O MUNDO VINDOURO
A Bíblia ensina que os crentes irão
para o céu ao morrer. É também claramente ensinado nas Escrituras que eles
estarão felizes durante o estado intermediário entre morte e ressurreição
aguardando a regeneração completa. Mas sua felicidade é provisória e
incompleta. Para que sua felicidade seja completa eles aguardam a ressurreição
do corpo e a nova terra que Deus criará com culminação de sua obra redentora
estando no estado eterno com Cristo Jesus.
A nova terra conforme ensinada pelas
Escrituras é uma doutrina importante. Ela é importante, esperança na vida
eterna prometida que esta por vir. Dela
depende toda nossa espressão de que os crentes glorificados passarão a
eternidade em algum céu, em algum lugar no espaço, bem longe da terra. Mas será que tal concepção faz jus à
Escatologia bíblica? Será que deveremos passar a eternidade em algum lugar no
espaço, trajando vestes brancas, tocando harpas, cantando hinos e pulando de
nuvem em nuvem enquanto fazemos isso? Pelo contrário, a Bíblia nos assegura que
Deus criará uma nova terra na qual viveremos para seu louvor em corpos
ressurrectos e glorificados. Nessa nova terra, portanto, é que esperamos passar
a eternidade, desfrutando de suas belezas, explorando seus recursos e utilizando
seus tesouros para a glória de Deus. Uma vez que Deus fará nova terra seu lugar
de habitação, e uma vez que o céu é onde Deus habita, estaremos então
continuando no céu enquanto estivermos na nova terra. Pois os céus e a terra
não mais serão separados como o são agora, mas serão um (veja Apocalipse
21.1-3). Mas deixar a nova terra fora de nossas considerações, ao pensarmos no
estado final dos crentes, é empobrecer em muito o ensino bíblico acerca da vida
por vir.
Tendo a compeensão dos bens futuro
fica notória a preocupação com nossa vida terrena e a fita futura. A doutrina
da nova terra é importante para uma compreensão adequada da plenitude das
dimensões do programa redentor de Deus. No princípio, assim lemos em gênesis,
criou Deus os céus e a terra. Por causa da queda do homem no pecado foi
pronunciada uma maldição sobre esta criação. Deus, então, envia seu Filho a
este mundo para redimir essa criação dos resultados do pecado. A obra de
Cristo, portanto, não é apenas salvar certos indivíduos, nem mesmo salvar uma
incontável multidão de pessoas compradas por sangue. A obra total de Cristo não
é nada menos do que redimir toda esta criação dos efeitos do pecado. Este
propósito não será realizado até que Deus tenha instaurado a nova terra, até
que o Paraíso Perdido tenha-se tornado o Paraíso Recuperado.
A biblia sagrada em sua revelação
profética, pois toda a palavra de Deus é profética, razão pela qual este
assunto é importante é sua necessidade para a compreensão adequada das
profecias do Antigo Testamento. Estas
profecias nos dizem que, em algum tempo no futuro, a terra se tornará muito
mais produtiva do que agora, que o deserto florescerá como a rosa, que o
lavrador ultrapassará o ceifeiro, e que as montanhas destilará doces vinhos.
Elas nos dizem que não mais será
ouvido o som do choro sobre aquela terra, e que os dias do povo de Deus serão
então semelhantes aos dias de uma árvore. Elas nos dizem que naquela terra o
lobo e o cordeiro comerão juntos e que ninguém ferirá ou destruirá algo em todo
santo monte de Deus, pois a terra estará cheia do conhecimento do Senhor como
as águas cobrem o mar.
Portanto, uma compreensão adequada da
doutrina da nova terra providenciará uma resposta a declarações
dispensacionalistas tais como estas recém-citadas. Também proverá uma resposta
à seguinte declaração de outro dispensacionalista: “Se as profecias do Antigo
Testamento concernentes às promessas de um futuro feitas a Abraão e a Davi
devem ser cumpridas literalmente, então tende haver um período futuro, o
milênio, no qual elas possam ser cumpridas, pois a igreja não as está cumprindo
agora em nenhum sentido literal. Em outras palavras, o quadro literal das
profecias do Antigo Testamento requer um cumprimento futuro, ou um cumprimento
não-literal. Se elas devem ser cumpridas no futuro, o único tempo possível para
este cumprimento é o milênio” .
O milênio sinaliza nas escrituras
como um período de muitas mudanças em todas as esferas conhecidas pelo homem,
material e social, num período de paz e prosperidade. Contudo haverá um
cumprimento futuro dessas profecias, não no milênio, mas sim na nova terra. Se
todas elas devem ser cumpridas literalmente é uma questão aberta; com certeza
detalhes acerca de lobos e cordeiros, e acerca de montanhas destilando doce
vinho devem ser entendidos não de um modo grosseiramente literal, mas como
descrições figuradas de como a nova terra será. Entretanto, não é correto dizer
que aplicar essas profecias à nova terra seja participar de um processo de
“espiritualização”.
Passamos agora a examinar mais
completamente o que a Bíblia ensina acerca da nova terra. Desde o capítulo de
abertura do livro de Gênesis aprendemos que Deus prometeu ao homem nada menos
do que a própria terra como sua herança e habitação adequado: “E Deus os
abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e
sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo
animal que rasteja sobre a terra” (Gn 1.28). Deus também ambientou o homem no
Jardim do Édem. A partir desse jardim, como seu centro, o homem deveria
governar e dominar sobre toda a terra. Esta era a sua tarefa, seu mandato da
criação. Mas o homem caiu no pecado, foi expulso do Jardim do Édem e foi-lhe
dito que agora, por causa do seu pecado, ele teria de morrer. Quando o homem
pecou, seu domínio sobre a terra não foi removido. Mas a terra sobre a qual ele
governava passou a estar sob maldição, conforme vemos em Gênesis 3.17 (“Maldita
é a terra por tua causa”). Mais adiante, o próprio homem tornou-se tão
corrompido pelo pecado que não mais pode governar a terra adequadamente.
Imediatamente após a queda Deus deu
ao homem o assim chamado “proto-Evangelho”: “Porei inimizade entre ti e a
mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça e
tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15).
As palavras são dirigidas à serpente
que, no livro do Apocalipse, é identificada como Satanás: “Ele segurou o
dragão, a antiga serpente que é o diabo, Satanás”(20.2; cp. 12.9). Esta
promessa afirmou claramente que a cabeça da serpente, aquela que levou o homem
a se rebelar contra Deus, seria finalmente esmagada pelo descendente da mulher
e que, por isso, indubitavelmente se vislumbrava a vitória final sobre a força
do mal que tinha perturbado a tranqüilidade do paraíso.
Como, pois, poderiam Adão e Eva,
juntamente com outros que ouvissem esta primeira promessa, visualizar essa
vitória final? Somente podemos especular acerca dessa questão. Mas poderia
parecer que uma vez que um dos resultados do pecado foi a morte, esta vitória prometida tivesse de alguma
forma que envolver a remoção da morte. Além disso, uma vez que outro resultado
do pecado fora a expulsão de nossos primeiros pais do Jardim do Édem de onde
eles deveriam governar o mundo para Deus, pareceria que a vitória também devesse
significar a restauração do homem a algum tipo de paraíso recuperado, do qual
ele novamente poderia governar adequadamente, e sem pecado sobre a terra. O
fato de que a terra fora amaldiçoada por causa do pecado do homem também
pareceria implicar que, como parte da vitória prometida, esta maldição e todos
os outros resultados do pecado que a maldição envolvia fossem removidos. Num
certo sentido, portanto, a expectação de uma nova terra já estava implícita na
promessa de Gênesis 3.15.
Em Gênesis 15 e 17 lemos acerca do
estabelecimento formal da aliança da graça com Abraão e seu descendente. Ao
estabelecer sua aliança com Abraão, Deus estava estreitando, temporariamente, o
escopo da aliança da graça com o objetivo de preparar para um alargamento
último da aliança. Na promessa de Gênesis 3.15 Deus tinha anunciado que ele
estava graciosamente inclinado para com o homem apesar da queda deste no
pecado. Esta inclinação graciosa foi definida nos termos mais amplos possíveis,
dirigindo-se para “o descendente da mulher”. Ao estabelecer sua aliança
formalmente com Abraão, entretanto, Deus introduziu temporariamente uma etapa
particularizadora da aliança da graça - com Abraão e com os seus descendentes
naturais - para que estes descendentes de Abraão pudessem ser uma bênção para
todas as nações (veja Gn 12.3; 22.18). Esta etapa particularista da aliança da
graça com Abraão, portanto, vem seguida na era do Novo Testamento pelo
alagamento do escopo da aliança, que agora não mais esta restrito a Israel, mas
inclui pessoas dentre todas as nações da terra.
Na questão da herança da terra
encontramos uma situação similar: um estreitamento temporário da promessa é
seguido por uma ampliação posterior. Em outras palavras, assim como o povo de
Deus, na era do Antigo Testamento, era em sua maioria restrito aos israelitas,
mas era neotestamentária é arrebanhado dentre todas as nações, assim também na
época do Antigo Testamento a herança da terra era limitada a Canaã, enquanto
que na época do Novo Testamento a herança é expandida para incluir toda a
terra.
Encontramos em Gênesis 17.8 a
seguinte promessa feita a Abraão: “Dar-te-ei e à tua descendência a terra das
tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua...” Observe-se
como Deus prometeu dar a terra de Canaã não somente aos descendentes de Abraão,
mas também ao próprio Abraão. Mesmo assim, Abraão nunca possuiu nem um metro
quadrado de terra na terra de Canaã (Atos 7.5) - com exceção do túmulo que ele teve de comprar dos hititas
(veja Gn.23). Qual, pois, foi a atitude de Abraão com relação a esta promessa
da herança da terra de Canaã, que nunca foi cumprida durante o período de sua
vida? Recebemos uma resposta a esta questão no livro de Hebreus. No capítulo
11, versos 9,10, lemos: “Pela fé Abraão peregrinou na terra da promessa como em
terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma
promessa; porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o
arquiteto e edificador”. Por “a cidade que tem fundamentos” devemos entender a
cidade santa ou a nova Jerusalém que se encontrará na nova terra. Em outras
palavras, Abraão aguardava o advento da nova terra como o verdadeiro
cumprimento da herança que lhe tinha sido prometida - e assim procederam os
outros patriarcas. O fato de que os patriarcas assim fizeram, é citado pelo
autor de Hebreus como uma evidência de sua fé: “Todos estes morreram na fé, sem
ter obtido as promessas, vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e
confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Porque os que
falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria. E, se, na verdade, se
lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. Mas agora
aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se
envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma
cidade” (11.13-16).
Vemos no quarto capítulo de Hebreus
que a terra de Canaã, no sentido literal, era um tipo do descanso sabático
eterno que subsiste para o povo de Deus. Os israelitas no deserto, que não entraram
no descanso da terra de Canaã por causa de sua incredulidade e desobediência,
são comparados neste capítulo a pessoas que, por causa de desobediência
semelhante, não entram no “descanso sabático” (v.9) que nos aguarda na vida por
vir. Portanto, Canaã não era um fim em si mesma. Ela apontava, no futuro, para
a nova terra que estava por vir. Também vemos, em Gálatas 3.29, que se somos de
Cristo, somos descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa. Todos nós
que estivermos unidos com Cristo pela fé, somos, portanto, neste sentido mais
amplo, a descendência de Abraão. E a promessa da qual somos herdeiros tem de
incluir a promessa da terra.
Quando, à luz desta expansão
neotestamentária do pensamento do Antigo Testamento, relermos Gênesis 17.8, vemos
nessa passagem, agora, uma promessa da possessão eterna última por todo o povo
de Deus - todos aqueles que, no sentido mais amplo do termo, são descendência
de Abraão - daquela nova terra de que Canaã terrena era apenas um tipo. Dessa
forma a promessa da herança da terra tem sentido para todos os crentes de hoje.
Limitar esse alcance futuro desta promessa a Abraão, como o fazem os
dispensacionalistas, à possessão da terra da Palestina pelos judeus crentes
durante o milênio é diminuir em muito o sentido dessa promessa.
Uma questão
que deveríamos encarar neste momento é se a nova terra será outra totalmente
diferente desta terra atual, ou será uma renovação da presente terra. Tanto em
Isaías, 65.17, como em Apocalipse, 21.1, ouvimos acerca de “novos céus e uma
nova terra”. A expressão “céus e terra” deveria ser entendida como um modo
bíblico de designar o universo inteiro: “Céus e terra conjuntamente constituem
o cosmos”. Mas então a questão é: O universo atual será totalmente aniquilado,
de forma que o novo universo será completamente outro do que o cosmos atual, ou
será o novo universo essencialmente o mesmo cosmos que o presente, apenas
renovado e purificado?
Em 2 Pedro 3.13 como em Apocalipse
21.1 o termo grego utilizado para designar a novidade do novo cosmos não é neos
mas sim kainos. A palavra neos significa novo em tempo ou origem, enquanto que
a palavra kainos significa novo em natureza ou em qualidade12. A expressão
ouranon kainon kai gen kainen (“Novo céu e nova terra”, Ap. 21.1) significa,
portanto, não a emergência de um cosmos totalmente outro, diferente do atual,
mas a criação de um universo que, embora tenha sido gloriosamente renovado,
está em continuidade com o universo presente. Quando ele nos diz que a criação
aguarda, com ansiedade, pela revelação dos filhos de Deus a fim de que possa
ser liberta do cativeiro da corrupção (vv. 20,21), ele está dizendo que é a
criação atual quem será libertada da corrupção no eschaton, não uma criação
totalmente diferente. As diferenças entre nossos corpos atuais e nossos corpos
ressurrectos, por mais maravilhosas que sejam não retiram a continuidade: somos
nós que seremos ressuscitados, e somos nós
que estaremos para sempre com o Senhor. Aqueles ressuscitados com Cristo
não serão um conjunto totalmente novo de seres humanos, mas sim o povo de Deus
que viveu nesta terra. A título de analogia, seria de se esperar que a nova
terra não será totalmente diferente da terra atual, mas será a terra presente
maravilhosamente renovada.
Quando entendermos adequadamente os
ensinos bíblicos acerca da nova terra, várias outras passagens das Escrituras
começam a se encaixar num padrão significativo. Por exemplo, no salmo 31.11
lemos: “Mas os mansos herdarão o país”. É importante observar como Jesus
parafraseia esta passagem em seu Sermão do Monte, refletindo a expansão
neotestamentária do conceito dessa terra: “Bem-aventurados os mansos, porque
herdarão a terra” (Mt 5.5). Vemos em Gênesis 17.8 que Deus prometeu dar a
Abraão e à sua descendência toda a terra de Canaã por possessão eterna; mas, em
Romanos 4.13, Paulo fala da promessa a Abraão e a seus descendentes, dizendo
que eles deveriam herdar o mundo - observe que a terra de Canaã, de Gênesis,
tornou-se o mundo em Romanos.
Após a cura do coxo no templo, Pedro
fez um discurso aos judeus reunidos no pórtico de Salomão, no qual ele disse:
“Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para que seus pecados sejam
cancelados, a fim de que da presença do Senhor possam vir tempos de refrigério;
e que ele possa enviar o Cristo que vos foi apontado, Jesus, a quem o céu
precisa receber até à época da restauração de todas as coisas” (Atos 3.19-21,
ASV).
A expressão “a restauração de todas
as coisas” (no grego, apokatastaseos panton) sugere que a volta de Cristo será
seguida pela restauração de toda a criação de Deus à sua perfeição original -
dessa forma apontando para a nova terra.
Foi feita anteriormente referência ao
ensino de Paulo, em Romanos 8.19-21. Aqui Paulo descreve a expectação da nova
terra pela criação atual em termos vívidos: “A ardente expectativa da criação
aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade,
não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que
a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da
glória dos filhos de Deus”. Em outras palavras, não é só o homem que aguarda
por essa nova terra; toda a criação também aguarda por ela. Quando os filhos de
Deus receberem sua glorificação final, na ressurreição, toda a criação será
libertada da maldição sob a qual tem labutado. Para parafrasear as notáveis
palavras de Philips, toda a criação “está na ponta dos pés” esperando que isso
aconteça. Quando Paulo, mais adiante, nos diz que a criação inteira geme como
nas dores de parto, ele sugere que as imperfeições da criação presente, que são
resultado do pecado, devem propriamente ser vistas por nós como as contrações
do parto de um mundo melhor. Novamente vemos a redenção em dimensões cósmicas.
Em Efésios 1.13,14, Paulo fala acerca
de nossa herança: “Nele fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual
é o penhor da nossa herança até o resgate da sua propriedade, em louvor da sua
glória”. Nesta tradução, da Versão Revised Standard, a expressão grega eis
apolytrosin tes peripoieses (literalmente: até à redenção da possessão) é
traduzida como se significasse: até que resgatemos o que é nossa possessão.
Outras versões sugerem uma interpretação diferente. A Versão New International
traduz assim a frase em questão: “até à redenção daqueles que são possessão de
Deus”. Seja qual for a versão que adotarmos, porém, é claro nesta passagem que
o Espírito Santo é a garantia ou penhou da nossa herança. O que, pois, é esta
herança? Geralmente, consideramos a herança aqui mencionada como apontando para
o céu. Mas porque esse termo deveria ser tão restringido? À luz do ensino do
Antigo Testamento, não é verdade que esta herança inclua a nova terra com todos
os seus tesouros, belezas e glórias?
Existe uma passagem, no livro do
Apocalipse, que fala acerca de nosso reinado sobre a terra: “Digno és [Cristo]
de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com teu sangue
compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação, e para
o nosso Deus os constituíste Reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra (Ap.
5.9,10). Embora alguns manuscritos tragam o verbo “reinarão” no tempo presente,
os melhores textos trazem o tempo futuro. O reinado sobre a terra desta grande
multidão redimida é representado aqui como a culminação da obra redentora de
Cristo por seu povo17.
As principais passagens bíblicas que
falam da nova terra são as seguintes: Isaías 65.17-25 e 66.22,23 2 Pedro 3.13 e
Apocalipse 21.1-4. Isaías 65.17-25, que talvez contenha mais sublime descrição veterotestamentária
da vida futura do povo de Deus, já foi abordada anteriormente18. Em Isaías
66.22,23, existe uma segunda referência à nova terra: “Porque, como os novos
céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o Senhor,
assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. E será que de uma lua
nova à outra, e de um sábado a outro virá toda a carne a adorar perante mim,
diz o Senhor”. Nos versos anteriores do capítulo 66, Isaías predisse futuras e
copiosas bênçãos para o povo de Deus: Deus dará a seu povo grande prosperidade
(v.12), confortará o seu povo (v.13), fará o seu povo se regozijar (v.14), e o
congregará dentre todas as nações (v.20). No verso 22 Deus nos diz, através de
Isaías, que seu povo permanecerá perante ele tão duradouramente quanto os novos
céus e a nova terra que ele criará. Vemos no verso 23 que todos os habitantes
dessa nova terra adorarão a Deus fiel e regularmente. Embora esta adoração
esteja descrita em toemos emprestados da época em que Isaías escrevera (“de uma
lua nova à outra, e de um sábado a outro”), estas palavras não devem ser
entendidas em um modo estritamente literal. O que está predito aqui é a
adoração perpétua de todo o povo de Deus, congregado dentre todas as nações, de
modo que será adequado à nova existência gloriosa de que eles desfrutarão na
nova terra.
No princípio da história Deus criou
os céus e a terra. No fim da história vemos os novos céus e a nova terra, que
ultrapassarão, em muito, o esplendor de tudo que temos visto antes. No centro da
história está o Cordeiro que foi morto, o primogênito entro os mortos, e o
governador dos reis da terra. Um dia lançaremos perante ele todas as nossas
coroas, “perdidos em admiração, amor e louvor”.
Por. Jurez Alves Pereira – Pr. Da Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Nova Dourados em Dourados – MS
Nenhum comentário:
Postar um comentário