JONAS
A MISERICÓRDIA DIVINA
TEXTO
ÁUREO = “E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu
mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez”
(Jn 3.10).
VERDADE
PRÁTICA = O relato de Jonas ensina nos o quanto Deus ama e esta
pronto a perdoar os que se arrependem.
LEITURA
BIBLICA = JONAS 1: 1-3,15,17; 3: 8-10
INTRODUÇÃO
Jonas. No
hebraico é Yonah, que significa “pombo”. Era filho do profeta Amítai, do Reino
do Norte, e habitava em Gate Hefer (2 Rs
14.25); segundo Jerônimo, uma aldeia nos arredores de Nazaré. Jonas viveu
na época de Jeroboão II, entre 791-753 a.C., quando os assírios atormentavam o
Reino de Israel.
O livro é um testemunho da soberania divina. Jeová não é
apenas um Deus nacional, mas Senhor de toda a Terra, que faz justiça e usa de
misericórdia para com todos os homens. Com exceção do segundo capítulo, o livro
é uma narrativa da missão do próprio Jonas, enviado a Nínive, capital da
Assíria, a fim de que o povo daquela cidade se arrependesse de seus pecados. O
Senhor Jesus mencionou o “grande peixe” e a missão de Jonas em Mateus 12.39-41.
O
LIVRO DE JONAS
“Misericordioso e piedoso é o SENHOR;
longânimo e grande em benignidade” (Sl 103:8). De
forma pungente e sucinta, esta é a mensagem de Jonas.
Ler este livro é ver o mundo pelos olhos de Deus. Todos os
indivíduos de todas as nações, de todas as raças são pessoas, almas, cada uma
com um destino eterno. Cada pessoa é preciosa à vista de Deus; uma, tão
preciosa quanta a outra.
“O livro de Jonas”, afirma W. W. Sloan, “está mais próximo
dos ensinamentos do Novo Testamento do que qualquer outro texto das Escrituras
hebraicas. O tema central é que Deus está interessado em todas as pessoas de
qualquer nacionalidade ou raça e espera que aqueles que o conheçam se dediquem
a compartilhar esse conhecimento”. Nunca na história, o livro de Jonas teve
maior relevância que hoje. Há tremenda urgência que todo cristão sinta e
considere esta mensagem, a fim de se envolver na missão mundial da igreja.
Entendemos a mensagem à medida que observamos Jonas —
insensível, vingativo, nacionalista e implacavelmente soberbo — que prende sua
fé no peito, enquanto Deus procura fazer com que ele a compartilhe de acordo
com o seu propósito mais amplo de redenção. Jonas, ao lutar contra os procedimentos
divinos, às vezes nos lembra o mesquinho irmão mais velho do pródigo.
E como o pai, perdoador e alegre, o Senhor insiste para que
Jonas abandone a aboboreira murcha e a barraca queimada pelo sol e vá
compartilhar da alegria da cidade poupada. Aqui, Jonas nos lembra o servo
desumano em outra das parábolas de Jesus. Quase podemos ouvir o Senhor
pleiteando com o profeta: “Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque
me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão [...] como eu também tive
misericórdia de ti?” (Mt 18.32,33).
A historicidade da profecia de Jonas não foi questionada até
recentemente, quando os estudiosos incrédulos se recusaram a “engolir a
baleia”. Desde então, outros fatores miraculosos no relato também entraram em
discussão. Para alguns, parecia mito. Para outros era alegoria do exílio e a
missão de Israel com base em Jeremias 5 1.34. Um terceiro grupo o considerava
parábola. Mas há boas razões para aceitá-lo como narrativa histórica.
O
profeta Jonas, sem dúvida, foi uma figura histórica.
Residia em Gate-Hefer, era filho de Amitai e serviu como verdadeiro profeta do
Senhor no Reino do Norte durante o reinado de Jeroboão II (aproximadamente
786-746 a.C.; 2 Rs 14.25). Foi, portanto, antigo contemporâneo de Oséias e
Amós. A Bíblia não relata o que Jonas fez depois de ter pregado em Nínive. A
tradição que diz que foi enterrado em Nínive num local marcado por uma mesquita
carece de apoio histórico.
Jesus menciona a experiência de três dias de Jonas no
“ventre da baleia” para indicar antecipadamente sua experiência entre a
crucificação e a ressurreição. E, pelo visto, nosso Senhor considera o
arrependimento dos ninivitas como fato histórico. Na realidade, Jonas é o único
profeta do Antigo Testamento com quem Jesus se comparou e o fez no assunto da
ressurreição (Mt 12.39-41; Lc 11.29-32).
A
missão de Jonas em Nínive com suas feições miraculosas não foi única. Ela é
comparada às missões de Elias a Sidom e de Eliseu à Síria (1 Rs 17.8-24; 19.15;
2 Rs 8.7- 15). Nem a perigosa viagem do apóstolo Paulo para Roma, no Novo
Testamento, foi tão diferente da viagem de Jonas em suas implicações
miraculosas (At 27.1—28.14).
O livro de Jonas está na forma de narrativa histórica linear
e não há indicação de que deva ser interpretado de outro modo. Até o século
XIX, os judeus e cristãos em geral consideraram o livro como relato verdadeiro.
Conforme sugere Robinson: “Podemos alegar enfaticamente que,
para Jonas, a força da autodefesa de Jeová exigia uma missão verdadeira para
uma cidade pagã com um arrependimento verdadeiro e ‘salvamento’ autêntico. Não
é fácil acreditar que o desafio: ‘Não hei de eu ter compaixão da grande cidade
de Nínive’? Foi apresentado ao povo de Israel pelo escritor inspirado como
consideração puramente hipotética.
A autoria e data do livro de Jonas são incertas. O texto é a
respeito de Jonas, mas não foi necessariamente escrito por ele. Não temos
informação sobre quem fez o registro. Nem sabemos quando a história foi
escrita. E provável que a composição tenha sido feita antes da queda do Reino
do Norte (721 a.C.) ou, no máximo, antes da queda de Nínive (612 a.C.). Pode
ser que o livro não tenha sido colocado em sua forma atual até depois da última
data. Tiramos esta conclusão do fato de que o tempo passado “era” é usado para
descrever Nínive (3.3).
E possível que durante a vida de Jonas a Assíria, cuja
capital era Nínive, passava por um período de declínio. A sucessão de três reis
fracos diminuíra seu prestígio e poder no mundo. Babilônia, no baixo vale do
Tigre-Eufrates, ganhava força e era uma ameaça a ter de enfrentar.
No noroeste,
Urartu — a antiga Armênia — também ameaçava a supremacia assíria. Os
territórios tributários ocidentais também estavam cientes do declínio da
Assíria, e o sucesso de Damasco e Arpade ao resistir os monarcas assírios
encorajou outros. Essa situação resultou numa sucessão de calamidades que
deixaram o império grandemente exaurido.
Parecia ocasião apropriada para o Espírito de Deus se mover
na capital. O estado de espírito das pessoas era de incerteza e insegurança, o
que proporcionou uma colheita madura. O Senhor buscou um ceifeiro na pessoa de
Jonas.
A importância das circunstâncias é sugerida por 5. C. Yoder,
quando escreve acerca do fugitivo Jonas: “Este era um homem que fugiu da
oportunidade que surge, talvez, uma vez na vida e, ainda, mais raramente, na
história de uma nação, para levar um povo ao arrependimento. E agora o
mensageiro que foi chamado para representar Deus nesta missão estava pouco
propenso a enfrentar as questões, quaisquer que tenham sido, e assumir a
responsabilidade que a oportunidade lhe dispunha”.
A
TEMPESTADE NO MAR = ( Jn 1 )
O nome Jonas significa pombo, no hebraico, Conforme 2 Reis
14.25, Jonas era proveniente da aldeia de Gate-Hefer, situada a cerca de 4 km
ao norte de Nazaré, na Galileia. O livro é de autoria do próprio profeta que
usou o recurso da terceira pessoa, estilo este comum entre escritores
hebraicos, para relatar sua história.
Contemporâneo dos profetas Amós e Oséias, Jonas escreveu seu
livro no ano 780 a.C., aproximadamente, já no fim de sua carreira e cerca de 60
anos antes da tomada do Reino do Norte (Israel) pelos assírios.
Ainda que tendo sido um arauto do SENHOR, considerado um
profeta de Israel, na sua missão, Jonas é mais um evangelista. Tendo esse duplo
oficio, um dia proclamou o juízo divino contra os cidadãos de Nínive, capital
da Assíria. Vemos, no decorrer do seu livro, o tema “A Misericórdia de Deus”.
A
fuga de Jonas ( Jn 1.1-6 )
A palavra de Deus fora confiada a Jonas e sua chamada não
poderia ter sido mais clara. Porém, o profeta resolveu não ir a Nínive, mas
fugir para Társis, na Espanha (vv. 2,3).
Com isso, ele tentava algo impossível: escapar da presença
do SENHOR. Ao verificar a geografia da região (mapa), vemos que as duas cidades
estão em direções opostas. A medida que Jonas procurava aproximar- se de
Társis, mais longe ficava do local da sua missão predita. O resultado foi que o
profeta não conseguiu fugir da presença de Deus.
O
Desespero da tripulação (Jn 1: 7-10 )
A tripulação decidiu tomar providências a fim de descobrir
por causa de quem estava sofrendo tão grande mal. Lançaram sorte e recaiu sobre
Jonas (v. 7) que, indagado, respondeu que era um hebreu e servia ao Deus do
céu, mas, que estava fugindo dEle (vv. 8-10). Com isso, todos ficaram muito
aflitos. Suas últimas e mínimas esperanças de resgate, talvez, naquele momento
teriam afundado nas águas turbulentas que os cercavam.
NO
VENTRE DO GRANDE PEIXE ( Jn 2 )
A primeira menção de oração de Jonas encontra-se no início
do capítulo 2 do seu livro. No capítulo não encontramos qualquer referência à
oração feita pelo profeta. E o triste caso que não deveria ocorrer na vida de
muitos crentes: só oram quando estão em situação difícil. Mas Jonas orou; e com
disposição, sinceridade e contrição.
GRITANDO
DO VENTRE DO ABISMO ( Jn 2:13)
Se possível, coloque-se no lugar desse profeta, em meio a um
compartimento de carne, escuro, de cheiro estranho, com algas, peixes e outros
tipos de vida marítima e água em volta. Realmente, um lugar muito desagradável
para se ficar. Porém, Jonas deve ter sentido que, mesmo assim,; ele estava nas mãos de Deus. A primeira parte
de sua oração é um clamor ao SENHOR e a subsequente resposta do alto.
Angustiado, gritou e Deus ouviu a sua voz de dentro do ventre do peixe. O Salvador
está sempre alerta ao clamor de Suas criaturas, onde quer que estejam.
O servo aceitou a disciplina d0 SENHOR. Reconheceu que fora
Deus que o mergulhara “... no profundo, no coração dos mares,...” (v. 3).
Observou que as ondas e vagas do Criador passavam por cima dele (v, 3).
Submetendo-se ao SENHOR e àquela situação, Jonas procurou restaurar os elos da
comunhão com o seu Pai Celestial.
AS
AGUAS CERCANDO ATÉ A ALMA ( Jn 2: 46)
É possível que Jonas tenha ficado inconsciente por algum
tempo, mas, logo tenha voltado ao normal para meditar sobre Deus e Sua maneira
de lidar com ele. Seu caso foi altamente milagroso. Durante o tempo que esteve
no ventre do peixe, ele adorou ao SENHOR e orou. Sua última oração enquanto ali
retido, e também a principal, é a que temos neste capítulo.
O
desânimo procurava dominar Jonas. Ele tinha admitido a sua
falta, tinha pedido perdão a Deus, mas continuava no seu sepulcro aquático. O
ambiente o sufocava até à alma. Cercado por água salgada, pela treva e por
detritos, deve ter chegado à beira do desespero. Sentiu-se perpetuamente
aprisionado; contudo, reiterava que Deus era o seu SENHOR e O agradecia porque
depois de fazê-lo descer à base das montanhas, o levantou com vida, da
sepultura.
A
MISERICÓRDIA DIVINA
O
arrependimento dos ninivitas (Jn 3:5-9)
O efeito da pregação de Jonas foi algo impressionante e
maravilhoso. Os cidadãos, do maior ao menor, creram e se arrependeram de seus
pecados. O próprio rei ordenou um jejum a ser observado pelos homens e pelos
animais. A cidade se vestiu de panos de saco e, como Jó, assentou-se na cinza,
O seu clamor subiu a Deus e se converteu dos maus caminhos e da violência das
suas mãos. Os ninivitas reconheceram e abandonaram suas transgressões, sendo as
principais a avareza e a ambição opressiva de dominar e controlar outras
nações, anexando-as ao seu império.
Vemos aqui o maior avivamento registrado na Bíblia! A maior
e mais poderosa cidade daquele tempo submetendo-se, humildemente, ao único e
verdadeiro Deus! A mensagem de um servo do SENHOR abalou e mudou uma população
inteira. O arrependimento sincero dominou o comércio, as escolas, os templos,
os palácios, as casas, enfim, tudo. Nínive foi sacudida até os alicerces,
movidos pelo arrependimento. A transformação foi total e atingiu a todos.
A causa principal deste impacto espiritual em Nínive, foi o
poder convencedor do Espírito Santo, associado à receptividade positiva dos
corações arrependidos e voltados para Deus.
O
perdão dos ninivitas ( Jn 3:10)
O versículo dez é mais um entre muitos nas Escrituras a
falar da graça abundante do Salvador que contemplava os atos do povo da grande
capital e “mudou Seus planos”. Estava pronto para destruí-la, mas, demonstrando
misericórdia, deu-lhe um prazo de quarenta dias antes do juízo destruidor.
Diante disso, Nínive tomou nova atitude diante de Deus e o SENHOR a perdoou de
suas iniquidades.
Depois dos quarenta dias, a ira divina não arrasou a
poderosa e arrogante cidade porque seus habitantes se arrependeram de seus
pecados e se voltaram para Deus.
A
MISERICÓRDIA DIVINA ( Jn 4)
Se o Livro de Jonas tivesse se encerrado com o capítulo
três, seria como um conto de fadas, com a costumeira frase final: “... e todos
viveram felizes para sempre”. Mas não foi bem assim. Aquele que trouxera a
mensagem de Deus aos assírios agora se encontrava em situação deplorável. Ao
invés de se alegrar com o povo por sua mudança para o bem, o profeta resmungou
tristemente sobre o milagre que transformou Nínive.
A
IRRITAÇÃO DE JONAS ( Jn 4: 1-5)
O servo do SENHOR estava desgostoso, aborrecido, irado. Se
ele fosse Deus, teria esmagado a cidade de vez, pois o profeta lamenta por Deus
não ter destruído a cidade como prometeu. Interessante é que o Pai Celeste usou
este seu filho, tão contrário a esta grande missão. E Deus, e não os homens,
quem escolhe e separa a quem quer. Enfim, o SENHOR é bondoso e usa o que temos
de bom, e com o tempo, muda e aperfeiçoa o restante de nós.
Parece um paradoxo esta atitude de Jonas. Não precisamos
fazer uma averiguação das razões psicológicas do caráter do homem para tentar
descobrir seus motivos. Possivelmente igual a muitos de nós hoje, ele gostaria
de ver o castigo destruir pecadores ao invés de vê-los transformados pelo amor
do Mestre. O arauto de Deus soube pregar com unção, mas, infelizmente, não
aprendeu quão mister e vital é também a misericórdia para com os outros.
Ao orar ao SENHOR (v. 2), esse porta-voz desgostoso
mostra-se ciente dos atributos de Deus. Mas, talvez por sentir que falhara como
profeta, por não ver o cumprimento da sua profecia, preferia que o Altíssimo
não fosse misericordioso com os ninivitas. Tal era a sua queixa que queria
morrer. E quando o SENHOR lhe perguntou se esta sua ira era razoável, ele não
respondeu e saiu da cidade. Alimentava ainda a esperança de que Deus destruiria
Nínive e exterminaria os seus habitantes.
A
lição do SENHOR ( Jn 4.6-11)
Poderíamos intitular esta última seção do livro de: “Jonas e
o Verme”. Antes, um “animal” enorme o tinha salvado; agora, um bicho pequeno
quase o destruía.
O SENHOR preparou a planta que providenciou sombra para o
profeta; depois preparou o verme que matou a planta e o sol abrasado esquentou
a cabeça do arauto aborrecido. Jonas outra vez implorou que desejava morrer.
Deus, então, lhe instrui acerca da compaixão, indicando que muitas vezes a
compaixão de Jonas, como também a nossa, é mal dirigida ou aplicada.
Infelizmente, o profeta se preocupava mais consigo próprio e
seu conforto do que com as almas* da grande capital da Assíria. Ele tinha
esquecido que o SENHOR é um Pai cheio de ternura e misericórdia, que tanto
aspira resgatar, quanto reivindicar.
DEUS
CONVENCE JONAS PELA LÓGICA = Jonas 4.1-11
O
DESCONTENTAMENTO DE JONAS, 4.1-3
A auto-estima e o nacionalismo de Jonas o indispuseram a
aceitar as intenções misericordiosas de Deus para com um povo arrependido. Os
ninivitas fizeram com que ele ficasse profundamente ressentido com o perdão
mostrado àquela cidade. Ver milhares dos inimigos de Israel em busca de Deus,
na verdade, enfureceu o profeta.
De seu baixo ponto de vista, tudo o que via era que sua
predição não se cumprira — portanto, era falsa — e o inimigo nacional de Israel
fora poupado. Desgostou-se Jonas extremamente... e ficou todo ressentido (1).
Literalmente: “Foi mal para Jonas” e “isto [o desgosto] o queimava”
O profeta percebeu que, se a Assíria, o destruidor predito
de Israel (Os 9.3; 11.5,11; Am 5.27) fosse destruída como profetizara, Israel
ficaria livre de seu maior perigo. Não haveria pesado tributo a pagar, e o país
se desenvolveria em uma nação mais forte e influente. Porém agora parecia que,
com a salvação dos inimigos de Israel, Jonas anunciava a destruição de seu
próprio povo.
Mas Israel não seria poupado apenas com a destruição de
Nínive. Eram seus próprios pecados que destruíam a nação israelita (cf. Mt
7.4,5).
A despeito de seu espírito hostil, Jonas considerava-se
crente fiel, pois orou ao SENHOR (2). E tristemente comum que a pessoa que
observa as formas devocionais e se considere crente manifeste atitudes
insensíveis e rejeite a vontade de Deus.
A
PREOCUPAÇÃO DE DEUS POR TODOS, 4. 10,11
Quando o Senhor falou com Jonas, explicou o que tentara
dizer, ao argumentar a partir de um caso menor para um maior. Ele disse:
Tiveste compaixão da aboboreira, na qual não trabalhaste... que, em uma noite,
nasceu e, em uma noite, pereceu; e não hei de eu ter compaixão da grande cidade
de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens, que não sabem
discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos
animais? (10,11).
As opiniões variam quanto à interpretação da declaração
relativa à população da cidade. Certos estudiosos entendem que as 120.000
pessoas mencionadas referem-se apenas a crianças, o que nos leva a supor que a
população total girava em torno de 600.000 habitantes.
Outros deduzem que os 120.000 dizem respeito aos indivíduos
que desconheciam a lei moral de Deus (ver terminologia semelhante em Dt 5.32;
Js 1.7). Se este for o caso, os 120.000 seriam a população total. Seja como
for, Deus expressa sua preocupação pelo sofrimento de quem não pode se valer. O
Senhor mostrava como a exclusividade religiosa de Jonas o cegara. A mensagem
era: Você nada teve a ver com a origem ou crescimento da aboboreira que pouco
viveu, mas se afligiu por sua destruição.
CONCLUSÃO
Em nossa Bíblia temos os exemplos proeminentes de Jonas e de
Pedro (Atos 10), que foram contrários a levar a mensagem do amor de Deus aos
gentios. Ousamos contar-nos entre os que são pertinazes e negligentes para
levar a mensagem da graça salvadora de Cristo às ovelhas perdidas da casa de Israel?
Graças a Deus para todo o sempre, ele tem compaixão! Mas, temos nós?
O amor de Deus em nosso coração nos constrangerá a
aceitarmos o pleno compromisso que o Senhor buscou em Jonas e recebeu com
alegria de Paulo. Esse amor afinará nossos ouvidos à sua voz, de forma que
ouviremos o chamado de Deus para testificarmos mundialmente de sua salvação.
Atenderemos ao seu chamado para exercermos uma mordomia solene e sagrada da
vida e das posses. A medida de nossa resposta ao chamado de Deus é, na
realidade, a extensão de nosso amor por Ele.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
BIBLIOGRAFIA
Lições bíblicas CPAD 2003
Comentário Bíblico Beacon
Bíblia de Estudo Pentecostal
Livro:- Os Profetas
Menores – Charles L. Feinberg
EETAD – Os Profetas Menores = Richard Leroy Hoover
JONAS
O CRENTE FUGITIVO
TEXTO
ÁUREO = “Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei
da tua face?” (SI 139.7).
VERDADE
PRÁTICA = É conforta dor para o cristão, saber que todos os seus
passas estão sendo contemplados pelo Senhor, contribuindo, assim, para uma vida
sincera, e não de aparência.
TEXTO
BÍBLICO BÁSICO = Jn 1.1-10
INTRODUÇÃO
A lição de hoje é uma advertência, pois nos lembra que nada
existe em oculto aos olhos de Deus. Podemos esconder nossos atos aos olhos dos
pastores, dos obreiros e da igreja; porém, jamais dos olhos de Deus.
Consideremos ocaso do profeta lonas: ninguém sabia que ele estava fugindo da
missão que lhe fora confiada; no entanto Deus estava contemplando todos os seus
atos. Precisamos tomar cuidado, prezado leitor. Deus não dorme! Isto posto, vamos estudar os seguintes fatos
sobre o profeta:
1.
A ORIGEM DE JONAS
O profeta lonas era filho de Amitai, da tribo de Zebulom, e
natural de Gate-Hefer, próxima a Nazaré, no Reino do Norte. Ele exerceu o ministério durante o próspero
reinado de Jeroboão 11(784 - 748 a.C). O autor do Segundo Livro dos Reis
presta-nos este testemunho sobre o desempenho profético de lonas: “Restabeleceu
ele (Jeroboão 11) os termos de Israel, desde a entrada de Hamate até ao mar da
planície, conforme a palavra do Senhor, Deus de Israel, a qual falara pelo
ministério de seu servo lonas, filho do profeta Amitai, o qual era de
Gate-Hefer” (2 Rs 14.25). No entanto, encontramos Jonas...
II.
FUGINDO DA PRESENÇA DO SENHOR
É lamentável que Jonas tenha resolvido fugir da
responsabilidade que Deus lhe havia confiado, e, ao invés de viajar até Ninive,
tenha tentado fugir para Társis, em flagrante desobediência, pensando ficar
livre da espinhosa missão.
1. A
ordem expressa do Senhor (v.1,2). Não cabia ao profeta
questionar o merecimento do povo ninivita de receber ou não o favor divino.
Deus havia decidido conceder-lhes a oportunidade de se arrependerem do estado
pecaminoso em que se encontravam. Através da mensagem profética, Jonas deveria
levar os ninivitas ao arrependimento, a fim de escaparem do juízo divino.
Todavia, por ser um povo cruel, idólatra ao extremo, o
profeta recusa-se a cumprir a ordem do Senhor, de ir a Nínive. Ele preferia que
os ninivitas perecessem nas mãos de Deus! lonas esqueceu que as misericórdias
de Deus são novas a cada manha (Lm 3.22.23). Por isso, ele resolveu fugir da
presença de Deus, indo para Társis.
2. O
navio para Társis (v.3). No seu indiferentismo, lonas inicia sua
perigosa trajetória de desobediência. O caminho do desobediente, ainda que
pareça ser agradável, é muito árduo, e o pedágio é muito caro para se transitar
por ele; e os que se utilizarem dele vão deparar-se com a ira de Dens (Ef 5.6,
Pv 14.12; Jr 16.17).
No mar desta vida, para onde estás dirigindo a tua
embarcação? Para Társis ou para Canaã Celestial? Aconselho-te que examines
agora a tua bússola (a Palavra de Deus), pois ela indicará o teu rumo, a tua
direção (SI 119.105). Se sentes que não estás na rota estabelecida pelo Capitão
da nossa salvação; ou se não estás no lugar para onde Deus te enviou, corrige o
Leu rumo imediatamente, conforme a Sua vontade (SI 37.23,24; Pv 3.5,6).
3. A
tempestade no mar (v.4). Deus temo controle de todo este Universo,
e isso inclui os mares e os ventos também (Si 104.4).Iniciada a viagem, diz o
texto que Deus mandou uma tempestade e o mar ficou tão agitado que as ondas
ameaçavam quebrar e afundar o navio. Deus age de muitas maneiras, às vezes
estranhas para nós, e por amor a Jonas não permitiu que ele prosperasse em sua
desobediência. Através da tempestade Ele queria falar ao Seu servo.
Talvez urna tempestade esteja se abatendo sobre ti, pode ser
que Deus esteja querendo falar contigo, caro leitor. Procura fazer a vontade de
Deus, e a tempestade cessará.
III.
O SONO ESPIRITUAL DO PROFETA
Disse Deus a Jonas: “Levanta-te, vai ‘a grande cidade de
Nínive, e...” (v.2). Essa ordem deveria ser imediatamente obedecida. Porém
lonas, com o seu ressentimento alimentado contra os assírios, não aceita
cumprir a tarefa que lhe é dada e prefere ignorar a ordem divina; e, apesar da
tempestade, desce ao porão do navio e deita-se para dormir, O sono espiritual
desencadeia uma série de males, pois deparamo-nos com o profeta...
1.
Dormindo na tempestade (v.4-6.). Tranqüilo! Desocupado! Dormindo
um profundo sono! Os tripulantes, Lodos pagãos, trabalhavam muito. Embora
fossem acostumados a enfrentar tempestades, o perigo era muito grande. Enquanto
isso, o culpado dormia.
Estamos contemplando tempestades destruindo milhões de vidas
neste mundo: tempestade sobre a família; tempestades sobre os governantes que,
esquecendo se de que “feliz é a nação cujo Deus é o Senhor” (Sl 33.12), estão
procurando firmar-se nos seus poderosos tronos consultando os demônios, e o
resultado é que não conseguem acertar o rumo das suas “embarcações”, que quase
sempre naufragam no mar dos enganos; tempestades de mundanismos e modismos
sobre a igreja, com intuito de comprometê-la com o mundo, enfraquecendo a sua
identidade.
Enquanto a tempestade cai, lamentavelmente, muitos profetas
estão dormindo, quando deveriam denunciar o pecado e pregar a santidade,
exortando o povo de Deus a ser o “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5.13,14).
Meditemos nas palavras do apóstolo Paulo em sua epístola aos Efésios 5.14-17;
6.10-18.
2. O
culpado é descoberto (1.7-10). Julgando que uma tempestade
dessas só poderia acontecer por causa de alguém a bordo, os marinheiros
lançaram sortes e a sorte caiu sobre lonas! Ele era o culpado de tudo o que
estava acontecendo! Algumas vezes Deus aprovou esta maneira de se descobrir o
culpado de transgressão. Lembremos do caso de Acã, cuja culpa levou o povo de
Israel à derrota em Ai, onde o ofensor foi descoberto pelo método de lançar
sortes. Veja Pv 16.33; At 1.26; Is 7.13-18. Conhecido o culpado deparamo-nos
com um novo quadro.
3. O
desespero dos marujos (1.11-14). Apavorados perguntaram ao
profeta: “Que faremos nós, para que o mar se acalme?” (v.1 1). lonas sabia que
estava colhendo o resultado de sua desobediência, pois não praticava o que
pregava para os outros. Sabia que por ter recusado ir onde Deus o enviara,
estava diante de um grande perigo, que por sua vez estendia-se aos pobres
marujos. Nossa desobediência pode acarretar sofrimentos a pessoas inocentes (Jn
1.14). Diante do perigo que ameaçava a todos, Jonas se dispôs a dar a própria
vida para salvar os que estavam naquele navio. Este é o caminho dos que
rejeitam obedecer a ordem divina (Pv 10.9; Ir 16.17).
IV.
A ORAÇÃO DO FUGITIVO
A ordem do fugitivo para os marinheiros foi: “Levantai-me, e
lança-me ao mar, e o mar se aquietará; porque eu sei que por minha causa vos
sobreveio esta grande tempestade” (1.12). Após uma oração, fizeram justamente
isso. Lançaram lonas no mar! E imediatamente acalmou-se a tempestade. Ao cair
lonas no mar, Deus preparou um grande peixe que tragou o profeta, ficando ele
três dias e três noites no ventre do mesmo. Ali teve tempo de meditar sobre
seus atos errados e abrir sua alma para o Senhor e orou a Deus com fé, chegando
sua súplica diante do Pai celeste. Jonas reconheceu encontrar-se...
1.
Lançado fora da presença de Deus (2.14). Foi uma sensação muito
desagradável. O homem que foi chamado por Deus e recebeu instruções para
cumprir uma missão, agora, por sua desobediência, sentindo estar separado de
Deus, ficou desesperado, conforme suas palavras no capítulo 2. Nada há que
possa substituir a comunhão com Deus; e o homem, por sua vez, só está em paz,
enquanto mantém o vínculo desta comunhão (Rm 5.1).
Que Deus nos guarde de não sermos lançados fora de sua
presença, o que ocorrendo estaremos perdidos para sempre. Veja o que sucedeu a
Caim (Gn4.9. 16) e a Moisés (Ex 33.12-17). Nossa vitória está condicionada à
nossa comunhão permanente com o Senhor (SI 16.11; 140.13). lonas, que tinha
experiência de comunhão com Deus, arrependido procurou humildemente sua antiga
posição, e assim podemos vê-lo...
2.
Restaurado à comunhão cem o Senhor (2.5,6). Quando há
quebrantamento e o transgressor clama por socorro divino, Deus atende,
imediatamente, em cumprimento da Sua Palavra (Si 34.18; 147.3); Jonas
arrependeu-se sinceramente e propôs em seu coração obedecer à chamada divina e
ir pregar naquela cidade pela qual sentia fortes ressentimentos, por causa das
crueldades dos ninivitas contra a sua terra natal. A oração que subiu do
coração do profeta fugitivo foi uma oração de fé e arrependimento, e Deus a
ouviu.
3.
Pagando os votos ao Senhor (2.7-9). Jonas, já restaurado, sentiu
um ardente desejo de cumprir, imediatamente, após sua libertação, o que votou
ao Senhor. O Salmista, agradecido pelas bênçãos recebidas de Deus, interrogou a
si mesmo: “O que darei ao Senhor pelos inúmeros benefícios recebidos?” (SI
115.12-14).
Quantos há que um dia, diante de situação semelhante a de
lonas, correram aos pés do Senhor, pedindo- lhe misericórdia e fazendo votos
para serem atendidos. Pela bondade divina foram atendidos e depois se
esqueceram de pagar os votos que prometeram. Cuidado, se você prometeu pagar um
voto ao Senhor e ainda não o fez, o Espírito Santo está usando esta lição para
lhe despertar amorosamente, sem que seja preciso uma cobrança divina mais
séria. Consulte a Bíblia e veja o que ela diz sobre este assunto: SI 50.14;
65.1; Ec 5.4.
4. 0
livramento do profeta (2.10). Após o gesto de humilhação e
arrependimento de Jonas, Deus conduziu o grande peixe rumo à praia para ali
vomitar o profeta desobediente! Deus não mudou, Ele é o mesmo (S190.l,2).
CONCLUSÃO
Alguém disse ser impossível que Jonas tenha sobrevivido,
havendo permanecido três dias e três noites no ventre do peixe. Teria morrido
asfixiado ou queimado pelos sucos gástricos. Outros afirmam que a estreita
garganta do peixe não permitiria a passagem de um homem. Essas suposições têm
por finalidade desacreditara Palavra Deus. Entretanto, para Deus o milagre é coisa muito
fácil. Aliás, a Bíblia não diz que foi uma baleia, como muitos afirmam,mas,sim,
um grande peixe que engoliu Jonas
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Lições bíblicas CPAD 1993