21 de maio de 2019

O LUGAR SANTÍSSIMO


O LUGAR SANTÍSSIMO

TEXTO ÁUREO 

“Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos." (Hb 9.3)


Verdade Prática
Pelo sangue de Jesus Cristo, o véu da separação foi rasgado. E, hoje, temos liberdade e confiança para entrar ao trono da graça de Deus.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Êx 26.31-37: Descrevendo o lugar Santíssimo
Terça - Hb 9.6,7: O serviço dos sacerdotes
Quarta - Lv 16.2: O aviso de Deus para o sacerdote
Quinta - Hb 9.24-28: Jesus, o Sumo Sacerdote Eterno
Sexta - Mc 15.37,38: O caminho foi aberto para o Santíssimo
Sábado - Mt 27.51: O caminho foi aberto para a comunhão com Deus  

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Êxodo 26.31-35; Hebreus 9.1-5; Mateus 27.51

HINOS SUGERIDOS: 202, 545, 592 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Explicitar que temos a liberdade de entrar no "Lugar Santíssimo”.

 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Destacar o véu do Lugar Santíssimo;
Mostrar o propósito do véu interior;
Salientar como era o Lugar Santíssimo.

INTRODUÇÃO

O Lugar Santíssimo era, indubitavelmente, o principal lugar de toda a estrutura do Tabernáculo. Lá estavam a Arca da Aliança com seu propiciatório e os dois querubins com forma humana e protegendo aquele local. Era o lugar da habitação de Deus. Figuradamente, estava naquela Arca o Trono de Deus.

Depois da leitura do texto básico deste capítulo, podemos mentalmente descrever e pormenorizar todos os móveis contidos no Átrio, no Lugar Santo e no Lugar Santíssimo. Na parte exterior do Tabernáculo, a partir da porta do Átrio (ou Pátio), encontramos o altar do Holocausto e a Bacia do Lavatório. Em seguida, entramos no interior da Tenda do Tabernáculo e temos a primeira parte, que é o Lugar Santo, chamado Santuário.

Nessa parte, deparamo-nos com a Mesa dos Pães da Proposição, o Castiçal de Ouro e o Altar de Incenso em frente ao Véu de entrada para o Lugar Santíssimo. Depois do véu desenhado com querubins, estava o Lugar Santíssimo, no qual estava a Arca do Concerto (também chamada de Arca da Aliança ou ainda Arca do Testemunho). Esse último lugar, o Santo dos Santos (ou Lugar Santíssimo) era o símbolo da santidade de Deus, que tornava inacessível a entrada de pecadores, senão através do sumo sacerdote.

1. O Véu do Lugar Santíssimo

O Véu Era uma Barreira ao Acesso à Presença de Deus

O segundo compartimento ocidental do Tabernáculo onde estava a Arca da Aliança tinha um véu azul como uma cortina que separava as duas partes do Santuário; era um símbolo da santidade de Deus inacessível aos pecadores. Ninguém podia ousar entrar no “Lugar Santíssimo”, até que Jesus enfrenta o Calvário e faz-se o cordeiro expiador.

Quando Cristo expirou “lá fora” na cruz, o seu espírito entrou no Lugar Santíssimo com o seu próprio sangue expia- dor, porque Ele fez-se o Cordeiro divino e, com o seu próprio sangue, adentra ante o Propiciatório e asperge-o sobre a Arca da Aliança, expiando a culpa do mundo todo (ver Hb 7.25- 27). Então, o véu rasga-se de alto a baixo e escancara o acesso à presença do Altíssimo. Antes, uma vez por ano, o sacerdote entrava com o sangue da expiação; agora, em uma só vez por todas, Cristo fez-se o Sumo Sacerdote e ministra com o seu próprio sangue (ver Hb 9.6,7).

O véu era uma cortina feita de linho fino branco tecido com fios que tinham as cores azul, púrpura e carmesim. Esse véu tinha o propósito de separar o Lugar Santo do Lugar Santíssimo, no qual estava a Arca da Aliança (Êx 26.33). Esse véu impedia a entrada de qualquer israelita, exceto a do sumo sacerdote, que podia entrar uma vez por ano, no dia da Grande Expiação. Esse véu, portanto, era uma barreira para o homem comum. Na língua hebraica, o vocábulo “véu” é paroketh, que advêm de uma raiz que significa “separar”.

O Significado do Véu Interior e seu Paralelismo com a Obra Expiatória de Jesus

No NT, esse mesmo vocábulo grego é katapetasina, que representa o véu interior, ou seja, a cortina entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo. Quando Jesus estava na cruz — e depois de expirar —, Ele ministrou intercessoramente no Lugar Santo no Altar de Incenso (Hb 7.25) e, depois, com seu próprio sangue, entrou no Lugar Santíssimo para ministrar por todo o mundo (ver Hb 9.6,7).

Um teólogo do passado chamado Truman fez um paralelo entre o Evangelho de João e o Tabernáculo, escrevendo assim:

Os capítulos 1 a 12 de João contêm o ministério público de Jesus, correspondendo ao Pátio, para o qual os israelitas traziam suas ofertas pelos seus pecados. Os versículos do capítulo 12.44-50 indicam as últimas palavras do seu ministério público.

O capítulo 13 tem relação com a necessidade de limpeza, e Cristo explicou-lhes essa necessidade dos seus discípulos passarem pela fonte de bronze ( o lavado de bronze ) como preparação para o ministério do Espírito Santo na terra depois que Jesus cumprir sua missão expiatória.
Os capítulos 14 a 16 sugerem que Cristo entra no Lugar Santo e ensina aos seus discípulos a necessidade de orar e o papel do Espírito Santo nesse lugar na vida da igreja futura.
O capítulo 17 apresenta Cristo a sós no Lugar Santíssimo, intercedendo em favor dos seus discípulos diante do Pai. Esse capítulo se revela como a oração sumo sacerdotal.

O Véu Tinha um Bordado Especial com a Figura de Querubins (Êx 26.31)

Alguns teólogos opinam que os querubins não representam seres humanos, nem anjos. Eles opinam que esses querubins representam as obras e as manifestações gloriosas do Espírito Santo na vida de Cristo, envolvendo seu nascimento, vida, ministério terrestre, morte e ressurreição do Senhor Jesus. Entretanto, discordamos dessa opinião e entendemos que os querubins são uma classe de anjos que servem aos interesses de Deus, protegendo seu Trono e manifestando a sua glória.

O que a Escritura do livro de Êxodo deixa claro é que os querubins são seres angelicais e independentes de qualquer forma física, mas que podem tomar a forma que quiserem para as manifestações do poder de Deus.

Deus ordenou a Moisés que fosse bordada à mão a figura de querubins, que tinham uma mistura de figura de homens e seres alados. Pergunta-se, qual a razão desses querubins naquele véu? A história celestial conta que um querubim havia recebido do Criador poderes especiais delegados por Deus de liderança angelical. No entanto, esse querubim chamado Lúcifer encheu-se de presunção e orgulho, querendo ser igual a Deus. Ele, então, foi expulso da presença do Senhor, tornando-se arqui-inimigo da Divindade (ver Ez 28.14). 

Sua queda desonrou toda a classe angelical. Os querubins são uma classe de seres espirituais diretamente ligados ao Trono de Deus. A figura dos querubins pintados naquele véu interior lembra ao homem que o Trono de Deus está protegido de qualquer contaminação do pecado. Por isso, eles foram esculpidos sobre o Propiciatório com as asas voltadas para a Arca da Aliança a fim de protegê-la (ver Êx 25.18-22).

As quatro Cores do Véu Compreendidas na Escritura de Filipenses 2.5-11

Essencialmente, o objetivo primário do Tabernáculo e seus móveis sagrados é tipificar a Cristo. Cada um dos tecidos que compunham o Véu entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo apontava para uma faceta do caráter leno de Jesus Cristo. As quatro cores falam, de fato, das glórias de Cristo segundo a compreensão que podemos ter do texto de Paulo aos Filipenses 2.5-11.

A cor azul indicava a fala de Jesus, “que, sendo em forma de Deus” (Fp 2.6), fez-se o Verbo divino que se fez carne, e isso revelava a Jesus como o Filho de Deus, a sua divindade.

A cor carmesim é identificada com o Cristo que “tomou a forma de servo”. Ela fala de Cristo como aquEle que se identificou como “o Filho do homem” e “o Servo sofredor”, que “aniquilou-se a si mesmo, [...] sendo obediente até à morte” (Fp 2.7,8).

A cor branca do linho branco revelava a imagem daquEle que se fez “semelhante aos homens” (Fp 2.7), sendo o servo perfeito de Deus no mundo dos homens.

A cor púrpura indicava a sua realeza, identificando-se com a Escritura que diz “que Deus o exaltou soberanamente” (Fp 2.9).

Outrossim, o Véu representava a carne de Cristo e expressava a sua humanidade (ver Êx 36.35). O trançado dos fios que formava o véu fala da união da natureza divina com a natureza humana na pessoa de Jesus, indicando a sua perfeição absoluta como Deus e como Homem. O texto de Hebreus 10.19,20 consuma essa tipologia quando diz: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne”.

II. O Propósito e a Temporariedade do Véu Interior

O Véu Era um Símbolo da Presença de Deus Ocultada dentro do Lugar Santíssimo

Reservava-se a Deus o direito de ocultar sua glória aos homens. A glória de Deus é mais que mera exibição de poder e majestade. Ela era a essência do seu caráter santo e singular, a qual o homem não tinha condições de suportá-la em pé. 

Quando Deus manifestou-se nas chamas da sarça no Monte Horebe, Moisés teve dificuldades em aproximar-se dela. Quando o Senhor ordenou a Moisés que fosse ao Egito para libertar o seu povo da escravidão egípcia, Moisés perguntou-lhe: “Eis que quando vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.


E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração” (Êx 3.13-15). Na chama de fogo na sarça, Deus ocultou a glória de sua presença, mas Moisés sabia que era o Deus de Israel.

Ora, ninguém podia ver a Deus e viver (ver Ex 33.20;Jo 1.18;), mas os homens podiam ver o Véu que indicava a presença divina no outro lado. Por isso, o Véu tipifica a carne de
Cristo Jesus, seu corpo, que “encobria” a presença divina (ver Jo 14.9; 1 Tm 6.16; Cl 1.15,16).

O Véu, com suas Cores Brilhantes, Impedia o Acesso à Presença de Deus (Lv 16.2; Hb 9.8)

Esse véu interior separava os dois lugares sagrados, o Lugar Santo do Lugar Santíssimo. No primeiro espaço (o Lugar Santo), era permitido aos sacerdotes comuns entrar. Era uma barreira para conhecer ao Deus eterno no Lugar Santíssimo, e Jesus explica esse fato quando diz: “Mas tudo isso vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou. Se eu não viera, nem lhes houvera falado, não teriam pecado, mas, agora, não têm desculpa do seu pecado” Jo 15.21,22).Jesus foi, indubitavelmente, a manifestação divina em carne (ver Jo 1.1-4,14).

O Véu Indicava o Caminho à Presença de Deus

Sabemos que o sumo sacerdote podia entrar, não por méritos pessoais nem pela formosura do Véu, senão mediante o sangue da expiação (ver Lv 16.15). Por isso, o sangue de Cristo é o único meio que nos permite entrar na presença de Deus (Ef 2.8,9; Hb 10.19,20).

III. Como Era o Lugar Santíssimo

O Lugar Santíssimo Era Quadrangular

O Lugar Santíssimo era também chamado “Santo dos Santos”. Era um lugar que tinha a forma de um cubo, medindo 1Ox1Ox1O côvados, ou seja, dez côvados de altura, dez de largura e dez de comprimento. As medidas do Lugar Santíssimo no sistema decimal possuem números diferençados, uma vez que pesos, medidas e valores hebraicos são obscuros, e o resultado sempre produz algumas pequenas diferenças numéricas.

Nas várias informações em Bíblias de Estudo, a medida de um côvado equivale a 44,4 cm, ou seja, a medida de dois palmos. Portanto, em números arredondados, a medida de um côvado equivale a 45 cm.

O Lugar Continha apenas um Mobiliário: A Arca da Aliança

O espaço do Lugar Santíssimo era menor que o Lugar Santo. o tamanho do lugar, independentemente das medidas decimais, era quadrado. O Lugar Santíssimo tinha uma medida certa, tipificando, assim, o Trono de Deus em Israel. Deus habitava com o seu povo, representado por esse lugar quadrangular. Essas medidas revelavam quatro dimensões da plenitude da glória de Deus naquele lugar. 

Essas dimensões foram reveladas a Paulo quando ele escreveu aos efésios: “Que Cristo habite, pela fé, no vosso coração; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade” (Ef 3.17,18)
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O Lugar Santíssimo Representava o Lugar do Trono de Deus na Terra

Numa linguagem figurada, porém real, o Lugar Santo era, de fato, a antessala de acesso à Presença de Deus. Já a Arca da Aliança no Lugar Santíssimo tipificava essa presença, sendo a figura do Trono de Deus tipificada na terra — ainda que nada e ninguém possam conter nem confinar a Deus, muito menos num baú retangular laminado com ouro puro. A tipologia favorece a ideia de que o Trono da Divindade significa a sua soberania e autoridade, que não pode ficar confinada. 

Aquela Arca era a materialização do Trono de Deus, mas ninguém podia tocá-lo, nem vê-lo por qualquer imagem. Deus habita “entre os querubins” (Is 37.16). O acesso era precedido pela ministração do sumo sacerdote no “Lugar Santo”, onde ministrava as intercessões no “Altar de Incenso” em favor do povo e por si mesmo e onde comia dos “pães da proposição”. Então, com temor e tremor, o sacerdote podia adentrar e ultrapassar o Véu para estar diante de Deus junto à Arca da Aliança no Lugar Santíssimo.

O que Podemos Entender por Trorno de Deus naquele Lugar?

A Bíblia utiliza a linguagem figurada para ilustrar as coisas do céu. A ideia do Trono de Deus na terra refere-se, essencial- mente, à presença imanente de Deus no meio dos homens. Por causa do pecado e da própria santidade de Deus, sua presença ficava reservada ao sentimento de que Ele estava com o seu povo e permitia uma relação especial mediante um sacerdócio santo e separado. Nenhum homem comum podia adentrar esse lugar. A entrada no Lugar Santíssimo reservava-se ao sumo sacerdote, o qual, uma vez por ano, no grande dia da Expiação, entrava com vestimentas especiais em nome de todo o povo de Israel. Agora, na dispensação da plenitude dos tempos, o véu foi rasgado, e todos temos acesso ao Trono da Graça pelo sangue de Cristo Jesus.

Por Ev. Isaias Silva de Jesus 

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério - Em Dourados – MS

Livro O tabernáculo Símbolos da Obra Redentora de Cristo 1ª Edição CPAD 2019

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