18 de agosto de 2015

APROVADOS POR DEUS EM CRISTO JESUS



APROVADOS POR DEUS EM CRISTO JESUS

Texto Áureo = “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (2 Tm 2.15)

Verdade Prática = O obreiro aprovado por Deus tem as marcas do Senhor Jesus Cristo.

LEITURA BÍBLICA = 2 TIMÓTEO 2: 1-18


INTRODUÇÃO
Na sua primeira carta a Timóteo, Paulo falou muito do trabalho que Timóteo teria que fazer entre os efésios (veja 1 Timóteo 1:3,18; 3:14-15; 4:6,11; 5:21; 6:11-16,20). Nesta segunda carta, porém, ele focaliza mais no próprio Timóteo, exortando-o a não desfalecer no serviço do Senhor para o qual ele foi chamado (veja 2 Timóteo 1:6,8; 2:1,8; 3:14; 4:1-2). Para animá-lo, o apóstolo lembra Timóteo das seguintes coisas:

A fé verdadeira (1:1-5). A fé do apóstolo Paulo se manifesta em duas maneiras. Primeiro, ele está cumprindo seu apostolado "de conformidade com a promessa da vida que está em Cristo Jesus" (1:1). Convencido das promessas de Deus em Cristo, ele mesmo acreditou no evangelho e agora ensina para convencer outros (veja Atos 26:13-20). Segundo, por causa da sua confiança em Deus e seu amor para seu "amado filho" (1:2), Paulo ora "noite e dia" a favor de Timóteo (1:3).

A fé de Timóteo também se manifesta verdadeira. Mesmo tendo um pai incrédulo (veja Atos 16:1), Timóteo escolheu servir a Deus, convencido pela instrução e exemplos da sua avó e sua mãe (1:5). Sua fé era tal que os irmãos de Listra e Icônio a notaram e davam bom testemunho dele (veja Atos 16:2). Até o próprio apóstolo Paulo disse: "estou ansioso por ver-te, para que eu transborde de alegria pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento" (1:4-5).
Se Paulo não desfaleceu, mas continuava sua missão confiando em Deus mesmo dentro da prisão (veja 1:8,16), Timóteo deveria continuar seu trabalho com esta mesma confiança no seu estado livre.

"Dons" de Deus (1:6-14). Timóteo recebeu um dom espiritual pela imposição das mãos do apóstolo Paulo (veja Atos 8:18), e precisa usá-lo sem medo e de acordo com o poder, amor e moderação de Deus (1:6-7).

Além deste dom espiritual, Paulo lembra Timóteo de um outro "dom" que recebeu o chamado na graça de Deus para sofrer junto com Paulo no ensino das "sãs palavras" que manifestam a todos a vida e imortalidade (1:8-14; veja Atos 5:40-42).

Sofrer por fazer o bem é um dom de Deus que faz o servo fiel crescer (veja Hebreus 12:4-13; Tiago 1:2-4).

Exemplos dos outros (1:15-18). Mesmo quando muitos deixaram de atender a Paulo na prisão, Onesíforo se esforçou sozinho, além do que se esperava (1:15-17). Servindo Paulo, Onesíforo estava servindo Cristo (veja Mateus 25:37-40).

O exemplo de Onesíforo iria encorajar Timóteo a ficar firme no seu serviço a Cristo, mesmo se estivesse sofrendo sozinho, ciente de que o galardão virá da parte do Senhor "naquele Dia" (1:18).

O Obreiro Aprovado de Deus = 2 Timóteo 2:1-26


Tendo encorajado Timóteo a continuar no seu serviço de evangelista (veja 2 Timóteo 1:6-8,13-14), Paulo agora o exorta a encarar os sofrimentos deste trabalho, desenvolvendo as seguintes características do ministro fiel:

Mestre da palavra (2:1-2). Em sofrimento, o servo de Deus deve procurar força na graça de Deus, e não em sua própria capacidade ou sabedoria (2:1; veja Hebreus 12:28; Tito 2:11-14; 2 Coríntios 12:7-10). Assim fortificado, é necessário que o servo ensine a palavra da graça de Cristo para outros (2:2; veja Atos 20:32). Nisto notemos duas coisas importantíssimas:

·         É a vontade de Deus que a mesma palavra se passe de uma geração para outra. Paulo disse, "o que da minha parte ouviste...isso mesmo transmite a homens...para instruir a outros" (2:2). Deus não quer que novas gerações ensinem coisas novas (veja Gálatas 1:8).

·         O que é preciso em quem vai ensinar a palavra é fidelidade, e não eloqüência ou sabedoria própria (veja 1 Coríntios 4:1-2). Quem se fortifica na graça de Deus e não no orgulho de homens ensinará apenas a palavra de Deus.

Soldado, atleta, lavrador (2:3-13). O servo do Senhor precisa ser bem treinado e disciplinado para que possa alcançar os alvos de Deus. Como soldado, terá que sacrificar certos confortos e seus próprios desejos para conquistar o objetivo do seu capitão.

Como atleta, terá de seguir regras, sacrificando a sua liberdade para receber o prêmio. Como lavrador, terá que trabalhar duro com muita paciência, para depois receber o fruto (2:3-7).
Jesus e Paulo são exemplos perfeitos. Eles sofreram em servir a Deus, confiantes que ele dê a cada um de acordo com as suas obras (2:8-13; veja 2 Coríntios 5:9-10).

Obreiro diligente (2:14-19). Enquanto muitos no mundo religioso se enrolam com questões de doutrinas de igrejas e teologia humana, o servo de Deus precisa se afadigar no estudo da palavra da verdade (2:15). Quem busca contendas de doutrinas e segue toda idéia nova gasta seu tempo e corrompe outros com sua falta de confiança na simples palavra de Deus (2:14,16-19; veja Marcos 12:24,27; Efésios 4:11-14).

Vaso santificado e disciplinado (2:20-26). O servo de Deus deve disciplinar a sua própria vida, fugindo das coisas que não convêm, e seguindo as que o tornam útil para serviço na casa de Deus (2:20-23). Com a sua própria vida em ordem, o servo então deve exortar a outros, lhes ensinando a pura palavra de Deus com a esperança de que sejam convencidos a se arrepender e parar de servir o diabo (2:24-26).

Sobrevirão Tempos Difíceis = 2 Timóteo 3:1-17

Ao preparar os apóstolos para pregar o evangelho, Jesus nunca deixou de avisá-los das dificuldades e perigos que fariam parte deste trabalho (veja Mateus 10:16-23). Assim, Paulo também advertiu a Timóteo, a fim de prepará-lo para lidar com os tempos difíceis que certamente chegariam (3:1).

A fonte das dificuldades (3:2-9). O cristão é cidadão do céu (veja Filipenses 3:20) mas vive no mundo, um território hostil governado pelo "deus deste século" (veja João 17:14-18; 2 Coríntios 4:3-4). Timóteo teria que lidar com homens que rejeitaram a verdade de Deus para seguirem os desejos deste mundo. Paulo faz uma lista de seus atributos, destacando seu egoísmo e seu "amor" para tudo aquilo que é contra a vontade de Deus (3:2-4).

Tais homens complicam a vida do servo fiel, pois não somente fazem o errado como também encorajam outros a rejeitarem a verdade. Até parecendo ser espirituais, eles levam sua falsidade às casas dos mais fracos e daqueles que não conseguem distinguir a verdade da mentira (3:5-7).

As maneiras e métodos destes homens não são uma novidade: até mesmo Moisés foi desafiado por homens que agiram assim (3:8-9; veja 2 Pedro 2:5-8; Judas 14-16).

Os piedosos serão perseguidos (3:10-13). Em forte contraste com estes homens infiéis, há o exemplo do apóstolo Paulo. Desde o momento em que Timóteo se converteu, testemunhou a vida do apóstolo, vendo a maneira dele ensinar e viver em verdadeira piedade. Timóteo viu a firmeza de Paulo mesmo no meio de muitas tribulações. A vida de Paulo não era fácil, mas sua plena confiança no Senhor o livrou do desespero (3:10-11; veja Atos 13:14-14:22).

Paulo sabia que as aparências deste mundo freqüentemente enganam, pois o servo fiel sofrerá perseguição enquanto os ímpios parecem "prosperar" (3:12-13; veja Salmos 73; 94). Porém, a confiança do servo fiel deveria ser no Senhor e não nas aparências deste mundo.

Firmeza pela palavra (3:14-17). Mais importante ainda do que o bom exemplo de Paulo, Timóteo teve à sua disposição a coisa mais útil na luta contra a corrupção dos homens. Mesmo antes de conhecer o apóstolo, Timóteo havia aprendido a confiar nas "sagradas letras" de Deus (3:14-15).

A palavra inspirada do Senhor foi feita justamente para preparar os seus servos. Instruindo e corrigindo, ela dá ao homem tudo que ele precisa para fazer "toda boa obra" de Deus (3:16-17). O servo fiel, inteirado e confiante na palavra do Senhor, terá toda a preparação necessária para lidar com qualquer dificuldade deste mundo. Tempos difíceis certamente sobrevirão. É preciso hoje homens como Paulo e Timóteo, que confiam plenamente na palavra, e que têm a coragem de ensiná-la em verdade, temendo mais a Deus do que aos homens (veja Mateus 10:28).

Prega a Palavra = 2 Timóteo 4:1-22

Cumpre o ministério (4:1-8). Nestas cartas para Timóteo, Paulo tem enfatizado a importância da pregação da sã doutrina (veja 1 Timóteo 1:3-7, 18-20; 4:1-3; 6:3-5; 2 Timóteo 1:13; 3:1-9). Este serviço é para Deus e não para homens, pois Deus é quem julgará a todos (4:1). Portanto, observemos algumas considerações importantes do trabalho de evangelista:

·         "Prega a palavra" (4:2): deve-se pregar a palavra de Deus, e não as idéias dos homens. Somente a palavra de Deus é suficiente para corrigir, repreender, e exortar pessoas para salvação (veja 2 Timóteo 3:16-17).

·         "Quer seja oportuno, quer não" (4:2): por causa da certeza do julgamento de Deus, ser pregador do evangelho da salvação é um trabalho de urgência (veja Atos 17:30-31). Portanto, o evangelista deve pregar a palavra em todo lugar e sob todas as condições.

·         "Pois...não suportarão a sã doutrina" (4:3-5): é necessário sempre pregar a verdade do evangelho justamente porque muitos não a pregam. Alguns procuram atualizar o evangelho para que este seja mais agradável aos ouvintes. A Bíblia, porém, ensina que a palavra de Cristo julgará a todos no último dia (veja João 12:48), e que qualquer mudança trará somente a condenação (2 João 8-11).

A vida de Paulo é um exemplo notável deste trabalho. Encarando a certeza de sua morte (4:6), ele reflete com confiança sobre seu serviço ao Senhor. Combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé, exatamente como ensinou Timóteo a fazer (4:7; veja 1 Timóteo 1:18; 2 Timóteo 2:3-7; 1:13-14).

Todos aqueles que amam a vinda de Cristo estarão se preparando e preparando outros, com a pregação do evangelho puro, para que possam receber o galardão de Deus (4:8).

Considerações finais (4:9-22). Paulo mostra seu desejo de ver Timóteo e diz que todos, exceto Lucas, foram embora (4:9-11, 21). Alguns foram pregar em outros lugares (4:10-12).
Outros abandonaram Paulo na sua hora de aflição (4:10,16). Antes, Paulo chamou Demas de "cooperador" (Filemom 24), mas agora, vê que os interesses dele são do "presente século" e não das coisas do Senhor ( 2Timóteo 2:4). Alexandre resistiu fortemente à palavra que Paulo pregava (4:14-15). Mesmo assim, Paulo não desfaleceu, porque o Senhor permaneceu fiel (4:17-18). Se o nosso foco for o Senhor e a sua palavra, o trabalho do evangelho sempre continuará.

A carta termina com a tradicional troca de saudações entre irmãos fiéis (4:19-21), e com os desejos de Paulo pela graça e a presença do Senhor para com Timóteo (4:22). O amor do Senhor e dos servos fiéis deve motivar o evangelista a pregar para que outros possam se converter a Deus.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS


BIBLIOGRAFIA



 APROVADOS POR DEUS EM CRISTO JESUS

Texto Áureo = “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (2 Tm 2.15)

Verdade Prática = O obreiro aprovado por Deus tem as marcas do Senhor Jesus Cristo.

LEITURA BÍBLICA = 2 TIMÓTEO 2: 1-18

INTRODUÇÃO

SEJA INFLEXÍVEL NO ZELO PELA VERDADE, 2.1,2

No capítulo 1, Paulo mencionou o fracasso de alguns homens na devoção ao evangelho e, colocando em contraste, falou da lealdade infalível de Onesíforo. Tendo formado este contexto, ele direciona sua exortação a Timóteo: Ti, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus (1). O tom do tratamento inicial do capítulo é enfático, mal aparecendo na tradução. Kelly oferece esta opção tradutória: “Cabe a ti, então, meu filho, ser forte”. Paulo lembrou Timóteo da ordenação, dos votos assumidos e do exemplo de maior dedicação que o próprio apóstolo está lhe mostrando. Agora chegou a vez de o jovem mostrar o valor que nele há e, por seu turno, dar exemplo semelhante de consagração abnegada à tarefa cristã, O dia do apóstolo está quase no fim; mas a presente época pertence a Timóteo, e a mensagem cristã está, para o bem ou para o mal, em suas mãos. Não em si mesmo, porém, nem na própria força ele conseguirá desempenhar a tarefa. Só pela graça de Deus ele será leal à sua missão.

Além disso, Paulo está olhando muito à frente do período em que Timóteo for o guardião da mensagem de. salvação. O jovem também tem de cuidar da integridade futura deste grandioso depósito da verdade: E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros (2). Em sentido literal, Timóteo recebeu a mensagem do apóstolo. Fora ele que declarara a verdade relativa a Jesus para a família de Timóteo, resultando em três gerações de seguidores de Cristo. Mas Timóteo também testemunhara a pregação missionária de Paulo em numerosas situações — experiência que muito deve ter aumentado seu conhecimento do evangelho.

Além disso, o apóstolo, auxiliado por outros pastores da igreja, ordenara Timóteo para a obra do ministério. Não há que duvidar que nesta ocasião fora colocada uma missão séria no coração do jovem. Nada disso fora feito às escondidas, mas entre muitas testemunhas.

Há suficiente razão para concluirmos que o apóstolo tinha todas estas informações em mente quando falou do que de mim.., ouvis- te. E agora Paulo o admoesta a transmitir o que recebeu a homens fiéis, os quais, por sua vez, os transmitirão a outros com toda a pureza e poder originais.

E verdade séria e tremenda que a mensagem salvadora que trouxe tais riquezas espirituais à nossa vida tenha vindo de inumeráveis gerações de crentes que nos prece- deram. E nossa responsabilidade garantir sua autenticidade, mantê-la intacta e passá-la adiante aos que vierem depois de nós, sem lhe diminuir a riqueza, pureza e poder.

Nem é preciso dizer que este ideal não foi atingido em todas as ocasiões. O resultado é que a mensagem cristã às vezes fica diluída ou é poluída, requerendo que em toda geração haja a restauração da glória e poder primitivo do evangelho. Este poder surpreendente de auto-renovação na mensagem cristã é uma das maravilhas e glórias do evangelho.

SEJA BOM SOLDADO DE JESUS CRIST0, 2.3,4

De que forma o líder cristão pode se condicionar para esta tarefa? A resposta de
Paulo está nestes versículos. Sofre, pois, comigo (“suporte comigo”, NVI), as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo (3). Aqui e nos versículos seguintes, o apóstolo se serve de três analogias: o soldado, o atleta e o agricultor. A analogia militar é a favorita de Paulo, não porque ele fosse de mente militar, mas porque no império romano era comum as pessoas verem soldados, e, mais ainda, porque a vida de soldado era uma analogia esplêndida para a vida cristã.

Infelizmente, nós também estamos familiarizados com as exigências impostas no soldado. Servir nesta atividade rigorosa requer um extensivo condicionamento físico. Todos que passam pelo campo de treinamento de recrutas sabem como é dificil fortalecer o corpo ao ponto em que a força seja igual às exigências requeridas. Mas é necessário algo comparável a isso para o cristão, sobretudo para o ministro. Sofre.., as aflições, diz Paulo. Aceite as dificuldades, privações e perigos com um espírito submisso como parte da tarefa de soldado no exército de Cristo.

O apóstolo amplia esta analogia no versículo 4: Ninguém que milita se embaraça com negócio desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.

Seria difícil achar analogia mais adequada que esta para a consagração exigida do cristão. Quando o indivíduo se tornar soldado, ele é separado da sociedade, com a qual esteve familiarizado por toda a vida, e apresentado a uma comunidade nova e altamente especializada.

Ele é despido de roupas próprias e vestido com um equipamento fornecido pelo governo. Suas idas e vindas são feitas unicamente sob ordens ou com permissão expressa. Dorme onde lhe dizem para dormir e come o que lhe for dado. Na verdade, sua vida está à disposição do governo; caso surja ocasião, ele pode ser considerado sacrificável por motivos estratégicos.

Essa é a consagração de alguém alistado para a guerra; em cada detalhe, temos um paralelo total à vida do crente inteiramente entregue a Cristo. O soldado não pode dar baixa a qualquer momento, por mais desejável que seja. Ele não é de si mesmo, mas pertence a outrem.

RECOMPENSAS GERADAS PELA FIDELIDADE, 2.5-7

No versículo 5, Paulo passa para a analogia do atleta: E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente. Esta declaração revela vividamente outro dos interesses de Paulo: a bravura física. O apóstolo tinha em mente os Jogos Olímpicos da Grécia antiga. Isto era algo obsessivo no mundo antigo, onde cada cidade tinha um estádio e as competições atléticas eram a ordem do dia. Esta tradução do versículo torna o significado mais claro: “Semelhantemente, nenhum atleta é coroado como vencedor, se não competir de acordo com as regras” (NVI; cf. AEC, BAB, BJ, BV, CH, NTLH, RA).

Isto significa as regras estipuladas para determinado jogo ou competição atlética. Mas é provável que haja um significado mais amplo. Como destaca Scott: “E a preparação para a competição que está em discussão e não a competição em si. O atleta não tem chance de vitória a menos que obedeça a certas condições prévias; ele tem de passar pelo treinamento necessário e limitar-se a determinada dieta. Como o soldado, ele precisa deixar tudo com o único objetivo de ganhar a disputa”.

A terceira das analogias de Paulo é o agricultor: O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos (6). Para fazer a colheita, o agricultor tem de se consumir no trabalho, preparando a terra, semeando a semente, vigiando contra secas e pragas, até finalmente gozar dos frutos do seu trabalho. Com essas analogias, Paulo quer dizer uma coisa só. Pois, quer seja a expectativa do soldado em obter a vitória final, a visão do atleta em receber a coroa ou a esperança do agricultor em fazer a colheita, “cada um se submete à disciplina e labuta por causa da glória que haverá”.

O apóstolo deseja que Timóteo entenda em que ele está insistindo: Considera o que digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo (7). Por advertência, aviso, exortação e, agora, por analogia, Paulo detalhou o tipo de dedicação que ele espera do seu jovem assistente. “Reflete no que eu digo”, diz o apóstolo, “e confia em Deus que te dará sabedoria e orientação” (cf. BAB, BV, CH, NTLH, NVJ, RÃ).

PELA MORTE PARA A VIDA, 2.8-13

1. O Exemplo de Nosso Senhor (2.8-10). No empenho do apóstolo em encorajar e inspirar Timóteo a se dar sem reservas à tarefa de liderança cristã, Paulo culmina seu apelo destacando o Senhor Jesus: Lembra-te de que Jesus Cristo, que é da descendência de Davi, ressuscitou dos mortos, segundo o meu evangelho (8). O Mestre santo é o exemplo supremo de devoção, ao qual Timóteo é exortado a imitar.

A descendência de Davi é expressão que mostra a verdadeira identidade de Cristo Jesus com nossa raça humana. A tônica aqui está no “homem Cristo Jesus”. Mas junto com o reconhecimento da humanidade de nosso Senhor está o fato glorioso da sua ressurreição. Como ressalta Barclay: “O tempo do verbo grego que Paulo usa não implica num ato definido no tempo, mas num estado contínuo que dura para sempre. Paulo não está dizendo a Timóteo apenas: ‘Lembra-te da ressurreição de Jesus em si’; mas: ‘Lembra-te de Jesus para sempre ressuscitado e para sempre presente; lembra-te do teu Senhor ressurreto e sempre presente“.

Estas palavras do apóstolo relembram a passagem de Romanos 1.3,4: “Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos — Jesus Cristo, nosso Senhor”. C. H. Dodd acredita que nesta passagem em Romanos “Paulo está citando quase que exatamente uma confissão comum de fé”.

Aqui em 2 Timóteo, o versículo que estamos analisando também poderia ser um trecho de um credo antigo e bem conhecido. A frase — segundo o meu evangelho — dá o autêntico tom paulino à oração gramatical.

Fora a lealdade inabalável do apóstolo a este evangelho que o levara à sua atual
situação difícil: Pelo que sofro trabalhos e até prisões, como um malfeitor; mas a palavra de Deus não está presa (9). A palavra grega traduzida por malfeitor quer dizer, literalmente, “criminoso comum” (cf. BV, NTLH). E a palavra usada em Lucas
23.32,33,39 para descrever os malfeitores que foram crucificados juntos com Jesus.

A tradução de Phillips deixa o texto claro: “Por pregar isso, tenho de suportar a condição de algemado nesta prisão, como se fosse alguma espécie de criminoso” (CII). Mas embora o apóstolo estivesse preso, a palavra de Deus não está. Paulo descobrira esta verdade gloriosa no seu primeiro aprisionamento, quando relata que “as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho” (Fp 1.12). Não há dúvida de que o seu segundo encarceramento fora mais severo que o primeiro, contudo o evangelho ainda estava livre. Como diz Moffatt: “Não há prisão para a palavra de Deus”.

O apóstolo alcançou o ponto em que ele está disposto a suportar tudo sem se queixar de qualquer sofrimento que lhe ocorra pela causa de Cristo: Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna (10). E o “amor ao povo escolhido de Deus” (NTLH) que capacita Paulo a continuar com coragem e firmeza. Os versículos 11 e 12 deixam claro que os escolhidos podem manter sua posição diante de Deus somente nas condições estipuladas. No primeiro aprisionamento, escrevendo aos crentes filipenses, Paulo disse: “Já aprendi a contentar-me como que tenho” (Fp 4.11).

Agora ele está em posição de pôr em prova mais severa sua submissão total à vontade de Deus. No sofrimento triunfante dos seguidores de Cristo, ele vê também certa extensão do sofrimento redentor de nosso Senhor. O seu exemplo de devoção máxima pode contribuir para a salvação dos outros.

2. Cristo é Completamente Confiável (2.11-13). Palavra fiel é esta (11). Estes dizeres ocorrem repetidamente nas Epístolas Pastorais (cf. 1 Tm 1.15; 3.1; 4.9; Tt 3.8). Em geral, essa expressão introduz o fragmento de um credo, ou o trecho de uma oração litúrgica, ou o pedacinho de um hino. Os versículos 11b a 13 foram tirados de um hino que, sem dúvida, era bem conhecido por Timóteo e a igreja efésia. Se morrermos com ele, também com ele viveremos. E lógico que o apóstolo não está pensando na morte pelo martírio. Em outras passagens, particularmente em Romanos 6.1-11, Paulo desenvolve a doutrina mística de morrer com Cristo na morte ao ego e pecado, que leva à nova vida em Cristo.

O texto: “Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos” (Rm 6.8), está refletido quase exatamente em 2 Timóteo 2.11. Essa morte é simbolizada no rito do batismo cristão (Rm 6.3); mas leva a tal identificação mística e espiritual com nosso Senhor que, de certo modo, tomamos parte nos seus sofrimentos. Esta conseqüência Paulo reverbera no versículo 12: Se sofrermos, também com ele reinaremos. Por sofrimento, Paulo queria dizer suportar os sofrimentos por causa de Crista, como era o que lhe acontecia.

Mas o prospecto de reinar com Cristo mais que compensa a dor que se tenha de suportar. Certos intérpretes vêem o prospecto de reinar com Cristo como reflexão da “esperança cristã primitiva de que, quando Cristo voltar em glória para reinar (1 Co 15.24,25), os santos que tiverem sofrido com paciência se assentarão em tronos ao lado dele (Ap 5.10)”.’ Mas também significa quase tão apropriadamente que teremos a alegria rara de tomar parte no Reino de Cristo.

Há neste hino uma nota trágica que não devemos negligenciar: Se o negarmos, também Ele nos negará; se formos infleis, Ele permanece fiel; não pode negar- se a si mesmo (12,13). Se sob a pressão das adversidades a pessoa renegar Cristo, sua falta de fidelidade só pode resultar em ser ela mesma renegada.

Nosso Senhor disse outro tanto em Mateus 10.33: “Qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus”. Mas uma nota de esperança é injetada nesta passagem que lida com avisos e julgamentos. Se formos infiéis (13); mesmo para tal indivíduo ainda resta esperança, pois Cristo permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo (13). Não há limite à compaixão divina e não há pecado terrível demais que o sangue não purifique. Tal é a magnitude da misericórdia de Deus.

COMO LIDAR COM OS FALSOS MESTRES, 2.14-19

1. O que Promover (2.14,15). Traze estas coisas à memória (14). As pessoas precisam ser lembradas constantemente das coisas que já sabem, mas correm o risco de esquecer ou negligenciar. E óbvio que Paulo está pensando na verdade que foi sua missão de vida proclamar; a responsabilidade que agora está em grande parte nas mãos de Timóteo. O pastor fiel terá de ser, por necessidade, um tanto quanto repetitivo nos destaques do seu ministério.

Há muitas verdades importantes que só podem ser ensinadas pelo método “mandamento sobre mandamento, mandamento e mais mandamento, regra sobre regra, regra e mais regra”. Paulo já havia exortado o jovem nesse sentido, e o que ele está dizendo agora é: “Continue a lembrar essas coisas a todos” (NVI; cf. BV, Cm; mantenha o bom trabalho.

Paulo fica mais explícito, revertendo a um tema que já tratara em 1 Timóteo 1:
Ordenando-lhes diante do Senhor que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam e são para perversão dos ouvintes (14). O apóstolo está expressando novamente sua preocupação sobre a conduta dos autodenominados mestres na igreja efésia, cujas táticas promoviam controvérsia, amargura e divisão. Tal conduta teria o efeito de semear discórdia entre irmãos (cf. Pv 6.19). Isto “somente desmoraliza os ouvintes”, como traduz Kelly as palavras: são para perversão dos ouvintes.

Paulo então trata Timóteo diretamente acerca do ministério deste: Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade (15). Sobre a frase procura apresentar-te a Deus aprovado, esta tradução mostra o verdadeiro significado: “Esforça-te arduamente em te mostrar digno da aprovação de Deus” (NEB). Isto tem a ver com as horas gastas no tipo de trabalho intelectual que é indispensável ao verdadeiro sucesso ministerial; mas também diz respeito à postura de ardor incansável que deve caracterizar a atitude do ministro para com sua missão.


Scott vê nas palavras a Deus aprovado referência velada ao julgamento final, quando Timóteo enfim terá de prestar contas. A palavra grega traduzida por obreiro quer dizer, basicamente, trabalhador agrícola; por isso, as palavras que maneja bem são traduzidas pela expressão “que ara um sulco reto” (NEB). Mas seja qual for a imagem exata que a passagem queira mostrar, está claro que o apóstolo se preocupa que a Palavra de Deus seja submetida a exegese sadia e seu significado correto seja apropriadamente averiguado. Nada é mais essencial que isto para o manejo reverente da verdade bíblica.

2.0 que Evitar (2.16-18). Mas evita os falatórios (“as conversas vazias”, BAB) profanos (“mundanos”, NASB), porque produzirão maior impiedade (16). Esta é linguagem idêntica a 1 Timóteo 6.20 (ver comentários ali). Paulo está denunciando novamente os falsos mestres que vinham promovendo dissensão na igreja de Efeso. Eles estavam fazendo a obra de Satanás, e a familiaridade fingida que mostravam ter com a verdade oculta tinha o efeito de profaná-la. O curso de ação de Timóteo deveria ser evitar tais ensinos. Nenhum acordo pode ser feito com o erro.

Esses falatórios “levam cada vez para mais longe do viver cristão” (OH), quer dizer,
promovem a vida ímpia. O versículo 17 enfatiza a virulência de tais ensinos: E a palavra desses roerá como gangrena; entre os quais são Himeneu e Fileto. A palavra seria o “ensino” (NVI) desses falsos líderes. O termo gangrena também é traduzido por “câncer” (AEC, NVT, RÃ); ao passo que Phiflips emprega a frase: “Pois os ensinos deles são tão perigosos quanto a gangrena para o corpo e espalham-se como pus de uma ferida” (OH). Eis um perigo mortal cuja ameaça não deve ser mal avaliada. Paulo nomeia dois indivíduos em particular que se ocupavam em propagar esta infecção moral e espiritual: Himeneu, com quem já nos encontramos em 1 Timóteo 1.20 (além destas duas referências nada mais sabemos sobre ele); e Fileto, que encontramos aqui pela primeira e única vez.

O versículo 18 nos mostra a única indicação sobre a natureza do erro pertinente a essas pessoas: Os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns. Scott sugere dois possíveis significados para esta referência. “A idéia”, diz ele, “pode ter sido que esta mesma vida, na qual a alma renascia de alguma vida e morte anteriores, era a verdadeira ressurreição.

Ou, mais provavelmente, eles interpretavam a doutrina cristã num sentido puramente espiritual; considerando que pela fé em Cristo os homens entram na vida imortal, a ressurreição não virá depois da morte, mas já aconteceu.”6 A doutrina da ressurreição era o ponto mais sensível no ensino cristão. Denotava o triunfo de Cristo sobre a morte e, por analogia, representava a nova vida em Cristo que os crentes batizados desfrutam.
Era também símbolo da esperança que o cristão tinha da vida eterna. Não deve haver adulteração com verdade tão vital como esta; daí a denúncia extrema à qual o apóstolo submete o ensino errôneo.

3. A Fundação Segura da Verdade (2.19). O apóstolo não se prende a melindres quando se trata da estabilidade e segurança da igreja de Cristo, como demonstra nitidamente o versículo 19: Todavia, o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade.

A analogia de um edifício ou templo fora, por muito tempo, a favorita de Paulo para apresentar a doutrina da igreja. O fundamento pode ser interpretado de maneiras diversas: refere-se à igreja como um todo ou aos membros experimentados e verdadeiros da congregação efésia. Em comparação com este fundamento robusto e resistente, os falsos mestres eram uma minoria instável.

De acordo com a analogia de um edifício e sua fundação e base devidamente chumbados, o apóstolo vê que o fundamento de Deus tem dois selos. Um selo, inspirado em Números 16.5, diz: O Senhor conhece os que são seus. Diante da rebelião de Corá, Moisés proclamou com estas palavras que Deus conhece e identifica os que são seus e, desse modo, defendeu a liderança de Moisés. Talvez Paulo tivesse em mente que Deus semelhantemente defenderia a liderança do apóstolo nesta situação em Efeso.

O segundo selo qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade—não é citação exata de passagem do Antigo Testamento. É, porém, tão semelhante a Números 16.26, que temos justificativa em pensar que Paulo tinha em mente esta situação antiga quando tratou do problema efésio. Rolston resumiu muito bem a significação dos selos quando escreveu: “A primeira marca do obreiro aprovado é a pureza doutrinária, o manejo reto da palavra da verdade; a segunda marca é a pureza de vida”. Estes dois testes de autenticidade nunca devem ser separados.

ENSINE A VERDADE EM AMOR E PACIÊNCIA, 2.20-26

1. Vasos para Honra (2.20,21). O apóstolo ainda está pensando na situação confusa que prevalece em Éfeso. Havia o núcleo sólido e excelente de pessoas dedicadas, cuja devoção é pincelada em cores mais vívidas pela deserção dos poucos dissidentes: Ora, numa grande casa não somente há vasos (“utensílios”, BAB, RA) de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra (20). Esta analogia não é de um edifício, mas de uma casa aparelhada com vasos honrosos e desonrosos, ou “caros” e “baratos” (BV).

A analogia é longe de ser perfeita, pois numa grande casa há lugar para utensílios baratos e caros; mas na igreja, conforme Paulo via a questão, não havia lugar para esses faladores de conversas vazias e mundanas (16). Não obstante, a intenção do apóstolo é clara, e o versículo 21 a toma inconfundível: De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra.

Existe um elemento de incerteza em torno do significado das palavras destas coisas. Pelo visto, essas coisas são os utensílios baratos e desonrosos que há nas grandes casas, embora Paulo, indubitavelmente, ainda tenha em mente os falsos mestres, a quem Timóteo é avisado a evitar.

Ser purificado dessas coisas é ser vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra (21). Temos aqui uma série de frases com uma história nobre e lugar seguro na tesouraria devocional da igreja. Ser santificado é ser dedicado para uso santo e limpo de contaminação. Ser idôneo para uso do Senhor é frase que enfatiza o privilégio extraordinário de os fiéis de Deus serem usados em tarefas santas.

À primeira vista, preparado para toda boa obra é expressão quase extravagante. O apóstolo, falando sob inspiração do Espírito, nos coloca nas alturas para termos uma visão panorâmica da possibilidade gloriosa, a fim de que, pelo milagre da graça, os filhos de Deus estejam preparados para toda tarefa que ele os designar. O prospecto anunciado é quase de tirar o fôlego de tão maravilhoso!

2. A Conduta de um Mestre (2.22-26). O versículo 22 menciona de novo que Timóteo ainda é jovem, com as tremendas potencialidades da mocidade, mas também com os perigos da mocidade a enfrentar, contra os quais ele deve ser fortalecido: Foge, também, dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, a caridade (“o amor”, ACF, AEC, BAB, NVI, RÃ) e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor (22).

A primeira frase do versículo oferece estas opções tradutórias: “Vire as costas para os desejos turbulentos da mocidade” (CH); “desvia-te dos impulsos inconstantes da juventude” (NEB); “foge das paixões juvenis” (Barclay; cf. ACF, BAB, BJ, NTLH, RÃ). Timóteo, ao que parece, estava chegando aos 40 anos de idade, não tendo necessidade de tal advertência. Contudo, Satanás não faz acepção de pessoas, não mais que Deus.

Por ocuparem posição de destaque na igreja, os líderes de Deus tornam-se alvos de Satanás; pôr conseguinte, precisam redobrar a vigilância contra os ardis satânicos. O apóstolo sabia que a melhor defesa contra os ataques demoníacos é estar devidamente preparado para o melhor de Deus.

Segue a justiça, a fé, a caridade e a paz (22), ou, como traduz Moffatt, “almeja a integridade, a fidelidade, o amor e a paz”. E nesta busca zelosa e cristã temos de nos considerar um com os filhos fiéis de Deus, seja onde for que eles estejam — um com os que, com um coração puro, invocam o Senhor (22).

Nestes versículos (22-26), Paulo retoma às suas advertências construtivas acerca da conduta pessoal de Timóteo. No versículo 23, ele enfatiza o tato e comedimento que devem caracterizar a liderança do jovem: E rejeita as questões loucas e sem instrução, sabendo que produzem contendas. Ao mesmo tempo em que se recusa a fazer um acordo com o erro, ele tem de evitar um grau de rigor injustificado ao denunciar o erro. Na liderança cristã, não devemos permitir que o zelo pela verdade nos iluda e acabemos nos tomando propensos a discussões.

Não há substituto de um espírito de bondade e amor para lidar com os que se nos opõem. Esta observação está bastante clara no versículo 24: E ao servo do Senhor não convém contender (ou “brigar”, BJ, NVI; cf. CH, NTLH), mas, sim, ser manso (ou “brando”, AEC, RÃ; “amável”, BAB, NVI) para com todos, apto para ensinar, sofredor (ou “paciente”, AEC, BAB, NTLH, NVI, RÃ).

Que agrupamento fascinante de virtudes cristãs! E a lista prossegue no versículo 25: Instruindo com mansidão os que resistem. O verdadeiro propósito da ação disciplinar não é apenas defender a verdade, mas recuperar para a comunhão de Cristo as pessoas que se desviaram por causa dos falsos ensinos: A ver se, porventura, Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em cuja vontade estão presos (25,26).

O infortúnio que sobrevém a esses falsos mestres não é somente ignorância e uma determinação voluntariosa em propagar a falsidade; pois é igualmente verdade que eles foram enganados e são enganados por Satanás. Foram vítimas dos laços do diabo e são seus cativos. Deus deseja ardentemente recuperá-los e salvá-los; ele aspira conceder-lhes o arrependimento para conhecerem a verdade. O ministro de Jesus tem de manter aberta a porta do arrependimento e esperança a fim de que essas pessoas voltem para a casa do Pai.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRFIA

Comentário Bíblico Volume 09 -  Beacon As Epistolas Pastorais


APROVADOS POR DEUS EM CRISTO JESUS

Texto Áureo = “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (2Tm 2.15)

Verdade Prática = O obreiro aprovado por Deus tem as marcas do Senhor Jesus Cristo.

LEITURA BICAL = 2 TIMÓTEO 2: 1-18


INTRODUÇÃO

Dificilmente poderemos encontrar um discipulado tão abrangente e eficaz quanto o que Paulo conseguiu desenvolver na vida de Timóteo. Hoje, em grande parte das igrejas, já se dá mais valor ao discipulado. Sem dúvida, somente através de uma integração de um novo convertido no seio da igreja local, visando à consolidação de sua fé cristã, é que se pode dizer que a missão evangelizadora está sendo bem-sucedida. Os resultados de um discipulado eficaz só podem ser observados na vida dos que permanecem firmes, servindo ao Senhor com alegria e segurança espiritual. Evangelizar é a missão da Igreja, Discipular é tarefa do maior significado na igreja local.

Jesus não mandou apenas evangelizar, ou proclamar as Boas-Novas de Salvação. Mas ordenou: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!” (Mt 28.19,20 — grifo nosso). O verbo ensinar, nesse texto, tem o sentido de “fazer discípulos de todas as nações”, ou de todas as etnias, especialmente, ou entre os gentios. O ensino doutrinário cristão inclui o rito do batismo em águas, que é a confirmação exterior da conversão de uma pessoa. Por isso, Jesus exortou a que seus discípulos ensinassem as nações a guardar todas as coisas que ele havia mandado.

Com essa visão abrangente acerca do discipulado eficaz, Paulo teve esmero no cuidado com a vida espiritual e moral de Timóteo, Ele não se contentava em ver Timóteo apenas como um mensageiro, entregador de suas cartas nas igrejas por ele fundadas. Porém, almejava, e conseguiu, ver no jovem obreiro, um verdadeiro evangelista, um ministro do evangelho (cf. 2 Tm 4.5).

No trecho da carta, estudado neste capítulo, vemos que ele faz ligação com a seção anterior, estudada no capítulo antecedente, quando o apóstolo declara sua firmeza, na fé em Cristo, dizendo: “Eu sei em quem tenho crido” (2Tm 1.12), e exorta seu discípulo a seguir o seu 
exemplo como obreiro e servo de Deus.

Nesta parte da carta, Paulo, o tutor espiritual de Timóteo, faz uma das mais belas exortações acerca do ministério, dizendo: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2.15). Paulo enviara Timóteo a uma igreja que enfrentava problemas os mais diversos, de ordem espiritual, ética e moral. Ali, em Éfeso, havia falsos mestres e falsos ensinos, que tinham o objetivo de desvirtuar a vida cristã.

Os gnósticos eram divididos em dois grupos basicamente. Uns ensinavam que seria necessário o homem afastar-se das aglomerações humanas, para evitar a contaminação do pecado, e que a carne, ou o corpo, não presta para nada. Só o espírito tinha valor. Eram os ascetas. Com essa visão, surgiram os monges, e os seus monastérios.

Outros eram licenciosos e defendiam a ideia de que, se a carne não presta, deve ser destruída pela prática de atos imorais, de prostituição, de homossexualidade, bebedeiras, e de todo o tipo de depravação, abominável aos olhos de Deus. De uma forma ou de outra, os falsos mestres destilavam esses ensinos heréticos, que contaminaram muitos crentes. Por isso, Paulo enfatizava o cuidado que Timóteo deveria ter para ser um obreiro digno, íntegro, aprovado por Deus, diante da igreja e dos não cristãos.

No final da seção anterior, Paulo escreveu: “Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna. Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos; se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo” (2.10-13).

Para ser aprovado por Deus, o obreiro precisa suportar os sofrimentos, as oposições, os desafios e, acima de tudo, as tentações. Somente com um caráter cristão, íntegro e forjado no relacionamento pessoal com Cristo, é que um ministro do evangelho, em qualquer de suas funções, pode vencer os embates contra a carne, o mundo e o Diabo, que tudo faz para desestabilizar os servos de Deus, especialmente os que detêm posições de liderança nas igrejas locais. Mas Paulo tinha a convicção de que é possivel vencer todos os adversários e todas as coisas que se opõem à vida cristã. Ele afirmou de modo categórico e firme: “Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou” (Rm 8.37).

I- A URGÊNCIA DE SE ACHAR APROVADO POR DEUS

No trecho da carta que antecede a esta seção, Paulo já havia exortado Timóteo quanto à salvação (2Tm 2.20), quanto à necessidade da perseverança nos caminhos do Senhor, bem como com relação à apostasia de muitos que, atraídos pelos falsos ensinos, afastaram-se da verdade do evangelho de Cristo (2 Tm 2.11-13). Por isso, ele diz a Timóteo para trazer “estas coisas à memória” e para não se envolverem em “contendas de palavras, que nada aproveitam e são para perversão dos ouvintes” (2Tm 2.14). Sem dúvida alguma, em Efeso, os falsos mestres apreciavam provocar discussões entre os crentes, visando suscitar dúvidas quanto à sã doutrina.

1. Contendas que Pervertem

É uma das características marcantes dos hereges ou dos apóstatas julgarem-se “donos da verdade”, de terem descoberto “a última revelação” de Deus, segundo suas pesquisas e ensinos deturpados. Normalmente, esses “mestres” são presunçosos, arrogantes e até agressivos. Valem-se da lógica humana, da retórica e das argumentações aparentemente fundadas na Bíblia para impressionar os crentes incautos, que, via de regra, não gostam de estudar a Palavra de Deus. Muitos sequer lêem a Bíblia, e, quando muito, o fazem no momento do culto, em que o dirigente convida para a “leitura oficial”. Depois, fecham o livro sagrado, e só o abrem na próxima semana, no próximo culto.

São diversos os tipos de “contendas de palavras”, que eventualmente surgem no meio cristão ou entre evangélicos e pessoas de outras denominações ou igrejas. Os salvos em Cristo não devem estar em busca de discussões com pessoas de outras igrejas. Mas, às vezes, oportunidades surgem inesperadamente, e muitos não sabem o que dizer ante argumentações que questionam a fé, em especial, a fé pentecostal.

Já vi de perto, e até participei, de discussão entre irmãos presbiterianos ou batistas acerca da doutrina da salvação. Os pentecostais, em geral, entendem que a expiação feita por Cristo na cruz do Calvário foi para todas as pessoas que o aceitam como Salvador. Os irmãos batistas e presbiterianos, em geral, entendem que somente “os eleitos” ou os “predestinados” têm esse direito. Os pentecostais usam versículos bíblicos para fundamentar sua posição.

Os irmãos “calvinistas” também usam a Bíblia para embasarem seus argumentos. Enquanto a discussão é respeitosa, num exercício de afirmação da fé, ou de busca da verdade, é salutar, Mas há ocasiões, em que o confronto torna-se “contendas de palavras, que nada aproveitam e são para perversão dos ouvintes”. Entendemos que, na eternidade, encontraremos tanto “arminianos” quanto “calvinistas” que forem fiéis a Cristo, lá, no céu.

Os falsos mestres são mais numerosos hoje do que nunca. E os servos de Deus precisam estar bem preparados para saber argumentar em defesa de sua fé, firmada na sã doutrina.
Quando surgirem tais “contendas de palavras”, que pervertem, e não levam a lugar nenhum, a melhor coisa é seguir o conselho de Paulo a Tito: “Mas não entres em questões loucas, genealogias e contendas e nos debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs. Ao homem herege, depois de urna e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido e peca, estando já em si mesmo condenado” (Tt 3,9-11).

2. O Obreiro Aprovado

“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2.15). São várias as características marcantes de um “obreiro aprovado” por Deus. No texto, Paulo apresenta duas qualificações que são fundamentais e indispensáveis para essa aprovação.

1) “Que não tem de que se envergonhar”

Era um conselho pessoal a Timóteo, e não propriamente à igreja em que ele se encontrava. Era uma exortação à integridade espiritual e moral, diante de Deus, da igreja local e diante dos homens. Referia-se ao testemunho que um obreiro cristão deve demonstrar, Jesus disse que o cristão é “sal da terra” e “luz do mundo” (Mt 5.13). Ou seja, o crente em Jesus, e especialmente o obreiro, o líder, na obra do Senhor, deve ser referência para o mundo! Em outra carta, Paulo diz que o bispo deve ser “irrepreensível” (1Tm 3.2), de conduta ilibada, que não apresente exemplo negativo de atitude ou ação que desabone sua conduta. O obreiro fiel, além de não se envergonhar do evangelho de Cristo (Rm 1.16), “não tem de que se envergonhar” em sua conduta, em seu procedimento pessoal; não tem o que esconder ou ocultar por ser desonroso em sua vida.

2) “Maneja bem a palavra da verdade”

O verbo manejar tem o sentido de trabalho prático, de manejo, de operacionalidade. Manejar bem quer dizer saber trabalhar um instrumento com eficiência, capacidade e competência. No caso do manejo da Palavra de Deus, por parte do obreiro, remete-nos àquele servo de Deus que sabe usar a palavra no momento certo, e de forma certa. Ao falar para um doente, moribundo, o pregador, o obreiro, o que visita, precisa ter cuidado. O doente espera urna palavra de conforto, mesmo que esteja à beira da morte.

Se o pregador vai falar para pessoas não evangélicas, precisa ter multo cuidado no manejo da palavra. Evangelizar e lançar a rede para pescar “os peixes” do inundo para Cristo.
Alguns pregam muito, mas não sabem alcançar o coração dos ouvintes, na unção do Espírito Santo e apenas emitem imprecações duras contra quem os ouve.

Além de exortar Timóteo a ser um obreiro aprovado, Paulo recomendou que ele evitasse es “falatórios profanos”, que produziriam “maior impiedade” (2 Tm 2.16). E cita os nomes de dois falsos mestres, chamados “Himeneu e Fileto”, pois, segundo ele, a palavra desses homens era tão má que haveria de roer “como gangrena” (2Tm 2.17,18).

A gangrena é uma enfermidade que destrói a carne de uma parte do corpo físico. A heresia destrói o “tecido” espiritual da igreja, causando uma espécie de “necrose” espiritual. Além disso, esses falsos mestres, que já tinham sido cristãos, “se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns” (2Tm 2.19). Essa dupla era terrível. E fizeram escola, pois, em muitas igrejas, nos dias atuais, há muitos discípulos deles.

Há muita gente se dizendo cristã, “discípulo”, “levita” e até pastores e pastoras, totalmente desviados dos caminhos do Senhor, Vimos em uma rede social duas “pastoras” lésbicas dizendo que a Bíblia que elas usam é a mesma usada pelos heterossexuais.

Estão pervertendo muitas pessoas, por usarem a Palavra de Deus para justificar o que Deus abomina. São da mesma estirpe de Himeneu e Fileto. Mas Paulo diz a Timóteo: “Todavia, o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade” (2Tm 2.19). A condenação desse tipo de “crente” será maior ainda, pois estão usando a Palavra de Deus para justificar seu estilo de vida condenado pelo Senhor.

II- DOIS TIPOS DE VASOS

O apóstolo Paulo, homem de muita erudição, poliglota e profundo conhecedor da cultura de sua pátria e de outros povos, conhecia bem os costumes de seu tempo. Ele fazia uso abundante de metáforas, ou figuras de linguagem, para melhor expressar seu pensamento fértil. Depois de exortar Timóteo a precaver-se ou afastar-se dos falsos ensinadores, Paulo usa a figura dos utensílios que existem numa casa, normalmente, em residência de pessoas ricas ou abastadas. E indica dois tipos de “vasos”. “Ora, numa grande casa não semente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra” (2Tm 2.20). “Grande casa” era o tipo de residência de homens ricos.



1. Vasos de Honra e Desonra.

Paulo se referia ao uso de “vasos de ouro e de prata”, que eram usados pelos donos da grande casa , em ocasiões especiais, quando havia convidados de honra, corno o texto sugere, diferentes em sua natureza dos vasos “de pau e de barro”, que tinham menos valor. Há intérpretes das Escrituras que diferem em suas explicações sobre esses dois tipos de vaso, e sua aplicação à Igreja do Senhor Jesus, mais particularmente, na igreja local. Quem seriam os vasos “para honra”, ou vasos de honra? Pensamos que é razoável entender que, na “grande casa”, figura da Casa do Senhor, há vasos de honra, que são os crentes fiéis, santos, os quais são usados por Deus para honra e glória do seu nome.

Os vasos “de pau e de barro” têm menos valor que os vasos de metais preciosos, acima referidos. Tanto os vasos mais caros (de ouro e de prata) como os menos valiosos, de pau e de barro, em principio, têm utilidade numa casa. Mas, ao que tudo indica, Paulo queria advertir a Timóteo da existência dos falsos mestres, comparados a “vasos para desonra”, e os verdadeiros mestres, que seriam vasos “para honra”. Entendemos que a figura pode aplicar-se não só aos líderes, ou mestres no ensino da Palavra. Ela pode ser aplicada aos membros do Corpo de Cristo, ou à Igreja, em sua amplitude. Os crentes fiéis, comprometidos como Senhor Jesus, sao vasos de honra , enquanto os vasos para desonra são o crentes infiéis, que causam problemas e escândalos na Casa do Senhor.

Há comentaristas que evitam a comparação dessa metáfora com a parábola do trigo e do joio, na qual Jesus explica que o “trigo” são os crentes salvos, verdadeiros, sinceros, os “filhos do reino”, que são colhidos para o celeiro de Deus; e que o “joio” são os falsos crentes, os “filhos do maligno”, que têm aparência de cristãos, mas são falsos, e serão lançados no fogo, no Juízo Final ver Mt 13.24-30 e Mt 13.36- 43). Porém, a analogia é válida, a nosso ver, pois demonstra a natureza dos que são fiéis e dos que são infiéis na casa de Deus.

2. Desejos Ilícitos da Mocidade

No texto, o apóstolo insere uma advertência para a vida pessoal de Timóteo. Paulo sabia que Timóteo poderia ser alvo dos ataques perniciosos na área das tentações carnais. Ele não estava imune ao assédio do Maligno, por meio dos convites e insinuações perigosas perpetradas pelos agentes do Diabo contra os jovens cristãos. Sendo solteiro, Timóteo certamente era visado por mensageiros e mensageiras do Diabo para a prática do sexo ilícito.

“Foge, também, dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, a caridade e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor” (2Tm 2.22).

Gordon Fee não entende dessa forma. Acha que “os desejos da mocidade”, dos quais Timóteo deveria fugir, seriam as “paixões voluntariosas da mocidade, que às vezes ama as novidades, as discussões insensatas e as ‘contendas de palavras’ que com frequência levam a brigas”.’ No nosso entender, Paulo se refere aos “desejos” ilícitos da mocidade, principalmente na área da sexualidade.

Essa solene exortação de Paulo é de grande valor e oportunidade, nos dias presentes. A juventude cristã está sendo prejudicada de forma muito acentuada no que concerne à pureza de pensamentos e na área do sexo. A filosofia liberalista e o relativismo têm causado grande estrago no meio dos jovens evangélicos. As redes sociais, os sites de relacionamento e de entretenimento oferecem espaço livre para a interação sexual virtual e pornográfica.

Muitos jovens (e adultos) têm sido laçados pelas redes da fornicação, adultério e prostituição virtual. Há uns quinze anos, pesquisas indicavam que 50% dos jovens evangélicos praticavam o sexo antes dc) casamento, Hoje, as pesquisas dão conta de que esse percentual tem aumentado significativamente. A organização Christian Mingle, dos Estados Unidos, constatou que 63% dos solteiros praticam sexo antes do casamento. No Brasil, há pesquisas não oficiais que indicam que esse índice alcança 57% dos jovens evangélicos. Talvez seja muito mais.

Mesmo que esses índices possam sofrer ajustes, indicam que grande parte da juventude evangélica não valoriza a virgindade, como indicador de pureza moral. E isso é preocupante, pois, ainda que não haja um versículo bíblico explicitamente dizendo que não se deve fazer sexo antes do casamento, há inúmeras referências bíblicas que indicam que o sexo antes do casamento é fornicação. Paulo mesmo tem escritos nesse sentido. (Ler 1Tm 1.10; 1 Co 5.1; Ap 21.8).

O casamento é uma aliança entre um homem e urna mulher que decidem unir-se pelos laços do matrimônio. É instituição divina, criada por Deus, no princípio de todas as coisas, ao criar o homem. Deus não uniu dois adolescentes, ou dois jovens, mas um casal, com todas as potencialidades mentais e físicas para o relacionamento conjugal, visando formar uma família e perpetuar a espécie humana.

Mais da metade dos solteiros cristãos fazem sexo antes do casamento. Disponível em http://noticias.golpelprime.com.br/pesquisas. Acesso em 10 de fevereiro de 2015,

Mais grave ainda é o envolvimento de jovens cristãos, rapazes e moças, com a homossexualidade. Tem aumentado, e muito, o número de homossexuais nas igrejas evangélicas. A falta de ensino sobre o assunto, com fundamento seguro na doutrina bíblica; o relacionamento de jovens com homossexuais; o relativismo social, que considera a prática homossexual algo normal e ate desejável , a forma mais pura de amor”, no dizer de alguns ativistas; a influência perniciosa das novelas, dos senados, dos filmes e de outros programas na televisão, constituem poderoso estimulo satânico à prática homossexual.

Há igrejas de homossexuais, em que “pastores” e “pastoras” usam a Bíblia para justificar o que Deus abomina. E muitos jovens e adolescentes já caíram nas mãos do Diabo. E por demais necessário o ensino fundamentado na Palavra de Deus sobre a condenação explícita e cristalina contra o homossexualismo. No Antigo Testamento, Deus o denominou “abominação ao Senhor” (Lv 18.22; 20.13); No Novo Testamento, Paulo considera paixões infames , ato contrario a natureza , torpezas (ver Rm 1.24-27).

A união conjugal é de tamanha significância que é comparada à União entre Cristo e a Igreja. E deve ser resultado de um namoro e noivado segundo os padrões espirituais e morais, emanados da Palavra de Deus. O marido deve amar sua esposa, “como também Cristo amou a igreja e se entregou por ela” (Ef 5.25); a esposa deve ser submissa ao esposo “assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido” (Ef 5.24).

Desse modo, não faz sentido um jovem unir-se a uma jovem sem se casarem, pois o namoro e o noivado não se revestem da responsabilidade que um deve ter para com o outro. É um relacionamento que pode ser temporário. Mas o casamento é uma relação séria e com propósitos bem definidos pelo Criador. Assim, a inserção de Paulo desse conselho a Timóteo tem ande valor para os dias atuais, contribuindo para a conscientização de nossos jovens acerca do valor da pureza e da santidade no namoro e no noivado, visando a um casamento aprovado por Deus.

3. Com quem o Jovem Deve Andar

Paulo escreveu a Timóteo: “[...] e segue a justiça, a fé, a caridade e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor (2Tm 2.22). De um lado, o jovem obreiro deveria fugir dos desejos ilícitos da mocidade, mas deveria, também, saber com quem acompanhar-se para servir a Deus com pureza e santidade. Ele deveria seguir a “justiça, a fé, a caridade e a paz, com os que, com um coração puro, invocam ao Senhor”. Já na primeira carta, Paulo dera exortação idêntica a Timóteo, acrescida de outros termos de grande valor:

“Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão” (1Tm 6.11), A repetição de tal recomendação reflete o cuidado e a preocupação de Paulo com a integridade espiritual do jovem obreiro.

O salmista também tinha essa visão acerca de que companheiros um servo de Deus deve buscar: “Companheiro sou de todos os que te temem e dos que guardam os teus preceitos” (SI 119.63). Certamente, as amizades ruins, mesmo na igreja local, têm sido motivo de desvio e morte espiritual para muitos crentes, em especial jovens e adolescentes.

III - PERSEVERANÇA NA PALAVRA E TRATO COM DISSENSÕES

1. Rejeitando “Questões Loucas”

Após ensinar sobre o que Timóteo deveria cultivar e obedecer, e também rejeitar, Paulo acrescenta que ele deve rejeitar questionamentos que não produzem nem agregam valor espiritual, moral ou cultural, que valorize o conhecimento e a vida cristã.

“E rejeita as questões loucas e sem instrução, sabendo que produzem contendas” (2Tm 2.23). Eram as questões e proposições levantadas pelos falsos mestres ou hereges, que assediavam OS irmãos na igreja de Efeso. Os hereges, julgando-se “doutores da lei”, não entendiam o que diziam ou afirmavam. Mas produziam enormes contendas, lançando uns contra outros, provocando desunião e intrigas entre os próprios crentes.

2. O Servo do Senhor não Deve Contender

No contexto das epístolas pastorais, via de regra, a expressão “servo do Senhor” é mais aplicada aos ministros da Palavra, ou aos líderes das igrejas, principalmente aos que se dedicam ao ensino. Não raro, nas igrejas, aparecem irmãos, que possuem cursos de Teologia, ou de outras áreas acadêmicas, os quais levantam argumentos pessoais contra doutrinas já consagradas ou estabelecidas ao longo dos anos nas igrejas cristãs.

Nada temos contra esses cursos, pois, pela graça de Deus, possuímos alguns deles, que muito têm enriquecido nosso ministério de ensino. Mas referimo-nos a ensinadores presunçosos que procuram angariar simpatia de grupos de crentes para si, a fim de formarem urna facção dissidente no meio dos irmãos. Quanto confrontados pela liderança local, tornam-se opositores velados ou declarados, e, muitas vezes, conseguem fazer dissensões ou divisões. 

Tais “doutores” andam na contramão do Salmo 133, que diz que é “bom” e “suave”, “que os 
 irmãos vivam em união”. Discordar de algo que merece reparos é natural, mas provocar dissensão e contenda não é coerente com o amor cristão.


Diante dos fatos que conhecia, Paulo exorta a Timóteo a evitar tais contendas e litígios, envolvendo a doutrina, e as provocações dos contendores que surgem no meio da igreja local:  “E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor” (2 Tm 2.24). Conselho sábio, de um pastor experiente, culto e bem firmado na sã doutrina cristã, a um jovem obreiro, que ainda teria muito o que aprender, ao longo dos anos de seu ministério.

Paulo diz que “não convém contender, mas, sim, ser manso pata com todos”. Há casos, reconhecemos em que a liderança da igreja comporta-se à altura das situações de litígio, usa de mansidão, de compreensão e bondade, mas os opositores querem mesmo é fazer a divisão, abrir uma igreja, criar um ministério dissidente, e tornarem-se “pastores-presidente”. Nesse caso, é melhor deixar com Deus, que a tudo julga e a todos avalia com sua reta justiça. O líder cristão nunca deve fazer “o jogo” dos dissidentes. Diz provérbios: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15.1).

3. Instruindo com Mansidão

Completando seu ensino quanto aos que se levantam contra a liderança da igreja, por diversas razões, Paulo diz a Timóteo como deve o líder se comportar. Não precisa contender, atendendo às provocações dos falsos mestres ou dos dissidentes, os quais agem por ação maligna para causar descontentamento, inquietação e desunião no meio dos irmãos: “instruindo com mansidão os que resistem, a ver se, porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em cuja vontade estão presos (2 Tm 2.25,26). O obreiro precisa saber administrar esse tipo de conflitos com opositores.

CONCLUSÃO

A liderança cristã é um desafio de grandes proporções, A igreja, mesmo no sentido local, não é uma empresa, que se rege por leis e regras formais, embasadas nos princípios jurídicos. A igreja local precisa de normas, no sentido da administração eclesiástica, mas sua Lei Maior é a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada. Na administração das igrejas, por vezes, surgem conflitos de ordem espiritual, doutrinária ou humana. Daí por que há necessidade de preparo e capacitação de líderes, que saibam não só ministrar o ensino, mas, com o uso adequado dos princípios bíblicos, resolver questões diversas que podem desestabilizar o ministério e a própria liderança. Mas Paulo, em suas cartas a Timóteo, nos dá preciosos ensinamentos sobre como tratar OS conflitos nas igrejas.



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA

Livro As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais – Elinaldo Renovato de Lima


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