A
Salvação pela Graça
TEXTO ÁUREO = "Pois
assim como por uma só ofensa veio ajuízo sobre todos os homens para condenação,
assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para
justificação de vida." (Rm 5.18)
VERDADE
PRÁTICA = A nossa salvação é fruto único e exclusivo da graça
de Deus.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda – Ef 2.8,9: Salvos pela graça mediante a fé
Terça – Rm 4.25: A Ressurreição de Cristo: o triunfo
da graça sobre a morte e o pecado
Quarta – 1Tm 1.14: A Graça de Deus transborda em nós
Quinta – At 15.10,11: Somente pela graça somos
salvos
Sexta – Gl 2.16: Nenhuma obra meritória garante a
salvação
Sábado – Rm 5.20,21: Onde havia o pecado a graça de
Deus o suplantou
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE = Romanos
5.6-10,15,17,18,20; 11.6
6 Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a
seu tempo pelos ímpios.
7 Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois
poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.
8 Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que
Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
9 Logo muito mais agora, tendo sido justificados
pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
10 Porque se nós, sendo inimigos, fomos
reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já
reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
15 Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa.
Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o
dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.
17 Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou
por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça,
reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.
18 Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo
sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça
veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.
20 Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse;
mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça.
Romanos
11:6
6 Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra
maneira, a graça já não é graça.
HINOS
SUGERIDOS: 291, 330, 491 da Harpa Cristã
OBJETIVO
GERAL
Saber que a nossa salvação é fruto único e exclusivo
da graça de Deus.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o
professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao
tópico l com os seus respectivos subtópicos.
I- Explicar o propósito da Lei e da graça;
II- Discutir a respeito do favor imerecido de Deus;
III- Salientar para o escândalo da graça.
INTRODUÇÃO
Inicie o estudo da lição fazendo a seguinte
pergunta: “Jesus aboliu a lei?” Ouça os alunos com atenção e incentive a
participação de todos. Em seguida peça que leiam Mateus 5.17-20 (o Texto
Bíblico da Lição). Depois, explique que este texto mostra a expressa e total
obediência de Jesus à lei do Antigo Testamento, pois a lei não poderia ser
anulada. Porém, explique que a “lei que o crente é obrigado a cumprir consiste
nos princípios éticos e morais do Antigo Testamento (Rm 3.31; Gl 5.14); bem
como nos ensinamentos de Cristo e dos apóstolos (1 Co 7.19; Gl 6.2). Essas leis
revelam a natureza e a vontade de Deus para todos e continuam em vigor. As leis
do Antigo Testamento destinadas à nação de Israel, tais como as leis
sacrificais, cerimoniais, sociais ou cívicas, já não são obrigatórias (Hb
10.1-4)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro, CPAD, p. 1393).
“A
LEI A GRAÇA
O Senhor Jesus cumpriu
toda a lei, os preceitos morais, cerimoniais e civis (Mt 5.17, 18). Os Dez
Mandamentos com todos os seus juízos e ordenanças foram abolidos, o apóstolo
Paulo é muito claro quando fala que “o ministério da morte, gravado com letras
em pedras... era transitório” (2 Co 3.7, 11). No entanto, a verdade moral
contida no sistema mosaico, como disse o teólogo Chafer, “foi restaurada sob a
graça, mas adaptado à graça e não à lei”. Isso diz respeito a sua função e não
compromete a sua autoridade como revelação de Deus e parte das Escrituras
divinamente inspiradas (2 Tm 3.16, 17).
A lei diz “Fareis
conforme os meus juízos e os meus estatutos guardareis, para andardes neles”
(Lv 18.5). O Senhor Jesus e o apóstolo Paulo citaram essa passagem como meio
hipotético de salvação pela observância da lei (Mt 19.17; Gl 3.11). Mas ninguém
jamais conseguiu cumprir toda a lei, exceto Jesus. O mais excelente dos rabis
de Israel só conseguiu 230 pontos dos 613 preceitos da lei. A lei diz “faça e
viva”, no entanto, a graça diz “viva e faça”. Por esta razão os cristãos estão
debaixo da graça, e não da lei (Rm 6.14; Gl 3.23-25). A lei não tem domínio
sobre nós (Rm 7.1-4).
Perguntaram a Jesus o
que se deve fazer para executar a obra de Deus. A resposta não foi guardar o
sábado, nem a lei e nem os Dez Mandamento, mas exercer fé em Jesus (Jo 6.28,
29). Essa doutrina é ratificada mais adiante (1 Jo 3.23, 24). Jesus falou
diversas vezes sobre o novo mandamento, a lei de Cristo, o amor operado pelo
Espírito Santo na vida cristã (Jo 13.34; 14.15, 21; 15.10). O Senhor Jesus não
incluiu o sistema mosaico na Grande Comissão, ele disse para: “guardar todas as
coisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28.28). O mandamento de Cristo é a fé
nele, é a lei do amor (Rm 13.10; Gl 5.14) e não a letra da lei.
O
QUE SIGNIFICA CUMPRIR A LEI?
Jesus disse que veio
cumprir a lei e os profetas (5.17). O que significa isso? O verbo grego para
“cumprir” é pleroo e significa “cumprir, completar, encher”. Devemos recordar o
sentido de torah, como instrução revelada no Sinai. O Antigo Testamento contém
instrução e doutrina sobre Deus, o mundo e a salvação, mas sua revelação é
parcial. A manifestação do Filho de Deus tornou explícito o que antes estava
implícito, e assim o Senhor completou a revelação (Hb. 1.1, 2).
Jesus iniciou o seu
ministério terreno dizendo, “o tempo está cumprido” (Mc 1.14). Diversas vezes
encontramos no Novo Testamento declaração como: “Isso aconteceu para que se
cumprisse a Escritura” (Jo 19.36) ou fraseologia similar, principalmente no
evangelho de Mateus (Mt 1.22; 2.17, 19; 4.14) dentre outras citações. As
profecias se cumpriram em Cristo.
O
SENHOR JESUS VIVEU A LEI
O Senhor Jesus cumpriu
o sistema cerimonial da lei na sua morte (Mt 27.50, 51; Lc 24.46). As
instituições de Israel com suas festas, os holocaustos e os diversos tipos de
sacrifícios da lei de Moisés eram tipos e figuras que se cumpriram em Cristo
(Hb 5.4, 5; 1 Co 5.7). Assim, as cerimônias cessaram, mas o significado foi
confirmado (Cl 2.17).
Lutero dizia que a
função civil da lei ainda continua para manter a ordem e o bem-estar da
sociedade. Segundo Martyn Lloyd-Jones, Jesus cumpriu também o sistema jurídico
da lei. Com sua morte, ele transferiu os privilégios de Israel para a Igreja
(Êx 10.6,7; 1 Pe 2.9, 10). Jesus disse às autoridades judaicas: “O Reino de
Deus vos será tirado e será dado a uma nação que dê os seus frutos” (Mt 21.43).
Com isso, Israel deixou de ser um estado teocrático. A Igreja é a plataforma de
Deus na Terra para anunciar a verdade (1 Tm 3.15).
Os Dez Mandamentos são
representados pelos dois grandes mandamentos: amar a Deus acima de todas as
coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mc 12.28-32). Na verdade, toda a lei e
os profetas nisso se resumem (Mt 22.40). Trata-se de uma combinação de duas
passagens da lei (Dt 6.4, 5; Lv 19.18). São preceitos que foram resgatados na
nova aliança e adaptados à graça de modo que a Igreja segue a lei de Cristo, a
lei do amor, e não o sistema mosaico (Rm 6.14; 13.9, 10; Gl 5.18). O Senhor
Jesus cumpriu todos esses mandamentos durante a sua vida terrena.
A
LEI NÃO PODE SER REVOGADA
Talvez o discurso de
Jesus sobre as bem-aventuranças tivesse deixado dúvida sobre a posição de
Cristo a respeito da lei e dos profetas. Ele não era um reacionário; nasceu
conforme a lei e viveu de acordo com ela (Lc 2.21-24; 4.15, 16; Gl 4.4). Jesus
falou de maneira direta que não veio revogar a lei e nem os profetas, mas veio
para os cumprir (Mt 5.17). Havia chegado o momento de esclarecer seu pensamento
sobre a lei.
Jesus disse que “até
que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que
tudo seja cumprido” (Mt 5.18). O jota é a menor letra do alfabeto hebraico;
ocupa a metade da linha na escrita, é a décima letra e se chama iode. O til é
um sinal diacrítico para distinguir uma letra da outra. Nenhuma parte da lei
passará, nenhuma uma letra ou parte dela ficará em desuso até que tudo se
cumpra. Como disse John Stott, “a lei tem a duração do universo”.
A
LEI E O EVANGELHO
Ninguém é justificado
pelas obras da lei (Rm 3.18; Gl 2.16). A função dela não é salvar, mas nos
conduz a Cristo (Gl 3.11, 24). Ela veio para revelar e condenar o pecado (Rm
3.20; 7.7). Deve o cristão anular a lei? A resposta paulina é: “De maneira
nenhuma! Antes estabelecemos a lei” (Rm 3.31). O que isso significa? Que a fé
cristã não é antinomianista, do grego anti“contra”; nomos“lei”, diz respeito
aos que erroneamente pregavam que a graça dispensa a obediência. O apóstolo
refutou tal ideia a vida inteira (Gl 5.13).
O termo “lei” na língua
hebraica é torá e isso já foi estudado na lição 1. Ali aprendemos também que
esta palavra vem de um verbo que significa “instruir, ensinar”. Por essa razão,
a palavra “lei”, às vezes, refere-se às Escrituras Sagradas (1 Co 14.21). Esse
parece ser o sentido aqui, o apóstolo Paulo estava falando do Antigo Testamento
(Rm 3.19). Mas, a possibilidade de uma aplicação ao Pentateuco não é
descartada, nesse caso, a frase “antes estabelecemos a lei” (Rm 3.31b) não
significa servidão ao sistema mosaico, mas que a fé confirma a lei, visto que o
evangelho justifica aqueles que a lei condena (Rm 8.4; 13.10).
Jesus não está
desafiando os seus discípulos a seguirem os escrúpulos legalistas dos escribas
e fariseus quando afirma: “se a vossa justiça não exceder a dos escribas e
fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus” (Mt 5.20).
Mas, que a vida no
Espírito requer comunhão com Deus de maneira abundante e profunda que nenhum
dos rabis experimentou (Rm 8.8-11)” (SOARES. Esequias. Os Dez Mandamentos:
Valores Divinos para uma sociedade em constante mudança. 1.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2014).
O
FAVOR IMERECIDO DE DEUS
A salvação do homem é
vista pelas religiões do mundo inteiro apenas de dois modos: o homem é salvo
pelos seus méritos ou pela graça de Deus. A salvação é um caminho aberto pelo
homem da terra ao céu ou é resultado do caminho que Deus abriu do céu à terra.
O homem constrói sua própria salvação pelo seu esforço ou recebe a salvação
como dádiva imerecida da graça divina. Não existe um caminho alternativo nem
uma conexão que funde esses dois caminhos. É impossível ser salvo ao mesmo
tempo pelas obras e pela graça; chegar ao céu pelo merecimento próprio e ao mesmo
tempo através de Cristo.
A soberana graça de
Deus é o único meio pelo qual podemos ser salvos. Os reformadores ergueram a
bandeira do Sola Gratia, em oposição à pretensão do merecimento humano.
Queremos destacar quatro pontos importantes no trato dessa matéria.
1.
A graça de Deus é um favor concedido a pecadores indignos.
Deus não nos amou, escolheu, chamou e justificou por causa dos nossos méritos,
mas apesar dos nossos deméritos. A causa da salvação não está no homem, mas em
Deus; não está no mérito do homem, mas na graça de Deus, não está naquilo que
fazemos para Deus, mas no que Deus fez por nós. Deus não nos amou porque éramos
receptivos ao seu amor, mas amou-nos quando éramos fracos, ímpios, pecadores e
inimigos. Deus nos escolheu não por causa da nossa fé, mas para a fé; Deus nos
escolheu não porque éramos santos, mas para sermos santos; não porque
praticávamos boas obras, mas para as boas obras; não porque éramos obedientes,
mas para a obediência.
2.
A graça de Deus é concedida não àqueles que se julgam merecedores, mas àqueles
que reconhecem que são pecadores. Aqueles que se
aproximam de Deus com altivez, cheios de si mesmos, ostentando uma pretensa
espiritualidade, considerando-se superiores e melhores do que os demais homens,
são despedidos vazios. Porém, aqueles que batem no peito, cônscios de seus
pecados, lamentam sua deplorável condição e se reconhecem indignos do amor de
Deus, esses encontram perdão e justificação. A graça de Deus não é dada ao
homem como um prêmio, é oferta imerecida; não é um troféu de honra ao mérito
que o homem ostenta para a sua própria glória, mas um favor que recebe para que
Deus seja glorificado.
3.
A graça de Deus não é o resultado das obras, mas as obras são o resultado da
graça. Graça e obras estão em lados opostos. Não podem
caminhar pela mesma trilha como a causa da salvação. Aqueles que se esforçam
para alcançar a salvação pelas obras rejeitam a graça e aqueles que recebem a
salvação pela graça não podem ter a pretensão de contribuir com Deus com suas
obras.
A salvação é totalmente
pela graça, mediante a fé, independente das obras. As obras trazem glória para
o homem; a graça exalta a Deus. A graça desemboca nas obras e as obras
proclamam e atestam a graça. As obras são o fruto e a graça a raiz. As obras
são a consequência e a graça a causa. As obras nascem da graça e a graça é
refletida através das obras.
4.
A graça de Deus é recebida pela fé e não por meio das obras.
A salvação que a graça traz em suas asas é recebida pela fé e não por meio das
obras. Não somos aceitos diante de Deus pelas obras que fazemos para Deus, mas
pela obra que Cristo fez por nós na cruz. A fé não é meritória, é dom de Deus.
A fé é o instrumento mediante o qual tomamos posse da salvação pela graça. O
apóstolo Paulo sintetiza este glorioso ensino, em sua carta aos Efésios:
“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de
Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele,
criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou
para que andássemos nelas” (Ef 2.8-10).
O
ESCÂNDALO DA GRAÇA
Sendo justificados
gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Romanos
3:24
Jesus andou na
companhia de pessoas de reputação duvidosa (aos olhos humanos) ao invés de se
afastar delas, como faziam os fariseus. Por isso o salmista disse que: “[Deus]
levanta do pó o pobre, e do monturo ergue o necessitado, para o fazer sentar
com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo” (Salmo 113.7-8).
A
lógica humana diz: “Deus tem que me abençoar porque sou um
bom cristão, dou dízimos, sou admirado pela minha espiritualidade, sou líder de
um ministério, tenho um bom comportamento”. Deus diz: “tudo o que faço, faço
porque amo o ser humano. As bênçãos que derramo, derramo por causa da minha
graça”. Não há mérito nosso no que recebemos de Deus, os méritos são
inteiramente de Jesus.
O
orgulho leva o ser humano a achar que ele é bom e merecedor da bênção divina.
Aí vem Deus, pega alguém lá debaixo e o levanta mais alto do que o orgulhoso e
lhe mostra que a graça dele é muito superior ao orgulho humano.
Paulo disse que o
Evangelho do Cristo crucificado era um “escândalo para os judeus e loucura para
os gentios” (1 Coríntios 1.23). Escândalo para os judeus, mas demonstração de
graça para os que creem.
A
graça é cura para os de coração quebrantado. A graça é a
esperança para os que sofrem, para os que se sentem angustiados, para os que
não veem uma luz no fim do túnel. Para esses, Deus diz: “Creia na minha graça,
confie no meu amor. Não olhe para a aparência de sucesso de muitos ao seu redor
nem para o aparente fracasso que você pensa sobre si mesmo, mas olhe para
Jesus”.
A
graça de Deus é a coisa mais incompreensível que há no Universo.
Creio que é por uma razão: ela tira de nós qualquer possibilidade de mérito e
de glória nossa. O agir da graça dá a Deus toda a glória, por isso é tão
difícil compreendê-la e por isso ela é tanto escândalo quanto a própria cruz.
CONCLUSÃO
A salvação é uma obra dinâmica efetuada por Cristo
na vida do crente. Não é estática porque a operosidade dela no crente não
terminou. Estamos desfrutando da graça nesta dispensação divina até a vinda de
Cristo.
Por. Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)
Igreja Evangélica
Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Bibliografia
Teologia Sistemática
Pentecostal 2º. Edição
http://licoesbiblicas.com.br
http://www.ultimato.com.br
Bíblia de Estudo
Anotada
Lições bíblicas CPAD
1999
http://estudosbiblicosevangelicos.net