9 de março de 2011

O Primeiro Concílio da Igreja de Cristo

O Primeiro Concílio da Igreja de Cristo.


Texto básico


“Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá.” ( At 15.28,29).


Introdução


A lição deste domingo mostrará as divergências existentes dentro da igreja na época dos apóstolos. Foi necessário que os grandes homens de Deus se reunissem e encontrarem uma solução para o problema que poderia prejudicar o crescimento da obra de Deus. O concílio de Jerusalém foi um marco para a igreja primitiva onde se descortinou a idéia de um pequeno grupo judaizante, e a graça salvadora de Jesus prevaleceu na igreja (Ef 2.8).


1-Definição


Concílio; em nossa versão portuguesa não aparece tal termo, que, entretanto passou a ser usado na linguagem eclesiástica dos séculos posteriores a Cristo, para indicar assembléia de prelados. No uso protestante, tal vocábulo é usado especialmente para indicar a reunião dos apóstolos e da igreja, em Jerusalém, para tratar da exigência dos judaizantes, que queriam impor a observância da lei de Moisés e da circuncisão aos convertidos dentre os gentios, como pré requisito para salvação (At 15. 2-29) (Novo Disc. Bíblico Ed. Vida Nova).

No Antigo Testamento observamos também a reunião de alguns prelados, que podemos considerar como concílios. Quando Moisés reuniu, por exemplo, um grupo de anciões para deliberar sobre a ordenação de Deus sobre os Hebreus (Ex 4.29).


2 - Uma Igreja em Crescimento.


“Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentavam o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.” (At. 2.47). É fato observarmos que ao passo que o evangelho crescia entre os gentios, e com este crescimento a entrada de pessoas que não possuíam os mesmos costumes religiosos, neste caso com os judeus. Muitos dos problemas eram justamente os que confrontavam as leis de Moisés, tantos os ordens moral como religiosa. A cultura religiosa encontradas nos povos do Novo Testamento foi herdada de outras gerações (Jo 4.20)


Devido ao grande número de gentios que estavam adentrando a igreja, tornaram-se um incomodo para os judaizantes que haviam aceitado o cristianismo. Como manter a ordem dentro de uma nova organização religiosa? Seriam apenas questões que não afetariam as futuras conversões? Este assunto é muito instigante, pelo fato de que aqueles que eram da seita dos fariseus, não aceitavam os “novos crentes”, por outro lado os novos não queriam se submeter aos antigos ritos.


Já no primeiro versículo do capitulo 15 de Atos dos Apóstolos, vemos a resistência de alguns judeus em aceitarem os gentios. Devemos lembrar que, não eram apenas uma classe de gentios em especifico que faziam parte daquela congregação, muitos eram samaritanos, gregos, sitas, elamitas, medos, romanos, cretenses, etc..(Cl 3.11). Muitos que todos os dias chegavam aos pés do SENHOR Jesus (At 2.47).


Numa comunidade fechada, como a judaica, onde durante séculos os homens e mulheres observavam os usos e costumes da lei (Is 29.13), mas o seu coração estava longe de agradar ao SENHOR. Parece incrível que alguém, naquele momento onde o Espírito Santo estava em plena execução de sua obra, dizer que para um gentio ser salvo era necessário fazer a circuncisão. (At 15.1). E alguns tiveram que submeter-se aos antigos rituais para poder agradar, ou fazer a vontade de uma pequena minoria. (At 16.3)


A igreja que nós chamamos “primitiva” tem muito a nos ensinar, levando em consideração
o pouco espaço de tempo entre a ascensão de Cristo e os primeiros problemas de ordens eclesiásticas. Foi necessária a intervenção imediata dos apóstolos para que as pendências religiosas fossem logo colocadas no concílio em Jerusalém. Quando observamos nos dias hodiernos verificamos justamente o contrário, as pendências são apenas citadas, quando são feitas, e não se procura criar soluções espirituais para que o reino dos céus possa continuar a crescer na terra.


3 - É necessário fazer?


“Se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos”. (vers.1). Dentro do conceito religioso, os judeus conversos ao cristianismo naquele período, não estavam de todo ensinado ao novo caminho. Faltava a eles o ensino correto da palavra de Deus (Os 4.6), o conhecimento do qual discorrera não somente os apóstolos, mas é o mesmo ensinado por Cristo (Jo 8.32). Este conhecimento que Jesus falara pouco tempo antes elenca o conhecer a Cristo, de uma forma ampla e plena, a oportunidade de uma vida mais intima com o Pai. Jesus disse que o conhecimento pleno da verdade é que pode libertar o homem. A verdade é Cristo, Ele liberta o homem de todos os enganos do seu coração.


Ao passarmos pelo texto em estudo vemos que aqueles em que operavam o erro, não conheciam Jesus, por isso, a necessidade de uma reunião urgente em Jerusalém. Muitos vivem dentro das nossas igrejas com o mesmo pensamento de alguns daqueles judeus, acreditando em sua fé, que Jesus não é suficientemente poderoso para salvar os mais diversos tipos de pessoas, que possuem as mais diversas crenças e possuem os mais diversos costumes. Só Jesus Cristo salva, liberta, batiza com o Espírito Santo e leva para o céu.


Certa feita Jesus ia por um caminho e foi incomodado pelos gritos de uma mulher que necessitava de uma benção (Mt 15.23-28). Alguns acreditam que Jesus poderia ter usado palavras menos ásperas para atender as petições daquela mulher (vers. 26). Jesus esperava que aquela mulher não desistisse de pedir, usou até mesmo o costume da lei para não se aproximar dela. Jesus observou a insistência daquela mulher (vers.27), Ele queria que ela não desistisse diante da primeira negativa (vers. 24), nem diante dos discípulos. O nosso SENHOR viu que aquela mulher não se incomodou de ser rebaixada, Ele percebeu que ela não olhava para aqueles que estavam em sua volta, ela não se preocupou de estar entre os judeus. Por isso, o nosso mestre mostrou que ela possuía muita fé (vers. 28). Será que em nossos dias, as nossas igrejas na sua maioria suntuosas, tem prestado atenção aos gritos daqueles que estão lá fora?


O texto diz que o debate começou porque alguns questionam da necessidade de haver a circuncisão para ser salvo (vers. 1). Poderia a salvação estar ligada a uma ordenança judaica? Por base bíblica sabemos que não (Rm 2.28.29, Rm 3.1, I Co 7.19, Gl 6.15). Mas, se faz necessário entender que dentro da comunidade judaica as leis e observâncias delas eram extremamente importantes.


Pedro uns dos doze, que era judeu, teve uma experiência no capítulo dez do livro de Atos. O SENHOR conduz o apóstolo a uma visão do céu, que a princípio ele não entendia. Foi necessário ser encaminhado à casa do centurião Cornélio para que entendesse a vontade de Deus. “E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios”.(At 10.44,45).A pregação da Palavra de Deus é uma fonte ilimitada de poder. O uso da mensagem de salvação, como foi na casa de Cornélio, pode produzir algo maravilhoso sobre aqueles que ouviram. O avivamento é algo sobrenatural da parte de Deus para com os homens, que torna homens comuns em verdadeiras testemunhas do evangelho de Cristo (At 1.8).


Não foi necessária a circuncisão, para que aqueles que estavam na casa de Cornélio, recebessem o batismo no Espírito Santo. O que foi indispensável naquele momento? Que o coração daqueles que ouviram a palavra dessem lugar ao Espírito Santo. Quando no meio da igreja entra a invenção da mente humana Deus deixa de operar maravilha.


4 - Deus não divide espaço.


Urge em nossos dias a volta ao calvário, pois muitos sem saber, estão levando o povo a um modelo de vida espiritual voltada ao ritualismo. Dizem; “Você precisa fazer isto para que Deus possa te responder”, cuidado Deus não se deixa escarnecer (Gl 6.7), ou dizem mais; “Entrega essa quantia que você recebera outro tanto”. Seria a forma de apresentar a salvação aos pecadores, “Venha como estás”, não há mudanças, não a transformação, não existe renúncia, o mundo ainda impera no coração de muitos. Que Deus nos guarde.


Os apóstolos estavam combatendo algo que estava impregnado na cultura religiosa dos gentios. “Porque é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias”; (I Pe 4.3). A visão do judeu em relação ao gentio não era a melhor possível. Se não fora o Espírito Santo, os homens não chegariam à salvação (Jo 16.7,11).


Dentre todos os preceitos divinos na Bíblia sagrada, Deus não suporta a idolatria. Ao prestar culto a outros deuses ou participar de eventos que induzem a essa adoração, “Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos”, (vers.29a). A primeira deliberação do concílio foi justamente afastar os gentios daquilo que poderia fazer sem saberem do erro que estavam cometendo. Quando o texto diz “coisas sacrificadas”, era comum nas festas dos gentios o culto as divindades. O cuidado dos apóstolos era justamente que eles sem prestarem o culto diretamente aos ídolos poderiam se contaminar com as oferendas sacrificadas aos deuses estranhos.


Parece até que o cuidado dos apóstolos era extremo, poderia alguém comer algo proveniente de uma festa idólatra? Dentro dos rituais de adoração dos gentios, nos tempos bíblicos, eram distribuídas as pessoas, comidas que tinham sido postas em oferendas as imagens. Será que em nossos dias as nossas crianças não estão comendo as balas e doces no dia de Cosme e Damião? Ou que ainda nas quermesses onde se homenageiam os santos de uma determinada igreja, alguns comem aquelas comidas oferecidas aos chamados “santos”. O alerta é, Deus não divide espaço, nenhum um centímetro sequer.



5 – Vida com Cristo.


Depois de orientação dos apóstolos sobre a questão das carnes oferecidas aos ídolos, é levantado outro ponto importante relacionado ao costumes praticados pelos gentios. Não é raro em nossos dias encontramos pessoas adeptas a comerem carne sufocada ou feita com o sangue do próprio animal, a bíblia condena esta pratica (Gn 9.4, Dt 12.23, Lv 17.14). Os apóstolos queriam que os gentios fossem orientados sobre este preceito divino, onde a vida decorre do sangue e de maneira nenhuma poderia ser consumido.


Outro elemento relacionado no verso 29 é a prostituição, que naquele período, como nos dias atuais, tem sufocado a igreja. Os relacionamentos ilícitos dos quais são citados pelos apóstolos é a pratica sexual que é contraria a vontade divina. Trazendo esta questão para igreja pós-moderna verificamos que a atualidade deste ensino é realmente importante (Rm 1.26,27). Vivemos em meio a uma geração corrupta e sem moral, onde a liberdade se contradiz aos bons costumes, onde o certo se tornou errado, e o errado é amparado inclusive pelas leis humanas (II Tm 4.3).


Conclusão


O concílio em Jerusalém marcou a história da igreja, abrindo o caminho para que as questões nocivas ao reino de Deus fossem reparadas. Devemos estar atentos às transformações políticas e sociais que estão ocorrendo no mundo. E estas mudanças não podem afetar a igreja de nosso SENHOR Jesus Cristo. Fomos salvos pela graça de nosso SENHOR e salvador Jesus Cristo, por isso devemos estar sempre vigiando e orando para não cair em tentação ( Mt 26.41).


Elaboração pelo:- Evang. Juarez Alves
Assembléia de Deus Ministério Belém
Congregação Parque Nova Dourado.

Um comentário:

turismo é minha vida disse...

a paz do SENHOR! olha
eu liz a lição varias vezes mas n estava entendendo nada. mas este estudo que o Senhor fez , esta maravilhoso. e ajudou a entender mais. que Deus te abençõe.