29 de março de 2010

Jeremias, o Profeta da Esperança.

Jeremias, o Profeta da Esperança.

Texto Áureo

“Mas o SENHOR me disse: Não digas: Eu sou uma criança; porque, aonde quer que eu te enviar, iras; e tudo quanto te mandar dirás”. (Jr 1.7)

Introdução

O livro do profeta Jeremias é um dos mais comoventes de toda a história bíblica. A história de vida deste homem de Deus e muito peculiar e original. Diante de uma nação corrompida pelo pecado, e preste a ser destruída, Jeremias alçou sua voz para levar aquele povo ao arrependimento. Ao estudarmos o seu livro, veremos o grande sofrimento do profeta, pois ao proclamar os juízos divinos, presenciou grande parte daquilo que ele havia vaticinado. Jeremias sente a dor de ser o mensageiro do SENHOR, num dos períodos mais crítico da história de Israel. Conhecido como o profeta das lágrimas, neste trimestre, teremos a oportunidades de aprender as mais ricas e preciosas lições para nossa vida.

I - Uma escolha divina.

Jeremias se considerava ainda muito “pequeno” para a obra do SENHOR quando disse: eu não posso, sou apenas um “menino”. Muitos homens na história da bíblica que por escolhas divinas sempre estiveram nos projetos do nosso Deus. Para o SENHOR a condição da escolha de um menino, como o profeta se posicionava diante de Deus, pouco importava para a Ele, o que realmente estava em evidência era a necessidade de uma obra que só ele Jeremias teria condição de realizar. “Olha, ponho-te neste dia sobre as nações, e sobre os reinos, para arrancares, e para derrubares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares(Jr 1.10).

Jeremias pertencia a uma família de sacerdote, nascido em uma pequena cidade de Anatote, cidade dos territórios de Benjamim, que foi dada aos levitas (Js 21.18). Situada próximo de Jerusalém, foi o lugar preparado pelo SENHOR para o nascimento de um dos maiores profetas do antigo testamento. Conhecido como o profeta das lagrimas, ele não mediu esforços para que a verdadeira palavra do SENHOR fosse pregada em meio a uma nação corrompida e contaminada pelo pecado, “aonde quer que eu te enviar, iras; e tudo quanto te mandar dirás.” (vers. 7)

II - Jeremias e seu chamado.

A difícil aceitação daquela responsabilidade por parte do profeta; “Então disse eu: Ah, Senhor DEUS! Eis que não sei falar; porque ainda sou um menino (vers.6). Expressava pelo menos duas necessidades do profeta, primeira; a falta de idade por ser ainda muito jovem, mas a idade precoce do profeta não era um empecilho a obra que lhe estava proposta. Quando o apóstolo Paulo exorta a Timóteo em sua primeira carta, ele diz: “ninguém despreze a sua mocidade; mas se o exemplo mas se o exemplo dos fiéis( I Tm 4.12a). Este era o desejo de Paulo, que todos ouvissem aquele que estava sobre a igreja. Desta forma Timóteo deveria estar atento ao seu chamado e a sua responsabilidade para com a igreja ( I Tm 4.14) . A segunda necessidade de Jeremias seria a falta de experiência para o cargo que o SENHOR estava lhe ordenando. Sim, porque a ordenação do SENHOR, era para toda a sua vida, e a partir daquele momento Deus estava lhe ordenando a maior responsabilidade que um servo pode ter, que é justamente ser o agente transmissor da palavra do SENHOR para homens.

Quando Deus chamou os homens para sua obra, destes os tempos bíblicos mais remotos, observarmos que a resposta de Jeremias é parecida com algumas outras encontradas na Bíblia. Quando lemos sobre Moisés; “Então disse Moisés ao SENHOR: Ah, meu Senhor! eu não sou homem eloqüente, nem de ontem nem de anteontem, nem ainda desde que tens falado ao teu servo; porque sou pesado de boca e pesado de língua (Ex 4.10).

O SENHOR sabia exatamente a necessidade de Israel, naquele momento histórico, e na sua presciência o SENHOR sabia que Moisés seria o responsável por aquela obra e não outra pessoa. Mesmo com insistência negativa de Moisés, Deus queria que este fosse o líder maior daquela nação na saída do Egito. Outras expressões nos parecem ainda mais familiar em outros textos bíblicos como: Ai de mim, pois estou perdido (Isaías), ou como disse Gideão: “Ai, Senhor meu, com que livrarei a Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu o menor na casa de meu pai (Jz 6.15). Mas o nosso Deus tem sempre uma resposta à altura dos que muitas vezes querem escuzar-se dos trabalhos divinos. Observemos a resposta dada pelo SENHOR a Josué; “Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o SENHOR teu Deus é contigo, por onde quer que andares” ( Js 1.9). Portanto, para chamada divina está implícita a normativa divina da escolha, o homem pode até deixar de fazer a vontade de Deus, mas isto trás um grande prejuízo para sua vida. (Jn 1.1,6)

III O Deus que escolhe é o mesmo que capacita.

Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta (vers.5)

O mover de Deus é tão poderoso na vida daqueles que ele escolhe que não sobram opções para rejeitar a sua vontade. O nosso Deus tem poder para mudar a vida do mais terrível entre todos os homens e pela sua imensa misericórdia acontece o milagre. Sobre a vida de Paulo no início de sua conversão; “E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (At 9.16). O que perseguia, agora estava na linha de fogo, os mesmos que o apoiavam em suas perseguições, se tornaram contra ele. Será que estamos dispostos a dizer o que o profeta Isaias disse ao SENHOR: Eis- me aqui, envia- me a mim? (Is 6.8).

As escolhas de Deus são sempre perfeitas, pois o SENHOR não vê como o homem vê. Dentro desta perspectiva divina, ao olharmos para aquele jovem profeta ele encontraria muitas dificuldades, dentro da sua própria nação (vers. 8,19, pela qual o seu ministério seria rejeitado, mesmo sendo incumbido de falar a palavra do SENHOR. Se pelos homens havia a rejeição, Deus já o havia elegido.

Deus não iria escolher alguém que poderia falhar, mesmo sabendo das limitações humanas, o todo poderoso tinha a certeza, pela sua onisciência, que o profeta Jeremias se enquadrava perfeitamente dentro de seus planos. Portanto o estar na vontade de Deus é importante, por se estamos numa guerra espiritual, nada mais justo do que termos ao nosso lado o SENHOR dos Exércitos, ao passo que se nós permanecemos fiéis até o fim receberemos o que está proposto para os vencedores (Hb 3.14).

IV - A realidade vivida pelo profeta.

O ministério de Jeremias durou aproximadamente quarenta anos (626-586 a.C.). Neste período ocorreram os reinados de Josias, seus três filhos e seu neto. A mensagem de Jeremias foi sempre carregada de acusações contra os governantes do povo, a hipocrisia e a impiedade eram combatidas profeta. A palavra do SENHOR era contra os que impiamente governavam, conta o povo e também sobre os que sacrificavam; “Porque, eis que hoje te ponho por cidade forte, e por coluna de ferro, e por muros de bronze, contra toda a terra, contra os reis de Judá, contra os seus príncipes, contra os seus sacerdotes, e contra o povo da terra(Jr 1.18).

O ministério de Jeremias foi longo, desde 625 a.C até poucos anos que Judá deixou de existir como estado, em 586 a.C. A apostasia religiosa existente no tempo de Josias (621-607 a.C), a qual Jeremias combateu com todas as suas forças tentando uma reforma religiosa no interior do coração e não apenas no exterior. Mas ele percebeu desde cedo que tanto esforço não estava surtindo efeito.

Segundo a tradição histórica após a batalha de Carquemis, (605 a.C) e isto após dois anos a morte de Josias, o poderoso império Babilônico estabeleceu o controle em toda Ásia Ocidental. Desde então Jeremias advogava submissão à Babilônia. Os últimos quatros reis de Judá, levaram o povo a uma apostasia religiosa de vinte e um anos. O ministério do profeta encontrou grande resistência dentro dos muros de Jerusalém, devido ao fracasso do povo em ouvir a palavra do SENHOR. O povo pagou caro pela sua desobediência; E eu pronunciarei contra eles os meus juízos, por causa de toda a sua malícia; pois me deixaram, e queimaram incenso a deuses estranhos, e se encurvaram diante das obras das suas mãos(Jr 1.16).

Jeremias foi chamado a exercer o cargo profético cerca de 70 anos depois da morte de Isaias. E interessante lembrar que Sofonias e Zedequias eram contemporâneos de Jeremias na primeira parte do seu ministério e Daniel na última parte. Jeremias profetizou antes e durante o período do exílio, e por estar tão próximo ao povo, podemos observar que no decorrer de seu livro percebe-se a angustia do profeta, que via povo sendo consumido pela ira divina. (Jr 20.4)

Conclusão

O maior desafio de um mensageiro do SENHOR é observar que todo o seu trabalho pode não ter um resultado satisfatório. Para a população de Judá só havia uma saída, se converter de seus maus caminhos, mas o profeta sabendo de todas as maldades daquele povo tentou de todas as maneiras possíveis (Jr. 7.13) conduzir-los ao arrependimento. Diante de todas as suas dificuldades ele nunca desistiu de falar abertamente a palavra verdadeira do SENHOR. t

Presb. Juarez Alves

Assembléia de Deus Ministério do Belém - Parque Nova Dourados.

Dourados MS.