16 de julho de 2022

A SUTILEZA DA IMORALIDADE SEXUAL

 

A SUTILEZA DA IMORALIDADE SEXUAL

LEITURA BÍBLICA  - 1 Coríntios 6.15-20; Romanos 1.26-28

COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1 Coríntios 6.15-20: Como alguém que é lavado, santificado e justificado eternamente pela graça de Deus, o cristão é libertado (Rm 8.21,33; Cl 5.1,13).

O s coríntios tinham feito com a liberdade exatamente o que Paulo tinha admoestado os gálatas a não fazer: "Não useis da liberdade para dar ocasião à carne" (Gl 5.13).

Então, nessa seção, Paulo expôs o erro da racionalização dos cristãos de Corinto no que dizia respeito a estarem livres para pecar uma vez que o pecado estava coberto pela graça de Deus. E ele inicia a seção afirmando que ‘Todas as coisas m e são lícitas, mas nem todas convêm’ (v. 12).

Isso deveria ser um lema dos coríntios. Era verdade que não importava qual pecado o cristão cometesse, Deus o perdoaria (Ef 1.7), porém nem tudo o que faziam era proveitoso ou benéfico. O preço pelo abuso da liberdade e da graça era muito alto.

O pecado sempre produz perda.

O pecado tem poder, e nenhum pecado é mais escravizador do que o pecado sexual.

Conquanto ele nunca poderá ser o padrão contínuo de vida de um verdadeiro cristão, ele pode ser um hábito recorrente que mina a alegria, a paz, a utilidade e traz a correção divina, ou mesmo a disciplina da igreja.

O pecado sexual controla; por isso, o cristão nunca deve permitir que o pecado tenha controle sobre ele, mas ele deve controlá-lo na força do Senhor.

 Categoricamente, Paulo rejeita o pensamento profano de que a liberdade em Cristo concede licença para pecar (Rm 7.6; 8.13,21).

6.15 membros. O corpo d o cristão não é somente para o Senhor aqui e agora (v. 14), mas é do Senhor, uma parte do seu corpo, a igreja (Ef 1.22-23).

O corpo do cristão é um templo espiritual no qual o Espírito de Cristo habita (12.3; Jo 7.38-39; 20.22; At 18; Rm 8.9; 2Co 6.16);

Portanto, quando um cristão comete um pecado sexual, isso envolve Cristo com uma meretriz.

Todo pecado sexual é prostituição. Absolutamente, não! Essas palavras traduzem a mais forte negativa em grego — "Que isso nunca aconteça!"

6.16 uma só carne. Paulo apoia o que ele disse no versículo anterior recorrendo à verdade de Gn 2.24, que define a união sexual entre homem e mulher como "uma só carne".

Quando uma pessoa se junta com uma meretriz, trata-se da experiência de uma só carne; dessa maneira, espiritualmente, Cristo está unido a urna meretriz.

6.17 um espírito com ele. Para reforçar ainda mais esse argumento, Paulo afirma que todo relacionamento sexual fora do casamento é pecado; no entanto, os relacionamentos ilícitos pelos cristãos são especialmente repreensíveis porque eles profanam a Jesus Cristo com quem os cristãos são um (Jo 14.18-23; 15.4,7; 17.20-23; Rm 12.5).

Esse argumento deveria tornar esse pecado impensável.

6.18 Qualquer... pecado... é fora. Há um sentido no qual o pecado sexual destrói uma pessoa como nenhum outro porque se trata de algo tão íntimo e tão entrelaçado que corrompe o nível mais profundo do ser humano.

Todavia, Paulo está provavelmente aludindo à doença venérea, predominante e devastadora em seus dias e hoje. Nenhum pecado tem tamanho poder para destruir o corpo, algo que o cristão tem que evitar por causa da realidade presente nos vs. 19-20.

6.19 não sois de vós mesmos. O corpo do cristão pertence ao Senhor (v. 13), é um membro de Cristo (v. 15) e templo do Espírito Santo, todo ato de fornicação, adultério ou qualquer outro pecado é cometido pelo cristão no santuário, o Santo dos Santos, onde Deus habita.

No AT, o sumo sacerdote entrava lá apenas uma vez por ano, e somente após uma extensiva limpeza, caso contrário ele seria morto (Lv 16).

6.20 por preço. O precioso sangue de Cristo. glorificai a Deus. O propósito supremo d o cristão (10.31).

Romanos 1.26-28: Essa seção descreve a espiral descendente da ira do abandono de Deus na vida das pessoas quando Deus.

Paulo mostra a essência (vs. 24-23), a expressão (vs. 26-27) e a extensão (vs. 28-32) da pecaminosidade do ser humano.

Note que em 1.24 ‘Deus entregou...’ Paulo utiliza um termo judicial grego usado para entregar um prisioneiro para que cumpriria a sentença que recebeu.

Quando, de modo consistente, os seres humanos abandonam a Deus, ele os abandonará (2Cr 15.2; 24.20; SI 81.11-12; Os 4.17; Mt 15.14; At 7.38-42; 14.16) Ele faz isso:

1) indireta e imediatamente, retirando o seu controle sobre e eles e permitindo que os pecados deles sigam o seu curso inevitável, e

2) direta e consequentemente, por ações específicas do julgamento divino e punição, entregando-os à imundícia - termo comum muito usado para material em decomposição, como o conteúdo de uma sepultura.

Aqui, trata-se de imoralidade sexual (2Co 12.21; cf. Cl 5.19-23; Ef 5.3; ITs 4.7), a qual começa no coração e torna-se a vergonha do corpo.

1.26 os entregou Deus... paixões infames. Identificadas nos vs. 26-27 como a homossexualidade, um pecado claramente condenado na Escritura (Gn 19; Lv 18.22; 1Co 6.9-11; cf. Gl 5.19-21; Lf 5.3-5; 1Tm 1.9-10; Jd 7). mulheres.

No grego, além de seu uso comum para mulheres, essa é uma palavra comum para fêmea. Paulo menciona a mulher em primeiro lugar para mostrar a extensão da depravação sob a ira do abandono, pois na maioria das culturas as mulheres são as últimas a serem afetadas pela degradação moral.

1.27 recebendo, em si mesmos, a punição. Aqui se aplica a lei da semeadura e da colheita (Gl 6.7-8).

Paulo refere-se à natureza autodestrutiva desse pecado, da qual a A DS é uma das assustadoras evidências.

1.28 Deus os entregou... reprovável. Traduz uma palavra grega que significa "não passou no teste". Muito usada para descrever metais inúteis, sem valor, descartados por terem muita impureza. Deus provou os pensamentos do homem e viu que eram inúteis e sem valor (cf. Jr 6.30).

INTRODUÇÃO

A moral e a ética parecem cada vez mais escassas em nossos dias. A sexualidade tem sido tratada como mero elemento hormonal e como promotor de satisfação pessoal.

O relaxamento dos valores familiares e, principalmente, da espiritualidade, nos desperta para estudar esse tema à luz das Escrituras. Não há como negar a importância da sexualidade na vida do homem ou da mulher, porque Deus nos criou como seres sexuados.

Em contrapartida, não podemos deixar que a sexualidade nos conduza a uma vida constante de pecado. A sexualidade, quando entendida corretamente e associada à espiritualidade, produz união e relacionamento saudável entre as partes.

Mas quando corrompida e deturpada gera impureza e separação. Algumas pessoas se perguntam o que a Bíblia diz sobre sexualidade.

Por causa da má compreensão sobre este assunto, muitos posicionamentos contrários a Palavra de Deus têm ganhado força entre algumas comunidades cristãs.

Além disso, muitos cristãos ainda enxergam a questão da sexualidade como um tabu. Mas obviamente com base nas Escrituras, é possível entender corretamente este tema segundo os preceitos bíblicos.

I – A REVOLUÇÃO SEXUAL

1. Um novo paradigma para a sexualidade. Nossa fonte de fé e prática é a Bíblia (2Tm 3.16-17), por isso nela está a base dos argumentos apresentados. Sendo assim, o primeiro passo é definir a sexualidade humana como criação de Deus com o propósito de abençoar o relacionamento entre homem e mulher.

“A sexualidade humana é uma bênção concedida pelo Criador para ser desfrutada pela criatura em temor e obediência, para sua alegria e realização pessoal. ”

A sexualidade é tratada na Bíblia de uma forma muito clara e natural.

A primeira referência ao sexo na Bíblia acontece na ocasião em que Deus criou o homem e a mulher. Ao abençoar o primeiro casal, Deus disse: “Sejam férteis e multipliquem-se!” (Gn 1.28).

Isto significa que o originalmente o sexo não é pecado. Algumas pessoas possuem uma visão distorcida sobre este ponto. O sexo é anterior à origem do pecado entre a humanidade.

Antes da Queda do homem, o sexo já era algo permitido e abençoado por Deus. Ao criar homem e mulher compatíveis à procriação e dotados de intelecto, sentimentos e responsabilidade moral, Deus também criou a sexualidade.

O texto de Gênesis também deixa claro que há uma necessidade natural entre homem e mulher. Nesse sentido, o marido necessita da esposa e a esposa necessita do marido. Portanto, o sexo não possui apenas como finalidade a procriação, mas também a satisfação mutua dos conjugues.

Este princípio é aprofundado de forma clara conforme a narrativa bíblica avança no Antigo e no Novo Testamento. O livro de Cantares de Salomão é um dos exemplos mais diretos nesse sentido.

Nesse livro, sob inspiração do Espírito Santo, o rei Salomão indica de forma poética o modo com que Deus fez o homem e a mulher para desfrutar de um prazer genuíno e um mútuo companheirismo. Então o escritor bíblico descreve as intimidades do amor conjugal e do prazer dentro do matrimônio de uma forma apropriada.

No Novo Testamento o apóstolo Paulo tratou da questão da sexualidade de um modo muito direto. Ao escrever sobre o assunto, o apóstolo não deixa dúvida quanto ao caráter legitimo e santo do sexo dentro do contexto matrimonial (1Co 7.1-5).

2. A quebra de um “tabu”. Não é segredo que o mundo ocidental tem passado por uma transformação dramática em questões de sexualidade e identidade de gênero.

Vinte anos atrás, a ampla aceitação do casamento gay parecia impensável pela maior parte das pessoas.

Até só 10 anos atrás, questões de transgenerismo estavam bem longe da consciência da maioria da população. Muitos em nossa cultura veem essas mudanças como um bem sem qualificações, um sinal bem-vindo do progresso a uma sociedade mais justa e inclusiva.

Mas para muitos cristãos essas mudanças têm sido assustadoras. O mundo que pensávamos conhecer sumiu debaixo dos nossos pés.

A visão cristã do casamento como sendo entre um homem e uma mulher, e o pressuposto básico de que todos nós fomos feitos como homens e mulheres pode nem sempre ter sido promulgada ativamente pela nossa cultura, mas ao menos era vista como uma parte legítima (ainda que estranha) do pensamento ocidental.

Agora, essas visões são vistas cada vez mais como um perigo real à sociedade.

O termo “Revolução Sexual” refere-se às revoluções sociais e culturais que ocorreram em vários países em 1960, como França, Alemanha, EUA e Brasil, por exemplo. A invenção da pílula anticoncepcional acompanhou estes avanços, facilitando o sexo sem compromisso, vivido de forma livre e diversificada.

“A Revolução Sexual foi uma forma de pensar sobre a liberdade sexual humana desafiando a moral tradicional. Atingiu seu ápice nos anos 60, embora este não tenha sido seu início. Durou até aproximadamente a década de 70.

A principal ruptura foi com as relações heterossexuais e monogâmicas (apenas entre duas pessoas).

Surgiu também a forte apologia da contracepção e a pílula do dia seguinte.

A nudez em público tornou-se uma forma de protesto e expressão artística, principalmente entre os jovens hippies.

Toda forma alternativa de sexualidade e o aborto também recebeu uma forte defesa.

Para David Allyn, a Revolução Sexual foi o momento em que a sociedade “saiu do armário” em relação ao sexo antes do casamento, masturbação, fantasias eróticas, pornografia e sexualidade.

Enfim, prevaleceu o entendimento de que se deveria mudar a natureza dos homens, mudar a natureza das mulheres e mudar a natureza da relação entre homens e mulheres.

As principais características da Revolução Sexual são:

    Reforma dos costumes sexuais;

    Fim do casamento;

    Fim da família tradicional;

    Fim da monogamia;

    Aborto;

    Propaganda do puro amor;

    Propaganda do aborto;

    Facilitação do divórcio;

    Aceitação do adultério;

    Pedofilia;

    Incesto;

    Ménage;

    Zoofilia.” (Extraído de: https: //www.brasilparalelo.com.br/ artigos/ revolução -sexual.

II – AS PRINCIPAIS DISTORÇÕES DA SEXUALIDADE SADIA

 1. A prática da fornicação. Vimos que originalmente o sexo é uma benção. Mas uma das características do pecado é pegar algo bom e legitimo e transformá-lo em algo ruim, prejudicial, proibido e merecedor do juízo de Deus. É exatamente isto o que ocorre em alguns casos com a sexualidade.

Em algumas situações, o sexo deixa de ser símbolo de bênção, e passa a ser uma maldição.

Em primeiro lugar, segundo a Bíblia Sagrada, o sexo fora do contexto matrimonial é pecado. Em todas as passagens bíblicas onde a sexualidade é tratada, sempre a legitimidade das relações sexuais é colocada dentro da união conjugal monogâmica e heterossexual.

Portanto, o sexo antes do casamento, fora do casamento ou diferente do padrão estabelecido pela Palavra de Deus, é considerado uma prática pecaminosa. A Bíblica enxerga tais situações como uma terrível imoralidade.

Em segundo lugar, há casos em que o sexo mesmo dentro do casamento pode se tornar pecado. Qualquer prática sexual que fira a dignidade humana e desonre homem e mulher, certamente será contrário ao padrão bíblico estabelecido para a sexualidade.

Em terceiro lugar, se o sexo fora do contexto matrimonial é pecado, a ausência dele dentro do casamento também o é. Isto significa que em uma relação entre marido e mulher, o sexo não é apenas legitimo e abençoado, mas também um mandamento. O apóstolo Paulo abordou esse tema de forma detalhada.

Paulo escreve que marido e mulher devem pagar um ao outro a devida benevolência. Isto porque “a mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido.

Da mesma forma, o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher”. Então o apóstolo completa: “Não se recusem um ao outro, exceto por mútuo consentimento e durante certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois, unam-se de novo, para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio” (1 Coríntios 7:3-5).

2. Adultério: Não é crime, mas é pecado. Sabemos que a ética cristã é fundamentada e pautada unicamente nas Escrituras. Logo, a ética cristã classifica a sexualidade como uma benção dentro da união matrimonial, e como uma prática pecaminosa fora dela.

Portanto, segundo os princípios bíblicos, a ética cristã reitera que a sexualidade deve ser entendida como uma expressão de amor entre marido e mulher. Sob esse aspecto, a ética cristã também enxerga que o sexo é fundamental para um casamento feliz e equilibrado.

Isto porque dentro da ética cristã o sexo supera a ideia de uma mera satisfação de desejos carnais que, isoladamente e de forma desenfreada, não condiz com o comportamento cristão (1Ts 4.3-5).

Assim, a sexualidade deve ser vista como uma dádiva Divina que deve ser aproveitada de acordo com as diretrizes dadas por Deus. O escritor de Hebreus apresenta uma síntese perfeita do propósito de Deus para a sexualidade e o casamento. Ele escreve: “O casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal, conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros” (Hb 13.4).

No demais, seja no âmbito da sexualidade ou em qualquer outra área, os cristãos devem se lembrar de que são o templo do Espírito Santo; e que do começo ao fim a Bíblia os exorta quanto ao uso correto do corpo (1Co 6.19).

“A lei contra o pecado de adultério era extremamente severa no Antigo Testamento. Esses infratores deviam ser punidos com a morte (Lv 20.10; Dt 22.22).

Alguns princípios da lei de Moisés jamais foram observados, como, por exemplo, o ano do jubileu (Lv 25.8-55) que, à luz de 2 Crônicas 36.21, o povo havia esquecido.

Com relação ao adultério, parece que nos primeiros séculos da história de Israel essa punição foi-se afrouxando e aos poucos deixou de ser observada, salvo em casos esporádicos.

No livro do profeta Oseias tem-se a impressão de que essa prática estava abandonada no reino do Norte, mas o profeta Ezequiel ainda menciona essa sanção da lei mosaica (16.38-40).

No período interbíblico, segundo a Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, essa prática deixou de ser observada (p. 482). O episódio da mulher adúltera, registrado em João 8.1-11, foi uma anomalia. A lei existia, mas ninguém ousava colocá-la em prática. Os escribas e fariseus pressionaram a Jesus, com o único objetivo de atingi-lo. A aplicação dessa lei era algo anormal, e, além disso, eles trouxeram apenas a mulher, ignorando o seu parceiro, o que também contrariava os princípios legais.

Quando essa disciplina foi totalmente abandonada, é assunto obscuro.

No Novo Testamento essa pena foi abolida, pois predomina a lei do amor: “Vai-te e não peques mais” (Jo 8.11).

Esse princípio é válido para os pecadores que estão na ignorância e precisam de perdão e de um encontro pessoal com o Senhor Jesus (Jo 6.37).

William L. Coleman apresenta, como alternativa, que o divórcio mencionado em Mateus 5.32 foi uma espécie de válvula de escape, para livrar os culpados desse pecado da morte (p. 119). O perdão de Jesus, aplicado à mulher adúltera, não isenta da disciplina os crentes que caem em adultério.

O Senhor Jesus Cristo delegou à Igreja a autoridade para excluir do rol de membros os que praticam esses e outros tipos de pecado. Delegou também autoridade para reconciliar com a Igreja os que se arrependem (Mt 16.19; 18.18).

O apóstolo Paulo identifica exclusão como “entregar a Satanás” (ICo 5.5; lTm 1.20),

E Jesus fala de “considerar gentio e publicano” (Mt 18.17).

O que as autoridades eclesiásticas não devem nem podem anunciar no púlpito é o pecado de imoralidade sexual, como o adultério de qualquer membro; isso é crime e pode terminar em processo nos tribunais. Ninguém tem o direito de tomar pública a intimidade dos outros; isso é violação de privacidade. Não há necessidade disso para resolver um problema de pecado na Igreja.

O infrator deve, sim, e precisa ser cortado da comunhão, mas o Novo Testamento não obriga ninguém a tornar público o seu pecado.”

3. Homossexualidade:

O Pastor José Gonçalves escreve em sua obra de apoio a esta lição, ‘Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo’ (CPAD):

“A Homossexualidade

Os pesquisadores estão de acordo que o moderno movimento homossexual tem seu ponto de partida ligado aos fatos acontecidos em 28 de junho de 1969 em Stonewall, Nova York. Na ocasião, a polícia fechou um bar gay e, sob protestos, expulsou os clientes do lugar. Esse incidente aconteceu em um contexto de manifestações sociais que caracterizaram a década de sessenta na América do Norte. A contracultura dos anos sessenta, o movimento pelo direito civil dos negros e a guerra do Vietnã alavancaram protestos por toda a nação. Foi nesse contexto que o movimento homossexual também levantou sua bandeira.

A Ideologia

Há muito é travado nas academias um debate em torno da prática homossexual no mundo antigo. É amplamente divulgado, por exemplo, que a homossexualidade era vista como um comportamento natural e uma prática normalmente aceita na antiga Grécia. Porém, em seu livro Eros: the myth of ancient greek sexuality, o escritor Bruce S. Thornton, considerado como uma das mais respeitadas autoridades em literatura grega antiga, destaca que a crença de que a homossexualidade era algo natural na antiga Grécia não se sustenta. Thornton destaca que a heterossexualidade, e não a homossexualidade era o padrão na antiga Grécia. Assim, ao descrever a questão homossexual na literatura grega antiga, Thornton destaca que outro argumento contra a aceitação irrestrita da homossexualidade pelos gregos é a prevalência do padrão sexual homem-mulher nas referências às relações homossexuais, o que sugere que o paradigma heterossexual é o “natural” e que as relações homossexuais imitam e padronizam-se depois. Como diz Aristóteles, “A afeição entre homem e mulher parece acontecer de acordo com a natureza, pois os humanos, por natureza, estão mais dispostos a viver em pares do que em comunidades políticas”. Assim, o homossexual passivo é assimilado ao papel da mulher, o que explica a animosidade tradicional entre mulheres e kinaidoi — os últimos estão caçando em uma reserva feminina.

Outro argumento usado para defender a prática homossexual é o determinismo genético. Nesse aspecto, acredita-se que a homossexualidade é fruto de um determinismo biológico. Dessa forma, entendem os seus defensores que uma vez que uma pessoa já nasce homossexual não há nada que se possa fazer. Não se pode mudar aquilo que é de natureza genética.

Há muito que essa teoria procura se firmar como verdade na comunidade acadêmica. Muitos estudos têm sido patrocinados com o intuito de descobrir o “gene gay”. O doutor John S. H. Tay, um geneticista com dois doutorados em genética, fez um apanhado desses estudos ao longo da história e mostrou que todos são carentes de fundamentação científica. Em outras palavras, a busca pelo gene causador da homossexualidade ainda não foi encontrado.

Assim, A opção homossexual pode ser escolhida por razões pessoais (como uma resposta a um trauma), sociais (como aglomeração ou influência subculturais), ou ambas. Ela é reforçada toda vez que é escolhida, aumentando as chances de ser escolhida novamente na próxima vez.

Uma Preferência Adquirida

Após avaliar várias possíveis causas que justifiquem o comportamento homossexual, o escritor Valdeci S. Santos observa que a falta de comprovação científica para o determinismo biológico da homossexualidade favorece o entendimento de que ela é uma preferência adquirida. De acordo com esse autor, essa preferência estaria ligada tanto a razões psicossociais como individuais de se adotar um comportamento contrário àquele que seria natural.

Essa explicação se ajusta mais ao ensino bíblico sobre a natureza pecaminosa da raça humana (Sl 51.5; Jo 3.5,6; Rm 5.12; Ef 2.1,2).

Assim, de acordo com Santos

Pode-se ainda traçar um paralelo entre as raízes da homossexualidade e o que as Escrituras ensinam sobre a natureza e o desenvolvimento de qualquer comportamento pecaminoso. Segundo a Bíblia, pecado é uma desobediência e rebeldia contra a vontade revelada de Deus (1 Jo 3.4).

Uma vez que a pessoa rejeita Deus pela prática do pecado, ela se torna escrava e sua vida fica sujeita à influência e até mesmo à atuação do príncipe da potestade do ar (Jo 8.34; Ef 2.1,2).

A pessoa pode ceder ao pecado por uma tentação externa (Gn 3; 2 Sm 11) ou pelo aflorar de sua cobiça interna (Tg 1.5; Cl 3.5s).

Isso parece estar em harmonia com a conclusão de que “a prática da homossexualidade é um comportamento adquirido”, seja pela influência do meio, seja pela decisão íntima e individual.

Devemos sublinhar que essa não é uma questão que deve ser tratada de forma simplista pela igreja. Que Deus pode transformar uma pessoa é uma verdade bíblica inconteste (1 Co 6.9-11; 2 Co 5.17). Contudo, todo comportamento envolve hábitos que sua vez produzem condicionamentos.

Dessa forma, um comportamento ou uma preferência adquirida (no caso de um homossexual) está muitas vezes bem enraizada e a possibilidade de retornar à antiga forma de viver é uma possibilidade real. Isso não é incomum acontecer.

Vez por outra a mídia notícia que celebridades que haviam declarado ter abandonado a prática homossexual retornaram novamente as suas práticas anteriores”. Gonçalves. José,. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. 

III – O PADRÃO BÍBLICO PARA UMA SEXUALIDADE SADIA

 1. O sexo atende uma necessidade da criação.

CHAMPLIN define que Deus os abençoou o padrão de sexo encontrado nas Escrituras, assim:

“... e lhes disse: Sede fecundos e multiplicai: Tal como no caso dos animais, era mister a propagação do gênero humano.

Foram dados poderes de procriação ao homem; a fertilidade foi-lhe assegurada por decreto divino.

 O autor sacro aparentemente quis dar a entender que somente mais tarde o homem e a mulher receberam a consciência sexual, em razão da queda (cap. 2).

A vida do homem era abençoada no mais alto grau, e não só no que dizia respeito à procriação.

A vida do homem é abençoada porque Deus se imporia com ele; há uma provisão divina; o amor flui; o bem-estar faz parle do decreto divino.

A Ordem para Multiplicar-se. Até ali, a procriação era uma potencialidade. Alguns intérpretes extrapolam isso até aos tempos modernos, crendo que não deveria haver casais sem filhos.

Alguns (como os mórmons) chegam a insistir sobre a obrigação quanto ao próprio casamento.

Mas, segundo penso, essas duas ideias exageram o texto sagrado. Seja como for, o matrimônio aparece neste texto como uma ordenança e uma instituição divina. Que todos os homens e mulheres devam reproduzir-se é uma posição exagerada e anacrônica.

A multiplicação da raça é necessária para que se cumpra o plano de Deus na criação. Porém, já havendo seis bilhões de pessoas em nosso planeta, não é mister insistir em que todas as pessoas participem de uma contínua multiplicação.

Dentre a criação física, haverá de emanar uma criação espiritual, segundo os vs. 26 e 27 sem dúvida dão a entender”.

2. O sexo como complementação e satisfação.  “Os casados têm o dever de se esforçarem para assegurar a felicidade do cônjuge. O sexo é uma necessidade na vida conjugal.

A Bíblia afirma que marido e mulher “são uma só carne”, como já vimos. Isso fala de comunhão, de unidade física, intelectual e espiritual.

Unidade física é o relacionamento sexual dentro do casamento, que tem o aval divino, por ser uma prática pura e santa aos olhos de Deus, a ponto de o apóstolo Paulo comparar o ato conjugal à comunhão mística de Cristo com a sua Igreja (2Co 11.2; Ef 5.25,32).

A mulher não deve negar-se ao marido e da mesma forma o marido à mulher, exceto quando de comum acordo para a consagração, ou mesmo em caso de cansaço proveniente de um duro e longo período de trabalho ou de enfermidade.

Fora isso, recusar o outro é um perigo muito grande.

A Bíblia declara que “a alma farta pisa o favo de mel, mas à alma faminta todo amargo é doce” (Pv 27.7).

Todos os casados devem se cuidar para não deixar seu cônjuge faminto, a fim de não correr o rico de vê-lo envolvido em caso amoroso com outras pessoas, o que é especialidade Satanás (ICo 7.3-5).

A sexualidade humana não é apenas para a procriação; Deus a criou para a felicidade e a satisfação dos seres humanos.

O livro de Cantares de Salomão é uma demonstração disso, assim como outras partes das Escrituras Sagradas (Pv 5.15-19; Ec 9.9).

Esse relacionamento deve ser segundo a Palavra de Deus: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará” (Hb 13.4).

Deus julgará os que preferem as práticas vis e pervertidas, que violam a santidade do ato conjugal, seguindo o padrão imoral do mundo e da prostituição. Nós fomos chamados à santificação, e não para a impureza: “O que Deus quer de vocês é isto: que sejam completamente dedicados a ele e que fiquem livres da imoralidade.

Que cada um saiba viver com a sua esposa de um modo que agrade a Deus, com todo o respeito e não com paixões sexuais baixas, como fazem os incrédulos, que não conhecem a Deus” (lTs 4.3-5, NTLH).

Temos aqui uma exortação à santidade e à honra da relação sexual dentro do casamento, evitando os excessos e as perversões”.

3. O pastoreio cristão e a prática homossexual. Nestes dias difíceis temos, além dos problemas humanos outros, ainda que nos atualizarmos e sabermos como tratar esta nova demanda. Certo é que, a Bíblia não mudou, ela continua afirmando que a Palavra de Deus é viva e eficaz, logo, não há coração tão duro que ela não possa esmiuçar!

Lendo as entrelinhas dos primeiros versículos de Romanos 1, parece que os crentes em Roma pensavam que Paulo estava relutante de vir até eles. A mensagem do seu evangelho tinha frutificado nas províncias do império, mas ali era Roma. Agora era diferente. Roma era o centro e o ápice do mudo. O pensamento e influência gregas eram vistas em todo lugar. O que o evangelho poderia oferecer nesse contexto?

Então Paulo deixa claro que não foi a relutância que o tinha impedido de ir a Roma. Pelo contrário: (Rm 1.9-16).

Como esses cristãos romanos se sentiam sobre os seus concidadãos estarem além do alcance do evangelho é como muitos de nós podem se sentir sobre a comunidade LGBTQ+, como se o evangelho fosse de alguma forma menos eficaz com essa parte da nossa sociedade. Contudo, Deus não precisa de mais força ou graça para salvar um tipo de pecador do que outro.

Quando se trata de responder às mudanças culturais que vemos ao nosso redor, não podemos pensar que o nosso trabalho é simplesmente “segurar o tranco”.

Na verdade, é descobrir com Paulo os frutos que nos esperam.

CONCLUSÃO

No final das coisas, o casamento é uma questão bíblico-teológica. A Bíblia começa com o casamento, entre Adão e Eva, e acaba com um casamento, entre Cristo e a sua noiva. Esse primeiro casamento aponta para o casamento final. Não é por acaso que o enredo da Bíblia começa com um jardim com um homem se ajuntando com uma mulher. Eles foram feitos um pelo outro, O binário criado de homem e mulher se juntando é uma figura da eventual união dos céus e da terra, quando todos os casamentos humanos se curvarão e deixarão o palco para dar lugar ao casamento supremo entre Jesus e o seu povo. Isso é algo profundo e belo. É uma narrativa que todos entramos e antecipamos nos nossos estados terrenos de agora, quer casados, quer solteiros. Se o casamento aponta para o formato do evangelho, então a solteirice aponta para a sua suficiência, pois esta união é o único casamento que verdadeiramente precisamos.

Sendo assim, não podemos bagunçar com a definição do casamento sem ir contra o fluxo de tudo que a Bíblia trata. A nossa teologia do casamento flui dos nossos entendimentos do evangelho. É por isso que sempre que uma igreja muda a sua visão de casamento ela também muda a sua visão do evangelho, no final das contas.

Também nos lembra do cerne de toda nossa reflexão e discussão teológica sobre a sexualidade humana. Mesmo se a Bíblia não mencionasse diretamente a homossexualidade, ainda saberíamos como pensar sobre isso, dado o que a Escritura diz sobre o casamento sendo por definição heterossexual e como o único contexto piedoso para a atividade sexual. A Bíblia não nos dá uma teologia da homossexualidade; ela nos dá uma teologia do casamento. O que é por si só uma teologia do evangelho.

Precisamos apontar para a vida de Jesus. A pessoa mais completa e mais plenamente humana que já viveu nunca se casou, nunca entrou num relacionamento romântico e nunca fez sexo. Então, embora (no contexto apropriado), essas sejam boas dádivas, elas não podem ser essenciais para a realização humana individual. Dizer que precisamos tê-las para sermos completos é diminuir a humanidade de Cristo, o que a Escritura adverte ser o espírito do anticristo (1João 4.3).

Precisamos apontar para o ensino de Jesus.

Ele ensinou que sexo fora do casamento é pecado (Mt 15.19-20 e paralelos), que o desejo sexual, e não só o comportamento sexual, é moralmente culpável (Mt 5.28),

Que o casamento se dá entre um homem e uma mulher (Mt 19.3-6)

E que a única alternativa piedosa para o casamento é o celibato (Mt 19.10-12).

Temos que vir a termos com esses ensinos. Contrariamente à impressão que se passa hoje em dia, Jesus não era neutro quando se tratava de ética sexual.

Se temos um problema com essas posições, o nosso problema não é com a igreja, ou evangelicalismo, ou o cristianismo, mas com o próprio Cristo.

Não podemos nos desviar dessas crenças sem nos desviar deles. Cremos no que cremos sobre casamento e sexualidade porque cremos o que cremos sobre Jesus. Se alguém quer que eu abandone a minha visão do casamento, elas primeiro precisam me persuadir a abandonar a minha visão sobre Cristo.

Como diz o ditado: “e aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música”. Não podemos esperar as pessoas a entender completamente como vivemos e o que cremos se não entenderem quem Cristo é para nós.

Finalmente, precisamos apontar para as afirmações de Jesus. Só ele traz satisfação suprema e duradoura (Jo 6.35). Na verdade, Deus criou a sexualidade humana por essa razão: para apontar para um apetite mais profundo, um anseio mais poderoso e uma consumação maior que só pode ser encontrada nele. Jesus, não a realização sexual ou qualquer outro ídolo contemporâneo, é aquele que verdadeiramente liberta e alimenta as nossas almas.

AMEM