15 de abril de 2014

DONS DE REVELAÇÃO



DONS DE REVELAÇÃO

TEXTO ÁUREO = “Porque a um, pelo Espirito, é dada... a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo espírito, a palavra da ciência... e a outro o dom de discernir os espíritos” (1 Co 12.8, 10)

VERDADE PRÁTICA = Por meio dos dons de sabedoria, ciência e discernimento de espíritos Deus revela o que se acha oculto à sua Igreja

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

LEITURA BIBLICA = 1 CORÍNTIOS 12.8, 10; = 2 REIS 6.11, 12; = ATOS 16.16-18

INTRODUÇÃO

Quando Paulo iniciou o décimo segundo capítulo da carta aos Coríntios, tinha uma preocupação quanto à ignorância dos cristãos daquela cidade sobre os dons espirituais. ?Não quero, irmãos, que sejais ignorantes a respeito dos dons espirituais?. (I Co. 12:1). Ainda hoje a Igreja do Senhor continua em dificuldades a respeito deste assunto tão polêmico. Em algumas igrejas o assunto é esquecido e proibido falar, enquanto em outras , o excesso ultrapassa até o ensino bíblico.

Como a carta não foi direcionada a uma pessoa em particular, mas para a igreja de Corinto na sua totalidade, o conhecimento dos dons espirituais faz parte do crescimento espiritual do Corpo de Cristo. Assim como os cincos sentidos do homem ? Olfato, paladar, visão, audição e tato ? o fazem entrar em contato com o mundo ao seu redor, os noves dons espirituais faz o cristão entrar em contado com o mundo espiritual. Uma pessoa sem um dos sentidos é conhecida como ?deficiente físico?, uma igreja sem os dons é conhecida como ?deficiente espiritual?. Paulo faz uma lista de nove dons colocados em três grupos, mas inseparáveis:

1º) Dons de Revelação ou Conhecimento - São três que revelam algo :
a) Dom da Palavra de Sabedoria;
b) Dom da Palavra do Conhecimento;
c) Dom de discernimento de Espíritos.

Os dons de inspiração - sabedoria, ciência e discernimento de espíritos - são uma das grandes necessidades da Igreja do Senhor em nossos dias. Com eles, a Igreja saberá conduzir-se pela Palavra de Deus, e dificilmente será enganada por qualquer manifestação estranha ou bizarra.

1. O QUE SÃO DONS DE REVELAÇÃO.

1. Definição. Concedidos pelo Espírito Santo, estes dons revelam a sabedoria de Deus de maneira sobrenatural.
São também chamados “dons de saber” ou “dons de revelação”. Tratam-se de habilidades concedidas por Deus para se compreender a essência e o propósito das coisas, e descobrir-se os meios corretos para se realizar o propósito divino em cada vida, discernindo circunstâncias, relacionamentos e pessoas.

2. No Antigo Testamento. Vejamos a manifestação desses dons:

a) Sabedoria. Temos exemplos deste dom nas vidas de José: “Acharíamos um varão como este, em que haja o Espírito de Deus... ninguém há tão entendido como tu” (Gn 41.38, 39).

Moisés e Arão: “Vai pois agora, e eu serei com a tua boca, e te ensinarei o que hás de falar., e eu serei com a tua boca, ensinando-vos o que haveis de fazer”(Ex 4.12,15).

Josué: “E Josué, filho de Num, foi cheio do espírito de sabedoria” (Dt 34.9).
Salomão: “Havia nele a sabedoria de Deus.. e Deus deu a Salomão sabedoria e muitíssimo entendimento .. como a areia que está na praia” (1 Rs 3.8; 4.29, 30) etc.

b) Ciência. Vemos este dom operando nas vidas de:  Bezaliel: “E o enchi do Espírito de Deus... e de ciência, em todo artifício” (Ex 31.3).

Jovens hebreus: “Sábios em ciência, e entendidos no conhecimento” (Dn 1.4).
Hirão: (1 Rs 7.14) etc. “O temor do Senhor é o princípio da ciência” (Pv 1.7).

c) Discernimento. Exemplos do uso desse dom vemos nas vidas de:

Aías: “.. e entrando ela pela porta, disse ele: Entra, mulher de Jeroboão, porque te disfarças assim?” (1 Rs 14.1, 2,4, 6).

Eliseu: “Mas o profeta Eliseu, que está em Israel, faz saber ao rei de Israel as palavras que tu falas na tua câmara de dormir” (2 Rs 6.12).
Moisés (Ex 32.17, 18) etc.

3. No Novo Testamento. Sendo usados poderosamente com esses dons temos:

a) Sabedoria. Pedro e João (At 4.13); Estevão (At 6.6, 10); Paulo, (1 Co 2.13) etc. Jesus prometeu-nos esse dom: “Na mesma hora vos ensinará o Espírito Santo o que vos convenha falar”(Lc 12.11, 12).

b) Ciência. Paulo possuía este dom: “O Espírito Santo, de cidade em cidade me revela..”
(At 20.23).

c) Discernimento. Exemplos da operação desses dons: Pedro, no caso de Ananias e Safira (At 5.1-10); Paulo, nos casos de Elimas (At 13.6-12), e da jovem possessa de demônios (At 16.17, 18) etc.


II. DESCRIÇÃO DOS DONS DE REVELAÇÃO

1. A palavra de sabedoria. Manifestação sobrenatural da sabedoria de Deus. Não se trata do resultado de qualquer esforço humano em se conhecer a sabedoria divina (1 Co 2.4, 6), nem tampouco do nosso crescimento espiritual. É um dom de Deus. Através desse dom é-nos revelada uma situação, ou problema específica para que, em palavras e atos, possamos agir de maneira adequada.

Importante analisarmos primeiro o que é a sabedoria. Como ensina o pastor João da Cruz Parente, articulista do Portal Escola Dominical, sabedoria é a “capacidade de tomar decisões corretas”.  Este mesmo pastor transcreveu o que diz a respeito a Bíblia de Aplicação Pessoal, que ora transcrevemos: “Sabedoria significa ‘discernimento prático’. Começa com o respeito a Deus, conduz a um viver correto, e resulta em habilidade aumentada para dizer o que é certo ou errado. Deus está disposto a nos dar esta sabedoria, mas seremos incapazes de recebê-la se os nossos propósitos forem egocêntricos e não estiverem centrados em Deus. Para conhecermos qual é a vontade de Deus, precisamos ler a sua Palavra e pedir que Ele nos mostre como obedecê-la. Então devemos fazer aquilo que Ele nos diz.” (Disponível em: http://www.evangelica.com.br/Artigos/artigos.info.asp?

Dom da Palavra da Sabedoria (12.8). Trata-se de uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do Espírito Santo. Tal mensagem aplica a revelação da Palavra de Deus ou a sabedoria do Espírito Santo a uma situação ou problema específico (At 6.10; 15.13-22). Não se trata aqui da sabedoria comum de Deus, para o viver diário, que se obtém pelo diligente estudo e meditação nas coisas de Deus e na sua Palavra, e pela oração (Tg 1.5,6).

Alguns, às vezes, chamam este dom de o DOM DA SABEDORIA. Isso não é correto. Devemos dar-lhe o nome que a Bíblia lhe outorga: DOM DA PALAVRA DA SABEDORIA - I Cor 12:8 Deus possui toda a sabedoria. Ele sabe tudo, mas nunca revela tudo quanto sabe; simplesmente nos revela uma “PALAVRA” (UMA PEQUENA PARCELA, OU PARTE, OU FRAGMENTO) de toda a Sua sabedoria. Por isso, não é dom da sabedoria, mas, sim, o dom da palavra da sabedoria que Deus, por meio de Sua onisciência, revela ao homem.

2. A palavra da ciência. Capacidade sobrenatural que propicia uma visão além da esfera material. Através desse dom, a Igreja tem acesso a fatos a respeito de pessoas, circunstâncias e de verdades bíblicas. É a penetração na ciência de Deus (Ef 3.3).

Há diferença entre sabedoria e ciência. Sabedoria é a habilidade de se aplicar bem a ciência; a ciência é a base para a sabedoria. A sabedoria ajuda-nos a sair de dificuldades; a ciência adverte-nos para que não entremos nelas. A sabedoria é o conhecimento em ação; a ciência, o conhecimento em si mesmo. De acordo com a Bíblia, a sabedoria e a ciência devem sempre andar juntas (Ef 1.17-19).

3. O dom de discernir os espíritos. Capacidade sobrenatural de se distinguir as várias fontes das manifestações espirituais. Vivemos em um mundo onde existem imitações. enganos e falsificadores de todo o tipo (At 5.1-11; 1 Tm4.1-4;2Ts2.9; Ap 2.2). Através desse dom, podemos discernir tais coisas, e ver se estas realmente procedem de Deus.

Trata-se de uma percepção sobrenatural, pela qual detectamos a procedência das manifestações espirituais. E um dom de Deus, apropriado para uma ocasião específica, sem o qual a Igreja seria presa fácil de falsos mestres, ensinadores de heresias e de manifestações anti- bíblicas.

A palavra “discernir”, no texto sagrado, traduz, em hebraico, no mais das vezes, o termo “yada’” (???), que o Dicionário Vine diz ter como significado “…(1) saber por observação e reflexão e (2) saber por experiência” (VINE, W.E. Diccionario expositivo de palabras del Antiguo y del Nuevo Testamento exhaustivo. Nashville: Caribe. Disponível em: http://www.semeadoresdapalavra.net/, p.83) (tradução nossa de texto em espanhol). Em ambos os significados, notamos que se trata de um saber que exige uma prévia reflexão, um prévio julgamento por parte daquele que vem a saber algo. O “discernimento” é, precisamente, um saber que vem de uma distinção, de uma análise, de um julgamento.

Os termos gregos correspondentes, a saber, “anakrino” (????????) (I Co.12:10) e “diakrino” (????????) (I Co.11:29), também revelam que o “discernimento” consiste numa distinção, num julgamento, numa reflexão, numa análise, visto que são palavras derivadas de “krino”, de onde vem a palavra “crítica”, que outra coisa não é senão julgamento.   Trata-se de uma dotação especial dada pelo Espírito, para o portador do dom discernir e julgar corretamente as profecias e distinguir se uma mensagem provém do Espírito Santo ou não (ver 14.29; 1Jo 4.1). No fim dos tempos, quando os falsos mestres (ver Mt 24.5 ) e a distorção do cristianismo bíblico aumentarão muito (ver 1Tm 4.1), esse dom espiritual será extremamente importante para a igreja.

O “discernimento”, portanto, é a capacidade de distinguir, de discriminar, de separar uma coisa da outra. O Senhor repreendeu duramente os sacerdotes por intermédio do profeta Ezequiel precisamente porque eles não faziam mais diferença, não distinguiam entre o santo e o profano (Ez.22:20) e prometeu que haveria tempo em que isto voltaria a ocorrer (Ez.44:23).

- Bem se vê, pois, que é fundamental para que alguém exerça seu ofício sacerdotal que saiba distinguir entre o santo e o profano e como a Igreja é o sacerdócio real, a nação santa (I Pe.2:9), torna-se indispensável que tenhamos o devido discernimento espiritual, não confundindo as coisas que são de Deus com as que não são.
 
O discernimento espiritual é algo indispensável para todos os salvos. O apóstolo Paulo diz que o salvo tem de ser um homem espiritual, que tudo discerne e de ninguém é discernido (I Co.2:12-16). O salvo tem a mente de Cristo e, por isso, pode muito bem saber quando algo provém da parte de Deus e quando não.

•Ef 2:2; 6:11-12; Hb 1:12-14 - Na dimensão espiritual, há espíritos bons e malignos, há o Espírito Santo e há o espírito humano, com suas tendências boas ou más.

DISCERNIR significa: “JULGAR PERFEITAMENTE”, “DISTINGUIR”, “VER”, de modo que a pessoa está discernindo ou vendo no âmbito dos espíritos. Tem o sentido de penetrar por baixo da superfície, desmascarando e descobrindo a verdadeira fonte dos motivos e da animação. O Senhor achou por bem conferir à Sua Igreja uma parcela desse poder.

DISCERNINDO OS ESPÍRITOS EM REALÃO ÀS ENFERMIDADES - Mt 12:22; Mc 9:25; Lc 8:29; 13:11-16 - Não estamos ensinando e não cremos que em todos os casos semelhantes de enfermidades sejam as doenças causadas por espíritos maus. Porém, quando isto acontece, só há cura quando o espírito causador de tal enfermidade é expulso pelo poder de Deus. Nas doenças causadas por espíritos ou demônios, os meios empregados no tratamento são diferentes do tratamento de uma enfermidade comum.

III. A FUNÇÃO DOS DONS DE REVELAÇÃO

1. Conhecer sobrenaturalmente. A utilidade dessa categoria de dons se prende: ao governo e à administração (Gn 41 .33-39); à criatividade e invenções (Ex 31.1-6); ao comando; a julgamentos (1 Rs 3.16- 28); a esclarecimentos de dúvidas (Jó 33.33); à elucidação de enigmas (Dt 1.17).

É grande o seu valor em interpretar sonhos e dar conselhos (At 7.10); no trato de assuntos complicados e difíceis (At 6.3); e, na habilidade de se ganhar as pessoas que estão fora da Igreja (Cl 4.5).

E de valor inestimável na evangelização, capacitando o crente na entrega das verdades cristãs (Cl 1.28) e na defesa do Evangelho (Fp 1.16), pois, na hora necessária, o Espírito Santo se manifesta capacitando o crente de maneira extraordinária (Lc 12.12; 21.15; Mt 10.16; Pv 24.5; Ec 9.16).

2. Revelar sobrenaturalmente as “riquezas encobertas” (Is 45.3), que estão em Cristo (Cl 2.3). Essa categoria de dons é uma arma contra as heresias (Ef 4.12, 14); revela o que está oculto aos olhos do homem (1 Sm 16.7; Jo 1.47, 48; 2.24, 25; 4.16, 18).

Através desses dons, o crente passa a ter conhecimento das coisas que pertencem a Deus, como apresentadas nos Evangelhos. Essa categoria de dons proporciona também inteligência e entendimento (Ef 3.19), conhecimento da fé cristã (Rm 15.14; 1 Co 1.5).

Também revela os diversos mistérios de Deus como o de Deus-Cristo, da piedade (1 Tm 3.16), de Cristo em  nós (Cl 1.26,27), dafé (1 Tm 3.9), da Igreja (Ef 5.32), do Evangelho (Ef 6.19), da vontade de Deus (Ef
1.19), do arrebatamento (1 Co 15.51) etc.

3. Discernir sobrenaturalmente. Nessa categoria de dons, o dom de discernir capacita-nos a distinguir o espírito que opera no meio do povo de Deus. Neste particular, devemos levar em consideração:

a) Fonte de inspiração. Pode ser: divina (At 15.32; 1 Co 14.3), humana (Ez 13.2, 3) e diabólica (1 Rs 22.19-24; Jr 23.13; Ap 2.20-24).

b) Espíritos. Podem ser de: mentira (At 5.3; Ap. 21.27; 22.15); apostasia (2 Ts 2.3; 2 Co 6.17); traição (2 Sm 3.27); ciúme (Nm 11.29); falsidade (Mt 7.15); ecumenismo (Ap 13.12; Gn 11.1); prostituição (Os 5.4); demônios (Mt 17.21; 1 Co 10.21); adivinhação (At 16.16-18); enfermidade (Lc 13.10-16) etc.

c) Meios utilizados. Podem ser discernidos pela: Palavra, pois ela é a verdade (Jo 17.17), como também o Espírito que está em nós é a verdade (Jo 16.13); pelos frutos, pelos quais desmascaramos a hipocrisia e as manifestações malignas (Mt 7.15-23); pela mente espiritual da Igreja, pois somente sentimos comunhão com os que “estão na luz” (1 Jo 1.7), e só reconhecemos a voz do Sumo Pastor (Jo 10.4, 5); pela confissão a respeito de Jesus: se há confissão de que o Senhor veio em carne esse espírito é de fonte divina (1 Jo 4.1-3).

d) Resultado. Desse modo, o dom de discernir revela: confissões falsas influenciadas por espíritos, como ocorreu com Ananias e Safira (At 5.1-11); a trapaça de Geasi (2 Rs 5.26, 27); a intenção profana de Simão (At 8.18-24); o espírito da jovem adivinhadora (At 16.16-18).

Desmascara pessoas que se fazem de líderes sem terem sido designadas por Deus (Jd 11); condena doutrinas erradas (1 Tm4.1-4; Gl 2.4; 1 J0 4.1-4); identifica certas manifestações com “fogo estranho” (Lv 10.1-4; Ap 2.20-24). Esse dom é um dos mais eficientes meios de julgamento de profecias.

CONCLUSÃO

Vivemos nos últimos dias. Manifestações estranhas à Palavra de Deus fervilham em todas as igrejas (2 Ts 2.9; Ap 13.13). É necessário buscar os dons de sabedoria, ciência e discernimento para se manter a pureza da doutrina cristã. Daí, a grande necessidade desses dons em nossos dias, principalmente na vida dos líderes. Se os buscarmos com todo o empenho, certamente Deus no-los dará.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1988




Um comentário:

JULIO disse...

GOSTEI MUITO DO ESTUDO SOBRE OS DONS MEUS PARABÉNS....