29 de agosto de 2011

ATUAÇÃO SOCIAL DA IGREJA


ATUAÇÃO SOCIAL DA IGREJA



TEXTO ÁUREO = Vinde, benditos de meu Pai porque tive fome, e destes-me de comer; sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me” (Mt 25.34-36).


VERDADE PRÁTICA = Fé e obras se complementam inseparavelmente na vida daquele que vive para Jesus.


INTRODUÇÃO


Atender ao pobre em suas necessidades é um preceito bíblico (Lv 23. 22; Dt 15. 11;  Sl 41.1; 82. 3; At 11. 28-30; GI 2. 10). A missão assistencial da Igreja no mundo é a continuação da obra iniciada por Jesus.  Assim como o Senhor jamais se esqueceu dos pobres, a Igreja não deve desprezá-los  (Lc  4. 18,19). O imperativo da Grande Comissão inclui, na essência da mensagem do evangelho, o atendimento às pessoas necessitadas. Ver Mt 25. 35-40; Jo 13. 14,15.


FUNDAMENTOS DA RESPONSABILIDADE SOCIAL DA IGREJA


1. No Antigo Testamento (Dt 15. 10,11). Esta é uma das muitas referências do Antigo Testamento sobre o nosso dever de ajudar, assistir e socorrer os necessitados. Devemos atender ao pedinte (Dt 1 5.7-10) e ao carente de víveres para a sua subsistência (SI 132. 15). Ver Lv 19.10; 23.22; Êx 23. 11.

A justiça social ordenada por Deus determinava que os ricos não desprezassem os pobres (Dt 15. 7-11), e que o estrangeiro, a viúva e o órfão fossem atendidos em suas necessidades (Ex 22. 22; Dt 10. 18; 14. 29).


2. No Novo Testamento (Mt 26. 11; GI 2. 10). Aqui estão incluídos os pobres, enfermos, deficientes físicos, crianças, idosos, desamparados, desabrigados, encarcerados, bem como os incapazes de retribuir quaisquer favores recebidos                          (Lc 14. 13,14). Quando Cristo veio ao mundo, a Palestina passava por graves problemas sócio-econômicos, de sorte que muitos o buscavam apenas para saciar a fome (Jo 6.26). É justamente nesse contexto que devemos estudar a ação social da igreja primitiva. Ler At 2. 43-46; 6. 1; Rm 15. 25-27; I Co 16. 1-4; II Co 8; 9; GI 2. 9; Fp 4. 18,19, etc.


A RESPONSABILIDADE SOCIAL DA IGREJA PRIMITIVA


Após o derramamento do Espírito Santo no Dia de Pentecostes em Jerusalém, e a conversão de quase três mil almas a Cristo, houve um grande despertamento espiritual entre os primeiros crentes.  A despeito de os apóstolos jamais deixarem arrefecer a principal missão da Igreja na Terra, que compreende: a pregação do evangelho, a doutrina, a comunhão, a fraternidade e a oração (At 2. 42; 4. 31; 5. 42), o Espírito Santo também inspirou e guiou aqueles servos de Deus rumo ao cumprimento da missão social da igreja. Vejamos:


1. Doutrina. “E perseveravam na doutrina dos apóstolos”.  A doutrina cristã, ensinada por Jesus durante seu ministério terreno, continuou no coração e na mente dos apóstolos. Agora, o Espírito Santo vivificava e consolidava em suas mentes tudo quanto o Senhor ensinara como Jesus havia predito (Jo 14. 26; 15.26; 16. 13, 13). A primeira coisa que cuidaram na igreja nascente foi à doutrina, que é essencial à fé cristã.


2. Comunhão. ‘“E perseveravam na comunhão”. Comunhão quer dizer “aquilo que é comum a todos”; “fraternidade”; “compartilhar de um interesse comum”. Portanto, é relacionamento íntimo e fraternal entre os irmãos. Na igreja primitiva, era uma prática que fortalecia o relacionamento social e despertava a sensibilidade dos crentes pelas necessidades uns dos outros (At 2. 44-46; 4. 32-36).


3. Solidariedade. “E perseveravam no partir do pão”. Em Atos 2.42, pode referir-se tanto às refeições comuns quanto à Ceia do Senhor. Era costume, entre os judeus, representar a comunhão entre as pessoas, segurando com as mãos o pão e partindo-o em pedaços, ao invés de cortá-lo (Lc 22. 19; I Co 11. 24). Era um ato de fraternidade e solidariedade entre os irmãos. Essa prática sugere a necessidade de a Igreja partilhar, por meio do serviço social, o pão material com os necessitados.


4. Oração. “E perseveravam nas orações”. O sentido plural da palavra oração indica a diversidade dos propósitos pelos quais oramos, bem como as diferentes formas de oração. A oração foi à força motriz do grande avivamento no dia de Pentecostes (At 1. 14; 2. 1; 3. 1). Havia uma assídua participação nas reuniões de oração da igreja primitiva, porque os crentes estavam sempre unidos em um mesmo Espírito, fé e amor.


UM PROFUNDO SENSO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL - (vv. 44,45)


Ao invés de a igreja primitiva discutir se era ou não de sua responsabilidade suprir as necessidades dos cristãos pobres, realizava esse serviço movido de amor e compaixão de Deus. O bem-estar social de cada irmão em Cristo tinha sua base nos valores espirituais e morais da igreja nascente.


1. A igreja era caridosa (At 2. 45). Os versículos 43 e 44 indicam três qualidades da igreja cristã: temor, fervor pentecostal e unidade. No original, os verbos dos vv. 43,44 descrevem uma ação repetida e contínua - os discípulos continuavam sendo cheios de temor e vendendo seus bens à medida que as necessidades individuais surgiam: “repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade” (v.45).


O temor dos crentes não era medo, mas um profundo reconhecimento de que tudo o que estava acontecendo com eles procedia de Deus.  A igreja era pentecostal, no sentido bíblico da palavra, e unida: “tinham tudo em comum”. A consciência dos crentes foi despertada para sair da neutralidade e da omissão social.


2. Consciência das necessidades materiais dos cristãos (At 11. 27-30). A Bíblia registra a profecia concernente à grande fome e empobrecimento que atingiu o mundo de então.
Esse fato ocorreu no governo de Cláudio César, imperador de Roma, entre 45-54 d.C. Josefo, historiador judeu, registra uma grande fome na Judéia em 46 d.C. Foi nesse período de extrema necessidade que os cristãos de Antioquia enviaram suprimentos à igreja de Jerusalém.  A igreja missionária em Antioquia se preocupava com o estado dos demais cristãos no mundo, especialmente com a igreja-mãe em Jerusalém.  Os cristãos foram estimulados a contribuírem conforme suas posses, enviando as ofertas por meio de Barnabé e Paulo, e assim socorreram os irmãos da Judéia.


3. A igreja primitiva cumpria sua missão social (II Co 8. 3,4; 9. 13). A igreja não apenas pregava o evangelho, mas também atendia àqueles que necessitavam de socorro físico e material (Gl 2. 9,10). Os seguintes princípios devem nortear o serviço social da igreja:


a) Mutualidade - isto é, ser generoso, recíproco, solidário.

b) Responsabilidade-trata-se de privilégio e não obrigação (II Co 8. 4; 9. 7);

c) Proporcionalidade - contribuição de acordo com as possibilidades individuais (II Co 9. 6,7).


O Ensino Social do Antigo Testamento

 
a) A Criação e o Mandato Cultural (Gênesis 1:27-31). Observamos, em primeiro lugar, que o texto apresenta Deus como Criador. E na qualidade de Criador, Deus está interessado em toda a Sua Criação. Ele cria o Homem como um ser integral: corpo, alma e espírito, e lhe dá condições dignas de vida para o Homem, providenciando tudo que é necessário para sua sobrevivência.

O segundo ponto importante aqui é que Deus confere ao homem e à mulher a tarefa de cuidar de toda a Criação. Este é chamado de “mandato cultural”. Sob a orientação do Criador, o Homem deveria administrar os recursos da criação, organizar a vida em sociedade em forma de culturas, relações familiares, sociais, políticas, econômicas, etc. Vemos assim que, desde o princípio, Deus tinha uma preocupação com a vida do Homem em sociedade. Isto mostra que a esfera de interesse não é só com a salvação de almas, mas também com a administração da terra e o bom funcionamento da sociedade humana.

 
b) As Relações sociais e econômicas entre o Povo de Deus. Deus confirma, no desenrolar da História, sua preocupação com a vida do Homem em sociedade. No Antigo Testamento, vemos como Deus estabelece medidas econômicas visando relações justas entre o Seu povo. Vejamos alguns exemplos:

 
• A Lei do Jubileu (Lv. 25:8-34) - Esta lei prescrevia que a cada 50 anos:
(1) a terra deveria descansar por 1 ano;
(2) os escravos seriam libertados;
(3) todas as dívidas seriam perdoadas;
(4) as terras voltariam para seus donos originais.


A intenção básica do Jubileu era a de evitar o acúmulo de terras (o meio de produção básico em Israel). A propriedade privada não seria abolida. Mas, os meios de produção deveriam ser redistribuídos, de tempos em tempos, visando com isto impedir situações de dívidas, pobreza, desapropriação e miséria.

 
O ano Sabático (Lv. 25:1-7) - No ano sabático, que deveria ocorrer a cada 7 anos, a lei determinava a liberação do solo para descanso e renovação da terra (sentido ecológico), a anistia para escravos e endividados, bem como o descanso dos trabalhadores. Em Êxodo 23:10,11, vemos também que os pobres teriam liberdade de colher por si mesmos do fruto da terra, no ano sabático.

 
Dízimos e colheitas (Dt. 14:22-29; Lv. 19:9,10) - O sustento dos órfãos, viúvas e estrangeiros era providenciado através dos dízimos de toda a produção agrícola. Esta medida econômica referente às sobras da colheita evitava a proliferação da pobreza entre o povo de Deus e também entre os estrangeiros.

 
                         O Ensino Social do Novo Testamento

 
a) O modelo de serviço de Jesus - Jesus confirma, com Suas palavras e obras, a mesma preocupação do A.T.: o cuidado com os necessitados, a compaixão (Mt.9:36; 14:14; 20:34; Mc. 10:45). Jesus se preocupou com o Homem enquanto unidade física-psíquica-espiritual. Ele curou, ensinou, salvou, consolou. Cuidou do ser humano por inteiro, rejeitando totalmente a visão grega que valorizava a dimensão espiritual em detrimento da material.


A prática de Jesus segue uma seqüência marcada pelo ver, sentir e agir. Nesse sentido, é interessante notar que nos vários encontros de Jesus com as pessoas, indivíduos ou grupos, a ação de Jesus foi marcada por uma completa coerência com seus ensinos. Por isso, Pedro apresenta Jesus como “Aquele que andou fazendo o bem” (At.10:38).

 
b) O exemplo da Igreja Primitiva - A primeira comunidade cristã seguiu os passos de Jesus, demonstrando uma grande sensibilidade para com as necessidades uns dos outros. Uma prática comum daquela igreja era a partilha de bens para atender aos necessitados (At. 2:44,45; 4:34,35). Essa partilha era totalmente voluntária, e não compulsória. O que acontecia certamente era que os cristãos que possuíam uma melhor situação econômica vendiam suas casas e terras para atender aos irmãos mais necessitados.


Uma observação a ser feita aqui é que a prática dos cristãos do segundo século, ainda que seja louvável, não é normativa para nós hoje. O ensino bíblico sim é normativo, mas não a prática da igreja. O Novo Testamento não apresenta evidências de que este costume tenha se espalhado além da igreja de Jerusalém. O importante é que aqueles primeiros cristãos colocaram em prática os princípios que haviam sido ordenados pelo Antigo Testamento e por Jesus. Este é o exemplo que fica para a igreja dos nossos dias. Os apóstolos também se preocuparam com o compromisso social cristão. Paulo fala da liberdade da contribuição (I Co. 9:7).
Cada um deveria dar conforme a sua prosperidade. Paulo elogiou os macedônios porque “deram na medida de suas posses e mesmo acima delas” (II Co. 8:3).


• O apóstolo Tiago tem uma posição bastante contundente quanto à injustiça social e aos ricos. Tiago condena abertamente os ricos que oprimem os pobres e são insensíveis à sua pobreza e necessidades. Tiago não condena os ricos por serem ricos simplesmente, mas o faz quando são egoístas e cometem injustiças contra os pobres (5:1-6).

 

Para refletir:


1. Será que nós nos identificamos com o interesse de Deus pela justiça e paz? Como compartilhamos desse interesse de Deus?


2. Que atitude Deus pede de nós frente aos necessitados? O que significa ser povo de Deus num país castigado pela fome e miséria? Um país onde duas crianças morrem a cada 4 minutos, a maior parte de fome? Até que ponto esta realidade nos afeta e sensibiliza?


3. Qual a relevância da ética do Antigo Testamento (as leis que deviam nortear a vida familiar, social, o trabalho, a economia, a política) para nós hoje? Como ela nos ajuda a pensar numa ética do Reino para as nossas relações familiares, sociais, econômicas, etc?  Leia os textos abaixo e descreva os problemas sociais aos quais os profetas se referem. Que paralelos você vê em nossa sociedade atual? Is. 1:17; 10:1,2; 5:8; Ml. 3:5


                  A Responsabilidade Social da Igreja = Efésios 1. 1-2

 
Como agência do Reino de Deus na terra, a Igreja do Senhor (e isso significa cada cristão, inclusive eu e você) possui uma responsabilidade social. O cristão vive tanto na igreja quanto no seu mundo e tem responsabilidades para com ambos. A tendência geral da igreja tem sido a de “eclesiastizar” seus membros, tornando-os meros cumpridores de programas ou freqüentadores de reuniões. Em geral, nossa evangelização visa “tirar o homem do mundo”, mas nos esquecemos que devemos devolvê-lo ao mundo, transformado, com novas convicções e novos padrões. Este é o pensamento que transparece em toda a carta de Paulo aos Efésios, onde o apóstolo mostra aos seus leitores que a nova vida que eles receberam em Cristo (capítulos 1, 2 e 3) os obriga a uma nova conduta perante a sociedade (capítulos 4, 5 e 6). Isto significa que a Igreja deve repensar sua atuação na sociedade, como instrumento de transformação da realidade social que a cerca.

 
O trato deste assunto, tem levado os crentes a se dividirem em três grupos:

 
1. Os que pregam um evangelho espiritualizando, o sem se preocupar nem se envolver com questões sociais, acreditando que o ato simplista de “aceitar Jesus” resolverá todos os problemas do indivíduo;


2. Os que pregam um evangelho social, que se preocupa com os problemas materiais e omite a necessidade de uma conversão verdadeira, que transforme a natureza do homem;


3. Os que entendem que o evangelho modifica o homem em sua natureza, através da verdadeira conversão, para que este possa influenciar positivamente o seu mundo. É precisamente neste terceiro grupo que queremos nos posicionar. Desejamos ser igreja que fale à alma sem se esquecer do corpo, e que cuide dos problemas sociais que afligem o homem sem perder de vista a grave realidade espiritual que o escraviza.


Definindo Termos

 
Bruce L. Shelley, em seu livro “A IGREJA: O POVO DE DEUS” (Edições Vida Nova) estabelece uma distinção entre Preocupação Social, Serviço Social e Ação Social, que considero importante para nortear nosso estudo acerca deste assunto. Vejamos como ele define cada um desses termos:

 
“A PREOCUPAÇÃO SOCIAL é uma atitude. É a percepção por parte do Cristão de que a salvação é dirigida ao homem inteiro. Trata-se do reconhecimento da aplicação do evangelho aos ferimentos e fomes do homem, assim como à sua culpa”


• “O SERVIÇO SOCIAL refere-se a todos os serviços que as igrejas ou os cristãos prestam a fim de assistir as vítimas de problemas sociais...”


• “A AÇÃO SOCIAL é mais ampla. Seu alvo é corrigir as estruturas e processos sociais e políticos de uma sociedade que provocam os problemas...”

 
A grande maioria das igrejas, e crentes individualmente, demonstra “preocupação social” através da oração pelos problemas sociais que afligem o mundo. Esta preocupação é legítima e incentivada na Bíblia (I Timóteo 2:1-3). Bem menor, porém, é o número de igrejas e crentes que desenvolvem algum tipo de “serviço social”. Este serviço também é incentivado e acha apoio na Palavra, principalmente no exemplo dos primeiros cristãos (Atos 9:36; I Coríntios 16:1-3). O maior problema hoje, entretanto, está na “ação social”.


É muito raro ver igrejas ou crentes verdadeiramente envolvidos numa ação social. Em geral a igreja se omite e mesmo desencoraja seus membros acerca de envolvimentos em causas políticas que visem modificar ou mesmo derrubar estruturas injustas. No entanto, esta atitude também está presente na Palavra. Muitos servos do Senhor no passado estiveram envolvidos em ação social, confrontando governantes ou mesmo se rebelando contra governos injustos (Exemplos: Joiada, o sacerdote, que fez aliança com os capitães, para derrubarem a usurpadora Atalia, a fim de estabelecerem Joás como rei de Judá – II Crônicas 23; Daniel, em Babilônia; Neemias, em Judá; José, no Egito; entre outros).  Como igreja do Senhor, somos chamados não apenas a desenvolver uma preocupação social e para prestar serviços sociais, mas também para uma ação social efetiva. Este, porém não é um caminho fácil.
 

               Fatores que impedem a Responsabilidade Social da Igreja

 
Muitos são os fatores que impedem um maior envolvimento da igreja com as questões sociais, e vão desde a falta de compromisso dos crentes até a falta de conversão verdadeira. Porém, dois fatores merecem destaque: o fanatismo religioso e a religião secularizada.

 
A) O Fanatismo Religioso = O homem religioso á aquele que aprendeu a valorizar os significados espirituais que possui dentro de si. Porém, quando esses significados passam a tomar sentido tão elevado, ao ponto de fazê-lo se esquecer ou ignorar as outras áreas de sua vida, surge então o Fanatismo. A isso também chamamos de ALIENAÇÃO SOCIAL. Vejamos o caminho que a mente religiosa percorre até se tornar alienada: 


1. Ocupação demasiada com atividades que não possuem relação com a vida humana (quando a igreja perde seu tempo e investe esforços em ativismo vazio e improdutivo).


2. O uso da religião como instrumento “mágico” de proteção contra os problemas da vida comum (“Se você for um cristão comprometido e assíduo, nenhum mal vai lhe atingir!”).


3. A hipervalorização das experiências religiosas acima dos demais valores da vida humana (Os pais que obrigam os filhos a freqüentar a igreja, mas nunca dialogam com eles) A alienação social é ainda motivada por dois fatores: 1º) medo de castigos espirituais caso não sigam todas a orientações da igreja (ou particularmente do seu líder espiritual); e 2º) Fascinação descontrolada pelas coisas espirituais, que impede a pessoa de enxergar outras áreas da vida.

Uma igreja alienada nunca desenvolverá uma mentalidade social, pois sua religião se resume a experiências espirituais vazias (Tiago 1:26,27; 2:14-17)

 
B) A Religiosidade Secularizada = Chamamos de secularização o processo pelo qual a religião tem perdido sua influência em determinados setores da sociedade e da cultura. É a religião em declínio por não exercer influência na vida comum. Essa falta de influência da religião sobre a vida comum gera uma perda de credibilidade da própria religião perante a sociedade que por sua vez leva àquilo que chamamos de CRISE DE PAUSIBILIDADE, ou seja, a mensagem da igreja deixa de ser algo plausível, concreto, motivador de transformações, e passa a ser algo vazio e completamente dispensável.

 
O maior fator gerador dessa crise de plausibilidade é a restrição do campo de atuação da igreja. Ou seja, quando a igreja se esquece de seu compromisso com a sociedade e seus problemas e passa a atuar apenas no campo individual/familiar (por exemplo: toda a atividade da igreja se resume a visitinhas sociais e reuniõezinhas familiares; o pastor passa a ser um “servidor” das famílias, solicitado constantemente para resolver probleminhas domésticos; etc.).

O grande problema neste ponto é que esses valores “privados” são considerados irrelevantes em contextos institucionais diferentes dos da família (Por exemplo: que relevância tem uma briguinha entre irmãos adolescentes diante de problemas como o abandono de menores, a prostituição infantil e o crescente consumo de drogas entre crianças e adolescentes nas escolas?). Jesus não perdia tempo com probleminhas particulares, porque sua missão era muito mais ampla e urgente (confira: Lucas 12:13-15).  Uma igreja secularizada, cujos membros só se preocupam com seus próprios problemas, nunca desenvolverá uma mentalidade social responsável.

 
                           A Igreja Santa e Socialmente Responsável

 
Para desenvolver uma mentalidade social responsável a igreja terá que, primeiramente, evitar tanto o FANATISMO quanto a SECULARIZAÇÃO. Isso significa que deve manter a sua santidade sem se tornar socialmente alienada. Evidente que isso não é uma tarefa fácil, porém é possível! Sugerimos algumas atitudes:

 
1. Uma pregação fiel da Palavra de Deus, sem experiencialismos subjetivos;
2. Uma ênfase maior na vida piedosa responsável;
3. A redescoberta e o exercício fiel dos dons espirituais;
4. A busca por uma vida controlada pelo Espírito Santo (em todas as áreas);
5. Uma maior abertura para a discussão das questões sociais que afligem a sociedade.

 
Superadas essas barreiras (ou pelo menos iniciados esses passos), a Igreja estará pronta para um envolvimento social responsável. Seus membros poderão envolver-se em serviços sociais produtivos e também estarão aptos para uma Ação Social responsável, através de uma influência positiva nas estruturas, capaz de transformá-las em instituições mais justas. Isso vai desde a participação em conselhos escolares, associações de bairro, conselhos consultivos, programas sociais voluntários, até uma participação política efetiva e responsável. Assim a Igreja será verdadeiramente Sal e Luz neste mundo.


CONCLUSÃO


A missão da igreja inclui não apenas a proclamação do evangelho, mas também a assistência aos pobres, a cura dos enfermos e a libertação dos oprimidos pelo diabo (Mc 16. 15-1 8).



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS


BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 2007

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