12 de abril de 2010

A PRÁTICA DA PALAVRA DEUS

A PRÁTICA DA PALAVRA DEUS

TEXTO ÁUREO = “E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos” (Tg 1: 22).

VERDADE PRATICA = Se queremos que Cristo manifeste através de nós, devemos permitir que a Palavra de Deus se faça em nós.

TEXTO BÍBLICO BÁSICO = Tg 1.17-27

INTRODUÇÃO

Uma das diferenças básicas entre os ensinos humanos e os ensinos das Escrituras, é a de que o homem não está obrigado a seguir àqueles, enquanto que tem o dever de seguir o que as Escrituras dizem. Tiago tinha a compreensão disto quando, através da sua epístola, desafiou os crentes a partirem da teorização à prática da Palavra de Deus.

1. DEUS, A FONTE DE TODO O BEM

Antes de introduzir os seus leitores no ensino quanto ao dever de praticar a Palavra de Deus, o após tolo Tiago chama a nossa atenção para a bondade como algo emanante de Deus, bem como sobre a maneira do homem se comportar face a esta revelação. Partindo deste princípio revelador, Tiago nos dá a saber que:

1. Tudo quanto é bom procede de Deus (v.17). A imperfeição é uma característica natural do homem. Mesmo o mais santificado dentre os servos de Deus, assim como Paulo, sabe que em si mesmo não há bem algum (Rm 7.18).

Deus, porém, é puro no seu proceder, reto nos seus caminhos e justo nos seus juízos. Dele procede Jesus Cristo, o Salvador único e suficiente. Dele procede a salvação plena e eterna. Deste modo, tudo quanto o homem precisa para assegurar-lhe paz, gozo e felicidade aqui e na eternidade, só pode ser encontrado em Deus.

2. Deus é imutável (v.17). Em Deus “não há mudança nem sombra de variação”. O autor da Carta aos Hebreus testemunhou deste fato consolador face à transitoriedade da vida, quando escreveu:

“Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos; eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão, e como um manto os enrolará, e como um vestido se mudarão, mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão” (Hb 1.10,11).

3. Fomos feitos novas criaturas pela Palavra de Deus (v.18). A maior prova da bondade de Deus para conosco consiste no fato de que “segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas”. Por meio da Palavra revelada em Jesus Cristo, o Filho unigênito de Deus, fomos feitos primogênitos de todas as suas criaturas.

II. O VIVER MODERADO DO CRISTÃO

A consciência de que de Deus procede toda a boa dádiva e todo o dom perfeito, inclusive a nossa nova geração segundo a Sua vontade pela Palavra da verdade, deve inspirar em nós o desejo de viver, como cristão, uma vida moderada. Com este propósito Tiago chama a nossa atenção para as seguintes questões:

1. Deve haver equilíbrio entre o nosso ouvir, falar e agir (v.19). Como as nossas ações, na maioria das vezes, estão ligadas ao que ouvimos e falamos, o apóstolo recomenda diligência no ouvir, mas prudência no falar e no se irar. Evidencia prudência e moderação quem conhece o “tempo de estar calado, e o tempo de falar” (Ec 3.7).

2. A ira do homem não opera a justiça de Deus (v.20). A ira, atributo negativo de um grande número de crentes, se manifesta às vezes, num desejo de apressar a Deus a exercer o Seu juízo sobre o malfeitor. A pessoa que se deixa possuir constantemente pela ira, ignora que a justiça de Deus independe de qualquer atitude ou desejo do homem, mesmo que seja justa a sua ira. A recomendação das Escrituras é: “Deixa a ira, e abandona o furor; não te indignes para fazer o mal” (Sl 37.8).

3. Devemos evitar a imundícia e superfluidade de malícia (v.21). Deus não nos chamou para a imundícia mas para a vida de santidade. E, pois, interesse de Deus que sejamos santificados em tudo, e que “todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Te 5.23). Para o crente, que assim se propõe viver, a malícia é algo supérfluo, portanto, incompatível com o seu novo modelo de vida.

4. Devemos absorver a Palavra em nós enxertada (v.21). Sendo nós “de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela Palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre” (1 Pe 1.23), devemos nos familiarizar com esta Palavra “a qual pode salvar as vossas almas”.

III. A PRÁTICA DA PALAVRA DE DEUS

Com respeito à Palavra de Deus, na Igreja, hoje, existem duas classes de crentes: a daqueles que a ouvem e a praticam, e a daqueles que simplesmente a ouvem mas não a praticam. Vejamos o que Tiago 1.22-27 nos ensina sobre isto:

1. Sede cumpridores da Palavra de Deus (v.22). Tiago concorda com o ensino de Paulo de que “os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (Rm 2.13).

Devemos contribuir no sentido de diminuir a distância existente entre o ouvir a pregação da Palavra de Deus e a observância dos seus preceitos até que ela se faça carne em nós (Jo 1.14).

2. O simples ouvir a Palavra é de nenhuma eficácia (v.23). Tiago compara o simples ouvinte, mas não praticante da Palavra, “ao varão que contempla ao espelho o seu rosto natural... e foi-se, e logo se esqueceu de que tal era” (vv.23,24). Portanto, não basta apenas ouvir a Palavra de Deus, mas, sim, obedecer ao Deus da Palavra.

3. É bem-aventurado o que observa a Palavra de Deus (v.25). Tem como lucro a felicidade aquele “que atenta para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor” do que ela manda. Permita Deus que a exemplo do nosso Salvador, possamos dizer: “...importa que em mim se cumpra aquilo que está escrito...” (Lc 22.37).

4. A observância da Palavra de Deus deve afetar a nossa religiosidade (vv.26,27). Todo aquele que se deixa tocar e transformar pela ação perscrutadora da Palavra de Deus (Hb 4.12), tem a sua religiosidade afetada e alterada para melhor, pois é alguém que mantém a língua sob freios e é prudente no falar. Mais do que isto: o crente comprometido com “a religião pura e imaculada” é alguém solidário com os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e que guarda a si mesmo incontaminado da corrupção do mundo (1 J0 5.18).

IV. CONCLUSÃO

Ao longo desta lição, dentre outras coisas, aprendemos que:

1. Deus é o autor e a fonte de todo o bem. De Deus emana todo o bem no tempo, aqui e na eternidade. O tempo não tem efeito sobre a Sua bondade, o passar dos anos nunca poderá eclipsá-la. O bem proveniente de Deus é eterno porque Deus é eterno.

2. Devemos viver moderada- mente. Não é do interesse divino vivermos nos extremos da vida, mas vivermos equilibradamente, sendo diligentes no ouvir, prudentes no falar e no nos irar. Devemos viver empenhados na busca dum viver santo e reto diante de Deus.

3. O cristão deve ser diligente praticante da Palavra de Deus. É do interesse de Deus que os não- crentes sejam impressionados primeiramente pelo bom testemunho da nossa vida, antes que pela simples proclamação da Palavra (Mt 5.13-16). Deve ser parte do testemunho cristão a demonstração de solidariedade pelos sofredores, sejam eles crentes ou não.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Lições bíblicas CPAD 1989

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