1 de setembro de 2015

O LIDER DIANTE DA CHEGADA DA MORTE


O LIDER DIANTE DA CHEGADA DA MORTE

 

Áureo = “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” (2Tm 4.7)

 

Verdade Prática = A morte do crente não é o fim, mas a passagem para a glória eterna, na presença de Deus.

 

LEITURA BIBLICA = 2 TOMOTEO 4: 6-17

 

INTRODUÇAO

A epístola de Paulo conhecida como 2 Timóteo revela o coração do apóstolo Paulo diante da realidade da sua morte iminente. Foi uma das últimas, talvez a última, das epístolas desse apóstolo influente. O autor estava preso por causa da fé em Cristo, aguardando sua execução pelo crime de pregar o evangelho de Jesus. As palavras que Paulo dirigiu a Timóteo refletem os sentimentos de um soldado velho prestes a morrer no campo de batalha incentivando outro soldado a continuar firme na luta contra o inimigo

 

A CONSCIENCIA DA MORTE NÃO TRA DESESPERO AO CRENTE FIEL

 

Há extraordinário grau de solenidade ligada a estas palavras finais do apóstolo. Ele escreve na plena consciência do fato de que o tempo está se esgotado e, com toda a probabilidade, este é o adeus ao seu “amado filho” Timóteo.

 

Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino (1). A palavra conjuro-te é enfática e “tem peso de afirmação legal, podendo ser traduzida por adjuro-te”.’ O apóstolo elaborara detalhadamente a responsabilidade que está sobre o ministro cristão. Agora ele incumbe Timóteo de assumir este encargo em plena conscientização de que, no desempenho de suas obrigações, ele é responsável diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo.

 

Pois os vivos e os mortos se apresentarão diante do Juiz de toda a terra. Tudo que no fim das contas importa são os assuntos que importarão na sua vinda e no seu Reino. Depois que os tronos e domínios de terra saírem de cena, e todas as soberanias das nações não existirem mais, Deus ainda reinará. Na presença de Jesus Cristo, designado por Deus como o Juiz de toda a terra, todos os homens prestarão contas. Ninguém entre as miríades de seres humanos da terra achará esse dia mais solene do que os que o servem como ministros de Cristo.

 

E no contexto dessas considerações sérias que Paulo profere suas exortações: Que pregues a palavra, instes (“insiste”, BAB, BJ; cf. NTLH) a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina (2).

Por a palavra o apóstolo quer dizer a mensagem relativa a Cristo como Redentor, Salvador e Senhor. E o que o Novo Testamento quer dizer por que rigma ou proclamação. Este deve ser o teor da pregação cristã. Nenhum sermão é realmente sermão, a menos que deixe explícita a verdade bíblica. Instes a tempo e fora de tempo pode ser traduzido por “insista em todas as ocasiões, convenientes ou inconvenientes” (NEB; cf. BJ, BV, CII, NTLH).

 

Esta determinação nos mostra o senso de urgência que deve caracterizar nossa pregação. Isso acarreta necessariamente a responsabilidade de corrigir e repreender (redarguas e repreendas; cf. BAB, BV, RA), e o dever mais positivo de animar (exortes; cf. CII, NTLH). Temos de provocar em todos que nos ouvem a disposição de reagir em total obediência à Palavra de Deus.

 

Acima de tudo, o servo de Deus deve cultivar a graça da paciência (longanimidade; cf. BJ, CH, NTLH, NVI) em seus esforços de levar as pessoas a Cristo e ministrar-lhes o ensino segundo a verdade cristã (doutrina; cf. AEC, CH, NTLH).

 

O versículos 3 a 4 revelam o que Paulo vê que é uma tendência crescente por parte daqueles que rejeitam os rigores do caminho cristão: Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão (“coceira”, AEC, NVI, RA; cf. BAB) nos ouvidos, amontoarão para si doutores (“mestres”, AEC, BAB, BJ, BV, CH, NTLH, NVI, RA) conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Estas palavras descrevem a situação que já existia nos dias de Timóteo. Mas os ímpios sempre mostram preferência pelo profeta que profetiza “o que é agradável aos ouvidos sensíveis do cliente”.

 

Lembramos a história da aliança profana entre o rei Josafá e o rei Acabe. Quando o rei de Judá sentiu-se inquieto acerca das predições otimistas dos profetas de Acabe e pediu a opinião de, pelo menos, mais um profeta, Acabe admitiu de má vontade que “ainda há um homem por quem podemos consultar o SENHOR; porém eu o aborreço, porque nunca profetiza de mim bem, senão sempre mal” (2 Cr 18.6,7).

 

Assim, as pessoas hoje em dia têm ouvidos que “coçam” por palavras agradáveis e promissoras. A disposição de encontrar alguém que fale somente o que desejam ouvir é tamanha que recompensam generosamente quem abrir mão da sã doutrina. Os ouvintes deste tipo rejeitam a verdade e preferem ouvir a mentira.

Diante de tal situação, o dever de Timóteo é claro: Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério (5).

“Mantém a calma e o equilíbrio mental em todas as situações”, diz certa tradução (NEB) da primeira frase.

 

O jovem é alertado a ser constantemente alerta, servindo a Cristo com a cabeça e com o coração. A obra de um evangelista indica uma ordem ministerial especial que havia na igreja primitiva, uma ordem à qual Timóteo pertencia, segundo pensava o apóstolo. Esta incumbência dá a entender que na guerra do evangelho é bom aplicar o princípio militar de que a melhor defesa é o ataque. Proclame a mensagem de salvação em toda sua pureza, poder e rigor, e assim confunda e derrote os inimigos do Senhor, “cumprindo por completo”, como traduz Phillips, “a missão que Deus lhe deu” (CH).

 

O DISCURSOR DE DESPEDIDA DO APÓSTOLO, 4.6-8

 

O tipo de lealdade corajosa que o apóstolo recomenda veementemente torna-se a mais necessária por causa do seu destino iminente: Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo (6).

Paulo sabia muito bem que ele estava diante do sacrificio supremo. Uma tradução literal de suas palavras seria: “Eu já estou sendo derramado como libação, ou oferta de bebida, no altar” (cf. AEC, NVI). Percebemos um tom patético em suas palavras, e certo sentimento de tristeza humana pelo fato da separação iminente daqueles a quem ele amava. As palavras o tempo da minha partida trazem em si a imagem do navio zarpando ou do soldado levantando acampamento.

 

Mas Paulo não se deixa vencer nem fica confuso pelo prospecto que está à frente. Em vista disso, ele revisa calmamente o caminho que seguiu e o aprova: Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé (7). Afigura de linguagem não é da guerra, mas da competição atlética. De acordo com esta idéia, Kelly traduz assim a primeira frase: “Lutei na nobre competição”.3 Esta outra tradução vai mais longe, fazendo a primeira frase concordar mais plenamente com a segunda: “Corri a grande corrida, completei o circuito” (NEB). Não há pesar nesse testemunho. As labutas, tristezas e sofrimentos são esquecidos na certeza de um trabalho bem feito. E o testemunho mais sublime de todos é a frase guardei a fé.

 

Isto se relaciona inteiramente com o passado. Caso o testemunho do apóstolo tivesse de terminar aqui seria valoroso e esperançoso: Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda (8). As palavras desde agora, que significam, literalmente, “quanto ao mais”, são tradução de um termo grego que chama “atenção para o que resta ser realizado em comparação às coisas já realizadas”. A coroa da justiça continua a imagem de correr uma corrida, na qual o prêmio seria uma guirlanda de folhas de oliveira.

Aqui é a coroa da justiça que, como destaca White, é “a coroa que pertence à justiça ou é a coroa que é a devida recompensa da justiça”. A expressão paulina naquele Dia refere-se obviamente ao Dia do julgamento e recompensa final, o Dia do qual ele lembrou Timóteo no primeiro versículo deste capítulo.

 

O conforto que estes versículos dão aos corações cristãos não se acha só na manifestação do espírito triunfante do apóstolo, mas também na certeza de que todos os seguidores de Cristo podem ter entrada igualmente abundante na presença gloriosa de nosso Senhor. Todos os que amarem a sua vinda podem desfrutar deste prospecto reconfortante.

 

PEDIDOS PESSOAIS, 4.9-13

 

A porção principal da carta de Paulo está encerrada, e assuntos pessoais ocupam sua conclusão: Procura (“faça o máximo para”, CH) vir ter comigo depressa (9). Estas palavras expressam o desejo ardente e afetuoso do coração do apóstolo por mais uma visita do seu protegido amado. Seria um pedido difícil de atender.

 

O fator tempo era crítico, pois a comunicação e as viagens eram lentas naquela época. A dúvida tremenda era se havia tempo suficiente para Timóteo receber o pedido de Paulo e atendê-lo. Também colocava Timóteo em perigo pessoal, embora fosse improvável que ele se intimidasse a esse respeito. Mas o anelo do coração de Paulo é compreensível. Em 1.4, ele declarara: “Desejando muito ver-te”, e agora volta ao tema.

 

Não há dúvida de que o anseio de Paulo ver Timóteo tornou-se mais dolorosamente intenso com a partida de vários amigos que eram bons companheiros: Porque Demas me desamparou (“me abandonou”, AEC, BAB, BJ, BV, NTLH, NVI, RA), amando o presente século (ou “este mundo”, BAB, CH, NTLH, NVI; cf. BJ), e foi para Tessalônica; Crescente, para a Galácia, Tito, para a Dalmácia (10).

 

Quanto a Demas pouco sabemos além da informação contida nesta passagem. Em Colossenses 4.14 e em Filemom 24 ele é citado entre os companheiros de confiança do apóstolo. Será que Pernas se desviou e se tornou apóstata da fé? As tradições antigas e a maioria das traduções apóiam esta interpretação, mas não temos justificativa para julgamentos inaptos. Paulo não diz que Pernas abandonara Jesus, ruas que abandonara o apóstolo. E fato que as pessoas se desassociam de nós sem renunciarem a Jesus, O amor de Pernas por este mundo é evidência circunstancial e não prova conclusiva.

 

Na tradução da passagem, Phillips introduz um elemento apropriado de reserva: “Receio que Demas, por amar este mundo, deixou-me e foi para Tessalônica” (CH). Ainda que sejamos tolerantes em nosso julgamento, dois pontos de interrogação importantes levantam dúvidas sérias sobre a fidelidade cristã de um homem. Pernas deu mostras de ter amado o mundo, e desamparado um dos grandes líderes de Deus da igreja.

 

E lógico que ele não correspondeu às altas expectativas que Paulo lhe nutria e escolheu um caminho mais fácil. Não podemos fugir do sentimento de que Pernas, de alguma maneira, não tinha a capacidade de ajudar Paulo nesse momento difícil.

 

Crescente é mencionado somente aqui no Novo Testamento, e nada mais sabemos sobre ele, a não ser escassas referências nas tradições antigas. Seu destino — Galácia — podia ter sido a Galácia da Asia Menor, para cuja região Paulo enviou uma de suas cartas, ou um distrito na Europa ocidental conhecido no século 1 pelo nome de Gália (BJ e NEB sugerem “Gália” como leitura alternativa). Mas por falta de evidências claras, estamos mais seguros em optar por Galácia da Asia. Dainiácia, para onde Tito fora enviado, é, como ressalta Kelly, “o ponto mais sulista da província imperial do Ilírico, no litoral oriental do mar Adriático (a atual Croácia). De Romanos 15.19 ficamos sabendo que a atividade missionária de Paulo se estendera até lá”.Diferente de Pernas, provavelmente estes dois homens foram enviados por Paulo em missões às igrejas nas áreas designadas.

 

A solidão de Paulo só foi aliviada pela presença de um dos seus mais fiéis amigos: Só Lucas está comigo (11). O “médico amado” foi o único membro do círculo íntimo de Paulo a estar a seu lado. Por isso o apelo insistente a Timóteo: Torna Marcos e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério (11). Marcos fora personagem controversa no ministério inicial do apóstolo, imediatamente antes da segunda viagem missionária. Paulo e Barnabé tiveram opiniões tão discrepantes sobre a adequação de levar Marcos que ambos tiveram de se separam pelo visto, Marcos se redimira do insucesso principiante e agora seria recebido alegremente na companhia do apóstolo.

 

Outro dos amigos de Paulo fora incumbido de nova missão: Também enviei Tíquico a Efeso. Este era um amigo de confiança que acompanhara Paulo em sua última visita a Jerusalém (At 20.4). As cartas de Paulo aos Colossenses e aos Efésios foram entregues pela mão de Tíquico (Cl 4.7,8; Ef 6.21,22). Agora ele estava distante em outra missão para o apóstolo, talvez levar esta carta a Timóteo, talvez substituir Timóteo em Efeso para tornar possível a almejada visita deste a Paulo na prisão.

 

Se há marca inconfundível de autenticidade nesta carta, ela está no versículo 13:

Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade (ver Mapa 1) em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos. A capa era uma peça de roupa muito simples, feita de uma manta com um buraco no meio por onde se enfia a cabeça.  Em muitas regiões do mundo ainda se usam capas de tipo similar. Os livros eram rolos de papiro que compunham uma pequena biblioteca ambulante que o apóstolo normalmente levava consigo.

 

Os pergaminhos eram peles ou velinos preparados para se escrever sobre eles. Por outro lado, Moffatt traduz pergaminhos pela expressão “meus documentos”, acreditando que a referência seja a documentos oficiais de que Paulo precisava, possivelmente para provar o fato de sua cidadania romana. Mas trata-se de conjetura.

 

CONSELHO PARTICULAR, 4.14,15

 

Há uma situação sobre a qual Paulo é suficientemente gabaritado para proferir uma palavra de advertência: Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras (14). A última frase do versículo é mais bem traduzida por “O Senhor lhe retribuirá segundo suas obras” (BJ; cf. CH, NTLH, NVI). Aqui não há espírito vingativo, mas é a entrega de julgamento às mãos de Deus, a quem pertence de direito. Não temos certeza da identidade deste indivíduo, pois Alexandre era nome muito comum na época e latoeiro era profissão das mais comuns. Entre as possibilidades, a maior é que este homem seja o Alexandre mencionado em 1 Timóteo 1.20, pois seria raro o apóstolo ter tido dificuldade séria com duas pessoas do mesmo nome em espaço de tempo relativamente limitado.

 

Mas também sobre este ponto só podemos conjeturar. De qualquer modo, Paulo avisa Timóteo solenemente: Tu, guarda-te também dele (“tome cuidado com ele”, BV, NTLH; cf. BAB, NVI), porque resistiu muito às nossas palavras (15). Tratava-se de homem perigoso, e Timóteo deveria estar de sobreaviso contra ele.

 

PAULO SE ALEGRA COM A FIDELIDADE DE DEUS, 4.16-18

 

Na ocasião em que foi abandonado por todos, Paulo recorda como Deus foi fiel: Ninguém me assistiu na minha primeira defesa; antes, todos me desampararam (“me abandonaram”, BAB, BJ, CH, NTLH, NVI, RÃ). Que isto lhes não seja imputado (16). A referência é à primeira audiência do seu caso (cf. “a primeira vez que eu fui levado perante o juiz”, BV). Será que significa, como defendem certos expositores, sua citação depois do primeiro aprisionamento? O versículo 17, ao que parece, apóia esta opinião.

 

Mas a referência mais provável é ao segundo aprisionamento, porque ele fala como se fosse acontecimento relativamente recente. De qualquer forma, ele foi totalmente abandonado pelos amigos na hora de extrema necessidade. Contudo, ele se recusou a ficar amargurado por esta experiência. Sua oração pelos que o abandonaram é quase idêntica à oração de Estêvão por seus assassinos: “Senhor, não lhes imputes este pecado” (At 7.60).

 

Mas Deus permaneceu fiel: Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que, por mim, fosse cumprida a pregação e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão (17).

 

O apóstolo está se referindo à preponderância que teve ao enfrentar ousadamente seus inimigos na audiência e ao testemunho fiel do evangelho de Cristo, de quem recebeu capacitação para testificar na mesma ocasião. Ficar livre da boca do leão foi um triunfo interior e espiritual em toda essa dificuldade que os lacaios de Satanás puderam lhe causar.

 

Paulo conclui este recital vitorioso com uma confissão de fé pelo futuro e um brado de louvor: E o Senhor me livrará de toda má obra e guardar-me-á para o seu Reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém! (18). Claro que o apóstolo não está se referindo ao livramento físico da morte e do poder dos seus inimigos. Pelo contrário, seu discurso de despedida comovente nos versículos 6 a 8 dá a entender que ele espera e está preparado para o pior.

 

Durante anos, ele nutrira o desejo de estar vivo para ver o cumprimento da bem-aventurada esperança da volta de Cristo. Mas agora ele está pronto a admitir que isso lhe será negado. Não obstante, ele está longe de sentir-se desesperado. Se agora ele estivesse escrevendo 1 Tessalonicenses 4.15, ele poderia mudar os pronomes e as formas verbais, mas a certeza continuaria a mesma, a saber:  “Vós, os que ficardes vivos para a vinda do Senhor, não precedereis a nós, os que dormem” (grifos meus). Ele ainda está radiantemente confiante da vinda gloriosa e do Reino celestial que o prenunciará.

 

SAUDAÇÕES FINAIS E BÊNÇÃO = 2 Timóteo 4.19-22

 

Pouco importando quão trágicas fossem as circunstâncias do apóstolo, ele permaneceu agradecidamente atencioso para com seus amigos: Saúda a Prisca, e a Aquila, e à casa de Onesíforo (19). Prisca, conhecida por Priscila (At 18.2), e seu marido, Aquila, estavam entre os mais velhos amigos de Paulo no evangelho. Eles eram romanos e tinham ido a Corinto, onde o apóstolo os conheceu. Depois se mudaram para Efeso e tiveram influência na fundação da igreja.

O cumprimento do apóstolo sugere que eles estavam em Efeso. A menção saudadora à casa de Onesíforo dá a entender que este excelente cristão, que já foi citado em termos elogiosos nesta carta (1.16), estava na verdade morto; caso contrário, ele teria sido incluído na saudação.

 

O versículo 20 contém informação relativa a mais dois dos primeiros companheiros do apóstolo: Erasto ficou em Corinto, e deixei Trófimo doente em Mileto. Dois homens chamados Erasto constam em outros textos do Novo Testamento. Um ocorre em Romanos 16.23, onde Paulo diz que Erasto é “procurador da cidade” de Corinto. O outro é mencionado em Atos 19.22, que informa que ele é companheiro de Timóteo numa missão à Macedônia.

 

Provavelmente é sobre este último Erasto que Paulo noticia o paradeiro ao seu velho amigo Timóteo. A nota concernente a Trófimo é ambígua. Este homem fora um companheiro do apóstolo em diversas viagens importantes. Mas nada sabemos sobre o motivo de ter ficado doente em Mileto.

Agora Paulo volta a insistir na visita de Timóteo antes que seja tarde demais: Procura vir antes do inverno (21). Aqui aparece novamente o senso de urgência que permeia esta carta. Logo as tempestades de inverno tornarão a navegação perigosa e ele exorta Timóteo a fazer a viagem sem tardança.

 

Há certos cristãos em Roma cujos nomes foram imortalizados por terem sido incluídos na carta de Paulo: Eubulo, e Pudente, e Lino, e Cláudia, e todos os irmãos te saúdam (21). Além dos nomes, nada mais sabemos sobre esses crentes. Não devemos entender que a menção desses amigos romanos seja infração da declaração no versículo 16, quando o apóstolo disse que todos o abandonaram, pois ali ele está falando da audiência perante o juiz. Havia alguns cristãos em Roma que, embora tímidos, ainda amavam o apóstolo.

 

A bênção final é comovente. São as últimas palavras de Paulo para a posteridade.

São dirigidas a Timóteo, mas nos incluem a todos: O Senhor Jesus Cristo seja com oteu espírito. A graça seja convosco. Amém! (22).

 

CONCLUSAO = Paulo encarou sua morte com a confiança de que outros servos, especificamente o próprio Timóteo, dariam continuidade à batalha. Referindo-se à sua prisão como algo insignificante, esse apóstolo disse: “Lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos, descendente de Davi, segundo o meu evangelho; pelo qual estou sofrendo até algemas, como malfeitor; contudo, a palavra de Deus não está algemada” (2 Timóteo 2:8-9). A guerra continua. Cada pessoa decide ficar de um lado ou outro. Deus e seus servos serão vitoriosos!

 

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

 

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

 

BIBLIOGRAFIA

 

www.estudosdabiblia.net

Comentário Bíblico Volume 09 -Beacon As Epistolas Pastorais

 

O LIDER DIANTE DA CHEGADA DA MORTE

 

Áureo = “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” (2 Tm 4.7)

 

Verdade Prática = A morte do crente não é o fim, mas a passagem para a glória eterna, na presença de Deus.

 

LEITURA BIBLICA = 2 TOMOTEO 4: 6-17

 

INTRODUÇAO

 

Em 2 Timóteo 4:6-22, temos as últimas palavras do apóstolo Paulo, registradas na Bíblia e na história. E muito vamos aprender com elas. Os três primeiros versículos (v.6-8) revelam a consciência que Paulo tinha de que estava vivendo seus “últimos dias” aqui no mundo. E é interessante saber como ele reagiu a essa certeza. Outros versículos mencionam como algumas pessoas estavam vivendo naqueles dias. Com isso em mente podemos concluir: “o mais importante não é começar bem a nossa carreira e sim terminá-la bem!”. Especialmente se estamos falando do nosso relacionamento com o Senhor.

 

Os últimos dias de Paulo = ( 2 Tm 4:6-8)

 

Se os eruditos estão certos (e cremos que estão), a Segunda Carta de Paulo a Timóteo foi escrita de Roma, no ano 64 d.C., e Paulo teria sido julgado e executado no ano 65 d.C.

As últimas palavras de 2Timóteo 4:5 são: “cumpre cabalmente o teu ministério”; e as primeiras do versículo 6, “Quanto a mim”, Isso comprova a razão da preocupação de Paulo em deixar Timóteo devidamente encarregado da continuidade do ministério. O apóstolo sabe que lhe resta pouco tempo: “Está próximo o tempo da minha partida” (2Tm 4:6 — NVI). Três destaques nesse parágrafo precisam ser feitos.

 

1. O tempo da partida (2Tm 4:6). “Estou sendo já oferecido por libação” (v.6). A palavra “libação” vem de um verbo grego cujo sentido básico é “derramar”. Libação é o derramamento de algum líquido como oferta a uma divindade. No caso de Paulo, ele mesmo não seria oferecido como oferta, como mártir. Ele não estava morrendo por uma causa. Mas a sua própria vida era um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm l2: l). Ele sempre falou de seu corpo como morrendo para Cristo (1 Co

15:31; 2Co 4:10).

 

2. O bom combate (2Tm 4:7) . “Lutei na competição nobre” é o que Paulo está dizendo. Provavelmente ele estava com a imagem de uma luta romana em mente. E, ao dizer que “completou a carreira e guardou a fé”, o apóstolo está afirmando que, durante toda a vida, ele foi leal ao chamado de Deus e lutou observando as regras estabelecidas pelo Senhor. Stott concluiu: “A obra do apóstolo é descrita como enfrentar uma luta, correr uma corrida, guardar um tesouro. Tais ações envolvem trabalho, sacrifício e até mesmo perigo. Em todas as três Paulo foi fiel até o fim”.

 

3. A coroa da justiça (2Tm 4:8). A recompensa é justa para quem lutou e venceu. As grinaldas feitas de folhas verdes e colocadas sobre a cabeça dos vencedores nos jogos gregos eram altamente apreciadas pelos atletas. Mas a coroa de Paulo é a “da justiça”. Provavelmente ele estava se lembrando de que logo ia enfrentar um tribunal humano (e injusto) que o julgaria como culpado e o condenaria à morte.

 

O imperador Nero estava reinando em Roma, mas o Rei dos reis, “naquele dia”, faria justiça não somente ao apóstolo Paulo, “mas também a todos quantos amam a sua vinda”.

Essas palavras certamente tocaram o coração de Timóteo, e lhe ofereceram um enorme conforto, e serviram de encorajamento ao jovem líder.

 

Como Paulo morreu? Charles Swindoll, em seu livro Paulo, um homem de coragem e graça (Série Heróis da Fé, Editora Mundo Cristão, p.376), dá-nos o seguinte relato: “Sozinho e sem medo, Paulo olhou diretamente nos olhos do pelotão de execução. Vários deles portavam varas com as quais o espancariam; um deles segurava um machado para degolar o apóstolo. Poucas palavras foram ditas.

 

Eles o levariam pela porta pesada e pelo muro de pedra que cercava Roma, passando pela pirâmide de Céstio, que ainda se encontra de pé até hoje, e seguiriam pela Via Ostia em direção ao mar. As multidões que visitam Roma sabiam pelas varas e pelo machado que uma execução iria acontecer em breve. Já tinham visto aquela cena antes”.


Quatro homens e quatro destinos = ( 2 Tm 4:9-18)

 

A sociedade sempre deu demasiado valor àqueles que tiveram um “nobre” nascimento. Valoriza-se em excesso o status do lar de alguém, como se isso definisse se este será um “homem de bem” ou será um “malfeitor”. No entanto, quando olhamos para os noticiários, vemos que em muitos casos essa “predestinação” está tremendamente equivocada. Vemos jovens que nasceram numa família rica envolverem-se com a criminalidade. Em contrapartida, vemos jovens que moram numa favela sendo pessoas de bem, trabalhadores e honestos.

 

Em se tratando da nossa vida com Deus, podemos dizer que o mesmo ocorre. Aliás, Jesus mesmo nos ensina, na “parábola do semeador”, que existem sementes que logo brotam, porém os cuidados deste mundo sufocam a “boa semente”, tornando-a infrutífera (Mt 13:22).

 

Vamos estudar quatro deles.

 

Escolha um aluno para contar a respeito do apóstolo Paulo. Veja que seja observado o conteúdo da lição do aluno (mais algumas informações que tenham sido consideradas importantes).

 

1. O apóstolo Paulo . Paulo foi um homem totalmente transformado por Deus. Se alguém tivesse nas mãos os primeiros oito capítulos do livro de Atos (na verdade até o trecho de 9:2) nunca iria imaginar que tal homem, que era um tremendo perseguidor da Igreja de Jesus Cristo, seria o apóstolo que conhecemos.

 

Ele reconheceu que teve “nobre” nascimento (Fp 3:4-6), mas também reconheceu que isso não o levaria a lugar algum, chegando a dizer: “Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo” (Fp 3:7). E isso por quê? Por causa da sublimidade do conhecimento de Jesus Cristo (Fp 3:8) e de Seu amor por todos os pecadores, dos quais Paulo afirmava sero principal (lTm 1:15).

 

Foi a mudança que Cristo promoveu no coração de Paulo que fez com que ele pudesse completar bem sua carreira. Ele enfrentou a morte, mas sabia que seu lugar no reino celestial estava garantido (2Tm 4: 18).

 

E você? Como está o seu caminhar atualmente? Se a sua vida terminasse hoje, sua carreira estaria sendo bem terminada?

 

 

2. Timóteo. Paulo sempre valorizou seu discípulo Timóteo, tanto que o deixou encarregado de pastorear a igreja de Efeso. Sabemos que Timóteo foi um pastor muito aplicado na igreja e era um servo tão especial para Paulo que este desejava vê-lo no final de sua vida: “Procura vir ter comigo depressa” (2Tm 4:9).

 

Timóteo teve um ótimo início de vida cristã, recebendo sábias instruções de sua mãe e de sua avó. No entanto, sabia muito bem que Deus não possui “netos” ou “bisnetos”, somente filhos, por isso abraçou também a mesma fé em Cristo Jesus (2Tm 1:5).

 

3. Demas (2Tm 4:10). E muito triste a história de Demas! Ele foi colaborador do apóstolo Paulo, mencionado em duas ocasiões antes desta (Cl 4:14 e Fm 24). Essas cartas foram escritas no ano de 61 d.C. já a Segunda Carta a Timóteo foi escrita no ano de 66 d.C., ou seja, Demas, depois de ter sido grande colaborador, abandonou seu amigo!

 

A razão pela qual Demas se desligou de Paulo foi que ele “amou o presente século”! Não sabemos os detalhes desse fato, mas podemos deduzir que o que ocorreu em sua vida foi o que jesus Cristo já havia alertado na parábola do semeador, no capítulo 13 de Mateus, verso 22:

 

“O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera.”

 

Qual tem sido a sua visão sobre as riquezas desta vida? Você tem sido alguém materialista, mesmo vivendo na igreja? Cuidado para que isso não faça de você um crente infrutífero mesmo o faça abandonar a fé! )

 

4. Marcos ( 2 Tm 4:11). Este Marcos mencionado aqui é o João Marcos, primo de Barnabé (Cl 4: lO) e também o autor do segundo evangelho. Ele foi discípulo do apóstolo Pedro (1 Pe 5: 13); em sua casa, a igreja estava reunida em oração enquanto Pedro estava preso (At 12: 12). Com isso, podemos perceber que ele era um jovem crente e que havia começado muito bem sua caminhada cristã.

 

No entanto, houve um episódio em sua vida que poderia tê-lo tachado de “descomprometido com o Evangelho”. Em ocasião da “primeira viagem missionária”, ele, Paulo e Barnabé partiram para a ilha de Chipre. Em meio aos diversos problemas enfrentados, Marcos resolveu desistir da missão e voltou para Jerusalém (At 13:4-13).

 

Tal comportamento desagradou a Paulo, tanto é que na segunda viagem missionária ele não concordou com a “segunda chance” promovida por Barnabé a Marcos, a ponto de haver uma pequena discussão culminando na separação de ambos.

Paulo foi com Suas para as regiões da Síria e da Galácia, e Barnabé foi, mais uma vez, em direção a Chipre, levando consigo Marcos

(At 15:36-41).

 

A vida de Marcos nos mostra que para Deus não há caso perdido e que todas as pessoas são passíveis de restauração, basta que se arrependam dos seus pecados. A transformação na vida de João Marcos (certamente com o apoio de Barnabé) foi tão evidente que ele passou a ser um dos grandes companheiros do apóstolo Paulo! Chegou a ser citado como um cooperador (Fm 24) e agora como útil para o ministério (2Tm 4:11).

 

CONCLUSÃO

 

Nesta lição vimos que o mais importante não é começar bem a nossa carreira, mas, sobretudo, terminá-la bem. Se você nasceu num lar cristão, isto é um ótimo começo, porém, não garante de forma alguma que seu final será, com certeza, abençoado. A Palavra de Deus nos alerta: “Aquele, pois, que penso estar em pé veja que não caia”              (I Co 10:12). Quantas histórias conhecemos de pessoas que começaram bem (pelo menos aos nossos olhos) a caminhada cristã, mas que, de repente, largaram tudo e voltaram para o mundo... Que essa não seja a sua história!

 

Por outro lado não podemos tachar as pessoas ou repudiá-las por seus erros no passado, se hoje elas estão arrependidas e querem uma “nova chance”. No Evangelho de Jesus Cristo, sempre há chance de recomeçar, visando completar a carreira e glorificar ao Senhor. Jesus disse para aquela mulher surpreendida em adultério (o que certamente ecoou nos ouvidos de todos os presentes): “Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais” (Jo 8:11).

 

Que tal ser um bom discípulo de Jesus e buscar as ovelhas perdidas da sua igreja? Existem em todas as igrejas aqueles jovens que começaram bem e que hoje estão perdidos neste mundo. Um telefonema, uma carta, e-mail ou até mesmo uma visita, poderá ser um meio de tentar trazê-los novamente para o aprisco do Senhor. Lembrem-se: Para Deus não há caso perdido, sempre haverá uma nova chance!

 

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

 

Igreja Evangélica Assembléia a de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

 

Guia do Professor = Desafios de Um Jovem Líder - Editora Cristã Evangélica

 

 

A CONSCIÊNCIA DA CHEGADA DA MORTE

 

As cartas pastorais de Paulo são ricas em ensinamentos, conselhos, exortações e doutrinas, que têm grande valor para a vida cristã, tão carente de consistência e fundamentos, como nos dias atuais. Paulo escrevia à mão, em pergaminhos que, transformados em rolos, eram enviados a lugares os mais distantes, por intermédio de mensageiros ou portadores de suas missivas.

 

Depois que escreveu a Timóteo, na segunda carta, acerca da corrupção que haveria de dominar o mundo “nos últimos dias” (2 Tm 3.1), Paulo chama a atenção do seu discípulo amado para alguns aspectos preocupantes da realidade que viria sobre a igreja do Senhor Jesus Cristo, não só em Efeso, na Asia Menor, mas em todo o mundo, como se depreende de seu ensino pastoral. Em primeiro lugar, o apóstolo usa uma expressão forte, que poderia assustar Timóteo, pela veemência da recomendação do mestre ao jovem obreiro.

 

Mas Timóteo já conhecia o linguajar de Paulo. Ele diz: “Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina (2 Tm 4.1,2). Timóteo deveria transmitir a mensagem da “sã doutrina” de modo insistente, quer os ouvintes aceitassem quer não a palavra que lhes era enviada. A experiência, fundada na Palavra, mostra que, quando a mensagem é de Deus, o pregador deve falar, não o que o povo gosta de ouvir, mas o que Deus quer falar.

 

O verbo conjurar, no primeiro versículo, tem o sentido de rogar, suplicar, e não de tramar, maquinar, como ocorre, nas conjurações políticas. Paulo expressava seus sentimentos, de modo dramático, para que Timóteo levasse em consideração até as últimas consequências a nobilíssima missão que lhe era confiada, para que pregasse a Palavra de Deus, de modo insistente, em caráter de urgência, “a tempo e fora de tempo”, tendo em vista o que haveria de ocorrer, conforme o sentir profético do apóstolo.

 

E sua forte recomendação deveria ser aceita, “diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo”; e numa perspectiva escatológica: “que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino”! Talvez seja o trecho da carta de maior gravidade. E o que estava por vir não era nada desejável nem comum.


Além da corrupção dos últimos tempos, Paulo antevia tempos em que, dentro da própria igreja local, levantar-se-iam homens que seriam usados pelo Diabo para rejeitar a sã doutrina e usar sua influência intelectual ou teológica para deturpar a verdade do evangelho de Cristo.

 

Por isso, ele determina, em sua súplica, que Timóteo usasse a Palavra para redarguir, repreender e exortar “com toda a longanimidade e doutrina”. Aqui, há um grande ensinamento de ordem prática para a vida ministerial do obreiro, especialmente dos que lideram, na igreja local. A exortação não deve ser dada de forma pesada ou agressiva, como ocorre em muitos púlpitos. A palavra exortar vem do grego, parakaleo, que tem o sentido de chamar para fora, para consolar. Daí, porque o Espírito Santo é nosso parakleto, nosso Consolador.

 

Timóteo deveria ser um obreiro firme na palavra na exortação, mas com “longanimidade” (gr. makrothumia), isto é, com paciência, diante dos que precisavam da mensagem firme e incisiva. Mais ainda. Paulo demonstra, nesse texto, que a exortação só tem sentido se, além de ser dada com longanimidade, tem que estar fundamentada na “doutrina” (gr. didache). Exortar não é “dar carão”, “sentar a ripa”, ou “sentar o pau”, nas ovelhas, corno o fazem alguns pastores, em sua neurastenia descontrolada ou radicalismo exacerbado. Exortar é orientar com segurança, com firmeza, mas com amor, compreensão e longanimidade. Em seguida, Paulo esclarece o motivo da sua veemente recomendação.

 

A premência da recomendação incisiva de Paulo tinha motivo muito mais sério do que se poderia imaginar. Ele diz a Timóteo, seu filho na fé, e portador da mensagem para a igreja: “Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas” (2 Tm 4.3,4). Era incumbência mais significativa que Paulo daria a Timóteo, pois estava em análise o futuro e a sobrevivência da fé cristã e da igreja de Jesus, ameaçada pelos falsos mestres, e “doutores” falsos e hereges, que levariam os crentes a se desviarem da verdade da Palavra de Deus, da “sã doutrina”.

 

Preparando-se para o fecho da carta, Paulo dá sua última palavra pessoal a Timóteo: “Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze obra de um evangelista, cumpre o teu ministério” (2 Tm 4.5). Será que essas palavras foram só para Timóteo? Certamente, não, O Espírito Santo pôs na mente e na escrita de Paulo recomendações que se aplicam de modo perfeito aos obreiros do Senhor em todos os tempos, incluindo o tempo presente, em que há tantas aberrações ministeriais, na consagração de homens despreparados para a elevada missão de um ministro do evangelho.

 

O texto diz que o obreiro deve ser “sóbrio”, ou seja, simples, humilde. Deve ser sofredor, ou seja, capaz de saber suportar as aflições que possam surgir no ministério. E Timóteo deveria saber fazer “a obra de um evangelista” e cumprir o seu ministério, ou sua missão ou tarefa que lhe fora confiada.

 

Em seguida, tal como um corredor de “corrida de revezamento”, Paulo prepara-se para “passar o bastão” a Timóteo. O apóstolo estava perto de terminar a corrida (ou o combate), e Timóteo deveria substituí-lo, pois Paulo sentia que sua missão apostolar estava perto do fim. Lembremos que Paulo estava na prisão, e não no púlpito de urna igreja. Ainda esperava ver Timóteo, mas a urgência da mensagem apertava seu coração. Talvez Timóteo não percebesse tal situação, até que seus olhos pousaram nos últimos parágrafos da carta. E viu com profundo sentimento de santa tristeza que seu mestre, seu mentor e tutor, tinha consciência de que a morte se aproximava, no fim do seu ministério.

 

Mas, em lugar de demonstrar medo ou pavor diante da morte, Paulo escreve o que poderia ser considerado um “cântico de vitória” no final da missão: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2 Tm 4.7). O jovem obreiro deve ter-se detido mais tempo ante essa declaração de Paulo do que no restante de sua epístola. E sentido o peso da responsabilidade, ao pensar se estaria à altura de substituir o maior evangelista do cristianismo, o maior intérprete dos evangelhos, que se considerava, contudo, “o menor dos apóstolos” (1 Co 15.9).

 

I- A CONSCIÊNCIA DA MORTE NÃO TRAZ DESESPERO AO CRENTE FIEL

 

1. A Serenidade diante da Morte

 

Enquanto Timóteo ainda era um jovem obreiro, Paulo já era de certa idade, “o velho” (Fm 9), e já tinha consciência, dada por Deus, de que estava no final de sua longa, sacrificada e honrosa missão, que lhe fora confiada por Jesus Cristo, quando de sua dramática conversão no caminho de Damasco.

 

Ao escrever a Timóteo, sobre os últimos dias de sua vida e de seu ministério, Paulo usou uma figura emprestada dos antigos sacrifícios do Templo em Jerusalém. “Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo” (2 Tm 4.6).

 

E uma linguagem “técnica”, por assim dizer. Só pode entender quem lê acerca dos rituais dos sacrifícios na Antiga Aliança. Aquele que oferecia sacrifício ao Senhor, corno “oferta de manjares”, o fazia com “flor de farinha”, misturada com azeite, na proporção indicada pela lei; e também derramava sobre ela urna porção de vinho, ou uma “libacão” (Nm 15.5,7,10), uma oferta de caráter voluntário, “de cheiro suave ao Senhor” (Lv 2.2). Não era uma oferta pelos pecados, mas urna oferta de gratidão a Deus, Paulo considerava a sua vida, salva por Cristo, e toda a sua experiência no cristianismo, como urna “oferta de manjares , uma libação ou aspersão do sacrificio , ante a proximidade da morte, que ele encarava com paz e serenidade.

 

2. A Certeza da Missão Cumprida

 

Ao se deter nas últimas linhas da carta, Timóteo deve ter sentido muita admiração pelo velho obreiro, quando este diz: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.7,8). No texto, que indica antecipadamente a consciência da proximidade da partida para a eternidade, vemos três aspectos a destacar:

 

1) “Combati o bom combate”

 

Paulo diz a Timóteo que está chegando ao fim da jornada, como servo de Deus, como apóstolo e fiel testemunha do Senhor, mas, como um lutador que enfrentava a luta, na arena, havia combatido “o bom combate”, ou seja, o bom combate da fé. Paulo conhecia as competições atléticas de sua época, E imaginou essa metáfora para indicar sua vitória, ante as lutas que houvera enfrentado, desde sua conversão e o desenvolvimento do seu ministério, sempre envolvido com opositores humanos, além da luta espiritual contra os inimigos do crente em Jesus.

 

Seu combate da fé era em defesa da igreja, lutando pelos irmãos em Cristo (Cl 2.0; era a luta contra os opositores que se levantavam contra sua missão (1 Ts 2.2). Todos os apóstolos de Jesus eram homens que combatiam “pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3). Mas nenhum teve tantas oposições e ameaças quanto Paulo. Ele foi um obreiro muito perseguido, mas nunca desistiu da luta espiritual em prol do evangelho (2 Tm 3.11,12; 2 Trn 4.14; 1 Tm 1.20).

 

2,) “Acabei a carreira”

 

No original, o texto indica que Paulo se referia à “pista de corrida”, nas competições em Atenas, em Roma, ou em outra cidade que conhecia. Em sua carreira ou “corrida”, Paulo diz que não olhava para trás, mas para as coisas que estavam diante dele, prosseguindo “para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.13,14). Muitos têm começado a carreira da vida cristã, mas desistem, ante os obstáculos e os problemas que surgem pela frente.

 

Nessa “carreira”, as dificuldades são enormes, porque, além de ser urna luta constante, o crente tem que carregar uma cruz “de cada dia” (Lc 9.23). Diante dessa realidade, após as experiências vividas em seu ministério, Paulo mostrou a Timóteo que tinha a certeza de que sua carreira como ministro do evangelho houvera terminado. Mas o fazia com a consciência tranquila, mesmo diante da morte, de que cumprira o seu dever para com Deus e sua Igreja.

 

3) “Guardei a fé”

 

Paulo quis dizer que não apenas lutou o “bom combate” e concluiu “a carreira”, mas não o fez de qualquer maneira, Ele guardou “a fé”. Isso quer dizer que ele foi fiel a Deus, em todas as, circunstâncias de sua vida crista. Ele não se embaraçou com os negócios dessa vida e militou legitimamente (2 Tm 2.4,5). Guardar a fé significa guardar a fidelidade estrita a Cristo e a seus ensinamentos. E Paulo ensinou de modo eloquente sobre esse cuidado. O crente é consolado pela fé (Rm 1.12); a justiça de Deus é pela fé (Rm 3,22); o homem é justificado pela fé (Rm 3.28; 5.1; 01 2.16); o justo vive pela fé (01. 3.11); a salvação é pela fé em Jesus (Ef 2.8). Paulo sabia o que era lutar e guardar a “fé que uma vez foi dada aos santos” (jd 3).

 

II-O SENTIMENTO DE ABANDONO

 

O apóstolo Paulo contribuiu de forma decisiva e marcante para a expansão do evangelho de Jesus Cristo, não só no Oriente Médio, mas na Africa e na Europa. Foi o maior missionário de seu tempo. Além de seu trabalho missionário, Paulo foi um escritor extraordinário, que contribuiu para a formação do pensamento cristão, não só para sua época, mas para a Igreja do Senhor em todos os tempos. Dos 27 livros do Novo Testamento, ele escreveu treze. Mas, por permissão de Deus, terminou seus dias num cárcere de uma prisão romana.

 

Pela grandeza de seu ministério, como um verdadeiro formador de líderes e de discípulos de Cristo, como fruto de sua pregação, de suas mensagens e ensinos profundos, era de se esperar que, nos momentos cruciais em que estava vivendo, não falltassem os amigos e os irmãos ao seu lado. Mas, infelizmente, não foi o que aconteceu. O texto em apreço demonstra que ele experimentou a solidão e o abandono dos que faziam parte do seu círculo de relacionamentos. Como um fiel discípulo e imitador sincero de Cristo, Paulo soube o que era ficar só quando mais precisava de companhia.


1. O Clamor de Paulo na Solidão

 

Jesus exclamou sua solidão na cruz, sentindo a ausência necessária do Pai, por ter recebido sobre si OS pecados da humanidade. Deus não poderia estar em comunhão com o pecado, no momento em que Cristo morria como “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Paulo clamou pelo amigo, de dentro da prisão. Ele não tinha meios de comunicação rápidos, como hoje qualquer pessoa pode dispor. Sua carta deve ter demorado dias para chegar às mãos de Timóteo. No início da carta, ele já sentia a falta do amigo, quando escreveu: “desejando muito ver-te, lembrando-me das tuas lágrimas, para me encher de gozo” (2 Tm 1.4).

 

No final da missiva, consta a premente súplica de Paulo ao seu filho na fé: “Procura vir ter comigo) depressa” (2 Tm 4.9). Nas linhas seguintes, ele diz o porquê de sua pressa.

 

1) Demas o desamparou

 

“Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica” (2 Tm 4.10a). Tal expressão dá a entender que Demas, que era um cooperador e amigo de Paulo (Cl 4.14; Fm 24), na hora em que mais precisava dele, sentiu sua falta de amor.

 

2) Dois amigos tiveram que viajar

 

“Crescente, para a Galácia, Tito, para a Dalmácia” (2 Tm 4.10b). Não fica claro o motivo da viagem desses dois irmãos. Provavelmente, foram a serviço cio ministério, a lugares distantes. Em alguns momentos, Paulo estivera cercado de amigos. Mas, por razões diversas, muitos tiveram que deixá-lo só. Tíquico foi mandado para Éfeso (2 Tm 4,12). Os textos das cartas dão a entender que Tíquico fora o mensageiro que levou a carta a Timóteo (cf. Tt 3.12; C14.7; Ef 6.21,22), assim como foi portador de outras missivas; Erasto ficou em Corinto e Trófimo ficou doente em Mileto (2 Tm 4.20).

 

3) Só o médico amado ficou com Paulo

 

“Só Lucas está comigo” (2 Tm 4.11). Lucas, “o médico amado” (2 Tm 4.14), escritor do livro de Atos dos Apóstolos, e cooperador do apóstolo (Fm 24), fez-se presente, dando assistência a Paulo. Sem dúvida alguma, fora previdência de Deus. Em idade avançada (Fm 1.9), Paulo precisava de cuidados médicos, de remédios e orientações clínicas. E ali estava o Dr. Lucas, seu amigo, que não o desamparou.

 
4) A necessidade de um amigo

 

“Toma Marcos e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério” (2 Tm 4.11b). E interessante esse apelo de Paulo. Marcos, ou João Marcos, filho de Maria (At 12.12), era um obreiro jovem, que, por seus impulsos, deixou de acompanhar Paulo, em uma de suas viagens missionárias, o que muito lhe desagradou (At 13.13), e foi motivo de contenda e separação entre Paulo e Barnabé (At 15.36-38).

 

Foi um incidente muito desagradável entre aqueles irmãos. Mas, na carta em apreço, Paulo demonstra que deve ter refletido sobre Marcos, e conclui que, apesar do acontecido, aquele jovem obreiro lhe era “muito útil” ao seu ministério. O perdão é assim. Sara as mágoas e reaproxima os amigos e irmãos,

 

2. A Serenidade nos Últimos Dias da Vida

 

É impressionante o comportamento de Paulo, registrado na segunda carta a Timóteo. Mesmo consciente de que sua vida estava prestes a findar, ainda tem a calma para interessar-se por coisas que seriam absolutamente desprezadas por outras pessoas, naquela circunstância. Na primeira vez, Paulo ficou em prisão domiciliar, durante dois anos, quando podia receber visitas (At 28.16). Mas, no segundo encarceramento, deve ter ficado recluso em cárcere fechado. Contudo, sua serenidade era tal que ainda teve ânimo para solicitar a Timóteo algumas coisas e fazer recomendações importantes. “Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos” (2 Tm 4.13),

 

Como se aproximava o inverno (2 Tm 4.21), e Paulo sentia a necessidade da capa que deixara na casa de Carpo. Mas para quê os livros, os pergaminhos, se sua morte estava iminente? Antes de tudo, percebe-se quanto valor Paulo dava à leitura de livros, anotações, feitas em pergaminho. Talvez aqueles livros fossem livros da lei ou do Antigo Testamento. Ao que tudo indica, o seu julgamento, perante a justiça de Roma, pudesse demorar alguns dias ou meses. De qualquer forma, é um eloquente testemunho de que o homem de Deus, quando está seguro em sua comunhão com o Senhor, não teme a morte ou qualquer outra adversidade.

 

3. Preocupações Finais com o Discípulo

 

Parece algo desconexo, em relação às preocupações anteriores, quando solicitou objetos pessoais a Timóteo. Paulo passa de escrita sobre sua situação e necessidades, e se refere a um homem de mau caráter que lhe causara muitos problemas, e orienta Timóteo a respeito do mesmo (2 Tm 4.14,15).

“Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras. Tu, guarda-te também dele, porque resistiu muito às nossas palavras” (2 Tm 4.14,15). Pela sua designação, “latoeiro”, esse indivíduo era um lanterneiro ou funileiro, que se tornou cristão, aparentemente, mas tornou-se inimigo de Paulo e de seu ministério,

 

III- A CERTEZA DA PRESENÇA DE CRISTO

 

1. Sozinho no Tribunal dos Homens

 

“Ninguém me assistiu na minha primeira defesa; antes, todos me desampararam. Que isto lhes não seja imputado” (2 Tm 4.16). De acordo com estudiosos, Paulo se referia à primeira audiência a que se fez presente, na sua segunda prisão, e não ao primeiro julgamento, do qual foi liberado, após ter ficado em prisão domiciliar, alugada por ele próprio, durante dois anos (At 28.30,31).

 

Na situação de que trata o presente texto, Paulo se encontrava respondendo a processo judicial, e esperava o julgamento final. Esse juízo poderia demorar ainda algum tempo, como ocorreu na primeira detenção do apóstolo. Por isso, ele diz a Timóteo que volte depressa. E relata que sentiu a falta dos companheiros, naquela hora tão difícil em que se encontrava, dizendo “todos me desampararam”. Parece que Tíquico e Lucas, o “médico amado” não se encontravam na cidade, quando Paulo compareceu àquela audiência. Mas Paulo não era murmurador, nem guardou mágoa dos amigos ausentes. Pelo contrário, demonstrou que os perdoara, pedindo a Deus “Que isto lhes não seja imputado”.

 

2. Sentindo a Presença de Cristo

 

“Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que, por mim, fosse cumprida a pregação e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão” (2 Tm 4.17). Na carta, Paulo declara que, não obstante ter sentido a falta dos irmãos e amigos, sentiu de perto a gloriosa presença de Deus. E acentua que Cristo, seu Senhor, lhe concedeu duas grandes bênçãos, naquela circunstância tão desconfortante. Primeiro, o assistiu. Ele não tinha advogado humano; respondeu sozinho as acusações injustas contra sua pessoa, fazendo sua própria defesa; mas o Senhor estava ao seu lado.

 

A segunda grande coisa que o Senhor proporcionou foi o fortalecimento do seu espírito, dando-lhe energia e ânimo para enfrentar não só o julgamento injusto, mas a própria morte, que se aproximava. Em terceiro lugar, Paulo diz que por ele fosse “cumprida a pregação e todos os gentios a ouvissem”, indicando que, de alguma forma, antes da sua morte, os gentios haveriam de ouvir a mensagem do evangelho. Há quem diga que ele se referia ao primeiro encarceramento, do qual fora liberto. E continuou a pregar o evangelho. Em seguida, ele diz: “e fiquei livre da boca do leão”. Há dificuldades de entendimento quanto a essa expressão.

 

Teria sido Paulo mais uma vez liberto da prisão, após o segundo julgamento? Teria sido ele inocentado e solto? Estudiosos das epístolas pastorais entendem que, em sua própria defesa, Paulo proclamou sua fé em Cristo, perante as autoridades e assistentes do júri. E que, dizendo que ficou “livre da boca do leão”, refere-se à sua libertação espiritual, de Nero, o imperador sanguinário, ou de Satanás, ainda que passando pelo “vale da sombra da morte” (51 23.4), Tal entendimento se fortalece quando recordamos seu brado de vitória: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2 Tm 4.7).

 

3. Palavras e Saudações Finais

 

“E o Senhor me livrará de toda má obra e guardar-me-á para o seu Reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém!” (2 Tm 4.18).

 

Vencendo as lutas do combate da fé, acabando a carreira que lhe foi proposta e guardando sua fé em Cristo, Paulo sentia-se liberto para sempre de “toda má obra”, e sentia-se guardado “para o seu Reino celestial” (de Cristo), a quem dá “glória para todo o sempre, amém”.

 

Paulo, com o ânimo fortalecido pelo Senhor, encontra forças para mandar saudações a seis amigos (2 Tm 4.19,20); lembra-se de Erasto, que ficou em Corinto, e do amigo Trófimo, que ficou doente em Mileto. E pede que Timóteo procure chegar a Roma antes do inverno, naturalmente, levando a sua capa, que deixara na casa de Carpo (2 Tm 4.21). E, de modo elegante, envia saudação em nome de “Êubulo, e Pudente, e Lino, e Cláudia, e todos os irmãos” que saudavam Timóteo. Isso mostra o quanto ele estava tranqüilo, aguardando a vontade de Deus sobre sua vida e o fim do seu ministério. E conclui, saudando seu jovem discípulo, dizendo: “O Senhor Jesus Cristo seja com o teu espírito. A graça seja convosco, Amém!” (2 Tm 4.22).

 

CONCLUSÃO

 

Os últimos trechos da segunda carta de Paulo a Timóteo demonstram que um servo de Deus que se pauta pela obediência ao Senhor, vivendo em santidade, e fazendo a vontade divina, não se desespera, mesmo ante a iminência do dia final. Noutra carta, Paulo diz: “Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte” (1 Co 15.26), referindo-se à vitória de Cristo sobre todos os poderes e forças contrárias à vida do crente fiel.

Ele tinha consciência de que a morte física aniquilava apenas o corpo, mas seu espírito e sua alma (o homem interior — 2 Co 4.16) estavam guardados em Cristo Jesus.

 

 

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

 

BIBLIOGRAFIA

 

Livro As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais – Elinaldo Renovato de Lima

 

 

 

 

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