13 de setembro de 2017

O MUNDO VINDOURO



O MUNDO VINDOURO

A Bíblia ensina que os crentes irão para o céu ao morrer. É também claramente ensinado nas Escrituras que eles estarão felizes durante o estado intermediário entre morte e ressurreição aguardando a regeneração completa. Mas sua felicidade é provisória e incompleta. Para que sua felicidade seja completa eles aguardam a ressurreição do corpo e a nova terra que Deus criará com culminação de sua obra redentora estando no estado eterno com Cristo Jesus.

A nova terra conforme ensinada pelas Escrituras é uma doutrina importante. Ela é importante, esperança na vida eterna prometida que esta  por vir. Dela depende toda nossa espressão de que os crentes glorificados passarão a eternidade em algum céu, em algum lugar no espaço, bem longe da terra.  Mas será que tal concepção faz jus à Escatologia bíblica? Será que deveremos passar a eternidade em algum lugar no espaço, trajando vestes brancas, tocando harpas, cantando hinos e pulando de nuvem em nuvem enquanto fazemos isso? Pelo contrário, a Bíblia nos assegura que Deus criará uma nova terra na qual viveremos para seu louvor em corpos ressurrectos e glorificados. Nessa nova terra, portanto, é que esperamos passar a eternidade, desfrutando de suas belezas, explorando seus recursos e utilizando seus tesouros para a glória de Deus. Uma vez que Deus fará nova terra seu lugar de habitação, e uma vez que o céu é onde Deus habita, estaremos então continuando no céu enquanto estivermos na nova terra. Pois os céus e a terra não mais serão separados como o são agora, mas serão um (veja Apocalipse 21.1-3). Mas deixar a nova terra fora de nossas considerações, ao pensarmos no estado final dos crentes, é empobrecer em muito o ensino bíblico acerca da vida por vir.

            Tendo a compeensão dos bens futuro fica notória a preocupação com nossa vida terrena e a fita futura. A doutrina da nova terra é importante para uma compreensão adequada da plenitude das dimensões do programa redentor de Deus. No princípio, assim lemos em gênesis, criou Deus os céus e a terra. Por causa da queda do homem no pecado foi pronunciada uma maldição sobre esta criação. Deus, então, envia seu Filho a este mundo para redimir essa criação dos resultados do pecado. A obra de Cristo, portanto, não é apenas salvar certos indivíduos, nem mesmo salvar uma incontável multidão de pessoas compradas por sangue. A obra total de Cristo não é nada menos do que redimir toda esta criação dos efeitos do pecado. Este propósito não será realizado até que Deus tenha instaurado a nova terra, até que o Paraíso Perdido tenha-se tornado o Paraíso Recuperado. 

A biblia sagrada em sua revelação profética, pois toda a palavra de Deus é profética, razão pela qual este assunto é importante é sua necessidade para a compreensão adequada das profecias do Antigo Testamento.  Estas profecias nos dizem que, em algum tempo no futuro, a terra se tornará muito mais produtiva do que agora, que o deserto florescerá como a rosa, que o lavrador ultrapassará o ceifeiro, e que as montanhas destilará doces vinhos. 

Elas nos dizem que não mais será ouvido o som do choro sobre aquela terra, e que os dias do povo de Deus serão então semelhantes aos dias de uma árvore. Elas nos dizem que naquela terra o lobo e o cordeiro comerão juntos e que ninguém ferirá ou destruirá algo em todo santo monte de Deus, pois a terra estará cheia do conhecimento do Senhor como as águas cobrem o mar.

Portanto, uma compreensão adequada da doutrina da nova terra providenciará uma resposta a declarações dispensacionalistas tais como estas recém-citadas. Também proverá uma resposta à seguinte declaração de outro dispensacionalista: “Se as profecias do Antigo Testamento concernentes às promessas de um futuro feitas a Abraão e a Davi devem ser cumpridas literalmente, então tende haver um período futuro, o milênio, no qual elas possam ser cumpridas, pois a igreja não as está cumprindo agora em nenhum sentido literal. Em outras palavras, o quadro literal das profecias do Antigo Testamento requer um cumprimento futuro, ou um cumprimento não-literal. Se elas devem ser cumpridas no futuro, o único tempo possível para este cumprimento é o milênio” .

O milênio sinaliza nas escrituras como um período de muitas mudanças em todas as esferas conhecidas pelo homem, material e social, num período de paz e prosperidade. Contudo haverá um cumprimento futuro dessas profecias, não no milênio, mas sim na nova terra. Se todas elas devem ser cumpridas literalmente é uma questão aberta; com certeza detalhes acerca de lobos e cordeiros, e acerca de montanhas destilando doce vinho devem ser entendidos não de um modo grosseiramente literal, mas como descrições figuradas de como a nova terra será. Entretanto, não é correto dizer que aplicar essas profecias à nova terra seja participar de um processo de “espiritualização”. 

Passamos agora a examinar mais completamente o que a Bíblia ensina acerca da nova terra. Desde o capítulo de abertura do livro de Gênesis aprendemos que Deus prometeu ao homem nada menos do que a própria terra como sua herança e habitação adequado: “E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja sobre a terra” (Gn 1.28). Deus também ambientou o homem no Jardim do Édem. A partir desse jardim, como seu centro, o homem deveria governar e dominar sobre toda a terra. Esta era a sua tarefa, seu mandato da criação. Mas o homem caiu no pecado, foi expulso do Jardim do Édem e foi-lhe dito que agora, por causa do seu pecado, ele teria de morrer. Quando o homem pecou, seu domínio sobre a terra não foi removido. Mas a terra sobre a qual ele governava passou a estar sob maldição, conforme vemos em Gênesis 3.17 (“Maldita é a terra por tua causa”). Mais adiante, o próprio homem tornou-se tão corrompido pelo pecado que não mais pode governar a terra adequadamente.

Imediatamente após a queda Deus deu ao homem o assim chamado “proto-Evangelho”: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). 

As palavras são dirigidas à serpente que, no livro do Apocalipse, é identificada como Satanás: “Ele segurou o dragão, a antiga serpente que é o diabo, Satanás”(20.2; cp. 12.9). Esta promessa afirmou claramente que a cabeça da serpente, aquela que levou o homem a se rebelar contra Deus, seria finalmente esmagada pelo descendente da mulher e que, por isso, indubitavelmente se vislumbrava a vitória final sobre a força do mal que tinha perturbado a tranqüilidade do paraíso.

Como, pois, poderiam Adão e Eva, juntamente com outros que ouvissem esta primeira promessa, visualizar essa vitória final? Somente podemos especular acerca dessa questão. Mas poderia parecer que uma vez que um dos resultados do pecado foi a morte,  esta vitória prometida tivesse de alguma forma que envolver a remoção da morte. Além disso, uma vez que outro resultado do pecado fora a expulsão de nossos primeiros pais do Jardim do Édem de onde eles deveriam governar o mundo para Deus, pareceria que a vitória também devesse significar a restauração do homem a algum tipo de paraíso recuperado, do qual ele novamente poderia governar adequadamente, e sem pecado sobre a terra. O fato de que a terra fora amaldiçoada por causa do pecado do homem também pareceria implicar que, como parte da vitória prometida, esta maldição e todos os outros resultados do pecado que a maldição envolvia fossem removidos. Num certo sentido, portanto, a expectação de uma nova terra já estava implícita na promessa de Gênesis 3.15.

Em Gênesis 15 e 17 lemos acerca do estabelecimento formal da aliança da graça com Abraão e seu descendente. Ao estabelecer sua aliança com Abraão, Deus estava estreitando, temporariamente, o escopo da aliança da graça com o objetivo de preparar para um alargamento último da aliança. Na promessa de Gênesis 3.15 Deus tinha anunciado que ele estava graciosamente inclinado para com o homem apesar da queda deste no pecado. Esta inclinação graciosa foi definida nos termos mais amplos possíveis, dirigindo-se para “o descendente da mulher”. Ao estabelecer sua aliança formalmente com Abraão, entretanto, Deus introduziu temporariamente uma etapa particularizadora da aliança da graça - com Abraão e com os seus descendentes naturais - para que estes descendentes de Abraão pudessem ser uma bênção para todas as nações (veja Gn 12.3; 22.18). Esta etapa particularista da aliança da graça com Abraão, portanto, vem seguida na era do Novo Testamento pelo alagamento do escopo da aliança, que agora não mais esta restrito a Israel, mas inclui pessoas dentre todas as nações da terra.

Na questão da herança da terra encontramos uma situação similar: um estreitamento temporário da promessa é seguido por uma ampliação posterior. Em outras palavras, assim como o povo de Deus, na era do Antigo Testamento, era em sua maioria restrito aos israelitas, mas era neotestamentária é arrebanhado dentre todas as nações, assim também na época do Antigo Testamento a herança da terra era limitada a Canaã, enquanto que na época do Novo Testamento a herança é expandida para incluir toda a terra. 

Encontramos em Gênesis 17.8 a seguinte promessa feita a Abraão: “Dar-te-ei e à tua descendência a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua...” Observe-se como Deus prometeu dar a terra de Canaã não somente aos descendentes de Abraão, mas também ao próprio Abraão. Mesmo assim, Abraão nunca possuiu nem um metro quadrado de terra na terra de Canaã (Atos 7.5) - com exceção do  túmulo que ele teve de comprar dos hititas (veja Gn.23). Qual, pois, foi a atitude de Abraão com relação a esta promessa da herança da terra de Canaã, que nunca foi cumprida durante o período de sua vida? Recebemos uma resposta a esta questão no livro de Hebreus. No capítulo 11, versos 9,10, lemos: “Pela fé Abraão peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador”. Por “a cidade que tem fundamentos” devemos entender a cidade santa ou a nova Jerusalém que se encontrará na nova terra. Em outras palavras, Abraão aguardava o advento da nova terra como o verdadeiro cumprimento da herança que lhe tinha sido prometida - e assim procederam os outros patriarcas. O fato de que os patriarcas assim fizeram, é citado pelo autor de Hebreus como uma evidência de sua fé: “Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas, vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria. E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. Mas agora aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade” (11.13-16).

Vemos no quarto capítulo de Hebreus que a terra de Canaã, no sentido literal, era um tipo do descanso sabático eterno que subsiste para o povo de Deus. Os israelitas no deserto, que não entraram no descanso da terra de Canaã por causa de sua incredulidade e desobediência, são comparados neste capítulo a pessoas que, por causa de desobediência semelhante, não entram no “descanso sabático” (v.9) que nos aguarda na vida por vir. Portanto, Canaã não era um fim em si mesma. Ela apontava, no futuro, para a nova terra que estava por vir. Também vemos, em Gálatas 3.29, que se somos de Cristo, somos descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa. Todos nós que estivermos unidos com Cristo pela fé, somos, portanto, neste sentido mais amplo, a descendência de Abraão. E a promessa da qual somos herdeiros tem de incluir a promessa da terra.

Quando, à luz desta expansão neotestamentária do pensamento do Antigo Testamento, relermos Gênesis 17.8, vemos nessa passagem, agora, uma promessa da possessão eterna última por todo o povo de Deus - todos aqueles que, no sentido mais amplo do termo, são descendência de Abraão - daquela nova terra de que Canaã terrena era apenas um tipo. Dessa forma a promessa da herança da terra tem sentido para todos os crentes de hoje. Limitar esse alcance futuro desta promessa a Abraão, como o fazem os dispensacionalistas, à possessão da terra da Palestina pelos judeus crentes durante o milênio é diminuir em muito o sentido dessa promessa.

            Uma questão que deveríamos encarar neste momento é se a nova terra será outra totalmente diferente desta terra atual, ou será uma renovação da presente terra. Tanto em Isaías, 65.17, como em Apocalipse, 21.1, ouvimos acerca de “novos céus e uma nova terra”. A expressão “céus e terra” deveria ser entendida como um modo bíblico de designar o universo inteiro: “Céus e terra conjuntamente constituem o cosmos”. Mas então a questão é: O universo atual será totalmente aniquilado, de forma que o novo universo será completamente outro do que o cosmos atual, ou será o novo universo essencialmente o mesmo cosmos que o presente, apenas renovado e purificado?

Em 2 Pedro 3.13 como em Apocalipse 21.1 o termo grego utilizado para designar a novidade do novo cosmos não é neos mas sim kainos. A palavra neos significa novo em tempo ou origem, enquanto que a palavra kainos significa novo em natureza ou em qualidade12. A expressão ouranon kainon kai gen kainen (“Novo céu e nova terra”, Ap. 21.1) significa, portanto, não a emergência de um cosmos totalmente outro, diferente do atual, mas a criação de um universo que, embora tenha sido gloriosamente renovado, está em continuidade com o universo presente. Quando ele nos diz que a criação aguarda, com ansiedade, pela revelação dos filhos de Deus a fim de que possa ser liberta do cativeiro da corrupção (vv. 20,21), ele está dizendo que é a criação atual quem será libertada da corrupção no eschaton, não uma criação totalmente diferente. As diferenças entre nossos corpos atuais e nossos corpos ressurrectos, por mais maravilhosas que sejam não retiram a continuidade: somos nós que seremos ressuscitados, e somos nós  que estaremos para sempre com o Senhor. Aqueles ressuscitados com Cristo não serão um conjunto totalmente novo de seres humanos, mas sim o povo de Deus que viveu nesta terra. A título de analogia, seria de se esperar que a nova terra não será totalmente diferente da terra atual, mas será a terra presente maravilhosamente renovada.

Quando entendermos adequadamente os ensinos bíblicos acerca da nova terra, várias outras passagens das Escrituras começam a se encaixar num padrão significativo. Por exemplo, no salmo 31.11 lemos: “Mas os mansos herdarão o país”. É importante observar como Jesus parafraseia esta passagem em seu Sermão do Monte, refletindo a expansão neotestamentária do conceito dessa terra: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra” (Mt 5.5). Vemos em Gênesis 17.8 que Deus prometeu dar a Abraão e à sua descendência toda a terra de Canaã por possessão eterna; mas, em Romanos 4.13, Paulo fala da promessa a Abraão e a seus descendentes, dizendo que eles deveriam herdar o mundo - observe que a terra de Canaã, de Gênesis, tornou-se o mundo em Romanos.        
    
Após a cura do coxo no templo, Pedro fez um discurso aos judeus reunidos no pórtico de Salomão, no qual ele disse: “Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para que seus pecados sejam cancelados, a fim de que da presença do Senhor possam vir tempos de refrigério; e que ele possa enviar o Cristo que vos foi apontado, Jesus, a quem o céu precisa receber até à época da restauração de todas as coisas” (Atos 3.19-21, ASV). 

A expressão “a restauração de todas as coisas” (no grego, apokatastaseos panton) sugere que a volta de Cristo será seguida pela restauração de toda a criação de Deus à sua perfeição original - dessa forma apontando para a nova terra.

Foi feita anteriormente referência ao ensino de Paulo, em Romanos 8.19-21. Aqui Paulo descreve a expectação da nova terra pela criação atual em termos vívidos: “A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus”. Em outras palavras, não é só o homem que aguarda por essa nova terra; toda a criação também aguarda por ela. Quando os filhos de Deus receberem sua glorificação final, na ressurreição, toda a criação será libertada da maldição sob a qual tem labutado. Para parafrasear as notáveis palavras de Philips, toda a criação “está na ponta dos pés” esperando que isso aconteça. Quando Paulo, mais adiante, nos diz que a criação inteira geme como nas dores de parto, ele sugere que as imperfeições da criação presente, que são resultado do pecado, devem propriamente ser vistas por nós como as contrações do parto de um mundo melhor. Novamente vemos a redenção em dimensões cósmicas.

Em Efésios 1.13,14, Paulo fala acerca de nossa herança: “Nele fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança até o resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória”. Nesta tradução, da Versão Revised Standard, a expressão grega eis apolytrosin tes peripoieses (literalmente: até à redenção da possessão) é traduzida como se significasse: até que resgatemos o que é nossa possessão. Outras versões sugerem uma interpretação diferente. A Versão New International traduz assim a frase em questão: “até à redenção daqueles que são possessão de Deus”. Seja qual for a versão que adotarmos, porém, é claro nesta passagem que o Espírito Santo é a garantia ou penhou da nossa herança. O que, pois, é esta herança? Geralmente, consideramos a herança aqui mencionada como apontando para o céu. Mas porque esse termo deveria ser tão restringido? À luz do ensino do Antigo Testamento, não é verdade que esta herança inclua a nova terra com todos os seus tesouros, belezas e glórias?

Existe uma passagem, no livro do Apocalipse, que fala acerca de nosso reinado sobre a terra: “Digno és [Cristo] de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação, e para o nosso Deus os constituíste Reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra (Ap. 5.9,10). Embora alguns manuscritos tragam o verbo “reinarão” no tempo presente, os melhores textos trazem o tempo futuro. O reinado sobre a terra desta grande multidão redimida é representado aqui como a culminação da obra redentora de Cristo por seu povo17.


As principais passagens bíblicas que falam da nova terra são as seguintes: Isaías 65.17-25 e 66.22,23 2 Pedro 3.13 e Apocalipse 21.1-4. Isaías 65.17-25, que talvez contenha mais sublime descrição veterotestamentária da vida futura do povo de Deus, já foi abordada anteriormente18. Em Isaías 66.22,23, existe uma segunda referência à nova terra: “Porque, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. E será que de uma lua nova à outra, e de um sábado a outro virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor”. Nos versos anteriores do capítulo 66, Isaías predisse futuras e copiosas bênçãos para o povo de Deus: Deus dará a seu povo grande prosperidade (v.12), confortará o seu povo (v.13), fará o seu povo se regozijar (v.14), e o congregará dentre todas as nações (v.20). No verso 22 Deus nos diz, através de Isaías, que seu povo permanecerá perante ele tão duradouramente quanto os novos céus e a nova terra que ele criará. Vemos no verso 23 que todos os habitantes dessa nova terra adorarão a Deus fiel e regularmente. Embora esta adoração esteja descrita em toemos emprestados da época em que Isaías escrevera (“de uma lua nova à outra, e de um sábado a outro”), estas palavras não devem ser entendidas em um modo estritamente literal. O que está predito aqui é a adoração perpétua de todo o povo de Deus, congregado dentre todas as nações, de modo que será adequado à nova existência gloriosa de que eles desfrutarão na nova terra.

No princípio da história Deus criou os céus e a terra. No fim da história vemos os novos céus e a nova terra, que ultrapassarão, em muito, o esplendor de tudo que temos visto antes. No centro da história está o Cordeiro que foi morto, o primogênito entro os mortos, e o governador dos reis da terra. Um dia lançaremos perante ele todas as nossas coroas, “perdidos em admiração, amor e louvor”.


Por. Jurez Alves Pereira – Pr. Da Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Nova Dourados em Dourados – MS

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