23 de junho de 2015

A RESSURREIÇAO DE JESUS




A RESSURREIÇAO DE JESUS

TEXTO ÁUREO = E, estando elas muito atemorizadas e abaixando o rosto para o chão, eles lhe disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos

VERDADE PRATICA = A ressurreição de Jesus e a garantia de que todos os que morreram em Cristo se levantarão do põ da terra.

LEITURA BIBLICA = Lucas 24.1-8

A RESSURREIÇÃO, 24.1-12

Para uma discussão detalhada a respeito dos versículos 1-6a veja os comentários sobre Mateus 28.1-10. Veja também Marcos 16.1-8.

Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia, dizendo: Convém que o Filho do Homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e, ao terceiro dia, ressuscite (6-7). Não tendo entendido as palavras de Jesus às quais o anjo se refere, as mulheres podem tê-las esquecido. O anjo lhes refresca a memória em um momento em que elas podiam entender a profecia à luz de seu recente cumprimento. Assim, tanto o entendimento do ministério de Jesus na terra como a fé dessas mulheres em sua divindade seriam enriquecidas e fortalecidas.

Mateus e Marcos omitem o lembrete angelical desta profecia. Em seu lugar, eles relatam a incumbência dada às mulheres de contar aos apóstolos que Cristo ia adiante deles para a Galiléia.

E, voltando do sepulcro, anunciaram todas essas coisas aos onze e a todos os demais (9). 
Veja os comentários sobre Mateus 28.8.

Para uma discussão a respeito do versículo 10, veja os comentários sobre Marcos

16.1. O nome de Joana é omitido no relato de Marcos. Ela era a esposa de Cuza, procurador de Herodes, mencionado em Lucas 8.3.

E as suas palavras lhes pareciam como desvario (11). Embora Jesus houvesse claramente profetizado a sua morte e ressurreição para seus discípulos, a concepção que estes tinham do Reino Messiânico não tinha lugar para tal idéia. Agora que chegara a hora, eles estavam tão indecisos e surpresos como se nunca tivessem ouvido as profecias do Mestre. 

Eles devem ter descartado totalmente essas previsões de suas mentes, como incompreensíveis, ou então as interpretaram espiritualmente. O esquecimento dos discípulos está em vivo contraste com a lembrança pelos membros do Sinédrio a esse respeito.

Estes líderes judeus se lembravam que Jesus havia previsto a sua ressurreição após três dias, e foi por essa razão que pediram a Pilatos que colocasse os guardas no sepulcro.’Para uma discussão a respeito do versículo 12, veja os comentários sobre João 20.2-10.

APARIÔES DO SENHOR RESSUSCITADO, 24.13-49

1. O aparecimento de Jesus na Estrada para Emaús (24.13-27)

Godet classifica esta parte como uma das mais admiráveis do Evangelho de Lucas.2 O relato é peculiar a Lucas, embora Marcos faça, de fato, uma breve referência a este acontecimento (Mc 16.12-13).

E eis que... dois deles (13). Não dos Doze, mas dois do círculo mais amplo dos discípulos. Eles poderiam ser um homem e sua esposa. Um é identificado no versículo 18. O outro tem sido objeto de considerável conjectura, tendo Lucas sido identificado por alguns, mas não há evidência real que nos permita determinar quem seria este discípulo anônimo. Com respeito àquele a quem Lucas identifica como Cleopas, uma abreviação de “Cleopatros”, nada se sabe além de seu nome.3 No mesmo dia. O dia da ressurreição, o primeiro dia da semana. Para uma aldeia... cujo nome era Emaús. A aldeia chama- se hoje Kolonieh, e é assim chamada porque o imperador Tito fez dela uma colônia para alguns de seus veteranos de guerra. Está localizada, como diz Lucas, a cerca de sessenta estádios de Jerusalém. Um estádio mede 606.75 pés. Portanto, essa aldeia estava a cerca de onze quilômetros de Jerusalém.

E iam falando entre si de tudo aquilo que havia sucedido (14). Os acontecimentos ligados à morte de Cristo, e o muito incompleto relato de que Ele havia ressuscitado dentre os mortos.

E... indo eles... fazendo perguntas (15). Eles estavam tentando dar sentido a uma confusa mistura de fatos, relatos e noções preconcebidas do Reino Messiânico e seus próprios sentimentos pessoais a respeito de Jesus. Era como um quebra-cabeças que parecia ter alguns pedaços faltando, enquanto outros pareciam não fazer parte dele.

O mesmo Jesus se aproximou e ia com eles. Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecessem (15-16). Ou seja, alguma coisa “fechou” os olhos deles, de tal forma que não puderam reconhecê-lo.

Uma coisa que não permitia que esses discípulos reconhecessem Jesus era o fato de que, conforme expresso por Marcos, Ele “manifestou-se em outra forma” (Mc 16.12). De alguma forma, sua aparência pessoal estava mudada. Maria Madalena havia visto o Senhor ressuscitado, sem reconhecê-lo, embora ela o tivesse encontrado nas vizinhanças de seu túmulo (Jo 20.15).
O disfarce de Jesus foi mais eficaz aqui devido à incredulidade dos discípulos em relação à ressurreição, e também pelo seu repentino aparecimento na estrada para Emaús.

E ele lhes disse: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós
e por que estais tristes? (17). O Mestre não precisava que lhe dissessem qual era o tema da conversa deles. Esta foi, simplesmente, a maneira que Ele utilizou para juntar-se à discussão, o que Ele fez a fim de ensinar-lhes algumas verdades valiosas.

E..um... disse-lhe: Es tu só peregrino em Jerusalém? (18) — literalmente: “Estás em Jerusalém de passagem?” Esta pergunta implica que eles sabiam que Ele havia escutado pelo menos parte da conversa deles. Talvez Ele tivesse caminhado com eles em silêncio, por um curto espaço de tempo, antes de se juntar à discussão. Qualquer um que não fosse um forasteiro em Jerusalém, naquela manhã, saberia a importância, bem como o teor, da conversa sobre Jesus de Nazaré.

E ele lhes perguntou: Quais? (19). Ele queria que eles lhe dessem informações que lhe permitissem ensinar suas verdades a respeito do assunto. E Ele queria fazer isso sem revelar a sua identidade — pelo menos por enquanto. Ele também estava lhes dando uma oportunidade de abrirem seus corações para Ele. E eles lhe disseram: As que dizem respeito a Jesus, o Nazareno. Com a certeza de que Ele era um forasteiro, eles relatam breve, mas vividamente, e com profunda emoção, a história de Jesus: que Ele era um profeta poderoso em obras e palavras, que fora condenado por intermédio dos esforços dos líderes judeus, e que fora crucificado. Eles, provavelmente, incluíram outros detalhes não relatados por Lucas.

E nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel (21). Eles ainda o amavam; sofriam profundamente por Ele. Mas pode um Messias morto redimir Israel? Eles estão pensando no Rei-Messias, aquele que expulsaria os romanos e faria com que Israel se tornasse novamente uma grande nação.

Mas, agora, com tudo isso, é já hoje o terceiro dia...algumas mulheres... nos maravilharam, as quais de madrugada foram ao sepulcro; e, não achando o seu corpo, voltaram, dizendo que também tinham visto uma visão de anjos, que dizem que ele vive (2 1-23).
Este relato das mulheres parece ter confundido estes dois discípulos, ao invés de tê-los encorajado. Eles ainda continuaram tristes (versículo 17), e a esperança que tinham de que Jesus fosse o Messias já era parte do passado. Eles tinham dois problemas: primeiro: Será o relato verdadeiro? e, segundo: O que tudo isso significa em termos do messianato de Jesus e da própria felicidade deles? Até o momento, eles parecem estar suspensos entre a esperança e o desespero.

E alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro e acharam ser assim
como as mulheres haviam dito, porém, não o viram (24). Esta investigação havia resultado na corroboração parcial, mas não na explicação.

Eles viram o sepulcro vazio, mas não viram Jesus. O sepulcro vazio era uma valiosa evidência sustentadora, mas somente a presença do Cristo ressuscitado satisfaria esses discípulos.

E ele lhes disse: O néscios e tardos de coração para crer tudo o que os
Profetas disseram! (25). A palavra traduzida como néscios significa “fracos de entendimento”. Ela não tem a conotação maligna que a palavra usada em nosso idioma tem em seu uso diário. Esta não é a mesma palavra usada em Mateus 5.22, onde somos proibidos de dizer: “Louco” aos nossos irmãos. Godet destaca que esta palavra, néscios, se refere ao entendimento, enquanto a palavra traduzida como tardos se refere ao coração. Jesus está lhes dizendo que eles haviam entendido incorretamente a predição profética relacionada ao ministério messiânico, e que esta deficiência se devia tanto a uma falta de compreensão intelectual como a uma indolência espiritual. Uma maior aplicação intelectual, aliada a uma devoção mais profunda e intensa a Deus e à verdade, os teria levado à solução de seus problemas.

Porventura, não convinha que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória? (26). A palavra convinha significa a necessidade do sofrimento do Cristo. Seus sofrimentos eram necessários para a redenção do homem, e eram o caminho pelo qual Ele entraria na sua glória — a glória que começa com a sua ressurreição.

E, começando por Moisés... explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras (27). Esta era a primeira extensa e precisa lição sobre os ensinos messiânicos das Escrituras do Antigo Testamento que eles recebiam. Que lição deve ter sido esta, ministrada pelo próprio Senhor ressuscitado! Neste panorama das Escrituras hebraicas, Jesus fez um inconfundível retrato de si mesmo, de como Ele havia vivido, ensinado e sofrido, e de como Ele era agora — o Senhor ressuscitado. Embora eles não o tivessem visto antes, este quadro e o retrato do rei messiânico estão claramente desenhados no Antigo Testamento.

2. O Mestre é Reconhecido (24.28-35)

E chegaram à aldeia... e ele fez como quem ia para mais longe. E eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco (28-29). Evidentemente estes dois discípulos, talvez marido e mulher, viviam na aldeia de Emaús e estavam retornando de Jerusalém para sua casa. O movimento de Jesus para ir adiante, ao chegarem à casa deles, não era enganoso. Como indicado por Spence, Ele teria ido em frente, se eles não o tivessem convidado para ficar.

O convite deles testemunha a cortês hospitalidade e o interesse de ambos por este Forasteiro — um interesse e respeito que devem ter crescido bastante durante o curto período que haviam caminhado juntos.

E... estando com eles à mesa, tomando o pão, o abençoou e partiu-o e lho deu. Abriram-se-lhes, então, os olhos, e o conheceram (30-3 1). Esta foi quase uma repetição da Ceia do Senhor, que fora instituída havia poucos dias, e que lhes falava de uma comunhão abençoada e santa. Não é de admirar que seus olhos se tenham aberto; não é de admirar que eles o tenham conhecido! Este Forasteiro com quem se dispuseram a compartilhar o seu pão era o Salvador, que estava pronto e capacitado a lhes dar o Pão da Vida. Este Forasteiro, que estava à mesa deles, de repente se tornou o Chefe da casa, o Mestre do banquete, e assim Ele será em cada lar e em cada coração onde for convidado a residir.

E ele desapareceu-lhes. Não somos capazes de entender a natureza do corpo ressuscitado que permitiria um movimento tão livre como vemos aqui e em outras passagens na história do Cristo ressuscitado. O corpo de Nosso Senhor era real e não apenas aparente. Ainda assim, estava isento das limitações comuns do corpo humano.

Nestes dois versículos (30-3 1) que descrevem a refeição em Emaús, Maclaren nota que os três pontos da narrativa são: 1) A distribuição do pão; 2) A descoberta; 3) O desaparecimento.

E disseram um para o outro: Porventura, não ardia em nós o nosso coração quando... nos falava e... nos abria as Escrituras? (32). Agora que o haviam reconhecido como o Senhor Jesus, eles entenderam porque seus corações queimavam quando Ele lhes ensinava ao longo do caminho. Estes não foram os últimos discípulos de Cristo que passaram pela experiência do coração ardente. A Palavra Viva, a Revelação de Deus, havia comunicado a verdade divina e seus espíritos libertos responderam naturalmente à sua voz — que era, sem dúvida, a voz de Deus.

E, na mesma hora, levantando-se, voltaram para Jerusalém e acharam congregados os onze..os quais diziam: Ressuscitou, verdadeiramente, o Senhor e já apareceu a Simão (33-34). O espanto e a emoção que sentiram estava em completo contraste como pessimismo destes discípulos quando começaram a caminhar para Emaús Desconsiderando completamente os perigos que os espreitavam na estrada semidesértica à noite, retornaram logo a Jerusalém. Porém, as alegres notícias deles teriam que aguardar até que uma segunda aparição do Senhor ressuscitado fosse relatada. Ao entrarem na residência dos onze, ouviram as palavras de júbilo de um discípulo entusiasmado, que dizia: Ressuscitou, verdadeiramente, o Senhor e já apareceu a Simão. A evidência estava começando a se multiplicar.

E eles lhes contaram o que lhes acontecera no caminho, e como deles foi conhecido no partir do pão (35). Eles relataram todo o episódio, desde a triste conversa até à gloriosa percepção da presença do Senhor. A expressão partir do pão tem implicações sacramentais definitivas, especialmente quando nos lembramos de que na ocasião em que Lucas estava escrevendo o seu Evangelho, esta expressão era o nome habitual da Ceia do Senhor.

3. O Senhor Ressuscitado Visita os Seus Discípulos (24.36-43)

E, falando ele dessas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles(36). Tanto João como Lucas situam esta aparição no anoitecer do dia da ressurreição de Cristo. João nos informa que “cerradas as portas... com medo dos judeus...” (Jo 20.19). A expressão Jesus se apresentou no meio deles indica uma aparição repentina em vez de uma entrada perceptível. E disse-lhes: Paz seja convosco. Esta era a saudação judaica usual. Mas, desta vez, ela tinha mais do que o significado habitual para os discípulos de Jesus. Ela transmitia uma mensagem de conforto, coragem e esperança. Para informações adicionais a respeito deste e dos versículos seguintes desta seção, veja os comentários sobre João 20.19-23.

E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito. Eles tinham discutido, com júbilo, os relatos de suas aparições pós-ressurreição e deveriam estar esperando que Ele aparecesse a todos eles. Mas, apesar da alegria e da esperança deles, sua aparição repentina — quando todas as portas estavam fechadas — os aterrorizou. Apesar da aparente contradição de sentimentos aqui, temos que confessar que a reação deles foi muito humana e muito normal. A única explicação que parecia de alguma forma razoável para eles, no momento, era que se tratava de um espírito. Como é que Ele poderia aparecer desta maneira?

Neste ponto parece haver uma contradição entre Lucas e João, pois João diz: “Os discípulos se alegraram, vendo o Senhor” (Jo 20.20). Entretanto, João evidentemente se refere à situação de alguns momentos depois, após terem se recuperado da aparição súbita e sobrenatural, e depois de Jesus tê-los tranqüilizado com suas preciosas palavras.

E ele lhes disse: Por que estais perturbados... Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos (38-39). Jesus prossegue mostrando-lhes que seus medos eram infundados e que a sua noção de que Ele era um espírito desencarnado estava errada. Ele primeiro lhes mostra suas mãos e pés — as cicatrizes da recente crucificação. Espíritos não têm cicatrizes das feridas terrenas. Ele, então, os convida a apalpá-lo — para sentir a carne sólida de um corpo material. Espíritos não têm materialidade; eles não têm carne e ossos.

E, não o crendo eles ainda por causa da alegria e estando maravilhados (41); isto é equivalente à nossa expressão moderna: “é bom demais para ser verdade”. Era tão maravilhoso que eles temiam que pudesse não ser verdade. Estavam alegres e, ao mesmo tempo, com medo, como alguém que de repente consegue o que desejava mais do que qualquer outra coisa no mundo.

...disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que comer? Então, eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado e um favo de mel, o que ele tomou e comeu diante deles (41-43). Esta é a terceira demonstração de sua materialidade. Espíritos não comem peixe e mel. Em todas estas demonstrações, nosso Senhor está tentando mostrar que o que os discípulos vêem diante de si não é o espírito desencarnado de um Jesus de Nazaré morto, mas o corpo ressuscitado do Filho de Deus encarnado. Ele está mesmo diante deles — corpo, alma e espírito. Sua ressurreição é, em todos os sentidos, uma gloriosa realidade.

4. A Incumbência e a Promessa (24.44-49)

Deste ponto até o final do Evangelho, o leitor deve saber que há uma passagem de tempo que Lucas não deixa particularmente clara na narração. Se este Evangelho fosse a única fonte de informação referente ao período entre a ressurreição e a ascensão de Jesus, o leitor poderia ficar com a impressão de que não teriam se passado mais de vinte e quatro horas. Mas o próprio Lucas nos informa, em Atos 1.3, que aquele período durou quarenta dias. Não é claro se a instrução relatada na seção presente foi dada aos discípulos na noite da ressurreição do Senhor, na mesma ocasião do versículo anterior, ou mais tarde. Mas esta falta de informação não afeta a interpretação.

São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco (44). Jesus se refere ao seu ministério, até à hora da sua crucificação, como a alguma coisa que já fazia parte do passado. As palavras estando ainda convosco não só predizem a sua ascensão, mas também indicam que mesmo naquele momento em que está falando, Ele não está “com eles”, no mesmo sentido usado anteriormente. Sua morte e ressurreição mudaram o mortal para imortal, e criaram uma diferença entre eles que apenas a morte e a ressurreição deles próprios poderiam lhes permitir transcender.

Convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos. A Lei, os Profetas e os Salmos são as três principais divisões das Escrituras Hebraicas. Deste modo, Jesus está se referindo à série completa da profecia messiânica, da primeira promessa em Gênesis 3.15 até o Livro de Malaquias. Ele deixa claro um vinculo inseparável entre Ele mesmo e esta profecia do Antigo Testamento. O Senhor lembra aos seus discípulos que Ele deixou este ponto claro enquanto ainda estava com eles. Antes de sua morte, a ênfase era de que se cumprisse tudo, e se referia ao seu ministério terreno.

Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras (45). Não é dito exatamente de que modo Jesus lhes abriu o entendimento. E possível que Ele tenha feito isso explicando apenas o que as profecias messiânicas mencionavam.

Mas Spence sugere o que é provavelmente o verdadeiro significado deste versículo. Ele acredita que essas palavras foram ditas ao anoitecer da primeira Páscoa. Se for assim, a expressão de Lucas: então abriu-lhes o entendimento, equivale à declaração de João de que Jesus “assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo” (20.22). Quando nos lembramos que “inspiração” significa “respirar para dentro”, vemos a lógica da sugestão de Spence. Jesus, aqui, estava dando aos seus discípulos a inspiração necessária para que entendessem as Escrituras.

Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse... e, em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém (46-47). Aqui vemos a necessidade da redenção relacionada, no passado, às Escrituras do Antigo Testamento e, no futuro, à cruzada evangelística mundial e perene da Igreja. Os aspectos negativo e positivo da mensagem podem ser expressos assim: Não há salvação para ninguém sem a expiação; a salvação completa está disponível para todos os homens por meio da redenção.

E dessas coisas sois vós testemunhas (48). Os discípulos de Jesus tinham visto os seus atos e ouvido as suas palavras; eles receberam o presente da interpretação das Escrituras pela “inspiração” de Cristo. Após o Pentecostes, eles teriam a pureza e o poder necessários. Tudo isso deve ser cristalizado em uma missão sublimemente designada: sois vós testemunhas. Jesus dependia deles para a divulgação de sua mensagem — a notícia da salvação “Comprada-com-sangue”. Se eles falhassem, Ele não teria outra maneira de transmitir a sua Palavra. Mas eles não teriam que ir sozinhos; o Espírito Santo testemunharia tanto para eles, como através deles.

E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pais ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder (49). Esta foi uma ordem divina e até o seu cumprimento deve ter precedência sobre a incumbência divina. Até que recebessem o poder no Pentecostes, eles não estariam qualificados para levar a cabo a incumbência. O cumprimento da promessa e da ordem contida neste versículo ocorreu no Dia de Pentecostes, quando cerca de 120 discípulos foram santificados por intermédio do batismo no Espírito Santo.
As palavras do versículo 49 foram ditas por Jesus provavelmente no dia de sua ascensão, dez dias antes do seu cumprimento e quarenta dias após a ressurreição.

 A ASCENSÃO, 24.50-53

E levou-os fora, até Betânia (50) — significando uma parte do Monte das Oliveiras que dá vista para Betânia, pois em Atos 1.12 Lucas nos conta que Jesus ascendeu do Monte das Oliveiras. E, levantando as mãos, os abençoou — uma bênção sumo sacerdotal; o Senhor os estava abençoando por ocasião de sua despedida.

E aconteceu que, abençoando-os ele, se apartou deles e foi elevado ao céu
(51). Dos quatro autores dos Evangelhos, apenas Lucas nos fala da ascensão de Jesus, embora ela seja tomada como certa ao longo de todo o restante do Novo Testamento. Lucas expressa um tratamento completo deste tema em Atos 1.9-11.

E, adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém (52). A adoração a Ele dos discípulos foi um ato de homenagem a um ascendente, mas sempre presente, Salvador. A alegria deles mostra o quanto, agora, entendem a sua relação com Jesus. Eles sabem que não o perderam, mas de algum modo misterioso Ele estará mais próximo deles do que antes.
E estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a Deus (53). Esta declaração é amplificada em Atos dos Apóstolos. Lucas resume, assim, a vida posterior dos apóstolos por intermédio desta breve afirmativa, consciente de que pretendia cobrir o assunto detalhadamente em outra obra.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAIA

Lucas – Comentário Bíblico Beacon


A RESSURREIÇAO DE JESUS



A RESSURREIÇAO DE JESUS

TEXTO ÁUREO = E, estando elas muito atemorizadas e abaixando o rosto para o chão, eles lhe disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos

VERDADE PRATICA = A ressurreição de Jesus e a garantia de que todos os  que morreram em Cristo se levantarão do pó da terra.

LEITURA BIBLICA = Lucas 24.1-8

CONTRASTES HUMANOS QUANTO À RESSURREIÇÃO DE CRISTO

O ser humano tem dificuldade cm admitir a realidade dos grandes leitos do Criador; por isso, tenta ligar a veracidade dos fatos comprovados.

1. A incoerência dos guardas. Viram a manifestação do poder de Deus na ressurreição de Cristo e negaram. Declararam que Cristo fora retirado do túmulo, enquanto dormiam (Mt 28.11-15). Nisto há duas contradições:

a. Os guardas estavam sujeitos à morte, se dormissem e ocasionassem a fuga do preso (At 12.19).

b. Nada sabiam sobre o fato, se realmente dormiam. Receberam suborno, para negarem a ressurreição (de Cristo, com que Deus coroara a obra da redenção, consumada na cruz. A mentira, aceita por muitos, não impediu que a verdade prevalecesse, para felicidade dos que crêem.

2. A contradição das mulheres:

a. Constrangidas pelo amor, na madrugada do domingo, foram ao sepulcro, e levavam aroma para embalsamar o corpo de Jesus. Na sua incredulidade, entretanto, choravam, quando deviam estar alegres.

b. Discutiam como remover a pedra da entrada do sepulcro, quando esta já fora retirada (Mc 16.3,4).

c. Imaginavam que Jesus estivesse morto, quando Ele predissera que ressuscitaria ao terceiro dia.

3. Os discípulos no caminho de Emáus. Pensavam ser aquele “estrangeiro” o único que não conhecia os fatos ocorridos em Jerusalém, a respeito da morte de Cristo (Lc 24.17,18).

No entanto, Ele tudo sabia, pois havia morrido e ressuscitado. Os fatos se sucederam conforme as Escrituras registraram (Lc 24.25- 27).

PROVAS DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO

1. Provas incontestáveis. Lucas escreve que, aos discípulos, “depois de ter padecido, [Jesus] se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias” (At 1.3).

Aos dois discípulos, no caminho de Emáus, Ele falou de sua ressurreição, ao afirmar que se cumpriram as predições, e, “então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras” (Lc 24.45).

2. O testemunho dos anjos às mulheres. Ao reprová-las, disseram:
“Por que buscais entre os mortos ao que vive? Ele não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como vos preveniu, estando ainda na Galiléia, quando disse: importa que o Filho do homem seja entregue nas mãos de pecadores e seja crucificado e ressuscite no terceiro dia”
(Lc 24.4-7).

3. O testemunho de Maria Madalena. João registra a chegada de Maria Madalena ao túmulo vazio eo seu diálogo cornos dois anjos, que lhe certificaram da ressurreição do Senhor e que, logo após, viu Jesus em pé, o qual falou com ela, levando-a exclamar, convicta: “Rabôni! que quer dizer Mestre” (Jo 20.11-18).

4. Jesus, ressuscitado, apareceu várias vezes aos discípulos. Durante os quarenta dias que antecederam a sua ascensão, o Senhor Jesus apareceu aos seus discípulos em dez ocasiões, sendo as cinco primeiras no dia da ressurreição.

O Dr. Scofield expõe isto na seguinte ordem:

1) a Maria Madalena (MC 16.9- 11);

2) às mulheres que voltavam da sepultura com a mensagem do anjo (Mt 28.8-10);

3) a Pedro, provavelmente à tarde (Lc2 4.34 1 Co 15.5);

4) Aos discípulos, no caminho de Emáus, à tarde (Mc 16.12,13; Lc 24.13-32);

5) aos discípulos, na ausência de Tomé (Mc 1614; Jo20.19- 25);

6) no domingo seguinte, à noite, na presença de Tomé (Jo 20.26-29);

7) aos sete, junto ao mar da Galiléia(Jo 21.4-1). ).                                                                                                                                                                8) aos apóstolos e a mais de 500 irmãos (Mt 28.16-20; 1 Co 15,6);

9) a Tiago (1 Co 15.7)

10) seu último aparecimento registrado em sua ascensão no monte das Oliveiras (Lc 24.44-53; At 1.3-12).

5. O túmulo vazio. Se os inimigos tivessem leva4o o corpo de Jesus, eles o teriam destruído e nunca mais seria visto por alguém, como aconteceu várias vezes. Se os discípulos tivessem roubado o corpo do Mestre, não sacrificariam seus bens e suas vidas pela causa do Evangelho, pois pregariam uma mentira. O túmulo vazio revela que Jesus ressuscitou e é verdadeiramente o Filho de Deus (Rm 1.4).

6. O poder, a alegria e a devoção da Igreja. Estas qualidades existentes na Igreja primitiva constituem provas reais da ressurreição de Jesus. Se Ele não houvesse ressuscitado, não fosse visto pelos discípulos e nem tivesse falado com eles, estariam tristes, desapontados, escondidos, como procederam antes de vê-lo ressuscitado.

7. Os escritos do Novo Testamento. O Novo Testamento foi escrito por homens capazes de sacrificar suas vidas pela verdade e a justiça ensinadas por Jesus. Eles jamais escreveriam acerca de Cristo e seus ensinos, se Ele tivesse terminado sua missão em morte e desilusão (1Co 15.12-19).

8. O batismo no Espírito Santo. O batismo no Espírito Santo e as manifestações sobrenaturais na igreja constituem provas irrefutáveis da ressurreição de Cristo. Jesus falou da vinda do Espírito, em plenitude, logo após sua glorificação (Jo 7.38,39).
 
Pedro, no dia de Pentecoste, disse que Jesus fora exaltado à destra do Pai, e derramara o Poder do Alto sobre os discípulos (At 2.32,33). O Espírito Santo não teria descido no dia de Pentecoste, se Cristo não houvesse ressuscitado e subido ao Céu.

9. A regeneração dos que crêem em Cristo. Se Cristo não tivesse ressuscitado, o Cristianismo seria apenas uma das muitas religiões, sem algum poder regenerador. Os milhares de pessoas transformadas, regeneradas e salvas, são provas autênticas de que Cristo voltou para o Céu e enviou-nos o Espírito regenerador (Tt 3.5).

EFEITOS IMEDIATOS DA RESSURREIÇÃO

1. Trouxe alegria aos tristes. Maria Madalena chorava, ao pensar que Jesus falecera. A simples expectativa de um Cristo morto lhes trazia tristeza; porém, tinham maior angústia, ao imaginá-lo defunto. À Maria Madalena e aos demais discípulos se aplicam estas palavras: “Alegraram-se, portanto, os discípulos, ao verem o Senhor” (Jo 20.20).

2. Alertou a fé dos discípulos. Entre os duvidosos, Tomé parecia ser o mais incrédulo; mas, diante da real manifestação de Cristo ressuscitado, foi o primeiro a confessar: “Senhor meu, e Deus meu!” (Jo 20.28).

Todos seriam esmagados pelas dúvidas e perplexidades, incertezas e desapontamentos, se Jesus não houvesse ressuscitado.  Quanto a nós, não venceríamos as nossas dúvidas, se o corpo de Jesus continuasse no túmulo, ou tivesse sido roubado.

3. Mudou o rumo da vida dos discípulos. Entre a morte e a primeira aparição de Cristo, ressuscitado, muitos pensamentos negativos e pessimistas dominaram as mentes dos discípulos, que já se afastavam de Jerusalém, ao parecer-lhes terem abraçado uma causa perdida. Dois deles iam para Emáus, provavelmente ao retomo de suas atividades comuns. No entanto, ao ouvirem as palavras de Cristo, ressuscitado, mudaram de idéia (Lc 24.31-35).

a. Tiveram seus olhos abertos, para reconhecerem a Jesus (v.31); 

b. Seus corações, frios e insensíveis, tornaram-se ardentes (v.32);

c. Ao invés de permanecerem em Emáus, voltaram a Jerusalém, para testemunharem da ressurreição de Cristo aos discípulos e ao mundo, posteriormente. A certeza da ressurreição de Cristo nos anima a cumprir a nossa missão de testemunhar esta verdade.

EFEITOS REDENTIVOS DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO

Os efeitos da ressurreição de Cristo são experimentados e vividos por aqueles que nele crêem como Salvador pessoal.

1. Separa o pecador dos seus pecados (At 3.26). Em Jesus cumpriu-se o predito pelo salmista: “Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem. Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões” (Sl 103.11,12).Leia Miquéias 7.18,19.

2. Constrange-nos a pensar nas coisas lá do alto (Cl 3.1). Pensar nas coisas do Céu é um eficiente método de comunicar-se com Deus. Em nós estão os meios de contato com o Senhor ou com o Diabo. com o Céu ou com inferno. Porque cremos em Cristo, que ressuscitou e está à direita do Pai, onde intercede por nós, torna-se possível ocuparmos o nosso pensamento em “tudo o que é verdade, tudo o que é respeitável, tudo o que justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável” (Fp 4.8); porque a nossa vida está escondida com Cristo, em Deus (Cl 3.3).

3. Cristo, ressuscitado, tornou- se as primícias dos que dormem (1Co 15.20). O termo primícias tem relação com a ordem dos grupos que compõem a primeira ressurreição. Paulo explica isto ao escrever: “Cristo, as primícias; depois os que são de Cristo, na sua vida (1Co 15.23).

4. A ressurreição de Cristo e a vida nova. Como efeito da ressurreição de Cristo, ressuscitamos espiritualmente para uma vida nova (Rm 6.5-1 1). Portanto, a ressurreição de nosso Senhor não significa que o Jesus humano tornou-se apenas um personagem da história passada, e, sim, que existe, como sua conseqüência, a extensão da palavra e da obra de Jesus em nossas vidas atualmente.

5. A ressurreição de Cristo é a garantia da nossa justificação. “Aquele que foi entregue por nossos pecados, ressuscitou para a nossa justificação” (Rm 4.25).

6. A ressurreição de Cristo é a certeza da nossa também. Como efeito da ressurreição de Cristo, ressuscitaremos em corpos incorruptíveis e imortais (1Co 15.50-53). Se- temos semelhantes a Ele (1Jo 3.2), Nos céus, em corpo idêntico ao de sua glória (Fp 3.20,21).

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO, VERDADE CENTRAL DO EVANGELHO

Paulo escreve que “Cristo morreu... foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1Co 15.3,4). A importância da ressurreição de Cristo, para os que crêem, é revelada nisto:

1. Prova que Ele é o Filho de Deus. Jesus disse: “O Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir... Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la” (Jo 10.17,18). Paulo, por sua vez, afirma que Jesus foi designado Filho de Deus, pela ressurreição dos mortos (Rm 1.4).

2. A ressurreição de Cristo é a garantia de sua morte redentiva. Está escrito: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados” (1Co 15.17). Amém

O Sepulcro Vazio (Lucas 24:1-12)

Lucas 24 consiste numa série de aparecimentos de Jesus, após sua ressurreição a vários seguidores seus, culminando com sua ascensão (v. 51). Diferentemente da narrativa da paixão, em que de certo modo se consegue algum acordo, as narrativas da ressurreição nos evangelhos divergem muito. Os evangelhos aproximam-se bastante ao narrar a descoberta do túmulo vazio (Lucas 24:1-12). A razão disso é que se trata de parte da narrativa preservada por Marcos (16:1-8). 

Visto que Marcos interrompe um tanto abruptamente a narrativa das mulheres diante do túmulo, que nada falam, os demais evangelistas não têm um guia comum; é por isso que divergem. (A divergência entre Mateus e Lucas em suas narrativas sobre a infância de Jesus é um caso análogo.) Diferentemente do relato da prisão, julgamento e crucificação de Jesus, em que razões de ordem apologética tornaram necessário que se desse um relato mais minucioso e cronológico para explicar por que Jesus, o Messias, foi rejeitado e condenado à morte pelo seu próprio povo, não existe nenhuma necessidade de tal apologia no caso das narrativas da ressurreição. 

Essas revelam as distintas ênfases dadas pelos evangelistas (v. Grani R. Osborne, The Resurrection Narratives: A Redactional Study [As Narrativas da Ressurreição: Um Estudo Textual], Grand Rapids: Baker, 1984). Tudo dc que se precisa é um ou dois relatos convincentes dos aparecimentos de Jesus. Os evangelistas Mateus, Lucas e João 1 rncccm esses relatos (um escriba mais tarde acrescentaria um relato semelhante ao final do texto de Marcos, i.c., Marcos 16:9-20). 

E possível que o relato de Lucas seja o mais eloqüente de todos, consistindo dos quatro componentes seguintes: (1) a descoberta deque o túmulo está vazio (vv. 1- 12); (2) a ida a Emaús (vv. 13-35); (3) o aparecimento aos discípulos (vv. 36-43) e (4) a despedida e ascensão (vv. 44-53). Nessa seção trataremos das mulheres diante do túmulo vazio.

24:1-12 /Os principais pontos de divergência entre os relatos de Marcos e Lucas giram em torno do aparecimento de dois homens (24:4), em vez de “um jovem” em Marcos (Marcos 16:5), a referência de Lucas às predições anteriores de Jesus sobre a paixão (Lucas 24:7) e a inspeção que Pedro fez na sepultura (24:12).

Tendo preparado “especiarias e ungüentos” e descansado no sábado “conforme o mandamento” (23:56), no primeiro dia da semana, bem cedo, elas [as mulheres] foram ao sepulcro [era domingo]. Encontram o túmulo aberto e vazio; o corpo do Senhor Jesus não estava ali. Estando elas perplexas a esse respeito, de repente pararam junto delas dois homens, com vestes resplandecentes. Lucas gosta de falar de “dois” em vez de “um”; provavelmente se deve de novo à sua preocupação quanto a ter duas testemunhas da ressurreição. 

Essa idéia de haver duas testemunhas prossegue por todo o capítulo 24 de Lucas (dois homens no caminho de Emaús, dois aparecimentos do Senhor ressurreto, duas vezes o apelo ao testemunho das Escrituras). Os dois homens, cujas vestes brilham (cf. 9:29), sem dúvida alguma devem ser entendidos como anjos (como se declara em Mateus 28:2,5 e depois em Lucas 24:23). Eles anunciam às mulheres que Jesus ressuscitou e fazem que elas se lembrem do que o próprio Jesus havia predito, a saber, sua crucificação seguida da ressurreição (v. 9:22), A profecia do Senhor acaba de cumprir-se. 

As mulheres se lembraram das suas palavras e, assim, voltaram do sepulcro e anunciaram todas estas coisas aos onze e aos outros. Lucas identifica essas mulheres: Maria Madalena, Joana, Maria, mãe de Tiago (v. a nota abaixo). Essas e as outras que com elas estavam relataram o que haviam descoberto aos apóstolos. No entanto, a reação dos apóstolos é a incredulidade. O relato delas não foi aceito: tais palavras lhes pareciam como um delírio. Pedro, porém, tendo sua curiosidade aguçada, levantando-se, correu ao sepulcro. Ao examinar o interior do túmulo, viu só os lençóis de linho, os panos de enterro que ali estavam (cf. João 20:3-6). 

Nem mesmo a visão desses fatos produziu alguma fé. Pedro ficou maravilhado com esse enigma, e retirou- separa casa (cf. João 20:10).

Ao narrar sua história dessa maneira, Lucas, o evangelista, colocou seus leitores à frente dos próprios apóstolos. Os leitores ficam sabendo que Jesus ressuscitou, mas os apóstolos ainda não sabem. Serão necessárias “muitas e infalíveis provas” (Atos 1:3) para que os apóstolos sejam persuadidos. Lucas apresentará algumas dessas provas nos parágrafos restantes do capítulo 24.

Notas Adicionais 

24:1 / elas foram ao sepulcro: Lucas omite o relato de Marcos sobre as mulheres que tentavam imaginar quem lhes removeria a pedra do túmulo. É possível que Lucas sentisse urna dificuldade aqui, mas, uma vez que a pedra estaria removida (v. 2), ele preferiu abreviar seu relato.

24:2 / acharam a pedra removida do sepulcro: Um túmulo escavado na rocha era selado por uma pedra em formato de roda, que podia ser rolada numa espécie de trilho cavado em baixo relevo, no chão, para que se pudesse abrir o túmulo.

24:4 / dois homens, com vestes resplandecentes: Lucas apela a uma linguagem semelhante à de Lucas 9:30,31, pelo que Leaney (p. 71) acredita que Lucas crê serem os dois homens Moisés e Elias. Talvez. Mas aos dois se dá a designação específica de “anjos” (ou “mensageiros”) no v. 23. De acordo como apócrifo Evangelho de Pedro (v. 9:35—l0:42), dois homens descem dos céu se ajudam a Jesus ressurreto a sair do túmulo.

24:6 / ressurgiu: Lucas quer dizer que Jesus ressuscitou mediante o poder de Deus (v. Atos 3:15; 4:10) e não pelo seu próprio poder. Essa ressurreição, como haveremos de ver, deve ser entendida em termos físicos. Não foi um fantasma que ressurgiu. De outra forma, por que estaria vazio o túmulo?

A respeito de Galiléia, v. a nota sobre 17:11, acima.

24:7 / Filho do homem: V. a nota sobre 5:24, acima. Quanto à alusão à predição do sofrimento de Cristo, v. o comentário e a nota sobre 9:22, acima.

24:9/os onze: Embora Lucas não se refira à morte de Judas senão em Atos 1:16-19, o evangelista com toda a clareza menciona o número de apóstolos depois da saída dc Judas Iscariotes. De acordo com Mateus 27:3-10, Judas cometeu suicídio antes da ressurreição de Jesus. A cronologia da versão de Lucas é vaga. Além do mais, o modo de Judas morrer, de acordo com Atos, não se harmoniza facilmente com o relato de Mateus.

24:10 / Maria Madalena: V. a nota sobre 8:2, acima.

Joana: V. a nota sobre 8:3, acima.

Maria, a mãe de Tiago: Lit., “Maria, a de Tiago”. Ela poderia ter sido a esposa, a mãe ou até mesmo a irmã de Tiago. Prefere-se dizer “mãe”, visto ser talvez a mesma Maria mencionada cru Marcos 15:40, em que se menciona uma tal “Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José”, que está com Maria Madalena. Embora não tenha sido mencionada antes, talvez seja uma das mulheres que haviam seguido a Jesus desde a Galiléia (8:2,3; 23:49,55).

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus   
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS                        

BIBLIOGRAFIA

Comentário Bíblico Contemporâneo Edição Contemporânea de Almeida
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Lições bíblicas CPAD 1994


A RESSURREIÇÃO DE JESUS

Texto Áureo = “Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.” 1 Co15.20

Verdade Prática = Cristo ressurreto é c glória da Igreja, a prova da vitória total do Cristianismo e o regozijo constante de cada salvo.

LEITURA BIBLICA = Marcos 16: 1-16

INTRODUÇÃO

O milagre da ressurreição de Jesus é o âmago da fé cristã e da sua mensagem à humanidade. Sem ela a fé não teria valor. “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e vã a nossa fé” (1Co 15.14). A morte de Cristo na cruz parecia ser o fim de tudo. Seus parentes pensaram assim; seus discípulos julgaram a mesma coisa, e seus inimigos, muito mais. Outras religiões reverenciam os restos mortais de seus fundadores, mas o Cristianismo tem um Cristo vivo! Em Medina, na Arábia, tudo o que resta de Maomé é um resto de pó; na Índia, cultuam um dente de Buda etc. A morte tragou cada fundador de religião, mas com Jesus foi diferente! O Cristianismo não tem relíquias de Jesus. porque Ele ressuscitou, vencendo a morte e reinando à destra da Majestade divina nas alturas.

BUSCANDO A VIDA ENTRE A MORTE (Mc 16.1-3)

A sepultura de Jesus vazia é a glória do Cristianismo. Se Ele não ressurgiu, a nossa fé é vã; mas Ele ressurgiu, aparecendo vivo aos seus. Agora, pela fé O contemplamos à destra da Majestade nas alturas, onde Ele está coroado de honra e glória. A nossa certeza e gozo procedem de um Salvador poderoso, cujas últimas palavras na terra foram “Estou convosco para todo sempre”.

1. Dia e hora da ressurreição (Mc 16.1,2). Havia passado o sábado judaico que findava ao por do sol(v.1; Lv 23.32). “Muito cedo, no primeiro dia da semana” (v.2). Nisto vemos uma demonstração de amor dessas mulheres por seu Salvador. O verdadeiro amor não perde tempo e anseia estar com o Senhor. Que diremos daqueles que sempre se atraem no que diz respeito a Deus, sua casa, seu culto, sua obra e sua Palavra? O próprio Jesus costumava levantar-se cedo para executar a obra que veio consumar (Mc 1.35; Lc 21.38; J0 8.2). A Bíblia registra o fato de muitos homens de Deus se levantarem cedo para buscar o Senhor, como Abraão (Gn 19.27); Davi (Sl 5.3); os apóstolos (At 5.21), etc.

Foi nessa hora, muito cedo, que as mulheres foram ao túmulo para embalsamar o corpo de Jesus (v.1).

2. O obstáculo inexistente (Mc 16.3). “Quem nos removerá a pedra da entrada do sepulcro?” Aqui temos uma preocupação diante de um problema já resolvido. Muitas vezes nos preocupamos com uma dificuldade, quando esta já foi solucionada por nosso Pai Celestial. Essas mulheres na manhã da ressurreição, apesar do problema que martelava suas mentes avançaram para o alvo. E isso que devemos fazer quando as lutas atingirem nossa mente e coração. As vezes o problema não é de frieza na fé, mas de preocupação mental, que termina bloqueando a fé “que é por amor” em nossos corações (Ef 6.23).

II. A SURPREENDENTE DESCOBERTA (Mc 16.4,5)

Esta foi a maior descoberta de todos os tempos: o túmulo de Jesus vazio! durante os dias em que Jesus esteve sepultado, seus discípulos também estiveram sepultados na tristeza, na dúvida, no sentimento de derrota, e na incredulidade. Tudo isso e muito mais continuaria a escravizar a humanidade se Jesus não tivesse ressuscitado.

1. O túmulo vazio (Mc 16.4). Um anjo veio do céu e removeu a pedra do sepulcro de Jesus. O anjo, além de remover a pedra, sentou-se sobre ela, falando assim do domínio completo da situação (Mt 28.2). Quando o anjo removeu a pedra, Jesus já tinha saído do túmulo. Ele, que criou as altaneiras montanhas, não ficaria retido por uma simples pedra.

A GLORIOSA BOA NOVA (Mc 16.6-8)

“Não vos atemorizeis buscais a ,Jesus o Nazareno que foi crucificado; ele ressuscitou, não está mais aqui” (v.6). O que o anjo estava a dizer às mulheres era que elas estavam buscando a Jesus no lugar errado. Ainda hoje milhões, que por ignorância, por falso ensino, e por incredulidade pensam encontrar o Salvador exatamente onde Ele não está.

1. Um pouco de retrospecto. A morte passou a existir a partir do pecado. que teve origem com o Diabo, A morte é o salário do pecado (Rm 512) ,Jesus com sua morte e ressurreição derrotou o Diabo, o primeiro inimigo, e também derrotou o ultimo a morte.

2. A mensagem do anjo. “Não vos atemorizeis’ (Mc 16.6). Pela mensagem do anjo, conforme vemos nos vv. 6 e 7, as mulheres viram que ele sabia tudo sobre Jesus e seus discípulos. ,Jesus sabia o que se passava nos corações dos discípulos, e por meio de um anjo, agora os confortava. Quando Ele nasceu, um ono acalmou os pastores, anunciando-lhes que nascera o Salvador:gora um anjo acalma as mulheres, assegurando-lhes que o Senhor ressuscitara.

3. A mensagem a Pedro (Mc 16.7). “Dizei a seus discípulos, e a Pedro, que...’ Pedro havia negado oMestre. Na paixão de Cristo um o traiu (Judas, Mt 27.3); um fugiu (anônimo, Mc 14.51,52); um negou (Pedro Mt 26.70; um ficou (João, Jo 19.26). Pedro além de negar a Jesus também dormiu quando devia vigiar (Mt 26.40); e sentou-se entre os inimigos de Jesus (Jo 1818). Após a ressurreição de Jesus, Pedro ainda falhou, como vemos em J0 21. Ele e outros discípulos, quando deviam pescar almas para o reino de Deus. voltaram à sua antiga profissão de pescadores de peixes, sem nem sequer consultarem ao Senhor! Nós não somos melhores do que Pedro. Quantas falhas, fraquezas e pecados cometemos, e Ele sempre nos recebe como “filhos” (Jo 21.4).

4. A atitude das mulheres (Mc 16:8)

a. Saíram do sepulcro. Devemos fugir da morte e correr para a vida. Ler Cl 3.1; Fp 3.13,14. Nossa mensagem é a da vida vitoriosa com Cristo ressurreto. Nada temos com a morte e sim com a vida em Jesus.

b. Tiveram temor e assombro. Diante do celestial, o que é humano se curva. Os anjos são seres celestiais e poderosos, que habitam junto ao trono de Deus, de onde recebem ordens, mas sua esfera de ação envolve a terra e seus habitantes, Certamente naquela manhã milhões de anjos esvoaçavam ali para saudarem. o seu Senhor. “E todos os anjos de Deus o adorem” (Hb 1.6), O pasme das mulheres não vinha apenas da visão e das palavras do anjo, mas do ambiente saturado do sobrenatural, 

O SENHOR RESSURRETO (Mc 16.9-18)

Jesus ressuscitou no mesmo local onde morreu e foi sepultado: num jardim no Gólgota (Jo 19.41 42), traduzido Calvário em Lc23,33. Gólgota é termo grego derivado do aramaico e significa crânio Mt 27:33; Mc 15 22;  Jo 19:17. Calvário è derivado do latim, significando crânio portanto. equivalente Golgota. Após ressuscitar, Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena (Mc 16.9; J0 20.14), e logo depois às demais mulheres que tinham ido ao sepulcro naquela manhã da ressurreição. Nessa ocasião, não somente o anjo, mas também o próprio Jesus ordenou que elas levassem aos discípulos as boas-novas da sua ressurreição (Mt 28.7,10).
As mulheres se tornaram mensageiras dos discípulos - uma recompensa por seu amor, sua fidelidade, seu serviço constante e amoroso (Mc 15.40,41; Lc 8.2,3; 23.49), sua caminhada até à cruz (Lc 23. 27,28), sua permanência ali (Mt 27.55,56; Lc.23.49; Jo 19.25), e junto à sepultura (Mt 27.61; Mc 15.47; Lc 23.55).

1. A ordem urgente. Mateus acrescenta que a mensagem entregue as mulheres era urgente. “Ide depressa, e dizei a seus discípulos” (Mt 28.7). 

A mensagem dizia que Jesus ia adiante deles para encontrá-los na Galiléia, como Ele já havia profetizado antes de morrer (Mt26.32).

2. O encontro com Maria Madalena (Mc 16.9). Ela foi a primeira testemunha da ressurreição de Cristo. Antes de conhecer Jesus ela fora escrava de Satanás. Duas vezes está dito que ela tivera sete demônios. Que estado terrível não era o seu, mas foi salva e liberta por Jesus. Sua devoção a Cristo é notável, inclusive nas últimas horas da paixão de Cristo. Ela ao chegar ao sepulcro e ver a pedra removida, correu à cidade para notificar os discípulos.

Voltou ao túmulo e aí permaneceu chorando por não encontrar logo o seu Senhor. Logo a seguir Jesus a encontrou ali mesmo.

3. A ordem de evangelização mundial (Mc 16.15-18). Há dois “Ides” ligados à ressurreição de Jesus. O “ide” dos anjos, que tem haver com os salvos. “Ide, dizei a seus discípulos” (Mc 16.7). Foi transmitido pelo anjo e confirmado por Jesus (Mt 28.10). Isto nos ensina que os anjos têm um ministério a favor dos santos, como já mostramos noutra parte desta lição. O segundo “ide” é o de Jesus. “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura” (Mc 16.15).

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus      
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Lições bíblicas 1985 =CPAD