4 de abril de 2024

O Início da Caminhada |

 

O Início da Caminhada | 2° Trimestre de 2024

TEXTO ÁUREO

“Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.” (Jo 3.3)

Entenda o Texto Áureo

Nascer de novo. Literalmente, a frase significa "nascer do alto". Jesus respondeu a uma pergunta que Nicodemos nem mesmo fez. Ele leu o coração de Nicodemos e foi ao amago do problema dele, ou seja, a necessidade de transformação espiritual ou regeneração produzida pelo Espirito Santo. O novo nascimento é um ato de Deus pelo qual vida eterna é concedida ao crente (2Co 5.17; Tt 3.5; 1Pe 1.3; 1Jo 2.29; 3.9; 4.7; 5.1,4,18).

O texto de 1.12-13 indica que "nascer de novo" também carrega a ideia de "tornar-se filho de Deus" por meio da fé no nome do Verbo encarnado. não pode ver o reino de Deus. No contexto, essa é primariamente uma referência a participação do reino milenar no final dos tempos, fervorosamente aguardado pelos fariseus e outros judeus. Uma vez que os fariseus eram sobrenaturalistas, naturalmente aguardavam com ansiedade a profetizada ressurreição dos santos e a inauguração do reino messiânico (Is 11.1-16; Dn 12.2).

O problema deles era que pensavam que a mera linhagem física e a observância das exterioridades religiosas os qualificavam para entrar no reino, e não a necessidade de transformação espiritual, a qual Jesus enfatizou (cf. 8.33-39; Gl 6.15).

A vinda do reino no final dos tempos pode ser descrita como a "regeneração" do mundo (Mt 19.28); porém, a regeneração da pessoa é requerida antes do fim do mundo para que ele possa entrar no reino.

 

VERDADE PRÁTICA

 

O Novo Nascimento marca o início da jornada do crente em Jesus Cristo.

 

 

 

Entenda a Verdade Prática

O nascimento pelo qual Cristo sustenta é a água de cima – pela ação do Espírito Santo.

Todo homem deve ter dois nascimentos, um do céu, o outro da terra – um do seu corpo, o outro da sua alma: sem o primeiro ele não pode ver nem desfrutar deste mundo, sem o último ele não pode ver nem desfrutar do reino de Deus.

Como existe uma necessidade absoluta de uma criança nascer no mundo, para que possa ver sua luz, contemplar suas glórias e desfrutar de seu bem, há uma necessidade absoluta de que a alma seja tirada de seu estado de escuridão e pecado, através da luz e poder da graça de Cristo, para que possa ver, ou, discernir, as glórias e excelências do reino de Cristo aqui, e estar preparado para o desfrute do reino de glória a seguir.

Os judeus tinham alguma noção geral do novo nascimento; mas, como muitos entre os cristãos, eles colocam os atos de proselitismo, batismo, etc., no lugar do Espírito Santo e sua influência: eles reconheceram que um homem deve nascer de novo; mas eles fizeram esse novo nascimento consistir em profissão, confissão e lavagem externa batismo (Jo 3.10).

O novo nascimento aqui mencionado compreende não apenas o que se chama justificação ou perdão, mas também santificação ou santidade. O pecado deve ser perdoado, e a impureza do coração lavada, antes que qualquer alma possa entrar no reino de Deus.

Como esse novo nascimento implica a renovação de toda a alma em justiça e verdadeira santidade, não é um assunto que possa ser dispensado: o céu é um lugar de santidade, e nada além do que é como ele próprio pode entrar nele.

LEITURA BÍBLICA = João 3.1-8

 

1. E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.

 

Fariseus. A palavra "fariseu" provavelmente provém de uma palavra hebraica que significa "separar" e, por isso, possivelmente significa "os separados".

Os fariseus não eram separatistas no sentido de isolacionismo, mas no sentido de puritanismo, ou seja, eles eram muito zelosos pela pureza ritual e religiosa, tanto segundo a lei de Moisés como segundo suas próprias tradições, que eles haviam acrescentado à legislação do AT.

 

Embora a origem deles seja desconhecida, parece que surgiram como uma ramificação dos "hasidim" ou "piedosos", durante a era dos Macabeus.

 

Geralmente provinham da classe média dos judeus e na maioria consistiam do laicato (homens de negócio), e não de sacerdotes ou levitas. Representavam o cerne da ortodoxia do judaísmo e influenciavam fortemente o povo comum de Israel.

 

Segundo Josefo, no tempo de Herodes, o Grande, havia 6.000 fariseus. Jesus os condenou porque eles se concentravam de modo extremo nos aspectos externos da religião (regras e regulamentações) em vez de centrarem-se na transformação espiritual interior (vs. 3,7).

 

Nicodemos. Embora Nicodemos fosse fariseu, seu nome, que significa "vencedor sobre o povo", era de origem grega. Era um fariseu proeminente e membro do Sinédrio ("um dos principais dos judeus"). Nada se sabe sobre o seu pano de fundo familiar. No final, ele passou a crer em Jesus (7.50-52), tendo arriscado a sua própria vida e reputação ao ajudar a dar um sepultamento decente ao corpo de Jesus (19.38-42).

 

Um dos principais dos judeus. Essa é uma referência ao Sinédrio (Mt 26.59), o principal corpo governante dos judeus na Palestina. Era a "suprema corte" judaica ou conselho governante da época; surgiu provavelmente durante o período persa. No tempo do NT, o Sinédrio era composto pelo sumo sacerdote (presidente), pelos principais sacerdotes, pelos anciãos (chefes de famílias) e pelos escribas, num total de 71 membros.

 

O método de nomeação era tanto hereditário quanto político. Executava jurisdição civil e criminal, segundo a lei judaica. Entretanto, os casos de pena de morte requeriam a sanção do procurador romano (18.30-32). Após 70 d.C. e depois da destruição de Jerusalém, o Sinédrio foi abolido e substituído pela Beth Din (corte de julgamento), que era composta de escribas, cujas decisões possuíam apenas autoridade moral e religiosa.

2. Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.

 

Este, de noite, foi ter com Jesus. Conquanto alguns pensem que a visita de Nicodemos a Jesus à noite representa, de algum modo, as trevas espirituais do coração (cf. 1.5; 9.4; 11.10; 3.1-21, A história de Jesus e Nicodemos reforça os temas de João de 13.30) ou que ele tenha decidido ir nessa hora porque disporia de mais tempo com Jesus e não precisaria apressar-se na conversação, talvez a explicação mais lógica encontra-se no fato de que, por ser um dos principais dos judeus, Nicodemos temia as implicações de associar-se abertamente numa conversa com Jesus.

 

Ele escolheu a noite para manter na clandestinidade o encontro com Jesus, em vez de arriscar-se ao desfavor dos colegas fariseus, por quem Jesus não era benquisto em geral.

 

3. Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.

 

Essa resposta brusca foi claramente destinada a abalar todo o edifício da religião de Nicodemos, a fim de estabelecer uma fundação mais profunda e duradoura. Nicodemos provavelmente pensou que ele havia percorrido um longo caminho e esperava, talvez, ser elogiado por sua franqueza.

 

Em vez disso, ele ouve que levantou uma questão que ele não está em uma capacidade de resolver, e que antes de se aproximar, sua visão espiritual precisava ser corrigida por uma revolução completa em seu homem interior.

 

Se o homem tivesse sido menos sincero, isso certamente o teria repelido; mas com pessoas em seu estado de espírito misto – para o qual Jesus não era estranho (Jo 2.25) – tais métodos são mais rápidos do que palavras mais melíferas e abordagens graduais.

 

Nascer de novo, – ou, por assim dizer, recomeçar a vida em relação a Deus; sua maneira de pensar, sentir e agir, com referência às coisas espirituais, passando por uma revolução fundamental e permanente.

 

Não pode ver – não pode participar (assim como se diz “ver a vida”, “ver a morte”, etc.). o Reino de Deus – seja em seus primórdios aqui (Lc 16.16), ou sua consumação futura (Mt 25.34; Ef 5.5).

 

4. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?

 

Na qualidade de mestre, Nicodemos compreendia o método rabínico do uso de linguagem figurativa para ensinar verdades espirituais, e ele estava meramente retomando o simbolismo de Jesus.

 

5. Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus.

 

Nascer da água e do Espírito. Jesus não se refere aqui à água literal, mas à necessidade de "purificação" (p. ex., Ez 36.24-27).

 

No AT, quando a água é usada de maneira figurada, isso geralmente se refere à renovação ou purificação espiritual, especialmente quando usada em conjunção com "espírito" (Nm 19.17-19; SI 51.9-10; Is .32.15; 44.3-5; Jr 2.13; Jl 2.28-29).

 

Portanto, Jesus fez referência à lavagem espiritual ou purificação da alma realizada pelo Espírito Santo por meio da palavra de Deus no momento da salvação (cf. Ef 5.26; Tt 3.5), requerida para poder pertencer ao reino.

 

6. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.

Para mostrar a necessidade dessa mudança, o Salvador direciona a atenção de Nicodemos para a condição natural do homem. Por “O que é nascido da carne”, ele evidentemente pretende o homem como é por natureza, nas circunstâncias de seu nascimento natural. Talvez ele também faça alusão à pergunta de Nicodemos, se um homem poderia nascer quando ele fosse velho? Jesus diz a ele que, se pudesse, não responderia a nenhum propósito valioso; ele ainda teria as mesmas propensões e paixões. Outra mudança foi, portanto, indispensável.

É carne – Participa da natureza dos pais. Compare Gênesis 5.3. Como os pais são corruptos e pecaminosos, também serão seus descendentes. Ver Jó 14.4.

E como os pais são totalmente corruptos por natureza, seus filhos serão os mesmos. A palavra “carne” aqui é usada como significando “corrupto, contaminado, pecador”. A “carne” nas Escrituras é frequentemente usada para denotar as propensões e paixões pecaminosas da nossa natureza, pois essas propensões devem ter seu lugar na natureza animal. “As obras da carne são manifestas, que são: adultério, fornicação, impureza, lascívia”, etc. Gl 5.19-20.

Veja também Efésios 2.3; 1 Pedro 3.21; 2.18; 1 João 2.16 ; Romanos 8.5.

7. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.

 

É possível que Nicodemos, de alguma maneira, ainda tenha expressado uma dúvida sobre a doutrina, e Jesus aproveitou a ocasião de uma maneira muito impressionante para ilustrá-la.

 

8. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.

 

O vento sopra onde quer. O que Jesus quis dizer é que, assim como vento não pode ser controlado ou compreendido pelos seres humanos, mas os seus efeitos podem ser testemunhados, assim também acontece com o Espírito Santo. Ele não pode ser controlado ou compreendido, mas a prova de sua obra é aparente. Onde o Espírito atua, ali há evidência inegável e certa.

 

INTRODUÇÃO

 

A lição abordará o novo nascimento. Em Efésios, Paulo afirma que todos estamos mortos espiritualmente e só vamos ter acesso ao Reino de Deus se nascermos de novo, ele afirma que, embora estivéssemos mortos por causa de nossos pecados, ELE (Deus) nos deu vida juntamente com Cristo (Ef 2.5).

 

Agora entenda isso, quando ele diz “nos deu vida”, é o mesmo que dizer, “nasceu de novo”. O que estamos falando aqui é de como o Espírito de Deus e a Palavra de Deus trabalham juntos para nos trazer da morte espiritual para uma nova vida, vida eterna onde vamos conhecer a Deus e estar na sua presença eternamente. Agora preste atenção ao que iremos discorrer nesta lição.

 

PALAVRA-CHAVE: CAMINHADA

 

No espírito desfrutamos Cristo como nossa vida (Rm 8.10; 2Tm 4.22). É ali que devemos viver e andar (Rm 8.4; Gl 5.16,25). No espírito temos a expressão de Deus e o Seu governo. Assim, podemos desfrutar do descanso.

 

I. A CAMINHADA COM CRISTO

 

1. Compreendendo os dois caminhos. Na seção final do Sermão do Monte registrado em Mt 7.13-29, encontramos uma aplicação geral do evangelho. Estão presentes ali duas portas, dois caminhos, dois destinos e dois grupos de pessoas (vs. 13-14), dois tipos de árvores e dois tipos de frutos (vs. 17-20), dois grupos de julgamentos (vs. 21-23) e dois tipos de construtores, construindo sobre dois tipos de fundamentos (vs. 24-28).

 

Cristo está traçando a linha do modo mais claro possível entre o caminho que leva à destruição e o caminho que leva à vida. Ainda, vale destacar que, tanto a porta estreita quanto a larga são tidas como dando entrada ao reino de Deus. Dois caminhos são oferecidos às pessoas.

 

A porta estreita é pela fé, somente por meio de Cristo, apertada e exigente. Ela representa a verdadeira salvação, da maneira de Deus, que leva à vida eterna. A porta larga inclui todas as religiões de obras e de justiça própria, sem um caminho único (cf. At 4.12), mas que leva ao inferno, não ao céu. Também o Salmo primeiro, ao contrário de muitos outros Salmos, não é uma oração dirigida a Deus, mas uma exposição do contraste entre dois homens, dois caminhos e seus dois destinos; Os dois homens são:

• O Justo: Comparado, no versículo 3, com uma árvore. Um organismo vivo, que recebe provisão de água, é produtivo e bem-sucedido. Seu caminho é reto, pois tem uma postura firme contra o mal ao mesmo tempo que desfruta das belezas da lei do seu Senhor. Já o seu destino é conhecido e recompensado por Deus.

• O Ímpio: Comparado, no versículo 4, à palha. Que não produz, não se estabelece, nem tem vida. Seu caminho envolve duro julgamento e condenação, no versículo 5. Por fim, seu destino está marcado pela destruição. Estes dois homens retratam a humanidade.

De um lado, os que vivem pela fé, àqueles que foram declarados justos por Deus, através da obra de Cristo na cruz. Por outro, os ímpios que, apesar de viverem suas vidas, terem suas famílias, seus empregos e que buscam ser cidadãos honestos e cumpridores dos seus deveres, estão, segundo Deus, mortos, sem fé e incapazes de se defenderem no dia do julgamento.

2. Os três companheiros da nossa caminhada. Deus tem nos alcançado com a sua graça e nos chamado para brilhar como estrelas em meio a uma geração corrompida e perversa (Fp 2.15). A nossa comunhão – o nosso caminhar – não é com o mundo, mas com o Pai, com seu Filho, Jesus Cristo e habitados pelo Espírito Santo. Se andarmos com ele, certamente obteremos vitória contra o mundo, a carne e o diabo e seremos sal e luz nesta terra. Como Noé e seus dias de corrupção generalizada, não seremos influenciados pela concupiscência da carne, pela concupiscência dos olhos, nem pela soberba da vida, mas seremos influenciadores, pregadores da justiça (2 Pe 2.5).

 

Apenas uma ressalva aqui a uma afirmativa da sentença desse subtópico: “nos tornando em seus legítimos filhos”. Não somos filhos legítimos, mas filhos por adoção. A doutrina da Adoção precisa ser conhecida.

 

Em Romanos 8.13-17, o apóstolo Paulo escreve que os crentes receberam o espírito de adoção, e são agora guiados pelo Espírito de Deus. Isso significa ser o Espírito Santo que dá testemunho com nosso espírito que somos filhos de Deus. O apóstolo Paulo, também escreveu que Deus enviou seu Filho, Jesus, para redimir os que estavam debaixo da Lei. Estes recebem a adoção de filhos (Gl 4.5).

 

Desta forma, a doutrina da adoção é uma verdade maravilhosa para uns, e terrível para outros. Isto porque ela destrói a crença de que todos são filhos de Deus.

 

II. O NOVO NASCIMENTO

 

1. Por que precisamos do Novo Nascimento? “Necessário vos é nascer de novo” (Jo 3.7). Os espiritualmente mortos não podem entrar na santa presença de Deus. “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). Para ver o reino de Deus, então, o natimorto espiritual deve ser trazido à vida. Deve haver uma ressurreição espiritual.

Nascer de novo, literalmente, significa "nascer do alto". Jesus respondeu a uma pergunta que Nicodemos nem mesmo fez. Ele leu o coração de Nicodemos e foi ao âmago do problema dele, ou seja, a necessidade de transformação espiritual ou regeneração produzida pelo Espírito Santo. O novo nascimento é um ato de Deus pelo qual vida eterna é concedida ao crente (2Co 5.17; Tt 3.5; 1Pe 1.3; 1Jo 2.29; 3.9; 4.7; 5.1,4,18).

 

Em João 1.12-13, o texto indica que "nascer de novo" também carrega a ideia de "tornar-se filho de Deus" por meio da fé no nome do Verbo encarnado. Os que estão mortos em seus delitos e pecados não pode ver o reino de Deus. No contexto, essa é primariamente uma referência à participação do reino milenar no final dos tempos, fervorosamente aguardado pelos fariseus e outros judeus.

 

Uma vez que os fariseus eram sobrenaturalistas, naturalmente aguardavam com ansiedade a profetizada ressurreição dos santos e a inauguração do reino messiânico (Is 11.1-16; Dn 12.2).

 

O problema deles era que pensavam que a mera linhagem física e a observância das exterioridades religiosas os qualificavam para entrar no reino, e não a necessidade de transformação espiritual, a qual Jesus enfatizou (cf. 8.33-39; Gl 6.15).

 

A vinda do reino no final dos tempos pode ser descrita como a "regeneração" do mundo (Mt 19.28); porém, a regeneração da pessoa é requerida antes do fim do mundo para que ele possa entrar no reino.

 

2. A religião não faz nascer de novo. As palavras de Jesus confundiram a Nicodemos. “Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?” (Jo 3.4).

 

Aqui Nicodemos nos dá uma aula de não entender. Nicodemos não está sozinho. Há um grande número de cristãos professos que não entendem. Ao ouvir alguns falarem, você pensa que Jesus disse apenas: “Você precisa ficar bem de novo.” De acordo com muitos, nós não estamos espiritualmente mortos, mas estamos simplesmente doentes. Estamos em nossos leitos de morte, e Jesus nos oferece a cura. Tudo o que temos que fazer é estender a mão e pegar. Ou estamos nos afogando e Jesus nos oferece uma boia salva-vidas, e tudo o que temos que fazer é agarrá-la para salvar nossas vidas.

O quadro pintado por Jesus e os apóstolos, contudo, é muito mais deserto. Em nosso estado natural adâmico, nós não estamos em nossos leitos de morte. Estamos no túmulo. Não estamos flutuando na superfície do mar. Estamos sem vida no fundo do oceano. Estamos mortos. Este é o ponto que Nicodemos e nós devemos entender.

 

Quando Jesus diz a Nicodemos que ele deve nascer de novo, ele está indicando que isso não é algo que Nicodemos pode fazer por si próprio, com sua religiosidade. Assim como nós não tivemos controle no nosso nascimento físico, nós não temos controle em nosso nascimento espiritual. Trata-se da obra soberana do Espírito Santo.

 

3. O Novo Nascimento e seu processo. Visto que somos pecadores diante de Deus, todos nós estamos mortos em ofensas e pecados. Nada menos do que a intervenção de Deus pode trazer-nos à vida espiritual. Visitar pecadores indignos e aplicar a Palavra da vida ao coração deles é uma obra especial do Espírito Santo. O que podemos fazer para conseguir esse novo nascimento da parte de Deus? A resposta é: “Nada”.

 

Muitos livros já foram escritos por pessoas bem-intencionadas que reivindicam instruir outras sobre como nascer de novo. No entanto, se somos fiéis à Palavra de Deus, temos de reconhecer que não podemos ensinar a alguém como nascer de novo. Isso era o que os apóstolos de Cristo não faziam, quando evangelizavam. Eles nunca chegavam em uma cidade e anunciavam que o tema do sermão daquele dia seria “Como Nascer de Novo”. Pelo contrário, eles exortavam as pessoas a se converterem de seus pecados e crerem em Cristo.

 

Por natureza, estamos mortos em nossos pecados. Não podemos salvar a nós mesmos. Deus tem de agir para resgatar-nos. Ele fez isso, ao enviar seu Filho para morrer em lugar dos pecadores na cruz. No entanto, a obra expiatória de Cristo precisa ser aplicada a cada um de nós: esta é a obra do Espírito Santo.

O Espírito Santo nos traz o benefício da morte de Cristo, bem como nos traz em Si mesmo à ressurreição e à vida de Cristo. Temos de deixar claro que o Espírito Santo, ao realizar esta obra divina, utiliza a Palavra de Deus. A pregação do evangelho é uma parte essencial na obra de regeneração realizada pelo Espírito Santo — “Pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente” (1 Pe 1.23).

III. O NOVO TESTAMENTO E A CAMINHADA DE FÉ DO CRISTÃO

 

1.  O Novo Testamento. O conceito de Novo Testamento como Escritura é um processo gradual na vida da Igreja. No início, ele não era visto pela Igreja como um livro, mas como uma unidade que fazia a diferença entre a Antiga Aliança (a Lei) e a Nova Aliança (o Evangelho) com o cumprimento pleno em Cristo (Gl 4.4).

 

Esse entendimento deriva das raízes bíblicas (2 Co 3.6).

 

Nesse contexto, a palavra “aliança” ganha relevância. Traduzida pela Septuaginta, da palavra grega diathéke, de acordo com Jeremias 31.31, ela tem o sentido de ordenação, dispensação e economia da salvação. Do latim, o termo testamentum traz essa mesma força descritiva do termo diathéke. Assim, do ponto de vista canônico, o Antigo e o Novo Testamentos formam as Escrituras Sagradas do cristão.

2. O tema principal do Novo Testamento. O tema central do Novo Testamento é a pessoa de Jesus Cristo. Há diversos personagens apresentados nesse documento sagrado, mas todos ganham relevância apenas quando estão relacionados à sombra de nosso Senhor. Tudo se volta para a pessoa de Cristo, posto que seu ministério tem uma ênfase salvífica cujo interesse maior é o de reconciliar o mundo com Deus (Mt 1.21,23; Jo 1.14; 1Tm 2.5).

3. A importância do Novo Testamento na caminhada do cristão. O Antigo Testamento tem grande importância para o povo de Deus. O Senhor Jesus o dividiu, evidenciando três categorias que apontavam para sua pessoa: Lei, Profetas e Escritos (Lc 24.44).

 

Contudo, o cristão deve começar sua jornada de fé pelo Novo Testamento. Este documento sagrado reflete o desenvolvimento da revelação divina, envolvendo a vida e o ministério de nosso Senhor Jesus Cristo, no qual se desdobra todo o plano arquitetado por Deus a respeito da nossa salvação. No Antigo Testamento temos a promessa; no Novo, o seu cumprimento (Hb 1.1,2)

Nesse testamento, temos a consumação do plano do Pai em Jesus para que o ser humano fosse reconciliado com Ele e iniciasse uma nova jornada de fé (2 Co 5.19).

CONCLUSÃO

 

A jornada com Cristo tem início com o Novo Nascimento. Ela se estende por meio de uma longa peregrinação espiritual até o relacionamento perfeito com Jesus (Mt 16.24). Nessa peregrinação, os que começaram a nova vida com Cristo podem contar com a presença do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Assim, seremos guiados pelas palavras do Novo Testamento que tratam da vida, morte e ressureição do Senhor Jesus, em quem a nossa fé está fundamentada.

 

BOA AULA