4 de março de 2025

O pecado corrompeu a Natureza Humana

 

 O pecado corrompeu a Natureza Humana

TEXTO ÁUREO

 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” (Rm 3.23)

Entenda o Texto Áureo

todos pecaram. Paulo já apresentou os seus argumentos a respeito disso (1.18—3.20). (compare com Romanos 3:9,19; 1:28-32; 2:1-16; 11:32; Eclesiastes 7:20; Gálatas 3:22; 1João 1:8-10).

O original grego indica (sendo um aoristo) que aquilo que é afirmado — “todos pecaram” — é um fato já consumado e afeta toda a raça humana. e carecem da glória de Deus (compare com Romanos 5:2; 1Tessalonicenses 2:12; 2Tessalonicenses 2:14; 1Pedro 4:13; 5:1,10).

Duas interpretações tem sido propostas: “e não alcançaram o padrão da glória de Deus” (NVT), e, “estão afastados da presença gloriosa de Deus” (NTLH).

Embora os homens sejam muito diferentes na natureza e extensão dos seus pecados, não há absolutamente nenhuma diferença entre o melhor e o pior dos homens, visto que “todos pecaram”, e assim estão debaixo da ira de Deus. [JFU, 1866]

VERDADE PRÁTICA

O pecado é um elemento real na vida de todas as pessoas desde o ventre materno.

Entenda a Verdade Prática

A Bíblia ensina que todos nós nascemos pecadores com naturezas pecaminosas e egoístas. A menos que nasçamos de novo pelo Espírito de Deus, nunca veremos o reino de Deus (Jo 3.3).

LEITURA BÍBLICA Gênesis 3:1,3,7 e Romanos 5:12-14

Gênesis 3.1,6,7

1. Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?

Porém a serpente era astuta, mais que todos os animais do campo. Assim como Satanás pode se transformar em um anjo de luz, também ele usou a sagacidade da serpente para enganar o homem.

E ela disse à mulher. Deus permitiu que Satanás fizesse da serpente seu instrumento e falasse através dela.

6. E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.

A esperança ilusória de ser como Deus despertou um anseio pelo fruto proibido. “A mulher viu que a árvore era boa para comer, e que era um prazer para os olhos, e desejável para fazer sábio (הַשְׂכִּיל significa ganhar ou mostrar discernimento ou perspicácia); e ela pegou de seus frutos e comeu, e deu a seu marido com ela (que estava presente), e ele comeu”.

Como a desconfiança da ordem de Deus leva ao descaso, o anseio por uma falsa independência desperta um desejo pelo bem aparente que foi proibido; e este desejo é fomentado pelos sentidos, até que gere o pecado. Dúvida, descrença e orgulho foram as raízes do pecado de nossos primeiros pais, assim como foram de todos os pecados de sua posteridade.

Quanto mais insignificante o motivo de seu pecado parece ter sido, maior e mais difícil parece ser o próprio pecado; especialmente quando consideramos que as primeiras pessoas estavam numa relação mais direta com Deu, Seu Criador, do que qualquer outro ser humano.

Que seus corações eram puros, seu discernimento claro, suas relações com Deus diretamente, que estavam cercados de dons apenas concedidos por Ele, e não podiam se desculpar por qualquer mal-entendido da proibição divina, que os ameaçava com a perda de vidas em caso de desobediência.

No entanto, não só a mulher cedeu às artimanhas sedutoras da serpente, mas até mesmo o homem se deixou tentar pela mulher.

7. Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.

e conheceram que estavam nus. Eles começaram a sentir a sua miséria, mas não procuraram a Deus por uma solução.

Romanos 5:12-14

12. Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.

assim como... entrou o pecado. Não um pecado em particular, mas a propensão inerente ao pecado entrou no âmbito humano; os seres humanos tornaram-se pecadores por natureza. Adão passou a todos os seus descendentes a herança da natureza pecaminosa que ele possuía por causa de sua primeira desobediência.

Essa natureza está presente a partir do momento da concepção (Sl 51.5), tornando impossível para o homem viver de maneira a agradar a Deus.

Satanás, o pai do pecado (1Jo 3.8), levou a primeira tentação a Adão e Eva (Gn 3.1-7). por um só homem.

Quando Adão pecou toda humanidade pecou com ele (v. 18; cf. Hb 7.7-10).

Uma vez que o seu pecado transformou sua natureza interior e trouxe morte espiritual e depravação, a natureza pecaminosa também passaria de maneira seminal, para a sua posteridade (SI 51.5).

morte. Adão não estava, originalmente, sujeito à morte: porém, pelo seu pecado ela se tornou cruel certeza para ele e sua posteridade.

A morte tem três manifestações distintas:

1) morte espiritual ou separação de Deus (cf. Ef 2.1-2; 4.18);

2) morte física (Hb 9.27) e

3) morte eterna (também chamada de segunda morte), a qual inclui não apenas separação eterna de Deus, mas o tormento eterno no lago de fogo (Ap 20.11-15).

porque todos pecaram. Pelo fato de que toda a humanidade existia nos lombos de Adão e, pela procriação, ter herdado a sua decadência e depravação, pode-se dizer que todos pecaram nele. ortanto, os seres humanos não são pecadores por que pecam, mas pecam porque são pecadores.

13. Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo lei.

O pecado não é levado em conta. Veja 2Co 5.19.

Embora todos os seres humanos fossem considerados pecadores (v. 12), pois não havia uma lista explícita de mandamentos; não havia nenhuma responsabilização rigorosa de seus pontos específicos de violação.

Quando não há lei. O período que vai de Adão a Moisés, quando Deus ainda não havia entregado a lei mosaica.

14. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.

Entretanto, reinou a morte. Porém, mesmo sem a lei, a morte era universal. Todos os homens, de Adão até Moisés, estavam sujeitos à morte, não por causa de seus atos pecaminosos contra a lei mosaica (que eles ainda não tinham), mas devido à sua própria natureza pecaminosa herdada.

Não pecaram à semelhança... de Adão. Aqueles que não tinham uma revelação específica como Adão tinha (Gn 2.16-17), ou aqueles que tinham a lei mosaica (cf. v. 1.3).

Mas pecaram contra a santidade de Deus, ou seja, aqueles que "pecaram sem lei" (2.12). Prefigurava aquele que havia de vir. Adão e Cristo são semelhantes quanto ao fato de que suas ações terem afetado muitos outros. Essa frase serve como uma transição da discussão do apóstolo a respeito da transferência do pecado de Adão para o crédito da justiça de Cristo.

INTRODUÇÃO

A profunda certeza de que em Cristo somos membros da nova criação de Deus é a convicção fundamental de Romanos 5.12. É essencial que comecemos onde Paulo começa. Adão é simplesmente a figura (typos, modelo) daquele que havia de vir (Aquele que viria — o Messias).

O apóstolo não se move de Adão a Cristo, mas sim de Cristo a Adão. Para ele, a verdade é tão auto-evidente que ele não faz nenhum esforço para prová-la de uma forma lógica. Devido ao seu encontro com o Cristo ressuscitado, ele sabe que "se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2 Co 5.17).

Embora a antiga criação esteja destruída, Deus lhe deu um novo começo em Cristo. Pecar é transgredir a Lei de Deus; fazer errado. Paulo em Romanos 3.23 não diz que todos pecaram em Adão, ou que sua natureza se tornou corrupta, o que é verdade, mas não é afirmado aqui; nem que o pecado de Adão seja imputado a eles; mas simplesmente afirma que todas as pessoas pecaram.

Ele fala evidentemente do grande fato universal de que todas as pessoas são pecadoras. Ele não está resolvendo uma dificuldade metafísica; nem fala da condição do homem ao vir ao mundo. Ele fala como outros homens fariam; ele se dirige ao bom senso do mundo; e discorre sobre fatos universais e bem conhecidos.

Aqui está o fato – que todas as pessoas experimentam calamidade, condenação, morte. Como isso deve ser contabilizado? A resposta é:“Todos pecaram”. Esta é uma resposta suficiente; ele atende o caso. E como seu desígnio não pode ser o de discutir uma questão metafísica sobre a natureza do homem, ou sobre o caráter das crianças, a passagem deve ser interpretada de acordo com seu desígnio, e não deve ser pressionada a apoiar o que ele diz nada, e ao qual a passagem evidentemente não tem referência.

Eu entendo isso, portanto, como se referindo ao fato de que as pessoas pecam em suas próprias pessoas, pecam a si mesmas – e que portanto morrem. Se as pessoas sustentam que se refere a quaisquer propriedades metafísicas da natureza do homem, ou aos bebês, elas não devem inferir ou supor isso, mas devem mostrar claramente que está no texto.

I. A DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO E SUA EXTENSÃO

1. O autor do pecado (Gn 3.1,2). A serpente se enfiou sorrateiramente no jardim tranquilo como um visitante sinistro. Por todo o antigo discurso semítico, os répteis estavam relacionados com influências demoníacas e Gn 3.1 descreve que a criatura era mais astuta que todas as alimárias do campo. À medida que a história progride, a serpente é apresentada em todos os lugares como instrumento de certo poder espiritual oculto.

No Novo Testamento, Jesus relaciona a serpente ao diabo (Jo 8:44), como também o faz Paulo (Rm 16:20; cf. 2 Co 11.3; 1 Tm 2,14) e João (Ap 12:9-20.2).

Em todos estes exemplos, a fonte da tentação é objetivamente distinta de Deus ou do ser humano. Em nenhum caso, a serpente é considerada apenas a "personificação da tentação"' ou a "representante do poder da tentação".

A serpente começou a conversa com uma expressão de surpresa: Não comereis de toda árvore do jardim? e passou a citar erroneamente a ordem original de Deus, tornando-a absurda. A proibição original estava relacionada só com uma árvore, mas a serpente disse de toda árvore, frase que em 2.16 é encontrada na ordem permissiva e não na ordem negativa (2.17). A serpente pôs em dúvida a bondade de Deus: Ele foi muito restritivo, retendo desnecessariamente benefícios de grande valor.

2. “Foram abertos os olhos de ambos” (Gn 3.7). Os argumentos da serpente atraíram três facetas da natureza da mulher, cada uma parte legítima de sua natureza de criatura. A fome física foi estimulada, pois aquela árvore era boa para se comer (6). O apetite estético foi provocado, pois era agradável aos olhos. E a capacidade de sabedoria e poder foi atiçada, pois era árvore desejável para dar entendimento, o que incluía a habilidade de dominar os outros (cf. a tentação de Jesus, Mt 4:1-11; Lc 4:1-13; 1 Jo 2:16).

Na verdade, há muito que a mulher fora derrotada e sua contemplação logo resultou em ação. A ordem de Deus foi desobedecida e, incrivelmente, seu marido a seguiu na desobediência. Depois de terem comido, foram abertos os olhos de ambos (7), mas não do modo em que a serpente indicou. Em vez de passarem para um nível de existência superior, eles caíram a um nível inferior.

Eles conheceram que estavam nus. Em vez de ficarem unidos com Deus, alcançando essência igual com Ele, eles foram alienados um do outro pela consciência de que seu ato não produziu o que esperavam. A frustração estava relacionada com o novo conhecimento de nudez. A desobediência gerou culpa e vergonha. Em reação ao sentimento de vergonha, os dois apanharam folhas de figueira, com as quais fizeram para si aventais (ou "cintas"). Eram tangas simples e transpassadas.

O homem e a mulher estavam familiarizados com a voz do SENHOR Deus (8), como se deduz pela comunhão frequente com o Criador. A viração do dia é expressão idiomática para aludir à noite, pois no Oriente Próximo sopra um vento fresco sobre a terra ao pôr-do-sol. Desta vez, o casal não estava preparado para encontrar-se com Deus. A expressão a presença é caracteristicamente vívida em hebraico. Não é uma influência vaga e indefinível, mas uma confrontação direta, bem definida e pessoal. O casal culpado escondeu-se, mas de nada adiantou.

3. A consequência da Queda no Éden. Por meio de um homem; pelo crime de um homem. Seu ato foi a ocasião para a introdução de todos os pecados em todo o mundo. O apóstolo aqui se refere ao conhecido fato histórico Genesis 3:6-7, sem qualquer explicação do modo ou causa disso.

Ele aduziu isso como um fato bem conhecido; e, evidentemente, pretendia falar sobre isso não com o propósito de explicar o modo, ou mesmo de tornar este o tópico principal ou proeminente na discussão.

Seu objetivo principal não é falar da maneira de introduzir o pecado, mas mostrar que a obra de Cristo encontra e remove males bem conhecidos e extensos. Suas explicações, portanto, limitam-se principalmente à obra de Cristo.

Ele fala da introdução, da disseminação e dos efeitos do pecado, não como tendo qualquer teoria a defender sobre esse assunto, não como planejando entrar em uma descrição minuciosa do caso, mas como ele foi manifestado na face das coisas, como estava no registro histórico e como era compreendido e admitido pela humanidade.

4. Extensão do pecado. Por meio da desobediência de Adão, o pecado entrou no mundo; como consequência, a morte passou a todos os homens; isto porque todos os homens pecaram. Estas três ideias devem ser mantidas em mente para compreender a ideia do apóstolo sobre o pecado e a morte. O ponto crucial do assunto está na pergunta: De que maneira todos pecaram?

a) Paulo quer dizer que "todos pecaram implicitamente no pecado de Adão"? Como Agostinho, muitos podem ter interpretado Paulo desta maneira. Como Levi pagava o dízimo nos "lombos de seu pai [Abraão]" (Hb 7:5-9), assim também todos os homens pecaram em Adão, "estando então nos lombos do seu primeiro pai, a cabeça e o representante comum de todos eles".' Não existe uma base gramatical, no entanto, para interpretar eph como significando "em quem", apesar do fato de que a versão latina traduz isto como in quo. A expressão significa assim também, ou "com base no fato de que".

b) Então, a expressão significa que todos os homens morrem por que pecaram pessoalmente? Pelágio ensinava que todos os homens imitam o pecado de Adão, e, portanto, morrem, em consequência do seu próprio pecado. Até mesmo Calvino escreve: "Todos os da posteridade de Adão estão sujeitos ao domínio da morte... porque todos nós pecamos".' Esta ideia contradiz o objetivo de toda a passagem, que é o de colocar em Adão a morte de todos os demais, mesmo que a justiça de todos os demais esteja em Cristo, e tem a desvantagem adicional de introduzir o conceito da responsabilidade pessoal num argumento que visa enfatizar a natureza corporativa do pecado do homem.

c) Ou será que Paulo quer dizer que todos os homens pecaram com Adão, no sentido de que a ofensa de Adão tem consequências que se estendem a toda a humanidade? Este parece ser o significado que o apóstolo tinha em mente. Na realidade, a primeira e a última interpretação transmitem basicamente a mesma ideia, se formos cuidadosos para não admitir a noção agostiniana de culpa imputada, que o versículo 13 nega.

Depois de Adão, os homens pecaram, mas sob tais condições o seu pecado não foi imputado. Assim a morte, mas não a culpa, atinge todos os homens. Adão foi mais do que um indivíduo, o primeiro homem; ele foi o que o seu nome quer dizer em hebraico — "humanidade" (Gn 5:1-2). Toda a humanidade é considerada como tendo existido em Adão. Devido ao seu pecado, entretanto, Adão é visto como a humanidade alienada de Deus.

No relato da Queda em Gênesis 3, "está encapsulada toda a história posterior da humanidade"; os seus incidentes são encenados novamente na história da raça e, na verdade, até certo ponto, em cada membro da raça.' Devido ao pecado de Adão, a morte se espalhou por toda a raça. Como uma consequência da primeira desobediência do homem, toda a raça se corrompeu.

Esta corrupção consiste do fato de que o homem nasceu num verdadeiro relacionamento com Deus, mas está condenado a danificar constantemente esse relacionamento. Em outra passagem o apóstolo fala dos homens como "entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus, pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração" (Ef 4:18; cf. Rm 1:18-25).

A consequência desta separação é que eles "se corrompem pelas concupiscências do engano" (Ef 4:22).

II. A HERESIA QUE NEGA O ADVENTO DO PECADO

1. O Pelagianismo.  Pelágio era um monge que viveu no fim do século 4 e início do século 5 D.C. Ele ensinava que os seres humanos nasciam inocentes, sem a mancha do pecado original e pecado herdado. Também acreditava que Deus criava diretamente toda alma humana e, portanto, toda alma era livre do pecado.

a) Conteúdo doutrinário. Pelágio acreditava que o pecado de Adão não tinha afetado as gerações futuras da humanidade. Essa interpretação ficou conhecida como Pelagianismo. O Pelagianismo contradiz muitas Escrituras e princípios bíblicos. Primeiro, a Bíblia nos ensina que somos pecadores no momento da concepção (Salmo 51:5).

Além disso, a Bíblia ensina que todos os seres humanos morrem como resultado do pecado (Ezequiel 18:20; Romanos 6:23).

Embora o Pelagianismo diga que os seres humanos não nascem com uma inclinação natural ao pecado, a Bíblia diz o contrário (Romanos 3:10-18).

Romanos 5:12 claramente afirma que o pecado de Adão é a razão pela qual o pecado afeta o resto da humanidade. Qualquer pessoa que tenha tido filhos pode atestar ao fato de que bebês precisam ser ensinados a se comportarem; eles não precisam ser ensinados a pecar. O Pelagianismo, no entanto, é claramente anti-bíblico e deve ser rejeitado.

b) Resposta bíblica. O termo “pecado original” refere-se ao pecado de Adão em comer da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal e seus efeitos sobre o resto da raça humana desde então, principalmente seus efeitos em nossa natureza e nosso relacionamento com Deus, até mesmo antes de termos idade suficiente para cometer pecado conscientemente.

O Pelagianismo afirma que o pecado de Adão não teve nenhuma influência sobre as almas de seus descendentes além de, através de seu exemplo pecaminoso, encorajar outras pessoas a também pecar.

De acordo com essa opinião, o homem tem a habilidade de parar de pecar se ele quisesse.

Esse ensino vai de encontro a várias passagens que ensinam que o homem é um escravo do pecado (quando longe da intervenção de Deus) e que suas boas obras são “mortas”, quer dizer, sem nenhum valor para ganhar o favor de Deus (Efésios 2:1-2; Mateus 15:18-19; Romanos 7:23; Hebreus 6:1; 9:14).

2. A morte de Jesus em favor dos pecadores. O Alcorão rejeita completamente essa noção de “morte na cruz”. O Islã não pensa que esta seja a abordagem correta para os muçulmanos tomarem. Em vez disso, o caminho certo – segundo o Islã - é dizer que, mesmo que os relatos do Evangelho digam que Jesus foi crucificado, não concordam com isso porque, da perspectiva muçulmana, o Alcorão é a revelação final de Deus e ele diz outra coisa.

Como Deus conhece toda a verdade, Ele ensinou a posição correta sobre este e outros assuntos para Muhammad através da revelação. Observe que, na teologia islâmica, a Bíblia de hoje não é considerada 100% autêntica e, portanto, os relatos do Evangelho não são tomados pelo seu valor original.

- "Pregamos a Cristo crucificado, o qual, de fato, é escândalo". (1Co 1.23). O deus para quem correm as multidões não se parece em nada com o Jesus crucificado – o escândalo do Evangelho.

III. O PERIGO DESSA HERESIA PARA A VIDA DO CRENTE E DA IGREJA

1. Pensamentos pelagianistas em nossos dias. O pelagianismo, uma antiga heresia condenada no início do século V, persiste de maneira disfarçada nos dias atuais, influenciando a teologia e a prática cristã. Proposto por Pelágio, um monge britânico, essa doutrina nega a depravação total do homem e defende que os seres humanos possuem a capacidade inata de alcançar a salvação sem a graça divina.

Apesar de ser formalmente rejeitado pela igreja ao longo da história, suas ideias ressurgem sob diferentes formas e continuam a moldar comportamentos e crenças na vida contemporânea. Nos dias de hoje, o pelagianismo se manifesta principalmente em três áreas:

Moralismo Religioso: - Muitas pessoas acreditam que podem agradar a Deus e conquistar a salvação por meio de boas obras, práticas religiosas ou comportamento moral exemplar. Essa mentalidade ignora a necessidade de uma transformação espiritual operada pelo Espírito Santo (Jo 3:3-6).

- Autossuficiência e Positivismo: - A sociedade moderna frequentemente prega que “tudo depende de você” e que o esforço pessoal é suficiente para alcançar qualquer objetivo, inclusive o espiritual. Essa filosofia rejeita a dependência de Deus e exalta a autonomia humana.

Evangelhos Diluidos: - Alguns movimentos cristãos contemporâneos minimizam a realidade do pecado e a necessidade da graça redentora, oferecendo uma mensagem centrada no “poder da decisão humana” ou no “desenvolvimento pessoal”. Esses ensinamentos reduzem a obra de Cristo a um exemplo moral, em vez de reconhecê-Lo como o Salvador que remove a culpa e o poder do pecado.

2. O perigo. O pelagianismo moderno, quando incorporado na vida cristã, gera profundas implicações negativas:

Dependência de Si Mesmo:- A crença na capacidade humana de buscar a Deus por conta própria gera frustração e orgulho. Sem a graça soberana, o homem se exaure em tentativas fúteis de agradar a Deus e negligencia a obra de Cristo.

Desvalorização da Doutrina da Graça:- A negligência da necessidade da graça em Cristo somente (solus Christus) distorce o evangelho, transformando-o em uma mensagem centrada no homem.

Nesse contexto, Deus deixa de ser reconhecido como o autor e consumador da salvação (Hb 12:2), sendo reduzido a um mero auxiliar, submisso às iniciativas humanas, em flagrante desvio da verdade bíblica.

Relativização do Pecado:- O pecado é encarado como um simples erro de escolha, ignorando sua gravidade como rebelião contra Deus. Sem um senso correto do pecado, a cruz de Cristo perde seu significado como expiação necessária.

Fracasso em Glorificar a Deus:- Um cristianismo pelagiano não glorifica a Deus, mas sim o esforço humano. Isso é contrário ao ensino bíblico de que a salvação é “para o louvor da glória de sua graça” (Ef 1:6)..

CONCLUSÃO

A heresia pelagiana, apesar de sutil, continua sendo uma ameaça à verdadeira fé cristã.

A teologia reformada, com sua ênfase na soberania de Deus e na depravação total do homem, fornece uma resposta sólida para combater essas ideias equivocadas.

É crucial que os cristãos rejeitem qualquer forma de autossuficiência e se submetam à verdade de que a salvação é exclusivamente pela graça, mediante a fé, e não por obras humanas (Ef 2:8-9).

Somente reconhecendo nossa incapacidade e abraçando a soberania de Deus podemos glorificá-Lo plenamente, vivendo uma vida centrada no evangelho de Jesus Cristo..

Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.

Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!

Dele seja a glória!

Amem

 

Nenhum comentário: