14 de janeiro de 2022

A INERRÂNCIA DA BÍBLIA

 

A INERRÂNCIA DA BÍBLIA

 

Texto Áureo:

 

Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.

Mateus 5.18

Russel Norman Champlin (teólogo, professor universítário, paleógrafo, filósofo, exegeta e escritor americano) diz que; “A expressão “Até que o céu e â terra passem” , provavelmente é uma fórmula comum para mostrar a imutabilidade ( e inerrância) da Palavra Divina. Posteriormente Jesus empregou quase as mesmas palavras para indicar que suas próprias palavras são imutáveis e eternas: - “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não ão de passar” M ateus 24:35; ver também M arcos 13:31 e Lucas 21:33 ).

Jesus não estava ensinando, nesse versículo (Mateus. 5 :1 8 ), se o céu e a terra passarão ou não, mas simplesmente dava a idéia comum (que não passarão) a fim de ilustrar a importância e a imutabilidade da Palavra e das ordens emanadas de Deus”.

1 O Que é a Inerrância da Bíblia

 

 

1.  O Conceito de Inerrrância Bíblica.

Inerrância: Característica do que é inerrante, incapaz de errar ou de estar errado, Incapacidade ou impossibilidade de errar, Qualidade do que não se move, daquilo que permanece sempre no mesmo lugar; imobilidade.

INERRÂNCIA (“estar isenta de erro”) é o nome da doutrina segundo a qual a Bíblia Sagrada não contém quaisquer erros. Ela é a infalível Palavra de Deus.

 

"Infalibilidade" e "inerrância" são termos empregados para se aludir à veracidade das Escrituras.

A Bíblia é infalível nas informações que nos transmite e, nos propósitos que declara O testemunho da arqueologia e das ciências afins tem confirmado a inerrância da Bíblia.

 

2.  A Bíblia reivindica a sua inerrância.

Todas as palavras da Bíblia são completamente verdadeiras e sem erro em qualquer parte. Veja (Números 23.19; Salmo 12.6 ;119.89,96 ; Provérbios 30.5; Mateus 24.35) As palavras de Deus são, de fato, a norma suprema da verdade (João17.17).

A autoria divina da Bíblia é o fundamento e a garantia de sua inerrância e infalibilidade.

É digno de nota dizer que, nem tudo aquilo que é inspirado é autorizado, pois a autoridade de um livro trata de sua procedência, de sua autoria, e, portanto, de sua veracidade.

Deus é o Autor da Bíblia, e como tal ela possui autoridade, mas nem tudo que está registrado na Bíblia procedeu da boca de Deus: o que Satanás disse para Eva foi registrado por inspiração, mas não é a verdade (Gênesis. 3.4,5); o conselho que Pedro deu a Cristo (Mateus 16:22); as acusações que Elifaz fez contra Jó (Jó 22.5- 11), etc.

Nenhuma dessas declarações representam o pensamento de Deus ou procedem dEle (procedem apenas por inspiração).

 

A Bíblia é Inerrante, mas é preciso entender certas coisas, preste atenção.

A Bíblia é infalível na sua inspiração somente noTEXTO ORIGINAL dos livros que lhe são inerentes. A Bíblia não contém nenhum tipo de erro, mas quando dizemos que a Bíblia não contém erros, estamos falando sobre erros que não existem nos textos originais das Sagradas Escrituras (hebraico e aramaico no AT e grego no NT). Isto significa que as cópias tanto do AT quanto do NT eventualmente terão erros de gráfia, as vezes faltará um pronome, um substantivo, eles aparecerão trocados, por exemplo, de acordo com o contexto.

Na “Lição 4” falaremos mais detalhadamente sobre os manuscritos e papiros das Sagradas Escrituras que nos atestam a veracidade dos Escritos Bíblicos e também falaremos sobre erros de copistas (o que são)” e como solucionar este problema.

 

Logo, sempre que acharmos nas Escrituras alguma coisa que parece errada, ao invés de pressupor que o escritor daquele texto bíblico cometeu um engano, devemos ter em mente três possibilidades no tocante a um tal suposto problema:

1-  AS CÓPIAS EXISTENTES do manuscrito bíblico original podem conter inexatidão.

2-  AS TRADUÇÕES atualmente existentes do texto bíblico grego ou hebraico podem conter falhas.

3-  A NOSSA PRÓPRIA COMPREENSÃO do texto bíblico pode ser incompleta ou incorreta.

 

3.  A Infalibilidade e a Inerrância da Bíblia.

Jesus é a “Pessoa” e o “Nome” mais conhecido no mundo. Inúmeras pessoas creem que Ele fez milagres, creem em sua ressurreição, mas exitam em crer na Bíblia. Jesus leu a Bíblia (Lucas 4.16-20), ensinou a Bíblia (Lucas 24.27), e chamou-a de “Palavra de Deus” (Lucas 24.44). Jesus também afirmou que as Escrituras são a “Verdade” (João 17.17).

Jesus foi peremptório (definitivo, decisivo, categórico) em dizer; “São as Escrituras (a Bíblia infalível e inerrante) que ensinam sobre mim”(João 5.39).

O fato de Jesus ter lido e ensinado a Bíblia e tê-la chamado de “Palavra de Deus” atestam a Infalibilidade e Inerrância da Bíblia. Em nenhum momento Jesus questionou as Sagradas Escrituras, o que Jesus questionou em certas ocasiões foi a interpretação ou distorção das Sagradas Escrituras por parte de alguns.


2 O Espírito Santo Preservou as Escrituras

 

1.  Os manuscritos autógrafos.

Autógrafos é um termo grego para se referir aos originais dos livros da Bíblia conforme produzidos pelos profetas e apóstolos. Os autógrafos foram produzidos pela pena dos seus respectivos escritores.

A história da Bíblia e como chegou até nós, é encontrada em seus manuscritos. Manuscritos são rolos ou livros da antiga literatura, escritos à mão. O texto da Bíblia foi preservado e transmitido mediante os seus manuscritos.

Os “Manuscritos originais” saídos das mãos dos escritores são chamados autógrafos, não há nenhum conhecido. É provável que se houvesse algum, os homens o adorassem mais do que ao seu divino Autor. Lembremos a adoração da serpente de metal pelos israelitas (2 Reis 18.4) e da cruz de Cristo e da virgem Maria, pelos católico-romanos; e o caso de João querer adorar o mensageiro celestial (Apocalipse 22.8,9).

A obra Teologia Sistemática Pentecostal discorre que a inerrância bíblica atesta a veracidade dos autógrafos:

“Isso só pode acontecer se tivermos certeza de que os autógrafos eram de fato a Palavra de Deus, e que foram escritos infalivelmente por meio da inspiração sobrenatural. É essencial a inerrância (seja em que ponto for) para sabermos o que é a verdade. O valor dos autógrafos inerrantes é que sabemos que, o que os homens registraram, foi exatamente o que Deus queria deixar por escrito. Os autógrafos derivam seu valor do fato de serem, em essência, a Palavra de Deus”.

Quando os críticos descobrem um genuíno erro numa cópia (cometem outro erro fatal). Eles assumem que o erro se encontra também no texto original das Escrituras, no texto inspirado. Esquecem-se de que Deus proferiu o texto original das Escrituras, não as cópias. Portanto, somente o texto original é isento de erros.

 

2.  Os manuscritos apógrafos.

As cópias dos manuscritos originais são chamados “Apógrafos”.

Nem todas as cópias do texto original são perfeitas elas apresentam erros menores, e isto pode ser visto em uma comparação de passagens paralelas 2 Reis 8.26; 2 Crônicas 22.2 ARC).

Embora as atuais cópias das Escrituras sejam muito boas, elas também não estão isentas de erros.

Por exemplo, 2 Reis 8.26 a idade de Acazias como sendo 22 anos, ao passo que 2 Crônicas 22.2 registra 42 anos. Este segundo número não pode estar correto, pois implicaria que Acazias fosse mais velho do que o seu pai. Obviamente, trata se de um erro do copista, mas isso não altera a inerrância do original.

2 Crônicas 9.25 afirma que Salomão tinha quatro mil estrebarias de cavalos, mas 1 Reis 4.26 diz que havia quarenta mil estrebarias, o que seria um número absurdamente maior do que o necessário para os seus doze mil cavaleiros.

Os ossos de José, de acordo com a narrativa de Josué 24.32 foram depositados em Siquém no campo que Jacó comprara dos filhos de Hamor. Estêvão, em seu discurso, diz que os ossos de José foram depositados no sepulcro de Abraão (Atos 7.16).

Em 2 Samuel 10.18 são 700 carros de guerra em 1 Crônicas 19.18 são sete mil carros de guerra.

Eram dois os anjos que foram ao túmulo de Jesus, de acordo com Lucas 24.4 e João 20.12 já em Mateus 28.5 e Marcos 16.5 era apenas um.

Deus não erra, portanto, independentemente dos erros que se encontrem em cópias da Bíblia, estes erros não poderiam fazer parte do texto original.

Aurélio Agostinho de Hipona (teólogo e filósofo dos primeiros séculos d. C.) com sabedoria observou, Quando nos deparamos com um, assim chamado, “erro” na Bíblia, temos de admitir uma entre duas alternativas: ou o manuscrito não foi copiado corretamente, ou não entendemos as Escrituras direito.

A declaração de Agostinho me lembra uma frase deWilliam James Abraham (teólogo e filósofo norte- irlandês) que também fez uma ótima observação ao dizer; Teólogos espiritualmente doentes produzem uma teologia doente. Por isso, observe a vida espiritual de seus teólgos favoritos, pregadores favoritos e professores de EBD favoritos, se você não ver Deus nas vidas deles, não os ouça, pois eles podem fazer com que você tenha uma compreesão errada da Bíblia.

 

3.  Os apócrifos e pseudoepígrafos.

Durante o período de 400 a.C. até os tempos do Novo Testamento, foi produzido um conjunto de literatura que ficou conhecido como “os Apócrifos”, do grego apokryphos, que significa “escondido”. Durante alguns séculos dos primórdios da Igreja cristã, os livros Apócrifos foram aceitos como Escritura, especialmente os que constam na tradução grega do Antigo Testamento, a Septuaginta.

Quando Jerônimo, pai da Igreja primitiva (aprox. 347- 420 d.C.), traduziu a Septuaginta para o latim, na edição Vulgata da Bíblia Católica, ele expressou dúvidas sobre a validade dos Apócrifos. Os concílios superiores da Igreja Católica, contudo, rejeitaram suas contestações. Como resultado, a Bíblia Católica Romana e a Ortodoxa contêm os Apócrifos até hoje.

Os Apócrifos nunca foram incluídos no Antigo Testamento dos primeiros cristãos hebreus e não foram aceitos como Escritura inspirada pelos reformadores João Calvino e Martinho Lutero. Foram também excluídos da versão autorizada (King James) de 1611.

 

Como uma coleção de textos históricos, os Apócrifos lançam uma luz interessante sobre o período da história dos hebreus durante a lacuna entre os Testamentos, porque este foi o período durante o qual a cultura judaica foi fortemente influenciada por idéias gregas (helenísticas). A helenização de Israel pode ser claramente vista nas obras dos Apócrifos. De fato, a Septuaginta é resultado da influência helenística.

Incluídos nos Apócrifos estão também textos fragmentários que foram acrescentados aos livros aceitos e inspirados do Antigo Testamento — estes incluem acréscimos ao livro de Ester (que aparecem na Septuaginta e versões católicas romanas como Et 10:4-10), a Canção dos três jovens (inserido no final de Daniel 3), a história de Susana (que aparece como Daniel 13), e a história de Bel e o dragão (que aparece como Daniel 14).

Os Apócrifos são uma leitura interessante e informativa, mas um exame cuidadoso desses livros, comparando-os com os livros aceitos da Palavra de Deus, apresenta uma forte indicação de que eles não pertencem ao cânon das Escrituras, porque não se encaixam com os grandes temas da Palavra de Deus.

Se você examinar o Antigo Testamento, livro por livro, verá claramente que as páginas de cada livro apontam claramente para Jesus, o Messias que havería de vir. Entretanto, você não verá Jesus claramente, em absoluto, nos Apócrifos.

Talvez essa seja uma das razões pelas quais Jerônimo sentiu-se compelido a questionar a validade dos Apócrifos tantos anos atrás. Em qualquer caso, estou convencido, assim como praticamente todos os outros pesquisadores da Bíblia protestante, que qualquer que seja o valor histórico ou literário que os Apócrifos contenham, eles não são a Palavra inspirada de Deus.

Os Pseudo -epígrafos são escritos que falsamente reivindicam a autoria de algum escritor ou pessoa mencionada na Bíblia, como por exemplo; “O Testamento de Salomão”, “Evangelho de Maria Madalena”, entre outros.

Flávio Josefo (historiador judeu do final do promeiro século) diz que; “Os livros apócrifos (e pseudo-epígrafos) não tem a mesma autoridade que os livros das Escrituras Sagradas por falta da existência de profetas apoiando estes livros (apócrifos e pseudo-epígrafos) como sendo de inspiração divina”.

3 A Verdade nas Escrituras

1.  A Bíblia é a verdade plena.

2.  A verdade espiritual e moral.

3.  A verdade histórica e científica.

Apesar dos pequenos erros observados nas (traduções das) Escrituras, que se devem exclusivamente ao fato de elementos humanos terem participado de sua composição, a Bíblia é seguramente inerrante.

 

A “Igreja” desde sua fundação tem a Bíblia (os Escritos Sagrados) como regra de Fé, a “Igreja primitiva” nunca pôs em dúvida a credibilidade da Bíblia.

E o Espírito Santo através do testemunho interior convence o crente sobre a veracidade da Bíblia.

 

Conclusão:

O testemunho interior do Espírito Santo no coração do crente, a história da “Igreja” desde sua fundação, o cumprimento da Palavra de Deus que testifica de Cristo (João 5.39), a arqueologia, a natureza não deixam dúvidas de que a Bíblia é a inspirada Palavra de Deus.

 

 

 

Fontes:

Bíblia de Estudo Pentecostal,

Bíblia de Estudo Arqueológica,

Bíblia Dake,

Bíblia de  Aplicação Pessoal,

Revista Cristão Alerta 1º Trimestre de 2022,

A Bíblia Interpretada Versículo por Versículo – Russel Norman Champlin,

Dicionário Bíblico Tyndale,

Teologia Sistemática Hermann Bavinck,

Dicionário Bíblico Wycliffe,

Dicionário Bíblico Buckland, Enciclopédia Estudos de Teologia vol.1,

Comentário Histórico Cultural da Bíblia- Craig S. Keener,

Apontamentos teológicos professor José Junior.

 

 

 

 

                                                                                                                               

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