A MORDOMIA DA IGREJA LOCAL
TEXTO ÁUREO
“Para que possais andar
dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em todo a boa
obra, e crescendo não conhecimento de Deus” ( Cl 1:10).
VERDADE PRÁTICA
A mordomia da Igreja
deve ser feita dentro de uma perspectiva tridimensional quantitativamente,
qualitativamente e organicamente.
TEXTO BÍBLICO = At 4.32-35; 5.12-16
INTRODUÇÃO
E conhecido, de modo
geral o termo eclésia, do grego, que significa reunião OU assembléia.
Entretanto, na raiz da palavra o sentido é o de “tirados de fora”. Esse último
sentido revela a natureza da Igreja e o seu caráter.
1. A MORDOMIA NO CORPO DE CRISTO
A figura do corpo
humano é a mais completa, rica e compreensível de todas as figuras que podem
ilustrar a Igreja de Cristo na terra (1 Co 12.12-27: Ef 1.22-23). A Igreja é o
corpo, mas Cristo é a Cabeça.
1.
A Unidade. No capítulo 2 de Atos, o autor diz que “quase três
mii almas’ agregaram-se á Igreja de Cristo, Diz ainda Lucas: “E todos os que
criam estavam juntos, e tinham tudo em comum” (At 2.44).
2.
A Mutualidade (At 2.45: 4.32). De fato, essa
característica era administrada pelo Espírito Santo, Havia um intenso desejo de
partilhar e compartilhar, não só de coisas espirituais, mas, também, de
materiais.
3.
A Potencialidade. O texto de Atos 5.12 a 16, testemunha
da manifestação de poder do Espírito que capacitava a Igreja a realizar proezas
em nome do Senhor. Sinais e prodigmos eram feitos entre o J30V0 em nome de
.Jesus, e todo o povo de Jerusalém reconhecia que havia algo de extraordinário
entre aqueles galileus.
II. A MORDOMIA NO CRESCIMENTO DA
IGREJA
(At 1:15; = 2.41-42; 4.4; 5.14;
6.1,7; 9.31: 16.5: 21.20) .
A Igreja
neotestamentária possuía algumas características próprias. as quais indicavam a
razão do seu crescimento vitalizante. Era uma Igreja que crescia por si mesma.
Tinha dentro de si a força capaz de expandir-se por toda a parte. Tinha governo
próprio, isto é, o Espírito Santo, que capacitava homens especiais para
administrá-la. Sustentava-se a si mesma, com ofertas e dízimos.
1.
O Crescimento Quantitativo. Há um falso conceito que afirma
que Deus não quer quantidade, mas qualidade. A Igreja nasceu para crescer e
multiplicar-se. O imperativo da multiplicação era real na vida da Igreja, nos
Atos dos Apóstolos. O Evangelho não deveria restringir-se àquela geração, nem
aquela região, mas deveria ser pregado a todas as gentes. em todo o mundo (Mc
1.15: Mt 24.14:28 20).
2.
Crescimento Qualitativo da igreja.
O apóstolo Pedro escreveu: “Antes crescei na graça e no conhecimento de nosso
Senhor Jesus Cristo” (2 Pe 3.18). Não hasta ao crente pregar a Cristo aos de
fora. E preciso senti-lo dentro de si mesmo.
a)
Chegar à unidade da Fé. “Até que todos cheguemos á unidade
da fé” Ef 4,13. O verbo chegar indica um processo. Significa colocar alguma
coisa em movimento. A unidade da fé só é possível pelo completo amadurecimento.
A fé não é o sim- pies ato de crer em alguma coisa. E o conteúdo doutrinário
que forma o fundamento do verdadeiro cristianismo. Até chegarmos a essa unidade
precisamos crescer e amadurecer.
b)
Conhecer plenamente a ‘Jesus. Chegar à unidade da fé
e também ao conhecimento do Filho de Deus “até que todos cheguemos... ao
conhecimento do Filho de Deus” (Ef 4.12). Não se trata de um conhecimento
superficial, mas um conhecimento real.
c)
Tornar-se semelhante a Jesus (2 Co 3.18). Aqui está um
terceiro aspecto no processo de crescimento qualitativo do crente. Quanto mais
profundo for o nosso conhecimento acerca de .Jesus e quanto mais penetrarmos em
quem Ele é, mais seremos transformados na sua própria imagem.
III. A MORDOMIA NO GOVERNO DA
IGREJA
Para entendermos a
questão do governo da igreja local, temos que aceitar o fato de que a igreja
local constitui-se de pessoas distintas, as quais formam uma comunidade, e por
isso precisa ser organizada. A igreja é ao mesmo tempo um organismo e uma
organização. Ela é a igreja invisível com sua manifestação visível. Cada igreja
local, com toda a sua estrutura física e material, é uma organização
necessária.
1.
A Organização da Igreja. Não podemos espiritualizar aquilo
que só pode ser material. Precisamos separar os dois fatos acerca da Igreja.
Ela é primeiramente um organismo, mas é também uma organização local necessária
para o pleno desenvolvimento quantitativo e qualitativo, conforme está em
Efésios 4.12-16.
a)
A organização doutrinaria. Significa a administração da
Palavra de Deus de modo sistemático e prático. A Igreja primitiva mantinha-se
fiel à doutririna dos apóstolos” (At 2.42).(r6
b)
A organização comunitária. Implica na participação de toda a
comunidade, assistindo aos cultos regularmente. Na igreja de Jerusalém, o
primeiro dia da semana foi reconhecido como o “dia do Senhor”, e nesse dia a
igreja reunia-se para lembrar a morte e ressurreição do Senhor Jesus. Os
crentes contribuíam voluntariamente com os seus dízimos e ofertas para o
sustento da obra de evangelização e manutenção de obreiros (Rm 15.26; 1 Co
16.1,2). A igreja também reunia-se, às vezes, para tratar de interesses de toda
a comunidade (At 15.6,12,22,23).
c)
A organização ministerial. O funcionamento da igreja local
permanece na forma de governo estabelecido no princípio. A organização
ministerial refere-se a duas classes de ministérios, as quais dirigem a igreja
local. A essas classes podemos denominar de: ministério geral e ministério
local.
2.
O Ministério Geral da Igreja. Por que ministério
geral9 Porque o mesmo não se restringe à igreja local, mas tem um caráter amplo
e geral na ministração da Palavra de Deus. Destacaremos alguns desses
principais ministérios.
a)
Apóstolos (Ef 4.11). No seu sentido real quer dizer
“enviados”. E um ministério ligado à liderança espiritual e ao trabalho de
lançar os fundamentos iniciais de uma obra, geralmente confirmados por sinais e
prodígios (2 Co 12.12; 1 Co 3.10; Ef 2.20).
b)
Profetas (Ef 4.11). Trata-se de um dom ministerial, o qual
não deve ser confundido com o “dom de profecia” dos dons do Espírito.
c)
Evangelistas (Ef 4.11). Tanto pode ser um ministério local
como geral. O Evangelista é um porta-voz de boas novas de salvação em Cristo. Ë
aquele que desbrava a terra virgem do coração dos homens com a proclamação do
Evangelho.
d)
Mestres ou Doutores (Ef 4.11). A Bíblia destaca o seu
trabalho com a arte de ensinar. É um ministério intelectual, pois a fé pode ser
desenvolvida objetivando convencer a igreja intelectualmente, mas na unção do
Espírito.
3.
Ministério Local da Igreja. Neste ponto o ministério
relaciona- se com a igreja local; com aqueles que dirigem a igreja.
a)
Pastores (Ef 4.11). O pastorado é um ministério dado por
.Jesus para guiar, proteger, curar e alimentar o rebanho do Senhor ( Jo
21.15-17; 1 Tm 4.6; Ez 34.8). Os pastores são denominados, às vezes, de bispos
(1 Tm 3.1-5; At 20.28).
b)
Presbíteros ou Anciãos (At 14.23; 1 Tm 5.17). A idéia de
presbíteros foi tirada, pelos apóstolos, do costume tradicional judaico que se
referia aos “anciãos do povo”. (Tt 1.5).
c)
Diáconos. Sua função essencial, na igreja local, é na esfera
material e social, porém, com conotação espiritual (At 6.1-4; Rm 16.1; Fp 4.3).
lições Bíblicas CPAD
2º. Trimestre 1987
Exercitando a mordomia na Igreja
TEXTO ÁUREO
“Para que, se eu
tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja
do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade”. 1 Tm 3.15
VERDADE APLICADA
O
zelo pela casa de Deus deve estar presente na vida de todos os seus servos.
LEITURA BIBLICA – ATOS 4:42-47
INTRODUÇÃO
A Igreja, instituição
divina, estabelecida por Cristo, tem dois lados que precisam de uma ativa
mordomia para a execução de seu propósito na terra; ‘o lado jurídico e o
espiritual. Como instituição jurídica, a igreja precisa ser administrada com
sabedoria perante os homens; como instituição espiritual, ela precisa ser
administrada com a graça de Deus para que seus objetivos espirituais sejam
alcançados e seja estabelecida como o “corpo de Cristo”.
I - A IGREJA É O CORPO DE CRISTO
Dentre as muitas
descrições bíblicas acerca da Igreja, o corpo é que melhor representa sua
designação bíblica, pois de forma maravilhosa ele se relaciona com todos os
seus membros (1 Co 12.12,27). Para seu crescimento, o corpo precisa da
participação dos membros que se ligam e se desenvolvem para seu aumento (Ef
4.16). Segundo Paulo, toda a participação é feita por amor (1 Co 16.14).
a)
Cristo é a cabeça da igreja — Ao fundar sua igreja,
Cristo se colocou como Rocha (Mt 16.18; At 4.11) e também como cabeça: “E Ele é
a cabeça do corpo da Igreja, Cl 1.18). Na cabeça está todo o sistema nervoso
que faz funcionar o corpo, assim como em Cristo estão todas as coisas de que
precisamos para o perfeito funcionamento da igreja (Jo 15.5; 1 Co 11.3; Cl
2.10).
b)
A unidade do corpo - Paulo define o corpo como algo
composto por muitos membros (1 Co 12.14). Entretanto, existe uma unidade
perfeita (Ef 4.4), que colabora para seu pleno funcionamento: “Para que não
haja divisão no corpo ...“ (1 Co 12.25a). Dessa maneira todos os membros são
importantes e necessários (1 Co 12.21-24).
c)
A mordomia no corpo — Assim como cuidamos do nosso corpo
(Ef 5.29), devemos também cuidar da Igreja, o corpo de Cristo (2 Co 11.28).
Paulo afirma o seu zelo pelos membros da Igreja (2 Co 11.2), revelando sua
participação na mordomia no corpo de Cristo. A mordomia no corpo de Cristo, a
Igreja, é atribuição de todos os membros: “... tenham os membros igual cuidado
uns dos outros” (Gl 6.2; 1 Co 12.26).
II - A IMPORTÂNCIA DO MINISTERI0 NA
IGREJA
O ministério da igreja
foi dado pelo Senhor com o propósito de preparar o povo de Deus para o
trabalho, promover o crescimento numérico e espiritual, fortalecendo a unidade
do corpo de Cristo (Ef 4.11,12). O Senhor escolhe os obreiros, reveste com os
seus dons e dá-lhes capacidade espiritual de serví-lo dentro do ministério (1
Co 12.28-30).
a) O Senhor separa
obreiros para o ministério — No início de seu ministério Jesus separou para si
seus discípulos: “Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e
vieram para junto dele” (Mc 3.13). No início da Igreja, Ele usou o Espírito
Santo para fazer esta “separação” (At 13.2). Em pleno desenvolvimento de sua
obra, Ele se encarrega de chamar homens e mulheres, capacitando-os para o
ministério (1 Co 7.17; 2 Tm 1.9; 2 Co 3.5).
b)
O Senhor valoriza cada obreiro — Os dons de Deus
fazem parte de sua graça a todos nós (Ef 4.8) e foram dados para nossa
valorização espiritual diante da igreja (Rm 12.6-8). O dom capacita-nos para a
execução da obra de Deus: “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que
recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pe 4.10) e não
deve ser desprezado: “Não te faças negligente para com o dom que há em ti, o
qual te foi concedido mediante profecia, com a imposição das mãos do
presbitério” (1 Tm 4.14), mas sim exercitado para a edificação da Igreja, o
corpo de Cristo (1 Co 12.7; 14.12,26).
c)
O Senhor necessita da mordomia do obreiro — O obreiro é
um mordomo da obra de Deus: “Que os homens nos considerem como ministros de
Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus” (1 Co 4.1). O bom mordomo está
sempre procurando colaborar com a Igreja do Senhor Jesus: “e enviamos nosso
irmão Timóteo, ministro de Deus no evangelho de Cristo, para, em beneficio da
vossa fé, confirmar-vos e exortar-vos” (1 Ts 3.2). Mesmo que isso implique em
trabalhos, fadigas e desprezo (1 Co 4.11-16), ele se deixa gastar pelas ovelhas
do Senhor (2 Co 12.15). A boa mordomia aqui, resultará em recompensa no porvir
(2 Tm 4.7,8).
III - A NECESSIDADE DO CRESCIMENTO
DA IGREJA
Tão logo foi inaugurada
(At 2.1-4), a Igreja desenvolveu-se através do crescimento numérico (At 2.41;
4.4). Foi tão grande seu crescimento que já havia problemas na Igreja (At 6.1),
necessitando de mordomos que cuidassem das causas das viúvas e dos
necessitados: “Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação,
çheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço” (At
6.3). A partir daí, a igreja tem crescido em todo o mundo: “Porém, não os
encontrando, arrastaram Jasom e alguns irmãos perante as autoridades, clamando:
Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui” (At 17.6), espalhando
sua fé (1 Ts 1.8).
a) A igreja precisa
fazer a sua parte — Paulo declara aos Coríntios seu trabalho em prol da Igreja:
“Eu plantei, Apoio regou; mas Deus deu o crescimento” (1 Co 3.6). Aqui está a
razão do crescimento da Igreja: plantar e regar, isto é, cada crente fazer a
sua parte no reino de Deus (Fp 1.3-5), pois somos “cooperadores de Deus” (1 Co
3.9).
b)
A igreja precisa evangelizar— Desde sua inauguração
no Pentecostes (At 2.1), a Igreja começou a cumprir o “Ide” de Jesus (Mc
16.15). O trabalho de evangelização tomou conta da igreja (At 4.33) e o
Evangelho se espalhou (At 8.4). Evangelizar é a missão precípua da Igreja:
“Se anuncio o
evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação;
porque ai de mim se não pregar o evangelho!” (1 Co 9.16).
c)
A igreja cresce através do ensino — A Igreja que deseja
crescer no conhecimento, não pode desprezar o ensino (2 Pe 3.18). O exemplo da
Igreja Primitiva deve ser seguido ainda hoje: “E todos os dias no templo e nas
casas não cessavam de ensinar ...“ (At 5.42). O objetivo do ensino é levar o
crente a aperfeiçoar sua fé, conhecer ao Senhor e alcançar maturidade
espiritual (Ef 4.13). A mordomia do ensino é uma prerrogativa bíblica (Rm
12.7).
IV - A IGREJA E SUA EXPANSÃO
MISSIONÁRIA
A expansão missionária
da Igreja é proporcional à visão espiritual de seu líder (Jo 4.35). Os nossos
olhos devem alcançar o “campo branco”, que precisa ser colhido, pois estamos em
época de ceifa (Jo 4.36). Para que todos se envolvam na obra missionária é
preciso compreender o papel de cada crente no reino de Deus (Jo 4.37). Assim,
todos trabalham e são galardoados (1 Co 3.8).
a)
Missões, a principal meta da igreja — A meta da Igreja é
alcançar o mundo, através do Evangelho de Cristo (Mc 16.15). Para isso ela
precisa se envolver com a obra missionária (At 13.3,4), onde o campo é o mundo
(Mt 13.38) e mais do que nunca sem
fronteiras, por causa da “globalização”. A Igreja deve aproveitar este momento
e avançar na disseminação da Palavra de Deus usando todos os meios possíveis (1
Co 9.22).
b)
A necessidade da expansão do reino — Jesus, ao partir,
deixou com a igreja a missão de expandir o seu reino: “Portanto ide, ensinai
todas as nações ...“ (Mt 28.19). Ele disse que deveriam ir “até aos confins da
terra (At 1.8). Entretanto, esta missão só pode ser feita com quem já teve uma
experiência com Ele (At 9.5,15; 1 Jo 1.1). O objetivo de missões é ampliar o
reino de Deus na terra: “Estes que têm alvoroçado o mundo, chegaram também
aqui” (At 17.6b).
c)
A mordomia da obra missionária — A mordomia fornece o
elemento material para o avanço missionário da Igreja (Fp 4.15). Igrejas bem
doutrinadas na “mordomia” são igrejas que desenvolvem um bom trabalho
missionário, pois estão sempre entregando vidas para o serviço do Mestre (At
13.1,2). A obra missionária precisa de “mordomos fiéis” (2 Rs 22.7), que saibam
“administrar” os recursos e empregá-los bem para o desenvolvimento do reino de
Deus.
CONCLUSÃO
A visão bíblica da
igreja deve estar presente em cada crente que ama a obra do Senhor Jesus. O
crente sabe que foi salvo para servir e o melhor lugar para este serviço é na
igreja, onde pode desenvolver o “dom da mordomia” pela casa de Deus. Com o ministério
desempenhando seu papel e os crentes ajudando, a igreja seguirá seu rumo sempre
voltada para a evangelização do mundo, que é sua importante missão na terra.
Lições Bíblicas Betel
4º. Trimestre 2002