18 de setembro de 2019

A MORDOMIA DO CUIDADO COM A TERRA


CUIDANDO DA TERRA 

1.  A TEOLOGIA DA CRIAÇÃO


Deus criando do inexistente — BARAH: Gn 1.25-29; Jo 1.3; Hb 11.3.
Deus criando do existente — YASAH: Gn 2.4; Sl 90.2; Jr 4.23-25.
Deus preservando o que criou — KAL: Sl 103.19; 23.1; Rm 11.3,4; 2 Pe 3.5-7.
2. A MANUTENÇÃO DO ECOSSISTEMA


Preservando o espaço sideral: Gn 15.5; Sl 19.1-3; 1 Co 15.38-41.
Preservando o planeta terra: Gn 1.28; Dt 11.10-12; 1 Co 10.26.
Preservando os oceanos: Gn 1.20-21; Pv 8.29; Mc 4.39.

3. A REDENÇÃO DA CRIAÇÃO


Redimindo o corpo do homem — morada da alma: Rm 8.23; 2 Co 5.1-4.
Redimindo a alma do homem — morada do espírito: Ef 4.30; 1 Co 15.52-54.
Redimindo a terra do homem — morada do corpo: 1 Pe 3.7-10; Ap 21.1,5.

CUIDANDO DA TERRA


CUIDANDO DA TERRA

TEXTO ÁUREO

 “E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar” (Gn 2.15).

VERDADE PRÁTICA

Quando Deus criou a terra, não a deixou sem governo, mas criou, também, um mordomo habilitado para administrá-la.

LEITURA BÍBLICA = GÊNESIS 1.1,10-12, 26-28; 2.8,15

INTRODUÇÃO

Esse é um assunto que, infelizmente, tem sido relegado no ensino geral da igreja. Todavia, a despeito do tema “ecologia” ser novo entre as ciências, precisamos conhecê-lo e nos conscientizar da nossa responsabilidade no cuidado com os elementos da subsistência dos seres vivos.
Nesta lição evitaremos os termos técnicos e científicos e usaremos uma linguagem simples para que cada aluno entenda, assimile, e pratique em sua vida cotidiana tudo o que for ensinado.


1. A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
1. Ecologia. Esta é uma palavra técnica e científica, alusiva a nossa subsistência como seres vivos. Ela tem a ver com o cuidado que devemos ter com as coisas que dão sustentação à vida na terra. É a preservação do meio ambiente.
O elemento inicial do termo ecologia, eco, vem de oikos, habitação. Ecologia é, pois, a “ciência do habitat”, ou seja, o conhecimento do mundo físico que habitamos. O ar puro, os alimentos saudáveis, a água, a vegetação e a vida animal são elementos vitais que precisam estar em perfeita harmonia com a natureza criada (Gn 1.20- 25). Deus criou o homem para que o mesmo fosse seu mordomo no controle e preservação das coisas criadas (Gn 1.26-28).

2. Ecossistema. “Todo conjunto formado por um ambiente inanimado (solo, água, atmosfera) e os seres vivos que habitam na terra” (Gn 1.6-1O).A terra tem um rico ecossistema que faculta aos seres vivos as condições de viverem harmoniosamente. Esses seres: animais e vegetais vivem em função uns dos outros (Gn 1.11,12,20- 22). Se tal sistema vital for desrespeitado, muitos danos e desequilíbrios prejudicarão a todos, o que vem ocorrendo por toda a parte, pela ação predatória, ilegal e criminosa do ser humano.

O desmatamento irracional e perverso das florestas; a poluição dos rios e mares; a fumaça industrial na atmosfera; e tantos outros elementos corrosivos da natureza, alteram todo o ecossistema. Uma vez alterado o “meio-ambiente”, as conseqüências serão desastrosas, tais como acontece com as enchentes, a mortandade de peixes dos rios, enfim, a destruição da flora e da fauna em geral. Essa realidade deve despertar a Igreja de Cristo para o cumprimento do seu papel na sociedade, ensinando os cristãos a portarem-se com sabedoria nesse ambiente criado por Deus para nele vivermos, habitarmos e sermos felizes.

3. Desenvolvimento Sustentável. Devemos nos preocupar com esta questão na Escola Dominical? Lembremo-nos que nós como igreja, somos “o sal da terra e a luz do mundo” (Mt 5.13,14). O crente deve ser exemplo também como cidadão e membro da comunidade. É evidente que a comunidade política e a científica, e não a igreja, devem ser os vanguardeiros nesta luta, mas a igreja também, pois, enquanto aqui estivermos, usaremos os bens e os recursos deste mundo com a devida prudência e sabedoria (1 Co 7.3 1).

II. O ECOSSISTEMA CRIADO POR DEUS

1. O que o ecossistema representa para o homem. Ecossistema diz respeito ao equilíbrio da natureza criada; o ambiente do qual dependemos para viver. Quando Deus criou os céus e a terra (Gn 1.1- 3.6-11,14-18f20,21,24-28), estabeleceu regras e leis naturais para preservação do “meio ambiente”, com todos os elementos vitais da natureza que são a água, a terra, a vegetação, a atmosfera, os animais e o homem. Deus criou os céus e a terra do nada, isto é, sem o uso de material preexistente. Porém, o homem físico foi feito da argila da terra, isto é, “formado do pó da terra” (Gn 2.7). Os elementos moral e espiritual, alma e espírito, foram criados por Deus. Aqui merece destaque o fato de que a primeira criatura humana foi formada a partir de algo já existente, a terra, e foi- lhe conferida a capacidade de governá-la e preservar seu sistema de subsistência.

2. Deus plantou um jardim para o homem (Gn 2.8). Deus, ao preparar o jardim do Éden para o homem, entregou-lhe a missão de administrá-lo e preservar os seus valores, O homem foi feito mordomo de Deus na terra. (Gn 1.26; 2.15; Sl 8.6).

3. Deus estabeleceu leis naturais de preservação para o mundo criado. Ele estabeleceu leis que regulam todo o sistema físico criado, não só na terra, mas em todo o orbe. Ele fez separação entre dia e noite (Si 74.16; 148.3). Ele criou as estações e climas que promovem as mudanças e renovações de temperatura e suas manifestações (Gn 1.14; 8.22; Si 74.17). Ele controla a natureza de todo o universo (Si 19.1-6). Ele faz soprar os ventos e controla a medida das águas dos rios e mares (Jó 28.25). Ele criou leis biológicas onde as espécies se multiplicam e obedecem a estas leis (Gn 1.11,12). 

Ele criou as leis da meteorologia, isto é, as leis que regulam as estações, com sol, chuva, frio e calor (Jó 2 8.26; At 14.17). A preservação do meio ambiente é uma obrigação de toda a criatura humana. As conseqüências do descumprimento disso estão se tornando trágicas. Nada temos a ver com o movimento filosófico-religioso (e disfarçadamente ocultista) da Nova Era que endeusa o assunto em apreço, mas, por outro lado, somos administradores designados por Deus, da água que bebemos, das plantas que a terra nos dá para mantimento e do ar oxigenado que respiramos.

4. Deus criou o homem e o tornou o centro desse ecossistema. Ao criar o homem, Deus o dotou de santo temor, de capacidade, de inteligência, sentimento e vontade, por isso, o homem foi criado à sua imagem e semelhança (Gn 1.26- 28). Essa capacidade racional e sentimental tinha por objetivo fazer do homem o centro de toda a criação, o mordomo da criação. Por causa do pecado, a alma humana foi corrompida, e o homem passou a agredir os bens criados pelo Todo-Poderoso, isto é, o meio ambiente vem sendo agredido por causa do pecado e os seus recursos naturais prejudicados.

5. O homem foi feito guardião do meio em que vive. A Bíblia declara que o homem foi posto no jardim do Éden para o lavrar e guardar (Gn 2.15). Portanto, um mordomo é um guardião das coisas que Deus criou para benefício do próprio homem, O pecado afetou as relações entre o Criador e sua criatura (Ef 2.12-17). O próprio Deus preparou um plano de restauração dessa relação, estabelecendo a paz com o homem e desfazendo a inimizade.

III. A IMPORTÂIICIA DA RACIONALIDADE DO HOMEM
A diferença entre um ser humano e um animal é imensa, a começar do componente imaterial do ser humano, alma e espírito com seus atributos, a racionalidade e a personalidade. E isso sem falar no seu elemento físico (1 Co 15.39). Preservar a natureza é, para o homem, uma questão de racionalidade.

CONCLUSÃO

Nesta lição, aprendemos que somos cooperadores de Deus na manutenção do mundo que Ele criou e exercemos o papel de mordomos de todas as coisas vitais para nossa subsistência.
Lições Bíblicas CPAD 4º. Trimestre 2003

Os discípulos de Jesus e a questão ambiental

TEXTO DO DIA

“Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (Rm 8.22).

SÍNTESE
A responsabilidade ambiental dos servos de Jesus decorre do princípio bíblico da mordomia cristã.
TEXTO BÍBLICO = Gênesis 1.26-28.

INTRODUÇÃO

O Planeta Terra tem sofrido com a atuação devastadora do homem. A poluição e a degradação estão a afetar drasticamente o habitat em que vivemos e colocado em risco a própria vida humana. Nesta lição, veremos que a responsabilidade ambiental à luz das Escrituras Sagradas está contida no encargo que Deus entregou ao homem após o advento da Criação.

I. A BÍBLIA E A QUESTÃO ECOLÓGICA

1. O Criador da natureza. A Bíblia é muita clara ao registrar que a natureza faz parte da criação de Deus. No capítulo 1 de Gênesis temos o completo relato do princípio do universo e da vida. Todos os elementos da natureza, como o sol e lua, as árvores da floresta, a chuva e a neve, os rios e os córregos, as colinas e as montanhas, os animais e aves, foram criados pelo Senhor.
E tudo era bom. Essa é a razão pela qual a natureza é tão bela, e os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos (Sl 19.1). À luz das Escrituras e da doutrina da criação, portanto, entendemos que o universo não é fruto da evolução e do acaso, mas de um desígnio perfeito. Concluímos, também, que o Criador não se confunde com a sua criação, diferentemente do que afirmam as religiões panteístas — que entendem que Deus é tudo e tudo é Deus.

2. O homem e a mordomia. Após ter criado todas as coisas, Deus formou o homem e deu-lhe autoridade para dominar sobre tudo que criara (Gn 1.26). Dessa passagem bíblica, extraímos o conceito de mordomia. Isto é, a terra pertence ao Senhor (Sl 24.1), mas o homem é o mordomo, aquele que administra os bens de Deus aqui, o que implica responsabilidade, fidelidade (1Co 4.2) e zelo pela criação, pois o administrador deve prestar contas daquilo que não lhe pertence (Mt 25.14-22).

A responsabilidade humana pelo cuidado com a natureza fica mais evidente quando Deus põe Adão no jardim do Éden para o lavrar (servir) e o guardar (cuidar) (Gn 2.15). o Jardim foi plantado (heb. nãta) por Deus (Gn. 2.8), para que o homem pudesse cuidar e cultivá-lo. Aqui está o mandato cultural. Deus forma, mas o homem possui a responsabilidade de ser o mordomo do jardim. Nenhuma outra criatura recebeu esse encargo.

3. Cuidando da Criação. Ainda no Antigo Testamento, vemos o esmero de Deus com os animais e com a terra. O plano do Altíssimo para a nova civilização após o Dilúvio envolvia a preservação da espécie animal (Gn 8.17). O Senhor estabeleceu para a nação de Israel a guarda do sétimo ano para descanso da terra (Lv 25.1-7), com o objetivo de evitar a deterioração do solo pelo uso abusivo e egoísta. Proibiu, também, o tratamento cruel contra animais e aves (Dt 22.6.7; 25.4). Logo, usar com sabedoria e prudência os recursos naturais disponíveis é uma recomendação bíblica aos servos de Jesus.

II. O CRISTÃO E A RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

1. Agenda ambiental equilibrada. Se as Escrituras enfatizam a importância do cuidado com a criação divina, por que poucos crentes estão conscientes dessa responsabilidade ambiental? Raramente ouvimos, no meio evangélico, ensino a respeito do meio ambiente (dentro de uma perspectiva cristã), prevalecendo a ideia de que toda postura pró-preservação está vinculada ao panteísmo, às religiões orientais e ao sectarismo.

Embora esse equívoco ocorra, com a existência de grupos que defendem, de modo radical, o meio ambiente e os animais, os cristãos não podem se omitir no dever de cuidado da natureza pelos motivos corretos, abalizados na doutrina da mordomia cristã. Silas Daniel, na obra A Sedução das Novas Teologias, escreve a esse respeito: “Cristãos devem ter em sua agenda o discurso pró-preservação da natureza. Nada mais lógico. Repito: é bíblico. Porém, não devem fazer desse discurso algo parecido com uma religião nem ser hipnotizados por qualquer discurso apelativo dos ambientalistas de plantão. Em tudo, deve prevalecer o equilíbrio e a coerência”.

2. A volta de Jesus. Outra justificativa equivocada que muitos crentes utilizam para a falta de responsabilidade ambiental é o discurso escatológico. “Jesus está voltando, por que eu deveria me preocupar com o meio ambiente?”, indagam tais pessoas. Entretanto, a iminência da vinda de Cristo não deve servir de desculpa para uma vida cristã descompromissada e apática com as questões sociais, culturais e, até mesmo, ecológicas. 

Ainda que as tragédias naturais sirvam como sinal dos últimos tempos (Lc 21.11), os servos de Jesus não podem fazer parte do grupo daqueles que provocam tais sinais, interferindo no equilíbrio da natureza estabelecido pelo Senhor desde a criação. Uma vez que a desordem da natureza foi ocasionada pela Queda, pela qual toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora (Rm 8.22), é papel do crente agraciado pela redenção em Cristo Jesus, lutar contra os efeitos do pecado no mundo e vencer o mal com o bem (Rm 12.21).

III. PROTEGENDO O AMBIENTE

1. O que é meio ambiente. O meio ambiente, habitualmente chamado apenas de ambiente, “é o conjunto de condições, leis, influências e infra-estrutura de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Com efeito, a proteção do ambiente é, também, uma forma de proteção da própria vida humana, pois envolve todos os recursos naturais do globo, inclusive o ar, a água, a terra, a flora e a fauna.


2. Direito de todos. No Brasil, o meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito previsto na Constituição Federal, que assim estabelece em seu art. 225: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Como cidadão responsável e consciente, o cristão também possui o dever legal de defender e preservar os recursos naturais, tanto para a presente quanto para as futuras gerações. Que tipo de terra deixaremos para os nossos filhos?

3. Sustentabilidade e ética ambiental. A proteção ecológica envolve um conjunto de medidas que podem ser adotadas pelos servos de Jesus. É preciso encontrar o ponto de equilíbrio entre o desenvolvimento e a preservação dos recursos naturais, o chamado desenvolvimento sustentável.

CONCLUSÃO

Como discípulos e servos de Jesus, possuímos boas razões para zelar pela natureza. Porque a terra é do Senhor e toda a sua plenitude (1Co 10.26), e nós somos mordomos, cuidadores da sua criação. Desse modo, a responsabilidade ambiental do cristão não está amparada em conceitos panteístas e na onda “verde” do tempo atual, e, sim nas Escrituras Sagradas. Devemos, por isso, usar os recursos naturais de forma consciente e sábia, preservando-a para uma boa qualidade de vida tanto para a presente quanto para as futuras gerações, enquanto o Senhor não voltar.

Bibliografia

DORTCH. Richard W. Orgulho Fatal.

MAXWELL, John C. Os 5 Níveis da Liderança.