19 de fevereiro de 2009

"APANHANDO DESPREVINIDO"

APANHADO DESPREVINIDO = Josué 9:3-27

“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo.” = (Ef 6.11.)

Se você é como eu, fica mais vulnerável e sujeito a cometer erros de julgamento nos momentos em que menos espera que aconteçam. Ironicamente, cometo meus piores erros no final de períodos de grande sucesso ministerial, quando tenho maior consciência da vontade de Deus para minha vida. Se “abaixarmos a guarda” durante tais momentos, Satanás certamente encontrará uma brecha em nossa armadura.

Não se engane quanto a isto! Satanás é um inimigo sutil. Se ele não consegue alcançar seus objetivos insidiosos fazendo-nos desobedecer abertamente à Palavra de Deus, aparecerá como um “anjo de luz” e tentará usar a verdade de Deus para nos enganar.
Ele fez isto com Josué; infelizmente, o grande líder do Antigo Testamento tomou uma decisão irreversível.

REFLITA POR UM MOMENTO

Josué tinha encarado a derrota em Ai com uma coragem incomum. Embora tivesse sido difícil, ele tratou com o pecado de Acã. Além disso, tinha construído um altar e “[oferecido] holocaustos” e “ofertas pacíficas” ao Senhor no monte Ebal e no monte Gerizim. Todo o Israel reconheceu Deus e o adorou como protetor e provedor da nação.

Josué também reviu a lei de Deus para todo o povo. Levou o povo de volta às coisas básicas. Copiou cuidadosamente em tábuas de pedra tudo o que Deus revelara a Moisés. Depois leu a lei na presença de toda a congregação (Js 8:35).
Tudo parecia em ordem, para que Josué e o povo, de Israel seguissem adiante, para conquistar outras vitórias. Tinham aprendido bem as lições! Se apenas obedecessem a Deus em todas as coisas, jamais repetiriam a “experiência de Ai”.

ENQUANTO ISSO, POR TODA A CANAÃ...

Enquanto Israel estava adorando ao Senhor e revendo suas leis, os reis cananeus se reuniam para formar uma coalizão contra o povo de Deus. O fato de que a princípio Ai tinha conseguido resistir deve ter infundido um pouco de esperança. Obviamente, eles não compreendiam os fatores sobrenaturais envolvidos na derrota inicial de Israel e na vitória subseqüente. Infelizmente, concluíram que só precisavam reunir mais soldados e mais armas.

Do ponto de vista humano, tal raciocínio fazia sentido, desde que Ai derrotara Israel porque Josué enviara um pequeno contingente de homens contra ela (7:3,4).
No entanto, do ponto de vista divino, não fazia nenhum sentido. Em sua arrogância e cegueira espiritual, aqueles reis desprezavam totalmente o que acontecera em Jericó e toda a jornada de Israel, do Egito a Canaã. Como podiam ter esquecido o milagre no Jordão?

Nem todos concordavam

Entre os representantes que se reuniram, havia homens de Gibeom, chamados de heveus (9:1,7). Gibeom era uma das maiores cidades de Canaã. Embora não houvesse ali um rei, a cidade era tão respeitada quanto as outras. A Bíblia diz que Gibeom era “cidade grande como uma das cidades reais”. De fato, era “maior do que Ai, e todos os seus homens eram valentes” (10:2).

Decisão da minoria

Embora todos os reis que se reuniram concordassem que deviam lutar juntos contra Josué e Israel (9:2), os gibeonitas decidiram adotar outro curso de ação. Enquanto ouviam os reis discutindo sobre a vitória dos israelitas em Jericó e Ai, chegaram a uma conclusão diferente (v. 3). Em vez de aderirem à aliança militar contra Israel, decidiram que iriam adotar uma estratégia de paz e não de guerra.

O engodo gibeonita

Os gibeonitas eram astutos. Sabiam que jamais conseguiriam derrotar Israel na guerra não importava quantos homens comporiam a aliança. Eles entenderam claramente que os recursos militares de Israel eram sobrenaturais. Recusaram-se a ignorar o que tinha acontecido nas batalhas anteriores. Qualquer estrategista militar com um mínimo de bom senso concluiria que as façanhas de Israel eram divinamente orientadas.

NA MULTIDÃO DE CONSELHEIROS

Por que os gibeonitas se recusaram a aderir à aliança militar dos reis cananeus? Por que eles chegaram a uma conclusão diferente em relação à capacidade de Israel? Pessoalmente, creio que a resposta deles teve algo que ver com a forma de governo da cidade. Até onde sabemos, eles eram o único povo de Canaã que tinha uma república. Em vez de um monarca soberano, a cidade era governada por um corpo de anciãos, representantes do povo. Obviamente, tinham um líder supremo mas as decisões eram baseadas nas considerações e opiniões de muitas pessoas — o que sem dúvida levou-os à conclusão de que seria tolice tentar derrotar Israel, mesmo que todas as cidades de Canaã se unissem.

A conclusão dos gibeonitas estava correta. Infelizmente, porém, adotaram uma estratégia baseada no engano. Se tivessem decidido abandonar seus falsos deuses e seguir o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Senhor teria retido seu juízo, embora fossem cananeus. Raabe e sua família ilustram vividamente este fato. Os gibeonitas não permitiram que seu conhecimento exato conduzisse à ação apropriada.

ESTRATÉGIA ESPERTA

Os gibeonitas enganaram Israel, dando a impressão de que vinham de uma terra distante,fora de Canaã. Vestiram roupas velhas e sandálias que pareciam ter sido gastas numa longa jornada.
“Levaram sacos velhos sobre os seus jumentos e odres de vinho, velhos, rotos e consertados.., e todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento” (vv. 4,5). Quando chegaram ao acampamento dos israelitas — depois de uma viagem de cerca de 20 ou 30 quilômetros — “foram ter com Josué... e lhe disseram, a ele e aos homens de Israel:
“Chegamos duma terra distante; fazei, pois, agora, aliança conosco” (v. 6).

Uma manobra brilhante

Do ponto de vista humano, era uma estratégia brilhante. Revela que os líderes de Gibeom tinham um grande conhecimento das instruções de Deus para Israel, muito antes de terem entrado em Canaã. Na verdade, usaram tal conhecimento para enganar os israelitas, O que eles sabiam? Que todos os cananeus seriam destruídos ou expulsos da terra.
Muitos anos antes, Deus dissera a Moisés:

Porei os teus termos desde o mar Vermelho até ao mar dos filisteus e desde o deserto até ao Eufrates; porque darei nas tuas mãos os moradores da terra, para que os lances de diante de ti. Não farás aliança nenhuma com eles, nem com os seus deuses. Eles não habitarão na tua terra, para que te não façam pecar contra mim; se servires aos seus deuses, isso te será cilada. Êxodo 23:31-33

PROVISÃO PARA OS POVOS DE FORA DE CANAÃ

Os gibeonitas sabiam o que Deus tinha dito a Israel que nenhuma cidade de Canaã seria poupada. No entanto, sabiam também que Deus fizera provisão para poupar as cidades de fora de Canaã. Moisés deixou isso claro quando reviu a lei para Israel depois da experiência de 40 anos no deserto:

Quando te aproximares de alguma cidade para pelejar contra ela, oferecer-lhe-ás a paz. Se a sua resposta é de paz, e te abrir as portas, todo o povo que nela se achar será sujeito a trabalhos forçados e te servirá. Porém, se ela não fizer paz contigo, mas te fizer guerra, então, a sitiarás. Deuteronômio 20:10-12

Por isso eles queriam dar a impressão de terem vindo de uma “terra mui distante”. Também sabiam que deviam tomar a iniciativa. Não tinham a opção de esperar que Israel se aproximasse, desde que eram cananeus e já estavam sob o juízo divino. A solução para eles era tentar convencer Israel que tinham vindo de longe, de fora de Canaã.

Tinham feito bem a “lição de casa”

Note também que, ao falar com Josué, os gibeonitas evitaram qualquer menção a Jericó ou Ai:

Teus servos vieram duma terra mui distante, por causa do nome do Senhor, teu Deus; porquanto ouvimos a sua fama e tudo quanto fez no Egito; e tudo quanto fez aos dois reis dos amorreus que estavam dalém do Jordão, Seom, rei de Hesbom, e Ogue, rei de Basã, que estava em Astarote. Josué 9: 9,10

Um plano perfeito

Tudo se encaixou perfeitamente. Os gibeonitas tinham feito uma ótima pesquisa. Na verdade, sabiam tanto sobre Israel e suas leis que davam a impressão de que alguns deles estavam “ouvindo” quando Josué reviu a lei de Deus nos montes Ebal e Gerizim. Provavelmente ouviram, desde que usaram as instruções de Deus a Israel para alcançarem seus objetivos pessoais. Apresentaram-se como servos voluntários.

Evitaram as referências às cidades cananéias para darem a impressão de que não conheciam a terra. Suas roupas e provisões estavam velhas e pareciam gastas devido a uma longa viagem. Talvez, o aspecto que mais ajudou no engodo foi que conheciam o Deus de Israel.

APANHADOS DE SURPRESA

A estratégia gibeonita funcionou. Josué foi apanhado de surpresa. Impressionado com todas as evidências, “concedeu-lhes paz e fez com eles aliança” (v. 15).
Infelizmente, Josué tomou esta decisão sem pedir “conselho ao Senhor” (v. 14). Atente-se para a outra fonte divina que havia, dada por Deus a Israel para ajudar em situações como aquela:

Josué podia ter consultado o sumo sacerdote, para buscar diretamente a vontade de Deus (Nm 27:18-21). No entanto, ele não fez isto. Apesar de ter ficado desconfiado no início do encontro com os heveus (Js 9:7), respondeu precipitadamente. Estava convencido de que aqueles homens estavam dizendo a verdade. Também foi enganado.

UMA GRANDE FORÇA - UMA GRANDE FRAQUEZA!

“Como aquilo pôde acontecer?”, você pode perguntar. O fato é que pode acontecer com qualquer um principalmente a um homem como Josué. Embora fosse um grande líder, sua maior qualidade transformou-se em sua maior fraqueza. Ele tinha facilidade de confiar nas pessoas. Era um homem honesto, com motivos puros e por isso via os outros mesmo seus inimigos através dos seus próprios olhos. Provavelmente achou difícil fazer as perguntas mais reveladoras.

Josué estava agindo da maneira que Deus dissera que devia agir em situações como aquela. O problema foi que a situação não era como ele pensava. Conseqüentemente, ele aplicou erroneamente as Escrituras. Ele não tinha todos os fatos.

Quer dizer que Deus não quer que confiemos nos outros? De forma alguma! No entanto, a experiência de Josué nos ensina a ser cautelosos, visto que nem sempre as coisas são o que aparentam. Embora certamente não devamos seguir pela vida “procurando” engano nos outros, devemos reconhecer que algumas pessoas são desonestas; agem assim para se proteger e satisfazer os próprios interesses.

Uma experiência pessoal

Como pastor, isso já me aconteceu muitas vezes. Com freqüência sou procurado por pessoas geralmente que não são da igreja que tentam tirar vantagem de mim e da nossa congregação. Geralmente procuram um donativo.

Na maioria das vezes, as “histórias tristes” que contam são bem fáceis de acreditar. A Bíblia ensina que devemos ajudar os necessitados; é fácil deixarmos de fazer as perguntas mais duras e agirmos de maneira precipitada.

Francamente, tive de desenvolver esta habilidade, pois realmente sou “coração mole” quando se trata de ajudar pessoas em apuros. Embora seja difícil (e depois de ter feito algumas avaliações equivocadas), aprendi a inquirir inflexivelmente as pessoas.

Lembro de um casal que chegou ao escritório da igreja e desfiou um “rosário” de lamúrias. O motor do carro deles tinha fundido e tinham de viajar para Denver. Pediram dinheiro para consertar o carro.

Disseram que tinham me procurado porque ouviram que nossa igreja era “caridosa”. Também me garantiram que devolveriam o empréstimo assim que chegassem a Denver onde moravam e tinham bons empregos.

Fui cordial, mas pedi que se identificasse inclusive que me dessem o endereço e o telefone do patrão de um deles em Denver. Ofereci-me para ligar para lá (pagando a ligação) para ver como eu podia ajudar. Neste ponto, os dois ficaram furiosos e me acusaram de “não ser cristão”. Fiquei firme e eles saíram do escritório proferindo impropérios. Embora tenha sido difícil, obviamente fiz as perguntas certas!

OVO NA CARA”

Ironicamente, Josué precisou de apenas três dias para descobrir seu erro ( Js 9:16). Imagine sua surpresa e desapontamento quando soube que aquele povo era vizinho.
Para ter certeza de que não tinham ouvido apenas um boato e para “livrar a cara” um grupo empreendeu uma viagem de três dias a Gibeom, a cidade principal dos heveus. A descoberta foi embaraçosa. Havia três aglomerações suburbanas chamadas Quefira, Beerote e Quiriate-Jearim (v. 17).

Não era boato

Josué fora terrivelmente enganado junto com muitos outros israelitas. Infelizmente, tratava-se de uma decisão irreversível. Tinham feito uma aliança com os heveus em nome do “Senhor Deus de Israel”. Apesar de o erro basear-se numa informação falsa, era uma decisão que envolvia Deus seu nome e sua reputação.

Dois erros jamais formam um acerto

Se os israelitas quebrassem a aliança com os gibeonitas, trariam desprezo sobre o nome de Deus entre os cananeus. Embora Josué e todo o Israel tivessem pecado, ao permitirem serem enganados, a quebra da aliança agravaria ainda mais o pecado.
Lembro-me de outra experiência que tive como pastor. Certo dia fui procurado por um homem, depois de um culto. Eu estava no púlpito, arrumando minhas coisas. Ele se aproximou, me chamou pelo meu primeiro nome e perguntou se podíamos conversar.

Francamente, eu não o reconheci. No entanto, ele falava comigo como se eu o conhecesse. De fato, ele estava preparado para minha resposta hesitante (podia ver isso em meu semblante) e disse: Você me conhece. Moro aqui perto e participo da sua igreja.

Embaraçado por não conhecê-lo, continuei sendo levado por seu esquema. Ele me pediu dinheiro para comprar uma passagem aérea para Tucson, Arizona. Disse que sua esposa fora para lá visitar a mãe doente. Quando se dirigia para o hospital onde a mãe estava internada, ela teve um acidente com o carro e acabou internada no mesmo hospital. O homem me disse que acabara de ser informado e precisava ir a Tucson com urgência. Tinha o dinheiro da passagem, mas faltavam 50 dólares.

Profundamente comovido com a história — e com vergonha de ficar fazendo perguntas — procurei um dos tesoureiros da igreja. Imediatamente peguei dinheiro do caixa, dei ao “estranho” e ele foi embora. Assim que ele se afastou, minha intuição me disse que acabara de fazer um mau julgamento.

Reconstituindo a história, descobri que aquele homem vira meu nome na placa na frente da igreja. Desde que nós usamos crachás com o nome, ele se aproximou de outro irmão no estacionamento, chamou-o pelo primeiro nome e perguntou onde eu estava também me chamando pelo primeiro nome. Foi informado que eu estava dentro da igreja; sabemos o resto da história. Embora certamente meu erro não tenha sido tão grande quanto o de Josué, com certeza também “levei um ovo na cara”!

SINUCA”

O que Josué devia fazer? Ao fazer aliança com os gibeonitas tinha violado a vontade de Deus. Quando descobriu o erro, partiu para a ação. Imediatamente exigiu, uma explicação. “Por que nos enganastes?” perguntou (v. 22).
Quando Josué descobriu o que acontecera, soube que não podia reverter a decisão tomada. Só tinha uma coisa a fazer pronunciar uma maldição de escravidão sobre os gibeonitas. “Dentre vós nunca deixará de haver escravos”, disse (v. 23).

É melhor servir e viver

Os gibeonitas na verdade ficaram satisfeitos com a decisão de Josué. Preferiam mais servir Israel e viver a lutar e morrer.
“Eis que estamos na tua mão”, foi a resposta deles ao pronunciamento de Josué. “Trata-nos segundo te parecer bom e reto” (v. 25).

Embora originalmente Deus tivesse determinado que os gibeonitas deviam ser exterminados ou expulsos de Canaã, ele honrou a aliança feita por Josué e preservou-os. Desde que seu nome divino estava envolvido, ele não quebraria sua promessa. Nos anos vindouros, muitas vezes ele iria demonstrar sua fidelidade a esta aliança.

Outra lição dolorosa

Israel teve de honrar a aliança com os gibeonitas logo depois que ela foi firmada. Cinco reis amorreus, furiosos e ameaçados pela estratégia, decidiram atacar as cidades gibeonitas (10:3,4).

Os gibeonitas rapidamente pediram ajuda a Josué. Devido ao fato de que aquele povo agora era seu escravo, Israel agiu imediatamente e com a bênção de Deus.
De fato, nesta ocasião Josué evidentemente buscou a vontade direta do Senhor, por intermédio do sumo sacerdote: “Disse o Senhor a Josué: Não os temas, porque nas tuas mãos os entreguei; nenhum deles te poderá resistir” (v. 8). Novamente, Josué tinha aprendido uma lição valiosa porém dolorosa.

TORNANDO-SE UM HOMEM DE DEUS HOJE

1. Os cristãos podem se desviar fazendo avaliações superficiais baseadas na Palavra de Deus.

Lembre-se de que Josué acabara de rever toda a lei para Israel. Tinham gastado vários dias e talvez até semanas no monte Ebal e no monte Gerizim. Sem dúvida, a cláusula divina que dizia que Israel podia fazer aliança com povos de fora de Canaã estava bem vívida na mente de Josué. Foi exatamente neste ponto que Satanás atacou e enganou o homem de Deus e os outros líderes de Israel.

A mentira é uma das táticas de Satanás

Satanás é um inimigo sutil, e a mentira é uma das suas táticas mais comuns. Jesus o chamou de “pai da mentira”. Além disso, uma das suas táticas mais enganadoras é usar a Palavra de Deus para alcançar seus propósitos insidiosos.

Quando tentou Jesus Cristo no deserto, Satanás empregou a mesma estratégia. Levando-o ao pináculo do templo, disse: “Se és Filho de Deus, atira-te abaixo”; depois prosseguiu: “Está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra” (Mt 4:6).

Jesus Cristo não foi enganado como Josué. Nem poderia, pois era o divino Filho de Deus. Por sua vez, ele também empregou a Palavra de Deus, interpretada e proferida corretamente, para se opor ao ataque maligno. Jesus replicou: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus” (Mt 4:7).

Evitando o engano hoje

Como os homens cristãos e os cristãos em geral caem presa deste tipo de tática satânica? Ou melhor, como podemos evitar este tipo de armadilha?

2. Podemos ser enganados se usarmos a Bíblia deforma mística.

Há cristãos que fazem uma abordagem superficial e mística da Palavra, para determinar a vontade de Deus para suas vidas. Por exemplo, abrem a Bíblia aleatoriamente, acreditando que o primeiro versículo que lerem trará uma palavra específica de Deus, que os ajudará a tomar alguma decisão. Certamente Deus pode usar este método, mas existem muitos perigos inerentes. Há muitas provas de que cristãos sinceros já foram enganados ao usarem a Bíblia de forma tão superficial.

Lembro de uma história sobre um homem que estava buscando a vontade de Deus para sua vida. Abriu a Bíblia aleatoriamente e colocou o dedo sobre o texto que diz que Judas saiu e se enforcou. Alarmado com o que leu, ele tentou novamente. Desta vez, abriu no texto em que Jesus disse: “Vai e faze o mesmo!” Obviamente, o homem aprendeu uma lição preciosa.

Não se trata de um bom método para determinar a vontade de Deus. Todos nós temos de entender as Escrituras como um todo. Além do mais, devemos entender cada passagem dentro do contexto apropriado. Entretanto, este fato leva a outro princípio importante.

3. Podemos ser enganados se lermos e estudarmos a Bíblia deforma subjetiva e sem empregar bons princípios de interpretação.

Este erro em usar a Bíblia para determinar a vontade de Deus está intimamente relacionado com aquele que já mencionamos. No entanto, o segundo erro envolve o emprego mais sério das Escrituras. Neste exemplo, muitas vezes queremos obter apoio ou provar um conjunto de crenças ou desejos predeterminados.
De fato, quando se ignora os princípios básicos de interpretação literária, é possível fazer a Bíblia ensinar quase tudo.

Esta abordagem do estudo da Bíblia tem levado a toda sorte de sistemas errôneos de teologia, o que, por sua vez, cria uma série de seitas e “ismos” que negam a verdade total das Escrituras.
Para compreender a Bíblia e o que Deus está realmente nos dizendo hoje, temos de usar pelo menos três diretrizes básicas:

Primeira, determinar o que as palavras, frases e períodos realmente significam dentro do contexto.

Segunda, descobrir o que podemos depreender do ambiente histórico e cultural no qual o texto foi escrito. Em outras palavras, qual era o significado original da afirmação bíblica?

Terceira, discernir que razões gramaticais, históricas, culturais e literárias pode haver para adotarmos outra abordagem que não seja a literal.

Algumas pessoas acreditam que a Bíblia é totalmente alegórica e figurativa, e que não se trata de um documento histórico, Os escritores sagrados (como outros escritores) certamente empregaram alegorias e figuras de linguagem, mas empregaram estes elementos para ilustrar o significado literal. A má compreensão desta forma normal de interpretação pode levar a todo tipo de conclusões falsas.

4. Podemos ser enganados se permitirmos que as circunstâncias interpretem as Escrituras, em vez de avaliar as circunstâncias à luz das Escrituras.

Fatores circunstanciais são importantes ao se determinar a vontade de Deus. Já destacamos isso num capítulo anterior. No entanto, jamais devemos permitir que as circunstâncias sejam o fator primário de avaliação. Elas podem ser enganadoras, como aconteceu no encontro de Josué com os gibeonitas. Tudo parecia estar certo.

Além do mais, Deus já tinha falado sobre o que deviam fazer naquele tipo de situação. O problema foi que as circunstâncias não eram o que aparentavam!
Pode ser neste ponto que Satanás desfere o seu golpe mais feroz. Desde que vivemos num mundo de tempo e espaço, nos acostumamos a avaliar os eventos à luz das circunstâncias. Conseqüentemente, Satanás utiliza nossas tendências naturais, nosso entendimento cultural e nossa estrutura psicológica.

Para complicar as coisas, a linha entre a decisão correta e a errada é muito tênue. Se Josué apenas tivesse sido mais inquiridor, se tivesse esperado um ou dois dias, se tivesse avaliado a situação geral, teria descoberto o engodo antes de tomar uma decisão final e irreversível.

Felizmente, a maioria dos nossos erros é reversível. Mesmo no caso de Josué, ele juntou as peças e fez o que podia para corrigir a situação sem cometer outro pecado, ao tentar desfazer o primeiro. Em Cristo, sempre há esperança, não importa nossos erros passados.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar) Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS 1º- Trimestre 2009 – Lição 07 – O Perigo do Ardil Gibeonita Bibliografia:- Josué Um Modelo de Vida, Editora Mundo Cristão autor Gene A. Getz


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