10 de dezembro de 2024

A Promessa de Provisão

 

A Promessa de Provisão

TEXTO ÁUREO

“Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir” (Mt 6.25a)

Entenda o Texto Áureo

Não andeis ansiosos. A mesma palavra ocorre em Filipenses 4:6, “não estejais ansiosos”. Compare com 1Pedro 5:7, “lançando sobre ele toda a vossa ansiedade”. O argumento no versículo é: tal ansiedade é desnecessária; Deus deu a vida e o corpo; Ele não suprirá as necessidades de comida e roupa?

VERDADE PRÁTICA

O Senhor Jesus, o nosso amigo fiel, preenche todas as nossas necessidades físicas, emocionais e espirituais.

Entenda a Verdade Prática

- Inquietar-se por comida e bebida é ignorar a lição evidente na criação, que testemunha a providência divina (Mt 6.26). Não precisamos antecipar as preocupações; pelo contrário, devemos fortalecer nossa fé lembrando-nos de que Deus, o Pai, valoriza cada vida humana.

LEITURA BÍBLICA = Mateus 6:25-31

Mateus 6.25-31

25. Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo, mais do que a vestimenta?

Jesus não está incentivando a preguiça, mas demonstrando como a providência divina é tão abundante que até mesmo a grama é adornada com flores que não são produtivas, nem duradouras. Mesmo Salomão, o mais rico dos reis de Israel, não se vestia como esses campos. Portanto, “não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?”. Em outras palavras, Jesus está ensinando que a ansiedade, inevitavelmente, tem suas raízes na incredulidade.

26. Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?

 

As aves do céu – elas fazem sua parte, e Deus cuida do resto. Portanto, não temos um destino impessoal ou um acaso cego adiante; mas um Pai celestial, que conhece seus filhos e como provê-los. Os pássaros do céu ensinarão você a viver pela fé.

27. E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?

Acrescentar um côvado à sua estatura? Como ninguém literalmente desejaria adicionar um côvado (45cm) à sua estatura, e a palavra traduzida “estatura” geralmente significa “idade”, a melhor tradução seria: “Quem de vocês…pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?” (NVI).

28. E, quanto ao vestuário, porque andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam.

Prestai atenção aos lírios do campo. A qual lírio Jesus se refere, não sabemos. Calcott acha que é o lírio branco perfumado que cresce abundantemente por toda a Palestina. Tristam favorece a anemone coronaria; e Thomson, o lírio huleh, uma espécie de íris. É possível, no entanto, que os estudiosos estejam tentando fazer distinções onde o próprio Jesus não fez nenhuma. É altamente provável que, na linguagem popular, muitas das flores comuns da primavera se agrupassem livremente sob o nome de lírio.

29. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.

Nem Salomão, em toda a sua glória. A glória e a pompa do reino de Salomão tinham fama mundial. Cf. 2 Cr 9. Para uma descrição da glória de Salomão leia 1Reis 10:4-7.

30. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé?

- lançada no forno. O forno judeu era um recipiente mais estreito em cima do que em baixo, feito de barro cozido. Às vezes, o combustível era colocado dentro, e os bolos colocados contra os lados. Às vezes, o forno era aquecido com fogo aceso por baixo ou à sua volta. A erva do campo (incluindo os lírios), assim como galhos e madeira eram provavelmente usados como combustível.

31. Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos ou que beberemos ou com que nos vestiremos?

Não andeis, pois, ansiosos (“não se preocupem”, NVI; “não vos inquieteis”, JFA).

INTRODUÇÃO

A providência divina é o governo de Deus pelo qual Ele, com sabedoria e amor, cuida e dirige todas as coisas no universo. A doutrina da providência divina afirma que Deus está no controle completo de todas as coisas. Ele é soberano sobre o universo como um todo (Sl 103.19), o mundo físico (Mt 5.45), os assuntos das nações (Sl 66.7), o destino humano (Gl 1.15), os sucessos e fracassos humanos (Lc 1.52) e a proteção do Seu povo (Sl 4.8). A palavra providência tem origem nos termos em latim pro (“adiante”, “em favor de”) e vide (“ver”). Assim, você chegaria aos significados “ver adiante” ou “prever”. Mas não. Significa “suprir o que é necessário”, “dar sustento ou apoio”. Portanto, em referência a Deus, o substantivo providência chegou a significar “o ato de prover intencionalmente o necessário, sustentar ou governar o mundo”.

I. A PROVISÃO DAS NECESSIDADES BÁSICAS

1. Não fiqueis ansiosos! Comentando o capítulo 6 de Mateus, o Comentário Beacon traz o seguinte sobre o v.1: “Na versão King James em inglês, este versículo parece fazer parte da discussão sobre dar esmolas, que vem a seguir (2-4). Mas os mais antigos manuscritos gregos apresentam o termo "justiça" em vez de esmolas.

Isto faria do primeiro versículo uma introdução mais ampla para as três discussões seguintes sobre dar esmolas (2-4), oração (5-15) e jejum (16-18).

No entanto, deve ser observado que Kraeling inclui o primeiro versículo com o parágrafo da doação de esmolas, embora aceite a leitura dos manuscritos mais antigos.

Ele diz: "A doação caridosa era tão importante neste período que a palavra hebraica para 'justiça' adquiriu o significado de 'dar esmolas'". Este talvez seja o motivo pelo qual a prática de dar esmolas seja discutida primeiramente aqui. Hoje em dia a oração provavelmente receberia o primeiro lugar, e dar esmolas o último.

John Wesley, que era um cuidadoso estudante do texto grego e surpreendentemente ciente da importância da crítica textual, traduziu a primeira parte deste versículo como se segue: "Atentem para não praticarem a vossa justiça perante os homens, para serem vistos por eles".

Traduções mais recentes apresentam: "Tenham cuidado para não faze­rem as suas boas obras publicamente para serem notados pelo povo" (Berkeley); "Cuidado ao fazerem as suas boas ações à vista dos homens, para atraírem seus olhares" (Weymouth); "Tenham cuidado para não fazerem uma exibição de sua religião diante dos homens" (NEB); "Tenham o cuidado de não praticarem os seus deveres religiosos em público a fim de serem vistos pelos outros" (NTLH).

A tradução mais simples é: "Não ostentem a sua piedade". Jesus não disse que não deveríamos deixar que alguém visse as nossas boas obras. Ele já havia admoestado os seus discípulos: "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus" (5.16). É com o motivo que Ele está lidando aqui. A frase significativa é: para serdes vistos por eles. Devemos buscar a glória de Deus, não a nossa própria”.

2. Provisão do alimento diário. O pecado que Jesus condena nesta seção que se inicia no v. 26, é o da preocupação. Não andeis cuidadosos (25) pode ser traduzido como: "Não estejais ansiosos". Não devemos nos preocupar com o alimento ou a roupa. A vida é mais do que o mantimento (comida). Aqui se trata tanto da existência espiritual quanto da vida material. O Mestre, então, deu o exemplo das aves do céu (26). Elas não semeiam, nem segam, e, contudo, o Pai Celestial as alimenta. Quanto mais Ele cuidará de seus próprios filhos?

O texto de 1Pe 5.7, em parte cita e em parte interpreta o SI 55.22. "Lançando" significa "jogar algo sobre outra coisa", como jogar um manto sobre um jumento (Lc 19.35). Os cristãos devem lançar lodo o seu descontentamento, desânimo, desespero e sofrimento sobre o Senhor, e confiar que ele sabe o que está fazendo com a vida de cada um deles (cf. 1Sm 1.10-18). Junto com a submissão (v. 5) o a humildade (vs. 5-6), a confiança em Deus é a terceira atitude necessária para uma vida cristã vitoriosa.

3. Provisão da vestimenta. Deus não só alimenta as aves, mas Ele também veste os lírios do campo (28). Embora eles não trabalhem, nem fiem, contudo, nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como qualquer deles (29). Se Deus cuida dessa maneira das flores efêmeras — que hoje estão aqui, e que amanhã serão inexistentes (tornando-se combustível para o forno) — quanto mais Ele vestirá os seus próprios filhos (30)? Esta é uma lógica que não se pode contestar. Assim, o discípulo não deve ficar ansioso sobre o que comer, beber ou vestir (31); seu Pai Celestial sabe o que ele precisa (32). R.N. Champlin comenta assim: “Provavelmente Jesus falou, neste ponto, da vida do homem em seu sentido total, a vida física, mas também incluiu a ideia que o homem é mais do que um corpo. A expressão desse ser (físico-espiritual) nesta vida deve incluir desejos e interesses que não abranjam apenas as coisas físicas.

Esta «vida» deve ser orientada pelos princípios espirituais do reino de Deus, e deve levar em conta o verdadeiro destino, e utilização da vida humana. A personalidade humana merece mais consideração do que a simples satisfação dos desejos físicos. O homem é mais do que um mero animal (Mat. 12:12). Os animais, até mesmo os mais inferiores, como as aves, não são vencidos pela ansiedade. A criatura muito maior que elas, que é o homem, tem a obrigação de aprender a confiar em Deus, que o criou, como também criou os animais inferiores”.

II. A PROVISÃO DAS NECESSIDADES EMOCIONAIS

1. Somos seres integrais. A Bíblia ensina que a humanidade possui um corpo físico, uma alma e um espírito. Em Mateus 6.25, 31, 32 e 34, Jesus afirma que Deus conhece muito bem as nossas necessidades, logo, aqueles que têm a Deus por Pai não precisam andar ansiosos sobre questão alguma. Deus, pessoalmente, cuida deles. Confie sua vida nas mãos de Deus. Deixemos Ele cuidar do homem Integral – corpo, alma e espírito. Não podemos ser independentes.

Deus cuida do nosso corpo, apesar de muitas vezes não atentarmos para o mesmo, alimentando-o de forma incorreta, não hidratando-o, dormindo pouco, mantendo uma vida sedentária... Deus cuida da nossa mente, apesar de não a nutrirmos com Sua Palavra e ensinamentos, boas leituras, boas conversas, palavras que edificam.

Deus cuida das nossas emoções, apesar de, muitas vezes, valorizarmos e nutrirmos sentimentos negativos, como a mágoa, raiva, inveja e desprezarmos sentimentos excelentes, como paz, alegria, gratidão, perdão, amor... Deus cuida do nosso espírito, apesar de ficarmos dias sem falar com Ele através da oração, da meditação, do louvor...

Este Deus está constantemente aplicando sua atenção de forma amorosa sobre seus filhos e filhas, com cautela, livrando-nos constantemente dos desastres que podemos sofrer ou causar. Porém, cuidado de Deus, é protetor e não superprotetor, Ele nos permite o livre arbítrio, permite as escolhas, não sufocando-nos. Ele está atento as nossas atitudes, no entanto, nos permite errar, adoecer, falhar e sofrer...e isso, para o nosso amadurecimento, crescimento e aprendizado. No entanto, como Pai bondoso que é, Ele nos garante as consolações, que nos inundam nestes momentos difíceis, alegrando a nossa alma.

Confie, entregue, descanse e aguarde por Ele com confiança. O Senhor sempre agirá em favor daqueles que nele confiam.

2. A ansiedade no mundo. A ansiedade é o mal deste século. Atinge homens e mulheres, jovens e velhos, doutores e analfabetos, religiosos e ateus. As pessoas andam com os nervos à flor da pele. São como um vulcão prestes e entrar em erupção. São como um barril de pólvora pronto a explodir. Mas, o que é ansiedade? Jesus fala sobre algumas evidências da ansiedade, como vemos a seguir.

1. A ansiedade é destrutiva (6.25). A palavra ansiedade (6.25) significa “rasgar”, enquanto a palavra inquietação (6.31) significa “constante suspense”. Essas duas palavras eram usadas para descrever um navio surrado pelos ventos fortes e pelas ondas encapeladas de um mar tempestuoso. A palavra “ansiedade” vem de um antigo termo anglo-saxônico que significa “estrangular”. Ela puxa em direção oposta. Gera uma esquizofrenia existencial. A ansiedade não esvazia o amanhã do seu sofrimento; ela esvazia o hoje do seu poder. Ansiedade é ser crucificado entre dois ladrões: O ladrão do remorso em relação ao passado e o ladrão da preocupação em relação ao futuro.

2. A ansiedade é enganadora (6.25,26). A ansiedade tem o poder de criar um problema que não existe. Muitas vezes sofremos não por um problema real, mas por um problema fictício, gerado pela nossa própria mente perturbada. Os discípulos olharam para Jesus andando sobre as águas vindo para socorrê-los e, cheios de medo, pensaram que era um fantasma.

É sabido que as pessoas se preocupam mais com males imaginários do que com males reais. Estatisticamente falando, 70% dos problemas que nos deixam ansiosos nunca vão acontecer. Sofremos desnecessariamente. A ansiedade tem o poder de aumentar os problemas e diminuir nossa capacidade de resolvê-los. Uma pessoa ansiosa olha para uma casa de cupim e pensa que está diante de uma montanha intransponível. As pessoas ansiosas são como os espias de Israel, só enxergam gigantes de dificuldades à sua frente e veem a si mesmos como gafanhotos. A ansiedade tem o poder de desviar os nossos olhos de Deus e fixá-los nas circunstâncias. A ansiedade é um ato de incredulidade, de falta de confiança em Deus. Onde começa a ansiedade, aí termina a fé.

A ansiedade tem o poder de desviar os nossos olhos da eternidade e fixá-los apenas nas coisas temporais. Uma pessoa ansiosa restringe a vida ao corpo e às necessidades físicas. Jesus disse que aqueles que fazem provisão apenas para o corpo, e não para a alma, são loucos.

3. A ansiedade é inútil (6.27). Côvado aqui não se refere a estatura (45 centímetros), mas prolongar a vida, dilatar a existência. A preocupação, segundo Jesus, em vez de alongar a vida, pode muito bem encurtá-la. A ansiedade nos mata pouco a pouco.

Rouba nossas forças, mata nossos sonhos, mina nossa saúde, enfraquece nossa fé, tira nossa confiança em Deus e nos empurra para uma vida menos do que cristã. Os hospitais estão cheios de pessoas vítimas da ansiedade. A ansiedade mata! Como já afirmamos, o sentido da palavra “ansiedade” é estrangular, é puxar em direções opostas. Quando estamos ansiosos, teimamos em tomar as rédeas da nossa vida e tirá-las das mãos de Deus.

A ansiedade nos leva a perder a alegria do hoje por causa do medo do amanhã. As pessoas se preocupam com exames, emprego, casas, saúde, namoro, empreendimentos, dinheiro, casamento, investimentos. A ansiedade é incompatível com o bom senso. E uma perda de tempo. Precisamos viver um dia de cada vez. Devemos planejar o futuro, mas não viver ansiosos por causa dele. Preocupar-nos com o amanhã não nos ajuda nem amanhã nem hoje.

Se alguma coisa nos rouba as forças hoje, isso significa que vamos estar mais fracos amanhã. Significa que vamos sofrer desnecessariamente se o problema não chegar a acontecer e que vamos sofrer duplamente se ele vier a acontecer.

4. A ansiedade é cega (6.25b,26). A ansiedade é uma falsa visão da vida, de si mesmo e de Deus. A ansiedade nos leva a crer que a vida é feita só daquilo que comemos, bebemos e vestimos. Ficamos tão preocupados com os meios que nos esquecemos do fim da vida, que é glorificar a Deus. A ansiedade não nos deixa ver a obra da providência de Deus na criação. Deus alimenta as aves do céu. As aves do céu não semeiam, não colhem, não têm despensa (provisão para uma semana) nem celeiro (provisão para um ano).

3. A solução para a ansiedade. Se Deus nos deu um corpo com vida e, se o nosso corpo é mais do que o alimento e as vestes, ele nos dará alimentos e vestes (6.25). Deus é o responsável pela nossa vida e pelo nosso corpo. Se Deus cuida do maior (nosso corpo), não podemos confiar nele para cuidar do menor (nosso alimento e nossas vestes?).

Martinho Lutero disse que Jesus está fazendo das aves nossos professores e mestres. O mais frágil pardal se transforma em teólogo e pregador para o mais sábio dos homens, dizendo: “Eu prefiro estar na cozinha do Senhor. Ele fez todas as coisas. Ele sabe das minhas necessidades e me sustenta”.

Os lírios se vestem com maior glória que Salomão. Valemos mais que as aves e os lírios. Se Deus alimenta as aves e veste os lírios do campo, não cuidará de seus filhos? O problema não é o pequeno poder de Deus; o problema é a nossa pequena fé (6.30).

Um crente ansioso é uma contradição. A ansiedade é o oposto da fé. É uma incoerência pregar a fé e viver a ansiedade.

As úlceras não deveriam se tornar o emblema da nossa fé. Mas, geralmente, elas se tornam! A ansiedade nos leva a perder o testemunho cristão. Jesus está dizendo que a ansiedade é característica dos gentios e dos pagãos, daqueles que não conhecem Deus. Mas um filho de Deus tem convicção do amor e do cuidado de Deus (Rm 8.31,32). Jesus não apenas faz o diagnóstico, mas também dá o remédio para a cura da ansiedade, como vemos a seguir.

1. vencemos a ansiedade quando entendemos que Deus é nosso Pai e conhece todas as nossas necessidades (6.32). Vencemos a ansiedade quando confiamos em Deus (6.30). A fé é o antídoto para a ansiedade. Deus nos conhece e nos ama. É o nosso Pai. Ele sabe do que temos necessidade.

Se pedirmos um pão, ele não nos dará uma pedra; se pedirmos um peixe, ele não nos dará uma cobra. Nele vivemos e existimos. Ele é o Deus que nos criou e nos mantém a vida. Ele nos protege, nos livra, nos guarda e nos sustenta. O apóstolo Paulo nos ensinou a vencer a ansiedade orando a Deus (Fp 4.6,7).

A ansiedade é um pensamento errado, é um sentimento errado. Quando olhamos para a vida na perspectiva de Deus, a nossa mente é guardada pela paz de Deus. Quando alimentamos nossos sentimentos com a verdade de que Deus conhece e supre as nossas necessidades, então a paz de Deus guarda o nosso coração. A paz é uma sentinela que guarda a cidadela da nossa mente e do nosso coração.

2. vencemos a ansiedade quando sabemos que, ao cuidarmos das coisas de Deus, ele cuida das nossas necessidades (6.33). Aqui temos uma ordem e uma promessa. A ordem é buscar o governo de Deus, a justiça de Deus, a vontade de Deus e o reinado de Deus em nosso coração em primeiro lugar. Deus, e não nós, deve ocupar o topo da nossa agenda. Os interesses de Deus, e não os nossos, devem ocupar nossa mente e nosso coração.

Somos desafiados a buscar o governo e o domínio de Cristo em todas as áreas da nossa vida: casamento, lar, família, vida profissional, lazer. A promessa é que, quando cuidamos das coisas de Deus, ele cuida das nossas necessidades.... todas essas coisas vos serão acrescentadas (6.33). Deus faz hora extra em favor dos seus filhos. Ele trabalha em favor daqueles que nele esperam.

3. Vencemos a ansiedade quando descansamos no cuidado diário de Deus (6.34). Não administramos o futuro. Antecipar o futuro e começar a sofrer por ele não é prudente. Devemos cuidar do hoje e deixar o amanhã nas mãos daquele que cuida de nós.

 

 

III. A PROVISÃO DAS NECESSIDADES ESPIRITUAIS

 1. Necessidade de salvação. A queda, como registrada em Gênesis, trouxe transtornos e males irreparáveis para a raça humana (Gn 3.17-19; Cl 3.21). Toda natureza passou a sofrer as consequências do pecado, que introduziu a morte no mundo e destituiu o homem de sua perfeita comunhão com o Criador (Gn 3.16-19). Entenda-se morte, aqui, não apenas como a separação física dos entes queridos, mas, sobretudo, a separação espiritual e eterna de Deus (Rm 5.12).

Esse é o efeito mais dramático da desobediência de nossos primeiros pais, já que Deus não os criou para a morte, mas para a vida. É tanto que a luta pela sobrevivência é algo inato em qualquer ser humano. Sua expulsão do Jardim do Éden, todavia, é o símbolo perfeito dessa perda (Gn 3.22-24).

Deus, em seu infinito amor, presciência e soberania, como Senhor da história, proveu o Cordeiro para remir a humanidade perdida (Ap 13.8; 1 Pe 1.20).

Seu primeiro ato após a entrada do pecado no mundo foi imolar um animal, derramar seu sangue e com a pele providenciar vestes para o primeiro casal (Gn 3.21). Sangue fala do meio para a redenção e vestes dos resultados, isto é, o usufruto da salvação (cf. Is 61.10; Jó 29.14; Ap 19.8; 3.18).

Com isso, estava inaugurada a era dos tipos, no Antigo Testamento (Cl 2.17; Hb 8.1-3), que apontaram ao longo das Escrituras para o grande momento da encarnação de Cristo, tal qual descrito por Mateus, na leitura bíblica em classe: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).

Deus é bom e justo (Sl 145.17). Ao mesmo tempo em que, no Éden aplicou sua justiça aos culpados, também demonstrou seu amor, como se vêem Gênesis 3.15-21.

Por isso, o Cordeiro de Deus é exaltado na consumação dos séculos (Ap 5.6-14).

A promessa divina da salvação compreende:

a) a redenção do homem da escravidão do pecado

b) a restauração da sua comunhão com Deus; e

(c) a segurança da vida eterna com o Senhor na glória (Jo 5.24; 10.28,29; 6.37).

Qualquer pecador pode ser salvo aqui e agora. Basta apenas arrepender-se de seus pecados e crer na suficiência da graça manifestada em Cristo Jesus (Rm 10.8-10).

É importante frisar esse ponto porque, infelizmente, há em alguns segmentos evangélicos uma mentalidade herética de que é preciso o pecador cumprir algum tipo de ritual para alcançar os benefícios da graça de Deus.

Alguns desses rituais são: listar todos os pecados conhecidos, confessá-los nome por nome a algum preposto sacerdotal, “queimar” esses pecados em fogueiras, quebrar as chamadas maldições hereditárias e passar por um processo de catarse emocional, como se este, sim, fosse o grande segredo guardado a sete chaves para a obtenção da salvação. Ora, a obra completa da salvação já foi consumada na cruz! É perfeita e não precisa de nenhum adendo! (1 Pe 2.24; Cl 1.20; Is 53.4,5,12).

2. Necessidade da presença e direção de Deus. Deus tem um propósito para cada vida. Cada pessoa tem um caminho diferente a percorrer mas a Bíblia ajuda a descobrir o caminho certo. Decidir fazer a vontade de Deus é o melhor lugar para começar! Você pode estar procurando o que fazer em relação a estudos, emprego, ministério, família mas em todas as áreas de sua vida, o mais importante é honrar a Deus. Descubra o que Deus quer para sua vida. A Bíblia ensina a vontade de Deus. Comece por fazer o que todo cristão deve fazer – dedique sua vida a Deus e às coisas que agradam a Deus. Pratique o bem, perdoe, vá à igreja, etc. É isso que Deus quer que você faça de sua vida, qualquer que seja o rumo (1 Coríntios 10:31).

3. Necessitados do Espírito Santo. A Bíblia deixa bastante claro que o Espírito Santo é ativo em nosso mundo. O livro de Atos, que às vezes leva o título mais longo de "Atos dos Apóstolos", poderia também ser chamado de "Atos do Espírito Santo através dos Apóstolos". Após a era apostólica, houve algumas mudanças — o Espírito não inspira outras Escrituras, por exemplo -, mas Ele continua a fazer Sua obra no mundo.

Primeiro, o Espírito Santo faz muitas coisas na vida daqueles que creem. Ele é o Consolador dos crentes (João 14:26).

Ele também os habita e os sela até o dia da redenção — isso indica que a presença do Espírito Santo no crente é irreversível. Ele guarda e garante a salvação daqueles em quem habita (Efésios 1:13; 4:30).

O Espírito Santo auxilia os crentes na oração (Judas 1:20) e "intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus" (Romanos 8:26–27).

O Espírito Santo regenera e renova o crente (Tito 3:5).

No momento da salvação, o Espírito batiza-o ao Corpo de Cristo (Romanos 6:3).

Os crentes recebem o novo nascimento pelo poder do Espírito (João 3:5–8).

O Espírito conforta os crentes com comunhão e alegria ao atravessarem um mundo hostil (1 Tessalonicenses 1:6; 2 Coríntios 13:14).

O Espírito, em Seu poderoso poder, enche os crentes de "toda alegria e paz" ao confiarem no Senhor, fazendo com que "sejam ricos de esperança" (Romanos 15:13).

A santificação é uma outra obra do Espírito Santo na vida de um crente. O Espírito Se põe contra os desejos da carne e leva o crente à justiça (Gálatas 5:16–18).

As obras da carne se tornam menos evidentes e o fruto do Espírito se torna mais evidente (Gálatas 5:19–26).

Os crentes são ordenados a "deixarem-se encher do Espírito" (Efésios 5:18), o que significa que devem ceder-se ao pleno controle do Espírito. O Espírito Santo também é um doador de presentes. "Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo" (1 Coríntios 12:4).

Os dons espirituais que os crentes possuem são dados pelo Espírito Santo, conforme Ele determina em Sua sabedoria (versículo 11).

O Espírito Santo também trabalha entre os incrédulos. Jesus prometeu que enviaria o Espírito Santo para convencer "o mundo do pecado, da justiça e do juízo" (João 16:8).

O Espírito testifica de Cristo (João 15:26), apontando as pessoas para o Senhor. Atualmente, o Espírito Santo também está restringindo o pecado e combatendo "o mistério da iniquidade" no mundo. Essa ação mantém a ascensão do anticristo à distância (2 Tessalonicenses 2:6–10).

O Espírito Santo tem outro papel importante, que é dar aos crentes sabedoria pela qual possamos entender Deus. "Deus, porém, revelou isso a nós por meio do Espírito. Porque o Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as profundezas de Deus. Pois quem conhece as coisas do ser humano, a não ser o próprio espírito humano, que nele está? Assim, ninguém conhece as coisas de Deus, a não ser o Espírito de Deus" (1 Coríntios 2:10–11).

Visto que os crentes receberam o maravilhoso presente do Espírito de Deus dentro de nós mesmos, podemos compreender os pensamentos de Deus, conforme revelados nas Escrituras. O Espírito nos ajuda a entender. Isso é a sabedoria de Deus, ao invés da sabedoria do homem. Nenhuma quantidade de conhecimento humano pode substituir os ensinamentos do Espírito Santo                       (1 Coríntios 2:12–13).

CONCLUSÃO

Tudo começa e termina em Deus, pois fomos criados para a sua glória! Tudo pode faltar, a vida esvair-se, mas Deus é a nossa herança para sempre (vv.26-28). Ele é a fonte da verdadeira prosperidade! Assim, tudo o que temos precisa constituir-se em motivo para que o nome de Deus seja exaltado (1 Co 10.31).

Este é o verdadeiro foco. Deus acima de todas as coisas. Podemos até desfrutar das riquezas materiais como fruto da capacidade que Deus dá a todos para administração da sua vida, mas tudo se restringirá às coisas terrenas (Dt 8.18).

 

Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.

Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!

Dele seja a glória!

Amem.

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