22 de junho de 2019

A NUVEM DE GLÓRIA



A NUVEM DE GLÓRIA (PARTE I)

INTRODUÇÃO

- De acordo com o texto sagrado a presença do Senhor é contínua no meio do seu povo. Um ano depois da saída do Egito, os hebreus estavam tendo uma nova revelação a respeito da presença de Deus. O Senhor estava com eles, acompanhando-os numa coluna de fogo nas noites congelantes do deserto e, durante os dias, sob o sol escaldante de um dos lugares mais quentes do mundo, uma monumental nuvem trazia refrigério para milhões de pessoas.

I – TEXTO BÍBLICO

(Êxodo 40.34-38; Números 9.15,16)

- Êxodo 40:

V, 34 - Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo,

V, 35 - de maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo.

V, 36 - Quando, pois, a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, então, os filhos de Israel caminhavam em todas as suas jornadas.

V, 37 - Se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam até ao dia em que ela se levantava;

V, 38 - porquanto a nuvem do Senhor estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas.

- Números 9:

V, 15 - E, no dia de levantar o tabernáculo, a nuvem cobriu o tabernáculo sobre a tenda do Testemunho; e, à tarde, estava sobre o tabernáculo como uma aparência de fogo até à manhã.

V, 16 - Assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e, de noite, havia aparência de fogo


I - A NUVEM E A COLUNA DE FOGO

1. A presença contínua. Quando o povo levantou o tabernáculo, o qual foi feito conforme o modelo dado por Deus no monte Sinai, a nuvem da presença do Senhor surgiu gloriosamente (Nm 9.15). Os milhões de peregrinos que estavam ao redor do tabernáculo, nas suas respectivas tribos, entenderam perfeitamente que se tratava de uma manifestação divina.

No fim da tarde, quando o sol declinava e a temperatura começava a cair, outro milagre acontecia: a nuvem ficava com uma aparência de fogo, permanecendo assim até pela manhã, quando, novamente, voltava a ser um refúgio contra o sol. Esse processo perdurou, continuamente, por quase 40 anos (Nm 9.16). O Senhor estava testemunhando a todo o povo: ―E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito‖ (Gn 28.15).

2. O mover imprevisível. O texto de Números 9.17-23 fala a respeito do mover imprevisível de Deus, representado nos deslocamentos da nuvem e da coluna de fogo.
Impressionante como o Espírito Santo, que inspirou os escritores bíblicos, fez questão de mencionar que, às vezes, o referencial da presença de Deus permanecia no mesmo lugar um ano ou, inexplicavelmente, menos de um dia. Interessante perceber, também, que não havia nenhum fenômeno natural perceptível que antecedesse os movimentos vertical (subida e descida sobre o tabernáculo) e horizontal (mudança geográfica) da nuvem ou da coluna de fogo. 

O Senhor, por sua soberania, de dia ou de noite, sem mandar qualquer aviso, simplesmente transferia o lugar da nuvem ou a coluna de fogo. Não havia, nem há, paradigmas para entender o mover de Deus. Porventura, nos dias atuais, não é com a mesma imprevisibilidade e aparente ilogicidade eventual que Deus age?

3. A obediência voluntária. Deus estava treinando os israelitas para que eles, com alegria, aprendessem a obedecer ao Senhor. Vale lembrar que, repetidamente, as Escrituras dizem que eles eram rebeldes ou de ―dura cerviz‖ (Dt 10.16; Jr 7.26; Mc 10.5; At 7.51). Assim, por vezes, a nuvem passava um longo período parada e, depois, numa sequência inesperada, era transferida de lugar rapidamente, mas o povo a seguia, como se vê: 

―Segundo o dito do SENHOR, se alojavam e, segundo o dito do SENHOR, partiam; da guarda do SENHOR tinham cuidado, segundo o dito do SENHOR pela mão de Moisés‖ (Nm 9.23). Os que servem a Deus devem aprender a obedecer voluntariamente ao Senhor, de todo coração, como Davi recomendou a Salomão (1Cr 28.9), para que tenham vitória nas grandes lutas que travarem.

A obediência é um segredo, uma bússola, um mapa e um caminho. Andar por ela é sinal de sabedoria, humildade, fé e sempre produz os resultados da verdadeira prosperidade na vida.

OBS: ARGUMENTO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO - Há muitas pessoas que fazem confusão com o termo shekinah. Umas usam-no sem a noção de o porquê o termo ganhou essa popularidade; outras têm uma visão radical de que o termo não deveria ser usado porque ―ele não existe na Bíblia‖. O tópico presente dá uma explicação satisfatória para uma visão equilibrada.

Por isso, deixe claro à classe que há termos na cultura judaica que, por causa de sua sacralidade, ou perda dos fonemas hebraicos, foram reformulados. Por exemplo, o nome verdadeiro de Deus é expresso por Adonai, pelo termo aportuguesado Jeová e outros. No Novo Testamento, a expressão Santíssima Trindade também não aparece, mas ela retrata com perfeição o que os textos apostólicos ensinam sobre essa maravilhosa doutrina. Portanto, não há nada que proíba o termo shekinah.

II - O INÍCIO DA CAMINHADA

1. A ordem para marchar (10.11-13). Deus possui um aguçado senso de beleza e organização, entretanto esse traço de seu caráter justifica-se não apenas pela estética e estratégia de suas determinações, mas sobretudo em face do grande amor pelo seu povo. O Senhor mandou fazer duas trombetas de prata, uma sofisticada obra de arte (a prata era depurada no fogo, daí por que é símbolo da redenção na Bíblia), as quais serviam para conclamar o povo para se reunir e dar o sinal de partida do acampamento, tudo muito organizado.

Entretanto, mais adiante, Deus disse que as trombetas também seriam tocadas quando os israelitas estivessem em dificuldades (o toque das trombetas era uma verdadeira oração) e nas festas religiosas (Nm 10.2,9,10). Dessa forma, o início de toda caminhada era marcado, simbolicamente, por um momento de oração. O toque das trombetas movia o coração de Deus em favor do povo e o Senhor se lembrava da aliança firmada. A promessa de Deus, feita desde os dias do patriarca Abraão, seria cumprida, pois Deus é fiel.

2. Confiança do líder abalada (10.29). Em meio a tantas demonstrações eloquentes do cuidado de Deus, percebe-se uma falta de confiança do líder Moisés, pois convidou Hobabe, seu cunhado, para guiar o povo nos caminhos do deserto (Nm 10.29-32). Ora, a presença de Deus, representada na nuvem e na coluna de fogo, sinalizava perfeitamente quando o povo deveria acampar e seguir viagem, e qual rota percorrer, mas Moisés entendeu que seria bom ter alguém com experiência para ―ser seus olhos‖ e socorrê-los em tempo oportuno. Mas, o Senhor compreendeu a fraqueza do líder e sequer o repreendeu. Moisés também precisava aprender a confiar. Vê-se, porém, que em nenhum outro momento Hobabe é mencionado nas Escrituras, dando provas que o convite de Moisés foi estéril e inócuo. Deus é quem comanda e guia os passos do seu povo.

OBS: ARGUMENTO TEOLÓGICO - ―A aproximação de Israel ao Senhor, o grande Rei, era claramente multissensorial. O povo via a glória no fogo e na nuvem, ouvia Deus no trovão e no terremoto, e cheirava algo da doçura divina na fragrância dos perfumes. O Deus fora da percepção sensorial se revelava metaforicamente de modo que os seres humanos sensíveis pudessem entender. 

Êxodo 31 resume a aproximação ao Santo. Há uma lista de todo o aparato físico necessário para essa aproximação - o Tabernáculo com as mobílias e equipamentos (VV.7-11), a escolha divina de trabalhadores, qualificados por terem sido selecionados pelo Senhor e capacitados com o próprio Espírito de Deus (vv.1-6)‖ (ZECK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.67). 

3. O pecado da murmuração (11.1-10). Na caminhada dos hebreus pelo deserto, o Senhor sempre esteve presente cuidando do seu povo, mas, como visto anteriormente é inevitável que as fraquezas dos líderes apareçam e, infelizmente, também, existam rebeliões. Em Números 11.1-10 diz-se que aconteceu murmuração no meio do povo por causa da comida (toda murmuração dirige-se, em primeiro plano, contra Deus) e o Senhor levou em consideração as palavras proferidas a tal ponto que muitos israelitas morreram como castigo pela rebelião.

Judas escreveu a respeito de alguns indivíduos não recomendáveis que eram ―murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse‖ (Jd v.16). Certamente o que os israelitas fizeram foi muito grave diante do Senhor, pois a Bíblia diz que a maldição não vem sem causa (Pv 26.2). Importante que cada cristão aprenda a ser agradecido, de todo coração, e nunca despreze o ―pão‖ que Deus dá.

III - DEUS LEVANTA COOPERADORES

1. Carga pesada. Na caminhada com Deus, pelo deserto a cada dia os limites humanos são testados. O grande Moisés que, pouco tempo antes, tinha convidado Hobabe para ser ―seus olhos‖ na peregrinação (tinha plano até para quando Deus falhasse na orientação), agora pensa em desistir do ministério. Ele concluiu: ―Eu sozinho não posso levar a todo este povo, porque muito pesado é para mim. E, se assim fazes comigo, mata-me, eu to peço, se tenho achado graça aos teus olhos; e não me deixes ver o meu mal‖ (Nm 11.14,15).

A resposta que Deus ofereceu a Moisés ressoa como modelo ministerial pelos séculos. O líder é feito de ―carne e osso‖ e, por isso, precisa de apoio e companhia. Sempre que Deus quis fazer algo significativo, antes de tudo, montou uma equipe. Talvez Moisés, até aquele instante, acreditasse ser possível liderar sozinho, mas o Senhor permitiu que ele ficasse esgotado emocionalmente para aprender a depender mais dEle. Então, o Altíssimo designou setenta anciãos para auxiliar o seu servo.

2. Dividindo a carga. Deus, de maneira sábia, pediu que Moisés escolhesse setenta líderes para que o auxiliasse. A escolha seria de Moisés, porém eles seriam instrumentos do Senhor, para ajudar na condução da obra. Observa-se um segundo aspecto relevante nessa história: os auxiliares precisavam ter o mesmo espírito de Moisés, pensar a mesma coisa, compartilhar do alinhamento do entendimento do líder, ação precípua do Espírito Santo.

Só assim a carga pesada das atribuições seria, de fato, compartilhada. Pouco tempo depois houve o episódio das codornizes, o primeiro teste dos 70 líderes (Nm 11.31-35). Deus é bom e fiel, pois, certamente, se Moisés estivesse sozinho nessa nova e grave situação ele teria sucumbido.

3. Insubmissão. Moisés, depois de ter a carga administrativa aliviada pelos setenta líderes chancelados por Deus, viu ruir os apoios mais importantes que tinha: o de Miriã e Arão, seus amados irmãos, os quais se insurgiram fortemente contra ele, mas ―o SENHOR o ouviu‖ (Nm 12.2).

Os irmãos de Moisés foram repreendidos pelo Senhor, inclusive Miriã ficou leprosa por causa dessa insubmissão ao líder. Ferir o princípio da autoridade e submissão, desobedecendo a liderança, não é uma atitude sábia e prudente, ainda que existam ponderações de natureza administrativa consideráveis.




 CONCLUSÃO

- Portanto, a maior consolação que os israelitas poderiam ter no deserto era a certeza da presença contínua de Deus com eles; e o Senhor demonstrou inequivocamente tal realidade, através da nuvem ou da coluna de fogo que nunca abandonaram o povo. Mesmo diante dessa certeza, tanto os líderes quanto o povo cometeram erros, os quais não ficaram impunes, servindo isso de exemplo para a igreja hodierna.

(Adaptação) – Lições Bíblicas CPAD, Jovens - 1º Trimestre de 2019 - Título: Rumo à Terra Prometida

— A peregrinação do povo de Deus no deserto no livro de Números - Comentarista: Reynaldo Odilo –

Lição 4: A presença de Deus no deserto - Data: 27 de Janeiro de 2019.

A NUVEM DE GLÓRIA (Parte II)

I - SOB A NUVEM DE DEUS O POVO TINHA A PROTEÇÃO DE DEUS. O v. 16 diz que: ―Era assim que sempre acontecia: de dia a nuvem cobria, e de noite tinha a aparência de fogo‖. Nuvem que protegia do sol, Calor para o frio da Noite! DEUS deu uma nuvem para protege-los no deserto. Por isso o salmista (91:1) diz que: ―Aquele que habita no abrigo do Altíssimo descansa à sombra do Todo-Poderoso.
Hebreus 13:8 – Deus é o mesmo hoje e ontem! Quando você anda sob a nuvem de Deus, você conta com a proteção de Deus!

- Salmos 121:5-8 diz: ―O Senhor é o seu protetor; como sombra que o protege, ele está à sua direita. De dia o sol não o ferirá, nem a lua, de noite. O Senhor o protegerá de todo o mal, protegerá a sua vida. O Senhor protegerá a sua saída e a sua chegada, desde agora e para sempre‖. A nuvem do Senhor quer lhe proteção esta noite. Assim como qualquer casa precisa do telhado, você também precisa ter a benção de Deus para estar protegido do inimigo....

II - SOB A NUVEM DE DEUS O POVO TINHA ORIENTAÇÃO DE DEUS. O v.

17 diz: ―Sempre que a nuvem se levantava de cima da Tenda, os israelitas partiam, e no lugar em que a nuvem descia, ali eles acampavam‖. O povo de Deus precisa estar atento à nuvem.
Não tinham bússola, celular, rádio, nextel.... mapas! NADA! Nem um radinho de pilha! Fantástico eles dependiam apenas do Senhor! Deus é sua orientação!
Eles não podiam fazer planos para o dia seguinte: Eram dirigidos por Deus!

- O livro de Hebreus 12:2 diz: ―Tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé...‖ - É isso que Deus quer que você faça: Assim como aquele povo dependia inteiramente do mover da orientação de Deus, ELE quer que você faça a mesma coisa!

- JESUS em João 8.12 disse: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue, nunca andará em trevas; mas terá a luz da vida". Isto é direção!

III - SOB A NUVEM DE DEUS VOCE VAI DESCANSAR À SUA SOMBRA. O v. 18 diz que: ―Conforme a ordem do Senhor os Israelitas partiam, e conforme a ordem do Senhor, acampavam. Enquanto a nuvem estivesse por cima do tabernáculo, eles permaneciam acampados.‖ Ou seja, quando a nuvem parava o povo acampava para descansar debaixo da sombra do Senhor. Podiam ficar despreocupados porque a nuvem de Deus estava li. De fato no livro de Deuteronômio 29:5 Moisés diz que: ―Durante os quarenta anos em que os conduzi pelo deserto, nem as suas roupas, nem as sandálias dos seus pés se gastaram‖.

Tudo estava debaixo da providencia de Deus! Alias o Salmista confirma isso em seu livro no capítulo 91:10-11 - ―Se você fizer do Altíssimo o seu abrigo, do Senhor o seu refúgio, nenhum mal o atingirá, desgraça alguma chegará à sua tenda. Porque a seus anjos ele dará ordens a seu respeito, para que o protejam em todos os seus caminhos‖. Quem está debaixo da nuvem, não tem o que temer!

- O Apóstolo Pedro expressa isso em sua primeira carta (5:7) – ―Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês‖. –

―Entregue suas preocupações ao Senhor, e ele o susterá, jamais permitirá que o justo venha a cair‖ (Salmos 55:22). Quem sabe nestes últimos dias você tenha se tornado uma pessoa ansiosa, preocupada... SAIBA que debaixo da nuvem de Deus há esperança! Há um Deus que tudo pode fazer quando estamos debaixo de seus cuidados. Quem confia no Senhor, quem caminha debaixo da nuvem de Deus, mesmo que esteja em perigo, correndo riscos, fica em paz e descansa!

Por isso o SENHOR faz um convite hoje, aos ansiosos, desesperados, a todos que estão fora da nuvem dizendo: "vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos e eu os aliviarei". (Adaptação) http://palavraemensagem.blogspot.com/p/esboco-sob-nuvem-de-deus.html

- Bibliografia

- Bíblia de Estudo Palavra Chave (ARC)

- A Bíblia de Estudos das profecias. E.R.A.

- Dicionário Oline

- Apontamentos Teológico do Autor

- Comentário Pastor Josaphat Batista – Pr. Presidente da Assembleia de Deus em Ibotirama-Bahia. Pós-graduado em Docência do Ensino Superior - Bacharel em Teologia convalidado pelo MEC, Estudando Psicanálise: Fac... FACIBA - Membro do CEECRE (Conselho Estadual de Educação e Cultura Religiosa da CEADEB), Diretor da ESTEADI (Escola Teológica da Assembleia de Deus em Ibotirama) Presidente do Conselho de Pastores e Líderes Evangélicos de Ibotirama (CONPLEI), Conferencista, Seminaristas, Escritor e fundador dos Congressos EBD no Campo de Camaçari-Ba. - Aproveite e estude cursos gratuitos no CTECVIDACRISTA.COM e comentários anteriores das Lições Bíblicas EBD. Ver outros comentários (anteriores) do trimestre em vigor no Site: www.portalebd.org 2º Trimestre de 2019 – O tabernáculo: símbolos da obra redentora de Cristo


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