19 de janeiro de 2011

PODER IRRESISTIVEL DA COMUNHÃO COMUNHÃO IGREJA

PODER IRRESISTIVEL DA COMUNHÃO COMUNHÃO IGREJA

TEXTO ÁUREO = “Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união” (Sl 133,1).

VERDADE PRATICA = Comunhão significa partilhar juntos do mesmo propósito, a fim de se fortalecer a unidade da Igreja

LEITURA BIBLICA = ATOS 4.32-37

INTRODUÇÃO

Essa passagem e a de Atos 2.42- 47 se completam. Esses dois relatos revelam a vida comunal dos que se convertiam ao Evangelho. Lucas mostra nesse breve relato como era o dia-a-dia dos primeiros cristãos.

UM SÓ PROPÓSITO

1. Comunhão dos irmãos. “E era um o coração e a alma da multidão dos que criam” (v. 32). Os cristãos, agora, já formavam uma grande multidão. Quase três mil no dia de Pentecoste. Esse número elevou- se para quase cinco mil, após a cura do coxo, na porta chamada Formosa (At 4.4). Todos viviam em torno do nome de Jesus, pois assumiram uma nova postura de vida. Gozavam do companheirismo mútuo e o Espírito Santo estava com eles.

2. Fruto do Espírito. “...mas todas as coisas lhes eram comuns”. O Espírito Santo quebrou a natureza egoísta, tão comum no gênero humano, de modo que tudo lhes era comum. Antes da formação da Igreja, já havia a comunidade dos essênios, que viviam na região do mar Morto, deserto da Judéia. Eles tinham um padrão de vida muito parecido. A diferença é que lá era uma imposição. Seus membros deviam seguir o Manual de Disciplina, regra básica deles, descoberto juntamente com os rolos nas cavernas de Uaid Qumran.

O TESTEMUNHO DOS APÓSTOLOS

1. A ressurreição de Cristo é o principal pilar do Cristianismo (v. 33). A ressurreição de Cristo é o maior acontecimento do Cristianismo e de toda a História. Pedro falou desse fato no discurso do dia de Pentecoste e no do pórtico de Salomão. Esse evento é a viga-mestra da cristandade, responsável pela unidade dos irmãos e pela comunhão no Espírito Santo.

2. A grandeza da ressurreição desfaz o escândalo da cruz. O milagre foi tão extraordinário que, para os gregos, era loucura (At 17.32). A morte de Jesus foi testemunhada por muitos em Jerusalém. A notícia do acontecimento se espalhou por toda a parte. Isso era escândalo para os judeus, admitir que seu Messias fora um réu, pendurado em um madeiro. A ressurreição desfazia esse escândalo.

A dificuldade dos judeus era crer nisso, ainda mais, quando a consciência os acusava de traição. Pedro aproveitou a descida do Espírito Santo, no dia de Pentecoste, para associar o evento à ressurreição de Cristo. Convenceu parcela da população de Jerusalém, ou de estrangeiros que peregrinavam na Cidade Santa.

3. Testemunhando o Cristo ressuscitado. Esses sinais estão ligados à ressurreição de Cristo: “E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus” (v. 33). Até então, todos sabiam da morte do Nazareno, mas só uma minoria estava ciente de sua ressuscitação. Não somente os sinais extraordinários, mas também a ação conjunta da comunidade cristã, eram a prova da ressurreição de Cristo. Essa unidade e comunhão devem ser a marca da Igreja atual. Discórdias, pelejas, disputas e competições são fatores que levam à divisão do corpo de Cristo. E isso entristece o Espírito Santo.

A NOVA VIDA DOS PRIMEIROS CRISTÃOS

1. O início de uma nova época. “Não havia, pois, entre eles necessitado algum” (v. 34). Essa passagem faz lembrar o começo da nação de Israel, quando os hebreus foram libertos do cativeiro (Êx 12.35,36). Todos saíram do Egito mais ou menos na mesma situação financeira. Deus proveu os meios para que o povo pudesse sobreviver à peregrinação no deserto, rumo à Terra Prometida. Era um novo começo. Uma nova nação despontava no horizonte, O mesmo aconteceu com a Igreja Primitiva: “E repartia-se cada um, segundo a necessidade que cada um tinha” (v. 35).

2. A generosidade dos irmãos. “Porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos” (v. 34). Barnabé é um nome aramaico que significa “filho da consolação”. Era levita e natural de Chipre, ilha grega, no Mediterrâneo. Ele vendeu suas propriedades e levou o dinheiro para os apóstolos. Por isso, Lucas o citou nominalmente. A generosidade dele, juntamente com a dos demais discípulos, era algo admirável.

3. Corrigindo uma distorção. Só pelo fato de ser uma ação voluntária, mostra que não devemos dizer que isso seja uma doutrina a ser seguida pelas igrejas cheias do Espírito Santo. Os comunistas costumam citar essa passagem, para justificar sua teoria demoníaca e materialista. Uma interpretação arbitrária e totalmente desprovida de consistência. Essa venda de propriedades, trazendo o valor, “depositando aos pés dos apóstolos” (hebraísmo que significa confiar aos apóstolos), era algo voluntário (At 5.4). Há também os exploradores da fé do povo que usam essa passagem, para extorquir suas vítimas. Nenhum apóstolo pediu que os discípulos vendessem suas propriedades. O que devemos fazer é estudar e procurar imitar o cuidado pelos necessitados, “somente para que em ti não haja pobre” (Dt 15.4). Infelizmente, há igrejas que não atentam para esse lado social. O apóstolo Paulo ensina que quem dá ao pobre, Deus multiplica sua sementeira (2 Co 9.9,10).

IV. ATITUDE DE BARNABÉ


1. Barnabé. Seu nome é José. Seu cognome era Barnabé, nome aramaico que significa “filho da consolação”. Levita natural de Chipre. Era tio de Marcos (Cl 4.10). Tinha coração aberto para contribuir com a obra de evangelização (At 4.36, 37). Era homem de bem, cheio do Espírito Santo e de fé (At 11.22-24).

É chamado de apóstolo, em Atos 14.14. Foi buscar Paulo, em Tarso, para trabalhar junto com ele em Antioquia da Síria (At 11.25,26). Convenceu a Igreja em Jerusalém da real conversão do apóstolo dos gentios (At 9.26-28). Foi indicado pelo Espírito Santo para a obra missionária,juntamente com Saulo (At 13.2- 4).

2. Lei da propriedade levita. Não sabemos se essa propriedade era em Chipre ou na Palestina. Os levitas não tiveram possessão da terra (Nm 18.23, 24; Dt 12.12). Eles eram sustentados pelos dízimos (Nm 18.2; Dt 18.1-4) e tinham permissão para residir em 48 cidades separadas para sua habitação (Nm 35.1; J5 21.1). Seis delas foram designadas como locais de refúgio. A função deles estava ligada ao ritual da purificação, transporte do tabernáculo e auxilio aos trabalhos dos sacerdotes (Nm 3.6-10; 4.3; 8.5, 24-26). Suas terras não podiam ser vendidas, pois eram heranças perpétuas (Lv 25.32, 34).

Barnabé era levita e vendeu suas propriedades. O Talmude diz que essa lei cerimonial já não era observada nos dias dos apóstolos. Os expositores têm apresentado várias especulações sobre isso. Uns afirmam que era herança da esposa. Mas, considerando o aspecto jurídico, na legislação judaica vigente, Barnabé podia vender a sua herdade, mesmo que ela estivesse em Jerusalém. Diante disso, o judeu cristão está isento da lei de Moisés, na nova aliança. O apóstolo Paulo declara que o tal morreu para a lei. Por isso, está livre dela (Rm 7.1-4). Não seria problema para um levita vender suas propriedades.

CAPÍTULO 2 = Versículos 1-4 - 42-47

Vv. 1-4. Não podemos nos esquecer com que freqüência, ainda que o mestre estivesse entre eles, houve discussões entre os discípulos sobre qual deles seria o maior, mas agora todas estas discórdias haviam terminado. Oravam juntos, mais do que antes. Se desejamos que o Espírito seja do alto derramado sobre nós, sejamos unânimes. Ponderemos as diferenças de sentimentos e interesses, como as que haviam entre os discípulos, coloquemo-nos de acordo para amarmo-nos uns aos outros, porque onde os irmãos habitam em unidade, ali o Senhor ordena a sua bênção.

Um vento veemente e impetuoso chegou com muita força. Isto era para significar as influências e a obra poderosa do Espírito de Deus nas mentes dos homens, e por meio deles no mundo. Desta forma, as convicções do Espíríto Santo dão lugar às suas consolações, e as fortes rajadas deste vento bendito preparam a alma para as suas brisas suaves e amáveis.
Apareceu algo com aparência de chamas de fogo, que iluminou a cada um deles, segundo o que João Batista dizia de Cristo: Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. O Espírito, como fogo, derrete o coração, queima a escória, e acende afetos piedosos e devotos na alma, na qual, como o fogo do altar, são oferecidos sacrifícios espirituais. Foram cheios com o Espírito Santo, mais do que anteriormente.

Foram cheios da graça do Espírito, e mais do que antes, foram colocados sob o seu poder santificador; mais separados deste mundo, e mais familiarizados com o outro. Foram ainda mais cheios com as consolações do Espírito, se regozijaram, mais que antes no amor de Cristo e na esperança do céu; e nisto todos os seus temores e pesares foram desfeitos. Foram cheios dos dons do Espírito Santo; receberam poderes milagrosos para o avanço do Evangelho. Falaram, não de pensamentos ou meditações previas, mas como o Espírito lhes concedia que falassem.

Vv. 42-47. Nestes versículos encontramos a história da Igreja verdadeiramente primitiva, de seus primeiros tempos; seu estado de verdadeira infância, e, como tal, o seu estado de maior inocência. Mantiveram-se próximos às santas ordenanças e abundaram em piedade e devoção; o cristianismo, uma vez que admite alguém em seu poder, dispõe a alma à comunhão com Deus em todas estas formas estabelecidas, para que nos encontremos com Ele, e em que Ele tem prometido reunir-se conosco.

A grandeza deste acontecimento os colocou em uma posição mais elevada que o mundo, e o Espírito Santo os encheu com tal amor, que cada um era para o outro como para si mesmo. E deste modo, fez com que todas as coisas fossem comuns, sem destruir a propriedade, mas suprimindo o egoísmo e incentivando o amor. Deus, que moveu-os a isto, sabia que eles seriam rapidamente expulsos de suas propriedades na Judéia. O Senhor, dia após dia, inclinava mais os corações a abraçarem o Evangelho; não os simples professos, mas os que eram realmente levados a um estado de aceitação diante de Deus, sendo participantes da graça regeneradora. Aqueles que Deus tem designado para a salvação eterna serão eficazmente levados a Cristo até que a terra seja cheia do conhecimento de sua glória.

COMBATENDO O ESPÍRITO LITIGIOSO NA IGREJA = I Co 6: 1-8

Paulo havia acabado de lidar com o problema de um membro sexual- mente imoral (I Co 5.1-8). Agora, ele esforça-se para pôr fim ao litígio que fracionava a unidade da igreja de Corinto. Alguns crentes levavam suas pendências para serem julgadas perante tribunais ímpios (I Co 6.1). Permitiam que os pecadores julgassem suas desavenças!


a) Litígio entre os membros é sinal de irreverência - Os crentes estavam nos tribunais, litigando uns contra os outros perante juízes pagãos. O conselho de Paulo é para que a pureza da igreja fosse preservada, erradicando-se as contendas entre os irmãos. Esses casos, aparentemente, eram civis, porque os cristãos não possuíam jurisdição sobre casos criminais. Os judeus tinham permissão das autoridades romanas para julgar casos civis, e Paulo quer que essa prática seja transferida a Corinto. Porém, seu interesse primordial não é resolver as pendências entre membros, mas que essas não existissem (I Ts 5.15).

b) Litígio e egoísmo produzem ressentimentos - Os coríntios se preocupavam sempre com seus direitos e objetivos egoístas. Em resultado disso, eram extremamente sensíveis quando alguém infringia seus direitos ou inibia sua liberdade. Inevitavelmente, isso induzia os ressentimentos mútuos que paravam nos tribunais. Ir aos tribunais envolvia, como ainda hoje, um processo demorado e dispendioso, que em nada melhorava os relacionamentos dentro da igreja (I Co 6.8).

c) O litígio fragmenta a comunhão cristã - Em Corinto, o método dos partidários da “liberdade” consistia em reivindicarem direitos aqui, ali e em toda aparte. A prática dos crentes levarem uns aos outros aos tribunais havia, provavelmente, se tornado um hábito regular. É lamentável ver até mesmo igrejas acorrendo aos tribunais terrenos, muitas vezes por interesses mesquinhos de posse ou rebeldia. Este espírito litigioso que permeia a igreja do século XXI deve ser combatido com oração e a Palavra de Deus (I Co 6.1-7)

OS LITÍGIOS EXPÕEM A IGREJA PERANTE O MUNDO

Os incrédulos zombam e escarnecem da igreja quando os crentes se envolvem em contendas, rixas e debates. Os escândalos envolvendo religiosos sempre foram atrativos para o mundo sem Deus, o qual espera qualquer descuido de um cristão para denegrir toda a igreja (I Co 6.1).

a) Os cristãos têm responsabilidade perante o mundo - Paulo censura os coríntios devido a sua excessiva avidez por litígio, e isso tinha sua origem na ganância. Esta reprovação, porém, consiste em que, ao processar suas disputas perante os tribunais regidos por incrédulos, estavam dando um péssimo testemunho, reduzindo o evangelho a objeto de escárnio público. Portanto, é algo grave tomar a iniciativa, instaurando processos contra irmãos num tribunal de ímpios. Entretanto, é correto comparecermos diante de um tribunal e conduzirmos nossa causa, se a acusação é feita contra a nossa pessoa (Mt 10.16-20).

b) Os cristãos hão de julgar o mundo - Paulo argumenta que é uma injúria depositar nas mãos dos incrédulos nossas causas, como se não houvesse no colegiado dos santos alguém capaz de julgar (I Co 6.2).
Ele ainda reitera que Deus considerou os santos (cristãos) qualificados para serem designados juízes do mundo inteiro, portanto é intolerável que sejam eles impedidos de exercer o juízo em questões triviais, como se não fossem capazes para isso (I Co 6.3).

c) Os cristãos são dotados de sabedoria celestial – I Coríntios 6.2 tem seu paralelo nas palavras de Jesus: “... Quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel” (Mt 19.28). Jesus dará aos seus santos a honra de serem seus assessores. Além disso, eles julgarão o mundo, como de fato já começaram a fazer, porquanto sua piedade, fé, amor e integridade de vida deixarão os ímpios sem justificativa, justamente como se diz de Noé (Hb 11.7).

PELA CONSIDERAÇÃO MÚTUA OS LITÍGIOS ACABAM

Na relação interpessoal, os cristãos coríntios abusavam da liberdade cristã ultrapassando as normas da Palavra de Deus. Paulo requeria deles consideração mútua, mas eles contradiziam a vontade de Deus movendo ações judiciais uns contra os outros (I Co 6.4).

a) A base do ensinamento de Paulo é a unidade - A igreja é um corpo espiritual separado do mundo, e também uma família. Os irmãos não devem recorrer ao juízo de terceiros, para a solução de seus conflitos internos. Tal ação, que geralmente resulta em litígio, gera as piores divisões e ressentimentos, sendo uma ignomínia para a igreja. Em Romanos 13.1,2, Paulo reitera que devemos obedecer às leis e respeitar nossos governantes. Mas condena os membros do Corpo de Cristo que ventilam suas contendas em tribunal público. Ele salienta as diferenças entre o mundo e a igreja (I Co 6.1,6, 9,11). A igreja deve ter irmãos maduros, sábios e respeitados para apaziguar os ânimos alterados e evitar processos judiciais (I Co 6.4,5).

b) É melhor sofrer injustiça que prejudicar a igreja - Paulo chama a atenção dos coríntios para a importância da unidade do Corpo de Cristo, assegurando-lhes que eles eram incapazes de sofrer injúrias pacientemente (I Pe 2.19,20). De acordo com as palavras de Cristo, não devemos ser dominados por sentimentos ruins, mas, antes, extrair o melhor das injustiças através de atos de benevolência (Mt 5.44; Rm 12.21). Se a falta de paciência se revela em disputas entre cristãos, a conclusão é que tais disputas serão prejudiciais à igreja (I Co 6.7).

c) Os cristãos carnais não estão dispostos a perdoar - E melhor voltar à outra face do que exigir olho por olho no tribunal da igreja. Jesus disse que se alguém nos toma a túnica, devemos dar-lhe também a capa. Se um discípulo de Cristo pode fazer isto pelo pecador, quanto mais deveria ele dispor-se a fazê-lo por seu irmão. Não é de admirar que o crente carnal não deseje que a igreja julgue seu caso. Ele não está disposto a obedecer às leis de Jesus.A justiça do crente é justiça do perdão, da segunda milha (Mt 5.38-42).

VENCENDO AS INJÚRIAS COM ATITUDES CRISTÃS

A igreja tem sido freqüentemente tentada a enfrentar o desafio do mundo por meios carnais. Mas, não podemos substituir à oração perseverante a obediência à Palavra de Deus pelas armas mundanas (II Co 6.3-10).

a) Vencendo através do amor - Há pessoas que se dedicam ao evangelho, falam em línguas, realizam grandes obras de fé, mais são incapazes de amar o próximo, muito menos aqueles que lhes ofendeu. Diante de Deus, a sua espiritualidade e profissão de fé são vãs (I Co 13.1-7). Não basta nos envolver na obra de Deus, precisamos amar: “Aquele que ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (I Jo 4.8).

b) Vencendo através da compaixão - Ressentir-se em razão dos sofrimentos causados contra nós não trará nenhum beneficio. Como cristãos, precisamos compreender que mais razoável atitude aos atos condenáveis é ter compaixão de quem os pratica. Quando pedimos a Deus que nos ajude a ter compaixão em cada relacionamento conturbado, ele ilumina nosso adversário de modo que possamos ver não um inimigo, mas alguém em desesperada necessidade de cura e de esperança (Jó 6.14).

c) Vencendo através do perdão - Devemos encarar o desafio de aprender a resolver conflitos usando o poder do perdão. Infelizmente, há pessoas que levam o ódio para o túmulo, sem nunca antes ter atentado para os malefícios que o ressentimento pode causar (Hb 12.15). As mágoas e ressentimentos são os cânceres da alma que mantêm abertas as feridas do espírito.Gradativamente, estas feridas vão se alastrando na alma até nos levar a uma profunda debilidade espiritual (Mt 18.21,22).

VIVENDO NO LIMIAR DA ETERNIDADE = 1 PEDRO 4.7-11; 3.8,9

1. O fim está próximo. O primeiro versículo adverte-nos com a sentença: “Está próximo o fim de todas as coisas”. Diante dessa afirmação, qual a maneira correta de vivermos perante a sociedade? Se o fim é iminente, como devemos nos preparar? A perspectiva profética e certeira do fim dos tempos deve nos estimular a estar sempre prontos quanto a nossa vida aqui, e principalmente a vida espiritual. Pedro usou a esperança da vinda de Cristo como incentivo para uma vida reta e um serviço responsável diante de Deus, através da ajuda ao próximo. No texto em estudo, o apóstolo nos apresenta quatro linhas de condutas a serem observadas: sobriedade com oração diária (At 10.9; Cl 4.2,12), amor fraternal com sinceridade e fervor (1.22; Mt 22.37-39; 1 Ts 4.9,10; 2 Pe 1.7), hospitalidade e generosidade sem murmuração (v.9) e mordomia generosa dos dons (v.10).


2. Sobriedade e vigilância em oração. É necessário que o crente tenha absoluto autocontrole, mantendo-se tranqüilo, esperando sempre a direção de Deus em meio as situações difíceis. E, além disso, deve manter-se em constante oração, pois é através da oração que ele se sustenta em vigilância, com seus olhos voltados na direção certa. A expressão “vigiai em oração” aponta para uma só coisa: a necessidade de moderação, de sobriedade e discernimento, não deixando que nada venha nos privar da capacidade de ver e pensar claramente. Assim, mesmo que o Senhor demore a retornar, seus servos estarão prontos e alertas ante aos ataques do Diabo, que sempre quer derrotá-los (cf. 2 Co 2.11; 11.14; = Ef 6.11).

O AMOR EM EVIDÊNCIA

1. Acima de tudo, o amor (v.8). A expressão “sobre tudo”destaca um tema importante neste texto: o amor entre os irmãos. O texto mostra que o amor fraternal já existe no crente; isto porque o Espírito Santo habita em nós (Rm 8.11).

Agora é preciso que ele seja mais intenso, mais ardente. Se amarmos nossos irmãos ardentemente, estaremos sempre prontos a perdoá-los. Ou seja, se o nosso amor for suficientemente forte, poderemos exercê-lo a despeito das graves faltas que algum irmão possa cometer contra nós. Assim como Deus trata-nos graciosamente, a despeito dos nossos pecados, devemos tratar os outros com amor divino: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós” (...) “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós. E nós devemos dar a nossa vida pelos irmãos” (Jo 15.12; 1 Jo 3.16).

Isso significa que devemos amar as pessoas com o mesmo amor com que Cristo nos amou, amor ágape, divino. Em termos práticos, devemos desejar aos nossos irmãos tudo de bom que desejamos para nós mesmos. Se queremos uma boa escola para os nossos filhos, devemos esperar que os nossos irmãos e amigos também consigam uma boa escola para os seus. Se ansiamos por qualquer outro bem que nos permita viver confortavelmente, também devemos desejar essas coisas ao nosso próximo. Esta mensagem já havia sido comunicada em 1 Pel.22. Os crentes devem ser conhecidos pelo amor que demonstram uns aos outros, porque assim estarão imitando seu Senhor e Mestre (Jo 13.3 5).

2. O amor cristão. O amor divino em nós é a maior de todas as virtudes cristãs, mais importantes que a fé ou a esperança (1 Co 13.12). O amor cristão não consiste meramente em emoção; é uma qualidade da alma, mediante a qual o crente sente vontade de servir ao próximo. Ele leva a pessoa a considerar seus semelhantes sempre com benevolência, estima, respeito, justiça e compaixão. Este amor exemplificado por Cristo permeia todo o evangelho (Jo 3.16; Mt 22.34-40; Jo 15.9-13) e é, em resumo, a essência do Cristianismo.

“No Cristianismo, tudo começa no amor, se sustenta no amor e culmina no amor. ‘Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho... = = (Jo 3.16); ‘Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores’ (Rm 5.8); ‘Andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave’ (Ef 5.2)”. (Conhecidos pelo Amor, CPAD) Quando o crente, como discípulo do Senhor, rende-se inteiramente a Cristo, seu amor flui — transborda em relação aos outros, sabendo nós que o nosso amor a Deus implica também em odiarmos o mal (não as pessoas)(SL97.10).

PRATICANDO O AMOR

1. A hospitalidade (v,9). O texto bíblico a seguir aborda outro aspecto do amor entre os irmãos: a prática da hospitalidade, também lembrada pelo escritor aos hebreus: “Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns sem o saberem, hospedaram anjos” (Hb 13.2).

Qual o valor da hospitalidade? Naqueles tempos, as hospedarias eram escassas, muito caras e freqüentadas por meretrizes e maus elementos. Os cristãos acolhiam em seus lares outros crentes que por ali passavam de viagem. Muitos missionários foram agraciados por aqueles irmãos enquanto viajavam em suas jornadas evangelísticas. O próprio apóstolo Pedro fora recebido por Cornélio, e Cesárea (At 9.43; 10.5,23-48). Esta abençoada prática continua ainda hoje.

Não havia templos e as reuniões congregacionais eram feitas em casas, que se abriam para receber a congregação. Os lares dos crentes eram o centro da vida comunitária cristã e da missão evangelizadora e, por isso, era mister que eles fossem hospitaleiros. Todos nós devemos ser hospitaleiros(Rm 12.13). A importância da hospitalidade é também vista no fato de ela ser um dos quesitos de quem aspira o santo ministério (1 Tm 3.2; Tt 1.8). Ela deve ser prestada, sobretudo aos estranhos (Hb 13.2), aos pobres (Is 58.7; Lc 14.13,) e até mesmo aos inimigos (2 Rs 6.22,23; Rm 12.20).

2. Serviço (v.1O). O amor de Deus é expresso pelo amor ao próximo, por isso a vida cristã deve ser uma vida de serviço aos outros. Jesus “não veio para ser servido, mas para servir” (Mc 10.45). Ele se identificou com os necessitados e desabrigados, por isso considera aqueles que mais dão de si mesmos, como os que mais se assemelham a Ele, que nunca poupou coisa alguma de si mesmo em seu serviço aos outros. Aqueles que servem aos seus semelhantes, na realidade estão servindo a Deus e a Cristo (Mt 25.40).

3. A mordomia dos dons (v. 10). Todos recebemos dons e talentos para servirmos aos outros. Esses dons podem ser naturais, ativados pela ação do Espírito ou de capacitações sobrenaturais concedidas ao crente pelo Espírito Santo, para com a finalidade de servir. Cada um deve colocar o seu dom a serviço de todos, e assim o cristão se torna despenseiro da graça de Deus.
A graça divina manifesta-se de muitos modos e concretiza-se na vida humana de muitas maneiras. Deus concede dons de modo multiforme, de acordo com as necessidades da Igreja.

CONCLUSÃO

Esse exemplo de comunhão deve ser seguido pelos cristãos, pois isso fortalece a unidade da Igreja. Unidos, estamos somando as forças na luta contra as hostes infernais, e, dessa forma, a evangelização vai ganhando espaço, para a glória do nome de Jesus. Isso não pode ser conquistado, se não houver comunhão.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS


BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1996
Lições bíblicas CPAD 2001
Bíblia de Estudo Pentecostal
Comentário Bíblico Mathew Henry

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