2 de dezembro de 2014

As setenta Semanas



As setenta Semanas

Texto áureo 

“Setentas semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos” (Dn 9.24).

Texto bíblico.

Estando eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus,Estando eu, digo, ainda falando na oração, o homem Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio, voando rapidamente, e tocou-me, à hora do sacrifício da tarde.

Ele me instruiu, e falou comigo, dizendo: Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido.No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; considera, pois, a palavra, e entende a visão.Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo.

Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.

E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador. (Dn 9.20.27)

Introdução 

O capitulo nove do livro de Daniel diferentemente dos capítulos anteriores relatam a máxima da revelação de Deus sobre os governos mundiais. Desde os antigos impérios conhecidos daquela época, até a um futuro desconhecido, Daniel experimenta a revelação dos dias do fim. 

Considerado como o apocalipse do antigo testamento, no livro de Daniel, percebemos que o capítulo nove revela ainda os pormenores de um tempo determinado pelo criador. Como se olhasse para um futuro tão próximo, Deus deu revelações para muitos séculos a frente. Deus é sabedor de todas as coisas, e diante disso cremos ainda mais, que muito em breve se cumprirá aquilo que esta determinado.

Um tempo determinado.

Deus havia demarcado um tempo para que o de Israel ficasse fora da sua terra caso não cumprisse os seus preceitos. A vontade de Deus é soberana, e inquestionável são todas as suas decisões. Diante deste fato Daniel, um homem amado pelo Senhor, buscou na escritura sobre os tempos em que viria a ser o fim do cativeiro; “No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprirem-se as desolações de Jerusalém, era de setenta anos”(Dn9.2). Daniel havia entendido que o tempo da provação havia chegado ao fim. Então se pôs de joelhos a clamar ao Deus criador dos céus e da terra.  A necessidade do entendimento sobre o fim de tão grande sofrimento levou o homem de Deus a um planto ainda maior ao reconhecer as misérias do seu povo, não que Daniel humilhasse a si mesmo, mas ele entendia a soberania daquele a quem buscava.

O povo de Israel estava passando por um processo pelo qual o SENHOR os havia encaminhado. Como é triste saber que sendo um povo reconhecidamente querido pelo criador de tudo, estarem em uma situação caótica. Mas havia uma advertência,e Israel deveria guardar os anos sabáticos, que eram uma ordenança para todas as tribos.Disse o SENHOR; E espalhar-vos-ei entre as nações, e desembainharei a espada atrás de vós; e a vossa terra será assolada, e as vossas cidades serão desertas.
Então a terra folgará nos seus sábados, todos os dias da sua assolação, e vós estareis na terra dos vossos inimigos; então a terra descansará, e folgará nos seus sábados.
Todos os dias da assolação descansará, porque não descansou nos vossos sábados, quando habitáveis nela.”
(Lv. 26.33-35). O não cumprimento desta ordenança resultou em um tempo de angustia que duraram setenta anos.
O povo estava na terra da promessa a qual Deus havia entregado aos antigos patriarcas das tribos de Israel. Mas durante 490        anos Israel não observou os seus estatutos,a terra não descansou em todos os seus sábados. 

Segundo a boa palavra do SENHOR, para cada seis anos trabalhados a terra descansaria ao sétimo ano; “Seis anos semearás a tua terra, e seis anos podarás a tua vinha, e colherás os seus frutos;Porém ao sétimo ano haverá sábado de descanso para a terra, um sábado ao Senhor; não semearás o teu campo nem podarás a tua vinha.O que nascer de si mesmo da tua sega, não colherás, e as uvas da tua separação não vindimarás; ano de descanso será para a terra (Lv 25.3-5)”.

Após o clamor do servo do SENHOR, veio a ele a resposta a ele naquele dia;Estando eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus, Estando eu, digo, ainda falando na oração, o homem Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio, voando rapidamente, e tocou-me, à hora do sacrifício da tarde” (Dn.9.20-21). Deus usa este momento para revelar grandes e maravilhosas revelações ao seu servo. 

As setenta semanas;

Daniel recebeu esta profecia por intermédio do anjo Gabriel, durante seu cativeiro na Babilônia, no primeiro ano do rei Dario, em 538 aC. Ele percebeu pelos “livros” (Jr25:11-12;29:10-14)  como falamos anteriormente,que o cativeiro duraria 70 anos. Como 67 anos já haviam se passado desde a queda de Jerusalém em 605 aC. , ele concluiu que em breve seu povo deveria voltar para sua terra.

 Enquanto orava recebeu a resposta: “setenta semanas estão decretadas para o seu povo e sua santa cidade”As setenta semanas foram decretadas para o povo de Daniel, os judeus, e sua santa cidade, Jerusalém. Deus sempre cumpriu aquilo que promete, mesmo que o homem não queira, ele faz tudo conforme projetou em seu coração. Podemos entender com isso, que as provas podem ter tempo de validade, e acabam também num tempo determinado por Deus; “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”.(Ec3.1).

Desta forma, os eventos associados às semanas de Daniel devem se cumprir sobre este povo e esta cidade. Conforme foi revelado, seis eventos principais caracterizam este período: cessar a transgressão, dar fim aos pecados, expiar a iniquidade, trazer a justiça eterna, selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos Santos; que devem se cumprir sobre Israel até o final das 70semanas. 

Cada evento proposto pelo SENHOR, tem uma ação restauradora, desde a queda do homem até o tempo da restauração, com finalmente a unção de nosso SENHOR Jesus Cristo soberano e eterno.

Diante da grandeza profética,Deus demarca um tempo na história humana para que possa agir através dos séculos.  O SENHOR, não está sujeito ao tempo, enquanto ele revelava para Daniel um futuro ainda depois de muitos dias, o mesmo SENHOR, trabalhava pra cumprir cada palavra. Os objetivos da profecia irão se cumprir no projeto de Deus, o tempo é do SENHOR, pois um dia para Ele é como mil anos. (2Pe 3.8).

O termo “setenta semanas” traduzido literalmente é “setenta setes”, em hebraicoshabuas, ou seja, setenta conjuntos de sete que podem ser dias ou anos. Podemos concluir facilmente que não se trata de 70 semanas de dias, pois em 490 dias não teria terminado o cativeiro na Babilônia, nem mesmo teria vindo o Messias e a profecia não se cumpriria. Vemos que neste caso trata-se de setenta semanas de anos, como em Gn29:27 e Lv25:8, totalizando assim 490 anos.

As 70 semanas estão divididas em três períodos: um de 7 semanas, um de 62 semanas e outro de 1 semana. O primeiro período tem início com a saída da ordem para restaurar e reedificar a cidade de Jerusalém, que havia sido destruída. Esta ordem, ou decreto, foi dada pelo rei Artaxerxes em 445aC. conforme registrado em Ne2:1-8 e não deve ser confundida com ordens anteriores para reedificar o templo. A duração desse período foi de 7 semanas, ou 49anos, envolvendo toda a reconstrução da cidade com suas ruas e o muro ao redor dela.

Depois temos mais 62 semanas, ou 434 anos, que vai até o Messias, o Cristo. Com uma precisão impressionante chegamos a 33dC. , ano em que morreu o SENHOR Jesus. Neste ponto é necessária uma observação, pois os anos considerados na profecia são anos judaicos de 360 dias e não de 365 como no calendário moderno.

Assim, vemos que este segundo período se estendeu até a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém no domingo antes da sua morte e ressurreição.
Outros cálculos podem ser feitos, uns apontam o batismo de Jesus, no início de seu ministério, outros apontam sua morte, mas apesar das imperfeições dos calendários e das falhas nos métodos de datação.

Depois disso temos um intervalo de tempo indeterminado, ou seja, a última semana não começa imediatamente depois das outras sessenta e nove. O verso 26 diz que a morte do Messiase destruição da cidade deveriam ocorrer depois da 69a. semana e antes da última semana: “depois das sessenta e duas semanas, o Ungido será morto, e já não haverá lugar para ele. A cidade e o Lugar Santo serão destruídos pelo povo do governante que virá.”.

Alguns tentam associar este “governante” com Antíoco Epifânio, que fez um acordo com alguns chefes judeus e depois atacou Jerusalém, destruindo a cidade e profanando o templo em165 aC., conforme registrado no livro de Macabeus. Mas o v26 fala de uma destruição da cidade depois da morte do Messias, dando-nos como única opção o ataque dos romanos que destruiu Jerusalém em 70 dC.

A última semana deveria começar quando o príncipe fizesse uma aliança que duraria uma semana. Porém, a história mostra que isso não aconteceu na ocasião da destruição de Jerusalém pelos romanos. Assim, vemos que, o povo “do príncipe que há de vir” destruiu a cidade, mas o príncipe que faria a aliança ainda não existia, seria um líder vindouro. Isso fica claro pelas palavras de Jesus em Mt24:15, “quando vocês virem o ‘sacrilégio terrível’, do qual falou o profeta Daniel...”. Ele cita Daniel 9:27 mostrando que mesmo em Seus dias este príncipe ainda não tinha vindo e deveria vir nos tempos do fim, trazendo grande tribulação.

O anticristo, registrado em o livro de Apocalipse no capitulo treze,está determinado para um futuro marcado por grandes mudanças politicas e religiosas. Porém, aguardamos com expectativa a volta do nosso Messias antes deste período. Mas, devemos ficar atentos por alguns movimentos no mundo atual, que aponta para mudanças significativas, tanto na economia quanto na religião. O Estado Islâmico, por exemplo, é um alerta a igreja da atualidade, investidos de uma autoridade religiosa contra o mundo ocidental, a mensagem violenta destes grupos tem se espalhado principalmente nos países redor de Israel e da cidade Santa. 

Com referência,“o governante” (ou “o príncipe”) de Daniel 9:27 com aquele que colocará no templo o “sacrilégio terrível” de Mt24:15 e com “o homem do pecado” de 2Ts2:1-3.

Concluímos então que a 70a. semana ainda não começou e estamos no intervalo entre a penúltima e a última semana. Esta última começará quando “governante”, um líder surgir e conseguir trazer para si todas as nações fazendo que aja um governo único.

 Não devemos ver isso como um “tratado de paz com Israel”, mas como uma “aliança” (conforme o texto hebraico) com muitos países que favorecerá tremendamente a Israel que prosperará no início, que poderá possibilitar até a reconstrução do templo que hoje está destruído. Na metade deste período, ele romperá esta aliança, virá contra Israel fazendo cessar os sacrifícios oferecidos no templo e de protetor dos judeus se tornará seu assolador. Assim7 semanas 62 semanas intervalo 1 semana comparando com Mt24:15-30, vemos que a última semana coincide com o período da Grande Tribulação. O anticristo que se levantará neste período é citado em o livro de Apocalipse capitulo treze, quando ajudado pelo falso profeta enganará as nações.

Conclusão

Muitas das profecias bíblicas só foram percebidas por muitos após o seu real cumprimento. Jesus nos alerta para aquele dia, pois se aqueles dias não fossem abreviados nenhuma carne se salvaria (Mt 24.22). Devemos estar atentos, pois o próprio Cristo nos dá ainda um último alerta, “como foi nos dias de Noé”. Amados aguardemos com paciência a volta de nosso Messias.

Evang. Juarez Alves

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