30 de maio de 2018

ÉTICA CRISTÃ E VIDA FINANCEIRA


ÉTICA CRISTÃ E VIDA FINANCEIRA

TEXTO ÁUREO = “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto  do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer?”  (Is 55.2a)

VERDADE PRÁTICA = As finanças do crente devem ser bem administradas para ele garantir o sustento da família, contribuir na manutenção da igreja local e ajudar o próximo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = 1 Crônicas 29.10-14; 1 Timóteo 6.8-10

INTRODUÇÃO

 

O dinheiro pode ser bênção ou maldição, dependendo do uso que dele fazemos. Se o fizermos de modo judicioso e para glória de Deus e expansão do seu reino, com gratidão pelos bens adquiridos, seremos recompensados pelo Senhor. Que possamos utilizar nossos recursos financeiros de modo honesto, como verdadeiros mordomos de nosso Senhor Jesus Cristo. Saiba-se que a avareza é uma forma de idolatria (Cl 3.5).

 

Quem nunca teve problemas financeiros? Quem nunca passou “aperto” por falta de dinheiro? Quem nunca se preocupou em ganhar dinheiro, pagar dívidas, comprar alguma coisa a mais? Se você puder responder: “Eu”, parabéns? Esses são problemas antigos, pois o ser humano insiste, muitas vezes, em dirigir a sua vida baseando-se em falsos valores e não nos valores de Deus. Há muito tempo a área financeira tem provocado inúmeros problemas:

 

 1. Distanciamento no relacionamento conjugal;

 2. Insegurança familiar;

 3. Irritação, tensão, saúde afetada;

 4. Mau testemunho diante da sociedade, etc.

 

UMA TEOLOGIA PARA A VIDA FINANCEIRA

 

É possível ter uma vida financeira equilibrada em um país como o Brasil? É possível manter as nossas finanças sobre controle mesmo com a inflação? É possível viver financeiramente tranquilo mesmo em crise econômica? Sim, é possível! Porque Deus falou muito sobre dinheiro na Bíblia? Ele sabia que as finanças seriam algo importante em nossa sociedade. Prova disso é que nas Escrituras Sagradas existem, aproximadamente, 300 versículos sobre anjos, 500 sobre amor, 700 sobre fé e mais de 2.350 versículos falando sobre dinheiro e riquezas.

 

Mas se a maior parte da população brasileira é cristã, por que muitos ainda vivem atolados em dívidas e com a vida financeira totalmente desequilibrada? Simples. Porque muitos não conhecem ou não praticam os princípios bíblicos sobre finanças. Veja alguns desses princípios e inspire-se:

 

O princípio do planejamento (Pv 21.15; Lc 14.28-30)

 

Se você não planejar o uso do seu dinheiro e gastar conforme seus impulsos, terá problemas. Se estiver endividado, sair dessa situação começa com um bom planejamento. Em seguida, coloque-se diante do Senhor com o propósito de não contrair mais dívidas e ore por isso. Se necessário, procure ajuda do seu pastor ou de sua liderança na execução do seu planejamento.

 

O princípio do que é necessário

 

Antes de comprar, faça algumas perguntas a si mesmo.

 

1. Eu realmente necessito do que estão me oferecendo?

2. O uso justifica a compra?

3. Tenho condições de pagar?

4. Como esse bem me ajuda a cumprir os propósitos de Deus para a minha vida?

5. Se eu não comprar, o propósito Dele estará prejudicado? Não ame e nem valorize as coisas que lhe são oferecidas como necessárias para que você tenha apenas prazer e conforto.

 

Amor ao dinheiro

 

Os versos 9 e 10 falam de cristãos ambiciosos que querem ficar ricos e são movidos pelo “amor ao dinheiro”. Vejamos alguns outros textos bíblicos que proíbem a cobiça: Salmo 49: 16-1 7; Provérbios 28:20; Eclesiastes 5: 1012; Lucas 12:15.

Além dessas advertências, Paulo acrescenta que aqueles que vivem em prol da cobiça caminham para a queda. “Os que querem ficar ricos” (v.9a), em primeiro lugar, “caem em tentação, em armadilhas” (NVI); em segundo lugar, são tomados por “muitos desejos incontrolados e nocivos” (v.9b — NVI), e, finalmente, num processo terrível de queda, esses maus desejos os levam a “mergulharem na ruína e na destruição” (v.9c — NVI), isto é, chegando a uma destruição total, perdendo tudo, inclusive a integridade! Jesus, em Marcos 8:36, declara: “que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (NVI).

 

Paulo conclui seu raciocínio com uma forte declaração: “o amor ao dinheiro é raiz de todos os males” (v. 1O). Cabe aqui explicar o que significa essa expressão.

 

a. Em primeiro lugar, de acordo com Paulo, a problemática não é “o dinheiro” e sim o “amor ao dinheiro”, ou seja, a avareza.

 

b. Segundo, no texto grego, não hão artigo “a” antes de “raiz”, como se a única raiz para todos os males é o amor ao dinheiro. Mas, sim, “uma raiz” dentre outras que podem existir.

 

c. Em terceiro lugar, o “amor ao dinheiro” não é raiz de “todo o mal”, no singular, mostrando uma abrangência total, mas “raiz” de “todos os males”, no plural.

 

A lista é grande para “todos os males”, Stott rios ajuda dizendo que “a avareza leva ao egoísmo, ao engano, à fraude, ao perjúrio, ao roubo, à inveja, às rixas e ao ódio, à violência e até ao assassinato”. Paulo nos revela duas grandes consequências do amor ao dinheiro.

 

Primeiro, “algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé (v. 10 — NVI); aqui é a luta para ver quem é seu Deus, pois não é possível “servira Deus e às riquezas” ao mesmo tempo (Mt 6:24).

 

Segundo, “se atormentaram com muitos sofrimentos” (v. 10 — NVI), ou literalmente, “se traspassaram com muitos espinhos dolorosos”. Quais espinhos poderiam atingir o jovem ganancioso que ama o dinheiro?

 

A palavra do apóstolo é clara: a cobiça é um mal que arruína a própria pessoa, ao passo que a simplicidade de vida e o contentamento são virtudes nobres, assemelhando-se ao nosso Senhor Jesus.

 

Uma oração que todo filho de Deus precisa fazer várias vezes durante a vida: “Senhor Deus e Pai, controla a minha ambição. Ajuda-me a não querer o que o Senhor não tem para a minha vida. Em nome de Jesus. Amém.”

 

Provérbios para hoje: Discuta a frase: consumir de propósito ou consumir com propósito?

 

MEIOS HONESTO PARA GANHAR DINHEIRO

 

1. Com trabalho honesto. A ética bíblica nos orienta que devemos trabalhar com afinco para fazermos jus ao que percebemos. Desde o Gênesis, vemos que o homem deve empregar esforço para obter os bens de que necessita. Disse Deus:

“No suor do teu rosto, comerás o teu pão...” (Gn 3.19a).

 

Há duas atitudes em relação ao trabalho (Pv 6.6-11; 12.27).

 

1. Diligência (Pv 6.6-8)

 Este texto nos faLa ainda de inteligência, integridade e iniciativa. Estas são as atitudes que Deus valoriza e quer ver reproduzidas em nosso caráter.

 

As vantagens:

 

 a. Crescimento na carreira profissional, com promoções a cargos melhores (Pv 12.24).

 

b. Uma pessoa aplicada no seu trabalho, que não vive de sonhos e desejos distantes, alcança satisfação dos seus anseios (Pv 13.4).

 

O apóstolo Paulo escreveu, dizendo: “Porque bem vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadiga; pois, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, vos pregamos o evangelho de Deus” (1 Ts 2.9); “e procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já võ-lo temos mandado” (1 Ts 4.11). “Se alguém não quiser trabalhar, não coma também”(2 Ts 3.10). Daí, o preguiçoso que recebe salário está usando de má fé, roubando e insultando os que trabalham.

 

2. Fugindo de práticas ilícitas. O cristão não dever recorrer a meios ou práticas ilícitas para ganhar dinheiro, como o jogo, o bingo, a rifa, loterias, e outras formas “fáceis” de buscar riquezas. Em Provérbios, lemos: “O homem fiel abundará em bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não ficará sem castigo” (Pv 28.20). O cristão também não deve freqüentar casas de jogos, como cassinos e assemelhados. Esses ambientes estão sempre associados a outros tipos de práticas desonestas, como prostituição e drogas.

 

3. Fugindo da avareza. Avareza é o amor ao dinheiro. É uma escravidão ao vil metal. Diz a Bíblia: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (l Tm 6.9,10). Deus não condena a riqueza em si, mas a ambição, a cobiça, a exploração, a usura e a avareza. Abraão era homem muito rico; Jó era riquíssimo, antes e depois de sua provação (Jó 1.3, 10); Davi, Salomão e outros reis acumularem muitas riquezas, e nenhum deles foi condenado por isso, O que Deus condena é a ganância, a ambição desenfreada por riquezas (cf. Pv 2 8.20).

 

4. Fugindo da preguiça. O trabalho diuturno deve ser normal para o cristão. A preguiça não condiz com a condição de quem é nascido de novo. Jesus deu o exempLo, dizendo:

“Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17). O livro de Provérbios é rico em exortações contra a preguiça e o preguiçoso (Pv 6.9-11).

 

As consequências:

 

a. Para si próprio: passa fome (19.15), sofre a vontade de ter sem nunca conseguir (Pv 13.4; 21.25), perde o que tem (Pv. 10.4; 20.13), está sujeito a trabalhos menos recompensados e que exigem maior esforço físico (Pv 12.24).

 

b. Para os outros: quem trabalha com o preguiçoso não o suporta, nem mesmo a sua família (Pv 10.5,26).

 

COMO ADMINISTRAR O DINHEIRO

1. Na igreja do Senhor. Um velho pastor dizia: “O dinheiro de Deus está no bolso dos crentes”. De fato, Deus mantém sua igreja, no que tange à parte material, através dos recursos que Ele mesmo concede a seus servos.

 

a) Pagando os dízimos do Senhor. Em primeiro lugar, os crentes devem pagar os dízimos devidos para a manutenção da Obra do Senhor (cf. Ml 3.10; Mt 23.23). A obediência a essa determinação bíblica redunda em bênçãos abundantes da parte de Deus (Ml 3.10,11). É bom lembrar que devemos dizimar do total bruto da nossa renda, e não do líquido; deve ser das “primícias da renda” (Pv 3.9,10).

Os dízimos devem ser levados “à casa do tesouro”, ou seja, à tesouraria, por meio da entrega na igreja local. É errado o próprio crente administrar o dízimo, repartindo com hospitais, construções, campanhas, obras assistenciais, creches ou pessoas carentes. Deus disse: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa...” (Ml 3.10a). Cabe à igreja sua devida e íntegra administração.

b) Contribuindo com ofertas. Em segundo lugar, o crente fiel deve contribuir com ofertas alçadas (levantadas), de modo voluntário, como prova de sua gratidão a Deus pelas bênçãos recebidas. Com esses recursos (dízimos e ofertas), a igreja mantém a evangelização, as missões, o sustento de obreiros, o socorro aos necessitados (viúvas, órfãos, carentes, etc.), bem como o patrimônio físico da obra do Senhor, e outras necessidades que podem surgir.

c) Os recursos da igreja local. Não provêm de governos ou de organismos financeiros. Toda vez que algum obreiro resolveu conseguir dinheiro para a igreja, em fontes estranhas ao que a Bíblia recomenda foi malsucedido, acarretou problemas para seu ministério e para os irmãos.

Deus nos guarde de vermos igrejas envolvidas com práticas financeiras corruptas, abomináveis aos olhos de Deus. É de todo detestável que algum obreiro, usando o dinheiro dos dízimos e ofertas, se locuplete, adquirindo bens em seu próprio nome, exceto com aquilo que a igreja lhe gratifica.

2. No lar, no trabalho e o fisco. Se existe disciplina no trabalho, que regula os procedimentos para a aquisição do pão de cada dia, há, também, a disciplina no gasto, no emprego da renda ou do salário:

a) Evitar dívidas fora do seu alcance. Muitos têm ficado em situação difícil, por causa do uso irracional do cartão de crédito - na verdade, cartão de débito. As dívidas podem provocar muitos males, tais como falta de tranqüilidade (causando doenças); desavenças no lar; perda de autoridade e independência. Devemos lembrar: “O rico domina sobre os pobres, e o que toma emprestado é servo do que empresta” (Pv 22.7). Outro problema é o mau testemunho caloteiro perante os ímpios, quando o crente compra e não paga.

b) Evitar extremos. De um lado, há os avarentos, que se apegam demasiadamente à poupança, em detrimento do bem-estar dos familiares. São os “pães-duros”. De outro lado, há os que gastam tudo o que ganham, e compram o que não podem, às vezes para satisfazer o exibicionismo a insensatez da concorrência com os vizinhos e conhecidos, à mania de esbanjar, a inveja de outros, ou por mera vaidade. Isso é obra do Diabo.

c) Comprar à vista, se possível. Faz bem quem só compra à vista. Se comprar a prazo, é necessário, que o crente avalie sua renda e, quanto vai se comprometer com a prestação assumida, incluindo os juros.

É importante que se faça um orçamento familiar em que se observe quanto ganha, o que vai gastar (após pagar o dízimo do Senhor), e sempre procurar ficar com alguma reserva para imprevistos.

d) Não ficar por fiador. Outro cuidado importante, é não ficar por fiador. A Bíblia desaconselha isso (Pv 11.15; 17.18; 20.16; 22.26; 27.13). Outro perigo é fornecer cheque para alguém utilizar em seu nome. Conheço casos de irmãos que ficaram em aperto por isso. É importante fugir do agiota. É verdadeira maldição quem cai na não dessas pessoas, que cobram “usura” ou juros extorsivos (Êx 22.25; Lv 25.36).

e) Pagar os impostos. Em Romanos 13.7, lemos: “Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra” (Rm 13.7).

A sonegação de impostos acarreta prejuízo para toda a nação. O cristão não deve ser contrabandista pois isso não glorifica a Deus.

f) Pagar o salário do trabalhador. Se o cristão tem pessoas a seu serviço, crentes ou não, tem o dever de pagar corretamente e em dia o salário que lhe é devido. A Bíblia diz: “Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça e os seus aposentos sem direito; que se serve do serviço do seu próximo, sem paga, e não lhe dá o salário do seu trabalho” (Jr 22.13; ver Tg 5.1-5).

CONCLUSÃO

O dinheiro é um meio de troca importante para as transações entre pessoas e empresas. O que a Bíblia condena não é o dinheiro em si, mas o amor ao dinheiro (avareza). Isso equivale a idolatrar o dinheiro, a riqueza. Esta, também não é condenada por Deus, desde que obtida por meios lícitos e trabalho honesto. Que o Senhor nos ensine a usar da melhor maneira possível os recursos financeiros ao nosso dispor, como bênçãos de sua parte.

 

 

Por:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Bibliografia

 


Lições bíblicas CPAD 2002


 

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