4 de outubro de 2017

Salvação na Páscoa Judaica



Salvação na Páscoa Judaica

 TEXTO ÁUREO "[...] Eu sou o Senhor, e vos tirarei de debaixo das cargas dos egípcios, vos livrarei da sua servidão e vos resgatarei com braço estendido e com juízos grandes."(Êx 6.6)

VERDADE PRÁTICA = A libertação do povo israelita vislumbrava um plano divino maior: libertar e salvar a humanidade.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Êx 6.2-8: A promessa de Deus para salvar o seu povo e cumprir seus propósitos
Terça - Lv 23-4,5: Páscoa, uma das principais festas israelitas
Quarta – Dt 16.5,6: A celebração da Páscoa no local escolhido por Deus
Quinta - Mt 26.17,18: A orientação de Jesus e o preparo da Páscoa
Sexta - Lc 22,1,2: A conspiração contra Jesus antes da Páscoa
Sábado - Jo 1.35,36 Jesus é o Cordeiro de Deus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE EXODO 12: 21-24,29

21=  Chamou pois Moisés a todos os anciãos de Israel, e disse-lhes: Escolhei e tomai vós cordeiros para vossas famílias, e sacrificai a páscoa.
22 = Então tomai um molho de hissopo, e molhai-o no sangue que estiver na bacia, e passai-o na verga da porta, e em ambas as ombreiras, do sangue que estiver na bacia; porém nenhum de vós saia da porta da sua casa até à manhã.
23 = Porque o SENHOR passará para ferir aos egípcios, porém quando vir o sangue na verga da porta, e em ambas as ombreiras, o SENHOR passará aquela porta, e não deixará o destruidor entrar em vossas casas, para vos ferir.
24 = Portanto guardai isto por estatuto para vós, e para vossos filhos para sempre.
29 = E aconteceu, à meia noite, que o SENHOR feriu a todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se sentava em seu trono, até ao primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais.

HINOS SUGERIDOS; 41, 330, 400 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Saber que a libertação dos israelitas vislumbrava um plano divino maior: libertar e salvar a humanidade.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada, tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao tópico l com os seus respectivos subtópicos.
I- Mostrar como se deu a instituição da Páscoa;                                                                                                                                                                     II- Explicar a importância e o significado do cordeiro da Páscoa;                                                                                                                                                                                   III- Tratar a respeito da relevância e do significado do sangue do cordeiro na Páscoa.

INTRODUÇÃO

O povo de Israel viveu debaixo da escravidão egípcia por cerca de quatro séculos (Gn 15.13; At 7.6). Faraó os oprimia de todas as formas e não havia possibilidade humana de livramento (Êx 2.11-15), pelo que o povo clamou diante de Deus por uma libertação (Êx 2.23,24). O Senhor os ouviu e resolveu tirá-los daquela angustiante situação (Êx 3.7-9), através do sangue do cordeiro pascoal, que garantiu a saída vitoriosa de Israel da terra do Egito, a “casa da servidão” (Ex 13.14). Esta salvação garantida por Jeová, através do sangue do cordeiro, é uma figura bem clara da salvação propiciada pelo sangue de Jesus derramado na Cruz, que liberta o homem da “terra do Egito”, isto é, do pecado (Jo 1.29), e das “mãos de Faraó”, ou seja, de Satanás (Cl 1.13,14).

1. A INSTITUIÇÃO DA PÁSCOA

Como já vimos, há uma relação entre a Páscoa e a salvação humana: ambas representam a libertação; esta do pecado, e aquela da escravidão egípcia.

1. Escravidão de Israel. O povo experimentava uma situação crítica e era afligido pelos trabalhos braçais diários (Êx 1.12-14; 2.23-25; 3.7-9); ameaçado de extinção como nação (Êx 1.15-22); e, o que era pior, no podia sair pelos seus esforços (Ex 3.11-15). Esta é a situação daquele que está no pecado: sem paz (Is 48.22); dominado pela maldade (Jo 8.44); debaixo da influência maligna (Ef 2.2); e sem poder sair pelos seus esforços (Si 49.7,8; Ef 2.8-10).

2. Libertação divina. Deus resolveu libertá-los (Êx 3.7-10), fato evidenciado pelo observar atentamente a aflição; ouvir o seu clamor; conhecer as suas dores; descer para livrá-los; escolher um líder para tal. Deus quer libertar o homem de seus pecados (1 Tm 2.4; Jo 8.32,36).

3. Recusa de Faraó para libertar. Faraó não queria a libertação de Israel (Êx 5.4-19), e, diante das pragas que vieram, tentou fazer acordos com Moisés, para evitar tal liberdade (Êx 8.8,25,28; 10.11,24). Satanás quer manter o homem oprimido (Lc 13.16) e, para tanto, propõe as mais diferentes ofertas, para que este não seja liberto (At 17.32; 24.25).

4. Estatuto perpétuo (Êx 12.24,25). Consideremos estes dois aspectos: do ponto de vista literal, isto representava um concerto exclusivo entre Deus e a nação israelita, o que, a princípio, os estrangeiros não participavam e só lhes foi permitido posteriormente, desde que obedecessem suas leis (Ex 12.43- 45); portanto, nada disso diz respeito à Igreja (At 15.19-20; Ef 2.14-16).

Do ponto de vista espiritual, isto fala da continuidade da bênção de Deus em nós, não somente nesta vida (Ec 9.8; Fp 1.6; 2 Co 3.18), mas na eternidade (Jo 5.24; 14.3; 1 Ts 4.13-17). A Páscoa era considerada uma festa (Ex 12.14), e, nesse sentido, fala do banquete contínuo do crente (Pv 15.15).

5. Participação da família (Êx 12.3,4,21). Deus quer que todas as famílias participem da bênção propiciada pelo sangue de Jesus (At 16.31-34; Jo 3.16).

6. Ensino para os filhos (Êx 12.24-27). A responsabilidade dos pais era muito grande na transmissão das revelações divinas aos filhos. Assim, também; o Senhor espera que ensinemos aos nossos filhos a Obra de salvação por Ele propiciada (Dt 6.20; 21.18; Pv 22.6; 2 Co 12.14; Ef 6.4; 1 Tm 3.12).

7. Expectativa da terra prometida (Ex 12.25). Para Israel, a Páscoa estava relacionada com a saída do Egito, sua caminhada pelo deserto, e continuidade na nova terra. Para nós, os salvos, o sangue de Jesus garante a entrada na cidade celestial (Fp 3.20; Hb 13.14). Glória a Deus!

II. O CORDEIRO DA PÁSCOA

Simboliza Cristo, “nossa páscoa” (1 Co 5.7). Vejamos algumas semelhanças:

1. Deveria ser escolhido (v.21). Conforme Exodo 12.3-11, seria:

a) um cordeiro (v.3). Figura de Jesus, o “Cordeiro de Deus” (Jo 1.29), que foi “morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8).

b) Sem mancha. Não podia ter defeitos. Jesus é o “cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pe 1.18,19).

c) De um ano (v.5). (Vide Levítico 9.3;12.6). Sua pouca idade fala da vida terrena de Jesus que, ao morrer, tinha pouco mais de 33 anos de existência.

d) Guardado até o 14° dia (v.6). Deveria ser escolhido no 10° dia e sacrificado no 14°, período durante o qual era observado se possuía algum defeito. Jesus foi observado por todos os homens, e nele não se achou nenhuma falha (Jo 8.46; Mt 27,19, 24;Lc 23.4,47; 2 Co 5.21).

e) Sacrificado à tarde (v.6). Isto é, no crepúsculo da tarde, horário durante o qual os sacerdotes no Antigo Testamento sacrificavam as suas vítimas (Ex 29,39,41). Jesus expirou na cruz às 15:00 horas (hora nona judaica).

2. Devia ser imolado (v.2 1). O cordeiro vivo não resolvia o problema, mas o morto, sim. Sem o derramamento do sangue de Jesus, não poderia haver remissão de pecados da humanidade (Hb 9.22).

3. Deveria ter os seus ossos preservados (Êx 12.46). Isto se cumpriu literalmente, quando Jesus estava morto na cruz (Jo 19.32,36).

4. Devia ser comido (Êx 12.8- 11). O cordeiro era servido: assado no fogo (morte de Jesus na cruz; com ervas amargosas (arrependimento e conversão); com pões asmos (sem o. fermento da maldade, malícia e doutrinas erradas); e, apressadamente (preparados para sair  a qualquer momento da terra para o Céu).

III. A APLICAÇÃO DO SANGUE DO CORDEIRO

O sangue do cordeiro aspergido nas portas das casas dos hebreus, representava o sangue de Jesus aspergido em nossas vidas (Hb 9.13,14).
Vejamos algumas coincidências da aspersão e eficácia do cordeiro:

1. Deveria ser aplicado (v.22). Apenas derramar o sangue da vítima, não satisfazia. Da mesma forma, entender que o sangue de Jesus foi derramado na Cruz, nada resolve, e sim receber a eficácia dele (Rm 5.9; Ef 2.13; Cl 1.20).

2. Deveria ser colocado nas portas (v.22). Deveria ser colocado nos lados (umbreiras) e, em cima (vergas) das portas, menos na parte inferior. Devemos estar com as “portas” do nosso coração aspergidas (Ap 3. 20), e fechadas (1 Rs 22.34), para obtermos a vitória completa (GI 6.17).

3. Não sair para fora (v.22). A Bíblia divide os homens em duas classes: os de dentro e os de fora (Mc 4.11). Os salvos estão “dentro” (Cl 4.5), escondidos “com Cristo em Deus” (Cl 3.3), e não podem sair deste “esconderijo do Altíssimo” (Si 91.1), porque o Diabo está do lado de fora, para tragar os que se arriscarem a sair (Js 20.3-9; Ec 10.8; 1 Pe 5.8).

4. Sinal de proteção (Êx 12.13). Este sinal fala de três coisas:

a) Sinal para Deus (Êx 12. 13,23). Deus, quando olha para a Terra, Ele vê um povo que temo seu sinal (Ex 8.22; 9.4,6,26; 10.22,23; 11.7), que é o sangue de Jesus aspergido em nossas vidas (Ap 1.5).

b) Sinal para o destruidor (v.23). O Diabo tem pavor do sangue de Jesus, porque não pode mais dominar os que creram no Senhor (Cl 1.14,15; 1 Jo 5.18), pois já estão livres da condenação (Rm 8.1). 

Satanás é destruidor (Jo 10.10), e sua procedência aqui neste trecho mostra que ele é o “deus deste século” (2 Co 4.4), e quando o homem rejeita servir a Deus, para o seu próprio bem, o Senhor permite a atuação e o domínio de Satanás em sua vida (Rm 1.24,26,28). Existem apenas dois senhores (Mt 6.24), e dois caminhos (Mt7.13,14), e o ser humano deve escolher qual deve seguir.

c) Sinal para os israelitas (Êx 12.13). O sangue de Jesus transmite para os salvos uma consciência tranqüila da proteção de Deus (1 Tm 1.12), pela presença do Espírito que testifica serem todos filhos de Deus (Rm 8.16; 1 Jo 3.2).

IV. SALVAÇÃO E MORTANDADE À MEIA- NOITE

Temor e alegria, de um lado; porém, choro e morte, do outro. Vejamos:

1. A salvação de Israel. Os israelitas realizaram a Páscoa, conforme a revelação do Senhor (v.28), e ficaram seguros e tranqüilos, enquanto a ira de Deus assolava o Egito, à meia-noite. Assim acontece com a Igreja. Nós já recebemos a aspersão pelo sangue de Jesus em nossas vidas, e apropriamo-nos da sua eficácia. Há cerca de dois mil anos; o relógio de Deus acusa quase meia-noite (1 Jo 2.18). A semelhança das virgens que aguardavam o esposo, o qual chegou à “meia-noite” (Mt 25.6), também aguardamos Jesus a qualquer momento, para o Arrebatamento da Igreja (1 Ts 4.13- 18) quando sairemos deste mundo para a Pátria Celestial (Fp’3.20):

2. A mortandade dos egípcios. Podemos considerar a mortandade dos egípcios para os nossos dias, em dois aspectos:,

a) Morte espiritual. Sem Jesus, o pecador está “morto em pecados e delitos” (Ef 2.1; 1 Tm 5.6; Lc 15.24). Como são poucos os salvos (Mt7.13,14; 1 Co l.26), conseqüentemente, grande é o número dos que estão mortos espiritualmente, os quais, se não crerem, partirão perdidos para a eternidade.

b) Morte na Grande Tribulação. Com a saída da Igreja da Terra; terá início a Grande Tribulação, período durante o qual a ira de Deus será derramada sobre os homens. Milhões de pessoas que recusaram o amor da verdade, para serem salvas, serão mortas pelas calamidades que virão. A mortandade será tão grande, que o sangue dos homens chegará até “ao freio dos cavalos” (Ap 14.20), ou seja, ao nível de suas bocas.

CONCLUSÃO

Estejamos cobertos com o sangue de Jesus, da cabeça à planta dos pés, sem deixar oportunidade alguma em nossas vidas, e sem sair para fora do “esconderijo do Altíssimo”, a fim de experimentarmos a sua proteção total, e, dentro ‘ de um poucochinho de tempo (P115 10.37), sairemos daqui para os céus, na gloriosa vinda de Jesus.

Por: Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Lições bíblicas CPAD 1995

A SALVAÇÃO NA PÁSCOA JUDAICA

TEXTO ÁUREO "[...] Eu sou o Senhor, e vos tirarei de debaixo das cargas dos egípcios, vos livrarei da sua servidão e vos resgatarei com braço estendido e com juízos grandes."(Êx 6.6)

VERDADE PRÁTICA = A libertação do povo israelita vislumbrava um plano divino maior: libertar e salvar a humanidade

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE EXODO 12: 21-24,29

HINOS SUGERIDOS; 41, 330, 400 da Harpa Cristã

INTRODUÇÃO

As grandes festas anuais do povo de Israel eram a Festa dos Pães Ázimos, a Festa das Semanas, dos Tabemáculos (ou Cabanas) e a Festa da Páscoa. A Páscoa era celebrada todos os anos na primavera em 14 de Nisã (originariamente Abib). Nela, os israelitas relembram o modo milagroso pelo qual Deus operou a salvação do seu povo, livrando-os da opressão, do sofrimento, da angústia e da escravidão promovida pelos egípcios. Era a lembrança da fidelidade de Deus à sua promessa, do seu amor libertador e do seu cuidado em favor do seu povo. Neste capítulo, estudaremos os aspectos chaves e simbólicos da páscoa judaica e o novo significado que ela assumiu com a morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo.
A escravidão do povo de Deus no Egito começou depois da morte de José, filho de Jacó, e da morte do Faraó que conhecia os motivos de o povo ter ido morar em Gósen. O novo Faraó, com medo de que os israelitas tomassem-se uma grande nação e tentassem subjugar os egípcios, obrigou-os a fazerem trabalhos forçados. Não se sabe ao certo quando isso começou, mas, ao todo, os israelitas permaneceram 430 anos morando no Egito até que finalmente tiveram permissão para peregrinar para a Terra Prometida.

1. A INSTITUIÇÃO DA PÁSCOA

Diante do clamor do povo escravizado, a reação de Deus foi libertar seu povo e conduzi-lo a uma nova terra, dando independência política, identidade nacional e liberdade para servirem ao verdadeiro e único Deus. Em seu grandioso poder, o Senhor ouviu “o gemido dos filhos de Israel, aos quais os egípcios escravizavam” (Ex 6.5) e lembrou-se da sua aliança com eles. O clamor do povo diante do sofrimento da escravidão chegou até Deus, e Ele enviou livramento a Israel. O Senhor libertou seu povo dos dois sentidos da escravidão: (1) a escravidão humana diante de outro povo e (2) a escravidão espiritual, que faz o ser humano adorar falsos deuses que dominam e cegam o entendimento das pessoas. O povo israelita experimentou a dominação, escravidão e humilhação por um período aproximado de 430 anos (Ex 12.40). 

Ser escravo no Antigo Oriente era ser dependente política, econômica e socialmente de outro povo. A religião que o povo escravo professava era a religião dos seus senhores; portanto, não existia uma dignidade nacional para o povo que era escravo. Em Cristo Jesus, somos igualmente livres da escravidão dc servirmos falsos deuses e de associarmo-nos a ídolos e espíritos opressores das trevas (1 Co 10.20).
O nome hebraico para referir-se à Páscoa é Pesah, que pode significar pular, passar por cima, saltar por cima ou também passar de largo, no sentido de poupar a vida, pois o anjo destruidor passou de largo e poupou os primogênitos das casas onde fora aplicado o sangue nas ombreiras e na verga das portas (Ex 12.7). 

Essa determinação havia sido dada por Deus diante da teimosia de Faraó, para que o povo de Israel não fosse atingido pela última praga lançada sobre o Egito, que era a praga da morte dos primogênitos de homens e animais. Portanto, a mortandade não sobreviria à casa dos israelitas onde um cordeiro fosse sacrificado e seu sangue fosse aspergido nos locais indicados. Assim sendo, tr:ita-se do misericordioso cuidado de Deus em preservar os filhos dc Israel quando um poder destruidor “passou por cima” deles sem causar-lhes dano.

A morte dos primogênitos e a Páscoa representam a vitória do l)eus verdadeiro sobre todas as divindades egípcias, algumas delas representadas nas pragas anteriores, pois tinham semelhanças na sua feição com esses animais e agora estavam religiosamente em desvantagem diante da soberania de Deus. Como os primogênitos de todos os animais morreram, também morreram os primogênitos dos touros (o deus touro egípcio chamava-se Apis), que eram sagrados, e a morte dos primogênitos dos touros também foi um duro golpe no deus Osíris (representado pelo sol), o principal deus do panteão egípcio. O próprio Faraó era venerado como filho de Rá (outro nome para o sol). Assim, a morte do primogênito do próprio Faraó mostraria a impotência dos deuses egípcios, bem como a impotência de Faraó.

Na véspera da última praga sobre os egípcios, Deus mandou o povo preparar um cordeiro para ser sacrificado em cada família (Êx 12.3-6). Quando o Senhor passasse para ferir os primogênitos dos egípcios, o sangue sobre as portas seria o sinal de que lá estaria algum israelita e ninguém morreria naquela casa (Êx 12.13). Essa orientação protegeu os primogênitos israelitas da morte. Foi dessa forma que o sangue do cordeiro pascal tornou-se símbolo de proteção diante da morte. Igualmente, o sangue de Jesus como o verdadeiro cordeiro protege-nos da morte eterna, da maldição originada pelo pecado e da escravidão que o pecado gera na vida humana (1 Jo 1.7).

Além de os primogênitos dos israelitas não morrerem na noite deste sacrificio, a Páscoa também significa o livramento da escravidão do Egito, pois, diante da mortandade, o Faraó ordenou que o povo saísse do Egito, temendo maiores consequências. 

A Páscoa tornou-se o primeiro dia do ano religioso dos hebreus e também o começo de sua vida nacional. Ela ocorreu dia 14 do mês de Abibe (chamado de Nisã na história posterior de Israel), que pode corresponder aos nossos meses de março e abril.

A salvação dos primogênitos de Israel através do sangue de um animal e a morte dos primogênitos do Egito demonstra um paralelo do alcance da expiação de Cristo, que “é ilimitada, mas é limitada àqueles que creem verdadeiramente”; que “Ele é o salvador em potencial de todos os homens, mas efetivamente só dos crentes”.

Além do cordeiro da Páscoa de um ano, os elementos centrais dessa festa também eram o pão sem fermento, chamado de pão asmo - que representava a saída rápida, pois não havia tempo de deixar a massa crescer e as ervas amargas que simbolizavam o tempo de amargura, sofrimento, opressão e dor da escravidão durante os 430 anos. 

Essa refeição deveria ser feita apressadamente, com as pessoas em pé, com vestimentas e sandálias nos pés, prontas para saírem e com um bordão (cajado) na mão, simbolizando a pressa com que saíram do Egito. Essa festa deveria ser celebrada continuamente para relembrar que Deus os havia libertado do Egito.
Mais tarde, a festa passou a ser celebrada de maneira mais alegre e, na primeira noite do Seder (ordem ou liturgia), a família israelita festejava a liberdade que Deus dera ao povo. Trata-se de uma festa parecida com o Natal, com a diferença de que o Seder tem uma longa e antiga liturgia acompanhada por vários rituais simbólicos importantes. No final, entoavam-se cânticos de alegria. 

O cântico final era alegre (Sl 136), uma alegria que expressava gratidão a Deus pelos seus feitos. Assim, somos desafiados a celebrar a nossa salvação em Cristo Jesus todos os dias com muita alegria, com cânticos de louvor e gratidão, tal como os judeus celebravam durante a sua páscoa. Jesus, na última Ceia com os discípulos, repartiu o pão e o vinho, o cálice da nova aliança e, depois de ter realizado a Ceia, cantou um hino (Mt 26.30).

Com a Páscoa, Deus dava início ao cumprimento da promessa da terra e da constituição de uma nação feita aAbrao (Gn 12.3). Israel estava sendo liberto do domínio de um povo e estava sendo levado em direção à sua própria terra para construir sua identidade. 

A Páscoa era o símbolo de que, agora, os israelitas não eram mais escravos condenados a viverem sem uma terra. Dessa vez, eles estavam sendo convocados por Deus a seguirem seu próprio caminho, serem uma verdadeira nação e servirem seu Deus e não mais correrem riscos de adorarem os deuses egípcios. De igual forma, a salvação em Cristo Jesus conduziu o ser humano a uma nova identidade e conduz a Igreja em direção a uma nova terra (a nova Jerusalém) onde veremos a plena glória de Deus. 

O Novo Testamento afirma que, mediante a salvação de Jesus, ganhamos uma nova identidade — a de sermos filhos de Deus (Gl 3.26; 1 Jo 3.2); temos uma nova vida
— pois não somos nós que vivemos, mas é Cristo que vive em nós (Gl 2.20), e, igualmente, ganhamos a liberdade de servirmos ao verdadeiro Deus e anunciarmos as suas virtudes ao mundo (1 Pe 2.9-10).
A Páscoa representa a verdadeira libertação que uma nação pode experimentar: a liberdade espiritual para servir ao Criador (Êx 12.1—13. 16). O último juízo sobre o Egito e a provisão do sacrificio pascal possibilitaram o livramento da escravidão e a peregrinação do povo para a Terra Prometida. Os israelitas passavam oito dias comendo pães sem fermento semelhantes ao matzá, isto é, fatias achatadas e crocantes de pães asmos insossos. Tudo em memória da grande fuga do Egito, tão rápida que não houve tempo para deixar o pão caseiro crescer (Êx 12.39-40).

A Páscoa judaica aponta e encontra seu propósito principal e seu fim (de finalidade e término) na vida, na morte e na ressurreição de Cristo. Assim, tanto a Páscoa quanto a Ceia do Senhor apontam para o mesmo simbolismo: o sacrificio de Cristo. Ambos apontam o antes e o depois do maior evento da história: a obra de Cristo.
2.0 CORDEIRO DA PÁSCOA

O cordeiro oferecido como sacrificio era exigido em quatro circunstâncias no judaísmo: na comemoração da Páscoa (Êx 12.5; Lv 23.12); na oferta pelo pecado (Lv 4.32); em algumas cerimônias de purificação (Lv 12.6; 14.10; Nm 6.12) e nos sacrificios matutinos e vespertinos. No judaísmo, o cordeiro era amplamente usado como sacrificio para perdão de pecados; essa, porém, não era a única finalidade. 

A Bíblia apresenta-nos ainda outras passagens em que o cordeiro era usado para outros fins, como é o caso de Abel (Gn 4.3-5), que tirou das primícias do seu rebanho e ofereceu ao Senhor como expressão de gratidão; Abraão (Gn 22.13), que ofereceu o cordeiro como prova da sua fidelidade e obediência a Deus; e das mulheres que, após o parto, deveriam levar ao sacerdote um cordeiro de um ano para sua purificação (Lv 12.6).

Na travessia dos israelitas no deserto em direção à Canaã, o cordeiro passou a ser oferecido como símbolo de santificação e purificação do povo duas vezes por dia (ao amanhecer e ao anoitecer). Esse sacrificio era feito na entrada do Tabernáculo, onde Deus encontrava-se com o povo (Êx 29.38-46). Era o meio de consagração do povo e do lugar onde eles estavam para que a presença de Deus fosse manifesta no meio deles.

O cordeiro Pascal não tinha muita relação com pecados em si. Sua relação era com o livramento da escravidão, como visto acima. Mas é lógico que, fundamentalmente, o anjo da morte passou de largo na casa dos israelitas porque um sacrifício havia sido feito ali, e sacrifícios sempre apontavam para a expiação pelo pecado.

Portanto, subjetiva- mente, o cordeiro havia sido morto porque havia pecado removido pela morte do animal naquela casa. Esse animal, além de ter apenas um ano, não poderia ter qualquer defeito ou mancha e não poderia ter tido nenhum osso quebrado.

O cordeiro da Páscoa deveria ser morto e comido à noite em família. Se uma família fosse muito pequena, poderia juntar-se à outra e, assim, estabelecer uma comunhão mais ampla. Portanto, essa Páscoa é a que serve de base para a Páscoa cristã. Jesus é o Cordeiro que tira o pecado da humanidade, o nosso meio de consagração a Deus e o meio pelo qual Deus manifestou-se a nós. Por isso, Ele é o verdadeiro Cordeiro, o verdadeiro Salvador, e é nEle que está a verdadeira remissão de pecados (Jo 1.29-30).

Jesus deu um novo significado à Páscoa, demonstrando que agora o simbolismo recai sobre Ele e, secundariamente, sobre a libertação dos israelitas do Egito. No lugar do cordeiro morto, Ele está vivo e presente na celebração, simbolicamente demonstrado pelo pão que representa seu corpo e pelo vinho que representa seu sangue. Esses elementos tem sentido duplo: a morte de Cristo em seu corpo (1 Co 11.24) partido (ferido) e seu sangue que verteu; mas também tem o simbolismo de sua presença atualizada simbolicamente no pão e no vinho em união espiritual com Ele.

Apesar de sua tamanha grandeza, Deus esvaziou-se e, na pessoa do seu filho, assumiu a forma humana; como cordeiro imaculado, foi até à morte e morte de cruz (Fp 2.5-8). O verdadeiro cordeiro ofereceu-se como sacrificio definitivo e perfeito para expiação dos pecados da humanidade (Hb 9.12,26,28; 10.12). Na sua morte, a lei do sacrificio de animais, sacrificio imperfeito, tornou-se obsoleta, pois o verdadeiro cordeiro purificou e purifica a todos oferecendo perdão dos pecados mediante o reconhecimento da natureza pecaminosa e das falhas humanas através da confissão de pecados (Rm 10.9).

Comparativamente a Cristo, havia algumas exigências que deveriam ser observadas quando se oferecia um cordeiro: o cordeiro deveria ser completamente limpo, sem manchas e sem defeitos; exigia-se um cordeiro imaculado, plenamente saudável (Lv 4.32; Nm 6.14); esse simbolismo aponta para Jesus, o verdadeiro e perfeito Cordeiro pascal e o sacrificio completo. Após a morte de Jesus, a Igreja Primitiva entendeu, a partir de uma das ordenanças dEle (1 Co 11.23), que a Ceia do Senhor poderia substituir a Páscoa. Isso não significa que abolimos a comemoração da Páscoa; significa apenas que a morte de Cristo é rememorada também na Ceia do Senhor (1 Co 10.16-17).

O principal sentido da Ceia do Senhor é alimentar e sustentar a comunhão com Cristo, sendo Ele o anfitrião, salientando que a comunhão com o corpo de Cristo dá-se na relação comunitária com os irmãos que compõe esse corpo. Além disso, a Ceia aponta para a tensão escatológica entre o”já agora” e o “ainda não”; portanto, aponta para trás, para aquilo que Cristo fez; para o presente, naquilo que Ele nos torna; e para frente, para aquilo que está por vir, o outro lado da vida para respirar o ar do nosso lar eterno e ver a face daquEle que nos resgatou (1 Co 11.26). 

Dessa forma, na Ceia do Senhor, está poderosamente compactado o evangelho e sua proclamação (“anunciais”) e oferece, “até que Ele venha”, sustento na caminhada entre o “já agora” e o “ainda não”.
A Páscoa cristã é o memorial de como Deus substituiu os sacrificios temporários pelo sacrificio definitivo. O cordeiro do Antigo Testamento era sombra do verdadeiro cordeiro. Ao comemorarmos a Páscoa e a Ceia do Senhor, devemos entender que Cristo é o fundamento e a essência da nossa salvação da condenação da morte. Se não atentarmos para Cristo, nossa Páscoa torna-se vazia do verdadeiro sentido. Somos chamados a celebrar com alegria e gratidão porque o verdadeiro Cordeiro anulou nossa culpa de forma definitiva e purificou-nos, tornando-nos dignos de achegarmo-nos à presença de Deus. Agora, somos santificados, justificados e continuamente perdoados em Cristo (Rm 5.1-2).

Os paralelos bíblicos entre a Páscoa judaica e a morte de Jesus são muitos; dentre eles, destacamos: Cristo foi o Cordeiro pascal; sem a morte do animal sacrificado, não haveria remissão de pecados; o tempo da morte de Jesus coincidiu com a morte dos cordeiros da festa judaica; o sangue, como elemento central, era oferecido no altar da mesma forma que Jesus ofereceu seu sangue no altar celestial: 

As famílias judaicas comiam o cordeiro em volta da mesa na noite da Páscoa; assim, também, participamos da comunhão da Ceia à mesa do Senhor com os elementos que representam o corpo e o sangue do Cordeiro (1 (o 11 .24-25) na comunhão dos santos. Mas há diferenças básicas também: o sacrificio de Cristo foi eterno e perfeito, enquanto o pascoal judaico era efêmero e temporal; e, gloriosamente, Cristo ressuscitou!

Além dessas semelhanças acima expostas, vários outros eventos da Páscoa prefiguram o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo:

a. Deus manifestou sua graça ao tirar os israelitas do Egito por causa da aliança que fizera com Abraão. Assim também, nossa salvação é unia obra da graça de Deus que nos vem através de Cristo (Ef 2.8-10).

b. O sangue aplicado à verga da porta salvaria da morte o filho primogênito das famílias, apontando para a morte de Cristo, o primogênito de Deus, que nos salva da sua ira contra o pecado. Assim, o substituto primogênito de Deus ocupou o nosso lugar (1 Co 5.7).

c. O cordeiro tinha que ser perfeito apontando para a perfeição de Cristo (Jo 8.46; Hb 4.15).

d. Criava-se uma identidade com o cordeiro ao comer de sua carne, pois ele salvou-os da morte fisica. Assim, os salvos são identificados com Cristo na comunhão à mesa da Ceia do Senhor (1 Co 11.24).

e. A fé foi um elemento fundamental porque levou a obediência em sacrificar e comer o cordeiro (Hb 11.28); da mesma forma, a salvação é obtida através da fé em obediência a Cristo (Rm 1.5; 16.26).

f. Devia-se comer o cordeiro com os pães asmos, sem fermento. Na Bíblia, o fermento muitas vezes simboliza o pecado e a corrupção; da mesma forma como devemos manter-nos afastados dessas realidades. Semelhantemente, o povo de Deus deve separar-se do mundo pecaminoso e dedicar-se exclusivamente a Deus.

O grande valor e abrangência da morte de Cristo como Cordeiro de Deus foi celebrado por Pedro nesta magnífica passagem: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, o qual, na verdade, em outro tempo, foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado, nestes últimos tempos, por amor de vós; e por ele credes em Deus, que o ressuscitou dos mortos e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus” (1 Pe 1.18-21).

Apontando para o futuro, o apóstolo João profetizou quanto ao nosso estado eterno com Cristo: “E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada” (Ap 2 1.23).

3. O SANGUE DO CORDEIRO

A primeira vez que a Bíblia fala de sacrifícios é no livro de Gênesis após a Queda de Adão e Eva (Gn 3.21; 4.1-7). O sacrificio era uma forma de lidar com os problemas criados pelo pecado, que destrói a paz que deveria existir entre Deus e a humanidade. Os sacrificios eram oferecidos para fazer expiação, ou seja, os pecados eram perdoados e, mediante esse perdão, sua relação com Deus era restabelecida. Um dos símbolos principais do sacrificio é o sangue do animal que é sacrificado. O sangue era o principal elemento da expiação, pois representava a vida. Era a vida do animal, “derramada” na morte, que restabelecia a paz entre Deus e as pessoas (Lv 17.11).

O sangue cerimonial no Antigo Testamento representava o oferecimento da vida entregue como rendição e dedicação a Deus. Por isso, oferecer o sangue de um animal é elemento central para o perdão de pecados. Quem pecasse deveria saber que seu destino seria a morte, mas o animal ocuparia o seu lugar, e o sangue desse animal aspergido seria o sinal visível de que seu pecado foi perdoado.

Portanto, o substituto seria um inocente animal, cuja figura aponta para Cristo como o sacrifício inocente pela humanidade. A cruz oferece-nos um sinal do perdão dos pecados quando olhamos para ela e lembramos de que, ali, o sangue de um inocente foi vertido — o que nos serve de alento e libertação da culpa diante dos pecados cometidos. Assim, somos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, e a sua vida ressurreta é a garantia de que somos salvos e que, um dia, também experimentaremos a ressurreição.

O cordeiro imolado e o seu sangue aspergido ocupavam o lugar do ofertante pecador. A lógica era que a vida do animal substituía simbolicamente a vida do pecador. Essa substituição era simbolizada pela apresentação do sangue do animal no altar como resgate pela vida do pecador. Outras vezes, era visto como o pagamento de uma dívida ou a oferta pela culpa (cf. Lv 7.2). 

Assim, o sangue era visto como uma forma de purificar tanto as pessoas quanto os lugares e objetos, possibilitando que o Deus totalmente puro e santo se fizesse presente entre o povo. No Novo Testamento, Jesus Cristo derramou seu sangue para purificar a raça humana e tornar nosso corpo um lugar santo e legítimo de receber a presença de seu Espírito Santo (1 Co 3.16-18).

O sangue de Cristo expiou nossa culpa. No hebraico, “expiação” significa, literalmente, “cobrir”. Inclui a ideia de cobrir o pecado, como também o pecador (Lv 4.20; 5.18). Dessa forma, o pecado é ocultado da vista de Deus, de modo que o pecador já não provoca a ira de Deus. Sendo assim, como bem observa Pearlman, a necessidade da expiação é consequência de dois fatos: a santidade de Deus e o pecado do ser humano. 

A reação da santidade de Deus contra o pecado é conhecida corno sua ira, que pode ser evitada mediante a expiação. Ora, mas foi exatamente isso que Jesus realizou na cruz! Os evangelhos ensinam que o Jesus inocente assumiu para si a culpa de toda a humanidade e sofreu a punição que caberia ao ser humano. Ele padeceu e morreu no lugar do pecador (sofrimento vicário). Por meio dEle, Deus reconcilia-se com a humanidade, e a comunhão do ser humano com Deus é restabelecida.

A vida abundante de Deus (Jo 10.10) nos é comunicada mediante o sangue de Cristo vertido na cruz. O sangue do verdadeiro Cordeiro, Jesus, não nos livra apenas da morte eterna; Ele também nos dá acesso à verdadeira vida. O sangue de Cristo restaurou a aliança com o Pai e, agora, mediante esse sangue, já não somos pecadores distantes, quer gentios, ou europeus, ou asiáticos, ou africanos, ou latino-americanos; já não somos pobres, ou ricos, ou indígenas, ou brancos, ou negros; somos, antes de tudo, chamados Filhos de Deus (1 Jo 3.1).

O livro de Hebreus afirma que Jesus tornou-se o Sacerdote da sublime aliança, pois Ele recebeu um ministério ainda mais excelente que o dos sacerdotes, assim como também a aliança da qual Ele é o mediador; aliança muito superior à antiga, pois é fundamentada em promessas excelsas (Hb 8.6-8).

No Novo Testamento, Jesus, ao celebrar a Páscoa na última ceia, afirmou que seu sangue era o símbolo da nova aliança (Lc 22.14-20). Assim, Ele tomava-se o verdadeiro Cordeiro e, ao mesmo tempo, o verdadeiro Sacerdote. 

Ele foi o sacrificio e o oficiante do sacrificio. Por essa razão, o livro de Hebreus afirma que Ele é o mediador da nova aliança mediante o seu sangue, que redime a humanidade efetiva e definitivamente (Hb 12.24). O sangue da nova aliança deu acesso direto ao trono da graça (Hb 4.16) e também autoridade exclusiva a Jesus corno o único e verdadeiro mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2.5), fazendo da Igreja um povo de verdadeiros sacerdotes (1 Pe 2.9), com autoridade e legitimidade para partilhar da intimidade com o Deus de toda a criação e anunciar as Boas-Novas dessa aliança.

A Páscoa não celebra um rito judaico — isso ficou para trás como sombra que apontava para Cristo (Cl 2.17) — mas anuncia, sim, um dos maiores eventos da história humana, que é a ressurreição de Cristo, a qual também atesta para o fato de que todos nós seremos ressuscitados com Ele.

Evangelista Isaías Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Setor I - Em Dourados – MS

Livro A Obra da Salvação Claiton Ivan Pommerening 1º. Edição CPAD 2017