22 de março de 2010

SOLENES ADVERTÊNCIAS PASTORAIS

TEXTO ÁUREO = "Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos" (2 Co 13.5a).

VERDADE PRÁTICA = Uma das responsabilidades pastorais é disciplinar a igreja com amor, a fim de que esta desenvolva-se espiritualmente sadia.

INTRODUÇÃO

O PASTOR

A função pastoral para os tempos modernos é representada através da metáfora bíblica do pastor e da ovelha. A idéia de um líder religioso na função de pastor é comum tanto no Velho como no Novo Testamento. Em o Novo Testamento encontramos Cristo como o Bom Pastor, Jo 10.11,14 e o bom pastor é aquele que guarda o rebanho para que o lobo não venha e trague suas ovelhas, Jo 10.12; e a promessa do verdadeiro pastor tem cumprimento na relação dos anciãos ou presbíteros da Igreja no tocante ao rebanho, At 20.17,28; e na lista da função pastoral como um dos ofícios do ministério do N.T. em Ef 4.11.

Seward Hiltner divide a função do ministro em três categorias: a) pastorear; b) comunicar; e) organizar. Diz ele que cada uma destas funções tem o seu lugar na vida do pastor. Hiltner ainda acrescenta: “. ..A palavra pastorear não descreve a função total da pessoa que chamamos pastor. Ele também é uma pessoa que transmite o evangelho aos outros e organiza a comunhão dos santos, O pastor é aquele que vive em contato constante com o rebanho que Deus colocou em suas mãos; por tais contatos é que o pastor pode conhecer os problemas reais de seu rebanho. Para melhor compreendermos o assunto vamos mencionar alguns pontos importantes:

I - O PASTOR E SEU SENHOR.

O pastor, disse um homem experimentado, “é o servo do povo, mas o povo não é o seu mestre, há somente um que é seu mestre, a saber, o Senhor Jesus Cristo”. O pastor deve sempre obter novas idéias, mas se ele não tiver cuidado, pode tornar- se vítima das pressões dos seus membros. Ele pode encontrar-se fazendo coisas, não porque sejam certas, mas porque se sente intimidado. Se os pastores são chamados para um ministério de fervor e dinamismo, devem ser líderes; devem ter a convicção de que estão fazendo exatamente aquilo que o Mestre tem ordenado. De acordo com Ef 4.11, a liderança ministerial não é uma idéia proveniente do ser humano. Ele é dom de Cristo para a Igreja. Desta forma, os pastores devem sempre colocar Cristo como cabeça da Igreja, Cl 1.15,18; = Ef 5.23, de tal maneira que nenhum pensamento de primazia venha refletir no seu ministério.

Vemos que os 5 dons dados à Igreja foram para o “aperfeiçoamento dos santos”. Por conseguinte, o pastor deve claramente compreender a natureza do seu trabalho.

Os títulos dados aos pastores chamam a nossa atenção para a natureza de suas responsabilidades. O termo “cuidar do rebanho” em At 20.28 pode ser traduzido também da seguinte maneira: “pastoreai a Igreja”, que no grego do N.T., significa “protegei à Igreja do Deus Vivo”. Esse não é um ministério mecânico, mas sim, de fidelidade e amor. O trabalho do pastor é contínuo, até que cheguemos à unidade da fé, Ef 4.13. Há três expressões nesta passagem: unidade da fé, conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito. A tarefa do pastor não será completa até que estes objetivos tenham sido alcançados e é certo dizer que só acontecerá quando Cristo vier buscar os seus redimidos.

II - PARENTESCO

Na oração sacerdotal, Cristo orou da seguinte maneira: “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo”, Jo 17.18. Por esse fato, cada pastor deve passar tempo suficiente estudando o ministério de Cristo com o propósito de tornar-se um padrão em Cristo. E muito importante que o pastor saiba que ele é ungido pelo Espírito para pregar o evangelho, da mesma forma que Cristo foi, Lc 4.18; = At 10.38; = J0 20.21 e, que esta responsabilidade será requerida um dia, Mt 24.45-51. Se Deus está enviando o pastor da mesma maneira que Cristo foi enviado, o Espírito do Senhor está sobre ele para o ministério, Lc 10.35. Quando o Espírito Santo vem sobre um homem com uma unção especial, Deus passa a realizar trabalhos através dele que jamais seriam feitos de outra forma.

Sansão era um homem comum até que o Espírito do Senhor o tomou. Pelo Espírito Santo ele rasgou um leão, matou 30 homens de uma só vez, Jz 14.19, quebrou prisões facilmente, Jz 15.14, matou mil filisteus com uma queixada de jumento, Jz 15.15,16, arrancou as portas de Gaza que pesavam 30 toneladas, Jz 16.3 e libertou o seu povo, Jz 16.30. Quando um pastor ministra no poder do Espírito, ele torna-se um gigante, possuindo poder com Deus e com os homens. Em outras palavras, ele tem um poder sobrenatural na sua administração.

III - O INTERESSE DE DEUS.

Deus está interessado em todos os aspectos da vida do Obreiro, incluindo o aspecto espiritual, mental, físico e material. Deus está ao seu lado para o ajudar em suas tarefas cotidianas, Mt 28.20: “Eis que estou convosco todos os dias...”

IV - O PASTOR E A CHAMADA

Quando Deus chama alguém para o ministério pastoral, Ele também o prepara. Quando o homem está disposto a servir-lhe, nunca falta trabalho.

Existem aqueles que sendo chamados saem para abrir trabalhos em campos virgens e são felizes na fundação de novas igrejas. Uns saem por fé, outros saem assalariados. A chamada feita a um pastor por uma igreja, para pastoreá-la, é um desafio de grande responsabilidade. Muitas vidas, inclusive a do pastor e sua família, serão influenciadas durante o período que o pastor ali permanecer. Neste caso, tanto um como outro devem procurar a vontade de Deus para o preenchimento daquela lacuna. Quando assim procedem, tanto o pastor como a igreja podem esperar um crescimento miraculoso em todas as áreas do trabalho do Senhor.

V - O PASTOR E SUA VIDA PESSOAL.

O Deus que tira o homem do trono e o coloca no pó, como fez com Nabucodonosor, é o mesmo que tira o homem do pó e o coloca no trono, como fez com José do Egito. Esse Deus pessoal se preocupa mais com o trabalhador em sua vinha que com o trabalho do mesmo. A atitude dos seus colaboradores é que fala mais alto na seara do Mestre. Quando Jesus mencionou a parábola dos servos e seus talentos Ele aludiu a três tipos de Obreiros: o primeiro recebeu cinco talentos e com eles negociou mais cinco, e por isto foi chamado de bem-aventurado. O segundo recebeu dois talentos e com eles granjeou mais dois e por sua atitude e dedicação foi chamado de servo fiel. Porém, o terceiro trabalhador recebeu da mão de seu Senhor um talento e o enterrou. Por isso foi lançado ao desprezo eterno, Lc 19.11-27. Por esta razão Deus disse a Samuel quando da escolha de um jovem entre os filhos de Jessé: “Deus não olha para a aparência e sim para o coração”, 1 Sm 16.7. Em outras palavras, Deus se preocupa com as nossas atitudes. Se formos fiéis em nossa mordomia. Ele nos retribuirá fielmente e benignamente.

Se o ministro toma-se orgulhoso, vaidoso, arrogante, rebelde, vagaroso ou imoral. Deus poderá removê-lo, como fez com o rei Saul. Poderá puni-lo como fez com o rei Davi; ou poderá impedi-lo de galgar o seu alvo como fez com Moisés no tocante à entrada na terra que “mana leite e mel”. O ministro deve ter sua vida devocional com Deus todos os dias. Ele deve estar à sós com Deus nas primeiras horas do dia antes de estar em atividades com os homens. Se eu sou o que Deus deseja que eu seja, Ele me ensinará aquilo que deseja que eu saiba, e me ajudará a fazer aquilo que deseja que eu faça.

Essa verdade é ilustrada na vida de José. Ele nunca estudou administração, organização, leis, ciência militar, economia ou finanças; no entanto, tudo aquilo que desejamos saber sobre a vida de um líder nacional encontramos na vida deste servo de Deus. Desde a idade de 17 aos 30 anos, ele viveu como um estrangeiro, um escravo e, um prisioneiro. De repente, ele inspirou confiança nos lideres egípcios e se tornou um poderoso líder. Ele se conduziu admiravelmente. Qual foi a razão de tudo isto?

Através dos anos foi sempre aquele obreiro que Deus desejou, e Deus ensinou o que José deveria saber e o ajudou naquilo que ele precisava fazer. É certo dizer que José resistiu à tentação da imoralidade, mas também a tentação de ser ofensivo, imperdoável, vingador e malévolo. Em troca do mal ofereceu o bem; recusou carregar consigo um sentimento invariável, e segundo a palavra de Deus foi ainda mais longe que tudo isso. Ajudou seus inimigos e providenciou recursos para aqueles que queriam ceifar sua vida. Não é à toa que a Bíblia fala de José como sendo “separado de seus irmãos”, Gn 49.26. Ele não era separado deles somente através da distância geográfica, mas também em caráter, determinação, devoção e obediência à vontade de Deus. Depois de 25 anos de ministério perguntaram a Billy Graham, que mudança ele faria, se vivesse esses 25 anos outra vez. A resposta foi esta: “Se eu tivesse a oportunidade de vivê-los outra vez, passaria mais tempo lendo a Bíblia do que qualquer outro livro”. E através da Bíblia que aprendemos a viver a vida que Deus deseja que vivamos.

Um missionário experiente na obra, indica três fórmulas para o sucesso no ministério:

a) vida consagrada ao trabalho;

b) dedicação à Palavra de Deus e à oração;

c) persistência.

Em cada área da vida que o homem deseja exceder, a persistência é importantíssima. Isto é verdade com o atleta, com o cientista, com o inventor, com o homem de negócios e também com o pastor.

VI - A PEDAGOGIA PASTORAL

“O meu povo foi destruído, porque lhe faltou-o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos”, Os 4.6.

Reconheço, e dou ênfase, que o pastor à frente da sua comunidade assume o papel de pedagogo. E, como diz o dicionário, um “prático da educação”. Noutras palavras, diria que o pastor é o professor, mestre e educador da sua igreja. Aí está uma séria condição a ser apresentada aos aspirantes ao ministério da Palavra, porque a igreja sob os cuidados de um pastor sem essas qualidades viria a sofrer danos irreparáveis.

Permitam-me citar o caso do professor que se encontra à frente de sua classe o ano inteiro. Já imaginaram o desastre a que ela estaria exposta se ele não a ensinasse corretamente? Agora, respondam- me: O que será de uma igreja sem o ensino adequado da Palavra de Deus, uma igreja mal ensinada? O próprio Deus responde: “O meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento”. Mas o Senhor adverte: “Ai do pastor inútil que abandona o rebanho...”, Zc 11.17.

Por outro lado, só posso crer que um pastor que não assume a responsabilidade de educar não está capacitado para tal ou se esqueceu das palavras do Senhor Jesus Cristo, que disse: “... ide, ensinai...”, Mt 28.1. Um belo exemplo encontramos no tempo de Neemias e Esdras, quando homens capazes ensinavam o povo (Ne 8.1- 9) e diz a Palavra de Deus: “... declarando e explicando o sentido...”, v.8.

Mas uma coisa que hoje deveria ser observada pelos líderes é se o candidato é afeiçoado a aprender, se é humilde quando corrigido, porque sem isto jamais será um bom ensinador. Quando digo “bom ensinador”, evidentemente não quero dizer que seja um poliglota ou bacharel em teologia, porém, que possua o mínimo de conhecimento com o qual possa sair-se bem no ensino. Devemos ensinar na congregação até as mínimas coisas. Por exemplo, que não devemos dizer “saúdo”, mas “saúdo”; quando se lê uma palavra erradamente etc., notadamente aos cooperadores e obreiros, em particular.

Tenho me preocupado também com o aspecto cívico. Já participei de cultos festivos e até de Convenções de Obreiros que, ao toque do Hino Nacional Brasileiro, muitos, ou a maioria, portam-se inadequadamente: Uns conversam, outros ainda cruzam os braços.

Todavia, o que é de lamentar, é muitos acharem que o pastor só precisa saber dirigir um culto. E isso é mesmo bom, para se evitar o disparate. Mas o pior é quando o líder não sabe, não aprende e nem quer aprender. Vemos na Bíblia que Deus deu vitória a Israel contra os midianitas porque os 300 homens escolhidos aprenderam e guardaram o ensino dado por Gideão: Jz 7. 16-20. Por outro lado, há o perigo do obreiro sem experiência até envenenar O povo, como fez Geazi: 2 Rs 4.38-41. Mas, acima de tudo, ele pode ser rejeitado por Deus e, nesse caso, tanto sofre a igreja como o ministério.

VII - OLHAI, VIGIAI E ORAI

“Olhai, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo”, Mc 13.33.

O texto de que extraímos o versículo acima diz que Jesus falou aos discípulos acerca das últimas coisas, ao se apresentar, pela última vez, no templo em Jerusalém. Referindo-se à sua segunda vinda, Jesus demonstrou a necessidade dos seus discípulos aguardarem vigiando em oração, a fim de não serem apanhados de surpresa.

De fato, é bastante lógica a necessidade de vivermos santamente aqui na terra, vigiando, enquanto aguardamos o arrebatamento. Ora, se havemos de habitar com Jesus, na presença de Deus, devemos estar preparados. Está escrito que sem santidade ninguém verá o Senhor. Quanto mais, permanecer eternamente em sua gloriosa presença!

Convém lembrarmos sempre de que Jesus, em sua segunda vinda, arrebatará para a gloria apenas os fieis que o esperam para a salvação; isto significa que os descuidados s9frerão os horrores da grande tribulação, que terá lugar após o arrebatamento da Igreja. Jesus disse que a sua vinda será semelhante ao relâmpago, Por isso, alertou: Olhai vigiai e orai’ É nosso dever obedecer lhe a instrução para não sermos surpreendidos na sua segunda vinda que está muito próxima, e podermos dizer como o apóstolo João: “Ora vem, Senhor Jesus”.

VIII - OS PASTORES E SEUS DEVERES

Atos 20.28 = “Olhai, pois, por nós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.” Nenhuma igreja poderá funcionar sem dirigentes para dela cuidar. Logo, conforme 14.23, a congregação local, cheia do Espírito, buscando a direção de Deus em oração elegiam certos irmãos para o cargo de presbítero ou bispo de acordo com as qualificações espirituais estabelecidas pelo Espírito Santo em 1 Tm 3:1-7; = Tt 1: 5-9. Na realidade é o Espírito que constitui o dirigente de igreja. O discurso de Paulo diante dos presbíteros de Efeso (20: 17-35) e um trecho básico quanto a princípios bíblicos sobre o exercício do ministério de pastor dc uma igreja local.

IX - PROPAGANDO A FÉ.

(1) Um dos deveres principais do dirigente é alimentar as ovelhas mediante o ensino da Palavra de Deus. Ele deve ter sempre em mente que o rebanho que lhe foi entregue é a congregação de Deus, que Ele comprou para si como sangue precioso do seu Filho amado (cf. 20.28; = 1 Co 6.20; = 1 Pe 1: 18,19; = Ap5.9).

(2) Em 20.19-27, Paulo descreve de que maneira serviu como pastor da igreja de Éfeso; tornou patente toda a vontade de Deus, advertindo e ensinando fielmente os cristãos efésios (20.27). Daí, ele poder exclamar: estou limpo do sangue de todos” (20.26; ver nota). Os pastores dc nossos dias também devem instruir suas igrejas em todo o desígnio de Deus. Que “pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina, (2 Tm 4:2) e nunca ministrar para agradar os ouvintes, dizendo apenas aquilo que estes desejam ouvir (2 Tm 4.3).

X - GUARDANDO A FÉ.

Além de alimentar o rebanho de Deus o verdadeiro pastor deve diligentemente resguardá-lo de seus inimigos. Paulo sabe que no futuro Satanás levantara falsos mestres dentro da própria igreja, e, também, falsários vindos de fora, infiltrar-se-ão e atingirão o rebanho com doutrinas antibíblicas, conceitos mundanos e idéias pagas e humanistas.

Os ensinos e a influência destes dois tipos de elementos arruinarão a fé bíblica do povo de Deus. Paulo os chama de “lobos cruéis, indicando que são fortes difíceis de subjugar, insaciáveis e perigosos (ver 20.29 nota; cf. Mt 10.16). Tais indivíduos desviarão as pessoas dos ensinos de Cristo e os atrairão a si mesmos e ao seu evangelho distorcido. O apelo veemente de Paulo (20: 28-31) impõe uma solene obrigação sobre todos os obreiros da igreja, no sentido de defendê-la e opor-se aos que distorcem a revelação original e fundamental da fé, segundo o NT.

(1) A igreja verdadeira consiste somente daqueles que, pela graça de Deus e pela comunhão do Espírito Santo, são fiéis ao Senhor Jesus Cristo e à Palavra de Deus. Por isso, é de grande importância na preservação da pureza da igreja dc Deus que os seus pastores mantenham a disciplina corretiva com amor (Ef 4.15), e reprovem com firmeza (2 Tm 4.1-4; = Tt 1.9-11) quem na igreja fale coisas perversas contrárias à Palavra de Deus e ao testemunho apostólico (20.30).

(2) Líderes eclesiásticos, pastores de igrejas locais e dirigentes administrativos da obra devem lembrar-se de que o Senhor Jesus os têm como responsáveis pelo sangue de todos os que estão sob seus cuidados (20.26,27; cf. Ez 3.20,21). Se o dirigente deixar de ensinar e porem prática todo o conselho de Deus para a igreja (20.27) principalmente quanto a vigilância sobre o rebanho (20.28), não estará “limpo do sangue de todos” (20.26, ver nota; cf. Ez 34.1-10). Deus o terá por culpado do sangue dos que se perderem, por ter ele deixado de proteger o rebanho contra os falsificadores da Palavra (ver também 2 Tm 1.14 nota-, Ap 2.2 nota).

(3) É altamente importante que os responsáveis pela direção da igreja mantenham a ordem quanto a assuntos teológicos doutrinários e morais na mesma. A pureza da doutrina bíblica e de vida cristã deve ser zelosamente mantida nas faculdades evangélicas, institutos bíblicos, seminários, editoras e demais segmentos administrativos da igreja (2 Tm 1.13,14).

(4) A questão principal aqui é nossa atitude para com as Escrituras divinamente inspiradas, que Paulo chama a “palavra da sua graça” (20.32). Falsos mestres, pastores e líderes tentarão enfraquecer a autoridade da Bíblia através de seus ensinos corrompidos e princípios antibíblicos. Ao rejeitarem a autoridade absoluta da Palavra de Deus, negam que a Bíblia é verdadeira e fidedigna em tudo que ela ensina (20.28-31; ver Gl 1.6 nota; 1 Tm 4.1; = 2 Tm 3.8). A bem da igreja de Deus, tais pessoas devem ser excluídas da comunhão (2 Jo 9-11; ver GI 1.9 nota).

(5) A igreja que perde o zelo ardente do Espírito Santo pela sua pureza (20.18-35). Que se recusa a tomar posição firme em prol da verdade e que se omite em disciplinar os que minam a autoridade da Palavra de Deus, logo deixará de existir como igreja neotestamentária (ver 12.5 nota).

XI - QUALIFICAÇÕES MORAIS DO PASTOR

1 Tm 3.1,2 = “Esta é rima palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher; vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar”

Se algum homem deseja ser “bispo” (gr. episkopos, i.e., aquele que tem sobre si a responsabilidade pastoral, o pastor), deseja um encargo nobre e importante (3:1). E necessário, porém, que essa aspiração seja confirmada pela Palavra de Deus (3.1-10; = 4.12) e pela igreja (3.10), porque Deus estabeleceu para a igreja certos requisitos específicos. Quem se disser chamado por Deus para o trabalho pastoral deve ser aprovado pela igreja segundo os padrões bíblicos de ( 3.1-13; = 4.12; = Tt 1.5-9).

Isso significa que a igreja não deve aceitar pessoa alguma para a obra ministerial tendo por base apenas seu desejo, sua escolaridade, sua espiritualidade, ou porque essa pessoa acha que tem visão ou chamada. A igreja da atualidade não tem o direito de reduzir esses preceitos que Deus estabeleceu mediante o Espírito Santo. Eles estão plenamente em vigor e devem ser observados por amor ao nome de Deus, ao seu reino e da honra e credibilidade da elevada posição de ministro.

(1) Os padrões bíblicos do pastor. como vemos aqui, são principalmente morais e espirituais. O caráter íntegro de quem aspira ser pastor de uma igreja é mais importante do que personalidade influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou graus acadêmicos, O enfoque das qualificações ministeriais concentra-se no comportamento daquele que persevera na sabedoria divina, nas decisões acertadas e na santidade devida. Os que aspiram ao pastorado sejam primeiro provados quanto à sua trajetória espiritual (cf. 3.10).

Partindo daí, o Espírito Santo estabelece o elevado padrão pala o candidato), i.e., que ele precisa ser um crente que se tenha mantido Firme e fiel a Jesus Cristo e aos seus princípios de retidão, e que por isso pode servir como exemplo de fidelidade, veracidade, honestidade e pureza.

Noutras palavras, seu caráter deve demonstrar o ensino de Cristo em Mt 25:21 de que ser “fie] sobre o pouco” conduz à posição de governar “sobre o muito”.

(2) O líder cristão deve ser, antes demais nada, “exemplo dos fiéis” (4.12; cf. 1 Pe 5.3). Isto é: sua vida cristã e sua perseverança na fé podem ser mencionadas perante a congregação como dignas de imitação.

(a) Os dirigentes devem manifestar o mais digno exemplo de perseverança na piedade, fidelidade, pureza em face à tentação, lealdade e amor a Cristo e ao evangelho (4.12,15).

(b) O povo de Deus deve aprender a ética cristã e a verdadeira piedade, não somente pela Palavra de Deus, mas também pelo exemplo dos pastores que vivem conforme os padrões bíblicos. O pastor deve ser alguém cuja fidelidade a Cristo pode ser tomada como padrão ou exemplo (cf. 1 Co 11.1; = Fp 3.17; = 1 Ts 1.6; = 2 Ts 3.7,9; = 2 Tm 1.13).

(3) O Espírito Santo acentua grandemente a liderança do crente no lar, no casamento e na família (3.2,4,5; = Tt 1.6). Isto é: o obreiro deve ser um exemplo para a família de Deus, especialmente na sua fidelidade à esposa e aos filhos. Se aqui ele falhar, como “terá cuidado da igreja de Deus?” (3.5). Ele deve ser “marido de uma [só] mulher” (3.2). Esta expressão denota que o candidato ao ministério pastoral deve ser um crente que foi sempre fiel à sua esposa. A tradução literal do grego em 3.2 (mias gunaikos, um genitivo atributivo) é “homem de uma única mulher”, i.e., um marido sempre fiel à sua esposa.

(4) Conseqüentemente, quem na igreja comete graves pecados morais, desqualifica-se para o exercício pastoral e para qualquer posição de liderança na igreja local (cf. 3.8-12). Tais pessoas podem ser plenamente perdoadas pela graça de Deus, mas perderam a condição de servir como exemplo de perseverança inabalável na fé, no amor e na pureza (4.11-16;= Tt 1.9). Já no AT, Deus expressamente requereu que os dirigentes do seu povo fossem homens de elevados padrões morais e espirituais. Se falhassem, seriam substituídos (ver Gn 49.4 nota; Lv 10.2 nota; 21.7,17 notas; Nm 20.12 nota; 1 Sm 2.23 nota; Jr 23.14 nota; 29.23 nota).

(5) A Palavra de Deus declara a respeito do crente que venha a adulterar que “o seu opróbrio nunca se apagará” (Pv 6.32,33). Isto é, sua vergonha não desaparecerá. Isso não significa que nem Deus nem a igreja perdoará tal pessoa. Deus realmente perdoa qualquer pecado enumerado em 3.1-13, se houver tristeza segundo Deus e arrependimento por parte da pessoa que cometeu tal pecado. O que o Espírito Santo está declarando, porém, é que há certos pecados que são tão graves que a vergonha e a ignomínia (i.e., o opróbrio) daquele pecado permanecerão com o indivíduo mesmo depois do perdão (cf. 2 Sm 12.9-14).

(6) Mas o que dizer do rei Davi? Sua continuação como rei de Israel, a despeito do seu pecado de adultério e de homicídio (2 Sm 11.1-21; 12.9-15) é vista por alguns como uma justificativa bíblica para a pessoa continuar à frente da igreja de Deus, mesmo tendo, violado os padrões já mencionados. Essa comparação, no entanto, é falha por vários motivos.

(a) O cargo de rei de Israel do AT, e o cargo de ministro espiritual da igreja de Jesus Cristo, segundo o NT, são duas coisas inteiramente diferentes Deus não somente permitiu a Davi, mas, também a muitos outros reis que foram extremamente ímpios e perversos, permanecerem como reis da nação de Israel. A liderança espiritual da igreja do NT, sendo esta comprada com o sangue de Jesus Cristo, requer padrões espirituais muito mais altos.

(b) Segundo a revelação divina no NT e os padrões do ministério ali exigidos, Davi não teria as qualificações para o cargo de pastor de uma igreja do NT. Ele teve diversas esposas, praticou infidelidade conjugal, falhou grandemente no governo do seu próprio lar, tornou-se homicida e derramou muito sangue (1 Cc 22,8; = 28.3). Observe-se também que por ter Davi, devido ao seu pecado, dado lugar a que os inimigos de Deus blasfemassem, ele sofreu castigo divino pelo testo da sua vida (2 Sm 12.9-14).

(7) As igrejas atuais não devem, pois, desprezar as qualificações justas exigidas por Deus para seus pastores e demais obreiros, conforme está escrito na revelação divina. E dever de toda igreja orar por seus pastores, assisti-los e sustentá-los na sua missão de servirem como “exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza” (4.22).

XII - PASTORES E CUIDADO PASTORAL = 1 PEDRO 5: 2

Os apóstolos mandaram todos os cristãos velar uns pelos outros com amorosa solicitude e oração (GI 6.1-2: = Hb 12:15-16; = 1 J0 3:16-18; = 5.1 6), mas também designaram para cada congregação tutores chamados de “presbíteros” (“anciães”) (At 14.23; Tt 1.5), que deviam cuidar do povo como os pastores cuidam das ovelhas (At 20,28-31; = 1Pe 5: 1-4), conduzindo-os, mediante seu exemplo, (1 Pe 5.3) longe de tudo o que é nocivo para tudo o que é bom.

Em virtude de seu papel, os presbíteros são também chamados de”pastores” (Ef 4: 11) e bispos” (“supervisores”) (At 2O,28; cf.v. 17; = Tt 1: 7; cf.v, 5; = 1Pe 5: 1-2) e são chamados por outros termos que expressam liderança (l Ts 5.12; = Hb 13.7,= 17,24), A congregação, por seu lado) deve reconhecer a autoridade dada por Deus a seus líderes e seguir a orientação deles ( Hb 13.17).

Esse modelo já aparece no Antigo Testamento, onde Deus é o pastor de Israel (SI 80.1), e onde reis, profetas, sacerdotes e anciãos (dirigentes locais) são chamados a agir como agentes de Deus no papel de pastores subordinadas (Nm 11: 24-30; = Dt 27: 1; = Ed 5:5; = 6;14; 10:8; SI 77:20; = Jr23: 1-4; = Ez 34; = Zc 11: 16-17). No Novo Testamento, Jesus, o Bom Pastor (Jo 10: 11-30), é também o Supremo Pastor (l Pe 5.4), aos presbíteros são seus subordinados. O apóstolo Pedro chama-se a si mesmo um “presbítero” sujeito a Cristo (1 Pe 5.1), lembrando talvez que o pastorear foi a tarefa específica que Jesus lhe deu, quando o restaurou ao ministério (Jo 21: 15-17).

Alguns presbíteros, mas não todos, ensinam (l Tm 5:17; = Tt 1,9; Hb 13,7), e Ef 4:11-16 diz que Cristo deu à Igreja “pastores e mestres” para equipar cada um para o serviço, por meio da descoberta e aperfeiçoamento dos dons espirituais de cada um (vs. 12-16).

Na visão apostólica de liderança congregacional, pode ter havido mestres que não eram presbíteros, bem como presbíteros que não ensinavam, e, também, pode ter havido aqueles que tanto ensinavam quanto governavam.

O papel pastoral dos presbíteros exige caráter cristão maduro e estável e uma bem ordenada vida pessoal (l Tm 3:1-7; = Tt 1: 5-9). O presbítero que serve fielmente será recompensado (Hb 13.17; = I Pe 5,4; cf. l Tm 4.7-8)

XIII - O PASTOR E OS NEGÓCIOS SECULARES

Tivemos a oportunidade de escrever um pequeno artigo sobre o pastor e a política, cujo objetivo é mostrar a inconveniência de o ministro de Deus meter-se no labirinto da política secular, uma vez que o trabalho dele é cuidar da parte espiritual do homem. Deus chama o pastor para apascentar a igreja que Ele comprou com seu próprio sangue, At 20.28.

Neste despretencioso artigo queremos falar com respeito ao pastor e aos negócios seculares. Usamos a palavra negócio porque ela adapta-se mais ao nosso objetivo, achamos o termo mais abrangente.

O pastor deve ser um ganhador de almas para o reino de Deus. Este é o principal objetivo da sua chamada, Mt 4.19; Mc 1.17; Lc 5.10. Deus chama para sua obra homens de todas as atividades temporais. Essa regra vem desde os tempos do Velho Testamento. Uma vez colocado na obra divina, o ministro deve desvencilhar-se de qualquer atividade material e entregar-se inteiramente à obra para a qual foi chamado.

O apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo disse, com respeito ao trabalhador do Evangelho: “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra”, 2 Tm 2.4. É inegável que qualquer negócio que um pastor tente fazer será um sério embaraço ao seu ministério e à sua vida espiritual. O resultado refletirá com grande prejuízo na vida da igreja. Negócio é um meio de ganhar dinheiro e é lícito a qualquer pessoa, mesmo que seja um crente, desde que seja honesto, mas não é compatível com a vida ministerial, função que, além de exigir a total entrega do homem ao serviço da Igreja, não é de caráter lucrativo.

A Escritura diz: “Mas os que querem ser ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males e nessa cobiça alguns se desviaram da fé... Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual foste chamado...” 1 Tm 6.9-12.

Este é um assunto muito claro na Bíblia, isto é, que o pastor não deve ser um homem embaraçado com negócios, para que possa correr com paciência a carreira que lhe está proposta, Hb 12.1.

Salvo em situações especiais, em início de trabalho, quando for necessário à sua manutenção, e à própria sobrevivência da obra, não deve o pastor negociar. Acabada a exceção, o Obreiro deve dedicar-se exclusivamente aos negócios da causa do Senhor, que é ganhar almas para o reino de Deus.

O Senhor Jesus chamou isso mui acertadamente de “os negócios de meu Pai”, Lc 2.49. Este é o negócio que deve empolgar todo pastor que seja um Obreiro aprovado. Cada Obreiro tem recebido certo número de talentos do Senhor, para com eles negociar! Na parábola, o que recebeu como talentos negociou e com eles ganhou outros cinco; o que recebeu dois procedeu da mesma forma, e ambos foram aprovados no dia do acerto de contas, Mt 25.30. Também chamando dez servos seus deu- lhes dez minas e disse-lhes: “Negociai até que eu venha”.

Nesta parábola, da mesma forma dois foram aprovados e um terceiro reprovado, Lc 19.11-27. Não vá o leitor pensar que estas parábolas falam dos negócios desta vida. Não, elas falam da nossa vida espiritual. Tenhamos cuidado que a vinda do Senhor se aproxima!

Quais os negócios que mais embaraçam os pastores? — Isso depende do lugar e da oportunidade. Mencionamos alguns:

1. Muitos gostam de negociar com automóveis, comprando, vendendo e trocando. Tenho visto alguns destes serem chamados pelos moradores das cidades onde moram de “marreteiros”.

2. Outros entregam-se à prática de minifúndio ’ isto é, compra de chácaras e sítios para vender mais tarde com grandes lucros. Compram ainda terrenos nas zonas urbanas das cidades em desenvolvimento, para vender algum tempo depois por preços multiplicados.

3. Outros compram casas velhas, reformam e vendem com grandes lucros, e assim por diante.

4. Há outros que se dedicam à venda de discos e livros, prejudicando os que são estabelecidos com livrarias.

Além de tudo isso, o maior inconveniente de o pastor negociar é que o comércio, via de regra, envolve a mentira, o engano e, com isso, vêm os escândalos: “Nada vale, nada vale, dirá o comprador, mas, indo-se então se gabará”, Pv 20.14. Creio que pastores assim estão no ministério como peças colocadas fora do devido lugar. Melhor seria que renunciassem ao ministério e se dedicassem à vida comercial, já que para isso se sentem atraídos. Assim, talvez, fossem mais úteis à obra de Deus, contribuindo com os dízimos e prestando outros serviços que não os do pastorado.

É bom que fique bem definido que ministério não é negócio, mas chamada divina. Mas, graças a Deus, que o número dos que procedem da maneira aqui descrita é, nas Assembléias de Deus no Brasil, infinitesimal.

XIV - PASTORES INFIÉIS, AI DE VÓS!

Quem disse que Deus dorme no ponto? Ele tem uma mensagem toda especial para os pastores que andam em uma vida irregular diante dele, cometendo vários erros ministeriais, prejudicando a sua noiva, a igreja. O noivo vem, com toda a sua glória, e irá punir aqueles que afligiram e se aproveitaram de sua noiva. Estudemos as palavras do Senhor, através do profeta Ezequiel, em Ez. 34.1-10:

1) Pastores que apascentam a si mesmos:

"Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor DEUS: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?" (v. 2). O primeiro alerta do Senhor é contra aqueles pastores que pastoreiam apenas a si mesmos. Estão à frente de um ministério, mas não se preocupam com suas ovelhas. - Dizem não ter tempo pra aconselhamento. - Não participam de um evangelismo. - Não visitam os pobres e necessitados. - Não visitam os membros de sua igreja. - Somente se preocupam com sigo mesmos. Ai de vós, pastores egoístas. O Senhor te pergunta: Não deveriam estar apascentando as suas ovelhas?

2) Se enchem do dinheiro, e dos benefícios materiais da casa de Deus:

"Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas." (v.3). Estes pastores, são raças más. Ou se consertam ou vão para o inferno, lamento.Eles engordam com os bens da igreja. Vestem-se de lã, ou seja, dos melhores ternos, dos mais caros. Compram bens com o dinheiro da igreja, com o alto salário oferecido pelos humildes membros, mas não apascentam as ovelhas.Observe como Deus está preocupado com sua noiva. Ele mais uma vez repetiu, o pastor deve priorizar apascentar a igreja. Muitos pensam apenas no crescimento financeiro da igreja, que é importante concordo. A igreja se torna uma igreja rica, com poltronas confortáveis, ótimos instrumentos musicais, perfeita infra-estrutura... Mas não apascentam as ovelhas!

3) Tipos de ovelhas carentes, que os pastores devem estar voltados e atenciosos:

"As fracas não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza." (v. 4).

- Ovelhas fracas: "as fracas não fortalecestes" Muitas vezes alguns crentes se enfraquecem na fé, precisam de uma ajuda do mais forte, precisam de uma injeção de ânimo. O pastor tem unção e força para ministrar renovo, e até carregar no colo a ovelha enfraquecida.

No versículo acima Deus fala que os pastores infiéis esqueceram as ovelhas fracas, não as fortalecendo.

- Ovelhas doentes: "a doente não curastes" O crente doente precisa de cura; a cura espiritual e a cura física. O pastor deve estar atencioso e voltado para esse tipo de ovelhas. O doente espiritual precisa ser esclarecido, e liberto das chagas do mal. O doente físico, precisa ser ajudado pela igreja, até muitas vezes com remédios, se necessário. Não sejamos hipócritas. Precisamos cuidar das ovelhas doentes, conforme disse o profeta.

- Ovelhas quebradas: "A quebrada não ligastes:" Isso é profundo. Penso que o Espírito Santo pode usar de meios tremendos para quebrar (quebrantar) o coração da ovelha, mas é necessário uma ministração especial do pastor, para fazer essa pessoa apresentar o seu pecado, e arrependimento, diante de Deus. Quando o pastor deixa a ovelha de lado, muitas vezes ela se quebranta, mas não encontra coragem e força para prosseguir na caminhada, se consertando na presença de Deus.

- Ovelhas desgarradas: "a desgarrada não tornaste a trazer". Ao deixar as ovelhas abandonadas, muitas se chateiam, se escandalizam, e se afastam da casa de Deus, e até da presença de Deus. Se tornam ovelhas desgarradas, soltas; presas fáceis para Satanás. O pastor fiel deve trazê-la de volta, mas o pastor infiel, citado pelo profeta, não as trouxe de volta.Eu vi isso pessoalmente, e conheço muitas ovelhas desgarradas. Ai de vós pastores infiéis; descuidaram com a noiva do Cristo. Ele virá, com justiça e amor, porém punirá aos infiéis. Corrija-se! -

Ovelhas perdidas: "e a perdida não buscastes". A ovelha abandonada, maltratada ou ignorada, se perde. Fica sem direção. Conhecemos a parábola bíblica, das 100 ovelhas. O pastor fiel deixa as 99 em lugar seguro, e corre em busta da única ovelha que está perdida. Deus é individualista, e quer salvar um por um. O pastor infiel não buscou a ovelha perdida, mas Deus nos dá um bom exemplo. Ovelha perdida, para Ele, é prioridade.

4) Pastores infiéis dominam com rigor e dureza:

No final do versículo 4, o profeta de Deus diz que o pastor infiel domina suas ovelhas com RIGOR e DUREZA. Não age com amor, mas prioriza a doutrina. Não age com carinho, mas prioriza a punição. É jugo pesado, é fardo cansativo. A ovelha não suporta tal agressividade. Vi um dia na televisão, a cena de um pastor andando de Jet Ski, em uma mini praia, dentro de sua casa.

Achei muito legal, tive até vontade de mergulhar; só tem um problema. Este pastor, é o mesmo que proíbe que suas ovelhas nadem em piscinas, vejam televisão, e usem roupas de praia. Certamente este está engordando com a gordura do templo, mas não apascenta as ovelhas!

5) As ovelhas acabam se espalhando, tornando-se prezas para Satanás e seus demônios:

"Assim se espalharam, por não haver pastor, e tornaram-se pasto para todas as feras do campo, porquanto se espalharam." (v. 5). Observe o versículo acima. As ovelhas cansaram deste destrato, jugo pesado; e se espalharam. Conseqüência disso se tornaram pasto para as "feras do campo". Entendemos claramente, que da mesma forma que os crentes são considerados ovelhas, os demônios são as feras do campo. Eles estão ao nosso derredor, buscando a quem possa tragar. Ovelhas abandonadas, vão para o mundo. No mundo, o diabo as pega. Ele não quer mais oferecer propostas ao crente desviado. Ele quer destruir, matar. Ele sabe que a ovelha perdida conhece a verdade, e jamais poderá ser uma "serva do diabo". Por isso ele coloca enfermidades, provas, lutas, etc. Esta ovelha, por estar enfraquecida espiritualmente, em crise, magoada, chateada, escandalizada...

Torna-se isca fácil para o diabo. O sangue de JESUS tem poder! Mais uma vez, Deus reclama o descuido com suas ovelhas: "As minhas ovelhas andaram desgarradas por todos os montes, e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andaram espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem perguntasse por elas, nem quem as buscasse." (v. 6).Observe, que há crente afastado em todos os montes, todo alto outeiro. Monte parece refúgio. Tudo indica que esse crente está refugiado, está bem, até dentro da igreja. Mas há tempos estão desgarrados. Como diria uma música gospel: "estão perdidos na casa do pai". Ninguém as buscou!!!!!!

6) Deus não dorme no ponto. EIS A SUA JUSTIÇA contra os pastores infiéis:

"Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que, porquanto as minhas ovelhas foram entregues à rapina, e as minhas ovelhas vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuraram as minhas ovelhas; e os pastores apascentaram a si mesmos, e não apascentaram as minhas ovelhas; Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR: Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu estou contra os pastores; das suas mãos demandarei as minhas ovelhas, e eles deixarão de apascentar as ovelhas; os pastores não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e não lhes servirão mais de pasto." (versículos 7-10) Assim disse o Senhor! Não preciso falar mais nada

CONCLUSÃO

Na igreja do NT há apenas uma Fonte de autoridade: Jesus Cristo. Ele confere sua autoridade pela sua presença em seus apóstolos, ministros, professores, administradores, etc., que exercem sua autoridade em consonância com as suas várias funções. Tal autoridade não é, meramente, entregue de forma oficial, mas deve autenticar a si mesma em seu exercício: “Viveremos com ele pelo poder de Deus que é dirigido a vós

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Revista o Obreiro 1980

Bíblia de Estudo Genebra

Bíblia de Estudo Pentecostal

Comentário Bíblico Beacon

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