2 de setembro de 2014

O PERIGO DA BUSCA PELA AUTORREALIZAÇÃO HUMANA



O PERIGO DA BUSCA PELA AUTORREALIZAÇÃO HUMANA

TEXTO ÁUREO = HUMILHAI-VOS PERANTE O Senhor, e ele vos exaltará. Tg 4:10

VERDADE PRATICA = A realização humana, a parte de Deus, é impossível de acontecer, pois a criatura não pode viver longe do Criador.

LEITURA BIBLICA = TIAGO 4: 1-10

INTRODUÇÃO

Com freqüência, em nosso zelo para com a Igreja hodierna, e no intuito de conduzi-la à perfeição, desafiamos os crentes a seguirem o exemplo dos primitivos cristãos. Às vezes damos a impressão de que os cristãos primitivos não enfrentavam as mesmas tentações que os cristãos de hoje enfrentam. Mas, não é isto o que a Epístola de Tiago nos revela. Tiago mostra que os primeiros cristãos, assim como nós, hoje, eram sujeitos às mesmas paixões.

A ORIGEM DAS GUERRAS E DOS CONFLITOS

Consoante à pergunta: “Donde vêm às guerras entre vós?”, isto é, entre os crentes, dentro da igreja? Responde Tiago que elas vêm dos deleites, da cobiça e da falta de sabedoria na oração.

1. Deleites (v.1). Não é pecado o crente viver prazerosamente. Porém, através de Tiago, Deus condena o hedonismo, doutrina filosófica segundo a qual o prazer é a finalidade última, o bem supremo da vida. Neste caso, “deleite ‘ é uma forma de glorificação dos sentidos, é o culto de adoração ao “eu” próprio.

Segundo o lúcido ensino de Tiago, a força dos prazeres que operam na nossa vida é que tem produzido o clima conflitante que está a minar a força e a sugar a vitalidade espiritual de muitas igrejas. O espírito de contendas entre cristãos é o produto da carne vencida pelo intenso desejo de prazer. E o homem dominado pela carne que produz conflitos dentro da igreja.

2. Cobiça (v.2). Desejar o que há de melhor, bem como desejar progredir na vida não se constitui um mal em si mesmo. Mas “cobiça” conforme trata Tiago, não representa aspiração legítima. As conseqüências da cobiça (v.2) são: morte, inveja, conflitos, guerras. Que conste, nenhum crente em sã consciência admitiria que isto procedesse de Deus. As conseqüências da cobiça são sempre funestas. As Escrituras registram o seguinte exemplo: tomado pela cobiça, o rei Acabe consentiu em matar o piedoso Nabote, a fim de apossar-se da vinha que este não quis vender-lhe (I Rs 21).
3. Inveja (v.2). Invariavelmente o invejoso é a primeira, e, em algumas vezes, a única vítima da sua própria inveja. Em geral o invejoso critica e combate as pessoas com as quais gostaria de se parecer. A Igreja tem sofrido grandemente por causa da inveja e ciúme dos crentes carnais. Eles têm-se feito constantes causas de contendas para os cristãos sinceros e úteis à causa de Deus.

4. Falta de a sabedoria no pedir (v.3). O ensino de Jesus de que “todo o que pede recebe” (Mt 7.7,8), é corroborado por Tiago. Contudo, ele fala acerca daquelas pessoas que pedem, mas nada recebem. Por quê? Porque pedem mal. Isto é: pedem fora da vontade de Deus, para gastar nos seus próprios prazeres. Uma vida espiritualmente desajustada produz orações desorientadas, as quais não recebem a resposta de Deus. Ninguém, nem mesmo através da oração, pode fazer de Deus ministro de suas próprias concupiscências. “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, SEGUNDO A SUA VONTADE, ele nos ouve” (I Jo 5.14).

5. O Diabo. Ele tentou Jesus (Lc 4.2; Mt 4.1) e continua tentando os servos de Deus, provocando guerras e pelejas entre os crentes que dão lugar à sua ação. Ele anda "em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar" (1 Pe 5.8). Havendo guerras e pelejas, não há união e, sem esta, não há bênção. Devemos prevenir-nos contra as "astutas ciladas do diabo" (Ef 6.11).

6. A carne. Tiago, indagando de onde vêm as guerras e pelejas entre os crentes, responde que vêm dos deleites que guerreiam nos seus membros (v. 1). Paulo diz que os pecados "operavam em nossos membros" (Rm 7.5). Essas paixões ou deleites que operam nos nossos membros (a natureza carnal), tanto podem ser de origem sexual, como emocional e moral, as quais geram contendas. Alguém pode deleitar-se, em ver o mal ou a queda do outro. E prazer diabólico.

7. Desejo de poder. Esse desejo carnal de poder tem origem em Lúcifer, que, ao desejar tomar o lugar de Deus, imaginou-se grande (cf. Ez 28.2,17). Há muitos que, para "subir" nos cargos, procuram passar por cima dos outros, gerando guerras e pelejas desnecessárias. O melhor é humilhar-se sob a potente mão de Deus e ser exaltado por Ele a Seu tempo (Tg 4.10, 1 Pe 5.6).

A BUSCA EGOISTA

Tiago não usa a expressão “adúlteros e adúlteras” para acusar os cristãos, seus leitores, de impureza sexual. Não.  Ele se dirige àqueles cristãos que, devendo estar “casados”, “consorciados” com Deus, O têm traído, preferindo o concubinato com o mundo. Prosseguindo, Tiago pergunta aos seus leitores, se eles não sabem que:

1. A amizade do mundo é inimizade contra Deus (v.4). No seu livro Os Radicais, Alan Pailister, diz: “Amar o mundo é dar o nosso coração ao materialismo, à ambição ou ainda a coisas muito boas e válidas, mas que assume importância maior que o nosso Criador. O amor à pregação do evangelho pode ser no sentido negativo, amor ao mundo, se nos dedicarmos à pregação movidos pelo desejo de auto-glorificação.  O nosso amor à casa de oração pode ser considerado amor ao mundo, se dermos maior importância à aparência do lugar onde oramos do que ao serviço, ao louvor e à adoração, em primeiro lugar, ao Senhor, que é a razão primordial para a existência de tal coisa”.

2. O Espírito que em nós habita tem ciúmes (v.5). Os estudiosos das Escrituras têm tido alguma dificuldade quanto a afirmar se é o Espírito Santo ou o espírito humano que de nós tem ciúmes. As melhores versões da Bíblia, porém, grafam este versículo como sendo o Espírito Santo que com ciúmes zela por nós. Na versão Matos Soares, lemos: “Porventura imaginais que a Escritura diz em vão: O Espírito que em vós habita ama-vos com ciúme?”

3. Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (v.6). E uma atitude de arrogância o crente admitir que possa amar o mundo, “dar cordas” aos seus deleites, à cobiça, à inveja, e também semear contenda entre irmãos, e por fim não vir a sofrer o juízo divino. Em contrapartida, referindo-se aos humildes: “assim diz o alto e o sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito, e também com o contrito e abatido de espírito, para vivi- ficar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos ‘(Is 57.15).

A BUSCA DA AUTORREALIZAÇÃO

1. Sujeitando-se a Deus e resistindo ao Diabo (v.7). O apóstolo diz que devemos sujeitar-nos a Deus, resistindo ao Diabo, e este fugirá de nós. Sem a ação diabólica na igreja, não haverá lugar para guerras, pelejas e contendas.

2. Chegando-se a Deus (v.8). Estando perto de Deus, pela oração e comunhão, os crentes adquirem intimidade com o Senhor. Os sentimentos maus são afastados pela presença do Espírito de Deus.

3. Purificando o coração (v.8c). Davi disse que o jovem purifica o seu caminho e não peca, observando a Palavra de Deus e escondendo-a no coração (SI 119.9-11). Tiago exorta aos crentes pecadores a limparem seus corações e, aos de duplo ânimo, a purificar o coração. Isso afugenta as paixões humanas.



4. Sentindo as misérias (v.9). O apóstolo exorta a que os crentes carnais, cheios de inveja e cobiça, ao invés de pelejarem entre si, devem converter-se, sentindo suas misérias, através do lamento e do choro, tornando o riso da carne em pranto interior, e o gozo mundano em tristeza, atitudes essas que significam mudanças perante Deus.

5. Humilhando-se perante o Senhor (v.10). Já vimos que Deus dá graça aos humildes (v.6). Se os crentes se humilharem, Deus os exaltara. Se eles se exaltarem, serão humilhados. A humildade é a arma por excelência contra o orgulho, a inveja, a cobiça, as pelejas e guerras nas igrejas.

CONCLUSÃO

Fica bem claro que as guerras e pelejas entre os crentes, como manifestações das paixões humanas, têm sido utilizadas como instrumento de perturbação da obra do Senhor. O Adversário sabe que a igreja só marcha mais rápido, quando há união, amor, humildade, oração sincera e comunhão com Deus. Se ele conseguir prejudicar o clima espiritual, o caminho está aberto para o fracasso. Que Deus nos ajude a evitar esses males em nós mesmos e ao mesmo tempo combatê-los




Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
Lições bíblicas CPAD 1989
Lições bíblicas CPAD 1999
Comentário Bíblico Beacon


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