CUIDANDO DA TERRA
TEXTO ÁUREO
“E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no
jardim do Éden para o lavrar e o guardar” (Gn 2.15).
VERDADE PRÁTICA
Quando Deus
criou a terra, não a deixou sem governo, mas criou, também, um mordomo
habilitado para administrá-la.
LEITURA BÍBLICA =
GÊNESIS 1.1,10-12, 26-28; 2.8,15
INTRODUÇÃO
Esse é um
assunto que, infelizmente, tem sido relegado no ensino geral da igreja.
Todavia, a despeito do tema “ecologia” ser novo entre as ciências, precisamos
conhecê-lo e nos conscientizar da nossa responsabilidade no cuidado com os
elementos da subsistência dos seres vivos.
Nesta lição
evitaremos os termos técnicos e científicos e usaremos uma linguagem simples
para que cada aluno entenda, assimile, e pratique em sua vida cotidiana tudo o
que for ensinado.
1. A PRESERVAÇÃO DO
MEIO AMBIENTE
1. Ecologia. Esta é uma palavra técnica e
científica, alusiva a nossa subsistência como seres vivos. Ela tem a ver com o
cuidado que devemos ter com as coisas que dão sustentação à vida na terra. É a
preservação do meio ambiente.
O elemento
inicial do termo ecologia, eco, vem de oikos, habitação. Ecologia é, pois, a
“ciência do habitat”, ou seja, o conhecimento do mundo físico que habitamos. O
ar puro, os alimentos saudáveis, a água, a vegetação e a vida animal são
elementos vitais que precisam estar em perfeita harmonia com a natureza criada
(Gn 1.20- 25). Deus criou o homem para que o mesmo fosse seu mordomo no
controle e preservação das coisas criadas (Gn 1.26-28).
2. Ecossistema. “Todo conjunto formado por um
ambiente inanimado (solo, água, atmosfera) e os seres vivos que habitam na
terra” (Gn 1.6-1O).A terra tem um rico ecossistema que faculta aos seres vivos
as condições de viverem harmoniosamente. Esses seres: animais e vegetais vivem
em função uns dos outros (Gn 1.11,12,20- 22). Se tal sistema vital for
desrespeitado, muitos danos e desequilíbrios prejudicarão a todos, o que vem
ocorrendo por toda a parte, pela ação predatória, ilegal e criminosa do ser
humano.
O
desmatamento irracional e perverso das florestas; a poluição dos rios e mares;
a fumaça industrial na atmosfera; e tantos outros elementos corrosivos da
natureza, alteram todo o ecossistema. Uma vez alterado o “meio-ambiente”, as
conseqüências serão desastrosas, tais como acontece com as enchentes, a
mortandade de peixes dos rios, enfim, a destruição da flora e da fauna em
geral. Essa realidade deve despertar a Igreja de Cristo para o cumprimento do
seu papel na sociedade, ensinando os cristãos a portarem-se com sabedoria nesse
ambiente criado por Deus para nele vivermos, habitarmos e sermos felizes.
3. Desenvolvimento Sustentável. Devemos nos preocupar com esta
questão na Escola Dominical? Lembremo-nos que nós como igreja, somos “o sal da
terra e a luz do mundo” (Mt 5.13,14). O crente deve ser exemplo também como
cidadão e membro da comunidade. É evidente que a comunidade política e a
científica, e não a igreja, devem ser os vanguardeiros nesta luta, mas a igreja
também, pois, enquanto aqui estivermos, usaremos os bens e os recursos deste
mundo com a devida prudência e sabedoria (1 Co 7.3 1).
II. O ECOSSISTEMA
CRIADO POR DEUS
1. O que o ecossistema representa
para o homem.
Ecossistema diz respeito ao equilíbrio da natureza criada; o ambiente do qual
dependemos para viver. Quando Deus criou os céus e a terra (Gn 1.1-
3.6-11,14-18f20,21,24-28), estabeleceu regras e leis naturais para preservação
do “meio ambiente”, com todos os elementos vitais da natureza que são a água, a
terra, a vegetação, a atmosfera, os animais e o homem. Deus criou os céus e a terra
do nada, isto é, sem o uso de material preexistente. Porém, o homem físico foi
feito da argila da terra, isto é, “formado do pó da terra” (Gn 2.7). Os
elementos moral e espiritual, alma e espírito, foram criados por Deus. Aqui
merece destaque o fato de que a primeira criatura humana foi formada a partir
de algo já existente, a terra, e foi- lhe conferida a capacidade de governá-la
e preservar seu sistema de subsistência.
2. Deus plantou um jardim para o
homem (Gn 2.8).
Deus, ao preparar o jardim do Éden para o homem, entregou-lhe a missão de
administrá-lo e preservar os seus valores, O homem foi feito mordomo de Deus na
terra. (Gn 1.26; 2.15; Sl 8.6).
3. Deus estabeleceu leis naturais de
preservação para o mundo criado. Ele estabeleceu leis que regulam todo o sistema físico
criado, não só na terra, mas em todo o orbe. Ele fez separação entre dia e
noite (Si 74.16; 148.3). Ele criou as estações e climas que promovem as
mudanças e renovações de temperatura e suas manifestações (Gn 1.14; 8.22; Si
74.17). Ele controla a natureza de todo o universo (Si 19.1-6). Ele faz soprar
os ventos e controla a medida das águas dos rios e mares (Jó 28.25). Ele criou
leis biológicas onde as espécies se multiplicam e obedecem a estas leis (Gn
1.11,12).
Ele criou as
leis da meteorologia, isto é, as leis que regulam as estações, com sol, chuva,
frio e calor (Jó 2 8.26; At 14.17). A preservação do meio ambiente é uma
obrigação de toda a criatura humana. As conseqüências do descumprimento disso
estão se tornando trágicas. Nada temos a ver com o movimento
filosófico-religioso (e disfarçadamente ocultista) da Nova Era que endeusa o
assunto em apreço, mas, por outro lado, somos administradores designados por
Deus, da água que bebemos, das plantas que a terra nos dá para mantimento e do
ar oxigenado que respiramos.
4. Deus criou o homem e o tornou o
centro desse ecossistema. Ao criar o homem, Deus o dotou de santo temor, de capacidade, de
inteligência, sentimento e vontade, por isso, o homem foi criado à sua imagem e
semelhança (Gn 1.26- 28). Essa capacidade racional e sentimental tinha por
objetivo fazer do homem o centro de toda a criação, o mordomo da criação. Por
causa do pecado, a alma humana foi corrompida, e o homem passou a agredir os
bens criados pelo Todo-Poderoso, isto é, o meio ambiente vem sendo agredido por
causa do pecado e os seus recursos naturais prejudicados.
5. O homem foi feito guardião do meio
em que vive. A
Bíblia declara que o homem foi posto no jardim do Éden para o lavrar e guardar
(Gn 2.15). Portanto, um mordomo é um guardião das coisas que Deus criou para
benefício do próprio homem, O pecado afetou as relações entre o Criador e sua
criatura (Ef 2.12-17). O próprio Deus preparou um plano de restauração dessa
relação, estabelecendo a paz com o homem e desfazendo a inimizade.
III. A IMPORTÂIICIA DA
RACIONALIDADE DO HOMEM
A diferença
entre um ser humano e um animal é imensa, a começar do componente imaterial do
ser humano, alma e espírito com seus atributos, a racionalidade e a
personalidade. E isso sem falar no seu elemento físico (1 Co 15.39). Preservar
a natureza é, para o homem, uma questão de racionalidade.
CONCLUSÃO
Nesta lição,
aprendemos que somos cooperadores de Deus na manutenção do mundo que Ele criou
e exercemos o papel de mordomos de todas as coisas vitais para nossa
subsistência.
Lições
Bíblicas CPAD 4º. Trimestre 2003
Os discípulos de Jesus e a questão ambiental
TEXTO DO DIA
“Porque sabemos que
toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (Rm 8.22).
SÍNTESE
A responsabilidade
ambiental dos servos de Jesus decorre do princípio bíblico da mordomia cristã.
TEXTO BÍBLICO = Gênesis 1.26-28.
INTRODUÇÃO
O Planeta Terra tem sofrido com a atuação devastadora do
homem. A poluição e a degradação estão a afetar drasticamente o habitat em que
vivemos e colocado em risco a própria vida humana. Nesta lição, veremos que a
responsabilidade ambiental à luz das Escrituras Sagradas está contida no
encargo que Deus entregou ao homem após o advento da Criação.
I. A BÍBLIA E A QUESTÃO ECOLÓGICA
1. O Criador da
natureza. A Bíblia é muita clara ao registrar que a natureza faz parte da
criação de Deus. No capítulo 1 de Gênesis temos o completo relato do princípio
do universo e da vida. Todos os elementos da natureza, como o sol e lua, as árvores
da floresta, a chuva e a neve, os rios e os córregos, as colinas e as
montanhas, os animais e aves, foram criados pelo Senhor.
E tudo era bom. Essa é a razão pela qual a natureza é tão
bela, e os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das
suas mãos (Sl 19.1). À luz das Escrituras e da doutrina da criação, portanto,
entendemos que o universo não é fruto da evolução e do acaso, mas de um
desígnio perfeito. Concluímos, também, que o Criador não se confunde com a sua
criação, diferentemente do que afirmam as religiões panteístas — que entendem
que Deus é tudo e tudo é Deus.
2. O homem e a
mordomia. Após ter criado todas as coisas, Deus formou o homem e deu-lhe
autoridade para dominar sobre tudo que criara (Gn 1.26). Dessa passagem
bíblica, extraímos o conceito de mordomia. Isto é, a terra pertence ao Senhor
(Sl 24.1), mas o homem é o mordomo, aquele que administra os bens de Deus aqui,
o que implica responsabilidade, fidelidade (1Co 4.2) e zelo pela criação, pois
o administrador deve prestar contas daquilo que não lhe pertence (Mt 25.14-22).
A responsabilidade humana pelo cuidado com a natureza fica
mais evidente quando Deus põe Adão no jardim do Éden para o lavrar (servir) e o
guardar (cuidar) (Gn 2.15). o Jardim foi plantado (heb. nãta) por Deus (Gn.
2.8), para que o homem pudesse cuidar e cultivá-lo. Aqui está o mandato
cultural. Deus forma, mas o homem possui a responsabilidade de ser o mordomo do
jardim. Nenhuma outra criatura recebeu esse encargo.
3. Cuidando da
Criação. Ainda no Antigo Testamento, vemos o esmero de Deus com os animais
e com a terra. O plano do Altíssimo para a nova civilização após o Dilúvio
envolvia a preservação da espécie animal (Gn 8.17). O Senhor estabeleceu para a
nação de Israel a guarda do sétimo ano para descanso da terra (Lv 25.1-7), com
o objetivo de evitar a deterioração do solo pelo uso abusivo e egoísta.
Proibiu, também, o tratamento cruel contra animais e aves (Dt 22.6.7; 25.4).
Logo, usar com sabedoria e prudência os recursos naturais disponíveis é uma
recomendação bíblica aos servos de Jesus.
II. O CRISTÃO E A RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
1. Agenda ambiental
equilibrada. Se as Escrituras enfatizam a importância do cuidado com a
criação divina, por que poucos crentes estão conscientes dessa responsabilidade
ambiental? Raramente ouvimos, no meio evangélico, ensino a respeito do meio
ambiente (dentro de uma perspectiva cristã), prevalecendo a ideia de que toda
postura pró-preservação está vinculada ao panteísmo, às religiões orientais e
ao sectarismo.
Embora esse equívoco ocorra, com a existência de grupos que
defendem, de modo radical, o meio ambiente e os animais, os cristãos não podem
se omitir no dever de cuidado da natureza pelos motivos corretos, abalizados na
doutrina da mordomia cristã. Silas Daniel, na obra A Sedução das Novas
Teologias, escreve a esse respeito: “Cristãos devem ter em sua agenda o
discurso pró-preservação da natureza. Nada mais lógico. Repito: é bíblico.
Porém, não devem fazer desse discurso algo parecido com uma religião nem ser
hipnotizados por qualquer discurso apelativo dos ambientalistas de plantão. Em
tudo, deve prevalecer o equilíbrio e a coerência”.
2. A volta de Jesus.
Outra justificativa equivocada que muitos crentes utilizam para a falta de
responsabilidade ambiental é o discurso escatológico. “Jesus está voltando, por
que eu deveria me preocupar com o meio ambiente?”, indagam tais pessoas.
Entretanto, a iminência da vinda de Cristo não deve servir de desculpa para uma
vida cristã descompromissada e apática com as questões sociais, culturais e,
até mesmo, ecológicas.
Ainda que as tragédias naturais sirvam como sinal dos
últimos tempos (Lc 21.11), os servos de Jesus não podem fazer parte do grupo
daqueles que provocam tais sinais, interferindo no equilíbrio da natureza
estabelecido pelo Senhor desde a criação. Uma vez que a desordem da natureza
foi ocasionada pela Queda, pela qual toda a criação geme e está juntamente com
dores de parto até agora (Rm 8.22), é papel do crente agraciado pela redenção
em Cristo Jesus, lutar contra os efeitos do pecado no mundo e vencer o mal com
o bem (Rm 12.21).
III. PROTEGENDO O AMBIENTE
1. O que é meio
ambiente. O meio ambiente, habitualmente chamado apenas de ambiente, “é o
conjunto de condições, leis, influências e infra-estrutura de ordem física,
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas
formas”. Com efeito, a proteção do ambiente é, também, uma forma de proteção da
própria vida humana, pois envolve todos os recursos naturais do globo,
inclusive o ar, a água, a terra, a flora e a fauna.
2. Direito de todos.
No Brasil, o meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito previsto na
Constituição Federal, que assim estabelece em seu art. 225: “Todos têm direito
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”. Como cidadão responsável e consciente, o cristão também possui o
dever legal de defender e preservar os recursos naturais, tanto para a presente
quanto para as futuras gerações. Que tipo de terra deixaremos para os nossos
filhos?
3. Sustentabilidade e
ética ambiental. A proteção ecológica envolve um conjunto de medidas que
podem ser adotadas pelos servos de Jesus. É preciso encontrar o ponto de
equilíbrio entre o desenvolvimento e a preservação dos recursos naturais, o
chamado desenvolvimento sustentável.
CONCLUSÃO
Como discípulos e servos de Jesus, possuímos boas razões
para zelar pela natureza. Porque a terra é do Senhor e toda a sua plenitude
(1Co 10.26), e nós somos mordomos, cuidadores da sua criação. Desse modo, a
responsabilidade ambiental do cristão não está amparada em conceitos panteístas
e na onda “verde” do tempo atual, e, sim nas Escrituras Sagradas. Devemos, por
isso, usar os recursos naturais de forma consciente e sábia, preservando-a para
uma boa qualidade de vida tanto para a presente quanto para as futuras
gerações, enquanto o Senhor não voltar.
Bibliografia
DORTCH. Richard W. Orgulho Fatal.
MAXWELL, John C. Os 5 Níveis da Liderança.