30 de julho de 2019

A MORDOMIA DA IGREJA LOCAL

A MORDOMIA DA IGREJA LOCAL

TEXTO  ÁUREO

“Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em todo a boa obra, e crescendo não conhecimento de Deus” ( Cl 1:10).

VERDADE PRÁTICA

A mordomia da Igreja deve ser feita dentro de uma perspectiva tridimensional quantitativamente, qualitativamente e organicamente.

TEXTO BÍBLICO = At 4.32-35; 5.12-16

INTRODUÇÃO

E conhecido, de modo geral o termo eclésia, do grego, que significa reunião OU assembléia. Entretanto, na raiz da palavra o sentido é o de “tirados de fora”. Esse último sentido revela a natureza da Igreja e o seu caráter.

1. A MORDOMIA NO CORPO DE CRISTO

A figura do corpo humano é a mais completa, rica e compreensível de todas as figuras que podem ilustrar a Igreja de Cristo na terra (1 Co 12.12-27: Ef 1.22-23). A Igreja é o corpo, mas Cristo é a Cabeça.

1. A Unidade. No capítulo 2 de Atos, o autor diz que “quase três mii almas’ agregaram-se á Igreja de Cristo, Diz ainda Lucas: “E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum” (At 2.44).

2. A Mutualidade (At 2.45: 4.32). De fato, essa característica era administrada pelo Espírito Santo, Havia um intenso desejo de partilhar e compartilhar, não só de coisas espirituais, mas, também, de materiais.

3. A Potencialidade. O texto de Atos 5.12 a 16, testemunha da manifestação de poder do Espírito que capacitava a Igreja a realizar proezas em nome do Senhor. Sinais e prodigmos eram feitos entre o J30V0 em nome de .Jesus, e todo o povo de Jerusalém reconhecia que havia algo de extraordinário entre aqueles galileus.

II. A MORDOMIA NO CRESCIMENTO DA IGREJA
(At 1:15; = 2.41-42; 4.4; 5.14; 6.1,7; 9.31: 16.5: 21.20) .

A Igreja neotestamentária possuía algumas características próprias. as quais indicavam a razão do seu crescimento vitalizante. Era uma Igreja que crescia por si mesma. Tinha dentro de si a força capaz de expandir-se por toda a parte. Tinha governo próprio, isto é, o Espírito Santo, que capacitava homens especiais para administrá-la. Sustentava-se a si mesma, com ofertas e dízimos.

1. O Crescimento Quantitativo. Há um falso conceito que afirma que Deus não quer quantidade, mas qualidade. A Igreja nasceu para crescer e multiplicar-se. O imperativo da multiplicação era real na vida da Igreja, nos Atos dos Apóstolos. O Evangelho não deveria restringir-se àquela geração, nem aquela região, mas deveria ser pregado a todas as gentes. em todo o mundo (Mc 1.15: Mt 24.14:28 20).

2. Crescimento Qualitativo da  igreja. O apóstolo Pedro escreveu: “Antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Pe 3.18). Não hasta ao crente pregar a Cristo aos de fora. E preciso senti-lo dentro de si mesmo.

a) Chegar à unidade da Fé. “Até que todos cheguemos á unidade da fé” Ef 4,13. O verbo chegar indica um processo. Significa colocar alguma coisa em movimento. A unidade da fé só é possível pelo completo amadurecimento. A fé não é o sim- pies ato de crer em alguma coisa. E o conteúdo doutrinário que forma o fundamento do verdadeiro cristianismo. Até chegarmos a essa unidade precisamos crescer e amadurecer.

b) Conhecer plenamente a ‘Jesus. Chegar à unidade da fé e também ao conhecimento do Filho de Deus “até que todos cheguemos... ao conhecimento do Filho de Deus” (Ef 4.12). Não se trata de um conhecimento superficial, mas um conhecimento real.

c) Tornar-se semelhante a Jesus (2 Co 3.18). Aqui está um terceiro aspecto no processo de crescimento qualitativo do crente. Quanto mais profundo for o nosso conhecimento acerca de .Jesus e quanto mais penetrarmos em quem Ele é, mais seremos transformados na sua própria imagem.


III. A MORDOMIA NO GOVERNO DA IGREJA

Para entendermos a questão do governo da igreja local, temos que aceitar o fato de que a igreja local constitui-se de pessoas distintas, as quais formam uma comunidade, e por isso precisa ser organizada. A igreja é ao mesmo tempo um organismo e uma organização. Ela é a igreja invisível com sua manifestação visível. Cada igreja local, com toda a sua estrutura física e material, é uma organização necessária.

1. A Organização da Igreja. Não podemos espiritualizar aquilo que só pode ser material. Precisamos separar os dois fatos acerca da Igreja. Ela é primeiramente um organismo, mas é também uma organização local necessária para o pleno desenvolvimento quantitativo e qualitativo, conforme está em Efésios 4.12-16.

a) A organização doutrinaria. Significa a administração da Palavra de Deus de modo sistemático e prático. A Igreja primitiva mantinha-se fiel à doutririna dos apóstolos” (At 2.42).(r6

b) A organização comunitária. Implica na participação de toda a comunidade, assistindo aos cultos regularmente. Na igreja de Jerusalém, o primeiro dia da semana foi reconhecido como o “dia do Senhor”, e nesse dia a igreja reunia-se para lembrar a morte e ressurreição do Senhor Jesus. Os crentes contribuíam voluntariamente com os seus dízimos e ofertas para o sustento da obra de evangelização e manutenção de obreiros (Rm 15.26; 1 Co 16.1,2). A igreja também reunia-se, às vezes, para tratar de interesses de toda a comunidade (At 15.6,12,22,23).

c) A organização ministerial. O funcionamento da igreja local permanece na forma de governo estabelecido no princípio. A organização ministerial refere-se a duas classes de ministérios, as quais dirigem a igreja local. A essas classes podemos denominar de: ministério geral e ministério local.

2. O Ministério Geral da Igreja. Por que ministério geral9 Porque o mesmo não se restringe à igreja local, mas tem um caráter amplo e geral na ministração da Palavra de Deus. Destacaremos alguns desses principais ministérios.

a) Apóstolos (Ef 4.11). No seu sentido real quer dizer “enviados”. E um ministério ligado à liderança espiritual e ao trabalho de lançar os fundamentos iniciais de uma obra, geralmente confirmados por sinais e prodígios (2 Co 12.12; 1 Co 3.10; Ef 2.20).

b) Profetas (Ef 4.11). Trata-se de um dom ministerial, o qual não deve ser confundido com o “dom de profecia” dos dons do Espírito.

c) Evangelistas (Ef 4.11). Tanto pode ser um ministério local como geral. O Evangelista é um porta-voz de boas novas de salvação em Cristo. Ë aquele que desbrava a terra virgem do coração dos homens com a proclamação do Evangelho.

d) Mestres ou Doutores (Ef 4.11). A Bíblia destaca o seu trabalho com a arte de ensinar. É um ministério intelectual, pois a fé pode ser desenvolvida objetivando convencer a igreja intelectualmente, mas na unção do Espírito.

3. Ministério Local da Igreja. Neste ponto o ministério relaciona- se com a igreja local; com aqueles que dirigem a igreja.

a) Pastores (Ef 4.11). O pastorado é um ministério dado por .Jesus para guiar, proteger, curar e alimentar o rebanho do Senhor ( Jo 21.15-17; 1 Tm 4.6; Ez 34.8). Os pastores são denominados, às vezes, de bispos (1 Tm 3.1-5; At 20.28).

b) Presbíteros ou Anciãos (At 14.23; 1 Tm 5.17). A idéia de presbíteros foi tirada, pelos apóstolos, do costume tradicional judaico que se referia aos “anciãos do povo”. (Tt 1.5).

c) Diáconos. Sua função essencial, na igreja local, é na esfera material e social, porém, com conotação espiritual (At 6.1-4; Rm 16.1; Fp 4.3).

lições Bíblicas CPAD 2º. Trimestre 1987

Exercitando a mordomia na Igreja

TEXTO ÁUREO

“Para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade”. 1 Tm 3.15

VERDADE APLICADA

O zelo pela casa de Deus deve estar presente na vida de todos os seus servos.

LEITURA  BIBLICA – ATOS 4:42-47

INTRODUÇÃO

A Igreja, instituição divina, estabelecida por Cristo, tem dois lados que precisam de uma ativa mordomia para a execução de seu propósito na terra; ‘o lado jurídico e o espiritual. Como instituição jurídica, a igreja precisa ser administrada com sabedoria perante os homens; como instituição espiritual, ela precisa ser administrada com a graça de Deus para que seus objetivos espirituais sejam alcançados e seja estabelecida como o “corpo de Cristo”.

I - A IGREJA É O CORPO DE CRISTO

Dentre as muitas descrições bíblicas acerca da Igreja, o corpo é que melhor representa sua designação bíblica, pois de forma maravilhosa ele se relaciona com todos os seus membros (1 Co 12.12,27). Para seu crescimento, o corpo precisa da participação dos membros que se ligam e se desenvolvem para seu aumento (Ef 4.16). Segundo Paulo, toda a participação é feita por amor (1 Co 16.14).

a) Cristo é a cabeça da igreja — Ao fundar sua igreja, Cristo se colocou como Rocha (Mt 16.18; At 4.11) e também como cabeça: “E Ele é a cabeça do corpo da Igreja, Cl 1.18). Na cabeça está todo o sistema nervoso que faz funcionar o corpo, assim como em Cristo estão todas as coisas de que precisamos para o perfeito funcionamento da igreja (Jo 15.5; 1 Co 11.3; Cl 2.10).

b) A unidade do corpo - Paulo define o corpo como algo composto por muitos membros (1 Co 12.14). Entretanto, existe uma unidade perfeita (Ef 4.4), que colabora para seu pleno funcionamento: “Para que não haja divisão no corpo ...“ (1 Co 12.25a). Dessa maneira todos os membros são importantes e necessários (1 Co 12.21-24).

c) A mordomia no corpo — Assim como cuidamos do nosso corpo (Ef 5.29), devemos também cuidar da Igreja, o corpo de Cristo (2 Co 11.28). Paulo afirma o seu zelo pelos membros da Igreja (2 Co 11.2), revelando sua participação na mordomia no corpo de Cristo. A mordomia no corpo de Cristo, a Igreja, é atribuição de todos os membros: “... tenham os membros igual cuidado uns dos outros” (Gl 6.2; 1 Co 12.26).

II - A IMPORTÂNCIA DO MINISTERI0 NA IGREJA

O ministério da igreja foi dado pelo Senhor com o propósito de preparar o povo de Deus para o trabalho, promover o crescimento numérico e espiritual, fortalecendo a unidade do corpo de Cristo (Ef 4.11,12). O Senhor escolhe os obreiros, reveste com os seus dons e dá-lhes capacidade espiritual de serví-lo dentro do ministério (1 Co 12.28-30).

a) O Senhor separa obreiros para o ministério — No início de seu ministério Jesus separou para si seus discípulos: “Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele” (Mc 3.13). No início da Igreja, Ele usou o Espírito Santo para fazer esta “separação” (At 13.2). Em pleno desenvolvimento de sua obra, Ele se encarrega de chamar homens e mulheres, capacitando-os para o ministério (1 Co 7.17; 2 Tm 1.9; 2 Co 3.5).

b) O Senhor valoriza cada obreiro — Os dons de Deus fazem parte de sua graça a todos nós (Ef 4.8) e foram dados para nossa valorização espiritual diante da igreja (Rm 12.6-8). O dom capacita-nos para a execução da obra de Deus: “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pe 4.10) e não deve ser desprezado: “Não te faças negligente para com o dom que há em ti, o qual te foi concedido mediante profecia, com a imposição das mãos do presbitério” (1 Tm 4.14), mas sim exercitado para a edificação da Igreja, o corpo de Cristo (1 Co 12.7; 14.12,26).

c) O Senhor necessita da mordomia do obreiro — O obreiro é um mordomo da obra de Deus: “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus” (1 Co 4.1). O bom mordomo está sempre procurando colaborar com a Igreja do Senhor Jesus: “e enviamos nosso irmão Timóteo, ministro de Deus no evangelho de Cristo, para, em beneficio da vossa fé, confirmar-vos e exortar-vos” (1 Ts 3.2). Mesmo que isso implique em trabalhos, fadigas e desprezo (1 Co 4.11-16), ele se deixa gastar pelas ovelhas do Senhor (2 Co 12.15). A boa mordomia aqui, resultará em recompensa no porvir (2 Tm 4.7,8).

III - A NECESSIDADE DO CRESCIMENTO DA IGREJA

Tão logo foi inaugurada (At 2.1-4), a Igreja desenvolveu-se através do crescimento numérico (At 2.41; 4.4). Foi tão grande seu crescimento que já havia problemas na Igreja (At 6.1), necessitando de mordomos que cuidassem das causas das viúvas e dos necessitados: “Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, çheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço” (At 6.3). A partir daí, a igreja tem crescido em todo o mundo: “Porém, não os encontrando, arrastaram Jasom e alguns irmãos perante as autoridades, clamando: Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui” (At 17.6), espalhando sua fé (1 Ts 1.8).

a) A igreja precisa fazer a sua parte — Paulo declara aos Coríntios seu trabalho em prol da Igreja: “Eu plantei, Apoio regou; mas Deus deu o crescimento” (1 Co 3.6). Aqui está a razão do crescimento da Igreja: plantar e regar, isto é, cada crente fazer a sua parte no reino de Deus (Fp 1.3-5), pois somos “cooperadores de Deus” (1 Co 3.9).

b) A igreja precisa evangelizar— Desde sua inauguração no Pentecostes (At 2.1), a Igreja começou a cumprir o “Ide” de Jesus (Mc 16.15). O trabalho de evangelização tomou conta da igreja (At 4.33) e o Evangelho se espalhou (At 8.4). Evangelizar é a missão precípua da Igreja:
“Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!” (1 Co 9.16).

c) A igreja cresce através do ensino — A Igreja que deseja crescer no conhecimento, não pode desprezar o ensino (2 Pe 3.18). O exemplo da Igreja Primitiva deve ser seguido ainda hoje: “E todos os dias no templo e nas casas não cessavam de ensinar ...“ (At 5.42). O objetivo do ensino é levar o crente a aperfeiçoar sua fé, conhecer ao Senhor e alcançar maturidade espiritual (Ef 4.13). A mordomia do ensino é uma prerrogativa bíblica (Rm 12.7).

IV - A IGREJA E SUA EXPANSÃO MISSIONÁRIA

A expansão missionária da Igreja é proporcional à visão espiritual de seu líder (Jo 4.35). Os nossos olhos devem alcançar o “campo branco”, que precisa ser colhido, pois estamos em época de ceifa (Jo 4.36). Para que todos se envolvam na obra missionária é preciso compreender o papel de cada crente no reino de Deus (Jo 4.37). Assim, todos trabalham e são galardoados (1 Co 3.8).

a) Missões, a principal meta da igreja — A meta da Igreja é alcançar o mundo, através do Evangelho de Cristo (Mc 16.15). Para isso ela precisa se envolver com a obra missionária (At 13.3,4), onde o campo é o mundo (Mt 13.38) e mais do que nunca sem fronteiras, por causa da “globalização”. A Igreja deve aproveitar este momento e avançar na disseminação da Palavra de Deus usando todos os meios possíveis (1 Co 9.22).

b) A necessidade da expansão do reino — Jesus, ao partir, deixou com a igreja a missão de expandir o seu reino: “Portanto ide, ensinai todas as nações ...“ (Mt 28.19). Ele disse que deveriam ir “até aos confins da terra (At 1.8). Entretanto, esta missão só pode ser feita com quem já teve uma experiência com Ele (At 9.5,15; 1 Jo 1.1). O objetivo de missões é ampliar o reino de Deus na terra: “Estes que têm alvoroçado o mundo, chegaram também aqui” (At 17.6b).

c) A mordomia da obra missionária — A mordomia fornece o elemento material para o avanço missionário da Igreja (Fp 4.15). Igrejas bem doutrinadas na “mordomia” são igrejas que desenvolvem um bom trabalho missionário, pois estão sempre entregando vidas para o serviço do Mestre (At 13.1,2). A obra missionária precisa de “mordomos fiéis” (2 Rs 22.7), que saibam “administrar” os recursos e empregá-los bem para o desenvolvimento do reino de Deus.

CONCLUSÃO

A visão bíblica da igreja deve estar presente em cada crente que ama a obra do Senhor Jesus. O crente sabe que foi salvo para servir e o melhor lugar para este serviço é na igreja, onde pode desenvolver o “dom da mordomia” pela casa de Deus. Com o ministério desempenhando seu papel e os crentes ajudando, a igreja seguirá seu rumo sempre voltada para a evangelização do mundo, que é sua importante missão na terra.


Lições Bíblicas Betel 4º. Trimestre 2002