19 de janeiro de 2017

ALEGRIA, FRUTO DO ESPÍRITO; INVEJA, HÁBITO DA VELHA


LIÇÃO 04 – ALEGRIA, FRUTO DO ESPÍRITO; INVEJA, HÁBITO DA VELHA

 

NATUREZA - 1º TRIMESTRE 2017 (Jo 16.20-24)

 

Texto Áureo

Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos

Fp 4.4

 

Verdade prática

A Alegria, fruto do Espírito não depende de circunstâncias

 

Leitura bíblica

 

 20. Na verdade, na verdade vos digo que vós chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará, e vós estareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria.

21 A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo.

22. Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará.

23 E naquele dia nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar.

24. Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra.

 

Introdução

 

Na lição de hoje estudaremos sobre a alegria e a inveja.A alegria é um atributo do fruto do Espírito e esta não depende de circunstancias enquanto que a inveja faz parte da obra da carne não podendo agradar a Deus (Rm 8.8) e prejudicando ao próximo com suas consequências.

 

I – A Alegria

 

No hebraico a palavra alegria é sãmah e segundo o dicionário Vine, significa uma emoção espontânea ou felicidade extrema. No grego a palavra é euphrainõ e significa estar feliz, regozijar-se, tornar-se alegre.

 

·         Fonte de Alegria

 

É importante ressaltar que esta felicidade não é uma emoção passageira, resultado de um aumento de salário, uma premiação, a compra da casa própria, a posse de bens materiais ou do uso de alguma medicação. Essa alegria é produzida pelo Espírito Santo em nosso interior e vem diretamente de Deus, pois somente Ele é a fonte e a origem do verdadeiro contentamento.

Em Gálatas 5.22 a palavra “Gozo” (gr. Chara), é a sensação de alegria baseada no amor, na graça, nas bênçãos, nas promessas e na presença de Deus, bênçãos estas que pertencem àqueles que creem em Cristo (Sl 119.16; 2Co 6.10; 12.9; 1 Pe 1.8; Fp 1.4).

A alegria é parte integrante da nossa salvação em Cristo. É paz e prazer interiores em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, e na benção que flui de nosso relacionamento com Eles (1Co 13.14). Os ensinos bíblicos a respeito da alegria incluem:

 

A alegria está associada à salvação que Deus concede em Cristo (1Pe 1.3-6) e com a Palavra de Deus (Jr 15.16).

 

A alegria flui de Deus como um dos aspectos do fruto do Espírito (Sl 16.11; Rm 15.13; Gl 5.22).

 

Nós a experimentos somente à medida que permanecemos em Cristo (Jo 15.1-11).

 

Nossa alegria se torna maior quando o Espírito Santo nos transmite um profundo senso da presença e do contato com Deus em nossa vida (Jo 14.15-21).

 

Jesus ensinou que a plenitude da alegria está intimamente ligada à nossa permanência na sua Palavra, à obediência aso seus mandamentos ( Jo 15.7,10,11) e a separação do mundo (Jo 17.13-17).

 

A alegria como deleite na presença de Deus e nas bênçãos da redenção, não pode ser destruída pela dor, pelo sofrimento, pela fraqueza nem por circunstancias difíceis (Mt 5.12; At 16.23-25; 2Co 12.9).

 

·         Jesus Consola seus Discípulos e os Instrui

 

O texto utilizado na Leitura Bíblica em Classe da lição (Jo 16.20-24) é parte de um diálogo entre Jesus e seus discípulos. Parece que a fala do Mestre nos versículos 17 e 18 deixam os discípulos confusos. Então, Jesus explica que ao presenciar a sua morte, eles ficariam tristes e desolados enquanto o mundo (os pecadores sobre o engano de Satanás) se alegraria. Mas, a tristeza dos discípulos seria momentânea e iria durar somente até a sua ressurreição, que ocorreu no terceiro dia.

 

Nos versículos 21 e 22 Jesus se utiliza de uma ilustração, bem conhecida de todos, a respeito de dor e alegria para que não houvesse mais dúvidas a respeito do que estava sendo ensinando. Continuando com o diálogo e ensino, nos versículos 23 e 24, o Mestre instrui a respeito do orar em seu nome ao Pai. Os discípulos ainda não tinham ouvido nada a esse respeito, e nem mesmo orado a Deus em nome do Filho. Jesus esclarece que as orações em seu nome seriam ouvidas e atendidas: “tudo o que pedirdes em meu nome”. Contudo, segundo o Comentário Bíblico Pentecostal1, ‘“tudo” não é um cheque em branco. Jesus está exortando-os a pedir o Espírito; é Ele quem trará alegria. Jesus dará o Espírito, e eles o receberão”.


II - CARACTERÍSTICA DA ALEGRIA COMO FRUTO DO ESPÍRITO

 

Alegria espiritual.

 

A alegria do Espírito contrasta com a alegria natural. Portanto, é uma alegria decorrente das coisas espirituais, não materiais. A Bíblia mostra que essa alegria é:

 

(a) fruto da salvação (Sl 51.12; Is 12.3; 61.10; Lc 1.47);

(b) da esperança da ressurreição (Sl 16.9);

(c) de possuir o nome escrito no Livro da Vida (Lc 10.20);

(d) por sofrer pelo nome de Cristo (I Pe 4.13);

(e) pelo retorno de Cristo (Ap 19.7).

 

Alegria constante.

 

Diferente da alegria natural, a alegria como fruto do Espírito é permanente, duradoura, não circunstancial. Jesus disse isso aos seus discípulos: “[...] vossa alegria ninguém vo-la tirará” (Jo 16.20-22). O apóstolo Paulo que enfrentou diversas dificuldades durante o exercício do seu ministério asseverou: “como contristados, mas sempre alegres” (II Co 6.10). Por isso, mesmo tendo sido açoitado e aprisionado junto com Silas em Filipos, o apóstolo orava e louvava ao Senhor (At 16.22-25). Estando também encarcerado em Roma, Paulo exortou aos cristãos filipenses:“Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo,regozijai-vos” (Fp 4.4). Paulo estava cheio de alegria por saber que, a despeito daquilo que lhe viesse acontecer, Jesus Cristo estava ao seu lado (Fp 4.11-13).

 

Alegria abundante.

 

A alegria como fruto além de ser espiritual e constante é também abundante. O Espírito Santo produz alegria abundante no coração do salvo. No livro dos Atos dos Apóstolos, vemos Lucas descrevendo que os convertidos gentios alegram-se grandemente (At 13.52), a mesma intensidade de alegria sentiram os que ouviram a notícia da conversão dos gentios (At 15.3). Paulo diz que os cristãos da Macedônia: “no meio de muita prova de tribulação,manifestaram abundância de alegria” (II Co 8.2). Isto se deu quando os macedônios desejaram contribuir na assistência aos santos de Jerusalém (II Co 8.3-5).

 

III - A INVEJA

 

·         Definição

 

Segundo o Dicionario bíblico Wycliffe “a palavra grega phthonos, que designa inveja” é utilizada em todo o Novo Testamento. A inveja é uma dor intensa (interior), diante do sucesso do próximo. Dor diante daquilo que é bom para o outro, por isso Provérbios 14.30 diz “a inveja é a podridão dos ossos”. O invejoso se amargura e adoece emocionalmente pelo fato de ele não ter o que a outra pessoas tem. A inveja faz com que as pessoas se utilizem de atitudes mesquinhas e malévolas para prejudicar o outro. Definitivamente, a inveja é um sentimento negativo que pertence à natureza adâmica. Esse sentimento perverso tem sua origem em Satanás, pois ele tentou ser semelhante a Deus (Is 14.12-20).Segundo Champlin (2004, p. 355), a palavra portuguesa “inveja” vem do latim, “invidere”, que significa “em”(contra) e “olhar para”, ou seja, olhar para alguém com maus olhos, de modo contrário, com base no ódio sentido contra esse alguém. O Dicionário Vine a define como sendo: "um princípio ativo de hostilidade dirigido maliciosamente a outra pessoa". Inveja é um misto de ódio, desgosto e pesar pelo bem e felicidade de outrem; é o desejo violento de possuir obem do próximo. No hebraico a palavra “qinah” significa “inveja”. Essa expressão é aplicada por quarenta e duas vezes no AT (Jó 5.2; Pv 14.30; Ec 4.4; Is 11.13; Ez 35.11). No grego é a palavra “phithónos”. Esse vocábulo ocorre por nove vezes(Mt 27.18; Mc 15.10; Rm 1.29; Gl 5.21; Fl 1.15; 1Tm 6.4; Tt 3.3; Tg 4.5; 1 Pe 2.1).

 

IV - OS EFEITOS DA INVEJA

 

Nos Dez Mandamentos, a Bíblia usa o termo "cobiçar", que é um sinônimo para "invejar" (Êx 20.17). Deus elencou a inveja como um dos pecados mais graves por saber do seu efeito destrutivo (Dt 5.21). A inveja está entre as obras da carne que atingem o nosso próximo (Gl 5.22). Segundo Champlin, (2004, p. 355) "a inveja é uma das maiores demonstrações de mesquinharia humana, causada pela queda no pecado. Os invejosos chegam a fazer campanhas de perseguição contra suas vítimas, as quais, na maioria das vezes,

 

não têm qualquer culpa por haverem despertado tal sentimento nos invejosos. Geralmente os mal-sucedidos têm inveja dos bem-sucedidos. Essa é uma tentativa distorcida para compensar pelo fracasso, glorificando ao próprio "eu" e procurando enxovalhar a pessoa invejada". Analisemos alguns efeitos destruidores deste maligno sentimento:

 

A inveja pode adoecer.

 

A respeito da inveja, o escritor de Provérbios nos faz diversas exortações (Pv 3.31; 24.1,19;27.4). A mais severa dela nos diz que: "a inveja é podridão para os ossos" (Pv 14.30). Dentre as muitas atribuições dos ossos, uma delas é a de sustentação do corpo. Quando o proverbista afirma que a inveja é a "podridão dos ossos" significa que ela é uma espécie de câncer que começa sutilmente destruindo o homem por dentro. Segundo Aurélio (2004, p. 165), o verbo "apodrecer" quer dizer: "putrefazer", palavra geralmente usada para descrever um corpo morto em estado de decomposição. Portanto, a inveja é um sentimento nocivo que faz mal principalmente aquele que o abriga em seu coração.

 

A inveja pode matar.

 

Caim, foi a primeira pessoa descrita na Bíblia que foi atingida pela inveja e por suas consequências. O homicídio cometido por ele nasceu deste sentimento que nutria por seu irmão Abel (Gn 3.4,5). Saul quando viu que Davi era melhor guerreiro que ele, intentou algumas vezes matá-lo (I Sm 18.7-11). Os irmãos de José, por muito pouco, não o executaram (Gn 37.11,18).

Ainda assim o venderam para o Egito e lá ele poderia ter morrido (Gn37.28,28; 39.19-20). Jesus também foi vítima da inveja dos grupos religiosos de sua época, que não satisfeitos com a graça que Jesus tinha das multidões, eles procuraram matá-lo (Mt 27.18; Mc 15.10).

 

A inveja pode impedir o homem de entrar no céu.

 

Dentre os muitos males que a inveja pode causar, o pior deles é ode banir o homem para sempre da presença de Deus. Na lista de vícios elencados por Paulo em Gálatas 5.22, a inveja está entre aqueles que o apóstolo diz: "os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus" (Gl 5.21).Evidentemente que Paulo está falando para aqueles que vivem na prática deste pecado e não estão dispostos a arrepender-se e abandoná-lo.

 

V – RESULTADOS DA ALEGRIA

 

Um rosto radiante. O proverbista nos diz que: “o coração alegre aformoseia o rosto [...]” (Pv 15.13). Isto significa dizer que os sentimentos interiores da pessoa são expressos no rosto ou pelas atitudes. O cristão cheio de alegria do Senhor exibirá e comunicará essa alegria na aparência exterior. Beacon (2006, p. 75) diz que “o cristão basicamente infeliz é uma contradição. O Reino de Deus é caracterizado por alegria, junto com justiça e paz” (Rm 14.17).

 

Um cântico de louvor.

 

Quando o Espírito Santo produz no crente a virtude da alegria, seu coração se enche de gratidão e sua boca de intenso louvor (Sl 45.1; Ef 5.19; Cl 3.16; Tg 5.13). Zacarias louvou a Deus pelo cumprimento da promessa de Deus em sua vida (Lc 1.64-79); Maria alegrou-se pelo fato de ter sido escolhida para ser a mãe do Salvador e agradeceu com cântico (Lc 2.46-55); Simeão e Ana louvaram a Deus pela vinda do Messias (Lc 2.29-32).

 

A força divina.

 

As tribulações da vida tendem a nos trazer desânimo e tristeza (Jo 16.33), no entanto, a alegria como fruto do Espírito traz ânimo e renova as forças do crente (Ne 8.10). Quando Jesus anunciou aos seus discípulos que iriadexá-los a reação foi de imensa tristeza (Jo 16.16-20). No entanto, Ele prometeu que o Pai enviaria outro Consolador e não o deixaria órfãos (Jo 14.16). A palavra "Consolador" ("parácleto", no grego) significa alguém chamado para ficar ao lado de outrem, com o propósito de ajudá-lo em qualquer eventualidade. Ele nos assiste nas nossas fraquezas (Rm 8.26).

 

Conclusão

 

Precisamos conservar em nós a alegria constante gerada pelo fruto do Espírito e que a inveja que é obra da carne não tenha parte em nossas vidas e somente com a alegria poderemos vencer todos os obstáculos que se levantam contra nós.

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.

HOWARD, R.E et al. Comentário Bíblico. CPAD.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

VINE, W.E. Dicionário Vine. CPAD.

COMENTÁRIO BÍBLICO PENTECOSTAL. CPAD.

PORTAL ESCOLA DOMINICAL - http://portalescoladominical.org.br/

Igreja E Assembleia de Deus em Pernambuco - Superintendência das EBD

 

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