que nos permite entrar na presença de Deus (Ef 2.8,9; Hb 10.19,20).

III. Como Era o Lugar Santíssimo

O Lugar Santíssimo Era Quadrangular

O Lugar Santíssimo era também chamado “Santo dos Santos”. Era um lugar que tinha a forma de um cubo, medindo 1Ox1Ox1O côvados, ou seja, dez côvados de altura, dez de largura e dez de comprimento. As medidas do Lugar Santíssimo no sistema decimal possuem números diferençados, uma vez que pesos, medidas e valores hebraicos são obscuros, e o resultado sempre produz algumas pequenas diferenças numéricas.

Nas várias informações em Bíblias de Estudo, a medida de um côvado equivale a 44,4 cm, ou seja, a medida de dois palmos. Portanto, em números arredondados, a medida de um côvado equivale a 45 cm.

O Lugar Continha apenas um Mobiliário: A Arca da Aliança

O espaço do Lugar Santíssimo era menor que o Lugar Santo. o tamanho do lugar, independentemente das medidas decimais, era quadrado. O Lugar Santíssimo tinha uma medida certa, tipificando, assim, o Trono de Deus em Israel. Deus habitava com o seu povo, representado por esse lugar quadrangular. Essas medidas revelavam quatro dimensões da plenitude da glória de Deus naquele lugar. 

Essas dimensões foram reveladas a Paulo quando ele escreveu aos efésios: “Que Cristo habite, pela fé, no vosso coração; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade” (Ef 3.17,18)
.
O Lugar Santíssimo Representava o Lugar do Trono de Deus na Terra

Numa linguagem figurada, porém real, o Lugar Santo era, de fato, a antessala de acesso à Presença de Deus. Já a Arca da Aliança no Lugar Santíssimo tipificava essa presença, sendo a figura do Trono de Deus tipificada na terra — ainda que nada e ninguém possam conter nem confinar a Deus, muito menos num baú retangular laminado com ouro puro. A tipologia favorece a ideia de que o Trono da Divindade significa a sua soberania e autoridade, que não pode ficar confinada. 

Aquela Arca era a materialização do Trono de Deus, mas ninguém podia tocá-lo, nem vê-lo por qualquer imagem. Deus habita “entre os querubins” (Is 37.16). O acesso era precedido pela ministração do sumo sacerdote no “Lugar Santo”, onde ministrava as intercessões no “Altar de Incenso” em favor do povo e por si mesmo e onde comia dos “pães da proposição”. Então, com temor e tremor, o sacerdote podia adentrar e ultrapassar o Véu para estar diante de Deus junto à Arca da Aliança no Lugar Santíssimo.

O que Podemos Entender por Trorno de Deus naquele Lugar?

A Bíblia utiliza a linguagem figurada para ilustrar as coisas do céu. A ideia do Trono de Deus na terra refere-se, essencial- mente, à presença imanente de Deus no meio dos homens. Por causa do pecado e da própria santidade de Deus, sua presença ficava reservada ao sentimento de que Ele estava com o seu povo e permitia uma relação especial mediante um sacerdócio santo e separado. Nenhum homem comum podia adentrar esse lugar. A entrada no Lugar Santíssimo reservava-se ao sumo sacerdote, o qual, uma vez por ano, no grande dia da Expiação, entrava com vestimentas especiais em nome de todo o povo de Israel. Agora, na dispensação da plenitude dos tempos, o véu foi rasgado, e todos temos acesso ao Trono da Graça pelo sangue de Cristo Jesus.

Por Ev. Isaias Silva de Jesus 

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério - Em Dourados – MS

Livro O tabernáculo Símbolos da Obra Redentora de Cristo 1ª Edição CPAD 2019

15 de maio de 2019

O LUGAR SANTO


O LUGAR SANTO

TEXTO ÁUREO

“Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário.” (Hb 9.2)

Verdade Prática

Através de sua morte expiatória, Jesus nos garantiu o livre acesso ao Santíssimo Deus.
LEITURA DIÁRIA

Segunda - Êx 25.31-40: O Castiçal iluminava o ambiente
Terça - Jo 1.4-9: Jesus ilumina o homem
Quarta - Jo 8.12: A luz que dá vida
Quinta - Êx 29.1-9: Cerimônias da consagração
Sexta - Êx 37.25-28: O Altar de Incenso
Sábado - Hb 5.7; 1 Ts 5.17; Jo 17.1-9: Obra de sacrifício e oração

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Êxodo 25.23,30,31; 26.31-37; 30.1,6-8

HINOS SUGERIDOS: 90, 97, 252 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Conscientizar que devemos prestar um verdadeiro serviço e adoração a Deus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Conceituar o Lugar Santo;
Elencar as três peças que compunham o interior do Lugar Santo; Explicar o véu que demarca o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Na lição passada vimos que as cores das cortinas do Tabernáculo apontavam para a obra completa de salvação. Nesta lição, veremos a importância do serviço e da adoração a Deus refletida no Lugar Santo, um lugar de reverência e sacrifícios ao Altíssimo. Não podemos perder o senso de serviço e adoração divina. Uma vida piedosa é o que Deus requer de seus servos. Para isso, não precisamos de intermediários para entrar na presença de Deus. Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, nos abriu essa porta.


PONTO CENTRAL

Sejamos zelosos em nossa vida de serviço e adoração a Deus.

INTRODUÇÃO

O Santo dos Santos, também conhecido como Lugar Santíssimo, era a parte do templo onde ficava a Arca da Aliança, que representava a presença de Deus. No Antigo Testamento, somente o sumo sacerdote podia entrar no Santo dos Santos mas agora todos que creem em Jesus podem entrar na presença de Deus.

LUGAR SANTO UM LUGAR DE SERVIÇO E COMUNHÃO COM DEUS

O anteparo (Êx 26.36,37; 36.37,38). Essa peça, também chamada “véu exterior”, era colocada em frente ao tabernáculo. Tratava-se de um reposteiro de linho fino retorcido, bordado com estofo azul, púrpura e carmesim; sustentado por cinco colunas de madeira de acácia cobertas de ouro, com colchetes de ouro; firmadas sobre cinco bases de bronze, serviam de porta para a tenda da congregação. 

O anteparo também tipificava Cristo: a porta das ovelhas, o caminho e a verdade por onde todos têm de passar para alcançar a vida eterna (Jo 10.7-9; 14.6). O anteparo não servia apenas de entrada para o Lugar Santo, mas também de revelação das verdades declaradas pelo tabernáculo. 

O sacerdote, ao passar por essa cortina, encontrava-se face a face com os símbolos do Lugar Santo que simbolizava o Senhor Jesus Cristo, a revelação de Deus Pai, cheio de amor e graça, poderoso para salvar o mais vil pecador. Jesus é a expressão da verdade, o próprio Deus manifesto em carne, habitando entre os homens; o prometido Emanuel, o Deus conosco (Is 7.14; Jo 1.14).

Lugar Santo e o Lugar Santíssimo (Hb 9.6). O interior se dividia em duas seções separadas por uma cortina — o véu , que era suspensa por quatro colunas de ouro em capitéis do mesmo material e bases de bronze (Ex 26.36-37).

Lugar Santo ou Santuário. Era o lugar destinado t ministração do serviço, cuja entrada era permitida somente aos sacerdotes no desempenho de suas funções. Media dez metros e continha no lado norte a mesa dos pães da proposição, e no sul o castiçal ou candelabro; bem defronte ao véu estava o altar do incenso (Hb 9.7), que simbolizava a Igreja, a sala de espera dos homens.

O Lugar Santíssimo ou Santo dos Santos. Era o trono de Deus. Depois de oferecer o sacrifício no altar dos holocaustos por si e pelo povo, o sumo sacerdote entrava nesse recinto. Isso ocorria uma vez por ano (Hb 9.7). O Lugar Santíssimo ocupava um espaço menor que o santuário no interior do tabernáculo e nele estava a arca da aliança ou do testemunho (Êx 16.34; 25.16).

AS TRES PEÇAS QUE COMPUNHAM O INTERIOR DO LUGAR SANTO

Os mobiliários do lugar. O Lugar Santo era o espaço de preparação dos sacerdotes para a entrada na segunda divisão do Tabernáculo, o Lugar Santíssimo. No Lugar Santo, havia três peças que compunham um ambiente perfeito de oração, intercessão, adoração e louvor: o castiçal de ouro (candeeiro ou candelabro), a mesa para os pães da proposição e o altar de ouro para os incensos (este ficava no centro do Lugar Santo e de frente para o véu que dava para o Lugar Santíssimo).

O CASTIÇAL. Luz espiritual. Enquanto no pátio há a luz natural do Sol, da Lua e das estrelas, no Santuário brilha somente a luz do candeeiro, símbolo da iluminação do Espírito Santo. Quando crescemos em Cristo e assumimos nossa privilegiada posição de sacerdotes reais (I Pe 2.9), já não somos mais guiados pela nossa falível e enganosa mente racional (Jr 17.9), mas sim pela mente de Cristo (Rm 8.14; I Co 2.13-16), pelo Consolador que nos conduz em toda a Verdade (Jo 14.26; 16.13).

1. Tipologia geral

1.1 - Sua fabricação. O candelabro era feito de ouro batido, puro e maciço (Nm 8.4). O seu pedestal, as suas hastes, os seus copos, as suas maçãs e as suas flores formavam uma só peça.

1.2 - A tipologia de Jesus. O ouro batido representa os sofrimentos e a tristeza de Cristo ao ser esmagado pelas nossas transgressões (Is 53.5-6). O candelabro era sempre de ouro e refletia a glória de Jesus, porém para que ele ocupasse o seu lugar de porta- luz deveria ser submetido às marteladas. Cristo é o eterno Filho de Deus, mas para que se constituísse o Salvador da humanidade aceitou tornar-se o “homem de dores”, obediente até a morte de cruz (Is 53.3,4; Fp 2.8; Hb 12.2).

1.3 - Tipologia da Igreja. “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5.14; Lc 12.35; Fp 2.1-15). Os sete candeeiros ou lâmpadas mencionadas em Apocalipse também representam a Igreja (Ap 1.12,13,20; 2.5).

1.4 - Tipologia dos indivíduos. Ver João 5.35 e Filipenses 1.20.

1.5 - Tipologia de Israel. O candelabro também tipifica Israel (Zc 4).

2. Tipologia específica

2.1 - As hastes ou braços do candelabro. O candelabro tinha sete hastes ou braços: uma haste central e três de cada lado. A haste central representava Cristo. Ela era o apoio das outras, que por sua vez tipificavam a Igreja.

2.2 - As lâmpadas ou pavios. Em cada haste do candelabro havia uma lâmpada ou pavio que deveria estar aceso. Os pavios eram limpos com espevitadores. Havia também os apagadores especiais, todos de ouro puro (Ex 25.38; 37.22). A sujeira das lâmpadas representa as coisas que não glorificam a Deus em nossas vidas.

Todas as manhãs, o sumo sacerdote limpava os pavios, removendo o carvão produzido pela fuligem. Assim, quando estamos submissos à Palavra de Deus e ao poder do Espírito Santo, Cristo, o Sumo Sacerdote, remove diariamente todo “carvão” ou sujeira de nossas vidas. Deus nos disciplina, pois somos seus filhos (Hb 12.3-li). Ele nos submete à limpeza com os espevitadores, a fim de nos aperfeiçoar.

2.3 - Os enfeites do candelabro (Êx 25.31-40; 37.17-24). A haste central com quatro copos em formato de amêndoas, com as suas maçãs e com as suas flores e 12 frutos representavam uma árvore frutífera (Ex 37.20).

O número completo simbolizava Cristo que distribui à Igreja a seiva representada pelos dons e frutos do Espírito. As seis hastes laterais com os três copos a modo de amêndoas, uma maçã e uma flor em cada uma (3x3 = 9) e de cada lado representavam os nove dons do Espírito Santo, bem como os frutos destes concedidos à Igreja (1 Co 12.8-10; Gl 5.22,23).

2.4 - O óleo do candelabro (Êx 27.20). Era a substância usada no candelabro. Seu processo de produção consistia em esmagar e espremer a azeitona até transformá-la em azeite. Semelhantemente, Jesus Cristo foi “esmagado e espremido” pelas nossas culpas e transgressões (Is 53.10). O óleo é um dos símbolos do Espírito Santo. Cristo foi ungido com esse “óleo especial” (Lc 4.18: Is 61.1; At 4.27; 10; 38). Ele foi derramado sem medida sobre Jesus (Jo 3.34). A Igreja como a luz do mundo também precisa desse óleo especial para propagar o seu brilho e iluminar todos os povos.

A MESA COM OS PÃES DA PROPOSIÇÃO

Literalmente quer dizer “pães da presença”. Eram em número de doze, postos em duas pilhas sobre a mesa que ficava no lugar santo diante do Senhor continuamente, seis de um lado, e seis do outro. Cada sábado eram trocados por outros, novos, Os pães velhos pertenciam aos sacerdotes que os comiam no lugar santo (Ex 25.30; Lv 24.5-9; 1 Sm 21.6; Mt 12.4). Esse pão também se denominava o pão perpétuo, isto é, o pão que estaria sempre sobre a mesa (Nm 4.7), exposto na presença do Senhor (2 Cr 2.4), preparado sempre fresco todos os sábados (1 Cr 9.32). 

Diz Josefo que esses pães eram asmos, isto é, sem fermento, Antiguidades 3.6,6. Cada um deles continha dois décimos de um efa de flor de farinha, como se usava fazer para honrar os hóspedes de distinção e conforme o costume da mesa dos reis (Gn 18.6; 1 Rs 4.22), e serviam para vários fins cerimoniais (Lv 2.1; 5.11). 

Os doze pães representavam as doze tribos de Israel (Lv 24.7; Ex 28.10-12; 24.4; 28.21), e postos na presença de Jeová, provavelmente significavam a comunhão constante de seu povo com Ele, naquelas cousas que a sua bondade lhe prodigalizava, as quais gozavam na sua presença, consagradas a seu serviço. Alguns dos filhos de Coate tinham a seu cargo os pães da proposição (1 Cr 9.32) (Dicionário da Bíblia).

1. Simbologia da mesa

Os sacerdotes colocavam o incenso sagrado sobre os pães da proposição, pois eram uma oferta ao Senhor.

1.1 - Um símbolo da Igreja. A Igreja é chamada de um só pão (1 Co 10.17). Cristo e a Igreja constituem um só corpo (1 Co 12.12). Ele tipifica a mesa, pois sustenta a sua Igreja perante Deus Pai (Jd 24,25) e apresenta-se como pão.

1.2 - Era o centro de união da família sacerdotal. A Igreja é um sacerdócio (1 Pe 2.5; Rm 12.1; Hb 13.15). Através de Cristo temos comunhão uns com os outros (Mt 18.20; 1 Jo 1.3; 1 Co 15.6).

1.3 - Era o centro da alimentação da família sacerdotal. Aos sábados, os sacerdotes comiam os pães que eram substituídos por outros novos. Eles só podiam comê-los no Lugar Santo (Lv 24.9). Esses pães representavam Jesus, o Pão da vida, o verdadeiro Pão que desceu do Céu e se entregou em sacrifício pelo pecado do mundo (Jo 6.32-35,48,51,57,58). O crente alimenta-se de Cristo e vive por Ele. Assim sendo, essa propiciação não inclui apenas o novo nascimento, mas uma vida mais profunda e abundante de fé (Jo 10.10; 1 Pe 2.1,2; Hb 4.12; Sl 23.5; Gl 2.20).

2. Simbologia do pão

Vejamos ainda estes preceitos:

2.1 - Os pães eram asmos. Eles simbolizavam a verdade (1 Co 5.6-8). Havia uma divergência marcante entre eles e o fermento do legalismo, da incredulidade e da ambição (Mt 16.6-12; Mc 8.15). Estes últimos se opõem a uma adoração sincera a Deus, em espírito e em verdade (Jo 4.24; 1 Ts 5.23).

2.2 - O processo que transforma o trigo em pão. O trigo tinha de ser triturado no moinho, amassado e moldado em forma de pão. Em seguida, era assado no forno em uma temperatura máxima. Esse processo simboliza as duas experiências pelas quais Cristo passou (Is 28.28; Lm 1.13).

2.3 - Como o pão deveria ser comido. O acesso à mesa era obtido somente pelo caminho do altar. Sem passar por ele, o sacerdote não podia participar da celebração. Da mesma forma, a comunhão com Cristo depende, em primeiro lugar, do reconhecimento de que Ele é o nosso Salvador pessoal.

O ALTAR DO INCENSO

Era o lugar de adoração e louvor. Os holocaustos não podiam ser oferecidos sobre ele, e nenhum incenso estranho podia ser queimado; tampouco era permitido derramar libações ali. Porém, todos os dias, Arão, servo do Senhor, queimava sobre ele o incenso. Esse ritual devia ser perpétuo por todas as gerações. O altar também simbolizava Cristo, sobre cujo nome “queimamos” o incenso: as nossas orações que sobem à presença de Deus (Lc 1.9,10).

1. O material usado

Os objetos eram feitos de madeira de acácia coberta com ouro. A madeira tipificava a humanidade de Jesus, e o ouro, a sua divindade.

2. A posição que ocupava no tabernáculo

O altar do incenso situava-se no Lugar Santo, em frente ao véu e à arca. Ele representava Cristo, o nosso caminho ao Pai (Jo 14.6). “Porque, por Ele, ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito” (Ef 2.18).

3. Os chifres

Eles eram colocados um em cada canto do altar e aspergidos com sangue uma vez por ano pelo sumo sacerdote; representavam o poder do sangue de Jesus e da oração que jamais perdeu a sua eficácia (Ex 30.10; Hb 9.14).

4. A relação entre os dois altares

Do altar de bronze provinha o fogo que queimava o incenso. Vê-se que a eficácia e o poder da oração de Jesus dependiam de seu sacrifício na cruz do Calvário. O sacerdócio de Cristo vigorou, oficialmente, desde a sua ressurreição (1 Co 15.17; Lv 16.12,13,27). 

Se Ele não tivesse morrido em nosso lugar e ressuscitado, não haveria intercessão por nós, pecadores. No Antigo Testamento, o incenso foi oferecido por Arão e pelos sumos sacerdotes que o sucederam (Ex 30.7,8). Estes últimos também simbolizavam Cristo (Hb 9.24; 8.1). 

Arão ofereceu o incenso, intercedendo apenas por Israel; Cristo orou por seus discípulos pouco antes de se oferecer como sacrifício perfeito e, na qualidade de Sumo Sacerdote, intercedeu por eles (lo 17.9). Hoje Ele também recebe as nossas orações e as apresenta perante o trono do Pai (Ap 8.3; lo 14.6; Ap 5.8).

O INCENSO

Como já dissemos, o incenso deveria ser queimado continuamente. Ele tipifica as nossas orações (Si 141.2; Ef 6.18; Ap 5.8). No altar de bronze, vemos Cristo suprindo a necessidade do pecador. No altar de ouro, a do crente. Além do estoraque, da onicha e do gálbano, a composição deveria ser complementada com o incenso, propriamente dito, que era uma resina aromática extraída de uma pequena árvore, de cor branca, de gosto amargo e picante mas extremamente odorífera, como indica o seu nome em hebraico lebonah. A árvore que o produz cresce na Arábia e na India; e a sua goma aromática é extraída através de uma incisão feita na casca, à tarde. Essa substância escorre lentamente durante a noite. O incenso simboliza a fragrância do sofrimento de Jesus e lembra o seu lado ferido pela lança do soldado romano. Apenas os méritos da morte de Cristo podem outorgar valor às nossas orações. 

A composição descrita acima refere-se a um perfume preparado segundo a arte do perfumista, temperado com sal, puro e santo, o qual era reservado aos sacerdotes e utilizado somente na administração do culto sagrado. Tudo deveria ser reduzido a pó (Ex 30.36). O serviço ao próximo constitui-se, portanto, um aroma suave e aprazível a Deus (Fp 4.18).

1. A composição do incenso sagrado

1.1 - Estora que. Essa resina era extraída de uma árvore dos montes de Gileade sem nenhum corte, espontaneamente. Portanto, o louvor e a oração são uma adoração espontânea ao Senhor. A plenitude do Espírito Santo produz essa espontaneidade no crente (Ef 5.18-20).

1.2 - Onicha. Essa substância era encontrada somente em uma certa espécie de caranguejo existente no fundo do mar Vermelho. Sugere que a verdadeira oração deve sair do fundo da alma contrita.

1.3 - Gálbano. Essa substância era extraída das folhas de um arbusto da Sfria, as quais eram quebradas e moídas, produzindo uma seiva rala. Seu processo de produção nos indica que a oração e o louvor devem sair de um coração quebrantado (Sl 51.17).

O VEU QUE DEMARCA O LUGAR SANTO E O LUGAR SANTISSIMO

No hebraico, a palavra masak é usada para descrever a cortina da entrada da tenda (Êx 27.16;35.17;38.18;39.40;40.8,33). Algumas vezes, essa palavra é usada para se referir ao véu que separava o lugar santo do santíssimo (Êx 35.12;39.34;40.21; compare com o termo véu em Êx 26.31).
Essa separação era feita com fios multicoloridos e acabamento artístico. Era pendurada em cinco colunas de madeira de cetim, revestidas de ouro, e ainda havia cinco bases de cobre. A cortina que permitia a entrada no tabernáculo não poderia ser levantada por qualquer vento. O acesso ao interior da tenda era altamente restrito por esta pesada e ornamentada barreira. Isso lembra ao cristão que o maravilhoso acesso ao Deus vivo se deu porque Cristo completou Sua obra (Hb 4.16).

1. O Véu "tkrp - poreketh", foi construído para fazer a separação entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo, Hb 9.3, "mas depois do segundo véu estava a tenda que se chama o santo dos santos". "O santuário interno, o lugar santíssimo (34), no qual estava colocada a arca, era separado do santuário frontal, por uma cortina entrelaçada em uma só peca, semelhante à coberta mais interna do tabernáculo".(1) Um comentário importante sobre o véu nos faz Cole:


 "O véu separava um terço da área do Tabernáculo. A tenda era pequena (digamos 15 metros por 5 metros) comparada a qualquer templo moderno. Além disso, não possuía aberturas para ventilação e era escura, a não ser pela luz do candelabro de ouro e a pouca luz que acidentalmente ali penetrava quando o reposteiro que ficava sobre a porta da tenda era levantado para permitir a entrada dos sacerdotes. 
 
O candelabro ficava no "santo lugar’’: o santo dos santos ficava absolutamente às escuras, por detrás do espesso véu. Todavia, a escuridão e o frescor do interior do Tabernáculo seriam um grande alívio depois do ofuscante calor do deserto (observe quantas vezes a "sombra" de YHWH é mencionada como um símbolo de refrigério e salvação, por exemplo, Sl 17:8) e sua extrema escuridão, a partir do Sinai, passou a ser um símbolo apropriado para Deus (1 Rs 8:12).(2)

2. Esta cortina deveria confeccionada em linho fino torcido, nas cores azul, purpura e carmesim, v. 31, "Farás também um véu de azul, púrpura, carmesim, e linho fino torcido; com querubins, obra de artífice, se fará". Era sustentado por quatro colunas de madeira, apoiadas em bases de ouro. Era prendido por colchetes também de ouro, com bases de prata, v. 32, "e o suspenderás sobre quatro colunas de madeira de acácia, cobertas de ouro; seus colchetes serão de ouro, sobre quatro bases de prata".

O SEGUNDO VÉU. O véu é a peça de tapeçaria do tabernáculo que mais conhecemos. Cantamos sobre esse véu e louvamos a Deus porque Ele foi rasgado no dia da morte de Jesus. Mas também foi uma das peças menos vistas pelo povo que adorava e servia a Deus naquele tempo, pois ele ficava no santo lugar, ao qual somente os sumos sacerdotes tinham acesso.

A palavra hebraica para véu no original vem do verbo separar e traz a idéia de separação ou vedação. O véu continuou a ser usado no templo e permaneceu em uso até a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. Há comentaristas que dizem que alguns sacerdotes costuraram o véu que foi rasgado no dia da morte de Cristo para poder dar seguimento ao serviço no templo.

As cores indicam quatro diferentes qualificações inerentes a pessoa de Jesus. Tanto aqui no segundo véu (Êx 2.36) como no primeiro (Êx 27.16), bem como também no terceiro - que separa o Santuário do Santo dos Santos (Êx 26.31) - a ordem é sempre a, mesma: azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido, O significado é que o Messias é Deus, é Rei, é Servo e é Homem. E assim que os quatro evangelistas nos apresentam Jesus.

A LOCALIZAÇÃO DO VÉU. As cortinas do tabernáculo serviam como uma espécie de porta ou barreira à grande multidão que cercava aquele lugar de adoração, o acesso a pessoas autorizadas. Havia uma cortina na porta do átrio que certamente bloqueava o acesso da grande multidão que ficava fora do tabernáculo, uma outra na porta do Santo dos Santos e o véu que separava o Lugar Santo do Santíssimo Lugar. Era plástico usar cortinas como portas, uma vez que Israel era um povo nômade que desmontava seu santuário quando mudava o acampamento para outro lugar.

CONCLUSÃO

Os israelitas, mediante o Tabernáculo, podiam aprender corretamente como achegar-se a Deus, adorá-lo, servi-lo e viver para Ele em santidade. Assim deve fazer a igreja, conforme Hebreus 10.21-23. O Senhor é Santo e sem santidade nosso louvor e adoração não poderão agradá-lo.

Por.  Evangelista Isaias Silva de Jesus 

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Bibliografia

http://ibvir.com.br
Livro O Tabernaculo Cristo, e o Cristão

Comentário Bíblico Êxodo – CPAD = Armando Chaves Cohen