26 de maio de 2010

Esperando contra a Esperança

Esperando contra a Esperança

Texto Áureo = “Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos” Jó 14.7.

Introdução:

Como ter esperança em meio ao caos? Como ver a solução onde o medo, a angustia o desespero tomou conta, E tudo parece perdido? Para onde olhamos não vemos quem nos ajude, pois as pessoas que podem nos ajudar estão cegos, envolvidos com o erro. Neste contexto o Rei, os sacerdotes e os profetas estavam contaminados com a apostasia, atolados em seus próprios interesses, viviam politicamente corretos, não davam ouvidos à mensagem de Deus através do profeta Jeremias, não se lembraram dos seus antepassados, de como Deus havia libertado seu povo de seus inimigos. Não obstante Jeremias encontra força para ter esperanças. Deus lhe mostra que, no porvir, olharia favoravelmente para Israel, transladando-o à sua terra, e restabelecendo-o como nação soberana.

I – O que é a Esperança.

Uma das virtudes fundamentais da fé cristã, através da qual o crente é motivado a crer no impossível e a vislumbrar a intenção divina nos momentos mais Críticos. O Salmista Davi no Salmo 146.5 disse: Bem aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, e cuja esperança está posta no Senhor seu Deus. Quantas situações difíceis Davi enfrentou, perseguições, afrontas, andou no vale da sombra da morte, mas a sua esperança estava posta em Deus. O próprio Jeremias no cap 17.7 nos diz: bendito é o varão que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor. O bom em ter a esperança no Senhor é que Ele nos socorrerá a qualquer momento e essa confiança continua viva, pois em um instante tudo pode mudar.

1. Definição.

Segundo o dicionário Aurélio significa, entre outras coisas, a expectativa de se auferir algum bem ou benefício futuro.

Gostaria de falar um pouco sobre a esperança da igreja. Durante o ministério terreno de Cristo Ele sempre nos confortou, e nos alertou sobre as dificuldades que enfrentaríamos "Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo." (João 16:33) “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”. O apóstolo Paulo disse: "Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará?" (Romanos 8:24) "Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança."(I Tessalonicenses 4:13). Como diz um hino da harpa cristã: Nossa esperança é sua vinda o rei dos reis vem nos buscar, nós aguardamos Jesus ainda te a luz da manhã raiar. Meus amados irmãos no mundo verdadeiramente temos aflições, mas conforme nos alertou Jesus, devemos ter bom ânimo, nuca devemos desfalecer, perdermos a esperança em Cristo.

2. A esperança no livro de Jeremias.

Diante do caos que se instalara em Judá, os seus profetas profetizando mentiras 14.13, os sacerdotes buscando apenas a gordura, a lã e a carne das ovelhas, o povo em profundo pecado. O profeta Jeremias clama a Deus "Ó esperança de Israel, e Redentor seu no tempo da angústia, por que serias como um estrangeiro na terra e como o viandante que se retira a passar a noite?" (Jeremias 14:8) Jeremias reconhece em Deus que ainda há esperança para Judá, quando se voltar para o senhor. "Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do SENHOR." (Lamentações 3:26) "Ponha a sua boca no pó; talvez ainda haja esperança." (Lamentações 3:29). Esta visão de Jeremias para o seu povo, de salvação é a que devemos ter para a igreja do Senhor Jesus, sabendo que o sofrimento pode durar uma noite, mas a alegria virá pela manhã. O sol da Justiça brilhará para aqueles que aguardam em esperança a vinda gloriosa do Senhor Jesus Cristo o nosso Salvador. Maranata ora vem senhor Jesus.

II – A angustia de Jacó.

Angústia é uma aflição demasiada do corpo, da mente ou do espírito. Tristeza, remorso ou desespero excessivo, e por causa da desobediência, o afastar-se do Senhor viria sobre o povo uma grande aflição, ou tribulação, porém Deus salvará dela. (Jr 30.7).

1. A angústia de Jacó.

A frase "tempo de angústia para Jacó" vem da profecia encontrada em Jeremias 30.5-7: "Assim diz o Senhor: Ouvimos uma voz de tremor e de temor e não de paz. Perguntai, pois, e vede, se acaso, um homem tem dores de parto. Por que vejo, pois, a cada homem com as mãos na cintura, como a que está dando à luz? E por que se tornaram pálidos todos os rostos? Ah! Que é grande aquele dia, e não há outro semelhante! É tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será livre dela". O expositor bíblico e estudioso de profecia Dr. Charles H. Dyer escreve sobre essa passagem e seu significado:

A que "tempo de angústia" Jeremias está se referindo? Alguns acham que ele está indicando a derrota de Judá pela Babilônia ou a derrota posterior da Babilônia pela Medo-Pérsia. Mas, em ambos esses períodos o Reino do Norte, Israel, não foi afetado. Ele já tinha sido levado ao cativeiro (em 722 a.C.). Uma solução melhor é que Jeremias está referindo-se a um período de tribulação futuro quando o remanescente de Israel e Judá sofrerá uma perseguição incomparável (Daniel 9.27; 12.1; Mateus 24.15-22). O período terminará quando Cristo aparecer para resgatar os Seus eleitos (Romanos 11.26) e estabelecer Seu reino (Mateus 24.30-31; 25.31-46; Apocalipse 19.11-21; 20.4-6).

Portanto, o tempo de angústia para Jacó enfatiza o aspecto da Tribulação futura que expressa à dificuldade pela qual os judeus ou descendentes de Jacó passarão durante esse período. [...]

2. Profecia de Ezequiel.

Ezequiel 38:1 profetizou sobre a vinda de um terrível rei, Gogue, da terra de Magogue, para opor o povo restaurado de Deus. Os capítulos 38 e 39 descrevem a preparação dos exércitos que apoiaram Gogue, o seu ataque contra o povo de Deus e a sua repentina derrota por Deus. As nações que iam participar com Gogue na batalha representam diversos povos gentios. É interessante notar que a maioria desses nomes vem de Gênesis 10, das listas de descendentes de Jafé e Cam. Nenhum deles se encontra na lista dos descendentes de Sem.

A linhagem da promessa é traçada através de Sem. Abraão, Davi e Jesus são descendentes de Sem. Jafé e Cam, por sua vez, eram antepassados de muitas nações ímpias, conhecidas geralmente como gentios. Essas informações esclarecem para nós a simbologia de Ezequiel 38 e 39. Os exércitos de Gogue de Magogue representam os inimigos do povo de Deus tentando derrubar Israel restaurado.

Nada no contexto (um livro que usa um estilo apocalíptico) sugere que Gogue seria uma determinada pessoa histórica. Capítulo 37 é simbólico (ele fala da ressurreição de pessoas num vale cheio de ossos secos). Capítulos 40-48, também, são simbólicos (falam de uma cidade especial e um templo figurado que representam a presença de Deus no meio de seu povo redimido). No mesmo estilo, o profeta usa Gogue para representar a ameaça dos ímpios que tentariam derrotar o reino de Deus.

Numa profecia menos detalhada, Gogue e Magogue reaparecem em Apocalipse 20:8-10. Esta vez, Satanás é visto como o líder verdadeiro deles. O resultado é o mesmo: a súbita e decisiva vitória das forças de Deus. Como foi o caso em Ezequiel, o contexto no Apocalipse usa linguagem figurada, e não sugere uma pessoa específica e histórica.

De acordo com Ezequiel 38 e 39, o Irã (a antiga Pérsia) marchará com a Rússia e algumas nações européias contra Israel nos últimos dias. Essa aliança entre o Irã, a Rússia e a Europa está sendo formada atualmente por causa das ferozes ameaças norte-americanas contra as intenções nucleares do Irã! Estamos vendo o início do cumprimento dessa profecia bíblica nas notícias do dia-a-dia!

Em Ezequiel 38-38, Deus prediz uma "invasão de Israel nos últimos dias" por uma confederação de forças lideradas pela Rússia. Deus diz que várias nações árabes participarão da força invasora. Ele diz que essas nações serão: Pérsia (Irã), Cuxe (Etiópia), Líbia e a Casa de Togarma (a Turquia).

Vamos agora examinar a profecia dos capítulos 38 e 39 de Ezequiel:

"Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do homem, dirige o teu rosto contra Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque, e Tubal, e profetiza contra ele." [versos 1-2].

Esses versos identificam a Rússia como o principal protagonista da invasão.

1. A palavra Rosh no texto bíblico original, traduzida como "chefe", é o antigo nome do país que hoje chamamos de "Rússia".

2. Meseque é a forma-raiz do nome "Moscou".

3. Tubal é o nome de um dos principais rios da Rússia e da Ucrânia. O rio Tubal é também um dos mais importantes do mundo. [Nota de A Espada do Espírito: Alguns estudiosos acreditam que Tubal possa ser uma referência à cidade de Tobolsk, situada além dos Montes Urais, na região central da Rússia].

Os versos 4-6 dizem que esse exército será gigantesco. Deus usa expressões como "uma grande companhia" e "Gomer e todas as suas tropas", "grande multidão e poderoso exército" [verso 15], para descrever a dimensão dessa força militar. Ela parecerá ser invencível quando chegar às fronteiras de Israel.

Embora os estudiosos da Bíblia não tenham certeza sobre quando exatamente ocorrerá essa invasão, além de ser "no fim dos anos" [verso 8], "nos últimas dias" [verso 16], alguns acreditam que deverá ocorrer antes de o Anticristo "firmar a aliança" com os líderes religiosos de Israel. Essa invasão poderá ser o gatilho que iniciará os sete anos judaicos do Período da Tribulação.

A base para essa crença é Ezequiel 39:9, em que a Bíblia diz que o povo de Israel não precisará se preocupar em cortar lenha por sete anos, pois poderá canibalizar o equipamento do vasto exército que foi destruído por Deus. Como ninguém acredita que haverá a preocupação de cortar lenha nos primeiros meses ou anos do Reino Milenar de Cristo, então essa invasão e sua sangrenta conclusão precisarão terminar antes do tempo em que o Anticristo firmará uma aliança com Israel, momento em que a Tribulação de Sete Anos iniciará. [Daniel 9:27].

1. Em Ezequiel 38:1-4, Deus revela que o líder do grande exército que marchará contra Israel nos "últimos dias" será a Rússia. No plano da Nova Ordem Mundial, a Rússia liderará a supernação 5, no plano global de reorganização.

2. Em Ezequiel 38:13, Deus diz que os aliados de Israel não se moverão agressivamente para protegê-lo quando ocorrer essa invasão. Em vez disso, emitirão receosamente um protesto diplomático dizendo: "Vens tu para tomar o despojo? Ajuntaste a tua multidão para arrebatar a tua presa? Para levar a prata e o ouro, para tomar o gado e os bens, para saquear o grande despojo?" Em outras palavras, os aliados de Israel nada farão para socorrê-lo. Neste tempo, Israel sofrerá a maior traição de toda sua vida; além disso, se os EUA se recusarem a vir em ajuda a Israel, sua derrota militar nas mãos dos russos parecerá iminente, inevitável e palpável.

Os estudiosos modernos observam que os Estados Unidos historicamente sempre apoiaram Israel contra a Rússia em diversas ocasiões, desde a formação do Estado de Israel em 1948.

Na verdade, em 1973, durante a Guerra dos Seis Dias, o presidente Nixon ordenou que as forças nucleares norte-americanas ficassem em alerta total, pois a Rússia estava ameaçando intervir e já tinha colocado suas forças nucleares em alerta. Em 12 de dezembro de 2001, o presidente George W. Bush obviamente encenou uma foto em que aparecia diante da bandeira iluminista de Israel, que mostra uma estrela de seis pontas. Esse evento encenado demonstrou que Bush é tão pró-Israel quanto qualquer um de seus predecessores. Fonte: espada.eti

3. Profecia de Daniel.

As 70 Semanas estão dividas em três períodos (v.25): 1. Sete Semanas (7x7=49 anos) de reedificação; Seguidas por: 2. Sessenta e duas semanas (62x7=434 anos); seguida do terceiro e último período: 3. Uma semana (1x7=7 anos) - O v. 26 diz que após as sessenta e duas semanas, ou seja, já dentro da última semana, será morto o ungido, após a morte do ungido ocorreria a destruição de Jerusalém e do templo por um povo de um príncipe que haveria de vir (v.26b); período em que surge o assolador (v.27); a visão de Daniel termina com o assolador recebendo o merecido juízo de Deus.

Deve-se observar que a visão tem um caráter todo judaico: “70 semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade...” (v.24a). A visão vem em resposta à oração de Daniel por perdão e libertação do povo. Embora a profecia de Jeremias 25.12 tenha seu cumprimento no retorno do povo à Palestina e reconstrução da cidade e do templo, 70 semanas ainda estão determinadas para libertação espiritual, que só se dará mais tarde com o advento do Messias, que cumprirá todos os seis propósitos da visão. Depois dos dois primeiros períodos (v.26), ou seja, já na última semana, o Messias será morto, o que traz consigo dois resultados distintos: 1) justificação e salvação para os fiéis e 2) e traz para os infiéis o assolador que sitiará a cidade e destruirá o templo, trazendo muita desolação, tais atrocidades são o resultado da rejeição e da morte do Messias. Joyce Baldwin em seu comentário de Daniel disse com muita propriedade que: “Os números são simbólicos e não aritméticos; pelo tempo em que as sessenta e nove semanas tivessem passado, as 70 de Deus estarão quase completas e o elemento designado como um ungido é evidentemente significativo na realização dos propósitos descritos no versículo 24”

É assim que Jesus interpreta a visão das 70 Semanas de Daniel. Vejamos o registro de Mt 23: “Enchei vós, pois, a medida de vossos pais (comparar com Dn 9.24 e 1 Ts 2.16). Serpentes, raça de víboras como escapareis da condenação do inferno? Por isso eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas. A uns matareis e crucificareis; a outros açoitareis de cidade em cidade; para que sobre vós recaia todo o sangue justo derramado sobre a terra, desde o sangue do justo Abel até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem matastes entre o santuário e altar.

Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre a presente geração. Jerusalém, Jerusalém! Que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não quisestes! Eis que a vossa casa vos ficará deserta... Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra, que não seja derrubada... Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê, entenda)... porque nesse tempo haverá grande tribulação...” (Mt 23.32-24.2, 15, 21). Jesus deixa claro que aquela geração (v.36) de judeus que o rejeitaram seria punida conforme profetizou Daniel, com a casa ficando deserta (v.38) e o templo destruído (24.2). No ano 70 d.C. se deu o cumprimento da profecia de Daniel e de Cristo sobre o abominável da desolação e a destruição do templo. O historiador Josefo que foi testemunha ocular daqueles eventos disse que os judeus nunca haviam sofrido tamanha tribulação em toda a sua história como nação. Josefo conta que mais de 1.3000.000 judeus foram mortos durante os sete anos em que Jerusalém ficou sitiada pelos exércitos romanos, chefiados pelo General Tito, que culminou, em 70 d.C., com a destruição do templo e da cidade. Josefo conta que durante os últimos anos de cerco, a fome era tanta em Jerusalém, que as mães judias estavam matando os seus filhos para comer. Ele ainda conta que os judeus eram crucificados e que por ocasião da invasão não havia lugar na cidade onde não houvessem corpos esparramados uns por cima dos outros. De tal forma que as profecias de Daniel e de Cristo tiveram cumprimento literal (Lc 19.41-44; Lc 13.34).

fonte. Escatologiacristã.blogspot

4. Profecia de Zacarias.

Autor: Zacarias.

Tema: A Conclusão do Templo e as Promessas Messiânicas.

Data: 520—470 a.C.

Considerações Preliminares.

O primeiro versículo identifica o profeta Zacarias, filho de Baraquias e neto de Ido (1.1), como o autor do livro. Neemias informa ainda que Zacarias era cabeça da família sacerdotal de Ido (Ne 12.16). Por esta passagem, ficamos sabendo que ele era da tribo de Levi, e que passou a servir em Jerusalém, depois do exílio, tanto como sacerdote quanto profeta. Zacarias era um contemporâneo mais jovem do profeta Ageu. Esdras 5.1 declara que ambos animaram os judeus, em Judá e Jerusalém, a persistirem na reedificação do templo nos dias de Zorobabel (o governador) e de Josua (o sumo sacerdote). O contexto histórico para os capítulos 1—8, datados entre 520—518 a.C., é idêntico ao de Ageu (ver a introdução de Ageu).

Como resultado do ministério profético de Zacarias e Ageu, o templo foi completado e dedicado em 516—515 a.C. Em sua juventude, Zacarias havia trabalhado lado a lado com Ageu, mas ao escrever os capítulos 9—14 (que a maioria dos estudiosos data entre 480—470 a.C.), já se achava idoso. A totalidade das profecias de Zacarias foi enunciada em Jerusalém diante dos 50.000 judeus que haviam voltado a Judá na primeira etapa da restauração. O NT indica que Zacarias, filho de Baraquias, foi assassinado “entre o santuário e o altar” (i.e., no lugar da intercessão) por oficiais do templo (Mt 23.25). Algo semelhante ocorrera a outro homem de Deus que tinha o mesmo nome (ver 2 Cr 24.20,21).

Propósito.

Os dois propósitos que Zacarias tinha em mente ao escrever seu livro correspondem às duas divisões principais da obra. (1) Os capítulos 1—8 foram escritos a fim de encorajar o remanescente judeu, em Judá, a persistir na construção do templo. (2) Os capítulos 9—14 foram escritos para fortalecer os judeus que, tendo concluído o templo, ficaram desanimados por não ter aparecido imediatamente o Messias. Nesta passagem, é revelado também em que importará a vinda do Messias.

Visão Panorâmica.

O livro divide-se em duas partes principais. (1) A primeira parte (1—8) começa com uma exortação aos judeus para que voltem ao Senhor, para que também o Senhor se volte a eles (1.1-6). Enquanto encorajava o povo a terminar a reedificação do templo, o profeta Zacarias recebeu uma série de oito visões (1.7—6.8), garantindo à comunidade judaica em Judá e Jerusalém, que Deus cuida de seu povo, governando-lhe o destino. As cinco primeiras visões transmitiam esperança e consolação; as últimas três envolviam juízo. A quarta visão contém uma importante profecia messiânica (3.8,9).

A cena da coroação em 6.9-15 é uma profecia messiânica clássica do AT. Duas mensagens (7;8) fornecem perspectivas presentes e futuras aos leitores originais do livro. (2) A segunda parte (9—14) contém dois blocos de profecias apocalípticas. Cada um deles é introduzido pela expressão: “Peso da palavra do Senhor” (9.1;12.1). O primeiro “peso” (9.1—11.17) inclui promessa de salvação messiânica para Israel, e revela que o Pastor-Messias, que levaria a efeito tal salvação, seria primeiramente rejeitado e ferido (11.4-17; cf. 13.7). O “peso” (12.1—14.21) focaliza a restauração e conversão de Israel. Deus prediz que Israel pranteará por causa do próprio Deus “a quem traspassaram” (12.10). Naquele dia, uma fonte será aberta à casa de Davi para a purificação do pecado (13.1); então Israel dirá: “O Senhor é meu Deus” (13.9). E o Messias reinará como Rei sobre Jerusalém(cap.14).

Características Especiais.

Seis aspectos básicos caracterizam o livro de Zacarias.

(1) É o mais messiânico dos livros do AT, em virtude de suas muitas referências ao Messias, que ocorrem em seus catorze capítulos. Somente Isaías, com seus sessenta e seis capítulos, contém mais profecias a respeito do Messias do que Zacarias.

(2) Entre os profetas menores, possui ele as profecias mais específicas e compreensíveis a respeito dos eventos que marcarão o final dos tempos.

(3) Representa a harmonização mais bem sucedida entre os ofícios sacerdotal e profético em toda a história de Israel.

(4) Mais do que qualquer outro livro do AT, suas visões e linguagem altamente simbólicas assemelham-se aos livros apocalípticos de Daniel e Apocalipse.

(5) Revela um exemplo notável de ironia divina ao prever a traição do Messias por trinta moedas de prata, tratando-as como “esse belo preço em que fui avaliado por eles” (11.13).

(6) A profecia de Zacarias a respeito do Messias no capítulo 14, como o grande Rei-guerreiro reinando sobre Jerusalém, é uma das que mais inspiram reverente temor em todo o AT.

O Livro de Zacarias ante o NT Há uma aplicação profunda de Zacarias no NT. A harmonização da vida pessoal de Zacarias, entre os aspectos sacerdotal e profético pode ter contribuído para o ensino do NT de que Cristo é tanto sacerdote quanto profeta. Além disso, Zacarias profetizou a respeito da morte expiatória de Cristo pelas mãos dos judeus, que, no fim dos tempos, leva-los-á a prantearem-no, arrependerem-se e serem salvos (12.10—13.9; Rm 11.25-27). Mas a contribuição mais importante de Zacarias diz respeito a suas numerosas profecias concernentes a Cristo.

Os escritores do NT citam-nas, declarando que foram cumpridas em Jesus Cristo. Entre elas estão:

(1) Ele virá de modo humilde e modesto (9.9; 13.7; Mt 21.5; 26.31, 56);

(2) Ele restaurará Israel pelo sangue do seu concerto (9.11; Mc 14.24);

(3) será Pastor das ovelhas de Deus que ficaram dispersas e desgarradas (10.2; Mt 9.36);

(4) será traído e rejeitado (11.12,13; Mt 26.15; 27.9,10);

(5) será traspassado e abatido (12.10; 13.7; Mt 24.30; 26.31, 56);

(6) voltará em glória para livrar Israel de seus inimigos (14.1-6; Mt 25.31; Ap 19.15);

(7) reinará como Rei em paz e retidão (9.9,10; 14.9,16; Rm 14.17; Ap 11.15); e

(8) estabelecerá seu reino glorioso para sempre sobre todas as nações (14.6-19; Ap 11.15; 21.24-26; 22.1-5).

fonte: Montesião.pro.br

III – O restabelecimento de Israel

Em meio as dificuldades enfrentadas por Jeremias ele só tinha uma certeza, é que Deus restauraria seu povo: “Não temas, pois, tu, meu servo Jacó,diz o Senhor, nem te espantes, ó Israel; porque eis que te livrarei das terras de longe, e a tua descendência, da terra do seu cativeiro; e Jacó tornará, e descansará, e ficará em sossego, e não haverá quem o atemorize”Jr 30.10

1. A volta de Israel a sua terra.

“Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, teus irmãos, os teus próprios irmãos, os homens do teu parentesco e toda a casa de Israel, todos eles são aqueles a quem os habitantes de Jerusalém disseram: Apartai-vos para longe do Senhor; esta terra se nos deu em possessão. Portanto, dize: Assim diz o Senhor Deus: Ainda que os lancei para longe entre as nações e ainda que os espalhei pelas terras, todavia, lhes servirei de santuário, por um pouco de tempo, nas terras para onde foram. Dize ainda: Assim diz o Senhor Deus: Hei de ajuntá-los do meio dos povos, e os recolherei das terras para onde foram lançados, e lhes darei a terra de Israel . Voltarão para ali e tirarão dela todos os seus ídolos detestáveis e todas as suas abominações” (Ezequiel 11.14-18).

Ao longo de todo o Antigo Testamento, Deus afirma que a terra de Israel foi dada por herança aos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó – os judeus. Com exceção de Jonas, todos os profetas do Antigo Testamento fazem menção a um retorno definitivo dos judeus à Terra de Israel.[4] Essas promessas do Antigo Testamento nunca foram alteradas ou anuladas em nenhum texto do Novo Testamento

2. O restabelecimento do estado de Israel.

Quem diria que três anos após o término da segundo Guerra Mundial, estaria sendo proclamado o Estado de Israel? Glória a Deus que continua fiel, os ossos voltaram a viver.

A profecia do vale dos ossos secos também nos diz muito espiritualmente. Mas a essência desta profecia foi justamente mostrar que o povo judeu retornaria dos países em que viviam para novamente formar sua nação.

Desde que os judeus foram expulsos de Israel pelos romanos em 70 d.C, eles jamais regressaram até 1948. O Estado de Israel foi oficialmente idealizado depois que o cientista Chaim Weizmann, durante a Primeira Guerra Mundial, inventou uma tecnologia para se produzir pólvora rapidamente para a Inglaterra. Isto foi a chave para a Inglaterra vencer seus inimigos.

Como gratidão a Chaim, os ingleses decidiram recompensá-lo com o que ele quisesse pedir. Porém, Chaim pediu aos ingleses para negociarem com os outros países vencedores da Primeira Guerra a volta dos judeus à região da Palestina. Foi então criado o primeiro tratado da criação do Estado de Israel, chamado de Declaração de Balfour, que se concluiu em 1948, quando então David Ben-Gurion, judeu nascido na Polônia em 1886, fundou oficialmente o país Israel, sendo seu primeiro ministro. Hoje, o aeroporto internacional de Tel Aviv leva o nome de Ben-Gurion.

Basta verificarmos com mais atenção os versículos 11 a 14 de Ez 37, para concluirmos que foi exatamente o que aconteceu em 1948.

1. Então me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eis que eles dizem: Os nossos ossos secaram-se, e pereceu a nossa esperança; estamos de todo cortados.

2. Portanto profetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu vos abrirei as vossas sepulturas, sim, das vossas sepulturas vos farei sair, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel.

3. E quando eu vos abrir as sepulturas, e delas vos fizer sair, ó povo meu, sabereis que eu sou o Senhor.

4. E porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra; e sabereis que eu, o Senhor, o falei e o cumpri, diz o Senhor.”

Durante a Segunda Guerra Mundial, foram mortos seis milhões de judeus; milhões foram roubados; sua cultura e sua sociedade foram mutiladas.

Este holocausto quase inacreditável reforçou a idéia do movimento sionista, que pregava a criação de um Estado nacional para os judeus. Daí chegou-se à fundação do Estado de Israel, em 1948.

Quando o Estado de Israel foi criado, a Palestina era governada pela Inglaterra desde 1916. Poucas horas antes de se esgotar o mandato inglês sobre a Palestina, no dia 14 de maio de 1948, foi criado o Estado de Israel.

Desde o século treze, até 1916, o império turco-otomano controlava todo o Oriente Médio. Com sua derrota na Primeira Guerra Mundial, a Grã-Bretanha e a França assumem o controle sobre o Oriente Médio, que é dividido em vários Estados separados: Iraque, Síria, Jordânia, Líbano e Palestina.

3. A retomada de Jerusalém

4.

Afirmou o Senhor Jesus em seu Sermão Profético: "E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem." (Lucas 21 : 24)

Podemos datar a inauguração do tempo dos gentios a partir de 586 a.C., ocasião em que os babilônios conquistaram e destruíram Jerusalém. No entanto, Deus começou a reverter tal situação em junho de 1967, quando os exércitos israelenses retomaram o lado oriental da cidade santa. Em 1980, o então primeiro-ministro Menachen Begin proclamou Jerusalém como a capital uma e indivisível de Israel.

Conclusão:

Prezados irmãos assim como Jeremias, que em meio as dificuldades, lutas perseguições, pôde através da esperança, ver que o Senhor Deus é o mesmo e suas promessas não mudam, e não falham, e que por fim se levantará para restaurar seu povo, dando livramento contra todos os seus inimigos. Assim possamos também ver pela fé, e numa viva esperança esperarmos com paciência no Senhor Jesus, que um dia virá buscar sua igreja amada, restaurando nossa vida, e nos dando livramento de toda dor, sofrimento e aflições, trazendo refrigério para os que amam e aguardam a sua vinda gloriosa.

Deus é o que nos inspira a esperança mesmo onde não mais há esperança.

Elaborado pelo:- Pb. Josenildo Cardoso Cavalcante

Dourados - Ms

24 de maio de 2010

A trágica decisão do STJ que permitiu a adoção de crianças por homossexuais

Por que a decisão do STJ de permitir a adoção por casal homossexual é um grande equívoco?

Trágica. É assim que podemos definir a decisão dos Ministros da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, por unanimidade, negaram recurso do Ministério Público do Rio Grande do Sul e mantiveram a decisão que permitiu a adoção de duas crianças por um casal de mulheres.

Sob o ponto de vista jurídico e levando-se em consideração uma interpretação sistemática da nossa Lei Maior (CF), pode-se dizer que tal decisão é claramente inconstitucional. O artigo 226, § 3º, da Constituição Federal, estabelece que "para a proteção do Estado é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar...". Isto é, a união estável somente poderá ser reconhecida pelo relacionamento de pessoas de sexos distintos, a qual será considerada como entidade familiar. Daí dizer que sob a vigência da atual Carta Magna a união homossexual não é considerada como família e muito menos como uma união estável.

Com isso em mente, leiamos o artigo 29 do Estatuto da Criança e do Adolescente que assim dispõe: "Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado".

Observe que a lei diz "ambiente familiar adequado". Ora, se o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo não é considerado juridicamente como família e nem mesmo como união estável, tal sociedade pode ser considerada como um ambiente familiar adequado apto a uma adoção?

Direito de Família pós-moderno

A questão é que nos dias atuais o Direito (ciência jurídica) tem sofrido imensas transformações. Algumas mudanças são positivas, outras, porém, são verdadeiros absurdos. O Direito pós-moderno ou pós-positivista - tão incensado na seara jurídica da atualidade - evocou a supremacia dos princípios em relação às normas; a análise individual ao invés da geral. Com isso, a Lei, concebida como a manifestação da soberania do povo através dos seus representantes, se vê hoje em desvantagem, já que se abre aos magistrados a possibilidade de julgar conforme princípios que às vezes se chocam contra a própria legislação.

Charles Colson e Nancy Pearcey, em O Cristão na Cultura de Hoje (CPAD), denominam essa situação de imperialismo judicial, de juízes que interpretam arbitrariamente as leis e as aplicam contra os padrões morais objetivos.

Conforme os autores, “... estamos em uma situação sem saída, onde os juízes conservadores dizem que as cortes não podem consultar a moralidade, que é o papel do povo transformar a moralidade em lei – enquanto, ao mesmo tempo, os juízes liberais anulam leis que expressam as convicções morais do povo, até mesmo desqualificando essas convicções como uma simples ‘animosidade pessoal´”. (p.206).

O problema maior é que os princípios geralmente utilizados pelos magistrados liberais são construções ideológicas, inflados às vezes pelo sopro de idéias obtusas e extravagantes, aplicados em conformidade com a conveniência do julgador. O (super)princípio da dignidade da pessoa humana, por exemplo, vai se transformando em "arroz de festa"; de tanto ser invocado e utilizado erroneamente tem agora o seu valor original desconfigurado, servindo a interesses de uma minoria. Tenta-se a todo custo legitimar comportamentos antinaturais e imorais sob o manto da “dignidade da pessoa humana”.

Nesse mesmo foco o Direito de Família se envereda por um túnel obscuro. O jurista Eduardo de Oliveira Leite, citado por Flávio Tartuce no livro Direito de Família (Método, p.22/23), ao apontar algumas das suas principais alterações lista a dessacralização como uma de suas características atuais. Ou seja, é o desaparecimento do elemento sagrado da família. Com isso, a família que sempre foi considerada como uma instituição sagrada é agora concebida como um simples contrato; apenas um negócio jurídico.

De volta à adoção...

Além de trágica sob a visão jurídica, é também sob a perspectiva moral e bíblica.

Se a união entre pessoas do mesmo sexo já representa algo antinatural (Rm. 1.27); a adoção de crianças por homossexuais possui ainda maior gravidade. Isso porque, a união homossexual [pelo menos] pressupõe a consciência das pessoas maiores em tomarem tal decisão. Como mesmo afirmam: trata-se de uma orientação. São escolhas do livre arbítrio.

A adoção, por outro lado, consiste em ato que não leva em consideração a consciência moral da criança, que ainda não sabe a diferença entre o certo e o errado. Nesse caso, "a voz da conciência" é o próprio Estado, que diz o que é o melhor para a criança, a qual no final das contas não tem nenhuma escolha; senão aceitar aquilo como sendo algo normal.

A aceitação de tal adoção, como se vê, é mais uma aplicação do pragmatismo pelo Estado. Tenta-se resolver um problema social com os olhos voltados basicamente para o utilitarismo, sem considerar a ética e a moralidade.

Fonte:- E Agora, Como Viveremos?

20 de maio de 2010

O Poder da Verdadeira Profecia

O Poder da Verdadeira Profecia

Texto Áureo: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva” (Is. 8.20).

Comentários: Jimmy Bruno dos Santos Silva e Jonathan Bruno dos Santos Silva, membros da Igreja Assembléia de Deus, Ministério Belém, de Dourados-MS

I - Introdução

Tal estudo tem por objetivo aprofundar um pouco a temática abordada na lição em análise. Lição com um teor belíssimo, mas toda recoberta de um teor crítico para com os atuais “profetas”, que muitas vezes utilizam do nome de Deus em vão, de modo a escandalizar a palavra de Deus, muitas vezes ridicularizando-a.

II - O que é um Profeta

Do grego prophetes, que significa “aquele que fala em lugar de outrem”, profeta, de modo geral, segundo a Pequena Enciclopédia Bíblica de Orlando Boyer, pode ser visto como um porta-voz de Deus, aquele que fala no lugar de Deus as palavras que dEle provém. Em Ez. 33, 7 encontramos: “A ti, pois, ó filho do homem, te constitui por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da minha boca e lha anunciarás da minha parte” (grifo nosso).

Duas são as palavras hebraicas utilizadas na Bíblia para referir-se ao profeta, quais sejam: Ro’eh, traduzido como “vidente", o que significa em português a capacidade especial de se ver na dimensão espiritual e prever eventos futuros; e Nabi’, a mais utilizada para fazer menção a profeta. Tal termo tem uma origem não muito clara, todavia, levando-se em consideração que o verbo hebraico “profetizar” significa emitir palavras abundantemente da parte de Deus, por meio do Espírito Santo, notamos que Nabi’ era o porta-voz que transmitia palavras advindas do Espírito de Deus.

1. Funções de um verdadeiro profeta

A mensagem profética pode ter diversas funções, dentre elas: 1)- função de admoestação (citada pela lição), pela qual o profeta tem a incumbência de falar qual a vontade de Deus aos homens, com o objetivo de fazer com que eles possam seguir a vontade de Deus; e 2)- função de predição, que é o fato de dizer antecipadamente o que vai acontecer no futuro, através de sonhos, visões e revelações. Muitos exemplos bíblicos nos mostram ambas as funções supracitadas, como é o caso do próprio Jeremias que teve grande função de admoestação, e também das várias profecias ligadas ao nascimento de Cristo, como as feitas pelo profeta Isaias.

2. Atributos de um verdadeiro profeta

Podemos identificar quatro principais: 1)- zelo pela pureza da igreja; 2)- ter sensibilidade diante do mal e discernimento para identificar a iniquidade; 3)- compreensão do perigo dos falsos ensinos; e 4)- validade de sua mensagem na Palavra de Deus. Tais atributos podem ser observados em todo verdadeiro profeta, assim como em sua mensagem e vida.

Muitas vezes, porém, mediante a existência clara de falsos profetas, ficamos confusos, sem saber ao certo se estamos lidando com um verdadeiro ou um falso profeta. Primeiramente, temos que sempre em nossas orações rogarmos a Deus por discernimento, para que saibamos identificar os verdadeiros e falsos profetas, assim como as verdadeiras ou falsas profecias e doutrinas. Em segunda análise, portanto, podemos analisar um profeta ou mestre (atualmente pregadores ou dirigentes de igreja) sob 5 aspectos, conforme se encontra na Bíblia de Estudo Pentecostal, no estudo sobre Falsos Mestres: 1)- discernir o caráter da pessoa, analisando dentre outras coisas se ele ama aos pecadores, detesta o mal e ama a justiça; 2)- discernir os motivos da pessoa, tais como conduzir a igreja à santificação, salvar os perdidos, honrar a Deus, além de proclamar e defender o evangelho; 3)- observar os frutos da vida e da mensagem da pessoa; e 4)- analisar até que ponto a pessoa se baseia na Bíblia. Observando-se tais aspectos e pedindo discernimento a Deus podemos sempre identificar aquilo que advém ou não de Deus.

III - O Profeta Hananias

A Bíblia não dá muitos detalhes sobre a vida de Hananias. Sabemos porém que era um profeta “profissional”, ou seja, era um dos profetas ligados ao rei. A sua passagem no capítulo 28 do livro de Jeremias é base da lição em análise dado o fato de ele ser um grande exemplo de um falso profeta e das consequências que sofre aqueles que assim agem.

Grande era a crise que havia em Judá, e já há muito o profeta Jeremias vinha falando a tal povo exortações que lhe eram passadas por Deus. Dado instante da história, Hananias fala a Jeremias, na Casa da Senhor, perante os olhos dos sacerdotes e de todo o povo: “2Assim fala o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, dizendo: Eu quebrei o jugo do rei da Babilônia. 3Depois de passados dois anos completos, eu tornarei a trazer a este lugar todos os utensílios da casa do Senhor que deste lugar tomou Nabucodonosor, rei da Babilônia, levando-os para a Babilônia.” (Jr 28. 2 e 3). Jeremias, ouvindo tais palavras, exortou Hananias de que somente se fossem cumpridas suas palavras é que seria conhecido como aquele a quem Deus enviou. Em decorrência das palavras de Jeremias, Hananias quebrou o jugo do pescoço deste e reafirmou suas palavras perante o povo.

Por fim, como consequência das palavras de Hananias, o profeta Jeremias, como porta-voz de Deus falou a ele: “15(...) não te enviou o Senhor, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras. 16 Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano, morrerás, porque falaste em rebeldia contra o Senhor” (Jr 28. 15 e 16). O que realmente, como profecia verdadeira que foi, ocorreu, morrendo Hananias no mesmo ano.

Diante de um breve relato da história que se passou, podemos ressaltar o fato de como é prejudicial à igreja e ao povo de Deus a presença de falsos profetas e mestres em nosso meio. Tantas e tantas vezes nos deparamos com pregadores ou dirigentes que, por pior que possa parecer, não tem o temor de Deus no coração, falando coisas que enfraquecem a igreja. Mensagens na maioria das vezes que são populares, porém que não edificam de modo algum. Analisaremos com mais afinco tais falsos profetas no próximo tópico.

IV – Cuidado com os Falsos Profetas

Tendo em vista tudo o que já foi estudado quanto aos verdadeiros profetas, tendo sido, inclusive, apontado alguns passos para que se possa colocá-los em prova, devemos, então, fazer um pequeno estudo quanto aos falsos profetas, incluindo, neste termo, os falsos mestres.

Vemos na Bíblia, em diversos livros do Novo Testamento , advertências quanto ao aparecimento de falsos profetas. No Evangelho de Jesus Cristo segundo escreveu Mateus, no capítulo 24, onde encontramos o sermão profético, no trecho que fala do princípio das dores, lê-se no versículo 11: 11E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos”.

Mais a frente, no mesmo capítulo, lemos no versículo 24: 24porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”.

Dentro dessa perspectiva buscaremos, no presente estudo, explanar não somente sobre falsos profetas no sentido estrito, isto é, de pessoas que proferem profecias falsas, não oriundas de Deus, mas também de falsos profetas em sentido amplo, aquelas pessoas que pregam doutrinas falsas, ou que procuram satisfazer fins pessoais através de palavras persuasivas.

1. Falsos Profetas em Sentido Estrito

Dentro das diversas igrejas encontramos evangélicos com o dom de profecia ou com o dom ministerial de profecia. Entende-se por profecia aquelas mensagens entregues por Deus para admoestação ou predição. Infelizmente, encontramos também muitos pregadores que procuram enganar a muitos através de “profecias” não oriundas de Deus.

Eles fazem isso, na maioria das vezes, por dois motivos: para buscar vantagens pessoais ou para parecer para as pessoas que realmente é usado por Deus.

São inúmeras as vantagens que podem ser buscadas através de falsas profecias, desde dinheiro até um casamento. O segundo motivo acaba se relacionando com o primeiro, isso porque muitos pregadores procuram fazer com que as pessoas vejam neles pessoas verdadeiramente usadas por Deus, a fim de que, desta forma, consigam fama e status.

Nós devemos estar sempre atentos para não sermos enganados por profecias que não provém de Deus. Para tanto, devemos estar sempre atentos aos métodos já mencionados para provarmos os profetas e mestres.

Na Bíblia encontramos ao menos três passagens que trazem formas de identificarmos falsos profetas, considerando aquelas que não falam de falsos profetas que buscam fazer com que nos desviemos dos caminhos de Deus. Além da passagem que vem transcrito no texto áureo da lição em comento, encontramos, no Antigo Testamento, no livro de Deuteronômios, capítulo 18, versículos 21 e 22:

21E se disserem no teu coração: Como conheceremos a palavra que o Senhor não falou? 22Quando o tal profeta falar em nome do Senhor, e tal palavra se não cumprir, nem suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou o tal profeta; não tenhas temor dele”.

Esta passagem tomo como pressuposto algo que todo crente que realmente possui fé deve saber: quando Deus usa alguém para profetizar, a profecia se cumpre. Assim vemos claramente na vida de todos os profetas que Deus usou na Bíblia. Um exemplo bem claro encontramos no capítulo do livro de Jeremias que deu base à lição ora estudada, qual seja, o capítulo 28. Neste capítulo vemos, como já mencionado, o “profeta” Hananias proferindo supostas profecias que não foram dados por Deus. Ao final do capítulo, quando após todas as palavras de Hananias, Jeremias ia “tomando o seu caminho”, veio a palavra de Deus a este, entregando-lhe uma verdadeira profecia direcionada ao profeta Hananias, e logo ela se cumpriu:

16Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano, morrerás, porque falaste em rebeldia contra o Senhor. 17E morreu Hananias, o profeta, no mesmo ano, no sétimo mês”.

Em suma, para identificarmos um falso profeta devemos saber as profecias que ele já proferiu e se elas se cumpriram.

Outra forma que encontramos na Bíblia para identificarmos um falso profeta está em Matheus 7. 15-20, passagem que encontra-se sob a epígrafe “Os falsos profetas” e vale ser integralmente transcrita:

15Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestido como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. 16Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? 17Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus. 18Não pode a Árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons. 19Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. 20Portanto, pelos seus frutos os conhecereis”.

Aqui, leva-se em consideração o pressuposto de que aqueles que são verdadeiramente usados por Deus produzem bons frutos. Vemos, então, que devem ser observados os frutos dos profetas, para que saibamos se ele é falso ou não. Devemos observar não somente as profecias que ele profere, mas também a vida dele de uma forma geral, seu testemunho cristão, para vermos se é condizente com a Palavra de Deus.

2. Falsos Profetas em Sentido Amplo

Aqui levamos em consideração todas as pessoas que pregam doutrinas erradas, que distorcem a Palavra de Deus a fim de enganar aos outros, que guiam o povo de Deus para o caminho errado, que se passam por pessoas usadas por Deus para arrebanhar inúmeros seguidores. Nesse grupo temos muitos pastores, pregadores, pessoas que se autodenominam profetas, entre outros.

Essas pessoas podem ser divididas entre pessoas que realmente possuem má intenção e outras que, mesmo com boa intenção, pregam doutrinas erradas à luz da palavra de Deus.

Muitos buscam pregar doutrinas que não aparecem na palavra de Deus a fim de arrecadar dinheiro. Essas pessoas, através de palavras que tocam somente a parte emocional da carne, conseguem arrebanhar diversos seguidores, que acabam locupletando àqueles. Vemos nos dias de hoje uma grande onda de criação de igrejas, como diria o brocardo popular, “para todos os gostos”.

E muitas dessas surgem através de líderes que possuem o interesse exclusivo de enriquecer à custa dos “fiéis”. Para tanto, são pregadas doutrinas que mostram um caminho largo para se buscar a salvação. Mas a Palavra de Deus é clara em Mt 7.13 e 14:

13Entrai pela porta estreita, porque larga é aporta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; 14E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”.

Vemos, também, muitos que acabam “alargando a porta da igreja” a fim de atrair mais membros, mas com a boa intenção de fazer com muitas pessoas, principalmente jovens, entrem na igreja para conhecer a Palavra de Deus e para viver uma vida mais santa. Porém, por causa desse abrandamento feito, muitos são os que acabam ficando em uma igreja simplesmente para ter um estilo de vida mais saudável, sem buscar uma real comunhão com Deus.

Inúmeros são os motivos que levam as pessoas a tomar essas atitudes mencionadas, e muitas são as práticas que são feitas a fim de ludibriar aos evangélicos, de tal forma que seria necessário um estudo mais amplo para tentar abranger todas as possibilidades. Porém foram expostas as práticas mais comuns de forma exemplificativa.

O que se deve ter em mente é que o verdadeiro crente deve conhecer a Palavra de Deus, buscar a sabedoria, a fim de saber quando alguém é ou não um falso profeta, tanto em sentido amplo quanto em sentido estrito, e ter condições de provar se a mensagem vem de Deus ou não. O Apóstolo João já falava da necessidade de provarmos o espírito que guia determinadas pessoas, em I Jo 4.1: “Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”.

Aqui, faz-se de grande valia transcrever o belo comentário acerca do versículo supracitado que se encontra na Bíblia de Estudo Pentecostal, edição de 1995, p. 1961:

“[...] O cristão deve testar todos que, sendo cristãos professos, são mestres, escritores, pregadores e profetas, e mesmo todo indivíduo que afirma que sua obra ou mensagem provém do Espírito Santo. O crente nunca deve crer que certo ministério ou experiência espiritual é de Deus, somente porque alguém afirma isto. Além disso, nenhum ensinamento, nem doutrina, devem ser aceitos como verdadeiro somente por causa de sucesso, milagres, ou unção aparente da pessoa (Mt 7.22; 1 Co 14.29; 2 Ts 2.8-10; 2 Jo 7; Ap 13.4; 16.14; 19.20).

(1) Qualquer ensino deve ser testado, comparando-o com a revelação da verdade de Deus, nas Escrituras [...].

(2) É o conteúdo do ensino que precisa ser testado. O ensino tem o mesmo tipo de conteúdo e sentido do ensino apostólico segundo o NT? Deve ser recusado qualquer ensino que alguém afirma ter recebido do Espírito Santo ou de anjo, mas que não pode ser confirmado pela sã exegese bíblica.

(3) A vida do Mestre deve ser averiguada quanto ao seu relacionamento com o mundo ímpio [...], e quanto ao senhorio de Cristo na vida da pessoa [...]”.

V – Conclusão

Devemos estar sempre atentos aos falsos profetas, tanto para não seguirmos caminhos que não agradam a Deus, quanto para não sermos enganados por profecias mentirosas. Para tanto, devemos estar atentos para provarmos os profetas e as profecias, os pregadores e as mensagens, os pastores e os ensinos e doutrinas.

É importante, porém, que não percamos a fé de forma a não acreditarmos mais em profecias. Existem a verdadeiras profecias entregues por Deus, os verdadeiros ensinamentos e doutrinas, à luz da Palavra de Deus. As profecias são realmente maravilhosas, essenciais para a igreja, não se pode perder a fé nelas. Pois quando ouvirmos uma verdadeira profecia, ela se cumprirá em nossas vidas. Amém.

Elaboração:- Jonathan S.Silva

Referências Bibliográficas

- Pequena Enciclopédia Bíblica, de Orlando Boyer. Editora: CPAD

- Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora: CPAD