6 de setembro de 2011

INFLUÊNCIA CULTURAL DA IGREJA


INFLUÊNCIA CULTURAL DA IGREJA


TEXTO ÁUREO = “E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e muitiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1.28).


VERDADE PRÁTICA =  Deus nos criou como seres sociais e instrui-nos a produzir uma cultura que reflita os princípios espirituais  morais de sua Palavra.


                                             O homem antes da queda


Dizem os cientistas que a maioria das pessoas não chega a usar nem 10% de sua capacidade mental. Alguns afirmam que Einstein, um dos homens mais inteligentes que já passou por aqui, usava um pouco mais que isso. Talvez 11 ou 12%. E qual é a causa de não utilizarmos toda potencialidade do nosso cérebro?  Ainda que a ciência tenha suas respostas, eu prefiro continuar com a Bíblia que diz que a razão disso é o pecado.


Pense em todos os avanços tecnológicos, médicos e científicos do homem. A NASA envia homens ao espaço, assim como um pai manda o filho à padaria. A engenharia e arquitetura constroem coisas incríveis (você já viu as coisas que estão fazendo em Dubai?). Hoje os médicos conseguem realizar intervenções cirúrgicas em qualquer lugar do mundo acessando remotamente um robô através da internet. Ao vermos isso nos perguntamos: Aonde o homem vai chegar? Não sabemos. A única coisa que sei é que tudo que foi feito e ainda será feito, dificilmente será feito com mais de 10% da capacidade do cérebro. Agora imagine o homem antes da queda. Pense em Adão. O primeiro homem criado. Ele era a imagem e semelhança de Deus, totalmente sem pecado. Potencial do cérebro disponível, 100%. Adão era completo.


Apenas um homem como Adão teria a capacidade de nomear todos o animais existentes. Você conseguiria? Eu não. Segundo estudos existem cerca de 8 tipos de inteligência (matemática, lingüística, musical,espacial, físico-cinestésica, interpessoal, intrapessoal e naturalista), hoje essas inteligências são distribuídas individualmente, mas Adão provavelmente possuía todas. Adão tinha autoridade sobre todos os animais, e não se escandalize com o que vou dizer, ele podia se comunicar com eles. Aí você me diz:


De onde você tirou isso? É só ler a Bíblia. Porque a Adão não se assustou quando a serpente falou com ele? Simples. Porque ele já estava acostumado a conversar com os animais. Se o homem não tivesse pecado, apenas poucas gerações de Adão seriam necessárias para construir tudo que existe hoje. Além de inteligência, Adão também era um homem de extrema força, uma força sobre comum. Como ele sozinho, digo antes de procriar e ver seus filhos crescerem, poderia cuidar de tudo que Deus havia criado? Um exemplo disso é a força de Sansão. De onde você acha que ela vinha? A força de Sansão nada mais era do que a liberação do tipo de força que Adão tinha antes da queda. Isso acontecia quando o Espírito do Senhor vinha sobre ele. Apenas o Espírito Santo é capaz de liberar todo potencial que foi plantado por Deus em nós.




Como ficou o homem depois da queda?

a) O homem separado de Deus pelo pecado; Deus quer restaurar o homem.

 
• Vimos que o homem morreu espiritualmente, separou-se de Deus. Também vimos que morte não é extinção, não é parar de existir, morte é separação. Desde que você nasceu, nunca mais você vai parar de existir, de ter consciência de que você é você e de saber onde você está. Com a entrada do pecado o homem morreu espiritualmente e a morte física entrou na raça humana; a morte física não significa que tudo se acaba. O corpo é enterrado, mas a alma (o ego, a mente, a vontade, a emoção, a manifestação da pessoa), junto com o espírito, saem do corpo, separam-se do corpo, vão para algum lugar e permanecem ali conscientes.

 
• Quando um homem morre fisicamente, sua alma e seu espírito ficam ausentes do corpo físico, mas há um corpo espiritual, um corpo imaterial e consciente.
 Lucas 16:19~31; o homem após a morte, plenamente consciente. Esta é a descrição das pessoas que morriam antes de Jesus Cristo morrer e ressuscitar; é o próprio Jesus contando, somente Ele poderia contar isso. Notem o V.31: para voltar, um morto tem que ressuscitar, invalidando assim o contato de homens com "espíritos" de antepassados.

 
• O homem, que era espiritual, era guiado por Deus. Com a entrada do pecado, tornou-se o que a Bíblia define de homem natural, ou seja, o homem comandado por sua alma. A alma em trevas, guiando o homem, significa morte em seus pensamentos. O homem com raciocínio morto, sem o comando do espírito, a Bíblia diz que seus pensamentos são maus.
Gênesis 6:5;= pensamentos maus continuamente.
Salmos 94:11; os pensamentos do homem são vaidade (vãos).
Isaías 59:7; = pensamentos de iniqüidade.


• Também a emoção do homem foi contaminada com o pecado. O homem chegou e chega ao ponto de odiar a Deus que o criou e que sustenta todas as coisas todos os dias.
 
Hebreus 1:3; Jesus sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder. Porém, o homem usa suas emoções para odiar a Deus, para deixar Deus fora de sua vida. O homem ama o que Deus odeia e odeia o que Deus ama. Sabemos disso, pois quando chegamos a Jesus, temos uma nova vida, passamos a amar coisas que detestávamos, que achávamos chatas, e passamos a detestar certos hábitos ou coisas que fazíamos naturalmente; há uma transformação.  Romanos 1:18~32; o homem entregou-se a corrupção, e desprezou a Deus.

 
• Tudo isso é determinado pela vontade livre do homem, vontade essa que agora age nele, ao contrário da vontade de Deus, em oposição à vontade de Deus. Deus diz em sua Palavra que sua vontade é assim, e o homem segue o contrário. É só olharmos para o mundo e compararmos com a Palavra de Deus.
 

• No espírito, a intuição ficou totalmente inoperante, ficou morta. O homem não reconhece mais a voz de Deus, não reconhece mais a Palavra de Deus, a consciência não conhece mais com Deus. A adoração é usada para adorar a criatura, ao invés do Criador; Romanos 1:25. O homem adora homem, adora coisas, animais, repteis, aves, imagens, pedaços de paus, pedaços de pedra, pedaços de metal, adora os astros.

 
• A consciência do homem está cauterizada, está fraca, corrompida, não pode resolver o problema do pecado sozinha. O homem tem um tempo determinado para resolver isso, é entre o seu nascimento e a sua morte física. Esse é o período que o homem tem para resolver o problema do pecado em sua vida.

 
• A atitude básica do pecado é não reconhecer a necessidade de Deus, é fazer Deus desnecessário em nossa vida, pois o entendimento do homem está cauterizado pelo pecado. A maldição que o pecado trouxe, dominou a terra e domina o homem.

 
• Mas Jesus, Deus Pai e o Espírito Santo, haviam feito uma aliança, a "Aliança Eterna", antes da fundação do mundo. Esta aliança, é exatamente o plano de Deus para salvar o homem. Deus sabia que o homem ia cair, porém os planos de Deus não poderiam ser Romanos 11:29 = frustados. 

 
• Adão, o filho de Deus, traiu o Seu Criador, estragou, manchou o plano de Deus para a raça humana e para a terra. Mas Deus enviou outro Filho, Jesus Cristo homem, para começar tudo de novo. O Filho de Deus tornou-se homem, encarnou-se, tomou carne sobre si; o próprio Deus tornou-se homem, para vir à terra e começar tudo de novo. E para isso, Jesus teve que desfazer coisa por coisa; foi isso o que Jesus fez. Romanos 5:6~21; por Adão entrou o pecado e a morte, mas por Jesus a justificação e a vida.

 
• Deus quer, e agora Ele pode, salvar o homem; antes não podia, porque o pecado faz separação entre Deus e o homem. Nem Deus podia vir até o homem, pois não pode estar onde há pecado, e nem o homem podia ir até Deus, pois tinha pecado. Havia como que uma parede entre o homem e Deus, uma parede chamada pecado. O pecado separou Deus do homem, no espírito, pois o espírito morreu. Mas, através de Jesus, podemos novamente nos reconciliarmos com Deus. Jesus, o último Adão, é espírito vivificante. I Coríntios 15:45.

 
• A vontade de Deus, é salvar o homem; Deus quer nos dar a vida de volta, só Ele pode fazer isso.
 Salmo 68:20; com o Senhor está o livramento da morte.
 João 11:25~26; quem crê em Jesus, ainda que morra fisicamente, viverá.
Þ


• Deus quer restaurar o homem! O amor de Deus pelo homem, é profundo demais. Mas Deus não pode, por causa da sua Santidade, descer ao nível do homem, que está no pecado, e conviver com ele. Deus é completamente Santo e se descesse ao nível do homem com pecado, o homem não resistiria e seria destruído. Êxodos 33:18~23; homem nenhum pode ver a face de Deus e viver.


• Deus então, estabeleceu um plano para levar o homem até Ele. Deus tinha estabelecido uma lei e uma penalidade: a alma que pecar, essa morrerá; Ezequiel 18:4 e 20~21. O homem separado de Deus, está destinado a morrer três mortes:

1a) O homem nasce neste planeta, separado de Deus; morte espiritual.  O homem já nasce pecador, não se torna pecador após o primeiro pecado.

2a) Vive alguns anos e o corpo morre; é a morte física.

3a) Senão resolver o problema do pecado, até ocorrer a morte física, sofre a morte eterna; viverá eternamente separado de Deus.

 
• Jesus veio tomar o lugar do homem; Jesus morreu as três mortes no lugar do homem. Jesus, nasceu de uma virgem, nasceu da semente da mulher, portanto não herdou a semente pecaminosa que sobreveio de Adão. Jesus já existia desde os tempos eternos, mas veio cumprir a Aliança que Ele tinha com o Pai e com o Espírito Santo; veio fazer a redenção do homem. Nasceu na raça humana, caso contrário não poderia fazer nada; como vimos, para intervir neste planeta tem que ser homem. Jesus nasceu como toda criança nasce, cresceu, mas teve uma diferença, não pecou em toda vida, Jesus nunca teve pecado. Deus estava começando uma nova raça, como no começo com Adão.


1a) Quando Jesus subiu na cruz, Deus colocou nele o pecado do mundo inteiro, Deus o fez pecado. Os meus pecados, os pecados de todos os homens, os de Adão e Eva, todos foram colocados sobre Jesus;
 
II Coríntios 5:21; Deus o fez pecado.
 I João 3:5;=  nele não há pecado.
 I Pedro 2:22;= ele não cometeu pecado.
 Hebreus 4:15;= em tudo foi tentado, mas não pecou.


Na cruz, Jesus era como que uma "bandeja de pecado", carregando o pecado do mundo inteiro. E como Deus não pode estar onde há pecado, então, pela única vez em toda a eternidade, Deus Pai e Deus Espírito Santo, se separaram de Deus Filho. No momento dessa separação, Jesus estava morrendo a morte espiritual, estava sendo cortado de Deus Pai e de Deus Espírito Santo. A Tri-Unidade, por amor ao homem, se separou; não podemos avaliar essa separação.
 Mateus 27:46~50; Jesus morrendo a morte espiritual.

 
2a) Jesus não devia nada, Ele estava ali como nosso substituto. Deus estava colocando em Jesus a dívida da raça humana. Então Jesus sofre a morte física, devido ao pecado da raça humana, cumpriu-se o morrendo morrerás: Jesus morrendo espiritualmente,morreu fisicamente.

 
3a) E com a morte física, para onde foi seu espírito e sua alma? Desceu ao Hades, e lá estava sofrendo a 3ª morte, a morte eterna.
 Efésios 4:8~10; desceu às partes mais baixas da terra.
 Romanos 10:6~7; fazer subir a Cristo dentre os mortos.
 

• Mas após três dias e três noites, Jesus ressuscita; foi como que a terra o "vomitou", no grego tem esse significado. No V.T., temos a figura do profeta Jonas que foi "vomitado" do ventre do peixe; esse foi o sinal dado aos fariseus, quando estes pediram um sinal a Jesus. E Jesus é ressuscitado por Deus em corpo glorioso. No momento que você crê nisso, na solução do pecado para o homem, nada mais separa você de Deus. Nesse momento Deus coloca em você um novo espírito e pode então, se relacionar novamente com você. Esse novo espírito passa a ser habitado pelo Espírito Santo.

 
• No momento em que você creu, Deus viu você na cruz; Ele faz uma substituição. Mas Jesus é o substituto, o homem não pode fazer nada para redimir-se, não há nada de bem dentro do homem.

 
• Jesus vestiu nossas veste, vestiu nossos trapos, nossas folhas de figueiras; a justiça que chamamos de justiça.

 Isaías 64:6; nossas justiças são como trapos de imundícies.

 
• Na cruz, Jesus vestiu nossas vestes de imundícies para nos dar suas vestes real. Ele trocou a roupa conosco, Ele trocou de lugar conosco, Ele pôs nossas roupas e oferece as suas; isso é aliança. Ele é o autor da nossa salvação.


 II Coríntios 5:17; em Cristo (dentro de Cristo), somos nova criação.
 
As coisas antigas já passaram, você está agora na nova raça, na raça que é vencedora e cujo cabeça, que é Jesus, venceu; o 1º perdeu tudo, o 2º venceu. Quando você aceita a Jesus Cristo em sua vida, o substituto, você troca de raça, sai da raça adâmica e passa para a nova raça e forma com Jesus o Corpo de Cristo. Jesus então, nos coloca novamente na terra, para proclamarmos as virtudes daquele que nos chamou e nos salvou.

 
Gênesis 3:15, a 1ª profecia da vinda daquele que pisaria a cabeça da serpente, Deus começa a nos revelar no tempo e no espaço, a Aliança Eterna. Lá Deus estava dando ao homem novamente, algo para crer. O homem havia falhado por causa da incredulidade, e Deus estava agora dando um fato novo para o homem crer. Naquela promessa, o homem podia ter certeza de que não era o fim e que mais adiante, tudo iria voltar a ser como antes, e melhor ainda pois seria eterno. Tudo que o homem teria que fazer agora era crer. Pela falta de fé, pela incredulidade, o pecado entrou na raça humana. Então, para reverter a situação, o homem teria que exercer fé novamente, era a segunda oportunidade (a misericórdia) que Deus estava dando ao homem; seria algo para crer novamente.

 
b) A vestimenta de Deus para o homem, peles de animais.  Gênesis 3:21• 


Deus vestiu o homem e sua mulher; sabem porque Deus pôde fazer isso? Porque o homem reconheceu que estava nu. Eles estavam com cintos de folhas de figueira, mas quando estavam diante de Deus naquele jardim, viram que estavam nus; declararam e depois confessaram o que fizeram, eles disseram "eu comi". Então, Deus vem e os vestem com peles de animais.
Deus estava ignorando aquelas roupas feitas por eles, feitas pelas mãos deles, e estava estabelecendo um "padrão" de vestimenta.


• Para alguém ser vestido com peles de animais, o que acontece com o animal? O animal tem que morrer. O que eles aprenderam, é que para estarem vestidos diante de Deus, alguém precisou morrer, alguém que nada tinha a ver com o pecado deles, mas foram mortos para que eles pudessem estar vestidos diante de Deus. Então Deus os vestiu.


• Deus aqui, começa a apontar para Jesus Cristo, o cordeiro que tira o pecado do mundo. Eles foram vestido porque aceitaram e se colocaram na posição de serem vestidos. Isso ocorreu quando reconheceram sua nudez e quando confessaram, eu comi. Deus então vem, e de uma forma muito íntima, muito carinhosa, traz a roupa e os veste; nada foi forçado. É assim que Deus faz conosco, quando nos colocamos na posição e deixamos que Ele nos vista. Nossas obras não valem nada para estarmos cobertos diante de Deus.

 
• Se não aceitarmos as vestes de justiças que o Senhor Jesus conseguiu na cruz, ao trocar de roupa conosco, nós estaremos nus diante de Deus, e ninguém pode ficar na presença de Deus estando nu. Tem que estar vestido com o padrão Dele, vestes que Ele olha e diz: "você realmente está vestido".


• Isaías 64:6 que nossas. Vimos em  justiças, nossas vestimentas, são como trapos de imundícies. Tudo que o homem faz e chama de justiça, tudo que faz tentando se aproximar de Deus, para ser aceito por Ele, Deus olha e não vê roupa nenhuma, vê somente trapos de imundícia. Deus mostra na Bíblia figuras duras, porém é por amor e misericórdia, porque somente assim o homem enxerga a sua necessidade.  Gálatas 3:27; esta é a roupa que Deus nos dá.


• Deus usa muito a figura de roupa (e nudez) na Bíblia, para falar de salvação. Por isso que aquele casal, quando Deus começou a apontar para Jesus, teve que ser vestido com peles de animais. A Bíblia não diz, mas com certeza aqueles animais eram cordeiros, porque Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, aleluia.  João 1:29


• Na justiça de Deus, havia lugar para o substituto, porque não há em nós nada que possamos fazer para nos recompormos com Deus, para recebermos de volta a vida de Deus. Não há neste planeta moeda nenhuma que possa comprar a nossa salvação, não há sacrifício. Não há nada que o homem possa fazer e Deus considere que sua justiça ficou satisfeita, pois a penalidade para o pecado é morrer. Mesmo que déssemos a nossa vida, como ela tem pecado, não entraria no céu. Mas a vida de Jesus, sendo homem completo e nunca pecou, pôde entrar no céu e ser dado como justiça no lugar do pecador. É isso que Deus começou a mostrar, o seu plano de salvação.



c) O homem fora do Jardim do Éden.


• Estamos encerrando aqui o 1º período, chamado de inocência. Esse período conta a criação do homem, a sua queda e o que aconteceu após a queda; mostra como o homem ficou após o pecado. Estamos entrando agora no 2º período, chamado de consciência.


• Quando Deus começou a mostrar o Seu plano de salvação para o homem, foi outro susto para Satanás. Quando Satanás começou a ver que Deus tinha um plano, que ele não conhecia, começou então a observar e a oferecer outro plano para o homem, afim de desviá-lo do plano de Deus. Em seu plano, Satanás não muda a tática, fala de Deus, diz que lê a Bíblia também, mas mistura mentiras para enganar o homem.  E para fazer a vitória bem segura, Deus fechou, vedou ao homem o caminho da árvore de vida, pois seria bem possível de acontecer que Satanás convencesse o homem a comer agora da árvore da vida. E o que iria acontecer, se o homem comesse da árvore da vida? O estado pecaminoso que o homem se encontrava, teria se perpetuado.


• Aquele casal estava salvo. Quando eles aceitaram as vestes, aceitaram pela fé a provisão dada por Deus. Adão e Eva são salvos, como nós também somos. Então nós, agora sendo salvos porém ainda pecadores, quereríamos que Deus permitisse que comêssemos da árvore da vida e que se perpetuasse este nosso estado? Salvos, mas com esta natureza pecaminosa, para sempre! De maneira nenhuma, nós não quereríamos. Mas Satanás poderia tentar nos levar a isso.


• Mas Deus quer nos resgatar por inteiro. Somos salvos, Satanás não pode nos roubar a salvação, mas Deus quer que nos santifiquemos na alma. Após a salvação, após a justificação em nosso espírito, nossa alma entra num processo de cura, num processo de mudança dos padrões do mundo para os padrões da Palavra de Deus. Esse é o processo de santificação em nossa alma, é a salvação da alma do poder do pecado. E o nosso corpo, aguarda a redenção que será dada no arrebatamento. A principal meta de Deus para nós é o retorno àquela semelhança, àquela imagem perdida lá no começo. E nós temos toda possibilidade hoje, pois temos o Espírito Santo dentro de nós para realizar isso.


• Então, para que não houvesse perigo de que Satanás induzisse o homem a ficar eternamente naquele estado pecaminoso, Deus pôs querubins para guardar o caminho da árvore da vida.

Gênesis 3:22, vemos que Satanás não, Gênesis 3:5 com• Comparando  disse uma "mentira completa", mas é sempre mentira. O homem se tornou conhecedor do bem e do mal, porém pela porta errada. Deus conhece o mal? Pelo texto que lemos, vemos que Deus conhece o mal e nos alerta do mal. Deus conhece o mal, mas já experimentou o mal? Aí está o erro do homem. O homem entrou para esse conhecimento pela experiência do mal, ele provou nele o mal. Deus conhece o mal, mas jamais experimentou o mal. Deus, desde o início, já estava mostrando o mal ao homem, quando falou assim: "guarda o jardim".


• Então o homem se tornou conhecedor do bem e do mal, porém pela porta triste da experiência. Satanás não contou ao homem que, caso conhecesse o mal pela porta da experiência, a sua natureza seria somente propensa para o mal, isso ele não contou. Quando isso ocorreu, o homem se tornou escravo do pecado e de Satanás.


• A partir dessa época, Deus estará lidando com uma raça pecadora, conforme a semelhança de Adão, porque todos vieram de Adão. O homem não comete o 1º pecado e se torna pecador; ele comete o 1º pecado e continua pecando, porque ele já nasce pecador. Deus quer que mudemos de raça e para que isso aconteça, temos que crer no meio que Ele oferece para cada período.


Daniel - O Profeta do Reino

 
Daniel era adolescente quando Nabucodonosor invadiu a sua terra natal e o levou para a Babilônia.  Esse era só o começo do cativeiro babilônico e da devastação da nação judaica.  Poucos anos depois, mais uma leva de cativos foi levada embora, estando Ezequiel entre ela. Logo após isso, o último ataque se deu, e a destruição do templo e de Jerusalém ficou quase completa.

 
Na Babilônia, pela providência de Deus, Daniel rapidamente ganhou fama e poder por causa de sua conduta impecável e de sua sabedoria (veja Ezequiel 14:14, 20; 28:3).  Ele recebeu das autoridades babilônicas cargos de responsabilidade durante os 70 anos de domínio da nação, tendo recebido cargos também dos persas, que se seguiram aos babilônios.

 
Daniel sabia de que forma funcionavam os reinados da terra, e como eram frágeis e passageiros.  O próprio Israel, sua nação, já tinha sido importante e próspera sob o domínio de Davi e de Salomão.  Agora achava-se em ruínas.  Ao longo da vida de Daniel, caiu a Assíria, levantou-se a Babilônia e depois veio também a cair.  Então, parece adequado que Deus o tenha escolhido para profetizar com respeito ao "reino que não será jamais destruído" (Daniel 2:44).

 
Daniel relata dois sonhos importantes pertinentes ao reino de Deus.  O primeiro foi o sonho de Nabucodonosor durante o segundo ano de seu reinado (Daniel 2).  O segundo foi o sonho de Daniel no primeiro ano do reinado de Belsazar (cerca de 60 anos após o sonho de Nabucodonosor). No sonho de Nabucodonosor, ele tinha visto uma grande figura com cabeça de ouro, peito e braços de bronze e pernas de ferro e barro.  Depois que os sábios do reino já não conseguiam contar o sonho do rei e interpretá-lo, Daniel, pela revelação divina, assim fez.

 
A cabeça de ouro representava o Império Babilônico (606-536 a.C., ).  A parte de prata representava o reino seguinte à Babilônia, o Império Medo-Persa (536-330 a.C.) S um reino inferior à Babilônia.  A parte de bronze representava o reino seguinte, o qual reinaria sobre toda a terra S o Império Grego (330-146 a.C.).  O quarto reino era o Império Romano (146 a.C.-476 d.C.).  Seria nos dias desses reis, os romanos, que o Deus do céu estabeleceria um reino que jamais haveria de ser destruído (Daniel 2:44).

 
No sonho de Daniel, uns 60 anos mais tarde, ele viu quatro feras que se levantavam do mar.  Uma 
como um leão, outra como um urso, outra como um leopardo e a quarta com dez chifres, descrita como "animal, terrível, espantoso e sobremodo forte".  Essas feras representavam as mesmas quatro potências mundiais representadas pela imagem que Nabucodonosor viu (Daniel 7:15-27), sendo a quarta o Império Romano que foi por fim dividido, conforme a representação dos dez chifres.


Depois Daniel vê "um como o Filho do Homem", que "dirigiu-se ao Ancião de dias" para receber "domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações, e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído" (Daniel 7:13-14).

 
Jesus nasceu no reinado do imperador romano César Augusto (Lucas 2:1).  Após ser crucificado pelas autoridades romanas e após ressurgir dos mortos, imediatamente antes de subir ao céu, ele afirmou que toda autoridade lhe tinha sido dada no céu e na terra (Mateus 28:18).  O escritor de Hebreus declara que, como cristãos, recebemos um reino que não pode ser abalado nem mudado (Hebreus 12:28).  Paulo afirma que os que receberam a redenção e o perdão em Cristo foram transportados "para o reino do Filho do seu amor" (Colossenses 1:13-14).

 
Não resta dúvida sobre quando se estabeleceu o reino da profecia de Daniel.  Foi quando Jesus ressurgiu dos mortos, subiu ao céu e sentou-se à direita do Pai, sendo feito assim Cristo e Senhor (Atos 2:30-36).  O que se viu e ouviu no Dia de Pentecostes deram provas de que isso realmente aconteceu (Atos 2:33).  Como disse Pedro, Cristo estava assentado à direita de Deus, tendo recebido "domínio, e glória, e o reino".  Embora Pedro afirme que Jesus ressuscitou de entre os mortos para subir até a direita de Deus e se sentar no trono de Davi (recebendo, assim, um reino), Paulo diz que ele ressurgiu para subir até a direita de Deus para ser o cabeça da igreja e de todas as coisas:  "O qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro.  E pôs todas as cousas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as cousas, o deu à Igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as cousas" (Efésios 1:20-23).

 
Assim, o Deus do céu de fato estabeleceu seu reino nos dias do quarto reino S exatamente como Daniel o predisse.  Esse reino (pedra cortada sem auxílio de mãos) encheu toda a terra (veja Colossenses 1:23 ) e ainda permanece S muito depois de "o vento os levou [as quatro potências mundiais] e deles não se viram mais vestígios" (Daniel 2:35).

Como Daniel sabia que tudo isso ia acontecer?  Deixe que ele fale por si mesmo:  "Mas há um Deus no céu, o qual revela mistérios" (Daniel 2:28).  Na verdade, Daniel era o profeta de Deus que tratou do reino.



DANIEL, UM SERVO DE DEUS NA BABILÔNIA = Salmos 137:1-4


Junto aos rios de Babilônia, ali nos assentamos e choramos, quando nos lembramos de Sião. Sobre os salgueiros que há no meio dela, penduramos as nossas harpas. Pois lá aqueles que nos levaram cativos nos pediam uma canção; e os que nos destruíram, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos uma das canções de Sião. Como cantaremos a canção do SENHOR em terra estranha?


Neste Salmo, os judeus estão lamentando a vida no cativeiro babilônico. Cativeiro que durou setenta anos, conforme anunciara o profeta Jeremias.

Os judeus foram levados cativos para Babilônia, por Nabucodonosor. Mas o que levou o povo de Judá para o cativeiro não foi o poderio do Império Babilônico, foi à desobediência as leis de Deus. Eles foram avisados por muitos anos pelos profetas sobre o que lhes aconteceria se não se voltassem para Deus, mas não deram ouvidos.


Entre os cativos havia pessoas que eram fiéis ao Senhor. Alguns tiveram uma vida próspera na Babilônia, apesar dos contratempos que tiveram. As histórias de Daniel, Ananias, Misael e Azarias, confirmam isso. Estes preferiram não se contaminar com os deuses do povo babilônico, mas permaneceram servindo ao Deus do céu e por isso foram vitoriosos.


Quem serve a Deus e tem o Senhor no coração, onde for será abençoado, pode mudar de bairro, 
de cidade, de estado, de país ou de Igreja, Deus estará dentro dele, por que ele pertence ao Senhor. Assim foi com Daniel, levado jovem para o cativeiro, mas sabendo a quem servia, sabendo com quem poderia contar sempre.
Quando estava se aproximando o tempo determinado por Deus, para que a sorte dos judeus mudasse, e eles pudessem voltar a Jerusalém, o Senhor começou a agir.


O rei da Babilônia, Belsazar deu um grande banquete para mil de seus nobres. Mandou trazer os utensílios que Nabucodonosor tinha retirado do templo em Jerusalém, para que todos usassem na festa. De repente apareceram dedos escrevendo na parede, todos os presentes viram. Belsazar ficou pálido. Apavorado mandou convocar todos os encantadores, astrólogos, adivinhos e disse aos sábios: “Aquele que ler a escritura e dar sua interpretação receberá presentes nobres e será o terceiro em importância no reino”. Ninguém conseguiu ler o que estava escrito. Isto deixou o rei ainda mais aterrorizado.


Na oferta de presentes para quem interpretasse a escrita na parede, há algo interessante, é que Belsazar oferece o terceiro lugar em importância no reino da Babilônia. Porque não o segundo lugar? Quem seria o segundo? A Bíblia não explica, mas a história da Babilônia deixa bem claro o porquê dessa oferta. O rei da Babilônia era Nabonido e ele se encontrava em viagem por isso Belsazar estava reinando. Nabonido era pai de Belsazar. Belsazar era co-regente. Então Nabonido era o primeiro e Belsazar era o segundo.


Quando a rainha mãe soube dos acontecimentos, disse ao rei para mandar chamar Daniel, homem que havia interpretado sonhos do seu antepassado, Nabucodonosor. Ela falou assim sobre Daniel: “Porquanto se achou neste Daniel um espírito excelente, e conhecimento, e entendimento, interpretando sonhos e explicando enigmas, e resolvendo dúvidas, ao qual o rei pôs o nome de Beltessazar. Chame-se, pois, agora Daniel, e ele dará a interpretação" (Daniel 5:12).


Daniel foi convocado e ouviu do rei as mesmas promessas feitas aos outros sábios. Disse que recusava os presentes, mas que o Deus do céu o revelaria o que estava escrito e também a interpretação. Daniel fez a leitura e a interpretação. O texto escrito na parede era bem claro: Este, pois, é o escrito que se escreveu:


MENE, MENE, TEQUEL, UFARSIM (Parsim).


Esta é a interpretação: MENE: Contou Deus o teu reino, e o acabou.  


TEQUEL: Pesado foste na balança, e foste achado em falta.


PERES (singular de Parsim): Dividido foi o teu reino, e dado aos medos e aos persas (Dn 5.25-28).


Naquela noite foi morto Belsazar, rei dos caldeus. E Dario, o medo, ocupou o reino, sendo da idade de sessenta e dois anos. Depois desses acontecimentos, no primeiro ano do reinado de Dario, Daniel entendeu pelas profecias do profeta Jeremias que o abandono de Jerusalém duraria setenta anos, e este tempo estava se cumprindo.

Após este entendimento, o profeta foi orar ao Senhor. Daniel não foi exigir de ou determinar a Deus o fim do cativeiro, mas fez uma oração de humilhação, de reconhecimento que os acontecimentos que sobrevieram sobre os judeus, foi por culpa de seus pecados, e suplicou ao Senhor que concedesse aos filhos de Israel o retorno para sua pátria.  Daniel servia a Deus com sinceridade de coração e poderia ter feito uma oração de auto-afirmação, poderia ter cobrado a Deus seus direitos de servo cumpridor de seus deveres, mas não, ele colocou-se em igualdade com os que pecaram contra o Senhor.


Aprendemos com Daniel, que não devemos ficar nos justificando para o Senhor, devemos sim, reconhecer que somos servos, que somos dependentes de sua graça. Que por mais que façamos, por mais que nos santifiquemos, por mais que Ele nos use em visões, profecias, palavras de conhecimento ou sabedoria, não devemos nos colocar acima dos outros irmãos, afinal somos o vaso e o Senhor o oleiro. É Ele quem nos molda para que O sirvamos conforme a sua vontade. Devemos nos permitir ser moldados por Deus, e esse permitir, significa estar pronto para fazer a vontade Dele, colocar a vontade do Senhor acima de nossas vontades.

Na oração que Jesus nos ensinou, o Pai Nosso, a maneira correta de pedir a Deus é: reconhecer quem é o Senhor, afirmar Sua Santidade e deixar que seja feita a sua vontade (Lc 11.2). 

Não faça orações exaltando a si mesmo, dizendo para Deus suas qualidades, Ele te conhece. Jesus disse que quem se humilha será exaltado e quem se exalta será humilhado (Lc 14.11).

Listra (14.8-19)

Nesta cidade, os missionários encontraram um homem que tinha sido coxo desde o seu nascimento (8), e que nunca tinha andado. Ele era leso dos pés. Este adjetivo é geralmente traduzido como “impossível” no Novo Testamento. Somente aqui ele tem a conotação de “fisicamente impotente”, um sentido freqüentemente encontrado nos escritos médicos. Do ponto de vista humano, o problema deste homem não tinha cura.

O coxo ouviu Paulo falar (9) — lit., “estava ouvindo Paulo quando ele falou”. Evidentemente, o homem estava ouvindo cuidadosamente. O pregador, fixando nele os olhos — atenisas, a mesma forma usada por Pedro quando olhou para o coxo em 3.4 — e vendo que ele “tinha” (lit.) fé para ser curado, ordenou em voz alta: Levanta-te direito — orthos, “reto” — sobre teus pés (10).

Isto era pedir o impossível. Mas quando o homem se dispôs a obedecer, Deus enviou o poder. O indefeso coxo repentinamente saltou sobre os pés (tempo aoristo) e “andou”, no sentido de andar continuamente (tempo imperfeito do verbo). Como em muitos outros casos nos Evangelhos e em Atos, a fé foi demonstrada em obediência a uma ordem e recompensada com o poder divino.

A costumeira reação popular veio em seguida. Paulo tinha estado falando em grego, língua habitualmente usada em todo o Império Romano. Mas, quando o povo de Listra se agitou, as pessoas passaram a gritar em língua licaônica (11), que era a sua língua de origem. Aparentemente, este ponto foi mencionado para explicar por que os apóstolos não perceberam imediatamente o que a multidão estava dizendo ou falando.


A conclusão que o povo tirou deste milagre foi: “Os deuses estão se tornando como homens, e descendo a nós” (trad. literal). Alexander escreve: “Essa linguagem concorda perfeitamente, não só com a crença geral em tais epifanias ou teofanias — as aparições divinas sob forma humana, encontradas em Homero e nos últimos clássicos — mas também com a superstição local e com as tradições do próprio país onde as palavras foram pronunciadas, Licaônia, assim chamada por causa de Licáon (ou Licaão), cuja recepção fatal de Júpiter está em uma das fábulas de Ovídio, no primeiro livro de suas Metamorfoses. No oitavo, ele conta a interessante, mas fabulosa, história da visita feita a Filemon e Báucis, na adjacente província da Frígia, por Júpiter e Mercúrio, os mesmos deuses mencionados no versículo seguinte”


De acordo com estes supersticiosos licaônios, Barnabé (12) era chamado de Júpiter e Paulo foi identificado com Mercúrio, nomes romanos para os deuses gregos Zeus e Hermes. Paulo foi chamado de Mercúrio, porque este era o que falava — lit., “era o que tinha a voz principal” (ou discurso).


A crença daquela época era que Hermes era o porta-voz de Deus.  De acordo com um modelo tipicamente oriental, acreditavam que o deus principal só iria se comunicar através de um subordinado. A distinção feita aqui não indica necessariamente qualquer diferença nas aparências. Significa simplesmente que Paulo era o que falava, o principal portador da palavra.


O sacerdote de Júpiter (Zeus), cujo templo estava em frente à cidade (13; ASV; cf. RSV, Phillips, NEB), trouxe para a entrada da porta touros e grinaldas. As grinaldas eram “às vezes colocadas sobre a cabeça das vítimas, e às vezes usadas pelos religiosos para suas decorações nos ritos da religião”. Ele trouxe touros e grinaldas para a entrada [um lugar público] e queria com a multidão sacrificar-lhes. Em relação ao culto a Zeus e Hermes, Bruce escreve: “Das duas inscrições de Sedasa, perto de Listra, que datam aproximadamente do ano 250 d.C., descobertas pelo Prof. W. M. Calder, uma registra a dedicação de uma estátua de Hermes a Zeus junto com um relógio de sol, por homens com nomes licaônicos, enquanto a outra menciona “sacerdotes de Zeus”.



Quando Barnabé e Paulo souberam o que estava acontecendo, eles rasgaram as suas vestes (14), horrorizados com a blasfêmia dessa tentativa de adorá-los como deuses — e saltaram — o melhor texto grego diz “pularam” — para o meio da multidão. Lumby pensa que “saltaram” torna impossível aceitar “portas” (13) como uma referência às portas da cidade, e sim à entrada da casa onde os apóstolos estavam hospedados. Provavelmente, a idéia é que eles correram através dos portões da cidade até o espaço entre eles e o templo de Zeus.


O discurso dos apóstolos aos licaônios (15-17) tem urna notável semelhança com o discurso de Paulo perante o Areópago em Atenas (17.22-31). Em nenhum dos casos foi feita qualquer referência à divina revelação das Escrituras — que a audiência pagã desconhecia—, mas o apelo era à revelação de Deus na natureza. Esta é a primeira ocorrência, em Atos, da pregação do Evangelho a uma audiência totalmente pagã.


De forma cortês, os missionários gritaram: “Varões (em grego, “homens”) por que fazeis essas coisas?” (15) Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões; ou: “Somos apenas seres humanos com sentimentos iguais aos vossos” (Phillips). A principal ênfase para essa audiência pagã era que eles deveriam converter-se dessas vaidades (ídolos, lit. “coisas inúteis”) ao Deus vivo. Ele é o Único que fez o céu, e a terra, e o mar, e tudo quanto há neles — uma citação de Êxodo 20.11 (exatamente a mesma de 4.24).


Em sua grande misericórdia e demência, Deus não destrói os pagãos por causa de suas falsas crenças, mas nos tempos passados — lit., “em gerações passadas” (ASV) — deixou andar todos os povos em seus próprios caminhos (16). Esta frase tem uma grande semelhança com a afirmação de Paulo em 17.30 — “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância...” (i.e., “ignorou”).


Mas Deus não se deixou a si mesmo sem testemunho (17). Sua bondade providencial para com todos os homens — chuvas e tempos frutíferos — é uma lembrança constante de seu amor e poder. Os deuses pagãos eram impotentes para trazer a chuva — “Haverá porventura entre as vaidades [cf. vaidades, 15] dos gentios alguma que faça chover?” (Jr 14.22).


Mesmo com estes argumentos, eles “com dificuldade” impediram — “fizeram cessar” — que as multidões lhes sacrificassem (18). Fica difícil controlar o fervor religioso quando este é provocado. Muitas vezes, as pessoas não gostam de ser esclarecidas quando a verdade é conflitante com os seus propósitos e desejos.


Enquanto o povo de Listra estava talvez sofrendo sob o desapontamento de Barnabé e Paulo não serem realmente Zeus e Hermes, sobrevieram... uns judeus de Antioquia (19) — há mais de 160 quilômetros de distância — e de Icônio. Estes invejosos judeus (cf. 13.45,50; 14.2), mostrando um ódio extremo pelos apóstolos, seguiram os dois à pé por toda aquela distância.

Eles convenceram o povo de Listra — talvez atribuindo milagre da cura a um poder demoníaco (cf. Mt 12.24) — e apedrejaram a Paulo (cf. 2 Coríntios 11.25). Depois, arrastaram o apóstolo para fora da cidade, cuidando que estava morto. Parece que os fanáticos opositores do cristianismo tinham alcançado o seu objetivo. O maior ressentimento estava evidentemente dirigido contra Paulo, porque ele era o principal orador.

Evangelho e cultura


Fundamentalismo missiológico: Rejeita a cultura, demonizando-a e se fechando para aquilo que ela pode oferecer.


Liberalismo missiológico: Absorve a cultura, mesmo em seus aspectos negativos, culminando em paganizarão da fé


Evangelismo missional: Dialoga com a cultura absorvendo e respeitando os valores que servem ao evangelho, ao mesmo tempo em que rejeita aquelas noções, muitas vezes tidas como culturais, que estão em oposição ao evangelho de Cristo.


Exemplo de fundamentalismo missiológico: Igrejas plantadas por missionários europeus e estadunidenses em meados do século 19 e 20. Os missionários impunham padrões de vestimenta européia aos habitantes de países tropicais. Também importavam seus instrumentos e cânticos, não valorizando a cultura autóctone. Tal tendência pode ser observada nas igrejas pentecostais.

 
Exemplo de liberalismo missiológico: O movimento missionário cristão pós-constantino, que 
tinha como estratégia absorver a cultura dos países aos quais pregava, sem questionar a validade de tais práticas. Assim, a igreja sacramentalizou a cultura, colocando-a acima do evangelho. Tal tendência pode ser observada no catolicismo, no neopentecostalismo (contextualizando com a cultura capitalista) e no movimento emergente liberal, que trata questões como aborto e homossexualismo como demandas culturais, ao invés de práticas pecaminosas.


Exemplo de evangelismo missional: A pregação de Jesus a mulher samaritana, onde o mestre pregou a mensagem de salvação a partir do contexto cultural daquela mulher; Paulo no areópago de Atenas, ao citar os filósofos pagãos em sua mensagem, criando uma ponte cultural através da qual introduziu o evangelho.
No entanto, o evangelismo missional dialoga com a cultura, sem ignorar o fato das culturas estarem manchadas pelo pecado. Assim, ele reconhece que nem tudo que é tido pelo homem moderno como valor cultural é aceitável diante de Deus. No fundamentalismo missiológico, a cultura é ignorada; no liberalismo cultural ela é endeusada e sobreposta ao evangelho. Já o cristianismo missional conversa com as diferentes culturas usando-as como ferramenta de contextualização, ao mesmo tempo em que rejeita valores culturais que se opõem a mensagem cristocêntrica.


Usando a cultura em favor do evangelho: Construindo pontes culturais para pregar o evangelho em um ambiente cultural diversificado
Se pudermos resumir a missiologia urbana e transcultural em uma só palavra, esta palavra é contextualização. Contextualizar significa apresentar idéias e pensamentos levando em consideração o contexto das pessoas, de modo a comunicar os fatos com maior clareza. Houve um tempo em que a contextualização era um principio distante, uma ferramenta usada apenas pelos missionários transculturais. No entanto, as demandas do mundo moderno e o ambiente policultural fazem da contextualização uma ferramenta indispensável à igreja contemporânea. A igreja que não contextualizar sua mensagem fossilizará e se tornará irrelevante para a sociedade ao seu redor.


Em Atos 17, o apostolo Paulo fez seu célebre discurso no areópago de Atenas. Cercado pela elite intelectual daquela cidade, ele apresentou um sermão engajado, no qual citava de memória os filósofos e poetas gregos, demonstrando afinidade com os temas de predileção daqueles homens. E foi assim, começando pelos poetas gregos que o doutor dos gentios conduziu seus ouvintes a mensagem de arrependimento. Quando Paulo mencionou a ressurreição, muitos se escandalizaram e se foram, mas Dionísio e alguns dos presentes se converteram ao cristianismo. Paulo foi sábio porque soube usar a cultura em seu benefício, construindo uma ponte por meio da qual introduziu o evangelho.


O diálogo de Jesus com a mulher samaritana, em João capítulo 4, também é fundamental para nosso entendimento acerca da contextualização. Nele, Jesus aborda o tema da salvação usando um dos elementos que fazia parte do cotidiano daquela mulher, a água. Ele era judeu, ela uma samaritana, e havia uma grande rivalidade entre ambos os grupos, mas Jesus iniciou seu diálogo a partir de um ponto em comum: o poço de Jacó (que era historicamente importante para judeus e samaritanos), e a sede existencial que todo ser humano tem. Assim, Jesus conseguiu apresentar o evangelho a mulher de forma eficaz, e ainda foi introduzido por ela a aldeia dos samaritanos.


Em todas as culturas existem determinados elementos que são comuns, e que devem ser explorados pela igreja em sua tarefa missionária. Uma igreja que deseja ser relevante deve estudar o grupo que deseja alcançar e, a partir desta analise, definir o tom da palestra, o estilo litúrgico, os ritmos musicais, a decoração do ambiente e definir as estratégias que facilitarão o diálogo com as pessoas que ela deseja alcançar. Se a igreja for “poli” ou “multicultural”, é bom que ela tenha programas específicos e ministros auxiliares que atuem como missionários para cada grupo alcançado (crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos, estudantes, universitários, profissionais, undergrounds, etc.). Não pode, porém, permitir que a abordagem ocasione divisão ideológica ou partidarismos, pois a igreja é um misto de povos, línguas, etnias, todos em torno de uma só verdade.

Por ultimo, deve-se sempre lembrar que na contextualização o que varia é a apresentação, e não o conteúdo. O missionário é aquele que apresenta a mesma verdade de diferentes modos à diferentes culturas, e não aquele que apresenta verdades diferentes a cada cultura. Os métodos podem variar, mas o conteúdo é sempre o mesmo.


Quando os valores culturais conflitam com o evangelho: Uma abordagem missiológica da cultura da América Ibero-hispana
Um vídeo divulgado pela JOCUM mostra crianças portadoras de deficiências sendo enterradas vivas pelos pais em uma aldeia indígena. Para os índios daquela tribo, tal prática é aceitável. Para os antropólogos, trata-se de uma questão cultural. Para o evangelho, aquilo é assassinato.
No Brasil, ainda existe uma forte tendência machista, que despreza o trabalho feminino. Mulheres que trabalham ganham menos, mesmo que exerçam a mesma função. Para grande parte dos homens brasileiros, isso é um valor cultural, mas para o evangelho, isto é acepção, por tanto, pecado.


Na América Hispana a mesma tendência cultural existe, sendo mais forte em algumas regiões. Demonstrações de afeto dos pais para com os filhos são tidas como fraqueza, e muitos maridos, por “imposição cultural”, maltratam suas mulheres e são violentos. Para a sociedade isso é cultura, mas para o evangelho, é pecado.


Nos EUA e na Europa, as pessoas tem desenvolvido uma tendência materialista e cética, onde o individualismo e o egoísmo são as marcas principais. O mesmo tem acontecido na América Latina, embora com menor intensidade. Este individualismo, egoísmo e ceticismo são todos nuances da cultura pós-moderna, mas são totalmente opostos ao evangelho, que é espiritual, coletivo e altruísta. O que os modernos sociólogos chamam de cultura, a bíblia chama de pecado.
Assim, podemos concluir que a abordagem comum que se faz da missiologia, que diz que o missionário deve coincidir totalmente com a cultura é sofisma. O evangelho não é uma esponja que simplesmente absorve a cultura, mas um poder que redime as culturas.
A Palavra de Deus nos dá claro e amplo entendimento para discernir entre valores culturais e vícios morais. Quando se ignora isso, abrem-se as portas para o sincretistimo e paganizarão da religião cristã.


O princípio redentor da cultura na bíblia sagrada: Como o evangelho desafia os pressupostos culturais

Na bíblia vemos diversos exemplos que nos possibilitam vislumbrar os limites entre cultura e pecado. Talvez o primeiro deles seja a recomendação do Senhor ao seu povo, quando eles entram na Terra Prometida, de que eles não deviam seguir os caminhos das nações.
Obviamente, muitas daquelas noções religiosas cananéias eram parte de uma cultura, mas elas não deviam ser absorvidas pelos hebreus.


Embora usado pelos missiólogos como paradigma de missionário transcultural, o estadista Daniel, juntamente com seus amigos, se recusou a comer dos manjares do Rei, e também não tomou do seu vinho, que era consagrado a ídolos. Eles estavam submersos na cultura babilônica, 
 mas sabiam separar pressupostos culturais, conceitos morais e crenças religiosas.


Jesus em sua encarnação foi judeu em todo aspecto da existência. No entanto, o fato dele mesmo ser judeu e de estar contextualizando com os judeus não o impediu de denunciar a hipocrisia dos fariseus que lavavam as mãos cerimonialmente antes de comer, quando seus corações continuavam impuros. Ele também se levantou contra o costume de consagrar seus bens ao Senhor quando parentes próximos passavam necessidade. Jesus foi missionário transcultural, mas não se submeteu incondicionalmente a cultura hebréia. Ele a redimiu.
Tudo isso nos revela que o evangelho não é apenas um agente passivo e submisso à cultura, mas um agente transformador.


Conclusão


O tema deste estudo é na verdade uma incógnita no coração de muitos missionários urbanos e transculturais: “Como pregar o evangelho em um ambiente multicultural?”. Entendemos que a primeira coisa que o missionário deve fazer é encontrar a divisa entre a valorização da cultura e a absorção de valores opostos ao evangelho, posicionando-se de modo que lhe possibilite comunicar a mensagem de forma contextual e engajada, ao mesmo tempo em que resguarda os pressupostos absolutos contidos nas Escrituras. Para isso ele deve usar a cultura a seu favor, rejeitando aqueles valores que, embora tidos por tendências culturais e modernas, se opõem ao evangelho. Ele deve dialogar com a cultura e usá-la como ferramenta pedagógica, mas não pode jamais endeusá-la, sobrepondo-a ao evangelho de Cristo. Por último, deve entender que o evangelho não é apenas um agente passivo e submisso à cultura, mas um agente transformador que muitas vezes se revela como principio contracultural, desafiando o status que e redimindo a cultura ao nosso redor.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS






BIBLIOGRAFIA


Bíblia de Estudo Pentecostal

Comentário Bíblico Beacon

reflexaoespiritual.blogspot.com

estudos-biblicos1.blogspot.com

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