PODER
SOBRE AS DOENÇAS E MORTE
Texto Áureo =”‘E
de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta
se Levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo.” (Lc 7.16)
Verdade Prática =
Ao curar os enfermos e dar vida aos mortos, Jesus demonstrou o seu poder
messiânico e provou também o amor de Deus pela humanidade caída.
LUCAS
4.38,39; 7.11-17
A
Secularização da Fé
“É
impossível usar a luz elétrica e o telégrafo sem fio, e beneficiar-se das
modernas descobertas médicas e cirúrgicas, e ao mesmo tempo acreditar no mundo
de (...) milagres do Novo Testamento”. Estas palavras não foram ditas por um
ateu, mas por um dos mais conceituados teólogos liberais da Alemanha, Rudolf
Bultmann (1884-1976).
Bultmann
não está sozinho na sua posição. Dezenas de outros teólogos também compartilham
de seu pensamento. Recentemente o teólogo liberal Jonh Shely Spong escreveu:
“Partindo
do princípio de que não considero Deus um “ser”, não posso também interpretar
Jesus como a encarnação desse Deus sobrenatural, nem posso assumir com
credibilidade que ele possua poder divino suficiente para fazer coisas tão
miraculosas quanto acalmar as águas do mar, expulsar demônios, andar sobre a
água ou multiplicar cinco pães para alimentar cinco mil pessoas. Se tivermos
que reivindicar a natureza divina desse Jesus, terá que ser sobre outras bases.
Milagres
da natureza, estou convencido, dizem muito sobre o poder que as pessoas
atribuíram a Jesus, mas não dizem nada sobre o que ocorreu literalmente.”
“Não
creio que Jesus”, continua Spong, “pudesse ressuscitar os mortos, curar pessoas
cuja paralisia já fora diagnosticada pela medicina, restaurar a visão dos cegos
de nascença ou daqueles que perderam a visão por outra causa, nem acredito que
ele tenha feito literalmente tudo isso. Também não creio que ele fez ouvir
alguém surdo e mudo de nascença. Histórias de cura podem ser vistas de diversas
formas. Considerá-las sobrenaturais ou milagrosas, em minha opinião, é a
possibilidade de menor credibilidade”.
As
obras de Bultmann e Sporig procuram provar que milagres não existem. Para
entendermos o pensamento desses teólogos liberais será preciso recuarmos no
tempo, mais precisamente aos séculos XVII e XVIII.
Foi
durante esse período da história que a cultura ocidental experimentou o que os
filósofos denominam de mudança de paradigma.
A visão
de mundo aceita até então, era aquela dada pelo catolicismo medieval. As
explicações para os fenômenos cosmológicos não eram dadas por físicos e
matemáticos, mas pelos teólogos da Escolástica.
As
novas descobertas nos campos da física e da matemática passaram a se contrastar
com a cosmovisão católica.
Em
1637, o matemático Rene Descartes (1596-1650) lançou a sua famosa obra
intitulada: Discurso do Método. Nesse livro, Descartes propunha um novo método
de investigação dos fenômenos naturais que fosse muito além do que ele
considerava como meras especulações teológicas. Descartes elegeu a dúvida como
seu método de investigação. Ele passou a duvidar de tudo e somente aquilo que
não admitisse mais dúvida, depois de acurada investigação, deveria ser aceito
como verdade absoluta.
Essa
nova visão de mundo idealizada por Descartes, também denominada de
cartesianismo ou cientificismo, marcou o fim da cosmovisão medieval e o início
da Modernidade. Com as descobertas das leis físicas que regem o Universo feitas
por Isaac Newton (1642-1727), o paradigma moderno se consolidou. No século
XVIII, um movimento cultural europeu denominado de Iluminismo tomou para si
como dogma essa nova concepção de mundo.
A
partir dessa nova visão de mundo, somente o que poderia ser explicado
racionalmente, isto é, o que pudesse ser objeto de pesquisa e mensurado
empiricamente deveria ser aceito como verdade absoluta, Nada que não passasse
pelo crivo da razão podia ser aceito como verdade, Dentro desse contexto as
narrativas religiosas ou bíblicas, por não se enquadrarem nesse novo modelo,
não deveriam ser tidas como verdades absolutas. Estava aberta a porta para o
criticismo bíblico!
Como
vimos, essa visão de mundo teve um impacto enorme sobre as igrejas européias,
especialmente as protestantes. Através das academias e seminários teológicos,
uma onda de incredulidade varreu as igrejas européias e posteriormente as
americanas.
O
cristianismo secularizado passou a usar a razão para explicar as narrativas
bíblicas e não a fé como mostram os Evangelhos. Voltarei a tratar com mais
detalhes sobre esse modelo cultural no capítulo 13.
Milagres Existem?
Em seu
livro Um Judeu Marginal, o teólogo John Meier faz uma excelente apologia em
favor da ocorrência de milagres nos dias atuais, Para Meier há três formas de
se conceituar um milagre:
1) um
evento incomum, surpreendente ou extraordinário que, em princípio, é
perceptível a qualquer observador interessado e imparcial;
2) um
evento que não encontra explicação razoável nas habilidades humanas ou em
outras forças conhecidas que agem em nosso mundo de tempo e espaço, e
3) um
evento resultante de um ato especial de Deus, fazendo o que nenhum poder humano
consegue fazer.
Meier
evita o conceito de milagre como sendo um evento que ultrapassa, transgride,
viola ou contradiz “as leis da natureza” ou a “lei natural”. Isso ele faz
acertadamente para evitar cair no mesmo erro no qual incorreram os teólogos
liberais. Como filha legítima do Iluminismo alemão, a teologia liberal também
abraçou a ideia de que o Universo era regido por leis naturais fixas e
invioláveis. De acordo com essa visão de mundo, um milagre é algo impossível de
acontecer porque Deus não iria quebrar leis que Ele próprio criou. Milagres,
portanto, não existiriam,
Meier escreve: “A noção filosófica de que o curso suave da
‘natureza’ é regulado por leis imanentes não encontra paralelo direto na vasta
maioria dos livros do AT escritos em hebraico. A partir do primeiro capítulo do
Gênesis, o mundo criado emerge do caos e o tempo todo para lá tende a retornar.
Somente o poder criativo de Deus, e não as leis ‘naturais’ inerentes às
realidades de tempo e espaço, impede que o mundo volte a cair na desordem. Deus
dá ou impõe leis às suas criaturas; tais leis não surgem ‘naturalmente’ das
criaturas, por causa de sua própria essência.”
Meier
observa ainda que essa concepção de uma “natureza” (phisis) autônoma que
governa o universo é uma ideia herdada do platonismo e incorporada
posteriormente à teologia cristã. No entanto, observa ele, “mesmo em Filon de
Alexandria, que refletia o platonismo grego, a ‘natureza’ é entendida à luz da
tradição do AT, ou seja, como ‘criação’, que é feita e governada pela palavra e
sabedoria de Deus. A natureza não é uma realidade autossuficiente que funciona
de acordo com suas próprias leis inerentes e invioláveis, não uma realidade
identificável, em última análise, com o próprio Deus”.
Foi
fundamentado na concepção de mundo mecanicista e não na Bíblia que Rudolf
Bultmann e mais recentemente John Sheley Spong construíram suas teologias
acerca dos milagres. Com o advento da física quântica e seu princípio da
incerteza de Wemer Heisenberg essa concepção de mundo, que vê o universo apenas
como uma máquina vem sendo abandonada pela comunidade científica. As
descobertas da física quântica mostram que as leis fixas do universo são
válidas para o macrocosmo mas não para o microcosmo do mundo subatômico.
Em
palavras mais simples, o universo não pode mais ser explicado somente a partir
de leis fixas e imutáveis como apregoavam os filósofos do Iluminismo. A mesma
ciência que armou os teólogos liberais com a física mecanicista agora os
desarma com a física quântica. Trocando isso em miúdos — a ciência contemporânea
não pode afirmar nem tampouco negar a existência de um milagre. Isso é
competência da teologia!
Uma Resposta ao Secularismo
O
movimento pentecostal surge em um contexto onde os crentes mais devotos,
insatisfeitos com a secularização do cristianismo institucional, buscam
novamente o fervor dos primitivos cristãos. Muitos movimentos periféricos
passaram a apregoar a necessidade de uma vida mais profunda. Dentre eles se
destaca o Movimento Holiness (Santidade) que atingiu as igrejas norte-americanas
em torno de 1880.
Foi
oriundo desse Movimento de restauração que veio Charles Fox Parham e William J.
Saymour. Posteriormente Daniel Berg e Gunnar Vingren, que haviam aderido ao
movimento em 1906. Eles trouxeram a mensagem pentecostal para o Brasil. Os milagres
vieram juntos.
Milagre no Seringal
Atualmente
o pastor José Veras Fontinele pastoreia a igreja Assembléia de Deus na cidade
de Piripiri ( PI ). Ele é um dos poucos herdeiros ainda vivo desse
pentecostalismo clássico. Seus cabelos brancos, voz rouca e pele enrugada são
sinais físicos de longos anos de dedicação ao ministério pastoral. Na casa dos
oitenta anos, o pastor Fontinele, como é conhecido entre os amigos, é um homem
que demonstra muita lucidez.
Conheci
o pastor Fontinele há mais de vinte anos e desde então aprendi a admirá-lo e
respeitá-lo como um dos líderes mais honrados de nosso estado. Homem de caráter
e reputação ilibada que sempre procurou viver sem mascaramefltos o evangelho de
Jesus. Suas poucas palavras, porém carregadas de sabedoria, fizeram com que os
seus pares sempre parassem para ouvi-lo.
Pois
bem, a história desse pioneiro do pentecostalismo piauiense é marcada por uma
série de fatos miraculosos, mas um deles me chamou a atenção — a cura de uma
doença incurável que ele havia contraído ainda na sua mocidade. A história me
foi passada por um amigo e desde então eu aguardava uma ocasião própria para
ouvi-la da sua própria boca.
Certa
vez nos encontrávamos em um conclave de pastores em uma das cidades piauienses
do sul do estado. Ao vê-lo e cumprimentá-lo expus o meu desejo de ouvir a
história que terceiros me haviam repassado. Sem demonstrar enfado ou cansaço,
nem tampouco se sentir incomodado, ele narrou o que se segue.
Contou-me
que ainda muito jovem e ainda não convertido ao evangelho, adoeceu e quando um
médico foi consultado, o diagnóstico não poderia ser mais devastador — ele
havia contraído tuberculose, Nessa época, próximo dos anos cinquenta, observou
ele, era constrangedor possuir um “tuberculoso” na família.
Mesmo
sendo bem jovem, mas não querendo ser um embaraço para a família, ele resolveu
então secretamente sair de casa e migrar para a região Norte do país. O estado
escolhido foi o Acre, onde iria tentar trabalhar no seringal.
Chegando
ao seringal foi morar em uma vila onde a principal cultura era o extrativismo
da borracha. Ali chegando, a doença começou a dar sinais mais fortes de sua
presença, sendo que alguns sintomas, dentre eles a tosse passou a se manifestar
de forma mais aguda. A comunidade ficou ciente da sua doença. Foi então que
certa vez, quando ele se encontrava em um comércio local que urna senhora o
interpelou: “Fontinele, porque você não faz um voto com Jesus para que ele o
cure dessa doença?” E completando, disse: “Quando Ele te curar, então você o
recebe como Salvador de sua vida.
O
pastor me informou na sequência que aquela mulher fazia parte de uma igreja
evangélica pentecostal do povoado e que os pentecostais tinham por hábito
fazerem três cultos domésticos em suas residências. Foi para participar de uma
dessas reuniões que ele fora convidado por aquela simpática senhora. Quando
recebeu o convite, o pastor se limitou a pensar com incredulidade como poderia
uns pecadores daqueles curarem alguém. Mas não tendo nada a perder, aceitou o
convite.
Chegando
à residência para onde fora convidado e adentrando no recinto, encontrou
algumas pessoas de joelhos e orando em alta voz. A sua presença logo foi
percebida pela dona da casa, a mesma que o havia convidado, Interrompendo a
reunião, ela informou a razão da presença daquele jovem à reunião deles, Disse
também que Fontinele havia se comprometido que tão logo ficasse bom, serviria
ao Senhor Jesus. Demonstrando muita ousadia, confiança e fé, aquela senhora
perguntou quantos dos presentes acreditavam que Jesus iria curar o jovem! Todos
responderam em uníssono que criam na sua cura.
“Quando
aquela mulher orou por mim”, contou-me o veterano pastor, “vi línguas de fogo
saindo de sua boca”. Foi então que ele passou a perceber a presença de um ser
angélico vestido de branco aproximar-se dele. Aquele varão trazia na mão um
vasilhame cheio de azeite quente. Ao tocar-lhe, o ser de branco fez com que ele
ficasse reclinado a fim de que o azeite pudesse ser despejado em sua boca.
Ao
abrir a boca, Fontinele sentiu o azeite descendo pela sua garganta e à medida
que o óleo quente entrava em seu interior ele começou a transpirar por todos os
poros!
Quando
aquela senhora terminou a oração, ele se sentiu totalmente curado! Com os olhos
marejando em lágrimas, o pastor Fontinele contou-me que no dia seguinte todos
os sintomas da doença haviam desaparecido. Meio século já se passou desde
aquela cura milagrosa e ele continua ainda curado!
Jesus e o Poder sobre as Doenças e a Morte
No
Evangelho de Lucas encontramos vários relatos de curas milagrosas e de pessoas
sendo ressuscitadas. Não há por parte do evangelista a preocupação de provar
que milagres existem. As fontes as quais ele pesquisou e as pessoas as quais
consultou detalharam o que ouviram e viram Jesus fazer. Jesus não curava e
ressuscitava as pessoas de entre os mortos para provar alguma coisa. Antes ele
as curava por ser o filho de Deus.
Missão Messiânica
Lucas
parte do princípio de que Jesus é o Messias prometido nas Sagradas Escrituras e
que Ele havia sido capacitado pelo Espírito Santo para realizar as obras de
Deus (Lc 4.16-18; Is 61.1,2). Mais uma
vez a teologia carismática de Lucas fica em destaque. Na cura do paralítico de
Cafarnaum, Lucas destaca que “o poder do Senhor estava com ele para curar” (Lc
5.17).
O poder
do Senhor é um sinônimo para a unção do Espírito Santo (At 10.38). Por outro
lado, na ressurreição do filho da viúva de Naim, Lucas observa que o povo
exclamou: “Grande profeta se levantou entre nós; e: Deus visitou o seu povo”
(Lc 7.16). Não há dúvida de que esse grande profeta é uma referência messiânica
encontrada em Deuteronômio: “Suscitar-lhe-ei um profeta do meio de seus irmãos,
semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo
o que eu lhe ordenar” (Dt 18.15-19).
As curas
e milagres de ressurreição de mortos efetuados por Jesus, portanto, faziam
parte da sua revelação messiânica e a demonstração da compaixão e do amor de
Deus. “E aconteceu, pouco depois, ir ele à cidade chamada Naim, e com ele iam
muitos dos seus djscipulos e uma grande multidão.
E,
quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único
de sua mãe, que era viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade. E,
vendo-a, o Senhor moveu-se de intima compaixão por ela e disse-lhe: Não chores.
E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam) e disse: Jovem, eu
te digo: Levanta-te. E o defunto assentou-se e começou a falar. E entregou-o à
sua mãe. E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um
grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo” (Lc 7.11-16).
A Manifestação do Reino de Deus
Os
milagres de Jesus na perspectiva lucana devem ser também entendidos como a
manifestação da vinda do reino de Deus. Em Lucas, a expressão “Reino de Deus”
deve ser entendida como sendo o domínio de Deus (Lc 17,20,21).
Ao
curar os enfermos e ressuscitar os mortos, Jesus demonstrava que o Reino de
Deus havia chegado: “Também os enviou a pregar o reino de Deus e curar os
enfermos” (Lc 9.2); “Falava-lhes a respeito do reino de Deus e socorria os que
tinham necessidade de cura” (Lc 9.11). No Evangelho de Mateus essa mensagem
acerca do reino de Deus, além da cura dos enfermos envolve também a
ressurreição dos mortos (Mt 10.8).
É uma
verdade bíblica que as doenças e a morte existem por causa da entrada do pecado
no mundo. Isso não significa dizer que toda e qualquer doença fosse resultante
de um pecado pessoal. Os evangelhos mostram que haviam doenças que poderiam
advir como consequência de um pecado pessoal, como no caso da cura do
paralítico no tanque de Betesda ( Jo 5.14, veja também I Co 11.27-31).
Mas nem
todas as enfermidades e doenças estavam necessariamente associadas a algum tipo
de pecado ou punição pessoal (Jo 9.1-3).
No caso
do cego do capítulo nove do Evangelho de João, Jesus afirmou que nem o doente
nem seus pais haviam pecado para que ele nascesse cego! Em outras palavras, a
lei de causa e efeito do pecado e suas consequências não pode ser aplicada aqui
para explicar a razão da cegueira daquele homem. O certo é que a sua cegueira
existia, não como consequência de um pecado pessoal, mas em razão da queda! O
relato da cura do paralítico de Cafarnaum é emblemático no evangelho de Lucas
(Lc 5.17-26).
“E
aconteceu que, em um daqueles dias, estava ensinando, e estavam ali assentados
fariseus e doutores da lei que tinham vindo de todas as aldeias da Galileia, e
da Judeia, e de Jerusalém. E a virtude do Senhor estava com ele para curar.
E eis
que uns homens transportaram numa cama um homem que estava paralítico e
procuravam fazê-lo entrar e pô-lo diante dele, E, não achando por onde o
pudessem levar, por causa da multidão, subiram ao telhado e, por entre as
telhas, o baixaram com a cama até ao meio, diante de Jesus. E, vendo-lhes a fé,
Jesus disse ao paralítico: Homem, os teus pecados te são perdoados. E os
escribas e os fariseus começaram a arrazoar, dizendo: Quem é este que diz
blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus? Jesus, porém, conhecendo os
seus pensamentos, respondeu e disse-lhes: Que arrazoais em vosso coração? Qual
é mais fácil? Dizer:
Os teus
pecados te são perdoados, ou dizer: Levanta-te e anda? Ora, para que saibais
que o Filho do Homem tem sobre a terra poder de perdoar pecados (disse ao
paralítico), eu te digo: Levanta-te, toma a tua cama e vai para tua casa. E,
levantando-se logo diante deles e tomando a cama em que estava deitado, foi
para sua casa glorificando a Deus. E todos ficaram maravilhados, e glorificaram
a Deus, e ficaram cheios de temor, dizendo: Hoje, vimos prodígios (Lc 5.17-26).
Antes
de tratar do problema fisico do paralítico, Jesus primeiramente tratou da sua
alma. O texto não nos permite deduzir que esse homem encontrava-se assim em
razão de algum pecado pessoal. Mas por outro lado, o contexto não deixa dúvidas
de que aquele pobre moribundo, além da doença fisica também carregava consigo a
culpa. De outra forma não teria sentido as palavras que Jesus dirigiu a ele:
“Os teus pecados te são perdoados” (Lc 5.23). O seu estado demonstrava que a
sua necessidade imediata era de cura e não de perdão, mas o Senhor não o viu
assim. Antes resolveu o problema da culpa, dando-lhe uma palavra de perdão e
somente depois cuidou também de curar o seu corpo: “Levanta-te, toma a tua cama
e vai para tua casa” (Lc 5.23).
A Cura e a Expiação
Esses
milagres efetuados por Jesus durante o seu ministério público estavam, sem
dúvida alguma, associados à sua missão vicária. Dizendo isso de uma outra
forma, o testemunho dos Evangelhos é que Jesus levou sobre si as nossas doenças
e enfermidades. Isso significa dizer que a cura faz parte da expiação (Mt
8.16-17).
E,
chegada à tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele, com a sua palavra,
expulsou deles os espíritos e curou todos os que estavam enfermos, para que se
cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as
nossas enfermidades e levou as nossas doenças” (Mt 8.16,17).
Ao
afirmar que a cura faz parte da expiação, não significa dizer que todos serão
curados. Da mesma forma, nem todos vão ser salvos embora a salvação também faça
parte da expiação. A santidade do crente também foi conquistada na cruz. Ela,
portanto, faz parte da expiação, embora nem todos vivam santamente. E
paradoxal, mas é bíblico.
A
doutrina da expiação de Cristo nos dá uma base segura para crermos na salvação
da nossa alma e na cura de nosso corpo. Todas as bênçãos de Deus para nós,
providas por Cristo, foram possíveis através de seu sacrifício vicário. Não há
bênção fora da expiação!
Elaboração
pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de
Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lucas – O Evangelho de Jesus, O
Homem Perfeito, Pr José Gonçalves- CPAD