7 de novembro de 2017

A Salvação pela Graça


A Salvação pela Graça

 TEXTO ÁUREO = "Pois assim como por uma só ofensa veio ajuízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida." (Rm 5.18)

VERDADE PRÁTICA = A nossa salvação é fruto único e exclusivo da graça de Deus.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Ef 2.8,9: Salvos pela graça mediante a fé

Terça – Rm 4.25: A Ressurreição de Cristo: o triunfo da graça sobre a morte e o pecado

Quarta – 1Tm 1.14: A Graça de Deus transborda em nós

Quinta – At 15.10,11: Somente pela graça somos salvos

Sexta – Gl 2.16: Nenhuma obra meritória garante a salvação

Sábado – Rm 5.20,21: Onde havia o pecado a graça de Deus  o suplantou

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE  = Romanos 5.6-10,15,17,18,20; 11.6

6 Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.

7 Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.

8 Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.

9 Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.

10 Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.

15 Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.

17 Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.

18 Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.

20 Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça.

Romanos 11:6

6 Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça.

HINOS SUGERIDOS: 291, 330, 491 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Saber que a nossa salvação é fruto único e exclusivo da graça de Deus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao tópico l com os seus respectivos subtópicos.

I- Explicar o propósito da Lei e da graça;

II- Discutir a respeito do favor imerecido de Deus;

III- Salientar para o escândalo da graça.

INTRODUÇÃO

Inicie o estudo da lição fazendo a seguinte pergunta: “Jesus aboliu a lei?” Ouça os alunos com atenção e incentive a participação de todos. Em seguida peça que leiam Mateus 5.17-20 (o Texto Bíblico da Lição). Depois, explique que este texto mostra a expressa e total obediência de Jesus à lei do Antigo Testamento, pois a lei não poderia ser anulada. Porém, explique que a “lei que o crente é obrigado a cumprir consiste nos princípios éticos e morais do Antigo Testamento (Rm 3.31; Gl 5.14); bem como nos ensinamentos de Cristo e dos apóstolos (1 Co 7.19; Gl 6.2). Essas leis revelam a natureza e a vontade de Deus para todos e continuam em vigor. As leis do Antigo Testamento destinadas à nação de Israel, tais como as leis sacrificais, cerimoniais, sociais ou cívicas, já não são obrigatórias (Hb 10.1-4)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro, CPAD, p. 1393).

“A LEI A GRAÇA

O Senhor Jesus cumpriu toda a lei, os preceitos morais, cerimoniais e civis (Mt 5.17, 18). Os Dez Mandamentos com todos os seus juízos e ordenanças foram abolidos, o apóstolo Paulo é muito claro quando fala que “o ministério da morte, gravado com letras em pedras... era transitório” (2 Co 3.7, 11). No entanto, a verdade moral contida no sistema mosaico, como disse o teólogo Chafer, “foi restaurada sob a graça, mas adaptado à graça e não à lei”. Isso diz respeito a sua função e não compromete a sua autoridade como revelação de Deus e parte das Escrituras divinamente inspiradas (2 Tm 3.16, 17).

 

A lei diz “Fareis conforme os meus juízos e os meus estatutos guardareis, para andardes neles” (Lv 18.5). O Senhor Jesus e o apóstolo Paulo citaram essa passagem como meio hipotético de salvação pela observância da lei (Mt 19.17; Gl 3.11). Mas ninguém jamais conseguiu cumprir toda a lei, exceto Jesus. O mais excelente dos rabis de Israel só conseguiu 230 pontos dos 613 preceitos da lei. A lei diz “faça e viva”, no entanto, a graça diz “viva e faça”. Por esta razão os cristãos estão debaixo da graça, e não da lei (Rm 6.14; Gl 3.23-25). A lei não tem domínio sobre nós (Rm 7.1-4).

Perguntaram a Jesus o que se deve fazer para executar a obra de Deus. A resposta não foi guardar o sábado, nem a lei e nem os Dez Mandamento, mas exercer fé em Jesus (Jo 6.28, 29). Essa doutrina é ratificada mais adiante (1 Jo 3.23, 24). Jesus falou diversas vezes sobre o novo mandamento, a lei de Cristo, o amor operado pelo Espírito Santo na vida cristã (Jo 13.34; 14.15, 21; 15.10). O Senhor Jesus não incluiu o sistema mosaico na Grande Comissão, ele disse para: “guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28.28). O mandamento de Cristo é a fé nele, é a lei do amor (Rm 13.10; Gl 5.14) e não a letra da lei.

O QUE SIGNIFICA CUMPRIR A LEI?

Jesus disse que veio cumprir a lei e os profetas (5.17). O que significa isso? O verbo grego para “cumprir” é pleroo e significa “cumprir, completar, encher”. Devemos recordar o sentido de torah, como instrução revelada no Sinai. O Antigo Testamento contém instrução e doutrina sobre Deus, o mundo e a salvação, mas sua revelação é parcial. A manifestação do Filho de Deus tornou explícito o que antes estava implícito, e assim o Senhor completou a revelação (Hb. 1.1, 2).

Jesus iniciou o seu ministério terreno dizendo, “o tempo está cumprido” (Mc 1.14). Diversas vezes encontramos no Novo Testamento declaração como: “Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura” (Jo 19.36) ou fraseologia similar, principalmente no evangelho de Mateus (Mt 1.22; 2.17, 19; 4.14) dentre outras citações. As profecias se cumpriram em Cristo.

O SENHOR JESUS VIVEU A LEI

O Senhor Jesus cumpriu o sistema cerimonial da lei na sua morte (Mt 27.50, 51; Lc 24.46). As instituições de Israel com suas festas, os holocaustos e os diversos tipos de sacrifícios da lei de Moisés eram tipos e figuras que se cumpriram em Cristo (Hb 5.4, 5; 1 Co 5.7). Assim, as cerimônias cessaram, mas o significado foi confirmado (Cl 2.17).

Lutero dizia que a função civil da lei ainda continua para manter a ordem e o bem-estar da sociedade. Segundo Martyn Lloyd-Jones, Jesus cumpriu também o sistema jurídico da lei. Com sua morte, ele transferiu os privilégios de Israel para a Igreja (Êx 10.6,7; 1 Pe 2.9, 10). Jesus disse às autoridades judaicas: “O Reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que dê os seus frutos” (Mt 21.43). Com isso, Israel deixou de ser um estado teocrático. A Igreja é a plataforma de Deus na Terra para anunciar a verdade (1 Tm 3.15).

Os Dez Mandamentos são representados pelos dois grandes mandamentos: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mc 12.28-32). Na verdade, toda a lei e os profetas nisso se resumem (Mt 22.40). Trata-se de uma combinação de duas passagens da lei (Dt 6.4, 5; Lv 19.18). São preceitos que foram resgatados na nova aliança e adaptados à graça de modo que a Igreja segue a lei de Cristo, a lei do amor, e não o sistema mosaico (Rm 6.14; 13.9, 10; Gl 5.18). O Senhor Jesus cumpriu todos esses mandamentos durante a sua vida terrena.

A LEI NÃO PODE SER REVOGADA

Talvez o discurso de Jesus sobre as bem-aventuranças tivesse deixado dúvida sobre a posição de Cristo a respeito da lei e dos profetas. Ele não era um reacionário; nasceu conforme a lei e viveu de acordo com ela (Lc 2.21-24; 4.15, 16; Gl 4.4). Jesus falou de maneira direta que não veio revogar a lei e nem os profetas, mas veio para os cumprir (Mt 5.17). Havia chegado o momento de esclarecer seu pensamento sobre a lei.

Jesus disse que “até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido” (Mt 5.18). O jota é a menor letra do alfabeto hebraico; ocupa a metade da linha na escrita, é a décima letra e se chama iode. O til é um sinal diacrítico para distinguir uma letra da outra. Nenhuma parte da lei passará, nenhuma uma letra ou parte dela ficará em desuso até que tudo se cumpra. Como disse John Stott, “a lei tem a duração do universo”.

A LEI E O EVANGELHO

Ninguém é justificado pelas obras da lei (Rm 3.18; Gl 2.16). A função dela não é salvar, mas nos conduz a Cristo (Gl 3.11, 24). Ela veio para revelar e condenar o pecado (Rm 3.20; 7.7). Deve o cristão anular a lei? A resposta paulina é: “De maneira nenhuma! Antes estabelecemos a lei” (Rm 3.31). O que isso significa? Que a fé cristã não é antinomianista, do grego anti“contra”; nomos“lei”, diz respeito aos que erroneamente pregavam que a graça dispensa a obediência. O apóstolo refutou tal ideia a vida inteira (Gl 5.13).

O termo “lei” na língua hebraica é torá e isso já foi estudado na lição 1. Ali aprendemos também que esta palavra vem de um verbo que significa “instruir, ensinar”. Por essa razão, a palavra “lei”, às vezes, refere-se às Escrituras Sagradas (1 Co 14.21). Esse parece ser o sentido aqui, o apóstolo Paulo estava falando do Antigo Testamento (Rm 3.19). Mas, a possibilidade de uma aplicação ao Pentateuco não é descartada, nesse caso, a frase “antes estabelecemos a lei” (Rm 3.31b) não significa servidão ao sistema mosaico, mas que a fé confirma a lei, visto que o evangelho justifica aqueles que a lei condena (Rm 8.4; 13.10).

Jesus não está desafiando os seus discípulos a seguirem os escrúpulos legalistas dos escribas e fariseus quando afirma: “se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus” (Mt 5.20).

Mas, que a vida no Espírito requer comunhão com Deus de maneira abundante e profunda que nenhum dos rabis experimentou (Rm 8.8-11)” (SOARES. Esequias. Os Dez Mandamentos: Valores Divinos para uma sociedade em constante mudança. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014).

O FAVOR IMERECIDO DE DEUS

A salvação do homem é vista pelas religiões do mundo inteiro apenas de dois modos: o homem é salvo pelos seus méritos ou pela graça de Deus. A salvação é um caminho aberto pelo homem da terra ao céu ou é resultado do caminho que Deus abriu do céu à terra. O homem constrói sua própria salvação pelo seu esforço ou recebe a salvação como dádiva imerecida da graça divina. Não existe um caminho alternativo nem uma conexão que funde esses dois caminhos. É impossível ser salvo ao mesmo tempo pelas obras e pela graça; chegar ao céu pelo merecimento próprio e ao mesmo tempo através de Cristo.

A soberana graça de Deus é o único meio pelo qual podemos ser salvos. Os reformadores ergueram a bandeira do Sola Gratia, em oposição à pretensão do merecimento humano. Queremos destacar quatro pontos importantes no trato dessa matéria.

1. A graça de Deus é um favor concedido a pecadores indignos. Deus não nos amou, escolheu, chamou e justificou por causa dos nossos méritos, mas apesar dos nossos deméritos. A causa da salvação não está no homem, mas em Deus; não está no mérito do homem, mas na graça de Deus, não está naquilo que fazemos para Deus, mas no que Deus fez por nós. Deus não nos amou porque éramos receptivos ao seu amor, mas amou-nos quando éramos fracos, ímpios, pecadores e inimigos. Deus nos escolheu não por causa da nossa fé, mas para a fé; Deus nos escolheu não porque éramos santos, mas para sermos santos; não porque praticávamos boas obras, mas para as boas obras; não porque éramos obedientes, mas para a obediência.

2. A graça de Deus é concedida não àqueles que se julgam merecedores, mas àqueles que reconhecem que são pecadores. Aqueles que se aproximam de Deus com altivez, cheios de si mesmos, ostentando uma pretensa espiritualidade, considerando-se superiores e melhores do que os demais homens, são despedidos vazios. Porém, aqueles que batem no peito, cônscios de seus pecados, lamentam sua deplorável condição e se reconhecem indignos do amor de Deus, esses encontram perdão e justificação. A graça de Deus não é dada ao homem como um prêmio, é oferta imerecida; não é um troféu de honra ao mérito que o homem ostenta para a sua própria glória, mas um favor que recebe para que Deus seja glorificado.

3. A graça de Deus não é o resultado das obras, mas as obras são o resultado da graça. Graça e obras estão em lados opostos. Não podem caminhar pela mesma trilha como a causa da salvação. Aqueles que se esforçam para alcançar a salvação pelas obras rejeitam a graça e aqueles que recebem a salvação pela graça não podem ter a pretensão de contribuir com Deus com suas obras.

A salvação é totalmente pela graça, mediante a fé, independente das obras. As obras trazem glória para o homem; a graça exalta a Deus. A graça desemboca nas obras e as obras proclamam e atestam a graça. As obras são o fruto e a graça a raiz. As obras são a consequência e a graça a causa. As obras nascem da graça e a graça é refletida através das obras.

4. A graça de Deus é recebida pela fé e não por meio das obras. A salvação que a graça traz em suas asas é recebida pela fé e não por meio das obras. Não somos aceitos diante de Deus pelas obras que fazemos para Deus, mas pela obra que Cristo fez por nós na cruz. A fé não é meritória, é dom de Deus. A fé é o instrumento mediante o qual tomamos posse da salvação pela graça. O apóstolo Paulo sintetiza este glorioso ensino, em sua carta aos Efésios: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.8-10).

O ESCÂNDALO DA GRAÇA

Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Romanos 3:24

Jesus andou na companhia de pessoas de reputação duvidosa (aos olhos humanos) ao invés de se afastar delas, como faziam os fariseus. Por isso o salmista disse que: “[Deus] levanta do pó o pobre, e do monturo ergue o necessitado, para o fazer sentar com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo” (Salmo 113.7-8).

A lógica humana diz: “Deus tem que me abençoar porque sou um bom cristão, dou dízimos, sou admirado pela minha espiritualidade, sou líder de um ministério, tenho um bom comportamento”. Deus diz: “tudo o que faço, faço porque amo o ser humano. As bênçãos que derramo, derramo por causa da minha graça”. Não há mérito nosso no que recebemos de Deus, os méritos são inteiramente de Jesus.

O orgulho leva o ser humano a achar que ele é bom e merecedor da bênção divina. Aí vem Deus, pega alguém lá debaixo e o levanta mais alto do que o orgulhoso e lhe mostra que a graça dele é muito superior ao orgulho humano.

Paulo disse que o Evangelho do Cristo crucificado era um “escândalo para os judeus e loucura para os gentios” (1 Coríntios 1.23). Escândalo para os judeus, mas demonstração de graça para os que creem.

A graça é cura para os de coração quebrantado. A graça é a esperança para os que sofrem, para os que se sentem angustiados, para os que não veem uma luz no fim do túnel. Para esses, Deus diz: “Creia na minha graça, confie no meu amor. Não olhe para a aparência de sucesso de muitos ao seu redor nem para o aparente fracasso que você pensa sobre si mesmo, mas olhe para Jesus”.

A graça de Deus é a coisa mais incompreensível que há no Universo. Creio que é por uma razão: ela tira de nós qualquer possibilidade de mérito e de glória nossa. O agir da graça dá a Deus toda a glória, por isso é tão difícil compreendê-la e por isso ela é tanto escândalo quanto a própria cruz.

CONCLUSÃO

A salvação é uma obra dinâmica efetuada por Cristo na vida do crente. Não é estática porque a operosidade dela no crente não terminou. Estamos desfrutando da graça nesta dispensação divina até a vinda de Cristo.

 

Por.  Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Bibliografia

Teologia Sistemática Pentecostal 2º.  Edição

http://licoesbiblicas.com.br

http://www.ultimato.com.br

Bíblia de Estudo Anotada

Lições bíblicas CPAD 1999

http://estudosbiblicosevangelicos.net