29 de agosto de 2011

ATUAÇÃO SOCIAL DA IGREJA


ATUAÇÃO SOCIAL DA IGREJA



TEXTO ÁUREO = Vinde, benditos de meu Pai porque tive fome, e destes-me de comer; sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me” (Mt 25.34-36).


VERDADE PRÁTICA = Fé e obras se complementam inseparavelmente na vida daquele que vive para Jesus.


INTRODUÇÃO


Atender ao pobre em suas necessidades é um preceito bíblico (Lv 23. 22; Dt 15. 11;  Sl 41.1; 82. 3; At 11. 28-30; GI 2. 10). A missão assistencial da Igreja no mundo é a continuação da obra iniciada por Jesus.  Assim como o Senhor jamais se esqueceu dos pobres, a Igreja não deve desprezá-los  (Lc  4. 18,19). O imperativo da Grande Comissão inclui, na essência da mensagem do evangelho, o atendimento às pessoas necessitadas. Ver Mt 25. 35-40; Jo 13. 14,15.


FUNDAMENTOS DA RESPONSABILIDADE SOCIAL DA IGREJA


1. No Antigo Testamento (Dt 15. 10,11). Esta é uma das muitas referências do Antigo Testamento sobre o nosso dever de ajudar, assistir e socorrer os necessitados. Devemos atender ao pedinte (Dt 1 5.7-10) e ao carente de víveres para a sua subsistência (SI 132. 15). Ver Lv 19.10; 23.22; Êx 23. 11.

A justiça social ordenada por Deus determinava que os ricos não desprezassem os pobres (Dt 15. 7-11), e que o estrangeiro, a viúva e o órfão fossem atendidos em suas necessidades (Ex 22. 22; Dt 10. 18; 14. 29).


2. No Novo Testamento (Mt 26. 11; GI 2. 10). Aqui estão incluídos os pobres, enfermos, deficientes físicos, crianças, idosos, desamparados, desabrigados, encarcerados, bem como os incapazes de retribuir quaisquer favores recebidos                          (Lc 14. 13,14). Quando Cristo veio ao mundo, a Palestina passava por graves problemas sócio-econômicos, de sorte que muitos o buscavam apenas para saciar a fome (Jo 6.26). É justamente nesse contexto que devemos estudar a ação social da igreja primitiva. Ler At 2. 43-46; 6. 1; Rm 15. 25-27; I Co 16. 1-4; II Co 8; 9; GI 2. 9; Fp 4. 18,19, etc.


A RESPONSABILIDADE SOCIAL DA IGREJA PRIMITIVA


Após o derramamento do Espírito Santo no Dia de Pentecostes em Jerusalém, e a conversão de quase três mil almas a Cristo, houve um grande despertamento espiritual entre os primeiros crentes.  A despeito de os apóstolos jamais deixarem arrefecer a principal missão da Igreja na Terra, que compreende: a pregação do evangelho, a doutrina, a comunhão, a fraternidade e a oração (At 2. 42; 4. 31; 5. 42), o Espírito Santo também inspirou e guiou aqueles servos de Deus rumo ao cumprimento da missão social da igreja. Vejamos:


1. Doutrina. “E perseveravam na doutrina dos apóstolos”.  A doutrina cristã, ensinada por Jesus durante seu ministério terreno, continuou no coração e na mente dos apóstolos. Agora, o Espírito Santo vivificava e consolidava em suas mentes tudo quanto o Senhor ensinara como Jesus havia predito (Jo 14. 26; 15.26; 16. 13, 13). A primeira coisa que cuidaram na igreja nascente foi à doutrina, que é essencial à fé cristã.


2. Comunhão. ‘“E perseveravam na comunhão”. Comunhão quer dizer “aquilo que é comum a todos”; “fraternidade”; “compartilhar de um interesse comum”. Portanto, é relacionamento íntimo e fraternal entre os irmãos. Na igreja primitiva, era uma prática que fortalecia o relacionamento social e despertava a sensibilidade dos crentes pelas necessidades uns dos outros (At 2. 44-46; 4. 32-36).


3. Solidariedade. “E perseveravam no partir do pão”. Em Atos 2.42, pode referir-se tanto às refeições comuns quanto à Ceia do Senhor. Era costume, entre os judeus, representar a comunhão entre as pessoas, segurando com as mãos o pão e partindo-o em pedaços, ao invés de cortá-lo (Lc 22. 19; I Co 11. 24). Era um ato de fraternidade e solidariedade entre os irmãos. Essa prática sugere a necessidade de a Igreja partilhar, por meio do serviço social, o pão material com os necessitados.


4. Oração. “E perseveravam nas orações”. O sentido plural da palavra oração indica a diversidade dos propósitos pelos quais oramos, bem como as diferentes formas de oração. A oração foi à força motriz do grande avivamento no dia de Pentecostes (At 1. 14; 2. 1; 3. 1). Havia uma assídua participação nas reuniões de oração da igreja primitiva, porque os crentes estavam sempre unidos em um mesmo Espírito, fé e amor.


UM PROFUNDO SENSO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL - (vv. 44,45)


Ao invés de a igreja primitiva discutir se era ou não de sua responsabilidade suprir as necessidades dos cristãos pobres, realizava esse serviço movido de amor e compaixão de Deus. O bem-estar social de cada irmão em Cristo tinha sua base nos valores espirituais e morais da igreja nascente.


1. A igreja era caridosa (At 2. 45). Os versículos 43 e 44 indicam três qualidades da igreja cristã: temor, fervor pentecostal e unidade. No original, os verbos dos vv. 43,44 descrevem uma ação repetida e contínua - os discípulos continuavam sendo cheios de temor e vendendo seus bens à medida que as necessidades individuais surgiam: “repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade” (v.45).


O temor dos crentes não era medo, mas um profundo reconhecimento de que tudo o que estava acontecendo com eles procedia de Deus.  A igreja era pentecostal, no sentido bíblico da palavra, e unida: “tinham tudo em comum”. A consciência dos crentes foi despertada para sair da neutralidade e da omissão social.


2. Consciência das necessidades materiais dos cristãos (At 11. 27-30). A Bíblia registra a profecia concernente à grande fome e empobrecimento que atingiu o mundo de então.
Esse fato ocorreu no governo de Cláudio César, imperador de Roma, entre 45-54 d.C. Josefo, historiador judeu, registra uma grande fome na Judéia em 46 d.C. Foi nesse período de extrema necessidade que os cristãos de Antioquia enviaram suprimentos à igreja de Jerusalém.  A igreja missionária em Antioquia se preocupava com o estado dos demais cristãos no mundo, especialmente com a igreja-mãe em Jerusalém.  Os cristãos foram estimulados a contribuírem conforme suas posses, enviando as ofertas por meio de Barnabé e Paulo, e assim socorreram os irmãos da Judéia.


3. A igreja primitiva cumpria sua missão social (II Co 8. 3,4; 9. 13). A igreja não apenas pregava o evangelho, mas também atendia àqueles que necessitavam de socorro físico e material (Gl 2. 9,10). Os seguintes princípios devem nortear o serviço social da igreja:


a) Mutualidade - isto é, ser generoso, recíproco, solidário.

b) Responsabilidade-trata-se de privilégio e não obrigação (II Co 8. 4; 9. 7);

c) Proporcionalidade - contribuição de acordo com as possibilidades individuais (II Co 9. 6,7).


O Ensino Social do Antigo Testamento

 
a) A Criação e o Mandato Cultural (Gênesis 1:27-31). Observamos, em primeiro lugar, que o texto apresenta Deus como Criador. E na qualidade de Criador, Deus está interessado em toda a Sua Criação. Ele cria o Homem como um ser integral: corpo, alma e espírito, e lhe dá condições dignas de vida para o Homem, providenciando tudo que é necessário para sua sobrevivência.

O segundo ponto importante aqui é que Deus confere ao homem e à mulher a tarefa de cuidar de toda a Criação. Este é chamado de “mandato cultural”. Sob a orientação do Criador, o Homem deveria administrar os recursos da criação, organizar a vida em sociedade em forma de culturas, relações familiares, sociais, políticas, econômicas, etc. Vemos assim que, desde o princípio, Deus tinha uma preocupação com a vida do Homem em sociedade. Isto mostra que a esfera de interesse não é só com a salvação de almas, mas também com a administração da terra e o bom funcionamento da sociedade humana.

 
b) As Relações sociais e econômicas entre o Povo de Deus. Deus confirma, no desenrolar da História, sua preocupação com a vida do Homem em sociedade. No Antigo Testamento, vemos como Deus estabelece medidas econômicas visando relações justas entre o Seu povo. Vejamos alguns exemplos:

 
• A Lei do Jubileu (Lv. 25:8-34) - Esta lei prescrevia que a cada 50 anos:
(1) a terra deveria descansar por 1 ano;
(2) os escravos seriam libertados;
(3) todas as dívidas seriam perdoadas;
(4) as terras voltariam para seus donos originais.


A intenção básica do Jubileu era a de evitar o acúmulo de terras (o meio de produção básico em Israel). A propriedade privada não seria abolida. Mas, os meios de produção deveriam ser redistribuídos, de tempos em tempos, visando com isto impedir situações de dívidas, pobreza, desapropriação e miséria.

 
O ano Sabático (Lv. 25:1-7) - No ano sabático, que deveria ocorrer a cada 7 anos, a lei determinava a liberação do solo para descanso e renovação da terra (sentido ecológico), a anistia para escravos e endividados, bem como o descanso dos trabalhadores. Em Êxodo 23:10,11, vemos também que os pobres teriam liberdade de colher por si mesmos do fruto da terra, no ano sabático.

 
Dízimos e colheitas (Dt. 14:22-29; Lv. 19:9,10) - O sustento dos órfãos, viúvas e estrangeiros era providenciado através dos dízimos de toda a produção agrícola. Esta medida econômica referente às sobras da colheita evitava a proliferação da pobreza entre o povo de Deus e também entre os estrangeiros.

 
                         O Ensino Social do Novo Testamento

 
a) O modelo de serviço de Jesus - Jesus confirma, com Suas palavras e obras, a mesma preocupação do A.T.: o cuidado com os necessitados, a compaixão (Mt.9:36; 14:14; 20:34; Mc. 10:45). Jesus se preocupou com o Homem enquanto unidade física-psíquica-espiritual. Ele curou, ensinou, salvou, consolou. Cuidou do ser humano por inteiro, rejeitando totalmente a visão grega que valorizava a dimensão espiritual em detrimento da material.


A prática de Jesus segue uma seqüência marcada pelo ver, sentir e agir. Nesse sentido, é interessante notar que nos vários encontros de Jesus com as pessoas, indivíduos ou grupos, a ação de Jesus foi marcada por uma completa coerência com seus ensinos. Por isso, Pedro apresenta Jesus como “Aquele que andou fazendo o bem” (At.10:38).

 
b) O exemplo da Igreja Primitiva - A primeira comunidade cristã seguiu os passos de Jesus, demonstrando uma grande sensibilidade para com as necessidades uns dos outros. Uma prática comum daquela igreja era a partilha de bens para atender aos necessitados (At. 2:44,45; 4:34,35). Essa partilha era totalmente voluntária, e não compulsória. O que acontecia certamente era que os cristãos que possuíam uma melhor situação econômica vendiam suas casas e terras para atender aos irmãos mais necessitados.


Uma observação a ser feita aqui é que a prática dos cristãos do segundo século, ainda que seja louvável, não é normativa para nós hoje. O ensino bíblico sim é normativo, mas não a prática da igreja. O Novo Testamento não apresenta evidências de que este costume tenha se espalhado além da igreja de Jerusalém. O importante é que aqueles primeiros cristãos colocaram em prática os princípios que haviam sido ordenados pelo Antigo Testamento e por Jesus. Este é o exemplo que fica para a igreja dos nossos dias. Os apóstolos também se preocuparam com o compromisso social cristão. Paulo fala da liberdade da contribuição (I Co. 9:7).
Cada um deveria dar conforme a sua prosperidade. Paulo elogiou os macedônios porque “deram na medida de suas posses e mesmo acima delas” (II Co. 8:3).


• O apóstolo Tiago tem uma posição bastante contundente quanto à injustiça social e aos ricos. Tiago condena abertamente os ricos que oprimem os pobres e são insensíveis à sua pobreza e necessidades. Tiago não condena os ricos por serem ricos simplesmente, mas o faz quando são egoístas e cometem injustiças contra os pobres (5:1-6).

 

Para refletir:


1. Será que nós nos identificamos com o interesse de Deus pela justiça e paz? Como compartilhamos desse interesse de Deus?


2. Que atitude Deus pede de nós frente aos necessitados? O que significa ser povo de Deus num país castigado pela fome e miséria? Um país onde duas crianças morrem a cada 4 minutos, a maior parte de fome? Até que ponto esta realidade nos afeta e sensibiliza?


3. Qual a relevância da ética do Antigo Testamento (as leis que deviam nortear a vida familiar, social, o trabalho, a economia, a política) para nós hoje? Como ela nos ajuda a pensar numa ética do Reino para as nossas relações familiares, sociais, econômicas, etc?  Leia os textos abaixo e descreva os problemas sociais aos quais os profetas se referem. Que paralelos você vê em nossa sociedade atual? Is. 1:17; 10:1,2; 5:8; Ml. 3:5


                  A Responsabilidade Social da Igreja = Efésios 1. 1-2

 
Como agência do Reino de Deus na terra, a Igreja do Senhor (e isso significa cada cristão, inclusive eu e você) possui uma responsabilidade social. O cristão vive tanto na igreja quanto no seu mundo e tem responsabilidades para com ambos. A tendência geral da igreja tem sido a de “eclesiastizar” seus membros, tornando-os meros cumpridores de programas ou freqüentadores de reuniões. Em geral, nossa evangelização visa “tirar o homem do mundo”, mas nos esquecemos que devemos devolvê-lo ao mundo, transformado, com novas convicções e novos padrões. Este é o pensamento que transparece em toda a carta de Paulo aos Efésios, onde o apóstolo mostra aos seus leitores que a nova vida que eles receberam em Cristo (capítulos 1, 2 e 3) os obriga a uma nova conduta perante a sociedade (capítulos 4, 5 e 6). Isto significa que a Igreja deve repensar sua atuação na sociedade, como instrumento de transformação da realidade social que a cerca.

 
O trato deste assunto, tem levado os crentes a se dividirem em três grupos:

 
1. Os que pregam um evangelho espiritualizando, o sem se preocupar nem se envolver com questões sociais, acreditando que o ato simplista de “aceitar Jesus” resolverá todos os problemas do indivíduo;


2. Os que pregam um evangelho social, que se preocupa com os problemas materiais e omite a necessidade de uma conversão verdadeira, que transforme a natureza do homem;


3. Os que entendem que o evangelho modifica o homem em sua natureza, através da verdadeira conversão, para que este possa influenciar positivamente o seu mundo. É precisamente neste terceiro grupo que queremos nos posicionar. Desejamos ser igreja que fale à alma sem se esquecer do corpo, e que cuide dos problemas sociais que afligem o homem sem perder de vista a grave realidade espiritual que o escraviza.


Definindo Termos

 
Bruce L. Shelley, em seu livro “A IGREJA: O POVO DE DEUS” (Edições Vida Nova) estabelece uma distinção entre Preocupação Social, Serviço Social e Ação Social, que considero importante para nortear nosso estudo acerca deste assunto. Vejamos como ele define cada um desses termos:

 
“A PREOCUPAÇÃO SOCIAL é uma atitude. É a percepção por parte do Cristão de que a salvação é dirigida ao homem inteiro. Trata-se do reconhecimento da aplicação do evangelho aos ferimentos e fomes do homem, assim como à sua culpa”


• “O SERVIÇO SOCIAL refere-se a todos os serviços que as igrejas ou os cristãos prestam a fim de assistir as vítimas de problemas sociais...”


• “A AÇÃO SOCIAL é mais ampla. Seu alvo é corrigir as estruturas e processos sociais e políticos de uma sociedade que provocam os problemas...”

 
A grande maioria das igrejas, e crentes individualmente, demonstra “preocupação social” através da oração pelos problemas sociais que afligem o mundo. Esta preocupação é legítima e incentivada na Bíblia (I Timóteo 2:1-3). Bem menor, porém, é o número de igrejas e crentes que desenvolvem algum tipo de “serviço social”. Este serviço também é incentivado e acha apoio na Palavra, principalmente no exemplo dos primeiros cristãos (Atos 9:36; I Coríntios 16:1-3). O maior problema hoje, entretanto, está na “ação social”.


É muito raro ver igrejas ou crentes verdadeiramente envolvidos numa ação social. Em geral a igreja se omite e mesmo desencoraja seus membros acerca de envolvimentos em causas políticas que visem modificar ou mesmo derrubar estruturas injustas. No entanto, esta atitude também está presente na Palavra. Muitos servos do Senhor no passado estiveram envolvidos em ação social, confrontando governantes ou mesmo se rebelando contra governos injustos (Exemplos: Joiada, o sacerdote, que fez aliança com os capitães, para derrubarem a usurpadora Atalia, a fim de estabelecerem Joás como rei de Judá – II Crônicas 23; Daniel, em Babilônia; Neemias, em Judá; José, no Egito; entre outros).  Como igreja do Senhor, somos chamados não apenas a desenvolver uma preocupação social e para prestar serviços sociais, mas também para uma ação social efetiva. Este, porém não é um caminho fácil.
 

               Fatores que impedem a Responsabilidade Social da Igreja

 
Muitos são os fatores que impedem um maior envolvimento da igreja com as questões sociais, e vão desde a falta de compromisso dos crentes até a falta de conversão verdadeira. Porém, dois fatores merecem destaque: o fanatismo religioso e a religião secularizada.

 
A) O Fanatismo Religioso = O homem religioso á aquele que aprendeu a valorizar os significados espirituais que possui dentro de si. Porém, quando esses significados passam a tomar sentido tão elevado, ao ponto de fazê-lo se esquecer ou ignorar as outras áreas de sua vida, surge então o Fanatismo. A isso também chamamos de ALIENAÇÃO SOCIAL. Vejamos o caminho que a mente religiosa percorre até se tornar alienada: 


1. Ocupação demasiada com atividades que não possuem relação com a vida humana (quando a igreja perde seu tempo e investe esforços em ativismo vazio e improdutivo).


2. O uso da religião como instrumento “mágico” de proteção contra os problemas da vida comum (“Se você for um cristão comprometido e assíduo, nenhum mal vai lhe atingir!”).


3. A hipervalorização das experiências religiosas acima dos demais valores da vida humana (Os pais que obrigam os filhos a freqüentar a igreja, mas nunca dialogam com eles) A alienação social é ainda motivada por dois fatores: 1º) medo de castigos espirituais caso não sigam todas a orientações da igreja (ou particularmente do seu líder espiritual); e 2º) Fascinação descontrolada pelas coisas espirituais, que impede a pessoa de enxergar outras áreas da vida.

Uma igreja alienada nunca desenvolverá uma mentalidade social, pois sua religião se resume a experiências espirituais vazias (Tiago 1:26,27; 2:14-17)

 
B) A Religiosidade Secularizada = Chamamos de secularização o processo pelo qual a religião tem perdido sua influência em determinados setores da sociedade e da cultura. É a religião em declínio por não exercer influência na vida comum. Essa falta de influência da religião sobre a vida comum gera uma perda de credibilidade da própria religião perante a sociedade que por sua vez leva àquilo que chamamos de CRISE DE PAUSIBILIDADE, ou seja, a mensagem da igreja deixa de ser algo plausível, concreto, motivador de transformações, e passa a ser algo vazio e completamente dispensável.

 
O maior fator gerador dessa crise de plausibilidade é a restrição do campo de atuação da igreja. Ou seja, quando a igreja se esquece de seu compromisso com a sociedade e seus problemas e passa a atuar apenas no campo individual/familiar (por exemplo: toda a atividade da igreja se resume a visitinhas sociais e reuniõezinhas familiares; o pastor passa a ser um “servidor” das famílias, solicitado constantemente para resolver probleminhas domésticos; etc.).

O grande problema neste ponto é que esses valores “privados” são considerados irrelevantes em contextos institucionais diferentes dos da família (Por exemplo: que relevância tem uma briguinha entre irmãos adolescentes diante de problemas como o abandono de menores, a prostituição infantil e o crescente consumo de drogas entre crianças e adolescentes nas escolas?). Jesus não perdia tempo com probleminhas particulares, porque sua missão era muito mais ampla e urgente (confira: Lucas 12:13-15).  Uma igreja secularizada, cujos membros só se preocupam com seus próprios problemas, nunca desenvolverá uma mentalidade social responsável.

 
                           A Igreja Santa e Socialmente Responsável

 
Para desenvolver uma mentalidade social responsável a igreja terá que, primeiramente, evitar tanto o FANATISMO quanto a SECULARIZAÇÃO. Isso significa que deve manter a sua santidade sem se tornar socialmente alienada. Evidente que isso não é uma tarefa fácil, porém é possível! Sugerimos algumas atitudes:

 
1. Uma pregação fiel da Palavra de Deus, sem experiencialismos subjetivos;
2. Uma ênfase maior na vida piedosa responsável;
3. A redescoberta e o exercício fiel dos dons espirituais;
4. A busca por uma vida controlada pelo Espírito Santo (em todas as áreas);
5. Uma maior abertura para a discussão das questões sociais que afligem a sociedade.

 
Superadas essas barreiras (ou pelo menos iniciados esses passos), a Igreja estará pronta para um envolvimento social responsável. Seus membros poderão envolver-se em serviços sociais produtivos e também estarão aptos para uma Ação Social responsável, através de uma influência positiva nas estruturas, capaz de transformá-las em instituições mais justas. Isso vai desde a participação em conselhos escolares, associações de bairro, conselhos consultivos, programas sociais voluntários, até uma participação política efetiva e responsável. Assim a Igreja será verdadeiramente Sal e Luz neste mundo.


CONCLUSÃO


A missão da igreja inclui não apenas a proclamação do evangelho, mas também a assistência aos pobres, a cura dos enfermos e a libertação dos oprimidos pelo diabo (Mc 16. 15-1 8).



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS


BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 2007

25 de agosto de 2011

PRESERVANDO A IDENTIDADE DA IGREJA


PRESERVANDO A IDENTIDADE DA IGREJA – Ev. José Costa Junior


CONSIDERAÇÕES INICIAIS


            O assunto desta lição diz respeito a preservação da identidade da igreja. A primeira coisa que descobrimos é que a palavra “igreja” é usada, nas Escrituras, em dois sentidos: em sentido universal e em sentido local.  No sentido universal, a igreja consiste em todos aqueles que, nesta dispensação, nasceram do Espírito de DEUS, e foram, por este mesmo Espírito, batizados no corpo de CRISTO (I Pe 1:3,22-25; I Co 12:13). O fato desta palavra ser usada em seu sentido universal é provado por ter CRISTO falado de construir Sua “Igreja” e não “Igrejas” (Mt 16:18), por Paulo ter se entristecido por ter perseguido “a Igreja” (I Co 5:9; Gl 1:13), por estar escrito que CRISTO amou a “Igreja” e a SI mesmo se entregou por ela, por ser ELE o cabeça da “Igreja”(Ef 1:22). Em todas estas passagens é usada a palavra grega ekklesia. Por si mesmo esta palavra quer dizer simplesmente um grupo de pessoas convocadas, como em uma assembléia de cidadãos em um estado de governo autônomo. O Novo Testamento a encheu com um conteúdo espiritual, de maneira que passa a significar um povo chamado para deixar o mundo e as coisas pecaminosas.


            O conceito universal da igreja é visto também nas figuras pelas quais é representada. Assim, a Igreja é chamada de edifício de DEUS (I Co 3:9,16,17; II Co 6:16), sendo CRISTO a pedra fundamental deste edifício (Mt 16:18; I Co 3:11), habitando ali pelo seu Espírito (I Co 6:19). O crente executa trabalho sacerdotal neste “templo” (I Pe 2:9; Ap 1:6). É também chamada corpo de CRISTO (Ef 1:22,23). Esta figura é usada para mostrar que a igreja é um organismo, tendo ligação vital com CRISTO, estando sob SUA superintendência. Em sendo uma unidade, embora composta de judeus e gentios, apresenta diversidade de dons entre seus membros que, idealmente, cooperam em uma tarefa comum. A igreja é chamada também de noiva de CRISTO, estando desposada com ELE. Como tal deve ser fiel a CRISTO (Tg 4:4), preparar-se para a cerimônia das bodas (Ap 19:7,8) onde será a esposa de CRISTO (Jo 3:19; Ap 19:7) reinando com ELE eternamente (Ap 19:6-20).


            No sentido local a palavra “Igreja” é usada para se referir ao grupo dos que professam ser crentes em qualquer lugar. Assim lemos acerca da Igreja em Jerusalém (At 8:1), a Igreja em Antioquia (At 13:1), a Igreja em Éfeso (At 20:17), a Igreja em Corinto (I Co 1:2), a Igreja dos Laodicenses (Cl 4:16) e outras. As igrejas locais em conjunto deveriam ser uma réplica fiel da igreja verdadeira, a Igreja Universal, possuindo assim sua identidade. A maioria delas falha neste aspecto de maneira bem triste. JESUS previu este afastamento das condições ideais e o retratou nas parábolas do reino dos céus (especialmente em Mt 13).


            A Igreja não é produto dos esforços do homem. Não foi “organizada”, mas “nasceu”. Em Hb 12:23  esta igreja é chamada “igreja dos primogênitos”. Isto é, o novo nascimento é a primeira condição na fundação desta igreja. A segunda é o batismo do Espírito:


“Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito (I Co 12:13). Dispensacionalmente, este batismo ocorreu no dia do Pentecostes (At 1:4,5; 2:1; 11:15-17).


            A igreja local surgiu de uma forma muito simples. No começo não havia organização, mas simplesmente um elo de amor, comunhão e cooperação. Gradualmente, entretanto, essa organização  primitiva mais à vontade foi superada por uma mais fechada. O homem teve papel ativo na organização da igreja local, através da nova vida em CRISTO JESUS e o novo relacionamento entre pessoas que criam NELE, sem dúvida, deu ímpeto a idéia.  Como os crentes já eram membros da Igreja verdadeira, sentiram-se compelidos a organizar igrejas locais nas quais as realizações invisíveis em CRISTO pudessem ser realizadas para o bem comum e a salvação dos não salvos.


            No começo só havia uma igreja local; a igreja de Jerusalém. Parece que as reuniões eram realizadas em lares diferentes, mas só havia uma igreja. O rol de membros cresceu para 3.000 e depois para 5.000, enquanto o SENHOR lhes acrescentava diariamente (At 2:47). Os apóstolos estavam a testa das igrejas. Mais tarde outras igrejas locais foram fundadas em novos locais à medida que o evangelho ia sendo pregado e aceito, como na Judéia e Samaria (At 8).


A maneira exata de sua fundação não foi registrada. Paulo instrui Tito para que “em cada cidade” constituísse presbítero (Tt 1:5), o que parece indicar que onde quer que um grupo de crentes tivesse sido formado em uma comunidade, presbíteros eram nomeados como líderes. Evans diz: “O fato de ter definitivamente igrejas organizadas de modo regular é evidenciado por ter o apóstolo Paulo dirigido muitas de suas epístolas a igrejas em localidades diferentes”.


            O objetivo deste estudo é trazer algumas informações, colhidas dentro da literatura evangélica, com a finalidade de ampliar a visão na preservação da identidade da Igreja. Não há nenhuma pretensão de esgotar o assunto ou de dogmatizá-lo, mas apenas trazer ao professor da EBD alguns elementos e ferramentas que poderão enriquecer sua aula.


A PRESERVAÇÃO DA IDENTIDADE DA IGREJA


            JESUS disse aos seus seguidores que eles deveriam “fazer discípulos em todas as nações” (Mt 28:19). Esta obra evangelística de declarar o evangelho é o ministério principal da igreja com relação ao mundo. Karl Barth descreve este ministério da seguinte forma: “Missão, agora entendido no sentido mais estreito da palavra, que é não obstante, seu sentido real e originário, significa “mandar”, isto é, um envio a outra nação para o propósito de testificar o Evangelho. Isso representa a razão de ser da existência e ao mesmo tempo, também a razão de toda a tarefa do povo de CRISTO. Na “missão” a igreja se desperta e põe-se a caminho, dando o passo que lhe importa dar no mais recôndido de seu ser, o passo além de si mesma e também além de seu próprio ambiente, para o mundo.


Isso, do ponto de vista cristão, desperta muitos problemas, pois o mundo está envolvido em muitas crenças falsas, malévolas e fracas, e presos a tantos falsos deuses (falsos, porque refletem simplesmente a glória própria e a miséria da humanidade), tanto de invenção e autoridade mais recente, quanto mais antiga; esse mundo de homens que ainda são estrangeiros ao mundo de DEUS. A vocação que constitui a comunidade é, precisamente, a ordem para levar esta mensagem ao mundo dos homens, às nações, aos pagãos. Na medida em que ela obedece esta ordem, a comunidade está executando “missão aos gentios” (…)”.


            As Escrituras não nos mandam “converter”, mas sim “evangelizar” o mundo. Isto quer dizer que a igreja é devedora ao mundo todo, isto é, que a igreja esta sob a obrigação de dar ao mundo todo a oportunidade de ouvir o Evangelho e aceitar a CRISTO. Sabemos que não é todo mundo que vai aceitar a CRISTO; mas a Igreja esta comissionada a dar a todo mundo uma oportunidade de ficar sabendo a respeito DELE e aceitar SUA salvação.


            JESUS, na Grande Comissão, não apenas os instruiu que fizessem discípulos e batizassem a homens, mas também que depois fossem ensinados a “guardar todas as coisas” que ELE lhes havia ordenado (Mt 28:19). Não pode haver, portanto, a menor dúvida quanto a se a Igreja devesse ter um programa de instrução e treinamento para sua própria Escola Dominical e trabalho de Jovens. Seguramente, também, nas instruções acima estão incluídas a pregação dos ministros da Igreja, dos professores de teologia e de missionários. Mas a Igreja tem uma tarefa educacional bem maior. Paulo instrui os crentes de Filipos a se interessarem por todo tipo de conhecimento digno. Diz: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4:8). Aqui está incluído o dever de buscar educação superior em todas as suas fases.


            Todavia, acompanhando a obra de evangelização há também o ministério de misericórdia, que inclui cuidado dos pobres e dos necessitados em nome do SENHOR. Embora a ênfase do Novo Testamento está na ajuda material para os que fazem parte da igreja (At 11:29; II Co 8:4; I Jo 3:17), há ainda uma afirmação de que é correto ajudar os descrentes ainda que eles não respondam com gratidão nem aceitem a mensagem do evangelho. JESUS nos ensina: “Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso” (Lc 6:35,36).


            Além da pregação, do ensino do evangelho e do amor cristão, outro elemento que circunscreve a identidade da Igreja é a defesa de sua fé. Obtemos um exemplo claro disso nas palavras de Paulo a Timóteo quando este foi enviado a Éfeso com a finalidade também de corrigir o falso ensinamento que certos indivíduos disseminavam. Não seria uma tarefa fácil. É provável que esses falsos mestres fossem líderes influentes na igreja. Mas o jovem obreiro devia enfrentá-los e proclamar a verdade.


Paulo exortou Timóteo a proteger cuidadosamente o ensino que havia recebido: “Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e no amor que há em Cristo Jesus. Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós (II Tm 1:13,14). Ele orienta seu filho na fé que conservasse o modelo das sãs palavras. O termo traduzido por modelo só aparece duas vezes no Novo Testamento e significa exemplo. Timóteo deveria proteger a verdade do Evangelho tal como recebera do apóstolo, para que seu sentido não fosse corrompido. O ensinamento de Paulo deveria ser também o exemplo para Timóteo enquanto ensinasse aos efésios.


            JESUS disse que os crentes são o “sal da terra” e a “luz do mundo” (Mt 5:13-16), detendo o progresso da iniqüidade através de seu testemunho (II Ts 2:6,7). Divisões, heresias, imoralidades, etc. são conseqüências de lassidão e frouxidão na vida da igreja, quando não aplicados os fundamentos de nossa fé. É somente a respeito da Igreja verdadeira, que tem sua verdadeira identidade, que será dito no dia da volta de CRISTO: “...cuja esposa a si mesma se ataviou” (Ap 19:7).


ALGUNS PERIGOS QUE AMEAÇAM A IGREJA


            O mundo jaz no maligno e a Igreja deve ser o contraponto para esta situação. A influência exercida pela Igreja deveria deter a iniqüidade galopante, mas, por vezes, não ocorre assim. O mundo tem conseguido, de variadas formas, avançar dentro dos “templos”. A Bíblia já identificava situações onde a Igreja enfrentava deturpações e onde a fé era maculada. Algumas vezes, essa deturpação vinha de fora da fé. Da parte dos inimigos de DEUS. Mas, outras vezes, ela nascia dentro da família da fé. A carta de II Timóteo fala destes como tendo forma de piedade, mas sem estarem com a verdade. Aliás, eles resistem à verdade (II Tm 3:5,8). Mas eles conseguem chegar e tem público. Como diz ainda a 2ª carta a Timóteo, eles penetram sorrateiramente nas casas e conseguem cativar mulherzinhas carregadas de pecado, conduzidas de várias paixões, que aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhecimento da verdade (II Tm 3:6,7).


“Achamo-nos tão impregnados de uma filosofia anticristã, isto é, da idéia de que nosso alvo na vida consiste em obter uma infinidade de bens materiais, ter status e gozar os prazeres do sexo, e não de viver os preceitos do Sermão do Monte, que o cristianismo praticado hoje, na verdade, não passa de uma apostasia, pois se curvou diante do espírito desta época” escreveu Carl F. Henry em seu livro The Twilight of a Great Civilization (O Crepúsculo de uma Grande Civilização). Em “O Evangelho segundo Jesus”, esse mesmo autor afirma: “O que os pregadores estão oferecendo a seus ouvintes é felicidade, gozo, senso de realização e tudo que é positivo. Os crentes aprendem que, para evangelizar alguém, basta identificar os problemas psicológicos do indivíduo depois apresentar-lhe JESUS como a panacéia para tais males. Esse tipo de pregação encontra grande aceitação, pois os homens estão atrás de soluções rápidas para seus problemas”.




Essa preocupação não é novidade nos círculos evangélicos. Há mais de cinqüenta anos, A. W. Tozer expressou em um de seus livros “uma profunda preocupação pela condição espiritual da igreja”. Disse ele: “O erro do evangelismo moderno está em sua perspectiva humanista”. E afirmou que grande parte da atividade verificada entre os crentes não passava de “aceleração sem avanço”.


Hoje, passadas cinco décadas, muitos líderes evangélicos estão reconhecendo a verdade desta afirmação de Tozer. Percebemos que o poder espiritual dos crentes evangélicos vem declinando rapidamente. Estamos atingindo um ponto crítico no evangelismo e precisamos reconhecer que há alguma coisa errada: conosco e em nós. A Palavra de DEUS ensina que JESUS não mudou nem nunca mudará (Hb 13:8). Então está na hora de fazermos um profundo exame interior para descobrirmos as causas de nossa ineficiência como testemunhas da verdade de CRISTO, para o mundo que nos cerca.


A liderança da Igreja está precisando ouvir de novo as palavras que DEUS disse por intermédio do profeta Ezequiel há muitos séculos: “A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrantada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes, mas dominais sobre elas com rigor e dureza” (Ez 34:4).


A teologia da cruz é, pois, o referencial de toda a teologia. E a teologia que abraçamos determina a visão de mundo que temos (e vice-versa), a evangelização que praticamos e a pastoral que exercemos. Seja isso de forma elaborada e consciente, seja de forma empírica e até inconsciente. O esfriamento do amor, a perda do temor de DEUS e a perda da humildade são questões que falsificam a identidade da verdadeira Igreja. Práticas, no mínimo questionáveis, estão embaçando a “luz” e estragando o “sal”. O amor ao mundo leva a Igreja a medir prosperidade em termos materiais, desvirtuando o conceito bíblico de bênção e carregando em seu bojo a injustiça, o favoritismo, a perseguição e a acepção de pessoas, não revelando traço algum de compaixão.


A falta de temor torna a relação com DEUS uma relação utilitarista e humanista onde a função principal de DEUS seria abençoar o crente em detrimento a quem ELE é (o SENHOR) e às SUAS decisões soberanas, uma inversão de papéis, beirando ao paganismo e a irreverência "Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR, teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma... Ao SENHOR, teu Deus, temerás; a ele servirás, a ele te chegarás e, pelo seu nome, jurarás. Ele é o teu louvor e o teu Deus, que te fez estas grandes e temíveis coisas que os teus olhos têm visto." (Dt 10:12,20,21). O orgulho espiritual representa um grande perigo para os cristãos. É possível desfrutar tanto das bênçãos de DEUS que nos imaginamos mais espirituais que os outros. Os que desfrutam de boa saúde repreendem os crentes que não são curados. Se não com palavras, mas com atitudes ou mensagens arrogantes: “Se você tivesse a fé que eu possuo, seria curado”.


Os pecados da falta de amor, da falta de temor e do orgulho são destrutivos, pois desfazem o relacionamento de uma pessoa com DEUS e com os demais servos. Confissão, arrependimento e santificação são os caminhos para restaurar a identidade ameaçada, pois “perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito”.
                       

CONCLUSÃO


Concluindo, espero em DEUS ter contribuído para despertar o seu desejo de aprofundar-se em tão precioso ensino e ter lhe proporcionado oportunidade de agregar algum conhecimento sobre estes assuntos. Conseguindo, que a honra e glória seja dada ao SENHOR JESUS. 


Ev. José Costa Junior



17 de agosto de 2011

IGREJA – AGENTE TRANSFORMADOR DA SOCIEDADE –

IGREJA – AGENTE TRANSFORMADOR DA SOCIEDADE –


Introdução


A implantação do reino de Deus na terra por Jesus Cristo proporcionou ao homem a oportunidade de desfrutar riquezas indizíveis, ainda nesta vida.    
O reino Divino é organizado, e infalível. Tudo o que nele está, existe pelo propósito e vontade de Deus; para ser observado na prática com temor.
A união de todos os membros que integram o corpo de Cristo forma ou estão constituídos como uma agência, de um reino que não é de origem natural, mas da onisciência de Deus, propositadamente instituída para beneficio do ser humano, independente da sua origem, classe, etnia, sexo. Pois todas as pessoas que arrependidas dos seus pecados, passam a servir a Cristo, reconhecendo o como seu salvador, são pertencentes à grande agência que é a igreja. Se isto é assim, então todos os pertencentes à igreja viva de Cristo, são cada um, uma partícula do grande agente transformador da sociedade.


O exercício prático contínuo e aplicado do agente, à forma a ele requisitada pelo Senhor da agência, eleva a conquista da transformação em meio à sociedade.        Esta função de agência deve ser considerada funcional, quanto, há crença incondicional aos valores dos elementos divinos na vida do ser humano.
Temos por dever crer e entender, que a forma de processo divino; no estabelecimento das regras para a vida humana, são gradativas; e tais passos são dados unicamente por causa do homem, devido suas limitações; pois Deus pode, se estiver em seu querer, fazer tudo em um piscar de olhos. Mas Ele nos fez assim, e não ultrapassa os limites que estabeleceu para nós.
Quando o nosso Deus fez o ser humano, não o fez para ser sua peça de manobra, ou um boneco, mas para ter liberdade, e fazer aquilo que escolher, no entanto a vontade Divina, é que todas as pessoas o sirvam com alegria em seus corações. E este desejo deve ser ardente na igreja, utilizando se das formas divinas habitadas em si, para provocar na sociedade, o desejo de serem transformados e levados para o seio do reino de Deus.


Veja o seu caminhar, é como o revoar das pombas nos penhascos, é uma caminhar cuidadoso, está sempre em lugar seguro, é como a gazela que pisa suavemente, é como a rosa que se abre sem ser necessário mudar de qualquer pétala o aspecto, ela é a mais bela entre as denominadas serem noivas do grande Rei, é a única, incomparável. A sua doçura é mais doce do que o mel, ela é graciosa, provocante. Ela é atraente, deslumbrante, desperta a atenção até de quem não a vê, é sempre brilhante, é reluzente, é uma luz que não pode se esconder, é o espelho de Deus no universo, é a eleita de Deus. De fato ela é o agente transformador da sociedade.


Os elementos qualitativos da igreja como agente transformador não deve ser visto como uma mera coincidência, paralela aos aspectos naturais influenciadores da sinceridade, para o bem. Mas sim como um canal Divino, um espelho do reino de Deus, uma luz que brilha do interior, uma fonte que jorra águas que saciam a sede, uma ima que atrai. Assim como Jesus fazia, o papel funcional da igreja é provocar em todas as pessoas uma visão de si mesmas, da sua real situação em relação a Deus, levando os, ao convencimento de suas práticas pecaminosas, e ao arrependimento.


A igreja e a sociedade
Definição De Sociedade


Sociedade é um termo que define o agrupamento de todas as pessoas que partilham as mesmas ideais, objetivos, enfim tudo o que é pertinente ao bem estar delas.
Do ponto de vista teológico, e para o entendimento do assunto em pauta, damos a seguinte definição: O ser humano forma uma só sociedade, que partilham as mesmas situações. E condições em relação a Deus. Não importando suas características do todo do ser, e enquadrando os em um só limiar: Possuem as mesmas necessidades.


Embora todos os ajuntamentos de pessoas formem a diversidade da sociedade, a universalidade da existência leva os aos mais diversos rumos para suas vidas, que as consideram essenciais em sua forma de viver.
A primeira família (sociedade) foi declinante ao pecado, fazendo com que todas as pessoas estejam na mesma condição. Porém veio Jesus nascer em meio a uma família, uma pequena sociedade instituída, e viveu em meio à grande sociedade com todos os atos inerentes à condição de pecado. Veio e esteve entre os pecadores, a fim de transforma los pela pregação das boas novas de salvação.


A igreja é perfume que atrai a atenção (2Co 2.15,16). A igreja é o perfume de Cristo e o perfume tem o poder de atrair. O perfume é sempre notado. Jamais passa despercebido. Assim é a igreja. Ela é o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem. Para aqueles que perecem, a igreja é cheiro de morte para a morte; para aqueles que são salvos, aroma de vida para a vida. A igreja nunca é neutra. A Palavra de Deus que sai da sua boca é uma espada de dois gumes, que anuncia salvação aos arrependidos e morte aos impenitentes. Ela tem voz profética no mundo. Ela denuncia o pecado desde o palácio até a choupana. Como embaixadora ou agente de Deus, chama os pecadores ao arrependimento com senso de urgência. Aqueles que ouvem o sonido da trombeta e buscam o refúgio da graça salvadora, celebrarão a festa da vida; e para esses, a igreja é aroma de vida para a vida. Mas, aqueles que se mantêm rebeldes ao Filho de Deus e escarnecem do evangelho da salvação, chorarão o drama irremediável da condenação eterna; e para esses, a igreja é cheiro de morte para a morte.” (Estudos ipb)


Mudanças


A raça humana desde o inicio de sua queda passou a ter mudanças continuas, pois perdeu a originalidade com o pecado.   Encontramos uma diversidade de pecados comum aos seres humanos. Novas decisões que levam a um comportamento que distancia de Deus; afugenta o ser de suas responsabilidades para com as sagradas. Sendo, portanto, necessário uma nova mudança, e esta para com Deus, com o propósito de ser em si estabelecida à graça Divina.


Jesus e a Sociedade


Todas as pessoas têm sua convivência, primeiramente entre seus familiares e depois com a sociedade externa. Jesus viveu aqui na terra as mesmas situações.
Estava Ele, convivendo entre todos os tipos de pessoas, com os mais diversos comportamentos, as mais diversas necessidades, com as diversidades de classes, pensamentos, filosofias, doutrinas e etc. Mesmo não sendo participante das negruras da sociedade, ele estava entre exercendo seu papel de salvador e fundador do grande agente transformador da sociedade, a sua igreja.     Jesus exerceu de forma a dar exemplo, não fazia acepção de pessoas.


Quando Jesus designou os discípulos ao dizer: “fazei discípulos de todas as nações” Ele estava referindo se, também, ao lugar, ao meio em que eles deveriam se fazer presentes para propagação do evangelho. Preservando a sua doutrina em meio a uma sociedade corrompida pelo pecado da desobediência. voltasse a ter um relacionamento  com o seu criador
O mestre tinha um relacionamento abrangente, a sua visão era alcançar todas as pessoas, o seu método era de ajuntar um rebanho que possa ser chamado rebanho do Senhor.   É importante ressalvar que o relacionamento de Jesus com todos os diversos tipos de pessoas, não se prendia à condição pela qual a pessoa se encontrava associando se Às suas práticas. Mas para que ele olhava para a necessidade de salvação de cada individuo. Foi com esta visão que aquele que nunca teve pecados, habitou na forma com todas as qualidades de homem do pecado, afim de que assim pudesse condenar o pecado Jesus se relacionava com todas as qualidade de pessoas, isto para que Ele pudesse amorosamente provocar pela sua pregação a transformação na sociedade a que fazia parte como ser humano. Jesus foi exemplo para o seu agente transformador, a igreja, que quando, sem praticar o pecado, assentou se entre publicanos e pecadores. Jesus estava entre uma sociedade corrompida, e nem por isso deixou de relacionar se com ela.   Este exemplo nos mostra com clareza que Jesus buscava para o bem do pecador, o restabelecimento de sua comunhão com Deus.


As atitudes de Jesus, contra ditava na prática, o legalismo dos escribas e fariseus, a falsificação da religião verdadeira
Este agente Divino é praticante ao exemplo deixado pelo seu Senhor que veio estar entre as pessoas. Assim a igreja está no mundo; salvos entre perdidos, saudáveis entre enfermos, orientados entre os sem rumo certo, entre os que descem ao abismo eterno, saciados de pão divino entre e famintos de salvação.


A Igreja na Sociedade


A igreja é a única instituição divina que se apresenta de forma literal no mundo visível, portando se à maneira propositada pelo criador para que ela se apresente.  Justa, Bela, Pura E Imaculada, regenerada da culpa da separação Divina.
O papel exercido pela igreja deve ser a continuidade do papel social praticado por Cristo Jesus.
O Aspecto que deve prevalecer na visão cristã apostólica, á exemplo do Apóstolo Pedro, quando na sua pregação testemunho com ousadia a palavra viva nele habitada. O testemunho deste apóstolo visava não só mostrar aquilo que tinha em seu interior, mas, também partilhar no aspecto social, mostrando a necessidade nos outros existentes, isto é, levando-os ao arrependimento através da pregação e exortação dizendo: - Salvai-vos desta geração perversa!Esta função da igreja transmite aos integrantes da sociedade em um todo a visão social refletindo o aspecto espiritual individualizado em cada pessoa.


Embora a igreja convivendo em uma sociedade organizada e culturalmente formada jamais deverá se deixar ser influenciada pelas normas sociais quem tem padrão contraditório ao comportamento cristão, no entanto, a exemplo dos ensinos do mestre Jesus a igreja pode contribuir, como único agente transformador da sociedade, para com as realizações legais e humanitárias que trazem o bem comum á todos. Vale lembrar que os papéis da igreja na prática aos atos originados do cristianismo genuíno trazem mudanças relevantes mesmo àqueles que não vieram à conversão em Cristo, pois, o testemunho atuante de cada cristão serve de exemplo para a mudança das pessoas.


A igreja e a proteção social
Através da oração


O exercício devocional proposto pela fé cristã pelo princípio da oração mostra a necessidade contínua da interseção pelos órgãos governamentais e as suas lideranças. Orando por todos os homens, sem distinção alguma. Este papel fundamental mostrará a toda sociedade o desejo de bem que a igreja tem em sua prática para com todos. Este propósito ensinado nas Escrituras Sagradas traz ao cristão uma vida quieta e sossegada; como igreja do Senhor, e agente transformador da sociedade nós não podemos esquivar-nos deste papel responsável, que é a oração, pois a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos. Faz-nos lembrar das palavras de Jesus as expressões anteriores, quando deixou sair de sua boca no sermão da montanha: “- Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça!”. Por este ângulo de visão é perceptível no interior dos componentes do Corpo de Cristo (a igreja) a sede da justiça e logo a ação intercessora, que é um dos fatores dos atos de justiça praticados na proteção em relação à sociedade.


Por intermédio dos conselhos divinos


É da responsabilidade da igreja a propagação da Palavra de Deus a todos os elementos da sociedade; nesta verbalização da vontade divina para com o homem, jamais deve ser negado aos necessitados desta audição de qualquer um dos pontos ou pormenores existentes no texto sagrado, antes, devemos com toda a ousadia e confiança. sem duvidar proclamar a salvação e os pecados existentes e cometidos por todos os elementos, inclusive de autoridades e governantes.
Temos visto que no decorrer das décadas recentes, principalmente na nação brasileira, as autoridades constituídas têm tido certo e devido temor para com as coisas relacionadas ao povo de Deus; até mesmo quanto à suas decisões de âmbito políticos e governistas, contudo, mesmo que como igreja tenhamos este respeito e consideração, não podemos pelo reconhecimento nos considerarmos e nem nos deixarmos como comprados ou bajulados, ficando reféns de homens pecadores que são irrepreensíveis e indomáveis quanto á justiça de Deus apresentada aos homens.


Por meio dos valores cristãos


É inevitável a queda e a contínua degradação moral dos homens. Uma sociedade corrompida, desequilibrada, incerta das práticas de valores, porém em meio os milhões existem pecadores que ainda se preocupam com os princípios exemplificados num padrão moral agradável á Deus. Havemos de concordar que a igreja é a única detentora da plenitude dos requisitos divinos, quanto a forma prática para a vida do ser humano. Isto é, permanecer pautada nos ensinamentos doutrinários cristão.


Na atual condição e era que vivemos, mesmo estando nós no tempo da Graça, não veremos todos os seres humanos conversos á Deus; mas, poderemos ver um número cada vez maior, se não deixarmos descair de nós o reflexo da glória de Deus, pois, os valores cristãos devem estar em nós como espelho de Deus, a fim de que cada pessoa olhe para o “espelho Divino” e veja a necessidade de mudar a sua aparência em relação a imagem do Seu Criador.


A igreja e a assistência à sociedade
A evangelização


O pecado é o único elemento que está no homem e pode levá-lo ao distanciamento gradativo do Seu Criador. Isto faz com que as desgraçadas, miseráveis, conseqüências do pecado levem as pessoas a um sofrimento de alma e espírito longe de Deus (isto por que quando sofremos e estamos na Presença de Cristo, mesmo em meio aos sofrimentos, á um desfrutar da Paz eterna que reina em nossos corações), estas conseqüências pecaminosas são devastadoras do ser humano por um todo.
Então como agente transformador da sociedade, cabe aos justificados por Deus e herdeiros da salvação e co-herdeiros com Cristo, levar aos perdidos a salvação gratuitamente dada por Jesus a todos os que crêem pelo ouvir pela Palavra anunciada. É dever de cada cristão buscar a visão da necessidade dos homens sem se importar quem seja. Assim agia o Senhor por excelência, imitemo-lo com um coração amável.


A ação social


É necessário que entendamos o papel literal quanto ao serviço social da igreja no que concerne ao auxílio da dádiva do elemento concreto, palpável e visível. Pois assim praticava a igreja primitiva juntamente aos apóstolos através dos ensinamentos.


Restaurando a sociedade


Tendo o homem perdido a legitimidade divina em si, não há nele a fidelidade quanto a sua origem. Se isto assim o é, todos os enquadrados nesta frase terminológica necessitam de uma restauração em relação à divindade Eterna. Pecadores, iníquos, desobedientes, fraudulentos, prostitutos, adúlteros, feiticeiros, mentirosos, zombadores de Deus, desafeiçoados da natureza original proposta por Deus, dados aos vícios (seja qual for), roubadores, e todos os que amam e cometem qualquer prática contrária a todo principio divino exarado nas Escrituras.
Como já bem entendemos que a obra de Cristo é redentora, o exercício conjunto para restauração dos homens pertence á igreja. Sendo este seu papel restaurador da sociedade.


Conclusão


Cabe a cada cristão assumir o seu papel como igreja e denominado nesta lição agente transformador da sociedade, e passar a prática de sua sublime tarefa com fervor e amor pela sociedade.


Bibliografia

Lições Bíblicas – CPAD


Elaboração por: - Pr. Timóteo Gueiros