NATUREZA - 1º
TRIMESTRE 2017 (Jo 16.20-24)
Texto Áureo
Regozijai-vos,
sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos
Fp 4.4
Verdade prática
A Alegria, fruto
do Espírito não depende de circunstâncias
Leitura
bíblica
20. Na verdade, na verdade vos digo que vós
chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará, e vós estareis tristes, mas
a vossa tristeza se converterá em alegria.
21
A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua
hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição,
pelo prazer de haver nascido um homem no mundo.
22.
Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e
o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará.
23
E naquele dia nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digo que tudo
quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar.
24. Até agora nada pedistes em meu nome;
pedi, e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra.
Introdução
Na lição de hoje estudaremos sobre a
alegria e a inveja.A alegria é um atributo do fruto do Espírito e esta não
depende de circunstancias enquanto que a inveja faz parte da obra da carne não
podendo agradar a Deus (Rm 8.8) e prejudicando ao próximo com suas
consequências.
I
– A Alegria
No hebraico a palavra alegria é sãmah
e segundo o dicionário Vine, significa uma emoção espontânea ou felicidade
extrema. No grego a palavra é euphrainõ e significa estar feliz, regozijar-se,
tornar-se alegre.
·
Fonte de Alegria
É importante
ressaltar que esta felicidade não é uma emoção passageira, resultado de um
aumento de salário, uma premiação, a compra da casa própria, a posse de bens
materiais ou do uso de alguma medicação. Essa alegria é produzida pelo Espírito
Santo em nosso interior e vem diretamente de Deus, pois somente Ele é a fonte e
a origem do verdadeiro contentamento.
Em Gálatas 5.22
a palavra “Gozo” (gr. Chara), é a sensação de alegria baseada no amor, na
graça, nas bênçãos, nas promessas e na presença de Deus, bênçãos estas que
pertencem àqueles que creem em Cristo (Sl 119.16; 2Co 6.10; 12.9; 1 Pe 1.8; Fp
1.4).
A alegria é
parte integrante da nossa salvação em Cristo. É paz e prazer interiores em Deus
Pai, Filho e Espírito Santo, e na benção que flui de nosso relacionamento com
Eles (1Co 13.14). Os ensinos bíblicos a respeito da alegria incluem:
A alegria está
associada à salvação que Deus concede em Cristo (1Pe 1.3-6) e com a Palavra de
Deus (Jr 15.16).
A alegria flui
de Deus como um dos aspectos do fruto do Espírito (Sl 16.11; Rm 15.13; Gl
5.22).
Nós a
experimentos somente à medida que permanecemos em Cristo (Jo 15.1-11).
Nossa alegria se
torna maior quando o Espírito Santo nos transmite um profundo senso da presença
e do contato com Deus em nossa vida (Jo 14.15-21).
Jesus ensinou
que a plenitude da alegria está intimamente ligada à nossa permanência na sua
Palavra, à obediência aso seus mandamentos ( Jo 15.7,10,11) e a separação do
mundo (Jo 17.13-17).
A alegria como
deleite na presença de Deus e nas bênçãos da redenção, não pode ser destruída
pela dor, pelo sofrimento, pela fraqueza nem por circunstancias difíceis (Mt
5.12; At 16.23-25; 2Co 12.9).
·
Jesus Consola
seus Discípulos e os Instrui
O texto utilizado na Leitura Bíblica em Classe
da lição (Jo 16.20-24) é parte de um diálogo entre Jesus e seus discípulos.
Parece que a fala do Mestre nos versículos 17 e 18 deixam os discípulos
confusos. Então, Jesus explica que ao presenciar a sua morte,
eles ficariam tristes e desolados enquanto o mundo (os pecadores sobre o
engano de Satanás) se alegraria. Mas, a tristeza dos discípulos seria
momentânea e iria durar somente até a sua ressurreição, que ocorreu no terceiro
dia.
Nos versículos 21 e 22 Jesus se utiliza de uma ilustração,
bem conhecida de todos, a respeito de dor e alegria para que não houvesse mais
dúvidas a respeito do que estava sendo ensinando. Continuando com o diálogo e
ensino, nos versículos 23 e 24, o Mestre instrui a respeito do orar em seu nome
ao Pai. Os discípulos ainda não tinham ouvido nada a esse respeito, e nem mesmo
orado a Deus em nome do Filho. Jesus esclarece que as orações em seu nome
seriam ouvidas e atendidas: “tudo o que pedirdes em meu nome”. Contudo, segundo
o Comentário Bíblico Pentecostal1, ‘“tudo” não é um cheque
em branco. Jesus está exortando-os a pedir o Espírito; é Ele quem trará
alegria. Jesus dará o Espírito, e eles o receberão”.
II - CARACTERÍSTICA DA ALEGRIA
COMO FRUTO DO ESPÍRITO
Alegria
espiritual.
A alegria do
Espírito contrasta com a alegria natural. Portanto, é uma alegria decorrente
das coisas espirituais, não materiais. A Bíblia mostra que essa alegria é:
(a) fruto da
salvação (Sl 51.12; Is 12.3; 61.10; Lc 1.47);
(b) da esperança da
ressurreição (Sl 16.9);
(c) de possuir o
nome escrito no Livro da Vida (Lc 10.20);
(d) por sofrer pelo nome
de Cristo (I Pe 4.13);
(e) pelo retorno de
Cristo (Ap 19.7).
Alegria
constante.
Diferente da
alegria natural, a alegria como fruto do Espírito é permanente, duradoura, não circunstancial.
Jesus disse isso aos seus discípulos: “[...] vossa alegria ninguém vo-la
tirará” (Jo 16.20-22). O apóstolo Paulo que enfrentou diversas
dificuldades durante o exercício do seu ministério asseverou: “como contristados,
mas sempre alegres” (II Co 6.10). Por isso, mesmo tendo sido açoitado e
aprisionado junto com Silas em Filipos, o apóstolo orava e louvava ao Senhor
(At 16.22-25). Estando também encarcerado em Roma, Paulo exortou aos cristãos
filipenses:“Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo,regozijai-vos”
(Fp 4.4). Paulo estava cheio de alegria por saber que, a despeito
daquilo que lhe viesse acontecer, Jesus Cristo estava ao seu lado (Fp 4.11-13).
Alegria
abundante.
A alegria como
fruto além de ser espiritual e constante é também abundante. O Espírito Santo produz
alegria abundante no coração do salvo. No livro dos Atos dos Apóstolos, vemos
Lucas descrevendo que os convertidos gentios alegram-se grandemente (At 13.52),
a mesma intensidade de alegria sentiram os que ouviram a notícia da conversão
dos gentios (At 15.3). Paulo diz que os cristãos da Macedônia: “no meio
de muita prova de tribulação,manifestaram abundância de alegria” (II Co
8.2). Isto se deu quando os macedônios desejaram contribuir na assistência aos
santos de Jerusalém (II Co 8.3-5).
III - A INVEJA
·
Definição
Segundo
o Dicionario bíblico Wycliffe “a palavra grega phthonos, que designa inveja” é
utilizada em todo o Novo Testamento. A inveja é uma dor intensa (interior),
diante do sucesso do próximo. Dor diante daquilo que é bom para o outro, por
isso Provérbios 14.30 diz “a inveja é a podridão dos ossos”. O invejoso se
amargura e adoece emocionalmente pelo fato de ele não ter o que a outra pessoas
tem. A inveja faz com que as pessoas se utilizem de atitudes mesquinhas e
malévolas para prejudicar o outro. Definitivamente, a inveja é um sentimento
negativo que pertence à natureza adâmica. Esse sentimento perverso tem sua
origem em Satanás, pois ele tentou ser semelhante a Deus (Is 14.12-20).Segundo
Champlin (2004, p. 355), a palavra portuguesa “inveja” vem do
latim, “invidere”, que significa “em”(contra)
e “olhar para”, ou seja, olhar para alguém com maus olhos, de
modo contrário, com base no ódio sentido contra esse alguém. O Dicionário Vine
a define como sendo: "um princípio ativo de hostilidade dirigido
maliciosamente a outra pessoa". Inveja é um misto de ódio,
desgosto e pesar pelo bem e felicidade de outrem; é o desejo violento de
possuir obem do próximo. No hebraico a palavra “qinah” significa
“inveja”. Essa expressão é aplicada por quarenta e duas vezes no AT (Jó 5.2; Pv
14.30; Ec 4.4; Is 11.13; Ez 35.11). No grego é a palavra “phithónos”.
Esse vocábulo ocorre por nove vezes(Mt 27.18; Mc 15.10; Rm 1.29; Gl 5.21; Fl
1.15; 1Tm 6.4; Tt 3.3; Tg 4.5; 1 Pe 2.1).
IV - OS EFEITOS
DA INVEJA
Nos Dez Mandamentos, a Bíblia usa o termo "cobiçar",
que é um sinônimo para "invejar" (Êx 20.17).
Deus elencou a inveja como um dos pecados mais graves por saber do seu efeito
destrutivo (Dt 5.21). A inveja está entre as obras da carne que atingem o nosso
próximo (Gl 5.22). Segundo Champlin, (2004, p. 355) "a inveja é uma das
maiores demonstrações de mesquinharia humana, causada pela queda no pecado. Os
invejosos chegam a fazer campanhas de perseguição contra suas vítimas, as
quais, na maioria das vezes,
não têm qualquer
culpa por haverem despertado tal sentimento nos invejosos. Geralmente os
mal-sucedidos têm inveja dos bem-sucedidos. Essa é uma tentativa distorcida para
compensar pelo fracasso, glorificando ao próprio "eu" e procurando
enxovalhar a pessoa invejada". Analisemos alguns efeitos destruidores
deste maligno sentimento:
A inveja pode
adoecer.
A respeito da
inveja, o escritor de Provérbios nos faz diversas exortações (Pv 3.31;
24.1,19;27.4). A mais severa dela nos diz que: "a inveja é podridão
para os ossos" (Pv 14.30). Dentre as muitas atribuições dos ossos,
uma delas é a de sustentação do corpo. Quando o proverbista afirma que a inveja
é a "podridão dos ossos" significa que ela é uma
espécie de câncer que começa sutilmente destruindo o homem por dentro. Segundo
Aurélio (2004, p. 165), o verbo "apodrecer" quer dizer:
"putrefazer", palavra geralmente usada para descrever
um corpo morto em estado de decomposição. Portanto, a inveja é um sentimento
nocivo que faz mal principalmente aquele que o abriga em seu coração.
A inveja pode
matar.
Caim, foi a
primeira pessoa descrita na Bíblia que foi atingida pela inveja e por suas consequências.
O homicídio cometido por ele nasceu deste sentimento que nutria por seu irmão
Abel (Gn 3.4,5). Saul quando viu que Davi era melhor guerreiro que ele,
intentou algumas vezes matá-lo (I Sm 18.7-11). Os irmãos de José, por muito
pouco, não o executaram (Gn 37.11,18).
Ainda assim o
venderam para o Egito e lá ele poderia ter morrido (Gn37.28,28; 39.19-20). Jesus
também foi vítima da inveja dos grupos religiosos de sua época, que não
satisfeitos com a graça que Jesus tinha das multidões, eles procuraram matá-lo
(Mt 27.18; Mc 15.10).
A inveja pode
impedir o homem de entrar no céu.
Dentre os muitos
males que a inveja pode causar, o pior deles é ode banir o homem para sempre da
presença de Deus. Na lista de vícios elencados por Paulo em Gálatas 5.22, a
inveja está entre aqueles que o apóstolo diz: "os que cometem tais
coisas não herdarão o reino de Deus" (Gl 5.21).Evidentemente que
Paulo está falando para aqueles que vivem na prática deste pecado e não estão
dispostos a arrepender-se e abandoná-lo.
V – RESULTADOS
DA ALEGRIA
Um rosto
radiante.
O proverbista nos diz que: “o coração alegre aformoseia o rosto [...]” (Pv
15.13). Isto significa dizer que os sentimentos interiores da pessoa são
expressos no rosto ou pelas atitudes. O cristão cheio de alegria do Senhor exibirá
e comunicará essa alegria na aparência exterior. Beacon (2006, p. 75) diz que
“o cristão basicamente infeliz é uma contradição. O Reino de Deus é
caracterizado por alegria, junto com justiça e paz” (Rm 14.17).
Um cântico de
louvor.
Quando o
Espírito Santo produz no crente a virtude da alegria, seu coração se enche de gratidão
e sua boca de intenso louvor (Sl 45.1; Ef 5.19; Cl 3.16; Tg 5.13). Zacarias
louvou a Deus pelo cumprimento da promessa de Deus em sua vida (Lc 1.64-79);
Maria alegrou-se pelo fato de ter sido escolhida para ser a mãe do Salvador e agradeceu
com cântico (Lc 2.46-55); Simeão e Ana louvaram a Deus pela vinda do Messias
(Lc 2.29-32).
A força divina.
As tribulações
da vida tendem a nos trazer desânimo e tristeza (Jo 16.33), no entanto, a
alegria como fruto do Espírito traz ânimo e renova as forças do crente (Ne
8.10). Quando Jesus anunciou aos seus discípulos que iriadexá-los a reação foi
de imensa tristeza (Jo 16.16-20). No entanto, Ele prometeu que o Pai enviaria
outro Consolador e não o deixaria órfãos (Jo 14.16). A palavra
"Consolador" ("parácleto", no grego) significa alguém
chamado para ficar ao lado de outrem, com o propósito de ajudá-lo em qualquer
eventualidade. Ele nos assiste nas nossas fraquezas (Rm 8.26).
Conclusão
Precisamos
conservar em nós a alegria constante gerada pelo fruto do Espírito e que a
inveja que é obra da carne não tenha parte em nossas vidas e somente com a
alegria poderemos vencer todos os obstáculos que se levantam contra nós.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de
Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
HOWARD, R.E et al. Comentário Bíblico. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. CPAD.
VINE, W.E. Dicionário Vine. CPAD.
COMENTÁRIO BÍBLICO PENTECOSTAL. CPAD.
PORTAL ESCOLA DOMINICAL - http://portalescoladominical.org.br/
Igreja
E Assembleia de Deus em Pernambuco - Superintendência das EBD
Nenhum comentário:
Postar um comentário