O
LUGAR SANTÍSSIMO
TEXTO
ÁUREO
“Mas,
depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o Santo dos
Santos." (Hb 9.3)
Verdade
Prática
Pelo
sangue de Jesus Cristo, o véu da separação foi rasgado. E, hoje, temos
liberdade e confiança para entrar ao trono da graça de Deus.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda - Êx 26.31-37: Descrevendo o lugar
Santíssimo
Terça - Hb 9.6,7: O serviço dos sacerdotes
Quarta - Lv 16.2: O aviso de Deus para o sacerdote
Quinta - Hb 9.24-28: Jesus, o Sumo Sacerdote Eterno
Sexta - Mc 15.37,38: O caminho foi aberto para o
Santíssimo
Sábado - Mt 27.51: O caminho foi aberto para a
comunhão com Deus
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE = Êxodo 26.31-35; Hebreus 9.1-5; Mateus 27.51
HINOS
SUGERIDOS: 202, 545, 592 da Harpa Cristã
OBJETIVO
GERAL
Explicitar que temos a liberdade de entrar no
"Lugar Santíssimo”.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Destacar o véu do Lugar Santíssimo;
Mostrar o propósito do véu interior;
Salientar como era o Lugar Santíssimo.
INTRODUÇÃO
O Lugar Santíssimo era, indubitavelmente, o
principal lugar de toda a estrutura do Tabernáculo. Lá estavam a Arca da
Aliança com seu propiciatório e os dois querubins com forma humana e protegendo
aquele local. Era o lugar da habitação de Deus. Figuradamente, estava naquela
Arca o Trono de Deus.
Depois da leitura do texto básico deste capítulo,
podemos mentalmente descrever e pormenorizar todos os móveis contidos no Átrio,
no Lugar Santo e no Lugar Santíssimo. Na parte exterior do Tabernáculo, a
partir da porta do Átrio (ou Pátio), encontramos o altar do Holocausto e a
Bacia do Lavatório. Em seguida, entramos no interior da Tenda do Tabernáculo e
temos a primeira parte, que é o Lugar Santo, chamado Santuário.
Nessa parte, deparamo-nos com a Mesa dos Pães da
Proposição, o Castiçal de Ouro e o Altar de Incenso em frente ao Véu de entrada
para o Lugar Santíssimo. Depois do véu desenhado com querubins, estava o Lugar
Santíssimo, no qual estava a Arca do Concerto (também chamada de Arca da
Aliança ou ainda Arca do Testemunho). Esse último lugar, o Santo dos Santos (ou
Lugar Santíssimo) era o símbolo da santidade de Deus, que tornava inacessível a
entrada de pecadores, senão através do sumo sacerdote.
1.
O Véu do Lugar Santíssimo
O
Véu Era uma Barreira ao Acesso à Presença de Deus
O segundo compartimento ocidental do Tabernáculo
onde estava a Arca da Aliança tinha um véu azul como uma cortina que separava
as duas partes do Santuário; era um símbolo da santidade de Deus inacessível
aos pecadores. Ninguém podia ousar entrar no “Lugar Santíssimo”, até que Jesus
enfrenta o Calvário e faz-se o cordeiro expiador.
Quando Cristo expirou “lá fora” na cruz, o seu
espírito entrou no Lugar Santíssimo com o seu próprio sangue expia- dor, porque
Ele fez-se o Cordeiro divino e, com o seu próprio sangue, adentra ante o
Propiciatório e asperge-o sobre a Arca da Aliança, expiando a culpa do mundo
todo (ver Hb 7.25- 27). Então, o véu rasga-se de alto a baixo e escancara o
acesso à presença do Altíssimo. Antes, uma vez por ano, o sacerdote entrava com
o sangue da expiação; agora, em uma só vez por todas, Cristo fez-se o Sumo
Sacerdote e ministra com o seu próprio sangue (ver Hb 9.6,7).
O véu era uma cortina feita de linho fino branco
tecido com fios que tinham as cores azul, púrpura e carmesim. Esse véu tinha o
propósito de separar o Lugar Santo do Lugar Santíssimo, no qual estava a Arca
da Aliança (Êx 26.33). Esse véu impedia a entrada de qualquer israelita, exceto
a do sumo sacerdote, que podia entrar uma vez por ano, no dia da Grande
Expiação. Esse véu, portanto, era uma barreira para o homem comum. Na língua
hebraica, o vocábulo “véu” é paroketh, que advêm de uma raiz que significa
“separar”.
O
Significado do Véu Interior e seu Paralelismo com a Obra Expiatória de Jesus
No NT, esse mesmo vocábulo grego é katapetasina, que
representa o véu interior, ou seja, a cortina entre o Lugar Santo e o Lugar
Santíssimo. Quando Jesus estava na cruz — e depois de expirar —, Ele ministrou
intercessoramente no Lugar Santo no Altar de Incenso (Hb 7.25) e, depois, com
seu próprio sangue, entrou no Lugar Santíssimo para ministrar por todo o mundo
(ver Hb 9.6,7).
Um teólogo do passado chamado Truman fez um paralelo
entre o Evangelho de João e o Tabernáculo, escrevendo assim:
Os capítulos 1 a 12 de João contêm o ministério
público de Jesus, correspondendo ao Pátio, para o qual os israelitas traziam
suas ofertas pelos seus pecados. Os versículos do capítulo 12.44-50 indicam as
últimas palavras do seu ministério público.
O capítulo 13 tem relação com a necessidade de
limpeza, e Cristo explicou-lhes essa necessidade dos seus discípulos passarem
pela fonte de bronze ( o lavado de bronze ) como preparação para o ministério
do Espírito Santo na terra depois que Jesus cumprir sua missão expiatória.
Os capítulos 14 a 16 sugerem que Cristo entra no
Lugar Santo e ensina aos seus discípulos a necessidade de orar e o papel do
Espírito Santo nesse lugar na vida da igreja futura.
O capítulo 17 apresenta Cristo a sós no Lugar
Santíssimo, intercedendo em favor dos seus discípulos diante do Pai. Esse
capítulo se revela como a oração sumo sacerdotal.
O
Véu Tinha um Bordado Especial com a Figura de Querubins (Êx 26.31)
Alguns teólogos opinam que os querubins não
representam seres humanos, nem anjos. Eles opinam que esses querubins
representam as obras e as manifestações gloriosas do Espírito Santo na vida de
Cristo, envolvendo seu nascimento, vida, ministério terrestre, morte e
ressurreição do Senhor Jesus. Entretanto, discordamos dessa opinião e
entendemos que os querubins são uma classe de anjos que servem aos interesses
de Deus, protegendo seu Trono e manifestando a sua glória.
O que a Escritura do livro de Êxodo deixa claro é
que os querubins são seres angelicais e independentes de qualquer forma física,
mas que podem tomar a forma que quiserem para as manifestações do poder de Deus.
Deus ordenou a Moisés que fosse bordada à mão a
figura de querubins, que tinham uma mistura de figura de homens e seres alados.
Pergunta-se, qual a razão desses querubins naquele véu? A história celestial
conta que um querubim havia recebido do Criador poderes especiais delegados por
Deus de liderança angelical. No entanto, esse querubim chamado Lúcifer
encheu-se de presunção e orgulho, querendo ser igual a Deus. Ele, então, foi
expulso da presença do Senhor, tornando-se arqui-inimigo da Divindade (ver Ez
28.14).
Sua queda desonrou toda a classe angelical. Os querubins
são uma classe de seres espirituais diretamente ligados ao Trono de Deus. A
figura dos querubins pintados naquele véu interior lembra ao homem que o Trono
de Deus está protegido de qualquer contaminação do pecado. Por isso, eles foram
esculpidos sobre o Propiciatório com as asas voltadas para a Arca da Aliança a
fim de protegê-la (ver Êx 25.18-22).
As
quatro Cores do Véu Compreendidas na Escritura de Filipenses 2.5-11
Essencialmente, o objetivo primário do Tabernáculo e
seus móveis sagrados é tipificar a Cristo. Cada um dos tecidos que compunham o
Véu entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo apontava para uma faceta do
caráter leno de Jesus Cristo. As quatro cores falam, de fato, das glórias de
Cristo segundo a compreensão que podemos ter do texto de Paulo aos Filipenses
2.5-11.
A cor azul indicava a fala de Jesus, “que, sendo em
forma de Deus” (Fp 2.6), fez-se o Verbo divino que se fez carne, e isso
revelava a Jesus como o Filho de Deus, a sua divindade.
A cor carmesim é identificada com o Cristo que
“tomou a forma de servo”. Ela fala de Cristo como aquEle que se identificou
como “o Filho do homem” e “o Servo sofredor”, que “aniquilou-se a si mesmo,
[...] sendo obediente até à morte” (Fp 2.7,8).
A cor branca do linho branco revelava a imagem
daquEle que se fez “semelhante aos homens” (Fp 2.7), sendo o servo perfeito de
Deus no mundo dos homens.
A cor púrpura indicava a sua realeza,
identificando-se com a Escritura que diz “que Deus o exaltou soberanamente” (Fp
2.9).
Outrossim, o Véu representava a carne de Cristo e
expressava a sua humanidade (ver Êx 36.35). O trançado dos fios que formava o
véu fala da união da natureza divina com a natureza humana na pessoa de Jesus,
indicando a sua perfeição absoluta como Deus e como Homem. O texto de Hebreus
10.19,20 consuma essa tipologia quando diz: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para
entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos
consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne”.
II.
O Propósito e a Temporariedade do Véu Interior
O
Véu Era um Símbolo da Presença de Deus Ocultada dentro do Lugar Santíssimo
Reservava-se a Deus o direito de ocultar sua glória
aos homens. A glória de Deus é mais que mera exibição de poder e majestade. Ela
era a essência do seu caráter santo e singular, a qual o homem não tinha
condições de suportá-la em pé.
Quando Deus manifestou-se nas chamas da sarça no
Monte Horebe, Moisés teve dificuldades em aproximar-se dela. Quando o Senhor
ordenou a Moisés que fosse ao Egito para libertar o seu povo da escravidão
egípcia, Moisés perguntou-lhe: “Eis que quando vier aos filhos de Israel e lhes
disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu
nome? Que lhes direi? E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais:
Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.
E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos
de Israel: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque
e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu
memorial de geração em geração” (Êx 3.13-15). Na chama de fogo na sarça, Deus
ocultou a glória de sua presença, mas Moisés sabia que era o Deus de Israel.
Ora, ninguém podia ver a Deus e viver (ver Ex
33.20;Jo 1.18;), mas os homens podiam ver o Véu que indicava a presença divina
no outro lado. Por isso, o Véu tipifica a carne de
Cristo Jesus, seu corpo, que “encobria” a presença
divina (ver Jo 14.9; 1 Tm 6.16; Cl 1.15,16).
O
Véu, com suas Cores Brilhantes, Impedia o Acesso à Presença de Deus (Lv 16.2; Hb 9.8)
Esse véu interior separava os dois lugares sagrados,
o Lugar Santo do Lugar Santíssimo. No primeiro espaço (o Lugar Santo), era
permitido aos sacerdotes comuns entrar. Era uma barreira para conhecer ao Deus
eterno no Lugar Santíssimo, e Jesus explica esse fato quando diz: “Mas tudo
isso vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou.
Se eu não viera, nem lhes houvera falado, não teriam pecado, mas, agora, não
têm desculpa do seu pecado” Jo 15.21,22).Jesus foi, indubitavelmente, a
manifestação divina em carne (ver Jo 1.1-4,14).
O
Véu Indicava o Caminho à Presença de Deus
Sabemos que o sumo sacerdote podia entrar, não por
méritos pessoais nem pela formosura do Véu, senão mediante o sangue da expiação
(ver Lv 16.15). Por isso, o sangue de Cristo é o único meio que nos permite
entrar na presença de Deus (Ef 2.8,9; Hb 10.19,20).
III.
Como Era o Lugar Santíssimo
O
Lugar Santíssimo Era Quadrangular
O Lugar Santíssimo era também chamado “Santo dos
Santos”. Era um lugar que tinha a forma de um cubo, medindo 1Ox1Ox1O côvados,
ou seja, dez côvados de altura, dez de largura e dez de comprimento. As medidas
do Lugar Santíssimo no sistema decimal possuem números diferençados, uma vez
que pesos, medidas e valores hebraicos são obscuros, e o resultado sempre
produz algumas pequenas diferenças numéricas.
Nas várias informações em Bíblias de Estudo, a medida
de um côvado equivale a 44,4 cm, ou seja, a medida de dois palmos. Portanto, em
números arredondados, a medida de um côvado equivale a 45 cm.
O
Lugar Continha apenas um Mobiliário: A Arca da Aliança
O espaço do Lugar Santíssimo era menor que o Lugar
Santo. o tamanho do lugar, independentemente das medidas decimais, era
quadrado. O Lugar Santíssimo tinha uma medida certa, tipificando, assim, o
Trono de Deus em Israel. Deus habitava com o seu povo, representado por esse
lugar quadrangular. Essas medidas revelavam quatro dimensões da plenitude da
glória de Deus naquele lugar.
Essas dimensões foram reveladas a Paulo quando ele
escreveu aos efésios: “Que Cristo habite, pela fé, no vosso coração; a fim de,
estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com
todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a
profundidade” (Ef 3.17,18)
.
O
Lugar Santíssimo Representava o Lugar do Trono de Deus na Terra
Numa linguagem figurada, porém real, o Lugar Santo
era, de fato, a antessala de acesso à Presença de Deus. Já a Arca da Aliança no
Lugar Santíssimo tipificava essa presença, sendo a figura do Trono de Deus
tipificada na terra — ainda que nada e ninguém possam conter nem confinar a
Deus, muito menos num baú retangular laminado com ouro puro. A tipologia
favorece a ideia de que o Trono da Divindade significa a sua soberania e
autoridade, que não pode ficar confinada.
Aquela Arca era a materialização do Trono de Deus,
mas ninguém podia tocá-lo, nem vê-lo por qualquer imagem. Deus habita “entre os
querubins” (Is 37.16). O acesso era precedido pela ministração do sumo
sacerdote no “Lugar Santo”, onde ministrava as intercessões no “Altar de
Incenso” em favor do povo e por si mesmo e onde comia dos “pães da proposição”.
Então, com temor e tremor, o sacerdote podia adentrar e ultrapassar o Véu para
estar diante de Deus junto à Arca da Aliança no Lugar Santíssimo.
O
que Podemos Entender por Trorno de Deus naquele Lugar?
A Bíblia utiliza a linguagem figurada para ilustrar
as coisas do céu. A ideia do Trono de Deus na terra refere-se, essencial-
mente, à presença imanente de Deus no meio dos homens. Por causa do pecado e da
própria santidade de Deus, sua presença ficava reservada ao sentimento de que
Ele estava com o seu povo e permitia uma relação especial mediante um
sacerdócio santo e separado. Nenhum homem comum podia adentrar esse lugar. A
entrada no Lugar Santíssimo reservava-se ao sumo sacerdote, o qual, uma vez por
ano, no grande dia da Expiação, entrava com vestimentas especiais em nome de
todo o povo de Israel. Agora, na dispensação da plenitude dos tempos, o véu foi
rasgado, e todos temos acesso ao Trono da Graça pelo sangue de Cristo Jesus.
Por Ev. Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério - Em
Dourados – MS
Livro O tabernáculo Símbolos da Obra Redentora de
Cristo 1ª Edição CPAD 2019
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