O DIÁCONATO
TEXTO ÁUREO = “Porque os que servirem bem como diáconos
adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo
Jesus” (1 Tm 3.13).
VERDADE PRÁTICA = O diaconato é um ministério instituído pelos
apóstolos, na Igreja, para servir a Deus e ao seu povo.
LEITURA EM CLASSE = ATOS
6.1-7
INTRODUÇÃO
Assim como Deus
instituiu os levitas para as atividades sagradas no culto auxiliando os
sacerdotes da mesma forma a Igreja crescente precisava dos que pudessem ajudar
os apóstolos.
1. DOIS GRUPOS DE
JUDEUS.
1. Origem dos dois grupos. Desde o cativeiro babih5nico (605 a C)
quando Nabucodonosor levou cativa a primeira leva de judeus para a Caldéia,
muitos deles nunca mais retornaram à sua terra, exceto um pequeno grupo com
Zorobabel, para a reconstrução do Templo, e depois outras levas com Esdras e
Neemias (Ed 2.1; 7.1-7; Ne 2.9). A
maior parte continuou pelas nações, onde eles já estavam.
2. Quem eram os gregos e hebreus? (v. 1). Eram dois grupos de
judeus que se converteram e estavam no seio da Igreja. A palavra heienistikoi é
uma referência aos judeus de fala grega, ou da diáspora. Muitos preferem
chamá-los de “judeus gregos”, diferentes dos hebraioi, “judeus palestinenses”
ou “aramaicos”.
3. Tensão cultural (v. 1). Havia uma antiga rivalidade entre esses
grupos Os judeus aramaicos olhavam com suspeita os seus compatriotas,
helenistas, por terem habitado fora de Éretz Israel, “Terra de Israel”. Agora,
pertenciam a uma nova comunidade, onde Jesus havia abolido a parede da
separação (Ef 2.14- 17). Mas ainda
havia certa tensão cultural entre eles, O termo helënistikoi aparece apenas
três vezes em Atos: 9.29; 11.19,20,
além da passagem em foco. Até então o Evangelho ainda não havia sido pregado
aos gentios (At 11.17,18).
4. Discriminação e preconceito. “Porque ás suas viúvas
eram desprezadas no ministério cotidiano” (v.1). A discriminação e o
preconceito não devem ter lugar no meio dos discípulos de Jesus. Esta praga
precisa ser eliminada do nosso meio, pois isso entristece o Espírito Santo e
torna-se uma barreira que impede o Senhor de operar. Isso divide o povo de Deus
e o Diabo se aproveita da ocasião, para suscitar discórdias entre os que
professam a fé em Cristo.
II. A OBRA DOS DOZE E A
DOS SETE
1. Começo da estrutura hierárquica. O texto não diz
explicitamente que esses sete foram escolhidos para o diaconato, mas, como o
substantivo grego diakonia, “serviço, ministério”, e o verbo diakonein,
“servir”, são o tema do texto, desde o terceiro século d.C. todos os
expositores admitem que eles exerceram o cargo que o apóstolo Paulo mais tarde
chama de diácono.
Com o passar do tempo a
Igreja foi se estruturando hierarquicamente, de modo que a comunidade cristã em
Filipos, ainda nos dias do apóstolo Paulo, já apresentava “bispos e diáconos” (Fp 1.1). O apóstolo dos gentios, no
entanto, estabelece regras para a consagração destes obreiros (1 Tm 3.1-14). Um
estudo sobre este assunto mostra que isso depende muito da época e lugar. Não
era uma estrutura inflexível e dogmática.
2. Convocando uma Assembléia Geral Extraordinária (v. 2). É a primeira vez que os
termos “os doze”, para designar os apóstolos, e “discípulos”, os seguidores de
Cristo, aparecem no livro de Atos. A convocação da multidão pelos apóstolos
revela que há decisões na Igreja que precisam ser tomadas em assembléias,
juntamente com os crentes. Foi uma reunião democrática, mas na direção do
Espírito Santo, diferente da democracia política. Era uma questão interna, um
problema entre irmãos, mas muito sério. Os líderes seguiram o modelo
determinado por Jesus, convocando os cristãos (Mt 18-15-17).
III. FUNÇÃO DOS DIÁCONOS
Segundo a Bíblia de
Estudo Pentecostal, o apóstolo Paulo apresenta 10 qualificações para o
diaconato e 16 para o presbiterato (1 Tm
3.1-13; Tt 1.5-9). A função dos diáconos não ficou muito clara nas
epístolas paulinas. O texto de Atos 6.1-6 mostra qual o dever dos sete
escolhidos:
“servir às mesas” (v.2).
1. O sentido de servir. O verbo grego para servir é diakonein,
de onde vem o termo diácono, que significa servo ou mensageiro. A função diz
respeito não somente ao alimento posto para as viúvas, mas também à
administração financeira em geral. O próprio Jesus aplicou esse termo a si
mesmo (Mt 20.28; Mc 10.45; Lc 22.27). É,
pois, uma função importante. Geralmente, os pastores começam ministerialmente
como diáconos. Por isso, acumulam também este cargo, pois a sua chamada é a de
servir ao povo de Deus. Jesus é o nosso maior exemplo.
2. Atividade diaconal. A diakonia, “ministério” ou “serviço”,
palavra usada tanto no versículo 1,- “ministério cotidiano”, como no 4,
“ministério da palavra”, mostra que os dois serviços têm o mesmo valor. Ambos
são compromissos cristãos para servir a Deus e ao seu povo. A diferença residia
na vocação dos doze. Há os que têm chamada para ministrar a Palavra (v. 4).
E comum ouvir em nosso
meio falar de “ministério” como sinônimo de pastor ou evangelista. Seria bom
acrescentar sempre o termo “pastoral”, pois a atividade dos diáconos não deixa
de ser um ministério.
3. Alimento ou dinheiro? “Mesas” significa servir refeição e
também a distribuição de fundos aos necessitados. A “boa reputação” refere-se
às qualificações exigidas pelos apóstolos, para o exercício desse trabalho.
Parece que a tarefa dos sete era a última, mas não é uma interpretação unânime
dos expositores da Bíblia.
4. A função do diácono, hoje. O Diabo estava armando
outra estratégia: desviar os apóstolos das obrigações a que eram vocacionados.
Pela expressão “mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra”
(v. 4) mostra que a função dos diáconos se assemelha à dos levitas no Antigo
Testamento, ou seja, auxiliar todas as atividades ligadas ao culto (Nm 3.6-10). Se os apóstolos deviam se
dedicar à oração e ao ministério de palavra, obviamente, os sete estavam sendo
separados para os trabalhos auxiliares e não meramente as funções
filantrópicas, de caráter social. Por isso, a atividade dos diáconos é
justamente a de auxiliar nos cultos e nas demais atividades da Igreja. Manter a
ordem, recepcionar os visitantes, recolher as contribuições, servir a Ceia do
Senhor e cuidar do ambiente, para o bem-estar do povo de Deus.
IV. A ESCOLHA DOS SETE
1. A igreja escolhe seus diáconos (v 3). O termo “escolhei”
mostra que os sete foram eleitos pela igreja. Os apóstolos apresentaram as
qualificações para o exercício dessa importante tarefa: “varões de boa
reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria” (v. 3). Depois, Paulo
apresentou uma lista de requisitos necessários para o exercício desse
ministério. “Boa reputação”, pois teriam de trabalhar na distribuição de
dinheiro. Portanto, era necessário que tivessem conduta comprovada pelos
irmãos. “Cheios do Espírito Santo e de sabedoria “, porque o trabalho era
também espiritual. Só o batismo no Espírito Santo não basta. É necessário vivermos
na plenitude do Espírito. Esses requisitos são necessários até hoje na Igreja
de Cristo, para que o diácono tenha condições de cumprir o seu ministério. Não
se trata de meras exigências, mas de preparo para tão importante tarefa.
2. Os sete nomes (v. 5). O parecer dos apóstolos deixou toda a
igreja satisfeita. Todos viam nessa sábia atitude a solução dos problemas. Não
houve imposição, mas sugestão. Quando a obra é dirigida pelo Espírito Santo,
geralmente, o parecer da liderança é acatado, como se fosse uma determinação
divina, e deixa a Igreja regozijante. Isso prova que Deus estava nesse negócio.
A igreja elegeu os que
preencheram os requisitos apresentados pelos doze. São eles: “Estêvão, homem
cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e
Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia” (v. 5).
Os sete tinham nomes
gregos. Será que eram todos helenistikoi? Se assim for, isso mostrava que o
direito dessas viúvas estava assegurado, além de revelar a idoneidade deles
nessa administração que agora se tornava transparente.
3. O destino dos sete. Pouco se sabe do destino de cada um
deles. Pelo discurso de Estevão, registrado em Atos 7, podemos afirmar que ele
era de considerável estatura espiritual, pois logo revelou seus talentos.
Portanto, o diácono pode ser um grande pregador (1 Tm 3. 13) Nada mais sabemos sobre os demais, exceto Filipe, que
pregou em Samaria e para o eunuco da rainha Candace, da Etiópia (At8) e, depois de muitos anos, aparece
como evangelista residindo em Cesareia Marítima (At 2 1.8). A tradição diz que Nicolau, prosélito de Antioquia, se
desviou e tornou-se o líder do grupo herético os “nicolaitas”, mencionado em
Apocalipse 2.6,15.
4. Imposição de mãos (v. 6). Os sete, escolhidos
pela igreja, foram levados à presença dos apóstolos para a imposição de mãos e,
dessa forma, receberem a oração. A imposição de mãos é o rito que representa a
consagração para um determinado oficio e significa a transferência de bênçãos e
dons.
CONCLUSÃO
A lição mostra que os apóstolos
sabiam delegar as tarefas Infelizmente, na atualidade, há os que controlam
tudo, pois não deixam que outros façam algo, para ajudá-los. Por causa disso, a
obra de Deus sofre. Certos líderes ficam sobrecarregados, com atividades que
poderiam ser encargo dos diáconos, e não têm tempo para a oração e meditação na
Palavra de Deus. A noite, no culto, não possuem mensagem, pois não têm alimento
para o povo e nem entendem a necessidade das ovelhas. Quando se segue o padrão
dos apóstolos, o crescimento é de grandes proporções (v. 7).
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias
Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
Lições bíblicas CPAD 1996
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