5 de março de 2019

Poder do alto contra as Hostes da Maldade


Poder do alto contra as Hostes da Maldade

TEXTO ÁUREO

"Eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder." (Lc 24.49)

VERDADE PRÁTICA

 As obras das trevas são demolidas pelo poder de Deus no trabalho de pregação do Evangelho de Cristo.      
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Atos 8.5-13,18-21

INTRODUÇÃO

Os samaritanos são popularmente conhecidos como um povo rejeitado pelos judeus.Talvez pela famosa parábola do “bom samaritano”, ou pela  história da conversa de Jesus com uma mulher à beira do poço em Samaria (Jo 4). Essas referências neotestamentárias aos samaritanos deixam a impressão de que eles seriam um povo totalmente diferente dos judeus. “Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?”. Entretanto, historicamente podemos ver que eles eram muito próximos. Talvez mais próximos do que gostariam de admitir. “És tu maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado?” Então quais seriam as razões para esta discriminação?

A história de Samaria

A cidade de Samaria foi construída por Onri, sexto rei de Israel, que reinou de 885 a 874 a.C. A partir de então esta cidade passou a ser a cidade do Reino do Norte até a sua queda em 722 a.C. O texto bíblico explica que este nome deriva de “Semer”, nome do homem de quem Onri comprou por dois talentos de prata o monte no qual construiu a cidade.

Com o passar do tempo, passou-se a chamar de Samaria não só a cidade, mas a todo o território das dez tribos que formavam o reino do norte, como podemos vem em I Rs 13.32 “(…)as casas dos altos que estão nas cidades de Samaria.”

A cidade de Samaria foi edificada a meio caminho entre o Jordão e o Mediterrâneo, a 12 km a noroeste de Siquém. Estava em uma localização estratégia para a defesa militar e foi muito bem fortificada. Escavações arqueológicas comprovaram a existência de três muralhas: uma em torno do palácio e do pátio, outra em torno de um terraço mais abaixo e outra no início da colina. Além disso, a prosperidade econômica no reinado de Onri permitiu o rápido desenvolvimento e embelezamento desta cidade.

Os samaritanos são popularmente conhecidos como um povo rejeitado pelos judeus. Talvez pela famosa parábola do “bom samaritano”, ou pela  história da conversa de Jesus com uma mulher à beira do poço em Samaria (Jo 4). 

Essas referências neotestamentárias aos samaritanos deixam a impressão de que eles seriam um povo totalmente diferente dos judeus. “Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?”. Entretanto, historicamente podemos ver que eles eram muito próximos. Talvez mais próximos do que gostariam de admitir. “És tu maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado?” Então quais seriam as razões para esta discriminação?

As duas principais causas do distanciamento são religiosa e étnica. E as duas estão interligadas.
Ainda antes da construção da cidade de Samaria o Reno do Norte já estava se desviando dos mandamentos de Yahweh. Jeroboão intencionalmente construiu ídolos e santuários em Betel e Dã, para que o povo não fosse mais até Jerusalém e assim não fosse persuadido a voltar a ser fiel ao reinado davídico: “Assim o rei tomou conselho, e fez dois bezerros de ouro; e lhes disse: Muito trabalho vos será o subir a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito.” I Rs 13.28

Os reis que o sucederam não fizeram melhor. Cada vez mais o povo foi se desviando de Yahweh e incorporando deuses dos povos vizinhos e misturando as famílias. Quando os assírios tomaram o reino de Israel toda a elite do povo foi levada para o cativeiro. Os que ficaram eram apenas o povo pobre do campo. Para substituir os que foram levados, os assírios instalaram gente do seu povo alí. Era uma forma governar a terra conquistada e evitar insurreições nacionalistas. Inevitavelmente, com o passar do tempo esses israelitas foram se misturando com os estrangeiros. Desta forma se consolidou, alem do desvio religioso, a mistura étnica.

Além das diferenças étnicas e religiosas havia um ressentimento por parte dos judeus por causa do comportamento desleal dos samaritanos. Como mostra Josefo: “Esses povos, a que os gregos chamam samaritanos, continuam ainda hoje na mesma religião. E mudam com relação a nós segundo a diversidade dos tempos. Pois, quando a nossa situação é boa, eles declaram que nos consideram irmãos, porque sendo uns e outros descendentes de José, temos a nossa origem num mesmo ramo. Quando a sorte nos é contrária, eles dizem que não nos conhecem e que não são obrigados a nos amar, pois, vindo nós de um país tão afastado para se estabelecer naquele em que eles habitam, nada têm de comum conosco.” (410)



No encontro de Jesus com a mulher samaritana, descrito em Jo 4, podemos ver o mestre julgando e estabelecendo uma sábia sentença à divergência entre as duas partes. A questão em jogo é esta: “Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar” e a resposta de Jesus corrige tanto a ignorância dos samaritanos quanto a arrogância dos judeus: “Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” E com a consumação do sacrifício de Cristo encerra a questão do lugar certo de adoração, e da exclusividade dos judeus como povo de Deus.

Por fim, o capítulo oito do livro de Atos mostra como os samaritanos foram incluídos à família da fé: “Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João. Os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo”

QUEM ERAM OS SAMARITANOS?

O sentido desta palavra na única passagem do Antigo Testamento (2Rs 17.29), aplica-se a um indivíduo pertencente ao antigo Reino do Norte de Israel. Em escritos posteriores, significa um individuo natural do distrito de Samaria, na Palestina central (Lc 17.11).

De onde veio a raça, ou como se originou a nacionalidade samaritana? Quando Sargom tomou Samaria levou para o cativeiro, segundo ele diz, 27.280 de seus habitantes, deixando ainda alguns israelitas no pais. Sabendo que eles conservavam o espírito de rebelião, planejou um meio de os desnacionalizar, estabelecendo ali colônias de habitantes da Babilônia, de Emate (2Rs 17.24), e da Arábia. Estes elementos estrangeiros levaram consigo a sua idolatria. 

A população deixada em Samaria era insuficiente para o cultivo das terras, interrompido pelas guerras, de modo que as feras começaram a invadir as povoações e a se multiplicarem espantosamente, servindo na mão de Deus de azorrague para aquele povo. Os leões mataram alguns dos novos colonizadores. Estes atribuíram o fato a um castigo do deus da terra que não sabiam como apaziguar, e neste sentido pediram instruções ao rei da Assíria, que lhes mandou um sacerdote dos que havia entre os israelitas levados para o cativeiro. Este foi residir em Betel e começou a instruir o povo nas doutrinas de Jeová, porém, não conseguiu que os gentios abandonassem a idolatria de seus antepassados. Levantaram imagens de seus deuses nos lugares altos de Israel combinando a idolatria com o culto de Jeová (2Rs 17.25-33).

Este regime híbrido de adoração permaneceu até a queda de Jerusalém. Asor-Hadã continuou a política de seu avô Sargom (Ed 4.2), e o grande e glorioso Asenafar, que talvez seja Assurbanipal, completou a obra de seus antecessores, acrescentando à população existente, mais gente vinda de Elã e de outros lugares.

A nova província do império assírio decaia. Josias mesmo, ou seus emissários, percorreram todo o país, destruindo por toda a parte os lugares altos (2Cr 34.6,7), onde havia altares da idolatria. O culto pagão decrescia sob a influência dos israelitas que ficaram no país, e por causa do ensino dos sacerdotes. A ação renovadora de Josias foi mais um golpe. Anos depois, alguns dentre os samaritanos, costumavam ir a Jerusalém para visitar o templo e fazer adoração (Jr 41.5). 

Quando Zorobabel voltou do exílio, trazendo consigo bandos de cativos para Jerusalém, os samaritanos pediram licença para tomar parte na construção do templo, alegando que haviam adorado o Deus de Israel desde os dias de Asor-Hadã (Ed 4.2).

A maior parte dos judeus sentiam repugnância em manter relações sociais e religiosas com os samaritanos. Os samaritanos não tinham sangue puro de hebreus, nem religião judaica.
Diz o historiador judeu Flavio Josefo, que, no tempo em que os judeus prosperavam, os samaritanos pretendiam possuir alianças de sangue com eles, mas em tempos de adversidade, repudiavam tais alianças, dizendo-se descendentes dos imigrantes assírios.

Tendo Zorobabel, Jesua e seus associados rejeitado a oferta dos samaritanos para auxiliar a reconstrução do templo, estes não mais tentaram reconciliação com os judeus, antes pelo contrário, empenharam-se em impedir a conclusão da obra (Ed 4.1-10). 

Depois procuraram impedir o levantamento dos muros por Neemias, (Ne 4.1-23). O cabeça deste movimento era certo Sambalat o horonita, cujo genro havia sido expulso do sacerdócio por Neemias. O sogro, com certeza, fundou o templo samaritano sobre o monte Gerizim, para servir ao dignitário deposto em Jerusalém. Daqui em diante, todos os elementos indisciplinados da Judéia, procuravam o templo rival de Samaria, onde eram recebidos de braços abertos.

Enquanto durou a perseguição promovida por Antíoco Epifanes contra os judeus, os samaritanos declaravam não pertencer à mesma raça, e agradavam ao tirano, mostrando desejos de que o seu templo do monte Gerizim fosse dedicado a Júpiter, defensor dos estrangeiros.
Pelo ano 129 a.C., João Hircano tomou Siquém e o monte Gerizim, e destruiu o templo samaritano; porém os antigos adoradores continuaram a oferecer culto no monte onde existiu o edifício sagrado. Prevalecia ainda este costume no tempo de Jesus (Jo 5.20,21). Neste tempo, as suas doutrinas não deferiam muito na sua essência, das doutrinas dos judeus e especialmente da seita dos saduceus. Partilhavam da crença na vinda do Messias (Jo 4.25), mas somente aceitavam os cinco livros de Moisés.



SAMARITANOS CRISTÃOS

 O motivo principal que levou os samaritanos a receber tão alegremente o evangelho pregado por Filipe, foram os milagres por ele operados (At 8.5,6). Outro motivo que sem dúvida concorreu para o mesmo resultado, é que, ao contrário das doutrinas dos judeus, o Cristianismo seguia os ensinos e os exemplos de seu fundador, Jesus, admitindo os samaritanos os mesmos privilégios que gozavam os judeus convertidos ao Evangelho (Lc 10.29-37; 17.16-18; Jo 4.1-42).

O EVANGELHO ENTRE OS SAMARITANOS

Os samaritanos são mencionados nos evangelhos em conexão com o ministério de Jesus. Ele passou por Samaria e ministrou à mulher samaritana, à beira do poço de Sicar. E ficou em Sicar por dois dias (Jo 4:1-42). 

Sua entrevista com a mulher samaritana fez vir à tona a antipatia entre judeus e samaritanos, devido à disputa acerca do local exato para a adoração a Deus. Por que Cristo teria ministrado aos samaritanos, se viera somente «Às ovelhas perdidas da casa de Israel»? (ver Mt 15:24). Não seria pelo motivo de que reconhecia que os samaritanos faziam parte do povo de Israel, posto que miscigenado com certos estrangeiros do Oriente?

Apesar de Lucas indicar que Jesus foi rejeitado em uma aldeia de samaritanos (Lc 9:52,53), o terceiro, evangelho mostra que havia boas qualidades neles. — Foi um leproso samaritano que voltou para agradecer a Cristo por sua purificação (Lc 17:11-19), e uma das parábolas mais conhecidas do Senhor Jesus imortalizou o «bom samaritano» (Lc 10:29-37).

Apesar de Jesus haver instruído seus discípulos, em certa ocasião para evitarem os gentios e os samaritanos (Mt 10:5-7), por ocasião de sua ascensão, na Grande Comissão, Jesus ordenou que sua Igreja iniciasse a pregação em Jerusalém e na Judéia, então em Samaria e, em seguida, no mundo inteiro (At 1:8). 

Isso significa que Samaria era por ele considerada uma unidade especial. E o trecho de Atos 8:1-25 registra essa fase da missão cristã, entre os samaritanos. Certo escritor moderno disse: «Sumariando o testemunho do Novo Testamento: os samaritanos parecem ser israelitas, embora sua religião se encontrasse em estado de ignorância, e cujas instituições eram irregulares». No entanto, os samaritanos só foram realmente excluídos pelos judeus em 300 D.C.

O PODER DE DEUS ENTRE OS SAMARITANOS

A grande hostilidade entre Judeus e Samaritanos existia há 1000 anos, teve início no fim da monarquia no século X a.C, quando as dez tribos desertaram e fizeram Samaria sua capital, e apenas duas tribos permaneceram leias a Jerusalém, dividiram-se em reino do sul e reino do norte.
No ano de 722 a.C o império Assírio, invadiu o reino do norte, este tinha como capital Samaria, o reino do norte e conseqüentemente Samaria foram destruídos e levados cativos, seu país foi repovoado por estrangeiros.

No século VI a.C, os Judeus voltaram para sua terra, mas recusaram a ajuda dos samaritanos para reconstrução do templo. Mas o maior cisma entre Judeus e Samaritanos aconteceu no ano IV a.C, quando os samaritanos construíram um outro templo, localizado no monte Gerizim, mas além disso os mesmos rejeitavam o Antigo Testamento, os únicos livros que liam e ensinavam eram Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. O Templo era a casa de Deus e a lei a voz de Deus, imagina o que isso causou entre Judeus e samaritanos.

Filipe vai até estas pessoas para pregar a Palavra de Deus, ninguém tolerava os samaritanos, eram odiados, considerados hereges e blasfemos, porém Filipe não importava com isso, ele não fazia distinção de pessoas, na sua visão todos precisavam de forma igual receber as Boas Novas, o anúncio que o Messias era Jesus, o Cristo ressuscitado.

Quantas vezes nós pregamos apenas para aquelas pessoas que nos convém, escolhemos quem o Evangelho deve alcançar. Por exemplo, muitas vezes pregamos apenas para aquelas pessoas que são mais receptíveis ao Evangelho, ou para aquelas que são “bondosas", levam uma vida integra diante da sociedade e temos a certeza que ao ouvirem a mensagem do Caminho, mesmo não aceitando serão simpáticos conosco e assim não sentiremos medo e rejeição.

Filipe é um homem que prega para aqueles que ninguém quer pregar. Mas você me pergunta, quais são aqueles que ninguém quer pregar no século XXI? E porque não querem pregar?
Essa resposta é muito fácil de responder, primeiro quem são os samaritanos do nosso tempo? Traficantes, usuários de drogas e bebidas alcoólicas, prostitutas, travestis, gays, lésbicas, presidiários...
Segundo, porque as pessoas não querem pregar para estes? Medo, ódio, raiva, preconceito, intolerância, falta de tempo e falta de um encontro verdadeiro com Jesus Cristo.

Quais foram os resultados da pregação de Filipe?

Na medida em que Filipe anunciava Cristo, as pessoas começaram a ser curadas das suas enfermidades, os espíritos imundos estava sendo expulsos, toda multidão de forma unânime, atendia as coisas que Filipe dizia e com esta combinação de salvação e cura, Filipe levou para os samaritanos a alegria, resignificou a vida daquelas pessoas.


Quando pregamos o Evangelho às pessoas são curadas, fisicamente, emocionalmente e espiritualmente. O poder não era de Filipe, mas da pessoa que ele anunciava, as curas não foram para trazer prestígio para Filipe, porém para glorificar o nome de Jesus e trazer salvação para aquelas pessoas.

Precisamos mostrar para as pessoas quão grave é o pecado que elas estão, quão enfermas elas estão, não devemos ficar presos em formulas miraculosas de evangelização, quatro pontos disso, leis espirituais daquilo outro, mas anunciar o Reino de Deus na sua integra.

Nossa pregação deve ir para além das fronteiras da comunidade que estamos inseridos, temos o dever de ir até os samaritanos, o que Jesus disse aos seus discípulos em Atos 1.7, “...sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, em toda Judéia, SAMARIA e até os confins da terra”.
Quando formos até aqueles que ninguém quer ir, seremos usados como fonte de restauração, libertação, resignificação e salvação das pessoas.

Se envolva em missões transculturais e urbanas, vá até aqueles que ninguém quer ir, certamente Deus estará com você e conduzirá sua vida da melhor maneira possível. Peça a Deus para tirar o medo, ódio, raiva, preconceito, intolerância e falta de tempo.

Filipe foi um homem que pregava para aqueles que ninguém queria pregar. Será que existe um Filipe dentro de você? Se não, peça a Deus para balançar sua vida e fazer de você um Filipe do século XXI.

O BATISMO NO ESPIRITO SANTO

No livro de Atos temos quatro instâncias de grupos que foram batizados com o Espírito Santo. Em Atos 2:1-11, temos um evento que pode ser identificado claramente como batismo com o Espírito (Atos 1:5, 2:33). Também podem ser vistos os eventos de Atos 10:44-46 como um batismo com o Espírito levando em conta as palavras de Pedro para à igreja de Jerusalém (Atos 11:15-17). 

Asseguramos também os eventos de Atos 8:14-17 e Atos 19:1-7 por serem da mesma natureza.
Examinando o registro na Bíblia é fácil notar que em cada caso as circunstâncias eram muito diferentes. O som de um vento impetuoso, as línguas repartidas como fogo somente foram manifestadas no Pentecostes (Atos 2). Em Atos capítulos 2, 10 e 19 eles falaram em línguas mas não em Atos capítulo 8. Em Atos capítulos 8 e 19, o batismo está associado ao colocar as mãos mas em Atos capítulos 2 e 10 não acontece isso. A circunstância em comum em cada caso era o Espírito sendo derramado sobre um grupo, distinto e diferente. Todos os derramamentos foram acompanhados por sinais que confirmaram o recebimento do Espírito Santo por aquele grupo em particular. vamos, agora, examinar o propósito daquele batismo.

O Batismo com o Espírito em Atos 8:14-17 e Atos 10:44-46 foi o derramamento do Espírito sobre os Samaritanos e os Gentios. Novamente o batismo agiu como um sinal mas dessa vez para os judeus salvos. Isso foi necessário porque até mesmo naquela época os judeus Cristãos limitavam a salvação ao seu povo. 

O Batismo dos Samaritanos e dos Gentios com o Espírito provou divinamente que eles também poderiam ser salvos e somados às igrejas de Cristo sem que se tornassem prosélitos dos judeus. Isto é visto claramente na defesa de Pedro sobre suas ações antes da igreja de Jerusalém (Atos 11:1-19).
Ele usou o batismo com o Espírito em Atos, capítulo 10, como prova que os Gentios foram participantes das mesmas bênçãos que os judeus Cristãos tinham recebido. Se a casa de Cornélio tivesse recebido o Espírito da mesma maneira que nós recebemos hoje nem Pedro e nem a Igreja de Jerusalém teriam sido convencidos de que eles eram participantes das bênçãos do evangelho. Nesta consideração vemos que as línguas não foram apenas um sinal aos incrédulos e não salvos como também aos Judeus que não acreditaram na salvação e no enxerto dos Gentios.

FELIPE EM SAMARIA E SIMÃO , O MÁGICO

Filipe prega em uma região discriminada. Em virtude da perseguição em Jeru­salém, Filipe desceu a Samaria, mas não o fez impensadamente. Seu objetivo foi levar a mensagem do Evangelho, anunciando a Cristo (At 8:5), pois os samaritanos também esperavam o Messias (Jo 4:25). O resultado foi que "As multidões atendiam, unanimes, às coisas que Filipe dizia..." (At 8:6). A manifestação da graça de Deus veio em forma de mensagem, libertação e cura (At 8:6-7). Samaria se encon­trava sem direção do alto, cativa e doente, assim como as cidades modernas.

A ousadia de Filipe é impressionante! Ele começou a derrubar uma muralha que separava judeus e samaritanos com a pregação do evangelho.

Aí está uma grande lição para nós. Precisamos amar as pessoas, não importando quem são, e anunciar o evangelho, como Jesus, que pregava para prostitutas, leprosos e publicanos, figuras marginalizadas na sociedade de Seu tempo. E no nosso tempo, quais são as figuras que a sociedade rejeita? O que você e sua igreja têm feito por elas?

Filipe e Simão, o mago (At 8:9-13). Antes de Filipe chegar, Samaria estava sob forte influência de um mágico chamado Simão. Ele enga­nava o povo e alegava ser muito importante (At 8:9). As pessoas foram tão iludidas que chegaram a dizer que era o poder de Deus, chamado o Grande Poder (At 8:10). O engano já havia fincado raízes, pois não era recente (At 8:11).

Filipe chegou e, proclamando desafiadoramente o evangelho, não deu importância a Simão. As boas novas do Evangelho levadas por Filipe obtiveram mais credibilida­de do que as ações do mago (At 8:12a). Homens e mulheres iam se convertendo e sendo batizados (At 8:12b). 

Até Simão desistiu de sua magia, abandonou a fraude e abraçou a fé, sendo batizado (At 8:13a). Nas palavras de John Stott: "ele, que extasiava outros, estava agora extasiado" (At 8:13b).

FILIPE EVANGELIZA O ETÍOPE (At 8:26-40). Os acontecimentos que marcaram os versículos de 1 a 13 foram narrados em um contexto urbano onde as multidões ficam em evidência. Agora, depois de um trabalho bem-sucedido entre a massa popular, Filipe recebeu uma ordem bastante curiosa. O anjo do Senhor disse para ele descer a um caminho que se encontrava deserto (At 8:26). O evangelista obedeceu prontamente.

Quando Deus fala, por mais estranho que pareça, devemos obedecer sem questionar.
1. Filipe encontrou o etíope (At 8:27-29). O homem que Filipe encontrou é alguém de destaque no cenário político da Etiópia daqueles dias: um tesoureiro ou ministro das finanças. Lucas diz que ele era alto oficial de Candace, rainha dos etíopes (At 8:27). Candace não era um nome pessoal, mas um título dinástico da rainha-mãe que exercia certas funções em nome do rei. Ele viera adorar em Jerusalém (At 8:27b). 

Isso pode significar que era judeu, ou por nascimento ou por conversão. Mas ele era eunuco e havia uma maldição em Deuteronômio 23:1 no que diz respeito à sua condição. Provavelmente, a promessa aos eunucos em Isaías 56:3-5 já tivesse superado a maldição de Deuteronômio. O seu desejo de conhecer as Escrituras é realçado pelo fato dele ler, apesar dos prováveis solavancos do carro (At 8:28), que devia ser uma espécie de carroça de bois. O Espírito Santo sabia do ávido desejo instalado no coração do eunuco, por isso disse a Filipe: "aproxima-te" (At 8:29).

2. Filipe anunciou as boas-novas ao etíope (At 8:30-35). Obedecendo à ordem do Espírito Santo, Filipe se aproximou e ouviu o etíope lendo o profeta Isaías. Esse era um assunto com que Filipe estava bem familiarizado. Perguntou ao viajante se compreendia o que estava lendo (At 8:30). A resposta do eunuco foi bastante surpreendente e ao mesmo tempo comum (At 8:31). Surpreende-nos sua sinceridade em dizer que não entendia e que precisava de ajuda. Calvino ressalta a modéstia do etíope "que reconhece sua ignorância livre e abertamente" contrastando com uma pessoa "cheia de confiança em suas próprias capacidades". O que é bastante comum é o grande número de pessoas que não entendem as Escrituras e que precisam de alguém que as ensine. 

Se as que não compreendem, reconhecessem a necessidade de ajuda, a leitura das Escrituras haveria de frutificar mais em nossos dias. Diante do expresso pedido (At 8:34), Filipe anunciava a Jesus, a partir do texto que ele vinha lendo (At 8:35).

3. Filipe batizou o etíope (At 8:36-39). O etíope entendeu a explicação de Filipe: o texto não falava a respeito de Isaías, mas do cordeiro de Deus que morreu para que os nossos pecados fossem perdoados. O eunuco res­pondeu à mensagem do evangelista com o desejo de ser batizado.

O batismo é uma ordenança que Jesus deixou (Mt 28:19) e que simboliza nossa união com Cristo, através de Sua morte e ressurreição (Rm 6:3-4). Filipe, evidentemente, estava certo da profundidade e da solidez da decisão do etíope de ser batizado. Desceram às águas, e o alto oficial, agora cristão, foi batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (At 8:39).

4. Filipe foi retirado da presença do etíope (At 8:39-40). O verso 39 fala de outro acontecimento extraordinário. Logo depois que ambos saíram da água, está escrito que Filipe foi arrebatado pelo Espírito do Senhor e achou-se em Azoto. O eunuco seguiu seu caminho sem Filipe, mas foi acompanhado de Jesus e transbordando de contentamento (At 8:39b). Filipe não se estabeleceu em Azoto. Passou além e evangelizou as cidades que encontrou pelo caminho até chegar em Cesaréia (At 8:40). Ali, em algum momento, ele fixou residência (At 21:8).

No capítulo 8 de Atos, Lucas reuniu dois exemplos do trabalho evangelístico de Filipe:
• entre os samaritanos foi uma espécie de evangelização em massa, onde "as multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia";

• com o etíope, encontramos um exemplo de evangelização pessoal, no qual o discipulador e o discípulo sentam lado a lado com a Palavra de Deus aberta.

Em ambos os casos, apesar da diferença do público e do método, a essência da mensagem foi a mesma. Tanto na evangelização em massa como no evangelismo pessoal houve conversão, batismo e alegria. Precisamos pregar a mesma mensagem proclamada por Filipe com o fim de colher os mesmos resultados.

CONCLUSÃO

Simão o mago foi um homem que creu no evangelho mas quis comprar o dom de dar o Espírito Santo. Por isso, o apóstolo Pedro o repreendeu severamente.

Simão, o mago, era um praticante de feitiçaria em Samaria, que impressionava o povo com magia. Muitos samaritanos achavam que ele era divino e o chamavam de “o Grande Poder” (Atos dos Apóstolos 8:9-10). Mas quando Filipe chegou pregando o evangelho, os samaritanos creram em Jesus. Simão o mago também creu e foi batizado (Atos dos Apóstolos 8:13).

O Espírito Santo ainda não tinha descido sobre as pessoas em Samaria. Então Pedro e João foram para lá e lhes impuseram as mãos e os samaritanos receberam o Espírito Santo. Quando Simão viu isso, ele quis comprar o poder de dar o Espírito Santo (Atos dos Apóstolos 8:18-19). Pedro repreendeu Simão e lhe disse para se arrepender. Mas Simão apenas pediu aos apóstolos para orar por ele, para que não sofresse condenação.


Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério - Em Dourados – MS

Bibliografia

Bibliografia J. M. Bentes
prjoseiadrn.blogspot.com
Bibliografia E. A. de Lima
JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. 8 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004
SCHULTZ, Samuel J. A história de Israel no antigo testamento. São Paulo: Edições Vida Nova, 1977
DAVIS, John D. Novo Dicionário da Bíblia. Editora Hagnos. Disponível em:
.SILVA, Airton José. História de Israel. Disponível em:
Cafetorah. Disponível em: