6 de abril de 2023

A Predileção dos Pais por um dos Filhos

 

A Predileção dos Pais por um dos Filhos

OBS. O texto na cor preta, é o mesmo da revista, na cor vermelha é o COMENTÁRIO DA LIÇÃO e na cor AZUL algumas orientações extras.


TEXTO ÁUREO

“E amava Isaque a Esaú, porque a caça era do seu gosto, mas Rebeca amava a Jacó.” (Gn 25.28)

 

VERDADE PRÁTICA

A preferência de filhos dentro do lar gera divisão e promove o egoísmo na formação deles.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 25.19-28

 

OBJETIVOS DA LIÇÃO

I)   APRESENTAR o plano de Deus para a família de Isaque e Rebeca;

II)   APONTAR a predileção dos filhos como uma das principais causas de conflito familiar;

III)      EXPLICAR os malefícios da predileção na formação e desenvolvimento físico, emocional e espiritual dos filhos.

 

PALAVRA-CHAVE - Predileção

 

PLANO DE AULA

Nesta lição, os professores têm a missão de explicar aos alunos que a preferência de filhos dentro de casa pode causar divisões e promover o egoísmo na formação deles, desviando-se das normas de convivência saudável estabelecidas por Deus em Sua Palavra. O exemplo bíblico de Isaque e Rebeca nos ensina que é uma tragédia moral e espiritual quando os pais preferem um dos filhos.

 

Os pais têm a responsabilidade de cuidar do desenvolvimento saudável e equilibrado de seus filhos, tanto física, emocional quanto espiritualmente. É importante destacar que a formação do caráter dos filhos tem como referência o relacionamento sadio entre os pais, que é a principal referência para os filhos.

 

INTRODUÇÃO

A história de Isaque e Rebeca parece uma infeliz repetição da de Abraão e Sara. Por algumas vezes, Abraão não soube lidar com os sentimentos de sua esposa, cometendo erros pelos quais pagou um alto preço. Nesta lição, estudaremos a respeito da predileção de filhos pelo casal Isaque e Rebeca. A preferência dos pais por um filho em particular gerou um conflito constante dentro da família, não apenas entre Esaú e Jacó, mas também entre os próprios pais, Isaque e Rebeca. Os filhos perceberam a diferenciação que cada pai fazia em relação a eles e, naturalmente, buscavam agradar aquele que era favorecido de maneira diferente. Veremos que quando isso acontece na família, os resultados são conflitos intermináveis que fazem do lar um ambiente hostil para a criação de filhos. Obviamente, essa não é a vontade de Deus para a família cristã.

 

I     O PLANO DE DEUS PARA A FAMÍLIA E SUA PRESCIÊNCIA

1.   O plano divino para a família de Isaque e Rebeca.

Isaque e Rebeca faziam parte de um plano maior de Deus. Ao conhecer Rebeca e tomá-la por esposa, Isaque não esperava o que viria pela frente.

Como cristãos precisamos entender que não é porque Deus tem um plano em nossas vidas que tudo será perfeito. Vejamos como Isaque enfrenta essa dificuldade.

Quando ele descobre a esterilidade de Rebeca, a Bíblia diz que o patriarca orou ao Senhor para que a madre de sua esposa fosse aberta (Gn 25.21). Somente 20 anos depois dessa oração, com 60 anos de idade, Isaque recebe a notícia de que Rebeca estava grávida (Gn 25.26; cf. 25.20). Portanto, nada pode impedir o plano de Deus, pois quando Ele opera, seus desígnios se cumprem no tempo certo. Assim, no tempo perfeito de Deus, Rebeca gerou dois meninos.

LIÇÃO PRINCIPAL

Os planos de Deus não podem ser frustrados. Por isso, ainda que encontremos obstáculos, devemos orar, confiar e ter paciência, pois no tempo de Deus Ele cumprirá a sua promessa.

2.   O propósito presciente de Deus.

Deus sabia antecipadamente do futuro de Esaú e de Jacó. Ele sabia de antemão o que haveria de acontecer com os filhos gêmeos de Isaque e Rebeca (Gn 25.23). Isso independia das circunstâncias que envolvessem essa história.

Haveria muitos conflitos e atitudes desalinhadas a vontade de Deus (preferências e rivalidades entre os filhos), mas o plano de formar uma nação seria cumprido.

Por isso, o Senhor atendeu à oração de Isaque e Rebeca concebeu filhos gêmeos (Gn 25.21). Entretanto, conforme as crianças se desenvolviam, alguns meses depois os gêmeos lutavam entre si no ventre da esposa de Isaque (Gn 25.22). No caso dos gêmeos, Esaú e Jacó,

 

Deus sabia que, criados como agentes livres, eles seriam rivais.

Isso quer dizer que apesar de Deus saber que eles escolheriam o caminho da rivalidade, essa rivalidade não foi Deus que ordenou que haveria.

Aqui, estamos abordando a presciência de Deus, um atributo divino que indica o pré-conhecimento de todas as coisas. Devemos ressaltar que esse atributo não é causativo, isto é, ele não implica determinismo na vida do ser humano. Contudo, o Senhor tem um propósito para a vida de cada pessoa; muitas vezes não o compreendemos, mas sabemos que a vontade dEle é perfeita (Rm 12.2).

De acordo com a Bíblia, várias coisas que envolvem o propósito de Deus para cada um de nós. Aqui estão algumas delas:

1.                      Amar a Deus e amar ao próximo (Mateus 22:37-39);

2.                      Obedecer a vontade de Deus (Mateus 7:21);

3.                      Pregar o evangelho e fazer discípulos (Mateus 28:19-20);

4.                      Ser sal da terra e luz do mundo (Mateus 5:14-16);

5.                      Servir aos outros (Marcos 10:43-45);

6.                      Produzir frutos espirituais (João 15:16);

7.                      Andar em boas obras (Efésios 2:10);

8.                      Crescer em conhecimento e santidade (Colossenses 1:9-10);

9.                      Buscar os interesses do reino de Deus (Mateus 6:33);

10.                  Fazer tudo para a glória de Deus (1 Coríntios 10:31).

Esses são apenas alguns exemplos do que a Bíblia ensina sobre o propósito de Deus para nossas vidas. Cada pessoa pode ter um propósito único, mas todos nós somos chamados a seguir a vontade de Deus e viver de acordo com seus mandamentos.

LIÇÃO PRINCIPAL

 

Deus conhece antecipadamente o nosso futuro, mas isso não implica que Ele determine tudo o que acontece em nossa vida. Os acontecimentos também envolvem nossas escolhas. Devemos buscar sua boa, perfeita e agradável vontade.

SINÓPSE I

Os desígnios de Deus se cumprem no tempo certo.

 

II      O CONFLITO FAMILIAR

 

1.   A esterilidade de Rebeca.

Na antiguidade, uma mulher estéril era vista como uma pessoa amaldiçoada. Por serem impedidas de procriar, mulheres inférteis eram consideradas inferiores, a ponto de, num casamento, os maridos terem o direito de repudiá-las.

É claro que esse repúdio não havia sido estabelecido por Deus, mas era uma solução humana para lidar com o problema da esterilidade. Isso se enquadra em pessoas agindo por conta própria.

No caso de Isaque, ao perceber que Rebeca não podia dar-lhe filhos, orou ao Senhor para que a esterilidade de Rebeca fosse desfeita e ela pudesse gerar. Como vimos, Deus ouviu o clamor de Isaque (Gn 25.21).

LIÇÃO PRINCIPAL

Deus é capaz de realizar milagres e atender às orações daqueles que confiam Nele. Mesmo em situações aparentemente impossíveis, como a esterilidade de Rebeca. Portanto, é importante manter a e a confiança em Deus, mesmo diante das adversidades.

 

2.   O conflito: “E os filhos lutavam no ventre dela” (Gn 25.22).

Naquele tempo, do ponto de vista social, a geração de filhos herdeiros era importante para as famílias (Sl 127.3-5).

Sl 127:3-5 na (ARC) diz: 3 - Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre, o seu galardão. 4 - Como flechas na mão do valente, assim são os filhos da mocidade. 5 - Bem- aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

Por isso, Abraão e Sara precipitaram-se na promessa de Deus com uma substituta, a serva Agar, para gerar o filho desejado, e pagaram um preço alto.

 

Diferentemente de seu pai, Isaque buscou ajuda do alto para superar o problema da esterilidade de Rebeca. Entretanto, uma vez grávida, para a felicidade do casal, Rebeca começou a afligir-se por causa de um movimento excessivo dentro do seu ventre. A esposa de Isaque orou ao Senhor a respeito da questão e ouviu de Deus que havia dois povos no seu ventre, e que o menor dominaria sobre o maior (Gn 25.23).

LIÇÃO PRINCIPAL

É importante confiar nos planos de Deus e buscar Sua orientação em todas as circunstâncias. Abraão e Sara tentaram resolver o problema da esterilidade por conta própria, enquanto Isaque e Rebeca confiaram em Deus e buscaram Sua ajuda.

 

3.   O favoritismo do casal pelos filhos.

Em termos de personalidade e de temperamento, Esaú e Jacó cresceram como pessoas diferentes. Em Gênesis 25.25-28, Deus revela a Rebeca as diferenças entre os gêmeos. O “menor” (Jacó) teria uma descendência forte e o “maior” (o mais velho e, por isso, primogênito, Esaú) serviria ao menor. No capítulo 27, já idoso e cego, Isaque achava que logo morreria. Por isso, preocupava-se em abençoar a Esaú com a benção patriarcal do “direito da primogenitura”. Alicerçado nos padrões legais do direito daquele tempo, dedicava-se a Esaú, pois este o satisfazia com o prazer das caças que levava para o patriarca. Entretanto, sabendo que havia um plano especial de Deus para o filho mais novo, Rebeca favorecia Jacó. Essa predileção praticada pelos pais de Esaú e Jacó produziria um grande conflito na família.

Os pais devem ser um exemplo de amor. Esse amor começa a ser demonstrado entre o casal e assim os filhos observarão e aprenderão sobre o amor. No entanto, o amor também deve ser demonstrado pelos pais para cada filho, sem favoritismo.

LIÇÃO PRINCIPAL

O favoritismo dos pais entre os filhos não gera nada além de conflitos entre o próprio casal e alimenta um clima de rivalidade e competição entre os filhos.

 

III       - O PROBLEMA DA PREDILEÇÃO POR FILHOS NA FAMÍLIA

1.   Esaú, o filho predileto de Isaque.

Isaque demonstrou fraqueza ao receber o agrado de Esaú, que lhe trazia a carne de caça do campo, ignorando, dessa forma, a profecia divina de Gênesis 25.23.

 

Quando os filhos percebem favoritismo, eles podem explorar isso através de agradar os pais, e assim prevalecer como o escolhido. Pais não podemos favorecer um filho porque ele faz coisas que os agrada.

Por força dos padrões sociais da época, o primogênito tinha a primazia no futuro da família (Gn 49.3; cf. Sl 78.51). Por isso, Isaque pensava que deveria ministrar a benção patriarcal com direito de primogenitura a Esaú, o mais velho. Entretanto, ele não compreendeu o propósito de Deus para seus filhos. Isaque não percebeu que havia algo superior em relação aos dois filhos e que o Senhor agiria para que nenhum dos dois filhos se sentissem prejudicados.

Nesse momento, compreendemos que a vontade soberana de Deus prevalece. Embora os dois filhos fossem abençoados, a promessa de Deus seria cumprida por meio de Jacó e não de Esaú.

 

Mesmo que Isaque não entendesse completamente isso, pois a ideia de que o mais velho servisse ao mais novo era algo totalmente contrário à cultura da época, Deus seguiria o caminho que havia traçado.

LIÇÃO PRINCIPAL

Precisamos confiar no propósito de Deus para nossas vidas, sem ceder a pressões sociais ou sentimentais. Devemos buscar entendimento em Suas promessas e confiar que Ele agirá em nossas vidas para que Seu plano seja cumprido.

2.   Jacó, o filho predileto de Rebeca.

Percebendo que a bênção patriarcal poderia ser conferida a Esaú, o filho mais velho, Rebeca resolveu interferir na ordem dos fatos e, sem consultar a Deus, antecipou a bênção patriarcal para o mais novo. Embora soubesse que a bênção pertencia a Jacó, conforme Deus havia revelado anteriormente, Rebeca colocou-se acima do plano divino e interferiu nos acontecimentos com uma atitude mentirosa.

Entendemos com isso que podemos ter uma promessa, mas usar meios errados para alcança-la. Isso vai gerar problemas para as nossas vidas.

Sabedora de que Esaú quebrou princípios da obediência e do respeito aos pais, casando- se com mulher estrangeira (Gn 26.34,35), Rebeca arquitetou um plano para que Isaque abençoasse a Jacó com a bênção da primogenitura. Assim, deu instruções precisas a Jacó. O plano de Rebeca consistia em preparar um cabrito assado, pegar um couro peludo de um bode e vesti-lo em Jacó. Este deveria levar o assado ao pai e imitar a voz de seu irmão. Toda essa trapaça revelava a fraqueza do caráter de Rebeca.

 

Veja que Rebeca vai usar o instrumento no qual Isaque se apega para preferir Esaú. Ela prepara um prato que Isaque gosta. De forma comparativa existem pessoas na igreja que descobrem o que certas pessoas que estão em posição de liderança gostam, e tentam agradá-los com aquilo, para tirar proveito de alguma coisa que desejam. Muitos líderes se deixam influenciar com isso e acabam tendo pessoas favoritas entre os membros do grupo ou até da igreja.

Isso causa um ambiente de rivalidade entre os cristão daquela igreja.

LIÇÃO PRINCIPAL

Devemos confiar no plano de Deus e não agir de forma mentirosa ou manipuladora para alcançar nossos objetivos. Devemos ser obedientes a Deus e respeitosos com nossos semelhantes, mesmo quando enfrentamos dificuldades ou desafios.

 

3.   O problema da predileção pelos filhos.

Além do conhecimento que os pais tinham acerca do conflito entre os dois filhos, faltou a Isaque, como o líder da família, a habilidade e a sabedoria para contornar o embate existente. Por outro lado, Rebeca não avaliou os danos morais e espirituais nos seus filhos. O presente relato bíblico nos ensina que é uma tragédia moral e espiritual quando os pais preferem qualquer um dos filhos. Estes são herança do Senhor (Sl 127.3) e Deus concedeu esse privilégio para que os pais sejam uma bênção para a vida de seus filhos. Portanto, quando os pais não fazem a predileção pelos filhos, eles evitam um futuro de traumas e problemas emocionais. Nesse sentido, os pais têm responsabilidades no desenvolvimento saudável e equilibrado do ponto de vista físico, emocional e espiritual dos filhos (Ef 6.4).

Ef 6:4 na (ARC) diz: E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.

A preferência de um filho pode provocar ciúmes, raiva e ressentimento nos outros filhos. Isso pode levar a problemas no relacionamento familiar e até mesmo afetar a autoestima e desenvolvimento dos filhos.

Portanto, os pais devem criar um ambiente em que todos os filhos se sintam amados e valorizados igualmente, sem mostrar favoritismo. Além disso, devem educá-los na disciplina e na admoestação do Senhor, ensinando-lhes valores e princípios cristãos que os ajudem a lidar com questões como a inveja e a falta de amor-próprio.

 

 

 

LIÇÃO PRINCIPAL

Os pais devem evitar fazer predileção por um dos filhos, pois isso pode causar traumas e problemas emocionais no futuro. É responsabilidade dos pais contribuir para o desenvolvimento saudável e equilibrado dos filhos em todos os aspectos.

CONCLUSÃO

Na Palavra de Deus, encontramos normas que servem de convivência saudável e cristã para a vida familiar. No Novo Testamento, o apóstolo Paulo admoesta aos pais quanto à criação dos filhos (Ef 6.1-4). Nessa orientação, os filhos devem ser obedientes a eles (Ef 6.1-3) e os pais não devem provocar a ira aos filhos (Ef 6.4). Assim, quando o casal não respeita a personalidade dos filhos, tratando-os com predileção, infelizmente, o resultado é o conflito entre os membros da família.

Você tem filho favorito? Saiba que essa atitude promove a destruição do seu lar.

 

BOA AULA