17 de dezembro de 2014

UM TIPO DO FUTURO ANTICRISTO



UM TIPO DO FUTURO ANTICRISTO

TEXTO ÁUREO = “Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não, será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem  do pecado, o filho da perdição” (2 Ts 2.3).

VERDADE PRÁTAICA = As conquistas ditatórias e as atrocidades de Antioco Epifânio dão uma noção do que será o futuro Anticristo na  Grande Tribulação

LEITURA BIBLICA = Daniel 11: 1-3,21-23, 31,36

INTRODUÇÃO

Essa seção de Daniel tem sido objeto de disputa desde os dias de Porfírio. A descrição detalhada dos eventos que ocorreram nos anos seguintes após a morte de Alexandre, o Grande, tem levado os críticos a especular uma data bem posterior para todo o livro de Daniel, mais precisamente na época dos reis selêucidas (312-64 a.C.), particularmente nos dias de Antíoco Epifânio.

O CONFLITO GRECO-PÉRSICO = 11: 1-4

11: 1-2 - O anjo do capítulo 10 aqui é identificado com a Média. Três reis ainda ficariam na Pérsia, mas o quarto que se seguiria enfrentará a Grécia. A ordem dos reis persas a partir de Ciro foi: Cambises, Smerdis, Dario Histaspes (Dario, o Grande), e O Xerxes (chamado Assuero no livro de Ester), que era forte e rico e provocou distúrbio contra a Grécia.

As lutas entre a Pérsia e a Grécia (11.2-4). A sucessão de reis brevemente descritas nessa seção da mensagem vai desde o reinado de Ciro, passando pelo ápice e queda do império persa, até Alexandre e o desmoronamento do seu reino. 

Embora doze reis persas tivessem reinado (incluindo um impostor, Pseudo-Smirdes), três foram escolhidos, antes que se levantasse um quarto rei de grande prosperidade. Esse rei geralmente é identificado como Xerxes I (Assuero, Et 1.1), o marido de Ester e um dos monarcas persas mais prósperos. Foi ele que instigou todos contra o reino da Grécia (2).   

11:3-4 - Um poderoso rei da Grécia enfrentaria a Pérsia ( d. 8:5-21). Este foi Alexandre, o Grande, mas seu reino mais tarde seria partido em quatro (cf. 8:22-25). A exatidão profética é admirável. Depois da morte de Alexandre, sua esposa e seu filho foram mortos, assim sua posteridade não recebeu nenhum império. O reino foi repartido em quatro divisões: O Seleuco fundou o Império Selêucida; Cassandro tomou a Macedônia; Lisimaco tomou a Trácia; e O Ptolomeu I governou o Egito. 

A identificação de Alexandre, o rei valente (3), que se levanta e reina com grande domínio, é bastante clara. Daniel anteviu que seu reino será quebrado e será repartido para os quatro ventos do céu (4) e ele não deixará posteridade para seguii10. Os quatro generais de Alexandre dividiram o reino e propagaram a helenização nas terras que governavam a ponto de a cultura grega prevalecer por toda parte.

O CONFLITO SIRIO-EGÍPCIO  = 11 :5-19

11:5 - O Sul é o Egito (veja 8), e seu rei, Ptolomeu I, era um chefe forte, mas um outro príncipe de Alexandre era ainda mais forte. Este parece ser Seleuco I Nicator, rei do Norte (Síria). Judá se tornou uma espécie de bola jogada para a frente e para trás entre estas duas potências dominantes.

11: 6-8 - A filha do rei do Sul (Berenice) foi dada em casamento ao filho do rei no Norte (Antíoco I) num esforço para formar uma aliança entre estas duas potências. Mas não deu certo porque a esposa que Antíoco afastou (Laodice) acumpliciou-se para matar Berenice. Contudo, um irmão dela ("renovo da linhagem dela"), Ptolomeu m, veio e batalhou com sucesso contra o Norte e levou cativos na volta para o Egito.

11: 9-11 - O rei do Norte ataca o rei do Sul, sem sucesso; por isso ele voltou para casa. Seus filhos, estimulados com isto, invadem o Egito com um grande exército. Contudo eles também foram batidos e, de fato, muitos são levados cativos.

11: 12-13 - O rei do Egito orgulha-se de si devido ao seu grande sucesso, mas seu tempo de jactância dura pouco, pois o rei do Norte retoma com um exército maior, melhor equipado.

11: 14-16 - Parecia a certos judeus ("dados à violência dentre o teu povo") que o Egito estava para cair, por isso eles se revoltaram e se juntaram em esforço para derrubar o Egito. Mas não conseguiram, pois quando o rei da Síria derrubou o Egito, ele também veio contra a "terra gloriosa" (palestina), e ninguém foi capaz de resistir-lhe.

11: 17 - O rei do Norte (Antíoco, o Grande) tentou estabelecer-se dando sua filha em casamento num esforço para manter uma aliança com o Egito; porém ela se volta contra ele, sendo leal ao seu esposo antes que a seu pai.

11: 18-19 - Ele então volta sua atenção para as ilhas do Mediterrâneo e consegue capturar muitas, mas logo seus avanços são impedidos e ele tropeça e cai.


A ASCENSÃO DE ANTÍOCO EPIFÂNIO =11 :20-35.

11: 20-21 - O "homem vil" que obtém o reino por manobra política ("intrigas") é Antíoco Epifânio, que governou a Síria de 175 a 164 a.C. Este é o mesmo chamado "chifre menor" em Daniel 8:9-12.

11: 22 - Com grande força ele consegue derrubar o príncipe da aliança, provavelmente se referindo ao sumo sacerdote. Nos anos de 169 - 167 a.C., Antíoco tomou a cidade de Jerusalém e saqueou o templo.

11: 23-24 - Submetendo pequenos grupos, um de cada vez, Antíoco se tornou progressivamente mais forte. Ele entrou numa rica cidade egípcia atrás da outra por trapaça (enganosamente), quando o povo realmente pensava que ele estava trazendo paz e segurança. Assim ele foi capaz de fazer o que seu pai não tinha feito - conquistar o Egito.

11: 25-26 - O rei do Egito sobe à batalha contra ele com um exército poderoso, mas não resiste. Até mesmo seus amigos ("os que comerem os seus manjares") ajudaram na sua derrota, dando mau conselho militar.

11: 27 - Os dois reis sentam-se a uma mesa de paz, mas dizem mentiras um ao outro. Contudo, seus reinados durariam de acordo com o cronograma divino, "porque o fim virá no tempo determinado". Deus tem suas mãos nos controles!

11: 28-29 - Epifânio retomou à Síria levando grande espólio de guerra. Seu coração, contudo, estava contra a aliança santa, que se refere a Israel e sua adoração a Deus.

11: 30-31 - Os navios de Quitim (os romanos) também estavam no Egito. A história diz que os romanos traçaram um círculo na areia e ordenaram a Antíoco que não saísse dele enquanto não retomasse ao lugar donde tinha vindo. Em angústia e amargura, ele retomou e descarregou sua ira em Israel.

Nos anos 169 - 167 a.C. Antíoco tomou a cidade de Jerusalém, pilhou o templo, e ordenou que os judeus adorassem o ídolo grego que ele colocou no templo. Ele acabou com os sacrifícios diários e poluiu o altar oferecendo carne suína sobre ele. Proibiu a circuncisão, a observância do sábado, e a posse de cópias da lei.

11:32 - Alguns poderiam ser enganados para cometer um erro, mas os fortes não cediam a Antíoco e resistiriam a ele. Talvez isto se refira aos macabeus.


11: 33-35 - Grande perseguição contra o povo de Deus separa o restolho do bom. Os fortes se mantiveram com a verdade, mas muitos foram mortos. Isto foi cumprido com os macabeus que começaram em 168 a.C. coma revolta de Matatias, o velho sacerdote, que foi seguido por seus cinco filhos.

OS ROMANOS = 11 :36-45.

11: 36 - Quem é este rei? Há várias interpretações: Alguns tomam a posição que Antíoco Epifânio ainda está em consideração; O comentarista Young vê este como o Anticristo; Ainda outros dizem que são os romanos. Em vista do contexto a seguir, os romanos parecem ajustar-se melhor. Algumas das razões são:

11:30 - Os navios de Quitim (Roma) já foram apresentados como vindo contra Antíoco Epifânio.

11:36 - Exalta-se e engrandece-se acima de todos os deuses e blasfema contra o Deus dos deuses. Isto certamente se ajusta aos imperadores romanos que forçaram a adoração deles mesmos como deuses e perseguiram os cristãos (Apocalipse 13:5-7).

11 :36 - Prosperará até que a indignação seja completada, ou seja, "a destruição do poder do povo santo" (Daniel 12:7; Apocalipse 12:14).

Conquistado o Egito; a Líbia e a Etiópia se tornam suas cativas. Isto não se ajusta a Epifânio, que ficou falido, mas descreve os romanos que ficaram ricos com muitos despojos.

Todos estes fatos apontam para Roma e está certamente de acordo com o livro de Daniel que, consistentemente, incluía quatro impérios dentro de seu escopo de profecia (Daniel 2; 7).

O rei obstinado - o Anticristo (11.36-45). Jerônimo deu uma dupla interpretação a essa parte (11.21-45): a primeira, em referência a Antíoco Epifânio, e a segunda, ao Anticristo.18 Mas muitos comentaristas conservadores, incluindo Youngl9 e Seiss,20 entendem que os versículos 21-35 se referem de maneira apropriada a Antíoco e secundariamente ao Anticristo, e os versículos 36-45 devem referir-se a alguém maior, mais profano e ímpio do que Antíoco.

E esse rei fará conforme a sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas incríveis e será próspero (36). Aqui a figura clara de Antíoco começa a desvanecer no meio da escuridão e um aspecto disforme do Anticristo começa a tomar forma nas sombras do pano de fundo. 

Lembramo-nos das advertências de Paulo acerca do "homem do pecado" (2 Ts 2.3-4) e da visão de João acerca da "besta" (Ap 13.5-8). Vemos claramente refletido o "pequeno chifre" dos capítulos 7 e 8 de Daniel. Uma diferença interessante aparece quando comparamos os dois pequenos chifres com esse rei furioso do capítulo 11. Enquanto o pequeno chifre do capítulo 8 e o rei furioso do capítulo 11 estão relacionados ao terceiro reino da profecia de Daniel, a Grécia, o pequeno chifre do capítulo 7, surge do quarto reino, Roma. Talvez isso nos deve lembrar que o Anticristo vai procurar tomar para si toda a glória e poder do empreendimento humano e combinar a cultura da Grécia e a glória de Roma. Não nos deveria surpreender que o caráter culminante do mal buscará usurpar para si toda a bondade humana bem como a adoração divina.

11: 37-39 - Os dominadores romanos eram devotados ao "deus das fortalezas". O poder era o seu deus. Eles adorariam e serviriam qualquer deus contanto que isso significasse que eles conquistariam.

11: 40-41 - Ele derrotartanto o Norte como o Sul. Ele entra, também, na "terra gloriosa."

11: 42-43 - Conquistando o Egito, ele obteve muitos despojos e os líbios e os etíopes se tornaram seus cativos. Isto só poderia se ajustar aos romanos.

11: 44-45 - Notícias do Oriente (partas) e do Norte (germanos) sempre perturbaram Roma, e nunca foram realmente submetidos por Roma. Ainda que Roma plantasse seus próprios tabernáculos na Palestina (a terra entre o mar Mediterrâneo e o monte santo, monte Sião), o fim deste reino mundial foi também determinado por Deus.

Mas virá o seu fim (45). O poder e a fúria impressionantes do Anticristo estão destinados a um fim rápido. "Um tempo, e tempos, e metade de tempos" (7.25), a metade da semana (9.27), "um tempo, de tempos e metade de um tempo" (12.7) correspondem com Apocalipse 12.14 no sentido de que os dias do Anticristo estão contados pelo Todo poderoso. Paulo declara que "o Senhor desfará pelo assopro de sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda" esse "ímpio" (2 Ts 2.8). Então, embora arme as tendas do seu palácio entre o mar grande e o monte santo, ele verá o seu fim no "ardente lago de fogo e de enxofre" (Ap 19.20). 


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus 

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

www.estudosdabiblia.net
Comentário Bíblico Beacon Daniel

UM TIPO FUTURO DO ANTICRISTO

Dn 11.1-45

Neste capitulo trataremos de um personagem que se destaca dentro da profecia de Daniel e envolve fatos que já aconteceram e se cumpriram historicamente, O cumprimento dessas profecias fortalece a confiança e a credibilidade das visões e revelações de Daniel. Porém, o personagem que aparece é um dos últimos reis do Império Grego, chamado Antioco Epifânio IV, da família dos ptolomeus, o qual será destacado pela crueldade e pelo desprezo às coisas sagradas. Ele aparece mais no final do capítulo 11.

O capítulo 11 traz urna profecia que abrange os dois últimos Impérios, o Medo-persa e o Grego. O seu cumprimento se inicia, literalmente, a partir do final dos dias da vida de Daniel sob o reinado de Dano, o medo. Neste capítulo Deus revela a Daniel eventos proféticos que se cumpriram no período interbíblico, ou seja, aquele período entre o Antigo e o Novo Testamentos. Porém, a revelação maior dessa profecia diz respeito ao personagem histórico Antíoco Epifânio. Esse personagem refere-se a um futuro rei com as mesmas caraterísticas que aparecerá, escatologicamente, no futuro, como o Anticristo revelado no Novo Testamento. As profecias do capítulo 11 se cumpriram e ocorreram entre os reinados de Dano, o medo (539 a.C.) e Antíoco Epifânio (175-163 a.C.).

Porém, a parte do texto dos versículos 36-45 diz respeito a Israel em tempos ainda não cumpridos e que estão relacionados intima- mente com os capítulos 12 de Daniel e 13 de Apocalipse.

I- PREDIÇÕES PROFÉTICAS CUMPRIDAS COM EXATIDÃO (11.1 -20)

A exatidão do cumprimento das profecias (11.1)

“Eu, porém, no primeiro ano de Dano, o medo” (11.1). A importância dessa profecia é constatar a fidelidade e exatidão do cumprimento das profecias especialmente no período inter-bíblico, O primeiro ano do reinado de Dano foi em 539 a.C., conforme se pode constatar nos textos de Dn 6.1 e 9.1.0 anjo de 11.1 é mesmo anjo de 10.20,21 que veio a Daniel, não apenas para confortá-lo, mas continuar a revelar o futuro de dois Impérios: o medo-persa (com todos os seus reis) e o grego (11.2-4).

A revelação sobre o fim do Império Medo-persa (11 .2). Aparece no versículo 1 o rei “Dano, o medo” que é o mesmo de Dn 5.31. No capítulo 9.1, ele é chamado “Dano, filho de Assuero”. A história bíblica diz que Ciro constituiu a Dano como rei enquanto ele estava no campo de batalha na conquista de outras terras e nações. Porém, o versículo 2 fala de três reis e destaca um quarto. Os três primeiros reis persas em seqüência normal são, segundo Scofield, em seu comentário: Ciro II (550-530 a.C.), Cambises II (529-522 a.C.) e Dano I Histapes (521-486 a.C.). O quarto rei é Xerxes (486-465 a.C). Existe pouca informação acerca desses reis, sobre os quais Daniel citou que reinariam em sequência, não por muito tempo.

Porém, os dados proféticos são precisos e confirmados pela própria história. As evidências históricas do cumprimento da profecia são tão reais, que os críticos da Bíblia sugerem que a profecia foi escrita, pelo menos 400 anos depois de Daniel, depois que tudo tinha acontecido. Entretanto, a revelação futura dada a Daniel encontra respaldo histórico e credibilidade porque Deus cumpre sua palavra. Além dos fatos cumpridos, a profecia aponta para o futuro, com o aparecimento do Anticristo, um tipo de Antíoco Epifámo.

A revelação profética sobre o Império Grego (11.3).

Xerxes I, sucessor de Dano, o persa, foi o quarto e último rei do Império Medo-persa. Foi um rei que juntou muita riqueza, mas ao enfrentar a Grécia, conquistou a cidade de Atenas e isto irritou aos gregos. Despontava naquele tempo a liderança de Alexandre, o Grande, que reuniu todas as forças bélicas e humanas dos seus exércitos e derrotou a Xerxes, da Pérsia, vingando a nação grega. Portanto, em 331 a.C., Alexandre, o grande, “o rei valente” se levantou e suplantou o último rei dos medos-persas com grande força e domínio sem qualquer resquício de misericórdia (v. 3). Era jovem e cheio de energia, inteligente e perspicaz, porque foi capaz de persuadir com carisma seus subordinados para que se unissem a ele a fim de conquistar o mundo de então.

Com força pujante e implacável, Alexandre foi aumentando seu domínio geográfico e cultural conquistando outras nações. Ele procurou agregar os povos conquistados e tornar o seu domínio num “império unido”. Ele promoveu a miscigenação das nações conquistadas, para ter o domínio sobre todos. Ele formou um exército coeso e forte recrutando homens de todas as nações conquistadas. Em pouco tempo, para o contexto da época, suas conquistas ultrapassaram todos os índices de tempo para dominar e fazer o que lhe aprouvesse. Cumpria-se, de fato, a soberania de Deus dirigindo a história e fazendo valer a sua soberana vontade. Era a sua vontade exercida nos destinos das nações e, acima de tudo, especialmente para Israel.

A divisão do Império Grego por quatro generais (11.4-20)

“estando ele em pé, o seu reino será quebrado” (11.4). Muito cedo, aos 33 anos de idade, Alexandre morreu na Babilônia. Ele era “chifre ilustre” ou “a ponta grande” do bode peludo do capítulo 8.8, que representava a Grécia. 

Esse chifre foi quebrado (8.8) que representa o rei grego, cujo reino foi quebrado em 11.4. Sem seu líder principal, Alexandre, o Magno, o seu reino perdeu a força da unidade imperial e foi dividido por seus quatro generais: Cassandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu. Ainda que os historiadores neguem a questão da soberania de Deus no destino das nações, não temos o que duvidar. Fazendo uma relação comparativa das visões dos capítulos 7 ,8 e 11, temos no texto de Dn 7.6 a figura das quatro cabeças do leopardo alado, e depois, no texto de Dn 8.8 ternos a visão do bode peludo com quatro chifres notáveis.

As figuras são diferentes, mas as representações dessas figuras são as mesmas, porque falam do Império Grego e sua divisão, depois da morte de Alexandre, pelos quatro generais. São eles: Cassandro que reinou na Macedônia; Lisímaco que reinou sobre a Trácia e a Ásia Menor; Ptolomeu que reinou no Egito e, por último, Seleuco que reinou sobre a Síria e o restante do Oriente Médio. Essa divisão de remos aguçou a vaidade e a presunção desses generais que se fizeram reis e tramas de traição e morte envolveram esses remos.

(11.5-20) Nos versículos 5 a 20 temos uma sucessão de guerras entre esses quatro reis, especialmente, entre Egito e Síria, entre os remos do norte e do sul .Suplantou o rei do Norte, Antíoco Epifânio (entre 175 e 164 a.C.) o qual se tornou um tipo perfeito do Anticristo. Porém, dois desses reis da divisão do império se destacam: o rei do Sul e o rei do Norte. Da divisão do império, o rei do Sul é Ptolomeu. Com, ele se iniciou a dinastia dos Ptolomeus.

O texto diz que ele (o rei do sul -Egito) seria mais forte que o outro rei (o rei do norte - Síria). O sul era representado pelo Egito e o norte pela Síria. Detalhes históricos envolvendo esses dois remos culminam com conflitos entre ambos e com a superação do reino do sul (Síria).

Nos versículos 5 a 20 ternos uma sucessão de guerras entre esses quatro reis, especialmente, entre Egito e Síria, entre os remos do norte e do sul. Esse conflito entre os reis do norte e do sul (Egito e Síria), revelou ao final um personagem por nome Antíoco Epifânio, quando no ano 198 a.C., Jerusalém e Judéia passaram a ser província da Síria.

No versículo 15, o rei cio norte, Antíoco III, o Grande, se impõe sobre a Judéia e Egito e se apodera fortemente da Palestina (11.16). Esse rei, por causa da dívida com Roma, a fim de pagá-la, estabeleceu impostos financeiros pesados, tirando-os dos tesouros da Casa de Deus em Jerusalém. O filho de Antíoco III foi Antíoco IV, conhecido como Antíoco Epifânio



II - O RETRATO DO CARÁTER MAU DE ANTÍOCO EPIFÂNIO
(11.21-35)

Antíoco Epifânio, o glorioso

A presunção desse rei o fez adotar um novo nome e ele chamava a si mesmo “Teos Epifanes” ,isto é, “deus revelado”. Ele ascendeu ao trono da Síria em 175 a.C., e mesmo sendo rejeitado por muitos, fez questão de impor seu domínio pela crueldade. Sua ascensão foi ilegal, porque, para abrir caminho para o trono da Síria, ele o fez pelo modo mais ignominioso e detestável. Suas caraterísticas
diabólicas o tornaram o tipo mais próximo do futuro Anticristo.

“Depois, se levantará em seu lugar um homem vil” (11.21). Os quatro generais que se tornaram reis depois da morte de Alexandre, não se contentaram com suas regiões geográficas porque suas ambições os fizeram tramar intrigas entre si, matando e assassinando opositores para ostentarem mais riquezas do que já tinham. Queriam mais e mais e começaram a buscar mais terras e partiram para a luta entre si. Seleuco IV, da Síria, ocupava o trono da Síria em Antioquia e reinou de 187 a 175 a.C., morreu envenenado e seu filho deveria assumir o trono, mas seu tio Antioco Epifânio tomou o trono da forma mais ignominiosa e detestável possível. Antíoco Epifânio assumiu o trono sírio e mudou seu título de Antíoco IV para Antioco Epifânio, isto é, o glorioso.

Antíoco Epifânio foi um rei perverso

“mas ele virá caladamente e tomará o reino com engano” (11.21). Ele chegou ao poder em 175 a.C. e tinha apenas 40 anos de idade. Segundo a história, reinou apenas onze anos, e morreu em 164 a.C. Porém, em seus poucos anos de reinado usou de todos os artifícios de mentira, engano, astúcia, lisonjas e crueldade como ninguém o fizera.

Para se manter no poder Antioco Epifânio não tinha qualquer escrúpulo. Sua ascensão ao trono da Síria foi através de intrigas e engano (11.21) e tinha sede de conquista derramando o sangue dos seus adversários em muitas guerras. Enriqueceu com os despojos das guerras, quando lutou contra o Egito                 ( 11 .2528),

O versículo 21 o chama de “homem vil”, porque fingindo amizade e aliança, entrou n o Egito e se apoderou do reino de Ptolomeu Filometer.




Antíoco Epifânio invadiu Jerusalém

(11.25-28) Antíoco Epiranio, depois de ter entrado no Egito e ter tomado posse do reino de Ptolomeu VI (vv. 25,26), resolveu investir contra a Terra Santa, especialmente, Jerusalém. Ele tinha um ódio enorme contra Israel. Por isso, partiu para a profanação do templo dos judeus e fez cessar os sacrificios diários (11.30,31). Houve resistência da parte de judeus fiéis que não cederam aos abusos de poder e de arrogância desse rei sírio. Ele ordenou o sacrificio de porcos sobre o altar sagrado dos judeus para profanar o Santuário.

Antíoco Epifânio era cruel

(11.31-35) Ao invadir Jerusalém, Antíoco Epiflhnio não teve escrúpulo algum para desrespeitar valores morais, éticos e higiênicos tão importantes na sociedade de Israel. Estabeleceu regulamentações contra a circuncisão, a observação do sábado, e outras práticas dietéticas do povo de Israel. O versículo 31 fala da “abominação desoladora”, quando construiu um altar a Zeus, deus pagão, sobre o altar dos holocaustos no templo.

III - ANTÍOCO EPIFÂNIO, ARQUÉTIPO DO ANTICRISTO

0 “homem vil” que chega ao poder

“E esse rei fará conforme a sua vontade”(11.36). Até o versículo 35 a história se cumpriu perfeitamente. A partir do versículo 36, os fatos acontecem de modo especial e fala de um rei que agirá segundo a sua própria vontade. Trata-se de um homem que chega ao poder, prospera, cresce em poder e, então, investe contra o Deus de Israel. Esse rei, na figura de Antíoco Epifânio, assume o papel de divindade. Essa profecia tem o respaldo do Novo Testamento nas palavras de Paulo, quando diz que “se opõe contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto”( 2 Ts 2.4).

Esse “homem vil” prefigura o futuro líder mundial no “tempo do Fim”

“E no fim do tempo” (11.40). Na verdade, os versículos 40 a 45 retratam as lutas finais de Antíoco Epifânio com o Egito, o rei do Sul, seu rival maior naquele tempo. Porém, a descrição desses conflitos prenunciam os atos futuros do Anticristo. No versículo 45 está descrito o fim de Antíoco Epifãnio. Ninguém ostenta uma glória que só pertence ao Deus Todo-Poderoso. Nos versículos 36-45 está descrito que ele fará conforme sua própria vontade. Quando o versículo 40 fala do “fim do tempo” estava apontando, não só para o fim do personagem histórico Antíoco Epifânio, mas estava apontando para um tempo especial que a Bíblia descreve como sendo a Grande Tribulação, identificada como a 70 Semana do capítulo 9.27.
(11.41) Segundo o texto, os reis do norte e do sul (Egito e Síria) se unirão numa coligação de nações na “terra gloriosa”( 11.41) para a grande batalha do Armagedom, onde o Anticristo será derrotado na A Segunda Vinda de Cristo (Ap 19.11-20).

(11.41-43) Escatologicamente, esses versículos falam da extensão do reino do Anticristo. Ele entrará na “terra gloriosa” que é Jerusalém e promoverá grande perseguição aos judeus existentes. Os povos que rodeiam como Edom, Moabe e Amon, identificados hoje, como a Jordânia e pequenas nações próximas estarão sob o seu domínio. Porém, os povos do Oriente, como a China e rumores vindos do Norte, a Rússia, mobilizarão seus exércitos e poderes bélicos para combater o Anticristo na “terra santa”.

(11 . 44,45) A destruição do Anticristo. Esses versículos indicam que a força de governo do Anticristo será arrojada por terra e suplantada pela vinda gloriosa de Jesus Cristo, o glorioso Messias, desejado e sonhado dia e noite pelos judeus (Zc 14.1,2). Depois de sete anos da Grande Tribulação, no seu final, o Senhor matará com o sopro da sua boca e com o esplendor da sua vinda (2 Ts 2.7,8).

“mas o seu fim virá” (11.44,45). Subtende-se que a expressão “entre o mar Grande e o monte santo” refere-se ao Mar Mediterrâneo (“o mar grande”, e “o monte santo e glorioso” não é outro que não o lugar do Templo de Deus em Jerusalém. O Anticristo armará suas tendas militares em Jerusalém , nas cercanias do vale do Armagedon (Ap 16.16; Zc 14), mas será neste vale que ele será derrotado pelo Messias glorioso. O falso Profeta e ele serão lançados no lago de fogo para sempre, e o Senhor instalará seu reino de mil anos (Ap 19.11-21).

CONCLUSÃO

A Bíblia declara que o “último dia” não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja manifestado “o homem da iniquidade, o filho da perdição” que é o Anticristo (2 Ts 2.3).

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus                                                           Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS                        

Livro Integridade Moral e Espiritual = CPAD = Elienai Cabral