30 de outubro de 2012

OBADIAS O PRINCIPIO DA RETRIBUIÇÃO


OBADIAS O PRINCIPIO DA RETRIBUIÇÃO

TEXTO ÁUREO = “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31).

VERDADE PRÁTICA = Reconhecemos que o povo de Deus passa por dias difíceis, entretanto, podemos viver confiante porque participamos de um reino vitorioso.

TEXTO BÍBLICÕ BÁSICO = Ob.  1:1-4, vv.15-21

INTRODUÇÃO

O assunto de hoje está registrado no menor livro do Antigo Testamento, Obadias, com apenas 21 versículos escritos numa vigorosa linguagem poética. (ST). O que dele sabemos é o seu nome e a sua missão profética e nada mais. Existem outros Obadias no Velho Testamento. Seu nome significa “servo de Jeová”. Nos versículos 1,2,8,18, encontramos por quatro vezes as expressões “Assim diz o Senhor” e o “Senhor o disse como prova de origem e autoridade divina da sua mensagem, que anuncia o juízo moral de Deus contra as nações, inclusive Edom, por sua crueldade contra Israel. Concluirmos que todas as nações serão julgadas no dia do Senhor, nenhuma escapará. A data de sua profecia não é certa, porém alguns estudiosos apontam mais ou menos para o ano 585 a.C. (SCR, SH e SB)

A SOBERANIA DE DEUS

Contexto Histórico

As relações entre Israel e Edom foram marcadas pela hostilidade através do período do AT. O rancor começou quando os dois irmãos gêmeos Esaú e Jacó se dividiram em disputa (ver Gn 27; 32– 33). Os descendentes de Esaú, conseqüentemente, se estabeleceram numa área chamada Edom, situada ao sul do mar Morto, enquanto os descendentes de Jacó continuaram em direção à Terra Prometida, habitaram em Canaã e se tornaram o povo de Israel. Com o passar dos anos numerosos conflitos se desenvolveram entre os edomitas e os israelitas.
Essa amarga rivalidade forma o fundo histórico da profecia de Obadias.

Ao longo do período de cerca de 20 anos (605-586 aC), os babilônios invadiram a terra de Israel e fizeram repetidos ataques à Jerusalém, a qual foi finalmente devastada em 586 aC. Os edomitas viram essas incursões como uma oportunidade para extinguir sua amarga sede contra Israel. Então, os edomitas juntaram-se aos babilônios contra seus parentes e ajudaram a profanar a terra de Israel.

FUNDO HISTORICO 

 As dificuldades entre Edom (os descendentes de Esaú, Gn 25.27-30) e Israel (os descendentes de Jacó, Gn 32.28 e 35.9-12) já existiam há muito tempo. Vinham desde os dias de Moisés quando ele pediu permissão para passar pelo território de Edom e lhe foi negada (Nm 20. 14-21).

Em 930 a.C., o reino de Israel dividiu-se em dois: o Reino do Norte — Israel e o Reino do Sul Judá. As rixas, então, continuaram entre o Reino do Sul e Edom. A profecia de Obadias ocorre cerca de 85 anos depois desta divisão. A sua provável data é 845 a.C.

A afirmação de que Deus é absolutamente soberano na criação, na providência e na salvação é básica à crença bíblica e ao louvor bíblico. A visão de Deus reinando de seu trono é repetida muitas vezes (1Rs 22.19; Is 6.1; Ez 1.26; Dn 7.9; Ap 4.2; conforme Sl 11.4; 45.6; 47.8-9; Hb 12.2; Ap 3.21). Somos constantemente lembrados, em termos explícitos, que o SENHOR (YAWEH) reina como rei, exercendo o seu domínio sobre grandes e pequenos, igualmente (Ex 15.18; Sl 47; 93; 96.10; 97; 99.1-5; 146.10; Pv 16.33; 21.1; Is 23.23; 52.7; dn 4.34-35; 5.21-28; 6.26; Mt 10.29-31). 

Conteúdo

Obadias é o menor livro do AT. Ele começa com um título que identifica a profecia como “visão de Obadias” e que atribui o pronunciamento do Senhor Jeová (v.1).

O livro é dividido em duas seções principais. A primeira (vs 1-14) é endereça a Edom e anuncia sua inevitável queda. Da sua posição de soberba e falsa segurança, Deus irá derribá-lo (vs 2-4).
A terra e o povo serão saqueado e espoliados, a destruição final e completa (vs 5-9). Por quê? Por causa da violência que Edom praticou contra seu irmão Jacó (v.10), porque Edom de regozijou com o sofrimento de Israel e juntou-se com seus atacantes para roubar e violar Jerusalém no dia da sua calamidade (vs 11-13) e porque os edomitas impediram a fuga do povo de Judá e os entregou aos invasores (v.14)

A segunda seção principal da profecia reflete sobre o Dia do Senhor (vs 15-21). Esse dia será um tempo de retribuição, de colher o que se havia plantado. Para Edom, este é um pronunciamento de perdição (vs 15-16), mas, para Judá de proclamação de liberdade (vs 17-20) Edom será julgado severamente, mas o povo de Deus experimentará a abençoada e gloriosa restauração de sua terra. O monte Sião governará as montanhas de Esaú, e o reino pertencerá ao Senhor (v.21)

LIVRE-ARBÍTRIO =  Deus, ao criar o homem, proveu-o de livre-arbítrio. Mas... O que é "livre-arbítrio"? É a faculdade mediante a qual o homem é dotado de poder para agir sem coações externas, e de acordo com sua própria vontade ou escolha. Uma vez que o homem fora criado livre, com capacidade de fazer suas próprias escolhas, como conciliar esse direito com a vontade divina? Para responder a esta pergunta, precisamos entender a vontade de Deus sob dois aspectos: ela é permissiva e diretiva.

Vontade permissiva e livre arbítrio. Deus fez o homem à sua imagem e semelhança. O que faz dele um ser moralmente semelhante ao Criador, é justamente a capacidade de fazer suas próprias escolhas; inclusive, aquelas que não estão de acordo com a vontade divina. Isto é o que se entende por vontade permissiva.
O Eterno tem poder para impedir que o homem faça o mal ou bem, entretanto, lhe dá o direito de escolha (Gn 2.15-17; 3; 4.7; Dt 30.15-20; Gl 6.7-10). Na vontade permissiva, a soberania e a onipotência de Deus não violam o livre-arbítrio humano. No âmbito da salvação, Deus sabe perfeitamente quem o rejeitará, embora jamais interfira nesta decisão. 

Vontade diretiva = A vontade diretiva de Deus opera em conformidade com sua sabedoria e soberania. Ele rege o curso da história, e controla o universo de acordo com seus eternos propósitos (Sl 33.11; At 2.23; Ef 1.4-9). Tudo o que planejou certamente será executado: "Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?" (Is 43.13). Ler Is 14.26,27.

ESTRUTURA E MENSAGEM

O tema do livro é “A Vingança do SENHOR”, Edom foi um “espinho” para os judeus. Ele tinha perturbado muito o reino unido de Israel e, agora, continuava a fazer o mesmo com o reino de Judá. Deus, por intermédio de Seu profeta, fala que chegou a hora final dos edomitas que eram culpados de insultar e injuriar demasiadamente o Seu povo escolhido; portanto, sofreriam a pena capital: seu extermínio de sobre a terra. A paciência do Altíssimo não tolerava mais e, agora, não havia mais esperança para Edom. A nação que tanto oprimiu os descendentes de Jacó desapareceria sob a ira do SENHOR! Deus, assim, exerceria a Sua vingança.

A mensagem do Livro de Obadias trata de Edom e, indiretamente, traz conforto para Judá. Fala da destruição dos seus adversários, indicando que Deus não esquece dos Seus filhos e que continua protegendo e velando por eles.

“Visão de Obadias. Assim diz o SENHOR Deus a respeito de Edom:...” (v. 1), assim começa o pequeno mas valoroso livro deste profeta; resumido em tamanho, porém, veemente no seu relato. Já de início, notamos que Edom irá sofrer terrivelmente. Será invadido pelas nações (v. 1); será muito desprezado (v. 2) por causa de sua soberba; será derrubado da sua alta morada (v. 3) e do seu ninho, pelo SENHOR (v. 4). Sua assolação será total (v. 10).
A terra de Esaú (ruivo), ou Edom (vermelho), Gn 25.25 e 36.8,9, era uma série de fragas e penhascos ao sudeste de Judá, estendendo-se do Mar Morto até o golfo de Acaba.

A referência “... ó tu que habitas nas fendas das rochas, na tua alta morada,...”, no versículo três, está falando da região de Petra, cidade principal e estratégica dos edomitas, onde, entre penhascos de cor vermelha, eles combatiam seus oponentes, protegidos pelas grandes rochas da região. Porém, agora, de nada adiantará esta proteção.

“frágil”, pois, é o SENHOR dos Exércitos quem comanda a invasão contra Edom. Sua derrota será permanente. Nunca mais se recuperará. Nunca mais os descendentes de Esaú se levantarão.

O castigo que Edom sofrerá é “Por causa da violência feita a teu irmão Jacó,...” (v. 10). Observamos a frase “... não devias ter...” por quatro vezes no trecho 12-14. Tal repetição mostra a atitude rebelde desse inimigo de Judá. A narração do profeta indica que, com prazer, de boca cheia (orgulho), afligiram e tentaram aniquilar o seu irmão. Os seus aliados o trairão e haverá confusão (falta de entendimento) em Edom (v. 7). Os valentes (sábios) de Temã (cidade de Edom), estarão atemorizados, sem saber o que fazer (v. 9).

“... e serás exterminado para sempre.” (v. 10). Com estas palavras terríveis, o escritor anuncia a sentença de Edom, profetizando assim o fim desta nação inimiga do povo de Deus.

EDOM O PROFANO 

Edom era uma nação que descendia de Esaú (chamado Edom, que significa vermelho), irmão de Jacó ( chamado Israel), filhos de Isaque e Rebeca. A rivalidade entre eles é marcante ao longo das páginas da Bíblia. Para termos uma idéia do antagonismo entre os dois irmãos, consultemos o livro de Gênesis, onde se lê: “E os filhos (Esaú e Jacó) lutavam no ventre dela...” (On 25.22). Essa rivalidade, desde o ventre de Rebeca, continuou através dos descendentes de ambos4 quando já se haviam constituído em, nação Israel e Edom viveram em guerra.
Quando Jerusalém foi subjugada por Nabucodonosor, Edom alegrou-se muito pela queda de Israel e, como se não bastasse, tomou parte no sangrento massacre, aumentando, assim, o número de vítimas fatais (Sl 137.7).

No passado, Deus, através de Moisés, ordenou a Israel que fosse amável com Edom, considerando-se o laço familiar (Dt 23.7). Edom, porém, hostilizava Israel, e esta crueldade encheu o cálice da ira de Deus, que lavrou a sentença condenatória contra os edomitas.

POR QUE EDOM FOI CONDENADO?

A justiça de Deus não falha, e quando Ele lavra a sentença condenatória não comete nenhum equívoco. Vamos conhecer as causas do severo juízo contra Edom e meditar nelas, de modo a que não venhamos a cair nessas armadilhas do Diabo (Si 141.9; 2 Tm 3.7).

1. Seu orgulho (v.3,4). Edom julgava- se numa posição de superioridade, baseado na posição geográfica em que vivia. Julgava-se invencível dentro das fortalezas que possuía, e subestimava os demais povos, inclusive Israel.

O orgulho levou Lúcifer à queda (Is 14.12-14). Caído, investiu contra os nossos primeiros pais, Adão e Eva, seduzindo-os e levando-os também à queda; ficando assim toda a raça humana infectada pelo vírus do orgulho, que continua destruindo vidas. Mas lembramos ao nossos leitores que para os orgulhosos existe uma continuada condenação. (Leia Pv 8.13; 16.18; Is 16.6; Jr 13.9; SI 10.4; Dn 4.30,37). 

Quantas pessoas poderiam ser úteis à igreja, se não fosse a arrogância. O apóstolo Paulo ensina aos vaidosos que só o evangelho de Cristo tem o poder de eliminar a jactância, o orgulho (Rm 3.27). Não esqueçamos que a salvação não vem das obras, para que ninguém se glorie, mas depende inteiramente da graça. Nenhum homem pode orgulhar-se na realização de sua própria salvação, nem mesmo Abraão pôde justificar-se pelas obras (1 Co 1.26-31; Rm 4.12; Ef 2.9).

RAZÕES PARA O JULGAMENTO = Obadias 10-14

Deus nunca age em julgamento sem uma boa razão. Nessa seção, o Senhor revela para os edomitas por que julgará destrutivamente. O principal pecado contra Jeová foi o tratamento cruel que deram aos próprios irmãos no tempo da tragédia e sofrimento. A expressão teu irmão Jacó (10) é usada para realçar a relação que existia entre os edomitas, por serem filhos de Esaú, e os homens de Judá, que eram filhos de seu irmão gêmeo Jacó.

A RESPEITO DA CASA DE JACO = OB. 17-21

“A casa de Jacó será fogo, e a casa de José, chama, e a casa de Esaú, restolho; aqueles incendiarão a este e o consumirão; e ninguém mais restará da casa de Esaú, porque o SENHOR o falou.” (v. 18).

Este versículo fala, novamente, que a queda de Edom é fatal. Também relata que os descendentes de José e Jacó, enfim, os israelitas, serão vitoriosos contra seus antagonistas. Como chamas alimentadas por uma fonte sobrenatural consumirão os descendentes de Esaú e o resultado será restolho, cinzas, restos de um grande incêndio.

Observe as palavras do profeta: “... porque o SENHOR o falou”. Obadias reconhece ser apenas um arauto de Deus. A mensagem vem da própria boca do SENHOR, por isso, será inteiramente cumprida.

O verbo possuir, que se encontra seis vezes em Obadias 17-21, significa ocupar algo depois de expulsar os presentes inquilinos. Esta posse de suas heranças (v. 17), suas terras (planícies, campos, cidades do Sul etc., vv. 19,20), aconteceu, em parte, nos anos que se seguiram ao retorno do cativeiro babilônico, até o início do Império Romano, Essa possessão plena, porém, só se dará durante o Milênio (Ap 20).

Os salvadores ou resgatadores presentes no último versículo do livro são tipos ou precursores do real Salvador, o Messias. Estes salvadores fizeram a sua parte em reconquistar porções da terra judaica. Alguns comentadores pensam que são Zorobabel e os Macabeus, heróis da história israelita. Mas, o trabalho completo será efetuado por Cristo. Daí em diante, “... o reino será do SENHOR” (v. 21).

                                               DESTAQUES DE OBADIAS

Julgamento de Deus contra Edom e a promessa de restauração para o povo de Deus.
Escrito por volta de 607 aC, ano em que os babilônios desolaram Jerusalém.

Participação de Edom na violência feita aos descendentes de Jacó.
Quando Jerusalém foi conquistada e seu povo foi levado ao cativeiro, Edom ficou parado de lado. (Vv 10, 11)  Ele não devia ter-se alegrado maliciosamente com a calamidade de Judá, participando em saquear o povo de Deus e entregando os sobreviventes ao inimigo. (Vv 12-14)

A calamidade sobrevirá a Edom. 

Deus convoca as nações para se levantarem contra Edom em batalha. (V 1)
Apesar de sua posição aparentemente segura, far-se-á que Edom desça. (Vv 2-4)
Ladrões ou ceifeiros levariam apenas o que desejassem e deixariam algo para trás; quando Edom cair, ele será completamente saqueado; será enganado por aqueles com quem entrou num pacto, e seus sábios e poderosos sofrerão destruição. (Vv 5-9)  A casa de Esaú receberá a mesma espécie de tratamento que dispensou a Judá; a casa de Esaú deixará de existir. (Vv 15, 18)

A casa de Jacó será restaurada. 

Sião se tornará santa; a casa de Jacó será o fogo que consome a casa de Esaú, como restolho. (Vv 17, 18)  O povo restaurado de Deus tomará posse “das coisas a serem possuídas por eles”, incluindo a “região montanhosa de Esaú”. (Vv 19, 20)
O reinado se tornará de Deus. (V 21).

CONCLUSÃO

O QUE PODEMOS APRENDER COM OBADIAS

Este pequenino livro encerra com grandes e preciosas promessas que serão totalmente cumpridas. Assim, Israel triunfará e todas as suas possessões estarão sob seus cuidados e será finalmente estabelecido o reino do Messias o Senhor Jesus Cristo, Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Deus vai agir em nosso favor se permanecermos fiéis a Ele. Ao contrário de Edom, devemos estar dispostos a ajudar outras pessoas em momentos de necessidade. Orgulho é pecado. Devemos nos orgulhar apenas em Jesus Cristo e no que Ele fez por nós... e em nada mais.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1993
Lições bíblicas CPAD 2008
Comentário Bíblico Beacon