A FORMAÇÃO DO CARÁTER CRISTÃO
Texto
Áureo = Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais
eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a nafé do
Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim.” (Gl 5.20)
Verdade
Prática = O homem nascido de novo tem o seu caráter
transformadopelo Espírito Santo.
LEITURA BIBLICA – Efésios 4: 17-24
INTRODUÇÃO
É notório, neste
século, observar o crescimento numérico do povo evangélico em quase todos os
países da América Latina. Também é animador ver que nas últimas décadas foi em
geral dado uma maior abertura para a ação e para os dons do Espírito Santo, uma
renovação na liturgia, uma melhor disposição para a unidade da igreja, o
despertar da consciência missionária, e existem outros sinais positivos
semelhantes.
Mas longe de cair em um
enganoso triunfalismo, serena e objetivamente devemos viver
nossos pontos fracos
para superá-los. Existem algumas coisas que nos preocupam.
As estatísticas sobre o
crescimento da igreja só leva em conta a quantidade mas não a
qualidade dos crentes
evangélicos. Hoje em dia, existe em todas as partes uma espécie de febre pela
“quantidade”, mas não pela “unidade”, e menos ainda pela “qualidade”.
Precisamos viver
algumas coisas básicas.
Por acaso nosso
objetivo é meramente conseguir que a América Latina se converta em um
continente com maioria evangélica? Qual a qualidade de vida? Por que há tanta
mediocridade no CARÁTER e na conduta de muitos cristãos?
Quais as mudanças
morais e sociais que o evangelho deve produzir nas vidas como produziu na de
Zaqueu? Onde estão os homens e mulheres que estão sendo transformados a imagem
de Cristo? Porque é tão fraca a influência da igreja na sociedade? E como estas
poderíamos fazer muitas outras perguntas.
Basicamente
desenvolverei o tema em três partes principais:
I - O caráter Cristão.
II - Os principais
fatores na formação do caráter
III - Os perigos que
existem no ministério.
I - O CARÁTER CRISTÃO.
1.
O povo que Deus planejou ter:
• Fomos escolhidos não
meramente para sermos salvos e sim para sermos santos. Efésios 1.4
• Fomos chamados não
apenas para ter a Deus como Pai, e sim para ser perfeitos como Ele. Mateus 5.48
(“teleiós” = maduros completos)
• O importante não é
somente nascer e sim crescer até chegar a medida da estatura da
plenitude de Cristo.
Ef. 4.13-15
• Deus não quer apenas
quantidade e sim qualidade. A igreja deve ser edificada (construída) com ouro,
prata e pedras preciosas, e não com madeira, feno e palha. I Cor. 3.12
• Fomos predestinados
não apenas para sermos filhos de Deus, mas sim para sermos feitos conforme a
imagem de seu Filho. Romanos 8.29
• O objetivo de nosso
ministério não é apenas salvar almas, mas sim apresentar todo homem perfeito em
Cristo. Colossenses 1.28
Em termos práticos,
isto significa uma igreja integrada por famílias que vivem em paz e harmonia.
Maridos ternos, sábios e amáveis. Esposas submissas de caráter meigo e
pacífico. Filhos respeitadores e obedientes. Rapazes e moças que chegam virgens
ao casamento. Anciãos honrados e respeitados pelos mais jovens. Crianças
felizes criadas no amor e temor de Deus.
Homens trabalhadores,
responsáveis, diligentes, cuidadosos, fiéis. Mulheres virtuosas, alegres,cheias
de boas obras. Um povo diferente, formado por discípulos que aprendem a
serhumildes, pacientes, mansos, justos, generosos, sinceros, bons, felizes,
honrados, íntegros.
Discípulos cujo o
estilo de vida é amar, perdoar, servir, confessar seus pecados,
obedecer,cumprir, sujeitar-se as autoridades, pagar seus impostos, ser sempre
verdadeiro, confiar emDeus, amar o seu próximo, ajudar, dividir com os
necessitados, chorar com os que choram, rircom os que riem, ser um com seus
irmãos, pagar o mal com o bem, sofrer a injustiça, dargraças sempre por tudo,
vencer tentações, viver no gozo do Senhor, orar sem cessar, testemunhar a
Cristo, ganhar outros para Cristo, Fazer (formar) discípulos, colocar seu
dinheiro e seus bens a disposição de seu irmão, e sobre todas as coisas, amar a
Deus com todo o seu ser, e ser assim o sal da terra e a luz do mundo.
2.
Caráter e Conduta
Caráter é a maneira de
ser de uma pessoa que é avaliado pela sua conduta. É a soma de suas qualidades
e defeitos morais integrados na sua personalidade.
“CARÁTER”
é uma palavra grega que aparece no Novo Testamento uma única vez, emHebreus 1.3
e está traduzida por “imagem” (Edição Revista e Corrigida). Cristo é a “mesma
imagem de sua essência”, quer dizer que tem o caráter idêntico do Pai.
Conduta é a maneira
habitual de comportar-se, a maneira de viver.
A conduta de uma pessoa
manifesta o seu caráter.
A meta do Cristão é ser
como Jesus, quer dizer, ter caráter de Cristo.
Isto é uma síntese do
que devemos chegar a ser, por isso nossa conduta deve ser como a Sua. “Aquele
que diz que permanece Nele, esse deve também andar assim como Ele andou”. 1º
João 2.6.
A análise desta
definição consiste em descrever todas as qualidades morais de Cristo revelados
nas Escrituras, as quais são o projeto total do que Deus quer formar em cada um
de seus filhos.
3.
A primeira descrição do caráter de um cristão.
Está no sermão da
montanha, nas bem-aventuranças.
O sermão da montanha é
o primeiro catecismo de transmissão oral e em seguida a primeira parte escrita
do evangelho.
O verbo aqui é “SER”
(os que são humildes, os que são mansos). Bem aventurados, felizes, ditosos,
afortunados.
A felicidade não é um
objetivo é sim uma conseqüência, é a conseqüência de ser como
Deus quer e fazer Sua
vontade.
Justamente “Caráter” é
aquilo que somos e o que determina nossa conduta.
Jesus indica as oito
qualidades de caráter que deve distinguir a seus discípulos.
Na realidade estas
bem-aventuranças são a descrição das virtudes do caráter de Jesus e o que Deus
quer formar em nós.
OITO
QUALIDADES DO CARÁTER DE UM DISCÍPULO:
-
Humildade (5.3)
“Os humildes”; “os
pobre de espírito” A humildade é a primeira qualidade inerente à condição
humana. O oposto é o orgulho a soberba, a arrogância, a auto-suficiência,
etc...
-
Contrição (5.4)
“Os que choram”. Não
são os que choram por raiva ou auto compaixão, e sim aqueles que ao conhecer-se
diante de Deus se quebrantam por sua condição, pecado e miséria e mudam de
atitude, se humilham.
Também choram diante do
amor e da graça de Deus. Alem disso, sensibilizados pelo amos de Deus, choram
com os que choram, com os que sofrem, pelos perdidos. Eles serão consolados.
-
Mansidão (5.5)
“Os mansos” obedecem
com boa disposição são submissos, pacientes, tem domínio próprio. O contrario à
mansidão é a rebeldia, que leve à violência, briga, gritos, insolência, queixa,
impaciência, etc.
-
Justiça (5.6)
“Os que tem fome e sede
de justiça”. Não são os que exigem que se lhes faça a justiça, e sim aqueles
que tem como o maior desejo em suas vidas o de serem justos, santos, retos,
honrados, de boas obras.
-
Misericórdia (5.7)
“Os misericordiosos”.
Significa ter coração para aqueles que estão na miséria.
A miséria tem duas
expressões principais: Amabilidade para com todos, ajuda e generosidade com o
que sofre
-
Pureza de coração (5.8)
“Os limpos de coração”
Significa sinceridade, transparência boa consciência, desejos puros, intenções
corretas, motivações santas, sem engano nem mentira sem hipocrisia. Eles verão
a Deus.
-
Paz (5.9)
“Os pacificadores”,
perdoam, renunciam seus direitos, cedem, não brigam, preferem perder, tem
resposta branda. Também pacificam a outros que estão com inimizades, são
instrumentos de reconciliação.
-
Alegria no sofrimento injusto (10-12)
“Os que sofrem
perseguições por causa da justiça” São os que diante do sofrimento, a
perseguição e a calúnia, ao invés de deprimir-se, se alegram e se regozijam.
4.
As virtudes que o Espírito Santo produz em nós.
Gálatas 5.22-23 Amor, gozo, paz, paciência, benignidade, bondade, fé, mansidão,
temperança. A função do Espírito Santo é produzir em nós as qualidades morais
de Cristo a fim de tornar-nos como Ele.
5.
Hábitos do novo homem
Colossenses 3.10-15.
Misericórdia, benignidade, humildade, mansidão, paciência, o suportar, o perdoar,
amor, paz.
6.
Qualidade de caráter e conduta que se requer de um líder. 1º
Timóteo 3.1-7 - Tito 1.5-8
• irrepreensível
• marido de uma só
mulher
• sóbrio
• prudente
• decoroso
• hospitaleiro
• não dado ao vinho
• não tendencioso
• não condizente com
ganâncias desonestas.
• amável
• pacifico
• não avarento
• que governe bem a sua
própria casa
• não seja neófito
• justo
• santo
• não seja dado a ira
• amante do bem
• dono de si mesmo
7.
Outras qualidades de caráter que nos ensinam as Sagradas Escrituras
• Serviço - Mateus
20.26-28
• Laboriosidade -
Provérbios 6.6-11 - 2º Tessalonicenses 3.7-12
• Diligência -
Provérbios 10.4 e 13.4
• Constância - 2ºTim.
3.14
• Autodisciplina - 1º
Cor 9.25-27 - Submissão á disciplina
• Responsabilidade - 1º
Tim 3.4 e 1º Tess. 4.11
• Estabilidade - Ef.
4.14
• Firmeza - Ef. 6.11
• Valentia - Josué
1.6-9
• Sinceridade -
Heb.10.22
• Honradez - 1º Tess.
4.6
• Integridade - Salmo
15.02
• Imparcialidade - I
Tim 5.21 - Lev.19.15
• Respeitador - 1º
Pedro 2.17
“Nossa esperança e fé”.
“Estou plenamente certo de que aquele que começou a boa obra em nos há de
completá-la até ao dia de Cristo Jesus” (Filip. 1.6)
II - OS PRINCIPAIS FATORES NA
FORMAÇÃO DO CARÁTER.
1.
Ter um modelo. Jesus varão perfeito, é o grande modelo
que o Pai nos apresenta.
Devemos conhece-Lo
mediante testemunho conjunto da Palavra e do Espírito. Efésios 4.13, sugere que
um dos fatores principais para se chegar à estatura de Cristo é
conhece-Lo.
Algumas
das qualidades que se sobressaem do caráter de Jesus que revelam os relatos dos
evangelhos:
• Sua mansidão e
humildade
• Seu amor e compaixão
• Sua pureza e
santidade
• Seu valor e
autoridade
• Sua misericórdia e
graça
• Sua sabedoria.
Na sua paixão e morte
se revelam, até com maior excelência, as virtudes de caráter que havia
manifestado em sua vida e ministério.
2.
Receber instruções baixo (sob) o senhorio de Cristo:
O
que é conversão? Durante anos, os evangélicos tem pregado
que a condição para ser salvo é aceitar aJesus Cristo como Salvador pessoal. Não
existe na bíblia nenhum versículo sequer quesustente tal afirmação.
Paulo declara em
Romanos 10:9 que a condição para ser salvo é confessar a Jesus como Senhor
(Kyrios). Todo o Novo Testamento confirma tal declaração. (Atos 2.36; 16.31;
Filip. 2.9-11)
Aceitar a Cristo
meramente como Salvador seria pretender receber o perdão e a vida eterna sem
uma verdadeira sujeição a seu senhorio, e tal coisa não existe no Novo
Testamento.
Aceitar Jesus como
Senhor é colocar nossa vida totalmente sob sua autoridade, e isto
não é apenas a condição
“Siniqua non” para a salvação, é, também o que fará possível o novo convertido,
ao ser instruído, seja formado à imagem de Jesus.
O
que é um discípulo? Mateus 28.19-20
Discípulo é alguém que
recebe ensinamento e instruções sob a autoridade de seu mestre. O discípulo de
Cristo precisa receber todos os ensinamentos de Jesus. O objetivo da instrução
não é meramente para que “saiba”, e sim para que “guarde” os mandamentos do
Senhor.
O propósito não é
dar-lhe informação e sim a formação de seu caráter segundo a palavra de Deus.
O
que é a “Didaquê”?
É a palavra grega
traduzida “doutrina ou ensinamento”. (Mateus 7.28, Atos 2:42).Seu sinônimo é
“didaskalia” (v.21) (Marcos 7.7, Tito 2.1, 7)
• Consiste em
ensinamentos e instruções que revelam a vontade de Deus para todos os
homens. Geralmente são
mandamentos (tom imperativo) pois provém de nosso Mestre e
Senhor, sob cuja
autoridade estamos. Exigem obediência sujeição.
• Abrange todas as
áreas de nossa vida, caráter, atitudes, revelações e conduta.
• É clara, direta e
prática.
• É universal e
imutável para todos os homens de todas as gerações.
• Seu objetivo final é
fazermos como Jesus, tanto em nosso caráter, conduta e serviço.
• A maior parte da
Didaquê podemos encontra-la resumidamente em 9 capítulos do Novo Testamento, em
Mateus 5, 6, 7; em Efésios 4, 5, 6; em Romanos 12, 13, 14.
• É um dos elementos
indispensáveis para formação do caráter cristão nos discípulos.
3.
Estar cheios do poder (Dunamis) que transforma:
Os 12 apóstolos tiveram
o modelo e receberam a instrução, mas não era suficiente,
precisavam receber
poder para serem transformados e viver a Didaquê.
A
condição humana: A Bíblia chama a esta condição “estar
na carne” É o estado natural do homem depois da queda: fraco, pecador e incapaz
de agradar a Deus. No melhor dos casos procura fazer a vontade de Deus com seus
próprios recursos para fracassar uma vez atrás da outra. (Romanos 7.14-25 e
Gálatas 5.19-21)
A lei: Nos exige fazer
a vontade de Deus, mas não nos capacita a cumpri-la.
A obra de Cristo:
Cristo na cruz não só levou nossos pecados, como nos incluiu a nós mesmos.
“Nosso velho homem” foi crucificado juntamente com Ele (Romanos 6.4) Sua morte
é nossa morte, e sua ressurreição é a nossa ressurreição.
Mas esta realidade
objetiva se faz realidade subjetiva e experimental pela ação do
Espírito em nós
(Romanos 8.2)
A obra do Espírito :
Cristo não envia apenas o Espírito Santo aos nossos corações, mas mediante o
Espírito Ele mesmo vem habitar em nós João 14.18.
Ter o Espírito é ter a
Cristo em nós. (João 14.10-11, 1º João 3.24)
O Espírito nos comunica
a eficácia da morte de Cristo sobre nossa carne, e o poder da
sua ressurreição (Gál.
2.20)
A função do Espírito é
nos transmitir a vida de Cristo, a glória de Cristo, suas virtudes morais, seu
amor, sua humildade, sua paz, sua mansidão, sua santidade.
“Receberá do que é meu,
e vo-lo há de anunciar” (João 16.14)
A função ao Espírito é
formar em nós a Cristo Jesus; transformar-nos de glória na sua
própria imagem (2º Cor.
3.18)
A Kerigma: Estas são as
verdades que proclama o Kerigma apostólico orientando para
edificação dos crentes.
4.
Estar integrado a uma comunidade de fé: Atos 2.42-47
Cada discípulo para sua
formação necessita:
• Contenção: amor,
relações pessoais (relacionamento), afeto, comunhão, amizade, pastoreio,
identidade, cobertura espiritual.
• Discipulado de grupo
e pessoal: relações firmes e definidas, modelos próximos,
ensinamento, oração,
instrução, animo, correção fraternal, disciplina.
• Capacitar para a
missão: Instrução, treinamento, apoio, espaço para o exercício dos dons e
desenvolvimento de novos ministérios.
5.
Assumir plenamente a responsabilidade pessoal
Este é o fator decisivo
na formação do caráter cristão.
O
que é responsabilidade?O homem foi criado a imagem e
semelhança de Deus. Entre outras, isto significa que o
diferencia dos animais,
Deus fez do homem um ser com responsabilidade, moral, trabalhador, familiar,
social e espiritual.
Todo homem é
responsável perante Deus e deve responder perante Ele por seus atos,
atitudes, palavras,
conduta, pensamentos, sentimentos, desejos e intenções.
John
Stott disse:“Nossa responsabilidade perante Deus é
um aspecto inalienável de
nossa dignidade humana.
Sua expressão final se verá no dia do juízo”
Emil
Brunner afirma: “A responsabilidade não é um atributo,
é a substancia da
existência humana.
Contém tudo ...é o que distingue o homem de todas as outras criaturas.
Deus pediu contas a
Adão, a Eva, a Caim, a Saul, a Davi, a Ananias e Safira, a Saulode Tarso.Um dia
todos prestaremos contas de toda nossa vida perante Ele.
A operação de Satanás,
a fraqueza de nossa carne, a maldade dos homens, a pressãodo mundo, ou as
circunstancias adversas, não nos isentam de nossa responsabilidade peranteDeus,
pois Deus através de Jesus Cristo nos tem suprido de tudo o que precisamos para
ser“mais que vencedores” sobre Satanás, o pecado, a carne e o mundo, mesmo nas
circunstanciasmais adversas.
Seria estúpido negar a
influencia que tem nossa herança genética e nossa criação sobrenosso
comportamento, elas tem má influencia mas não determinam. O fator determinante
denossa maneira de ser e de viver passa por nossa responsabilidade pessoal.
Por que Abel e Caim
tendo a mesa herança genética e a mesma criação foram tãodiferentes?
Por que Jacó foi tão
diferente de Esaú?
Por que Davi foi tão
diferente de seus irmãos?
Sim, pela abundante
provisão da graça de Deus podemos ser diferentes, podemosmudar.
Nosso caráter pode ser
depurado, nossa conduta pode melhorar. Podemos ser santoshumildes mansos,
amáveis, serviçais, podemos ser como Jesus.
O
Coração:
Na linguagem bíblica o
coração é o centro do nosso ser, nosso foro íntimo. É onde definimos oque
queremos ser. Provérbios 4.23, Atos 8.21. Mateus 15.19
A
disciplina pessoal
As atitudes repetidas
com o passar do tempo se tornar hábitos. Existem hábitos que tem
características ético morais as quais constituem as diferentes facetas de nosso
caráter, de modo que a conduta vai forjando o caráter e logo o caráter
determina a conduta.
Se vivermos segundo a
carne produzirão em nos aspectos carnais. Por exemplo: a ira, a mentira, a
queixa, a lascívia, a avareza , o rancor, etc.
Mas, se vivermos no
Espírito fazemos morrer as obras da carne, manifestamos as
virtudes do caráter de
Cristo. Por exemplo, amabilidade, o serviço, a humildade, o dizer a verdade, o
perdoar, etc.
Uma vez, duas; um dia,
dois, dez, cem, mil... Nesta disciplina do Espírito as qualidades de Cristo
chegaram a ser as virtudes do nosso caráter. Por isso é importante viver no
Espírito as 24 horas do dia (Gál. 2.20).
Na
oficina de Deus: Precisamos cultivar uma comunhão íntima,
pessoal e secreta com Deus.Mat. 6.6. Então devemos nos submeter a ação profunda
do Espírito para ser corrigidos,santificados e transformados. Heb. 4.12, 2º
Tim. 3.16, 2º Cor. 3.18, Rom.12.1-2.
Nossa maior inspiração
tem que ser “conhecer” o filho de Deus, o varão perfeito. Ef
4.13. Isto não é um
conhecimento intelectual (conceito grego) e sim experimental e total
(conceito hebreu) até
chegar a ser plenamente um com Ele.
6.
O sofrimento e nossa atitude diante d’Ele
Jesus não prometeu a
seus discípulos uma vida sem padecimentos, o que Ele sim nos prometeu é paz e
vitória em meio as aflições (João 16.33).
Hoje parece que muitos
valores do mundo são o marco do êxito ministerial: dinheiro,
fama, popularidade,
prosperidade, números, gente, poder...
Pouco se fala da cruz,
do sofrimento, da disciplina, do vitupério, do sacrifício, etc.
Para mim um dos
versículos mais difíceis de entender do Novo Testamento é Hebreus
5.5 “embora sendo
filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu”.
Diante
do sofrimento podemos ter três atitudes:
1. Resistirmos e
amargurar-nos
2. Resignar-nos sem
entender o propósito.
3. Aceita-lo como o
plano de Deus para nossa formação, purificação e santificação.
O sofrimento nos ajuda
a ser humildes, pacientes compassivos misericordiosos, obedientes dependentes
de Deus, ou seja, sermos parecidos a Jesus, pois produz em nós cada vez mais
excelente e eterno peso de glória (2º Cor. 4.17)
III - OS PERIGOS QUE ENFRENTAMOS NO
MINISTÉRIO
(BASEADO EM II TIMÓTEO)
- O apóstolo Paulo
escreve da prisão esta última carta a seu discípulo Timóteo, e consciente que o
tempo de sua partida está próximo (4:6-7), o adverte solenemente dos sérios
perigos e cuidados que devemos ter no ministério, especialmente nos dias que
virão.
1º
PERIGO: O PROFISSIONALISMO (1:4-8)
- O perigo de tornar-se
um ministro sem lágrimas (1:4) = Emocionalismo(viver só de
emoções) = Ter emoções
( fundamental - foram dadas por Deus)
- O perigo de tornar-se
um ministro com uma fé fingida (1:5). (Ver I Tim. 1:5,19; 3:9; 4:1-2), se perde
a fé por não manter boa consciência.(Estou crendo em tudo o que estou
pregando?).
- O perigo de perder o
fogo evangelístico (1:6-8) Temos que evangelizar, se não tivermos o fogo
evangelístico o povo não evangelizará; pois somos modelo, referência para o
rebanho.
2º
PERIGO: A FALTA DE LEALDADE (1:15-18)
- A falta de lealdade á
Palavra. (1:13-14). (Ver I Tim. 1:3-4; 4:6,16; 6:3-5, II Tim.2:2; 4:2- 4). Não
pregar nossos próprios conceitos e idéias - gastar tempo em oração para
prepararmos a palavra. Pregação expositiva.
- A falta de lealdade
aos companheiros da obra.(1:15-18).
3º
PERIGO: A COMODIDADE (2:1-13)
- Perigo de nos
tornarmos “burguêses evangélicos”- consumismo.
- Diligencia (v. 1)
“Esforça-te”
- Eficiência (v. 2)
- Sofrimento (v. 3)
“Sofre trabalhos”, “soldado”
- Concentração (v.4)
“não se envolve”
- Disciplina (v.5)
“luta”
- Dedicação (V. 6)
“deve trabalhar”.
4º
PERIGO: A FALTA DE INTEGRIDADE (2: 14-22)
- Deus aprova tua
conduta ? (v.15)
- Tens coisas que te
envergonhariam caso seus irmãos soubessem ? (v. 15)
- Vives uma vida santa
ou praticas a iniquidade ? (v. 19)
- Tens caído em pecados
sexuais ? Tens mentido ? Estás limpo no manejo do dinheiro? – Estás em paz com
todos os teus irmãos ? (v. 22).
=SER
USADO POR DEUS NÃO SIGNIFICA SER APROVADO POR DEUS.
(v. 20-21). Exemplos:
Balaão, Saul, Jonas. Judas, (Mat. 7:21-23 - Jesus em nenhum momento
contesta esses dons)
=
POR QUE DEUS USA GENTE NÃO APROVADA ?
a) Deus é soberano, não
tem que prestar contas a ninguém, usa quem Ele quer.
b) Deus nos usa por sua
graça e não por merecimento próprio.
c) Deus quer que toda a
glória seja dada a Ele, que ninguém se glorie.
d) Para nos fazer
caminhar com temor ao Senhor até o final de nossa caminhada, que dependamos de
Sua graça e misericórdia, sempre com os pés descalços porque a terra onde
estamos é santa.
e) Para que sigamos ao
Senhor e não a homens.
=
COMO SABER SE ESTOU SENDO APROVADO POR DEUS ?
- Nossa mente, nossa
consciência pode estar cauterizada (I Cor. 4:4)
- A única maneira de
ser aprovado é pela Palavra de Deus, quando eu rejeito a iniquidade, quando eu
peco confesso, limpo minha vida e procuro ser transparente na minha maneira de
ser e agir.
5º
PERIGO: A APARÊNCIA DE PIEDADE (3:1-9)
Está
descrevendo as pessoas de aparência religiosa (v.5), cujas vidas são uma
contradição com o que professam:
Egoístas , Avarentos,
Orgulhosos, Soberbos, Blasfemadores, Desobedientes, Ingratos, Ímpios, Sem
afeto, Implacáveis, Caluniadores, Sem domínio de si, Cruéis, Inimigos do bem,
Traidores, Atrevidos, Envaidecidos, Amigos dos prazeres, Lascivos (3:6)
A
SEGURANÇA EM TEMPOS DIFÍCEIS (3:10 - 4:8)
1.
Seguir o bom exemplo dos homens provados (3:10 -13).
Seguir sua doutrina, e imitar sua conduta, propósito, fé, longanimidade, amor,
paciência, perseverança e padecimento.
2.
Persistir em tudo o que aprendeu nas Sagradas Escrituras,
tendo em conta que o objetivo da mesma é aperfeiçoar-nos e capacitar-nos para a
boa obra (3; 14-17).
3.
Pregar a palavra em todo o tempo, argumentar,
repreender, exortar com toda paciência edoutrina (4:1-4)
4.
Fazer a obra de evangelização (4:5) - Não nos desviarmos
da grande comissão.
Conclusão
Que Deus nos ajude a
desenvolver o caráter de Cristo em nós, para que o mundo possa ver nossas boas
obras e Glorifique a Deus. Mt. 5. 16.
Evangelista Isaias
Silva de Jesus
Igreja Evangélica
Assembléia de Deus Ministério Belém Setor I - Em Dourados – MS
Bibliografia
O CARÁTER DO CRISTÃO
Texto
Áureo = “Para que vos tomeis irrepreensíveis e sinceros,
filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na
qual resplandeceis como luzeiros no mundo. “Fp2.15.
Verdade
Prática. O caráter do crente deve transmitir sua condição de
filho de Deus, distinguindo-o do descrente em todos os sentidos.
Leitura em Classe = Cl 3.8-17
INTRODUÇÃO
O verdadeiro cristão se
destaca em meio da sociedade corrompida e perversa que habita este mundo por
possuir um caráter distinto Somos exortados pelo apóstolo Paulo a brilhar como
astros no mundo. Para que isto em verdade aconteça precisamos desenvolver um
caráter cristão firme em nossos jovens e zelar pelo nosso próprio caráter a fim
de que se não deixe toldar nas águas imundas do pecado que cercam e consomem o
mundo sem Deus.
1.0 QUE É O CARÁTER
1.
Conceito. Muitas pessoas fazem confusão acerca do caráter e o
tomam como sendo o mesmo que personalidade.
Mas observando melhor
os conceitos Vamos notar que o caráter é uma parte da personalidade.
2.
Formação do caráter. O indivíduo não nasce com um caráter
formado.
Ele nasce possuindo um
potencial, certos traços que, em contato com o meio-ambiente, vão desenvolver
os aspectos que formarão o caráter.
O lar, a escola, a
Igreja e demais grupos sociais são responsáveis pelo desenvolvimento do
caráter.
II. DE QUE NOS DEVEMOS DESPOJAR (CI
3.8,9).
1.
Despojar-se da ira. Milhões de crentes no mundo inteiro
estão completamente impedidos de crescer espiritualmente e desenvolver um
excelente caráter porque estão dominados pela ira.
a.
A Palavra de Deus proibe a prática da ira. Em Ec 7.9 somos
exortados a não nos apressarmos e enveredarmos pelo caminho dos que se iram.
Jesus também disse que qualquer que se encolerizar contra seu irmão será réu de
juízo, (Mt 5.22). Paulo recomenda que não nos vinguemos a nós mesmos, mas que
demos lugar a ira de Deus, (Em12.19).
b.
A ira é um empecilho á oração. Somos exortados a não
orar quando em nosso coração houver ira. Devemos levantar as mãos para Deus,
completamente despojados de qualquer sentimento de ira, (1Tm 2.8). E o que nos
recomenda o apóstolo Paulo. Assim a oração é uma arma contra a ira, como também
a sabedoria, conforme lemos em Pv 29.8.
2.
Despojar-se da malícia. Homens maliciosos nunca podem ser
homens espirituais. Vejamos o que nos ensina a Palavra autorizada de Deus.
a.
A malícia condenada, Paulo recomenda que sejamos meninos na
malícia, (1 Co 14.20), isto é, como as crianças. Não permitamos pois que nossa
mente se deixe poluir por um cruel espírito de malícia.
b.
A malícia é própria dos pecadores. Os que vivem em
malícia estão ainda vivendo o “outro tempo” isto é, o tempo que precede a
salvação, o tempo do pecado, como se não fossem ainda contados entre os filhos
de Deus (Tt 3,3). Paulo descreve a malícia como sendo uma prática comum aos
mais perversos pecadores (Rm 1.29).
3.
Despojar-se das palavras torpes. Uma das figuras mais
ilustres de toda a Bíblia e que sempre será lembrada é o profeta Samuel. Um de
seus mais preciosos segredos espirituais o encontramos descrito em 1Sm 3.19.
“...e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra”. Quantas palavras
torpes estão sendo pronunciadas cotidianamente e que estão sendo um grande e
perigoso estorvo à nossa vida espiritual!
O memorial diante do
Senhor. O profeta Malaquias nos fala de um memorial que está diante do Senhor
no qual são registradas palavras que “...falavam uns aos outros” (Ml 3. 16).
Cuidado, amados irmãos, o Senhor está vendo e ouvindo cada palavra que estamos
pronunciando e as mesmas estão sendo relacionadas e registradas. Que sejam
palavras que Ele possa aceitar, honrar e confirmar.
4.
Despojar-se da mentira. Deus aborrece profundamente a
mentira. Muitos pais usam dizer “mentirinhas” aos seus filhos. Há também alguns
crentes que afirmam ser necessário em certas ocasiões dizer “mentiras santas” a
outrem. Vejamos, agora, a voz da Palavra de Deus.
a.
A mentira é proibida. Deus estabeleceu desde o Pentateuco
mandamento expresso proibindo o Seu povo de praticar a mentira, (Lv 19.11).
Portanto, toda e qualquer mentira praticada no meio do povo de Deus compromete
o seu caráter e entristece o Espírito de Deus. Trata-se de pecado, de expressa
desobediência à Palavra de Deus, de impureza, desonestidade e engano. Coisas
que de forma alguma agradam ao Senhor. (Cl 3.9,10).
b.
A mentira procede de Satanás. Deus não considera
Seus filhos os que mentem, e sim filhos de Satanás, (Jo 8.44). Ananias pereceu
sumariamente porque permitiu que Satanás entrasse em seu coração através de uma
mentira. Se o mesmo padrão tivesse que ser usado hoje, quantos novos Ananias
não seriam encontrados na Casa de Deus...
III. DE QUE NOS DEVEMOS REVESTIR
Após havermos estudado
quatro elementos negativos que podem fácil e definitivamente comprometer nosso
caráter cristão, eis-nos, agora, diante de quatro elementos altamente positivos
e recomendáveis, os quais devemos insistentemente buscar e cultivar em nossas
vidas, para que em tudo possamos agradar ao Senhor.
1.
Do novo homem, O novo homem é chamado na Bíblia também
de “homem interior”, “nova natureza”, etc. E esta nova personalidade espiritual
que o Espírito de Deus implanta dentro de nós através do maravilhoso processo
de regeneração ou novo nascimento, (Jo 3.5).
a.
O novo homem é produto do novo nascimento. Assim como nos
tornamos pessoas humanas através de um nascimento natural, nas pessoas que
nasceram de novo, passa a existir uma nova criatura (2Co 5.17). A vontade
humana, a filosofia, a ciência ou qualquer elemento estranho ao plano redentor
não pode produzir uma nova natureza. Somente o Espírito Santo e a Palavra de
Deus, (1Pe 1.2; Tt 3.5).
b.
O novo homem tem um novo viver. Em 2Co 5.14, lemos que
a nova criatura deixou todas as coisas para trás. Realmente, tudo se torna novo
na vida do cristão. Devemos de toda maneira evitar voltar as práticas do
passado. Nunca mais procurar as velhas amizades, com quem participávamos de
coisas desagradáveis a Deus, os velhos prazeres, os velhos encontros, as velhas
palavras. O novo homem tem um novo viver. O Espírito Santo lhe dá uma nova
dimensão de vida.
c.
O novo homem tem um novo compromisso. Agora estamos
comprometidos com Cristo e Sua Igreja, (GI 2.20). Não podemos servir a Deus e a
Mamom, isto é, a deuses estranhos. Nossa vida pertence a Ele e somente Ele pode
e deve receber e merecer nosso culto e nossa adoração.
2.
De entranhas de misericórdia. Misericórdia é um
atributo de Deus. Somente podemos exercer e possuir misericórdia se estivermos
em contínuo e íntimo contato com Deus. Deus é descrito em Ex 34.6,7 como Deus
misericordioso. “Todas as veredas do Senhor são misericórdia”, lemos no SI
25.10. É exclusividade de nosso Deus possuir misericórdia.
Misericórdia significa
sentimento doloroso provocado pela miséria ou grande necessidade de outrem. E
justamente isso que Deus.sente pelo homem (Lx 20.6; 2 Cr30.9; SI 111.4).
Jesus espera que nós
tenhamos este mesmo sentimento em relação as almas perdidas e nos empenhemos em
falar do seu amor a fim de que sejam alcançadas pelas bênçãos da salvação.
3.
De humildade. A arrogância, a soberba, o orgulho e a
vaidade têm tomado conta do coração do homem de tal maneira que já se torna
difícil encontrar pessoas humildes na terra. A Palavra continua a afirmar que
os humildes são os herdeiros da gloriosa porção do Senhor, (Mt 5.3).
a.
A humildade recomendada. Paulo rogou aos efésios que
andassem como é digno da vocação cristã, e acrescentou “com toda a humildade”,
(Ef 4.1,2). Pedro, por sua vez, recomendou em sua epístola que nos revistamos
de humildade, (1Pe5.5).
b.
A humildade recompensada. O que muitos imaginam é que não
vale a pena ser humilde. Até existe quem imagine que ser humilde significa ser
covarde. Não é este, todavia, o ensino da Bíblia. “O Senhor é excelso, contudo
atenta para os humildes”, (SI 138.6). Deus, apesar de toda a Sua majestade e
excelência, compras-Se em habitar com o humilde, (Is 57.15). “Deus salvará o
humilde”, (Jó 22.29). “...e o que se humilha será exaltado”, (Lo 14.11).
“Humilhai-vos na presença do Senhor e Ele vos exaltará”, (Tg 4.10).
4.
Da mansidão. E mais fácil ser manso quando tudo nos
é favorável. No entanto somos exortados a conservar a mansidão em todas as
horas a fim de modelarmos o caráter cristão. -
a.
A mansidão exigida. Devemos ser mansos para podermos buscar
ao Senhor convenientemente, (Sf 2.3). Devemos ser mansos para podermos receber
a palavra que nos é enxertada, (Tg 1.21).
A sabedoria para ser demonstrada
e conhecida como tal precisa apresentar-se com mansidão, (Tg 3.13). Devemos
estar preparados para responder com mansidão aos que nos interrogam sobre a
nossa fé, (1Pe 3.15).
b.
A mansidão definida. Paulo considera a mansidão uma virtude
básica do caráter cristão, (Tt2). Pedro pediu as irmãs da Igreja que
conservassem o homem encoberto em seu coração com um espírito quieto e manso,
(1Pe 3.4). A causa de Cristo é a causa da mansidão, (Mt 11.29).
c.
A mansidão recompensada. Os mansos da terra foram os que
escaparam ao juízo de Jeová, quando Se levantou para julgar, (SI 76.9). Em
muitas ocasiões o crente vence uma questão, não pela sua atuação de uma
veemente defesa, mas pelo espírito de mansidão com que encara o fato, Isto não
significa que o crente não tenha direito de defesa, nem possa procurar
argumentos para defender-se em determinadas ocasiões. Mansidão não é sinônimo
de covardia.
IV. PRATICAS QUE DEVEMOS CULTIVAR,
(Cl 3.13,15-17).
1.
Suportar um ao outro. O caráter cristão se espelha em Cristo.
É nossa obrigação suportar o nosso irmão, compreender suas fraquezas, ajudá-lo
em tudo, para que cresçamos como um corpo homogêneo diante de Deus e dos
homens. Não devemos ser intolerantes. Devemos seguir o exemplo de Jesus. Ele
suportou a contradição dos pecadores e foi até o patíbulo da cruz, onde nos
remiu, para uma vida de perfeita felicidade.
2.
Perdoar um ao outro. O padrão bíblico de nosso perdão,
quando ofendidos somos pelos irmãos em Cristo, é o padrão que se espelha na
vida do Senhor Jesus. Assim como Ele nos perdoou, devemos de igual maneira
perdoar aos nossos irmãos. Assim cumpriremos a lei de Cristo.
Evangelista Isaias
Silva de Jesus
Igreja Evangélica
Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD
1985
A
natureza do caráter cristão
TEXTO ÁUREO “Portanto,
se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo
está assentado à destra de Deus” (Cl 3.1).
VERDADE PRÁTICA Só o poder do Evangelho de Cristo é capaz
de transformar e aperfeiçoar o caráter humano.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE =
Efésios 4.17-24.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Definir
o termo “caráter”.
- Descrever
as características do caráter doentio.
- Aspirar
um caráter santo.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, o caráter é distinto do temperamento e da
personalidade, embora esteja relacionado a eles. Você sabe distinguir e definir
esses três termos? Não? Observe as seguintes explicações: O temperamento
refere-se ao estado de humor e às reações emocionais de uma pessoa - o modo de
ser. A personalidade envolve a emoção, vontade e inteligência de uma pessoa -
aquilo que o indivíduo é. O caráter, influenciado pelo temperamento e
personalidade, é o conjunto das qualidades boas ou más de um indivíduo que
determina-lhe a conduta - como a pessoa age. Percebeu? Para esta aula, faça uma
tabela antitética apresentando aos alunos os aspectos positivos e negativos do
caráter, conforme a tabela abaixo. Oculte qualquer uma das colunas e solicite
aos alunos que descrevam o aspecto oposto.
Palavra
Chave
Caráter: Conjunto das qualidades de uma
pessoa que determina sua conduta em relação a Deus, a si mesma e ao próximo.
Ao longo deste trimestre estudaremos o caráter de vários
personagens bíblicos. A despeito de ter sido criado à imagem e semelhança de
Deus: santo, justo e perfeito (Gn 1.26,27; Ec 7.29; Ef 4.24), o homem não
permaneceu nessa condição. Atingido pelo pecado, teve sua natureza moral
corrompida (Rm 1.18-32), necessitando assim da nova vida em Cristo (2Co 5.17).
Nesta lição refletiremos sobre o que afirma a Bíblia acerca do caráter do ímpio
e do justo.
I. O
CARÁTER HUMANO
1. Definição. Caráter é o conjunto das qualidades boas ou
más de um indivíduo que determina sua conduta em relação a Deus, a si mesmo e
ao próximo. Essas especificidades são responsáveis pela maneira como uma pessoa
age, regulando suas escolhas e decisões (Pv 5.21; 16.2,9; 20.6,11). O caráter
de uma pessoa, portanto, não apenas define quem ela é, mas também descreve seu
estado moral e a distingue das demais de seu grupo (Pv 11.17; 12.2; 14.14;
20.27).
2. Aspecto bíblico-teológico do caráter. A Bíblia
é farta de ensinamentos referentes à virtude, à moral e ao caráter cristão.
Os preceitos da Lei, especialmente os do Decálogo (Êx 20), as mensagens
éticas dos profetas (Is 10.1,2; Hc 2), os ensinos de Jesus (Mt 5-7), e as
doutrinas exaradas nas epístolas (Rm 12.9-21; 1 Pe 3.8-16), revelam a vontade
Deus para a vida moral do homem (2 Tm 3.16).
3. O trabalho do Espírito no caráter do homem. Ao
aceitar a Cristo como Salvador, o homem recebe da parte de Deus um novo caráter
(2Co 5.17). O Espírito Santo, por meio de suas ministrações (Rm 8.1-17; Gl
5.22-26), aperfeiçoa-o gradualmente (2Co 3.18; 1 Pe 1.2). Na continuação, o
Espírito da Verdade passa a controlá-lo por completo, de modo que suas ações
passam a ser moldadas por Ele (Rm 8.5-11). Uma vez que a imagem perdida no Éden
fora restaurada, o homem passa a experimentar e demonstrar uma vida de
integridade (Gn 3.11-13; Rm 5.12; 1Co 15.22,45; Ef 4.23,24).
SINOPSE DO TÓPICO (I) O caráter cristão está fundamentado no
Decálogo, na mensagem ética dos profetas, nos ensinos de Jesus e nas doutrinas
epistolares. Essas normas revelam a vontade de Deus para a vida moral do homem.
II.
CARÁTER DOENTIO
1. Insensibilidade moral. O pecado tem subtraído do ser
humano toda a sua sensibilidade concernente aos princípios e valores morais.
Sem que se perceba, sua natureza moral é corrompida (Rm 1.18-32), seu coração é
endurecido (Hb 3.7-19) e sua consciência é cauterizada (1Tm 4.2; Ef 4.18). É
nesse ponto que o homem se torna insensível à voz do Espírito, passando a
praticar todo tipo de pecado, entristecendo ao Todo-Poderoso (Ef 4.31).
Portanto, é dever de todos os crentes observarem os limites
estabelecidos pela Palavra de Deus, para que vivam “como astros no mundo” (Fp
2.15).
2. Permissividade. É o que acontece quando o homem não resiste às
forças do mal (Rm 12.2; Tg 4.7; 1Pe 5.8,9). Há crentes aceitando e outros até
buscando no comércio e na sociedade, o que Jesus terminantemente rejeitou no
deserto (Mt 4.3-11).
3. Mentira. Há muitas formas de mentira. Uma informação falsa
passada como se fosse verdadeira constitui uma mentira. Alguém já disse que a
mentira é qual cabo de ferramenta que dá em qualquer uma delas. É um tipo de
pecado que permeia toda a raça humana em todas as épocas, culturas e
civilizações (Sl 116.11). A mentira é do Diabo (Jo 8.44). Mas, Cristo é a
Verdade que liberta (Jo 3.16; 8.32,36) e conduz o homem a uma vida pautada na
realidade.
4. Malícia. As palavras são o instrumento pelo qual o ser
humano manifesta seus pensamentos, sentimentos, idéias e desejos, conforme as
circunstâncias em que vive e com que se defronta (Mt 15.11,18-20). O que o
homem pensa e fala reflete seu caráter (Sl 5.9; 7.9). A malícia é um pecado que
macula e subverte o caráter cristão (Rm 1.29). Os maliciosos geralmente pensam
e falam o pior acerca dos outros e vêem maldade em tudo (Sl 10.7; Lc 11.39).
Para os tais, nada é puro (Tt 1.15). A fim de estarmos comprometidos com os
valores celestiais (Fp 4.8; Cl 3.2,3), a Palavra de Deus nos admoesta a
abandonarmos definitivamente toda malícia (1Co 14.20; Ef 4.31; Cl 3.8; Tt
3.3-5; 1 Pe 2.1-3).
5. Concupiscência. Trata-se dos desejos desenfreados, malignos,
impuros, corruptores e pecaminosos que afetam o caráter do homem (Rm 1.24; Cl
3.5; 1Pe 2.11; 1 Jo 2.15-17). A concupiscência se manifesta mediante o desejo
descontrolado pelas coisas naturais desta vida a ponto de conduzir o indivíduo
à satisfação desses impulsos por meios imorais e ilícitos (Tg 1.14,15). A
Bíblia afirma que a única maneira eficaz de se vencer a concupiscência é andar
no Espírito (Gl 5.16).
6. Cobiça. A cobiça é um desejo impetuoso e desequilibrado de
adquirir bens materiais, inclusive alheios. A prática da cobiça leva o homem à
dívida, ao roubo, à desonra, ao egoísmo, à fraude e, até, ao homicídio (1Tm
6.10).
7. Ambição. O lado negativo da ambição é o desejo
incontrolável de obter bens materiais ou posições, mesmo que a pessoa já possua
essas e outras coisas. Esta atitude é o primeiro passo para que entre no
coração do homem o orgulho. Deus, porém, aborrece tais coisas (Pv 16.5; Tg
4.6,16). A ambição torna o homem egoísta, rebaixa seus valores e transforma a sua
maneira de agir com os seus semelhantes.
SINOPSE DO TÓPICO (II) O caráter doentio é caracterizado
pela insensibilidade moral, permissividade, mentira, malícia, concupiscência,
cobiça e ambição.
III. COMO
PRESERVAR O VERDADEIRO CARÁTER CRISTÃO
1. Manter-se em comunhão com o Espírito. O ser humano traz
em sua natureza uma forte inclinação para o pecado (Rm 7.18-23; Pv 4.14-17).
Trata-se de uma tremenda força maligna impossível de ser superada sem a ajuda
divina. É justamente por isso que Deus nos enviou seu Espírito para habitar em
nós, dando-nos a condição de andarmos em novidade de vida (Rm 6.4; 2Co 5.17).
Somente pelo Espírito Eterno, o crente pode caminhar seguro, resistindo aos
desejos da carne (Rm8.1,9,13; Cl 5.16).
Em Gálatas 5, o apóstolo Paulo enumera várias obras da carne que
contaminam o caráter do homem sem Cristo (Gl 5.19-21). Todavia, nesse mesmo
capítulo, encontramos um conjunto de valores espirituais que garante a saúde
moral do crente (v.22).
2. Conhecer a Palavra de Deus. A Bíblia Sagrada é a única regra
de fé e prática do cristão. Ela nos apresenta o padrão de comportamento
necessário ao homem que deseja viver uma vida justa, sóbria e piedosa neste
mundo (Tt 2.12). Ao longo da narrativa bíblica deparamo-nos com uma série de
valores e virtudes morais e espirituais estabelecidas por Deus para o homem.
Todavia, estas qualidades indispensáveis ao ser humano, só foram plenamente
identificadas e vividas em Jesus. Hoje sabemos que essas santas virtudes estão
ao alcance de todos, por meio da extraordinária obra do Espírito. É
imprescindível ao homem conhecer muito bem as Escrituras e o poder de Deus para
que não erre na busca de uma vida virtuosa diante de Deus e do próximo (Mt
22.29).
3. Disciplina. A oração e o jejum, apesar de serem armas espirituais
poderosas, são também instrumentos que auxiliam na disciplina do caráter
cristão. O jejum, por exemplo, é um sacrifício que agrada a Deus e promove
disciplina ao crente (Jz 20.26; 1Sm 7.6). Portanto, o homem pode e deve pedir a
Deus que o auxilie durante o tempo em que busca as virtudes espirituais, éticas
e morais expostas na Palavra de Deus.
SINOPSE DO TÓPICO (III) O caráter cristão é preservado
mediante a comunhão do crente com o Espírito Santo, pelo conhecimento da
Palavra e através de uma vida cristã disciplinada.
CONCLUSÃO
Quando uma pessoa aceita a Cristo como Salvador de sua alma,
experimenta, imediatamente, uma profunda modificação em seu interior. Essa
mudança é demonstrada não apenas nos relacionamentos, mas também nas escolhas,
atitudes e responsabilidades assumidas durante a sua nova vida (Cl 3.1-17).
Igreja Evangélica Assembléia
de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 2007
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
HUGHES, R. K. Disciplinas do homem
cristão.3.ed., RJ: CPAD, 2004
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