JESUS E
O DINHEIRO
Texto Áureo = “E,
vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no
Reino de Deus os que têm riquezas!” (Lc 18.24)
Verdade Prática = As
Escrituras não condenam a aquisição honesta de riquezas, e, sim, o amor a elas
dispensado.
LEITURA
BÍBLICA= Lucas 18:18-24
Até bem
pouco tempo, ninguém poderia imaginar que o nome “Jesus”, o carpinteiro de
Nazaré, pudesse se tornar uma mercadoria valiosa. Ninguém poderia imaginar
também que ele fosse transformado em uma das marcas mais rentáveis do mundo.
Jesus, que já era vendido em lojas de suvenires, foi transformado com grande
sucesso em mercadoria literária, podendo ser encontrado praticamente em todas
as livrarias.
O
comércio da auto ajuda é o que mais tem crescido e que mais tem lucrado com
esse comércio em torno de Jesus. Tenho em mãos alguns desses títulos: Jesus, o
homem mais sábio que já existiu; Jesus, o maior fílósofo que já existiu; Jesus,
o maior psicólogo que já existiu; Jesus, o maior líder que já existiu; Jesus, o
mestre dos mestres; Jesus, o mestre da sensibilidade; Jesus, o mestre da vida;
Jesus, o mestre do amor, Jesus, o mestre inesquecível e Jesus, o milionário de
Nazaré.
Quem
poderia imaginar, por exemplo, que aquEle que certa feita disse não ter onde
pousar a cabeça fosse transformado em o “milionário de Nazaré”? Esta é
exatamente a proposta da escritora Catherine Ponder, uma das autoras de auto ajuda
mais lidas no mundo, quando escreveu o seu livro O Milionário de Nazaré,’As
informações sobre Ponder dão de conta que ela é considerada a mais notável
autora sobre prosperidade nos Estados Unidos.
E
informado também que a mesma escreve sobre o assunto há quase vinte anos, e tem
inúmeros livros publicados, incluindo o best-seller As Leis Dinâmicas da Prosperidade.
Ela também escreveu a série Os Milionários do Géneses.
Como
Ponder transformou um simples carpinteiro no milionário de Nazaré é explicado
ainda na introdução do seu livro. Para ela os Evangelhos estão repletos de
ouro! Jesus, portanto, não teria sido apenas uru homem que fez milagres e que
tinha suas orações respondidas. Pelo contrário, ele também foi um mestre que,
depois de compreender e assimilar as leis mentais e espirituais de prosperidade
as usou e ensinou de uma forma nunca vista antes.
De
acordo com Ponder, Jesus “parecia saber que parte de sua missão em se tornar o
Salvador do mundo seria livrar a humanidade de suas crenças errôneas sobre a
limitação financeira, sendo esta uma necessidade espiritual. O fato de ter
ousado ensinar os princípios espirituais da verdadeira abundância foi parte de
sua grandiosidade”. Ainda segundo ela esses princípios foram seguidos pelos
primitivos cristãos a ponto de serem os primeiros crentes considerados
prósperos. Se hoje essa não é mais a ideia que se tem sobre os cristãos, a
culpa é da igreja medieval que impôs a mentalidade da pobreza nos cristãos. Na
sua análise a “verdade próspera é que, como filho de Deus, ser pobre é um
pecado. Enriquecer e prosperar são direitos espirituais de todos”.
Catherine
Ponder está onvencida de que “Jesus certamente não era pobre. Na verdade, ele
foi um dos homens mais abastados a pisar em nosso solo, pois sua riqueza estava
em seu interior e exterior. Uma mente surpreendente capaz de transformar á agua
em vinho do mais fino sabor, de multiplicar pães e peixes quando desejava para
alimentar milhares de pessoas, de ressuscitar os mortos e de curar todos os
tipos de males não pode ser considerada pobre — especialmente se tais serviços
de valor incalculável fossem prestados nos dias atuais! Se um homem tivesse o
dom de fazer surgir dinheiro da boca de peixes para pagar suas contas, ou de
fazer surgir grandes cardumes nas redes de pescadores onde antes não havia
nada, seria considerado um multimilionário no cenário econômico atual” .
As
palavras de Jesus: “Eu vim para que tenham vida, e tenham plenamente” ( Jo
10,10) recebem novo sentido no entendimento de Ponder significam que Jesus simbolizava a divindade
em todos aqueles que não atingem a pobreza, pois todos os homens são também
deuses e filhos do altíssimo (SI 82.6; Jo 10.34). Ponder argumenta que “o
objetivo da natureza de Cristo em Jesus era ser bem-sucedido e descansar na
generosidade divina. O objetivo da natureza cristã de toda a humanidade é servir
de instrumento para o sucesso e a abundância”.
Na
análise dessa autora, essa é a principal mensagem do Antigo Testamento e também
repetida no Novo Testamento, pois a Bíblia é o livro mais importante que já foi
escrito sobre prosperidade. Segundo essa autora “além da salvação, os assuntos
mais frequentemente encontrados nas sagradas escrituras são dinheiro,
oferendas, liderança e questões financeiras. Podemos ler o termo “ouro” mais de
quatrocentas vezes nas suas páginas. Na sua análise, há entre trezentas e
quatrocentas promessas na Bíblia, sendo muitas delas promessas literais de
prosperidade. Possivelmente você considera Abraão, Isaque, Jacó, Moisés e Josué
os maiores líderes espirituais de seu tempo, o que é verdade. Todos eles
tornaram-se milionários, fato que descrevo em meus livros: 0s Milionários do
Genesis, O Milionário Moises e O Milionário Josué.
A
autora está convencida de que os milionários de hoje estão longe de se
aproximarem dos milionários da Bíblia com seus enormes rebanhos, gigantescas
terras, numerosas famílias, além da infinita quantidade de serviçais. Esses
fatos fazem-na acreditar que eles viviam uma vida agradável e repleta de lazer
que qualquer pessoa hoje em dia acharia difícil manter com os atuais valores.
Ponder
resume então o seu pensamento como Jesus passou de carpinteiro a senhor da
plenitude, isto é, o milionário de Nazaré:
1.
Jesus não era pobre. Foi um dos pensadores mais prósperos que já existiu! Era
um mestre no ensino da prosperidade. Tornou-se o Senhor da Plenitude.
2. A
natureza de Cristo presente em Jesus simbolizava a Divindade presente em cada
um de nós, e que nunca será pobre para que também possamos nos tornar Senhores
da Plenitude.
3. O
interesse de Jesus pela prosperidade começou em seu nascimento, prosseguiu ao
longo de sua vida e foi demonstrado mesmo após sua ressurreição.
4. O
ministério de Jesus começou na cidade portuária de pesca de Cafarnaum. Sendo os
peixes símbolo de leis de crescimento, Cafarnaum era considerado um local de
prosperidade física e metafísica.
5. Na
época de Jesus, os pobres eram desprezados. A pobreza era considerada maldição
ao passo que a riqueza era tida como bênção espiritual.
6.
Jesus aprova a riqueza obtida honestamente. Não hesitava em usar seus mais
profundos poderes para promover a prosperidade na terra.
7.
Através de seus diversos ensinamentos de prosperidade, Jesus ressaltava as boas
novas sobre a plenitude: que ninguém precisava esperar o futuro para colher as
bênçãos da vida; que todos poderiam obtê-las naquele momento.
8.
Enfatizava-se bastante a prosperidade nas Igrejas Primitivas. Apenas séculos mais
tarde, e por razões políticas, foi pregada às massas a falsa crença que ser
pobre significa ser devoto.
9.
Jesus nasceu em Nazaré, que representa a trivialidade da mente humana, na qual
a Verdade próspera aparece. Jesus, como carpinteiro, simboliza alguém que
converte ideias e pensamentos em algo visível conforme a necessidade. Ao
conhecermos tais métodos, poderemos vivenciar uma maior abundância e felicidade
— exatamente o que o termo “milionário” significa.
10. Eis
um dos primeiros segredos do milionário de Nazaré: o nome “Jesus Cristo” tem o
poder de moldar a rica substância do universo em bens definidos e visíveis. Ao
ser mencionado, move as forças que podem trazer resultados prósperos a nossas
vidas.
Qualquer
leitor da autoa juda pode notar a grande semelhança existente entre os
ensinamentos de Ponder e o que está escrito em O Poder do Subconsciente de
Joseph Murphy e principalmente em O Poder do Pensamento Positivo de Norman
Vicent Peale. De fato na biografia de Ponder, lemos que ela é ministra da
Igreja não denominacional Unity desde 1956 e que também é tida como a versão
feminina de Norman Vicent Peale. Peale é considerado urna espécie de guru da
auto ajuda evangélica americana.
Dentre
os inúmeros livros escritos por Peale, há também um dedicado a explicar os
ensinamentos de Jesus: O Poder Positivo de Jesus. Tive contato com esse tipo de
gênero literário ainda nos anos 80 quando um amigo me emprestou as obras de
Joseph Murphy e Norman Vicent Peale.
As
mensagens desses livros são de fato fascinantes, recheadas de ilustrações e
exemplos de pessoas que deram certo ou que foram até mesmo curadas de doenças
incuráveis graças ao poder da mente.
Algumas
perguntas são inevitáveis: Jesus era de fato um milionário que Ponder insiste
em afirmar que era? Jesus incentivou as pessoas a serem ricas e terem muito
dinheiro? Qual de fato foi a relação de Jesus com o dinheiro? Ele era o
milionário de Nazaré ou um simples carpinteiro que como os demais camponeses de
seu tempo lutaram pela sobrevivência? Não há como não contrastar o “Jesus” da
auto ajuda com o Jesus, o homem perfeito, apresentado nos evangelhos.
O
“Jesus” rico, próspero, milionário capaz de transformar pedra em ouro não
surgiu dos ensinos dos evangelhos mas dos ensinos de Phineas Parkhurst Quimby,
um adepto do mesmerismo e um dos primeiros proponentes do Novo Pensamento.
De
acordo com a Enciclopédia virtual Wikipedia, Quimhy era filósofo, hipnólogo e
inventor que desenvolveu o ensino de que a doença se desenvolve na mente do
homem por falsas crenças, e que a mente aberta para a sabedoria de Deus vence a
doença. O princípio se baseava no ensino de que o corpo era uma casa para a
mente do homem. Se havia um “inimigo” instalado no corpo, se dava por uma
crença errada da mente, mesmo com o desconhecimento do portador, a mente é quem
adoecia o homem, Quimby prometia entrar na casa e com o poder da mente,
expulsar o intruso, corrigindo a “impressão errada” pelo restabelecimento da
“verdade” na mente. Quimby exerceu grande influência sobre Mary Baker,
fundadora da Ciência Cristã.
A
partir dos ensinos de Quimhy, o Novo Pensamento se espalhou como uma febre pela
América do Norte. Influenciou pensadores, filósofos, denominações religiosas e
pastores como E. W. Kenyon. Foi através de Kenyon, um pastor da Igreja Batista
Nova Aliança, que essa crença teve penetração no arraial protestante. Kenyon é
considerado pelos apologistas como o pai da Teologia da Prosperidade e teve
enorme influência sobre pastores como Dom Gosset e Kenneth Hagin. Por outro
lado, foi através de Hagin que a teologia da prosperidade se propagou no meio
pentecostal americano e brasileiro.
Quando
vemos, por exemplo, um culto neopentecostal sobre prosperidade financeira e
aquilo que ensina O Novo Pensamento, não há como não se perceber as semelhanças
existentes. Quando um pregador neopentecostal, por exemplo, fala, a voz tem
sotaque cristão, mas as palavras são na verdade da Ciência Cristã. Dizendo isso
de uma outra forma, o “Jesus” pregado por esses ministros religiosos não é
aquEle apresentado no Novo Testamento, mas o que teve origem nas filosofias
humanistas. A propósito, o sociólogo Ricardo Mariano em seu livro Neo
pentecostais — sociologia do novo pentecostalismo no Brasil, observa que: “A
Teologia da Prosperidade, até pelo nome, parece ser o exemplo perfeito da
afinidade entre pentecostalismo e sucesso econômico.
Mas
nada está mais distante do puritanismo calvinista, exemplo-mor desta afinidade,
do que a Teologia da Prosperidade. Nas seções ascéticas do protestantismo, a
riqueza, quando adquirida no trabalho cotidiano, metódico e racional,
constituía, segundo Weber (1991:356), um dos sintomas de comprovação do estado
de graça do indivíduo, ou de sua eleição à vida eterna.
A
riqueza obtida, porém, era consequência não intencional, não revista, da severa
disciplina religiosa do eleito. Disciplina que se manifestava em sua extrema
dedicação ao trabalho, que via como vocação divinamente inspirada, e em sua
conduta diária, baseada na abstinência dos prazeres e das paixões deste mundo e
no desinteresse pelas coisas materiais. Na ótica weberiana, a acumulação
primitiva do capital resulta, entre outros fatores, justamente da ética
puritana, que interditava ao fiel qualquer modalidade de consumo supérfluo.
No
neopentecostalismo, o crente não procura a riqueza para comprovar seu estado de
graça. Não se trata disso. Como todos os demais, crentes e incréus, ele quer
enriquecer para consumir e usufruir de suas posses nesse mundo. Sua motivação consumista,
notadamente mundana, foge totalmente ao espírito do protestantismo ascético,
sobretudo de vertente calvinista.
Esse
Jesus endinheirado não foi gerado, portanto, do Deus da Bíblia, mas da mente de
homens divorciados de princípios cristãos.
Lucas
apresenta Jesus, o carpinteiro de Nazaré, não como um milionário, mas como
alguém que dependia de donativos de terceiros para poder exercer seu ministério
público (Lc 8.1-3). O Jesus bíblico, longe de estimular a aquisição de bens
materiais como fonte de satisfação, exortava a se desfazer deles. “Vendei
vossos bens e daí esmola; fazei para vós outros bolsas que não desgastam” (Lc
12.3 3).
Uma
Visão Cristã e Secular sobre Bens e Posses
O
cristianismo por ser uma crença de natureza escatológica não estimulava a
aquisição de posses materiais, Os primitivos cristãos, incluindo os apóstolos,
mantinham a expectativa de que Jesus poderia voltar ainda na sua geração. Isso
fazia com que a preocupação com a propagação da mensagem do reino se tornasse
sua principal fonte de motivação e não o acúmulo de bens terrestres.
Acusar
as gerações posteriores de cristãos de terem implantado uma mentalidade de
pobreza na igreja não condiz com os fatos históricos.
Essa
sedução pela riqueza que acabou contaminando a teologia cristã provém de
ensinos pagãos e até mesmo de técnicas xamãs e não dos ensinos do Novo
Testamento. O apologista Davi Hunt denunciou o que denominou de tentação pelo
poder: “O feiticeiro mascara sua rebelião postulando em lugar do Deus pessoal
da Bíblia, diante de quem somos moralmente responsáveis e cuja vontade temos
que obedecer, uma “Força” metafísica impessoal que pode ser “cientificamente”
manipulada como se explora a energia do átomo.
Muitas
vezes sem perceber, crentes sinceros aceitam a mesma ideia básica apresentada
em terminologia psicológica e pseudocristã. A confissão positiva, bem como o
pensamento positivo e o pensamento da possibilidade são exemplos adicionais, Em
seu livro mais vendido, O Poder do Pensamento Positivo, que vendeu mais de 3 milhões
de cópias, Norman Vícent Peale revela o fato de que todo o seu sistema é
baseado nesse mesmo alicerce.
Ele
declara, por exemplo: “O poder da oração é uma manifestação de energia. Assim
como existem técnicas científicas para a liberação da energia atômica, existem
também procedimentos científicos para a liberação de energia espiritual por
meio do mecanismo da oração. Demonstrações espetaculares dessa força
energizante são evidentes...
É
importante perceber que você está lidando com o mais tremendo poder do mundo
quando ora... Técnicas espirituais novas estão sendo constantemente
descobertas.., faça experiências com o poder da oração...”.”
Hunt conclui:
“Muitos
que alegam querer conhecer a Deus frequentemente não querem conhecer o Deus
verdadeiro, mas um deus cujo poder possam usar para seus próprios fins. Os
próprios títulos de livros como O Poder Criativo de Deus Trabalhará Por Você,
de Charles Capps, e Como Conseguir o que Quiser com Deus, de Kenneth Hagin,
parecem dar um tom que se ajusta à fraqueza do homem, não importa quanto
material benéfico possa existir neles.
Nossa
ambição egoísta nos cega para o fato de que Deus não é um “gênio da garrafa”,
que existe para cumprir nossos desejos sempre que o convocarmos, mas é o
Criador de todas as coisas, Ele nos chama para deixarmos de lado nossa
insensatez e nos submetermos à sua vontade,
Ricos e Pobres
No
livro de minha autoria A Prosperidade à Luz da Bíblia, procurei mostrar como
era formado o conceito de prosperidade no antigo Israel. Esses conceitos
estavam em vigor nos dias de Jesus. Eram duas as idéias mais comuns, porém
equivocadas, sobre a natureza das riquezas. A primeira delas associava a
riqueza como uma dádiva de Deus a alguém merecedor, e a pobreza como uma marca
do julgamento divino. Uma segunda associava a riqueza com a maldade e a pobreza
com a piedade. Essa forma de pensar está presente também no mundo do Novo
Testamento. Todavia as causas para a pobreza não podem ser vistas de forma tão
simples assim.
O
historiador William L. Coleman (1991, p. 165) mostra que um estudo criterioso
sobre a pobreza no mundo bíblico deve levar em conta alguns fatores determinantes.
Com acerto, ele diz: “Eram vários os principais fatores que contribuíam para a
existência de um grande número de pobres em israel. E claro que havia muitas
variáveis. Mas para entendermos bem o quadro geral, precisamos considerar
alguns dos obstáculos com que eles se defrontavam.
1. Impostos. O
sistema de impostos constituía um grande peso para muitas famílias, para os
pequenos agricultores e negociantes. Durante toda a história da nação, os
governos impuseram pesadas taxas ao povo em geral, com o objetivo de realizar
seus projetos de construção ou cobrir os custos de suas operações militares. E
foi justamente o excesso de impostos baixados pelo rei Salomão que ocasionou a
divisão do reino.
2. Desemprego. Nas
áreas rurais, a presença de escravos não afetava muito a economia, mas nas
cidades sim, pois gerava forte desequilíbrio nos mercados de empregos.
Como o
preço dos escravos era muito baixo, os ricos chegavam a ter um servo
simplesmente para conduzir o seu cavalo. Por isso o homem livre tinha que
aprender um ofício, se quisesse conseguir um bom salário.
3. A morte do chefe da família. A
perda do chefe da casa, que podia ser causada por enfermidade, acidente ou
guerra, geralmente deixava a família na pobreza, principalmente se os filhos
fossem pequenos.
4. Seca e fome. Às
vezes a própria natureza destruía rapidamente toda a colheita de uma temporada.
A seca, o excesso de pragas, ou chuva em demasia fora de época, bem como outras
calamidades naturais acabavam com todo o sustento de uma família de uma hora
para outra (Sl 32.4).
5. Agiotagem. Pela
lei, era proibido cobrar juros de empréstimos feitos a pobres (Êx 22.25). Mas
apesar dessa recomendação divina, muitos credores tinham atitudes impiedosas,
cobrando juros exorbitantes e empregando métodos cruéis para receber o pagamento
da divida, Isso sempre foi um problema grave para os Israelitas durante toda a
sua história, e vários escritores bíblicos denunciaram esses excessos.
Com
tantos limites não era de admirar que os pobres se tornas- sem presas fáceis
dos mais ricos. Para se justificarem, os mais abastados costumavam fazer
doações, algumas delas bastantes generosas, mas o objetivo não era de fato
amenizar a situação do pobre, mas barganhar com Deus. A religião, em vez de
cultivar os valores da alma, fomentava apenas um legalismo exterior.
Jesus
denunciou essa religiosidade farisaica. Em seu livro Jesus e o Dinheiro, o escritor
José Antonio Pagola comenta sobe esse fato. Embora o seu livro reflita traços
de um evangelho social, de esquerda, todavia seus comentários são pertinentes:
“Temos
que recuperar no cristianismo um dado de suma importância. O primeiro olhar de
Jesus não se dirige ao pecado do ser humano, mas ao seu sofrimento. O contraste
entre Jesus e o Profeta João, o Batista, é esclarecedor. Toda atividade do Batista
gira em torno do pecado: ele denuncia os pecados do povo, chama os pecadores à
penitência e oferece aos que acorrem ao Jordão um batismo de conversão de
perdão.
O
Batista não se aproxima dos enfermos, nem toca a pele dos leprosos, não abraça
as crianças da rua, não se senta para comer com pecadores, excluidos e pessoas
indesejáveis, O Batista não se aproxima do sofrimento das pessoas, não se
dedica a fazer a vida mais humana.
Não sai
de sua missão estritamente religiosa. Para Jesus, ao contrário, a primeira
preocupação é o sofrimento das pessoas enfermas e desnutridas da Galileia, a
defesa dos camponeses explorados pelos poderosos latifundiários, ou a acolhida
a pecadores e prostitutas, excluídos pela religião. Para Jesus, o grande pecado
contra o projeto de Deus consiste sobretudo em resistirmos a tomar parte no
sofrimento dos outros encerrando-nos em nosso próprio bem-estar”.
Elaboração
pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de
Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lucas – O Evangelho de Jesus, O
Homem Perfeito, Pr José Gonçalves- CPAD
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