31 de agosto de 2017

As Manifestações do Espírito Santo



As Manifestações do Espírito Santo

Texto Áureo = "Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar." (At 2.39)

Verdade Prática = Cremos na atualidade do batismo no Espirito Santo e dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – Atos 2.1-6: 2 Corintios 12.1-7

HINOS SUGERIDOS: 85,122, 290 da Harpa Cristã

INTRODUÇÃO

Joel predisse o derramamento do Espírito Santo para os últimos dias, por tratar de um evento futuro a acontecer cerca de 800 anos depois dele, o que não significa necessariamente os últimos dias da humanidade. Podemos concluir que temos aqui uma profecia sobre a vinda do Espírito Santo, no inicio dos “últimos dias’‘(At 2.28-32), os dias do evangelho de Jesus Cristo, para dar continuidade até à consumação plena no plano salvador de Deus.

No dia de Pentecoste ocorreu um dos maiores eventos da Igreja cristã. Aos quase cento e vinte, homem e mulheres, que esperavam no Cenáculo, veio uma experiência que resultou em completa mudança de suas vidas. Não eram mais aqueles de outrora. A experiência que tem sido vivida por milhões de servos de Deus durante os séculos do cristianismo, chamamos de batismo com o Espírito Santo.

A DESCIDA DO ESPIRITO SANTO

1. "Cumprindo-se o dia de Pentecoste" (v. 1). Pentecoste (Nm 28.26) era uma das três principais festas judaicas, instituídas por Deus, através de Moisés. Páscoa (Lv 23.4-8) e Tabernáculos (Lv 23.34) são as outras duas. Essas festividades sole­nes eram significativas e apontavam para o Messias.

a) Páscoa. Era a comemoração da saída dos filhos de Israel do Egi­to, também chamada de Festa dos Pães Asmos ou Ázimos (porque nela o pão era sem fermento), comemo­rada ainda hoje pelos judeus. Para nós, ela se cumpriu no sacrifício de Jesus, pois o cordeiro pascal, descri­to em Êxodo 12.3-8, apresenta os requisitos encontrados em Cristo.

b) Festa dos Tabernáculos. Chamada em hebraico de "Sucot", co­memora o período em que os filhos de Israel viveram em cabanas no de­serto, quando saíram do Egito (Lv 23.33-43). Era a última festa do ano e durava oito dias. Era uma festivi­dade alegre (Lv 23.40). Está mencionada em Jo 7.37-39. Ela repre­senta o gozo e a alegria dos crentes. O quadro profético ainda não se cumpriu: será no Milênio.

c) Pentecoste. É uma palavra gre­ga que significa "quinquagésimo", porque essa festa era celebrada 50 dias após a Páscoa (Lv 23.15,16). Chamada em hebraico de "Shavuot", plural de "shavua", significa "semana", mas é também conhecida como a Festa das Primícias, pois co­incidia com o fim da colheita de tri­go. O nome "Festa de Pentecoste" ficou assim conhecido, por ser rea­lizada no quinquagésimo dia após a Páscoa.

2. Reunidos no mesmo lugar (v.1). Havia quase 120 discípulos, incluindo as corajosas e heroínas pes­soas anônimas que tiveram partici­pação efetiva na obra de Deus (At 1. 15). O local era o Cenáculo, em Jerusalém (At 1.13), onde perseve­ravam "unanimemente em oração e súplicas" (At 1.14). À luz do con­texto, "reunidos no mesmo lugar" fala de unanimidade de propósito, esperando a promessa do Pai.

A VINDA DO ESPÍRITO SANTO

1. Barulho vindo do Céu (v.2). Vento e fogo são dois dos símbolos do Espírito Santo (Mt 3.11; Jo 3.8). A manifestação divina ligada ao fogo era comum no Antigo Testamento, tanto para trazer juízo (Jl 2.3), como para iniciar uma nova era ao povo de Deus (Êx 3.1,2).

2. Línguas repartidas como que de fogo (v. 3). Isso fala das diversidades de línguas. O fogo é a garantia de que Deus estava nesse negócio, visto que para os judeus a manifestação divina estava ligada ao fogo (Êx 3.2, 3; 19. 16-20; 1 Rs 18. 38; Lc 9.54).

3. "Todos foram cheios do Es­pírito Santo" (v.4). Nenhum dos patriarcas e profetas viveu essa expe­riência, embora alguns deles falassem desse evento mais como algo ainda para o futuro, pois, na época do Antigo Testamento, o Espírito Santo atuava sob medida.

a) "Cheio do Espírito Santo". O que significa ser "cheio do Espírito Santo"? É uma figura de linguagem. Significa que alguém abriu espaço em sua vida, para que o Espírito Santo possa operar sem restrição.

SINAIS SOBRENATURAIS FALAR LÍNGUAS

1. "Começaram a falar em ou­tras línguas" (v. 4). Era Babel às avessas. Naquela torre, ninguém se entendia, pois um não compreendia o que o outro dizia (Gn 11.7-9). Em Jerusalém, no Pentecoste: "cada um os ouvia falar na sua própria língua" (v. 6).

a) O duplo milagre. Essas línguas não eram da Terra. A palavra "línguas", nos versículos 3 e 4, é glossa. (grego). Mas o vocábulo "língua", nos versículos 6 e 8, é dialektos, (grego). O que isso significa? Que o milagre foi duplo: Os discípulos falaram línguas desconhe­cidas (glossa), e cada representante dessas 17 nações ouvia-os em sua própria língua (dialektos).


b) Língua do Céu. Língua estra­nha não é o mesmo que língua estrangeira, a qual há sempre quem possa entender, mas a língua estra­nha só compreende quem o Espírito Santo revelar. Disse o apóstolo Pau­lo: "Porque o que fala língua estra­nha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios" (1 Co 14.2).

2. Línguas como evidência do batismo no Espírito Santo. Ter o Espírito Santo não é o mesmo que ser batizado no Espírito Santo. Os discípulos, mesmo antes do Pente­coste, já tinham o Espírito Santo (Jo 20.22). O batismo no Espírito Santo é um revestimento de poder que ca­pacita o crente a fazer a obra de Deus, principalmente, para fazer missões (At 1.8; Lc 24.49).

a) Como se sabe que alguém foi batizado no Espírito Santo? A evi­dência desse batismo é o falar lín­guas. No dia de Pentecoste eles fa­laram línguas (v. 4). Antes disso, ninguém tivera tal experiência. Na casa de Cornélio, como Pedro sou­be que o Espírito Santo desceu so­bre eles? "Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus" (At 10.46).

b) Perigo das inovações. Há igre­jas neopentecostais que não têm no­ção dessa evidência e confundem ter o Espírito Santo com o batismo no Espírito Santo. Ultimamente, estão inventando muitas práticas exóticas sem apoio bíblico. Eu já vi alguém dizer: "Eu falo línguas", e outra pessoa responder para ele: "Fale", e ele começar a falar. Há também pesso­as que querem ajudar Jesus fazer a obra: Falam línguas e mandam as pessoas que ainda não foram batiza­das imitá-las.

3. O batismo no Espírito Santo hoje (v. 38). Não há qualquer indicação no Novo Testamento de que a promessa do batismo no Espírito Santo seja algo meramente para o primeiro século, como defendem expositores antipentecostais. A pro­messa é para "tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar". Há registros de que ao longo da história do Cris­tianismo, diversos cristãos falaram línguas. Irineu, Agostinho, Lutero, Wesley e muitos outros. Com o avi­vamento do País de Gales, de Kansas e da rua Azuza, quase simultanea­mente, o fenômeno das línguas vol­tou a ser algo generalizado, e não meramente uma raridade.

NATUREZA DA LINGUAS

O que ocorreu em Atos dos Apóstolos foi um milagre surpreendente. Os discípulos estavam falando sobre Cristo em sua própria língua, quando, de repente, os que visitavam Jerusalém passaram a compreender o que era dito em seu próprio idioma.E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando? Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? – Atos 2.4-8.

O REGISTRO DE LÍNGUAS NA BÍBLIA. O dom de línguas é mencionado apenas em três livros do Novo Testamento (Marcos 16:17-20, Atos 2:1-13; 10:45-46; 19:6, I Coríntios 12:1 a 14:40). É informativo notarmos que poucos livros das Escrituras mencionam línguas. Entre vinte e uma epístolas do Novo Testamento, nas quais salvação, gozo Cristão, crescimento espiritual, qualificações ministeriais e o trabalho do Espírito de Deus são mencionados, contudo em uma única são mencionadas as línguas..

A NATUREZA DAS LÍNGUAS. 

O dom de línguas era a habilidade sobrenatural de falar em um idioma que não se havia adquirido através de estudo. Não há nenhuma razão Bíblica para acreditar que este idioma era qualquer outra coisa além de um idioma humano existente. Em Atos 2:1-11, os discípulos falaram em idiomas nativos dos muitos judeus estrangeiros presentes em Jerusalém no Pentecostes. Em I Coríntios 14:16 e 23, os Coríntios são advertidos que os indoutos não podiam entender as línguas. Essas declarações seriam sem sentido se as línguas não fossem idiomas humanos já conhecidos por alguns. Em I Coríntios 14:21, Paulo cita uma profecia do Velho Testamento relativa ao propósito das línguas. Esta profecia trata-se do idioma humano que revela novamente a natureza da língua em Corinto. 

SIGNIFICADO E PROPÓSITO

Uma pessoa que não é batizada no Espírito Santo pode ser salva? “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis Minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” Atos 1.8

O Espírito Santo é tão importante na vida de uma pessoa que o Senhor Jesus só iniciou o Seu ministério depois que O recebeu. É o Espírito Santo que nos dá condições para fazer a Obra de Deus neste mundo, levando o Evangelho a outras pessoas.

Quando a pessoa entrega a sua vida a Deus, é aceita por Ele, ela está salva, mas a busca pelo batismo com o Espírito Santo é fundamental. O Espírito Santo é necessário em nossas vidas porque Ele também é o Consolador, a força de que precisamos para superar os momentos difíceis e guardar a nossa Salvação.

O batismo com Espírito Santo não nos dá a Salvação, mas nos ajuda a mantê-la. Nosso Senhor deixa muito claro que as línguas eram um sinal (Marcos 16:17). Quando a igreja de Corinto começou a usar línguas como meio de auto-glorificação, foi-lhes falado que precisavam amadurecer e aprender que as línguas deveriam ser usadas como um sinal (I Coríntios 14:20-22). Deixe-nos examinar este ponto importante com detalhes. 

Em I Coríntios 14:21, Paulo cita Isaías 28:11 como prova de que as línguas eram um dom de sinal. Em Isaías capítulo 28, achamos Isaías reprovando os anciões de Judá pelos pecados que eles haviam cometido. Eles não se arrependeram, mas zombaram da pregação de Isaías como se ela fosse inferior ao nível intelectual que eles possuíam (vs. 9-10). 

Sendo assim Isaías deu a profecia em que Deus falou a eles pelas línguas estrangeiras do exército assírio que estava invadindo. Com isto, Paulo conclui que as línguas são um sinal. Nós também poderíamos mencionar que as línguas não eram um sinal a todos os incrédulos, mas para incrédulos judeus em particular. Isto é visto em Isaías capítulo 28, e também no Novo Testamento. Em todos os casos registrados no livro de Atos o dom de línguas era um sinal aos judeus. É interessante também lembrar-nos que a igreja em Corinto começou ao lado de uma porta de uma Sinagoga judia (Atos 18:7). Talvez isto explique em parte o destaque do dom naquela igreja. 

OS DONS ESPIRITUAIS

Os dons do Espírito são capacidades e talentos dados a alguém pela operação interna do Espírito Santo (I Coríntios 12:4-11). Eles devem ser distinguidos do dom inicial do próprio Espírito (Atos 2:38; 10:45; 11:17, I Coríntios 12:4). Os dons espirituais também não devem ser confundidos com habilidades ou talentos naturais. A pessoa nasce com certas capacidades que podem ser desenvolvidas. Dons espirituais não são, por outro lado, um produto de nascença mas do poder do Espírito Santo.

TIPOS DE DONS ESPIRITUAIS.

São listados dons espirituais nas seguintes passagens: Romanos 12:5-8, Efésios 4:11-12, I Coríntios 12:8-10, 28-29. Várias classificações têm sido sugeridas: 

Alguns dos dons foram determinados como sinais (Línguas, Milagres, Cura, etc..). Outros dons permitem a igreja operar de forma mais ordenada (ajudas, governos), ou abençoa a alguns com suprimentos especiais (mostrando misericórdia, etc.). Um grande número de dons concernentes ao ministério da palavra (ensino, profecia, etc.). Aqueles dons, dados unicamente para suprir as necessidades das igrejas apostólicas eram obviamente temporários. Isso inclui todos os dons de sinais e qualquer dom que envolva a revelação direta aparte da Bíblia. 

Notando os vários tipos de dons espirituais deveríamos mencionar também que certos homens talentosos estão na lista (I Coríntios 12:28-29). Os homens que ocupam estas posições têm que possuir indubitavelmente mais do que um dom que leve a cabo os seus trabalhos. Eles próprios são dons à igreja (Efésios 4:7-12). Alguns destes ofícios como Apóstolo e Profeta eram temporários. 

OS DONS DO ESPÍRITO FORAM DADOS A QUEM?

A igreja é o lugar apropriado para o exercício dos dons do Espírito. Os dons foram dados à igreja para seu desenvolvimento espiritual (Efésios 4:8-12; note o versículo 12; I Coríntios 12:14-31; note os versículos 27- 28). Os dons são dados aos santos individualmente, de forma que a assembléia como um todo seja abençoada. 

A relação dos dons do Espírito para com a igreja pode ser vista no conceito do Novo Testamento onde se vê a igreja como o Templo de Deus, e como o Corpo de Cristo. 

Enquanto a regeneração "faz-nos pedras vivas" (I Pedro 2:5), são os dons do Espírito que fazem com que estas "pedras vivas" venham a formar o templo de Deus que é "bem ajustado" (Efésios 2:21). Da mesma maneira que um corpo humano tem muitos membros que contribuem para o bem-estar geral do todo, assim é a igreja local, como o corpo de Cristo, provida de toda função necessária, pela variedade de dons dentro de sua comunidade (I Coríntios 12:12-28., Efésios 4:16). À igreja foram dados dons do Espírito porque Ela é a responsável por promover o crescimento espiritual das pessoas {Efésios 4:11-16}. 

Talvez este seja um bom lugar para mencionar o conceito Pentecostal (veja nota do tradutor) em que as pessoas recebem dons espirituais para serem pessoalmente abençoadas e esta é uma concepção falsa. Cada dom é para o corpo de Cristo como um todo. Nós não recebemos os dons para o nosso próprio benefício, mas para o benefício do corpo. Assim como o corpo humano há uma interdependência entre os membros. O bem do corpo deve ser o fator controlador no exercício de qualquer dom espiritual. Este é o tema central em I Coríntios capítulos 12-14. 

CONCLUINDO

A promessa do Espírito Santo diz respeito, principalmente, aos "últimos dias", e não à era dos apóstolos. Além disso, Pedro, ao citar o profeta Joel, substituiu a expressão "derramarei o meu Es­pírito" por "derramarei do meu Espírito". Isso mostra que o Pen­tecoste foi o início da Dispensação do Espírito Santo, e que a efusão do Espírito seria na sua plenitude nos "últimos dias", os dias em que estamos vivendo.

1. Deus é fiel e cumpre tudo o que nos promete, apesar de muitos o considerarem tardio. Ele vaticinou o derramamento do seu Espírito sobre toda a carne, como declarou o pro­feta Joel, e, no tempo certo, no dia de Pentecoste, este evento tornou-se uma realidade em Jerusalém.

2. O batismo com o Espírito San­to é uma bênção celestial necessária aos cristãos que desejam ter uma vida vitoriosa. Por isso, quem ainda não o recebeu deve orar insistente­mente, pois Deus não faz acepção de pessoas e esta promessa é para to­dos os homens.

3. O crescimento da Igreja, na atualidade, é ocasionado pela atua­ção do Espírito Santo em nossos dias. Se desejamos mais conversões e a manifestação do poder de Deus, devemos buscar, insistentemente, os dons espirituais, tão necessários nes­te momento de incredulidade total.




Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 1989
BIBLIOGRAFIA


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