8 de setembro de 2025

Uma igreja hebreia na casa de um estrangeiro

 

Uma igreja hebreia na casa de um estrangeiro

TEXTO ÁUREO

 

“Respondeu, então, Pedro: Pode alguém, porventura, recusar a água, para que não sejam batizados estes que também receberam, como nós, o Espírito Santo?” (At 10.47).

 

UMA EXEGÉSE DO TEXTO PRINCIPAL

 

• Este versículo se insere no clímax da narrativa da conversão de Cornélio e de sua casa (At 10.1-48).

 

Até este momento, Pedro havia sido conduzido pelo Espírito a compreender que o Evangelho não se limita a Israel, mas alcança também os gentios (At 10.34-35).

 

O derramamento do Espírito Santo sobre Cornélio e os seus antes mesmo do batismo (At 10.44-46) é o sinal inegável de que Deus quebrou as barreiras étnicas e religiosas, inaugurando uma nova fase na missão da Igreja.

 

Pode alguém, porventura, recusar, O verbo traduzido por recusar é do grego κωλύω (kōlyō), que significa “impedir, proibir, negar acesso” (cf. Lc 18.16; At 8.36).

 

O uso do aoristo subjuntivo aqui transmite a ideia de uma impossibilidade lógica: diante da ação inequívoca do Espírito, não há argumento válido para barrar o batismo.

 

A água, (τὸ ὕδωρ, to hydōr). O artigo definido τὸ dá especificidade: trata-se não de qualquer água, mas da água do batismo cristão, já compreendida e praticada pela comunidade cristã primitiva (At 2.38; 8.36-38).

 

Para que não sejam batizados, O verbo βαπτίζω (baptizō) significa literalmente “mergulhar, imergir”. No NT, tem valor técnico de rito de iniciação cristã, marcando a união pública do crente com Cristo (Rm 6.3-4).

 

Estes que também receberam, O verbo λαμβάνω (lambanō) no aoristo ativo indica uma recepção real e completa: eles não esperam ainda pelo Espírito, mas já O receberam.

 

Como nós, (καθὼς καὶ ἡμεῖς, kathōs kai hēmeis). A comparação é central. Pedro reconhece que a experiência dos gentios é idêntica à dos judeus no Pentecostes (At 2.1-4).

A expressão elimina qualquer distinção hierárquica ou privilegiada entre judeus e gentios na economia da salvação.

O Espírito Santo desceu sobre os gentios antes mesmo do batismo, mostrando que a salvação é obra soberana de Deus, não condicionada a ritos humanos (cf. Ef 2.8-9).

 

O batismo como selo visível: Embora já tivessem recebido o Espírito, Pedro não relativiza o batismo em água. O sacramento continua sendo necessário como testemunho público de inclusão no corpo de Cristo. O batismo, portanto, não confere o Espírito, mas confirma exteriormente a realidade interior já realizada pelo Espírito. O “como nós” derruba qualquer exclusivismo judaico. A comunidade de fé é agora multiétnica, unida não por tradições, mas pela ação do Espírito. É a antecipação do ideal paulino de que em Cristo não há judeu nem grego (Gl 3.28).

 

A pergunta de Pedro é retórica e pedagógica. Ele não apenas autoriza o batismo, mas também ensina à comunidade presente que ninguém pode levantar barreiras onde Deus já abriu caminho. A missão da Igreja, portanto, é inclusiva, rompendo preconceitos culturais e sociais.

 

O texto nos confronta com uma pergunta implícita: temos impedido alguém de experimentar a graça de Cristo por causa de nossas tradições, preconceitos ou preferências pessoais? Assim como Pedro precisou ser transformado para aceitar Cornélio, a Igreja hoje precisa permitir que o Espírito quebre nossas barreiras e nos ensine a acolher todos os que Ele chama.

 

VERDADE PRÁTICA

 

O episódio da igreja hebreia na casa do gentio Cornélio demonstra que Deus não faz acepção de pessoas.

 

ENTENDA A VERDADE PRÁTICA

 

• O encontro da comunidade judaica com o lar do gentio Cornélio revela, de forma incontestável, que o Deus da graça soberana derruba muros étnicos, culturais e religiosos, e que, diante da cruz e do derramamento do Espírito, não existe privilégio humano, pois todos são igualmente acolhidos em Cristo Jesus.

 

LEITURA BÍBLICA- Atos 10:1-8,21-23,44-48

 

Atos 10.1-8,21-23,44-48.

 

1. E havia em Cesareia um varão por nome Cornélio, centurião da coorte chamada Italiana,

 

• centurião. Um dos 60 oficiais de uma legião romana, cada um dos quais comandava cem homens.

Coorte chamada Italiana. Dez coortes de 600 homens cada uma per faziam uma legião.

 

Cornélio, um centurião temente a Deus Havia em Cesaréia um homem chamado Cornélio, centurião do regimento chamado italiano. Ele e toda a sua família eram piedosos e tementes a Deus; davam muitas esmolas ao povo e oravam continuamente a Deus. Mesmo sendo romana, sua piedade e compaixão o destacavam como um "temente a Deus", ainda que não judeu.

 

2. piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a Deus.

 

• temente a Deus. Termo técnico usado pelos judeus para se referirem aos gentios que tinham abandonado sua religião pagã em favor da adoração de Deus Javé. Essa pessoa, conquanto seguisse a ética do AT, não havia se tornado um prosélito pleno do judaísmo por meio da circuncisão. Cornélio iria receber conhecimento salvífico de Deus em Cristo (Rm 7.20).

 

3. Este, quase à hora nona do dia, viu claramente numa visão um anjo de Deus, que se dirigia para ele e dizia: Cornélio!

 

• cerca da hora nona. Três horas da tarde. A visão e o chamado divino Quase à hora nona do dia, viu claramente numa visão um anjo de Deus, que lhe disse que suas orações e esmolas tinham subido em memorial diante de Deus. Recebeu a ordem de enviar homens a Jope para chamar Simão Pedro, que lhe diria o que fazer. A “hora nona” (15h) era tradicionalmente tempo de oração judaica; o anjo não apareceu em pessoa, mas numa visão vívida. Deus respondeu ao coração piedoso de Cornélio e o comissionou para buscar Pedro.

 

4. Este, fixando os olhos nele e muito atemorizado, disse: Que é, Senhor? E o anjo lhe disse: As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus.

 

• para memória. Um lembrete. As orações, a devoção, a fé e a bondade de Cornélio eram como oferta fragrante para Deus.

 

5. Agora, pois, envia homens a Jope e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro.

6. Este está com um certo Simão, curtidor, que tem a sua casa junto do mar. Ele te dirá o que deves fazer.

7. E, retirando-se o anjo que lhe falava, chamou dois dos seus criados e a um piedoso soldado dos que estavam ao seu serviço.

8. E, havendo-lhes contado tudo, os enviou a Jope.

21. E, descendo Pedro para junto dos varões que lhe foram enviados por Cornélio, disse: Sou eu a quem procurais; qual é a causa por que estais aqui?

• Enquanto refletia sobre a visão, chegaram os enviados de Cornélio. O Espírito Santo disse a Pedro: “Levanta-te, desce e vai com eles, nada duvidando; porque eu os enviei.” Pedro recebeu os homens, ouviu sua mensagem, convidou-os a passar a noite e, no dia seguinte, partiu com eles para Cesaréia. Pedro estava perplexo quanto à visão, mas o Espírito o instruiu claramente a não hesitar — ressaltando que esse encontro era obra divina. Pedro obedeceu e se preparou para partir com confiança.

 

22. E eles disseram: Cornélio, o centurião, varão justo e temente a Deus e que tem bom testemunho de toda a nação dos judeus, foi avisado por um santo anjo para que te chamasse a sua casa e ouvisse as tuas palavras.

 

23. Então, chamando-os para dentro, os recebeu em casa. No dia seguinte, foi Pedro com eles, e foram com ele alguns irmãos de Jope.

 

• convidando-os a entrar, judeus que se respeitavam não convidavam nenhum gentio para entrar na sua casa, especialmente solda dos do odiado exército romano.

 

Alguns irmãos. Seis crentes judeus (11.12), identificados como "os fiéis que eram da circuncisão" no v. 45

 

44. E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra.

 

• O Espírito Santo desce sobre os gentios. Enquanto Pedro ainda falava, o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a mensagem. Os gentios começaram a louvar a Deus em outras línguas. Os crentes judeus que tinham vindo com Pedro ficaram admirados. Esse derramamento é o equivalente ao Pentecostes para os gentios, um sinal do aceite de Deus, mostrando que Ele não faz acepção de pessoas.

 

45. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios.

46. Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus.

47. Respondeu, então, Pedro: Pode alguém, porventura, recusar a água, para que não sejam batizados estes que também receberam, como nós, o Espírito Santo?

 

• Pedro ordena o batismo. Pedro reconheceu que, se Deus lhes havia dado o mesmo dom do Espírito como fizera com os judeus, quem seria ele para impedir o batismo. Ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. O batismo foi uma declaração pública da realidade espiritual já confirmada pelo Espírito, mostra que a salvação é para todos, sem discriminação, e selada por Deus mesmo antes do rito.

48. E mandou que fossem batizados em nome do Senhor. Então, rogaram-lhe que ficasse com eles por alguns dias.

 

• Batismo é ordenado como expressão visível de uma realidade espiritual estabelecida.

 

INTRODUÇÃO

 

• As vezes temos uma visão lúdica da Igreja Primitiva e de sua expansão, sem pensar quão duro foi esse período para os primeiros crentes. Também temos, muitas vezes, uma visão equivocada daquela Igreja, vendo-a como ‘perfeita’, ‘sem erros’, ‘uma igreja desejável’. A expansão da igreja de Jerusalém não aconteceu de forma natural ou confortável. Foi um passo ousado, dirigido pelo Espírito Santo, que levou homens e mulheres judeus a compreenderem que o evangelho não era privilégio de um povo, mas a boa notícia de Deus para todas as nações.

 

O episódio narrado em Atos 10 mostra que a mensagem da cruz ultrapassa barreiras culturais e religiosas, revelando o coração de um Pai que deseja reconciliar o mundo consigo mesmo em Cristo. Pedro, escolhido por Deus, foi confrontado com sua própria tradição. Ao entrar na casa de Cornélio, um gentio, ele experimentou na prática o que o Senhor havia revelado em visão: aquilo que Deus purificou não deve ser considerado impuro. O verbo usado em Atos 10.15, katharízō (purificar, tornar limpo), indica uma ação definitiva de Deus que redefine categorias humanas de aceitação. Ali, a graça rompeu muros erguidos por séculos de preconceito religioso.

 

Lucas, ao narrar essa cena, deseja que compreendamos um ponto central: o Espírito Santo não faz acepção de pessoas. Assim como no Pentecostes os judeus receberam poder do alto, também os gentios foram revestidos do mesmo Espírito, sem qualquer distinção. A repetição da expressão to pneûma tò hágion epépesen (o Espírito Santo caiu) tanto em Atos 2 quanto em Atos 10 sublinha a igualdade da experiência e confirma que a promessa de Joel 2 se cumpre em todos os que creem, independentemente de etnia ou cultura. Esse movimento divino foi revolucionário para a igreja.

 

“a universalidade do evangelho derruba barreiras humanas e exige da igreja coragem para se arriscar em obediência”.

 

A comunidade que antes era restrita e marcada pela identidade judaica agora é chamada a viver como um corpo multiforme, unido pela fé em Cristo.

 

 “o Espírito Santo quebra cadeias, derruba muros e abre portas que o coração humano jamais ousaria abrir”.

 

Hoje, esse texto nos confronta com uma pergunta direta: temos coragem de viver uma fé que se arrisca, que atravessa fronteiras sociais, culturais e até pessoais em nome de Cristo?

 

Uma igreja que se fecha em si mesma se torna estéril.

Uma igreja que se lança em obediência ao Espírito experimenta crescimento, diversidade e poder. O desafio é claro: permitir que o mesmo Espírito que guiou Pedro nos guie também a vencer nossas barreiras internas e a estender o amor de Cristo a todos.

 

I. A REVELAÇÃO DE DEUS AOS GENTIOS

 

1. A visão de Cornélio. Cornélio surge em Atos 10 como um marco na expansão da igreja. Ele não era um judeu, mas um centurião romano da cidade de Cesareia. A Escritura o descreve como piedoso, temente a Deus, generoso e constante em oração. Contudo, esse retrato, por mais admirável que fosse, revela algo essencial: sua religiosidade não bastava para a salvação. O homem que buscava a Deus ainda precisava ouvir a mensagem da cruz. Aqui está um ensino precioso: atos de piedade, por mais sinceros, não substituem a fé salvadora em Cristo (Ef 2.8-9). Foi nesse contexto que, por volta da hora nona da oração, Cornélio teve uma visão. Um anjo lhe apareceu e o chamou pelo nome. O detalhe é notável, pois mostra a soberania divina que se move em direção aos gentios. O anjo, porém, não anunciou o evangelho. A tarefa da proclamação pertence aos homens, pois a fé vem pelo ouvir a Palavra de Cristo (Rm 10.17).

 

O celestial mensageiro apenas instruiu Cornélio a enviar mensageiros a Jope, para chamar Pedro. O próprio Deus estava unindo os caminhos do centurião e do apóstolo, preparando o solo para a inclusão dos gentios no corpo de Cristo. O texto grego ressalta esse ponto. Quando Cornélio vê o anjo, Lucas usa o verbo horáō (ὁράω), indicando uma visão real, não apenas uma impressão subjetiva. E ao descrever Cornélio como eusebḗs (εὐσεβής),

 

Lucas mostra que se tratava de um homem devoto, mas ainda carente da plena revelação em Cristo. A piedade, sem evangelho, não passa de preparo. É o encontro com a Palavra encarnada que traz vida eterna. Isso nos lembra que muitas pessoas em nossas comunidades podem ser moralmente corretas e religiosas, mas ainda precisam experimentar a salvação pela fé em Jesus. O que acontece em Atos 10 é um divisor de águas.

 

A barreira entre judeus e gentios começa a ruir. O mesmo Espírito que desceu em Atos 2 sobre os judeus agora se derramará sobre os gentios. O episódio mostra que o evangelho é universal em seu alcance, mas particular em sua aplicação: só aqueles que creem em Cristo participam dessa nova humanidade.

 

Como afirma Keener, a conversão de Cornélio não é apenas individual, mas um sinal profético de que Deus está formando um povo entre todas as nações (KEENER, 2013, p. 1730).

 

Diante disso, precisamos refletir: nossa igreja tem sido um lugar de barreiras ou de pontes? Estamos dispostos a nos arriscar como Pedro, atravessando fronteiras culturais e sociais para obedecer à voz do Espírito? Ou estamos fechados em tradições que impedem outros de ver a beleza do evangelho? Cornélio nos desafia a perceber que Deus já está operando no coração de muitos, mas é nossa missão levar a Palavra que gera vida. O anjo não pregou. A tarefa é nossa.

 

2. A experiência espiritual de Pedro. Pedro, assim como Cornélio, foi surpreendido por uma revelação de Deus. Enquanto orava, caiu em êxtase e teve uma visão que o deixou perplexo (At 10.10-12). O Espírito o conduzia a um ponto de ruptura em sua caminhada de fé. Até então, Pedro carregava convicções enraizadas na tradição judaica, convicções que excluíam os gentios do plano salvífico. Mas Deus estava abrindo seus olhos para algo maior: a obra redentora de Cristo não conhece barreiras étnicas ou culturais.

 

Na visão, Pedro contemplou um lençol descendo do céu, cheio de animais considerados impuros pela Lei. A ordem divina foi clara: “Levanta-te, Pedro; mata e come”. O verbo usado aqui, thýson (θύσον), no imperativo aoristo, carrega o sentido de uma ação decisiva. Não se tratava de uma sugestão, mas de um chamado direto a quebrar paradigmas e obedecer imediatamente. Pedro resistiu, como faria qualquer judeu fiel à Lei, mas a voz do céu insistiu: “Não chame impuro ao que Deus purificou”. Essa insistência mostrou que Deus estava confrontando não apenas a dieta de Pedro, mas sua forma de enxergar o próximo.

 

A experiência não foi apenas simbólica; foi preparatória. Pedro ainda não sabia, mas logo seria chamado à casa de um gentio. O Espírito o conduzia passo a passo. O que para ele parecia apenas uma visão estranha era, na verdade, a chave que abriria as portas da missão universal da Igreja.

 

Como comenta Gordon Fee, a experiência de Pedro mostra que “o Espírito Santo vai adiante da Igreja, desafiando seus preconceitos e expandindo seus horizontes” (FEE, 1994, p. 212).

 

Percebendo a importância do momento, Pedro não foi sozinho. Levou consigo seis irmãos judeus (At 11.12), como testemunhas da obra que Deus estava prestes a realizar. Era um gesto de prudência, mas também de fé. Ele entendia que o que estava para acontecer não seria apenas uma visita pastoral, mas um marco na história da redenção. Aqueles homens seriam testemunhas da derrubada de um muro secular de separação. Aqui nos cabe refletir. Quantas vezes, como Pedro, também ficamos presos a convicções antigas, honestas, mas limitadas? Será que temos coragem de deixar o Espírito Santo ampliar nossa visão e nos levar a pessoas que nunca consideraríamos?

O chamado de Pedro é o nosso chamado: obedecer à voz de Deus, mesmo quando isso confronta nossas tradições. A igreja que se arrisca é a igreja que se deixa conduzir pelo Espírito, sem medo de cruzar fronteiras pelo evangelho.

 

3. A urgência da pregação do Evangelho. A missão da Igreja nunca pode ser adiada. A urgência da pregação do Evangelho se revela no próprio modo como Deus agiu na casa de Cornélio. Sim, o Senhor pode se manifestar de maneira extraordinária, até mesmo enviando um anjo, como lemos em Atos 10. Mas o detalhe impressionante é que o anjo não anunciou o Evangelho. Ele apenas direcionou Cornélio a Pedro, porque a proclamação das Boas-Novas foi confiada não a anjos, mas a homens e mulheres cheios do Espírito. Esse é o método ordinário de Deus, estabelecido desde o princípio: salvar os que creem por meio da pregação (1Co 1.21).

 

O apóstolo Paulo compreendeu essa verdade com profundidade. Para ele, a pregação não era uma opção ministerial, mas uma imposição divina. É por isso que declara: “Ai de mim se não pregar o Evangelho” (1Co 9.16). O verbo usado por ele, kēryssō (κηρύσσω), significa proclamar em alta voz, como um arauto que anuncia um decreto real.

 

Quando pregamos, não falamos em nosso próprio nome, mas transmitimos a mensagem do Rei eterno. Essa é a razão pela qual a Igreja não pode silenciar. Se Deus “quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1Tm 2.4), então a responsabilidade da Igreja é cooperar com esse desejo divino. O próprio Jesus ordenou: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).

 

O texto grego usa o imperativo kēryxate (κηρύξατε), que exige uma ação imediata e inadiável. A ordem não é para esperar circunstâncias favoráveis, nem para aguardar sinais extraordinários, mas para ir e anunciar. Essa compreensão nos leva a uma reflexão séria.

 

Quantos crentes ainda esperam por experiências místicas para obedecer a um mandamento já revelado? Quantas igrejas estão distraídas com seus próprios programas enquanto negligenciam a missão principal? Se Deus já nos confiou a mensagem da cruz, não precisamos de outro comissionamento.

 

O tempo de pregar é agora, com coragem e fidelidade, pois cada vida sem Cristo caminha rumo à eternidade perdida. Cabe a nós resgatar o senso de urgência que moveu a Igreja primitiva. Uma igreja que se arrisca é uma igreja que não se cala. Que nossas congregações entendam que a evangelização não é um projeto acessório, mas o próprio coração da fé cristã. Assim como Pedro precisou ir até Cesareia, também nós precisamos sair das nossas zonas de conforto. O Espírito já abriu as portas. Falta apenas que abramos a boca e proclamemos a Cristo.

 

II. A SALVAÇÃO DOS GENTIOS

 

1. Pregação aos gentios. A missão de Pedro ao entrar na casa de Cornélio não foi um simples encontro social, mas um marco na história da salvação. Ali, Deus mostrou de forma clara que o Evangelho não está preso a fronteiras étnicas ou tradições religiosas. A mensagem que Pedro pregou foi inteiramente centrada em Cristo. Ele não se desviou para discursos secundários. Seu foco era a cruz, a ressurreição e a autoridade de Jesus como Senhor absoluto. Esse é o ponto que precisamos recuperar em nossas igrejas: a centralidade de Cristo como o núcleo do Evangelho. Ao afirmar que Deus “não faz acepção de pessoas” (At 10.34), Pedro usa o termo grego prosōpolēmptēs, que significa literalmente “tomar o rosto em consideração”.

 

Em outras palavras, o Senhor não julga segundo aparência, etnia ou posição social. Esse princípio nos obriga a rever se, de alguma forma, ainda selecionamos quem pode ou não ser alvo da nossa evangelização. Quando a Escritura diz que Deus “ama a todos” e deseja que “todo aquele que o teme” seja aceito (At 10.35), está rompendo de vez com o exclusivismo judaico. A graça não está condicionada à lei mosaica, mas se abre a todos os que crêem. Em seguida, Pedro proclama que Cristo é “Kyrios pantōn”, o Senhor de todos (At 10.36).

 

Essa expressão não é apenas um título de respeito. No grego, Kyrios carrega a ideia de soberania divina, o mesmo termo usado no Antigo Testamento grego (Septuaginta) para traduzir o nome de Yahweh. Ou seja, Pedro estava declarando que o Jesus crucificado e ressurreto é o próprio Senhor da história.

 

Essa verdade derruba qualquer pretensão humana de domínio sobre a fé. Não há outro mediador, não há outro nome, não há outro centro. Estar em Cristo significa estar dentro do plano eterno de Deus; estar fora dele é permanecer perdido. Esse texto também nos provoca a refletir sobre nossa prática atual. A mensagem de Pedro foi arriscada, pois desafiava séculos de tradição e preconceito.

 

Mas ele se deixou conduzir pelo Espírito e compreendeu que a missão da igreja não é proteger fronteiras, mas abrir portas. Pergunto: será que nossas comunidades ainda erguem barreiras invisíveis que impedem pessoas de diferentes contextos de se sentirem acolhidas pelo Evangelho?

 

Estamos pregando Cristo de forma pura e corajosa ou diluímos sua centralidade em discursos periféricos? Precisamos redescobrir a coragem de Pedro. O mesmo Espírito que o guiou continua operando hoje. E a nossa tarefa é a mesma: anunciar a todos, sem distinção, que Cristo é o Senhor de tudo e de todos. Essa convicção deve moldar não apenas nossa pregação, mas também nossa vivência diária como igreja.

 

2. A conversão dos gentios. A conversão dos gentios foi um dos acontecimentos mais marcantes do livro de Atos. Pela primeira vez, ficou evidente que o Evangelho não era apenas uma bênção restrita a Israel, mas um chamado universal à fé e ao arrependimento. Pedro declara que “todo aquele que nele crê recebe o perdão dos pecados” (At 10.43). O termo usado aqui para “perdão” é aphesis, no grego, que significa libertação total, soltura da culpa, cancelamento da dívida. O que antes estava fechado pela barreira da lei e da tradição agora é aberto pela cruz de Cristo. Esse chamado, no entanto, não anula a responsabilidade humana. Tanto judeus quanto gentios precisavam se arrepender para serem salvos. A fé cristã não é uma herança cultural, mas uma resposta pessoal ao convite divino.

 

O arrependimento, no grego metanoia, significa mudança de mente e de direção. É mais do que remorso; é reconhecer o senhorio de Cristo e abandonar o pecado. Isso desmontava o orgulho religioso dos judeus que acreditavam ter exclusividade no plano da salvação. Deus, em sua soberania, decidiu incluir os gentios no mesmo plano redentor. Pedro e os demais apóstolos se espantaram ao testemunhar que “Deus concedeu também aos gentios o arrependimento para a vida” (At 11.18).

 

A expressão “arrependimento para a vida” é rica em significado: trata-se de um arrependimento que conduz não apenas a um sentimento de perdão, mas à participação na vida eterna de Deus. Aqui está a essência do Evangelho: salvação pela fé em Cristo, sem acepção de pessoas, movida pela graça e confirmada pelo arrependimento. Esse relato nos obriga a olhar para nossas igrejas de hoje.

 

Será que ainda levantamos barreiras invisíveis que impedem pessoas de experimentar essa “aphesis”, esse perdão pleno em Cristo? Quantas vezes selecionamos, ainda que inconscientemente, quem é mais “digno” de ouvir a mensagem do Evangelho? A narrativa de Atos mostra que Deus derrubou todos os muros culturais e religiosos para alcançar aqueles que estavam distantes. O mesmo Espírito que foi derramado sobre os judeus foi também derramado sobre os gentios.

 

A lição prática é clara: o arrependimento e a fé em Cristo continuam sendo o caminho para todos. Nossa missão é pregar essa mensagem sem reservas, acolhendo pessoas de todas as nações, línguas e contextos. O convite de Pedro ecoa hoje em nossas salas de aula da Escola Bíblica Dominical: não basta conhecer a mensagem, é preciso se render ao chamado de Cristo, deixar para trás o pecado e viver a nova vida que o Senhor oferece..

 

III. O ESPÍRITO DERRAMADO SOBRE OS GENTIOS

 

1. O Espírito prometido. O derramamento do Espírito na casa de Cornélio não foi apenas um evento extraordinário.

Foi um divisor de águas na história da Igreja Primitiva. Até então, muitos ainda viam a promessa do Espírito como algo exclusivo para Israel. Mas, quando o Espírito Santo caiu sobre aqueles gentios em Cesareia (At 10.44-46), Deus deixou claro que o seu plano redentor ultrapassava fronteiras culturais e religiosas.

 

Aquele dia confirmou que o mesmo Pentecostes de Jerusalém agora se repetia em território gentílico. Pedro jamais se esqueceu desse fato. Anos mais tarde, no Concílio de Jerusalém, ele relembrou aquela cena como prova de que Deus mesmo havia aberto a porta da graça para os gentios (At 15.8-9).

 

O Espírito foi dado não como uma segunda bênção restrita a uma elite, mas como cumprimento da promessa feita a Abraão: “para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios em Cristo Jesus” (Gl 3.14).

 

A palavra usada por Paulo para bênção é eulogia, que significa não apenas favor, mas transmissão de vida e plenitude. Logo, o batismo no Espírito Santo não era um privilégio dos apóstolos ou de alguns escolhidos, mas a confirmação de que a salvação e o poder de Deus pertencem a todos os que creem. O apóstolo já havia fundamentado isso quando citou Joel: “derramarei do meu Espírito sobre toda carne” (At 2.17).

 

O hebraico de Joel traz a ideia de “todo ser humano sem distinção”. Isso era revolucionário. No Antigo Testamento, o Espírito repousava sobre reis, profetas e sacerdotes, sempre de forma seletiva e temporária. Agora, em Cristo, a promessa é universal, abrangente e permanente. O verbo usado em Atos 2.17, ekcheō (derramar), indica um transbordamento abundante, não algo medido ou restrito. Essa compreensão nos leva a refletir sobre nossa própria comunidade de fé.

Será que ainda vemos a promessa do Espírito como limitada a alguns? Ou entendemos que Ele deseja encher a todos, sem exceção, desde o novo convertido até o crente maduro? Quando Pedro declara em Atos 2.39 que a promessa é “para vós, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe”, ele inclui tanto os judeus quanto os gentios, tanto aquela geração quanto as futuras.

 

Esse “todos” nos alcança hoje, aqui e agora. A aplicação é direta e desafiadora. O batismo no Espírito Santo não é apenas um marco histórico, mas uma realidade viva para a Igreja de hoje. Ele nos capacita para testemunhar, nos dá ousadia para pregar, fortalece nossa comunhão com Deus e edifica o corpo de Cristo.

 

Se essa promessa é para todos os que o Senhor chamar, então nossa postura deve ser de sede e busca constantes. Não podemos viver da lembrança de experiências passadas. O Espírito continua sendo derramado. A questão é: estamos prontos para receber e andar cheios dEle?

2. O Espírito recebido. O Espírito recebido. Logo após os gentios de Cesareia terem acolhido a Palavra de Deus, ou seja, terem se convertido à fé em Cristo (At 11.1), algo extraordinário aconteceu. O Espírito Santo foi derramado sobre aqueles novos crentes, confirmando a obra de Deus em seus corações. O texto relata: “E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios” (At 10.45).

 

Note que o verbo grego ekcheō, traduzido por “derramar”, transmite a ideia de um transbordamento abundante, sinal claro de que Deus não faz nada pela metade. Esse derramamento não foi apenas espiritual, mas também visível e audível. Os gentios começaram a falar em outras línguas e a louvar a Deus de forma espontânea (At 10.46).

 

Aqui se evidencia um padrão já reconhecido pela Igreja primitiva: o sinal do Espírito inclui manifestação de línguas (glōssais) e expressões de louvor. Não se trata de espetáculo, mas de autenticidade espiritual, um selo divino que confirma a inclusão dos gentios no corpo de Cristo.

 

A reação dos crentes judeus que acompanharam Pedro foi de assombro e maravilhamento. Eles perceberam que a promessa de Deus se cumpria plenamente e de forma igualitária: o Espírito não estava restrito aos filhos de Israel, mas se estendia a todos aqueles que creem em Jesus Cristo. Esse episódio reforça a verdade bíblica de que a graça de Deus transcende fronteiras culturais e é concedida a todo ser humano que se arrepende e crê (At 2.39; Gl 3.14).

 

Mais do que história, esse acontecimento nos desafia hoje. A experiência de Cornélio e sua casa nos lembra que o Espírito Santo continua a agir de forma real e poderosa na vida de todos os que entregam seus corações a Cristo. Ele confirma, capacita e transforma. A pergunta que nos cabe é: estamos abertos para receber o Espírito de Deus em plenitude, permitindo que Ele manifeste seu poder em nossas vidas e em nossa comunidade de fé? O Espírito Santo é o selo da salvação e o capacita para a missão. Assim como em Cesareia, Ele deseja transbordar, renovar e conduzir todos os que creem a uma vida de testemunho, santidade e louvor contínuo. Reconhecer sua ação é viver na dimensão prática da promessa de Deus, que não faz acepção de pessoas.

 

3. Um pentecoste “visto” e “ouvido”. Um Pentecostes “visto” e “ouvido”. Quando Pedro precisou responder aos questionamentos dos judeus que se escandalizavam por ele ter entrado na casa de um gentio, ele não recorreu apenas à lógica ou à argumentação teológica. Ele apontou para o que era incontestável: a experiência do Espírito Santo ocorrida em Cesareia. Os gentios receberam o Espírito da mesma forma que os judeus no dia de Pentecostes, com manifestações tangíveis e audíveis, confirmando a autenticidade da fé gentílica (At 11.15-18).

O verbo grego horáō, usado para “ver”, e akouō, traduzido como “ouvir”, revelam que não se tratava de algo abstrato ou simbólico, mas de uma experiência real, concreta e perceptível a todos os presentes. Esse Pentecostes gentílico reproduziu o padrão do Pentecostes judaico: o derramamento do Espírito Santo não se restringe a cerimônias, tradições ou privilégio étnico. O Espírito age segundo a promessa de Deus, capacitando, santificando e selando todos que creem em Cristo, independentemente de sua origem cultural ou social.

 

A evidência visível e sonora – o falar em línguas e o louvor espontâneo – demonstra que a obra de Deus é soberana, inclusiva e irresistível (Gr. paraklētos, Consolador e capacitador de todos os crentes). Pedro, ao usar essa experiência como argumento, revela algo profundo: a fé genuína se manifesta na obra do Espírito. Não basta a conversão intelectual ou observância externa da Lei.

 

O Espírito Santo confirma, transforma e certifica a comunhão com Cristo.

O Espírito “visto” e “ouvido” não é apenas um espetáculo, mas uma marca divina que autentica a inclusão dos gentios na nova aliança.

 

Este é um lembrete poderoso de que a presença de Deus pode ser reconhecida e experienciada, e que não há barreiras humanas que possam limitar a ação do Espírito. Mais do que história, esse evento nos desafia hoje.

 

Assim como Cornélio e sua casa foram incluídos na promessa, somos chamados a perceber o agir do Espírito em nossa comunidade de fé. A pergunta pastoral que se impõe é direta: estamos atentos para reconhecer e celebrar a manifestação de Deus em nosso meio? Estamos dispostos a acolher aqueles que, como os gentios de Cesareia, chegam à fé com sinais que confirmam sua inclusão no plano de Deus?

 

O Pentecostes em Cesareia é um convite para a Igreja contemporânea. Ele nos lembra que a promessa do Espírito não tem limites étnicos, culturais ou sociais. Cada manifestação, cada ação do Espírito, é um lembrete de que Deus age para edificar, consolidar e expandir seu Reino. Ver, ouvir e reconhecer o Espírito em ação é abraçar a plenitude da fé cristã, vivendo uma espiritualidade dinâmica, real e transformadora. A experiência do Espírito Santo nos leva da contemplação à ação, da admiração à missão.

 

CONCLUSÃO

 

• A graça de Deus se revela de forma concreta e transformadora. Como afirma Paulo em Tito 2.11, ela traz salvação a todas as pessoas, sem distinção. A experiência na casa de Cornélio nos mostra que o amor de Deus não se limita a uma etnia, cultura ou status social.

Ele alcança todos aqueles que abrem o coração à mensagem da cruz, demonstrando que a fé cristã é profundamente inclusiva e universal. Observamos que esta não é uma fé abstrata ou meramente teórica. A presença do Espírito Santo é real e ativa, visível na vida daqueles que creem. No episódio de Cesareia, os gentios receberam o Espírito Santo, falaram em línguas e glorificaram a Deus (At 10.44-46).

 

Este “sinal” não apenas confirma a autenticidade de sua fé, mas nos lembra que a fé evangélica sempre se manifesta em ação e fruto, sendo acompanhada pelo poder sobrenatural de Deus. Além disso, a missão da igreja se torna um exemplo de coragem e ousadia. Assim como Pedro se dispôs a entrar na casa de um gentio, a igreja hoje é chamada a romper barreiras culturais, sociais e pessoais, levando a Palavra a lugares e pessoas que talvez consideremos distantes. A salvação não espera nossas conveniências; ela exige compromisso e coragem pastoral para agir em nome do Evangelho.

 

Ao refletirmos sobre esta narrativa, devemos nos perguntar: nossa fé tem se manifestado com ousadia e amor prático? Estamos permitindo que o Espírito Santo nos conduza em ações visíveis de serviço e evangelização, ou limitamos o alcance de Deus por nossa própria timidez e preconceito? O desafio de Cornélio nos chama a alinhar crença, ação e presença do Espírito em nossas vidas. Finalmente, fica claro que a mensagem de Atos 10 não é apenas histórica. Ela é viva e atual.

 

A graça de Deus continua alcançando aqueles que se arrependem e creem em Cristo, e a Igreja é o canal dessa graça no mundo. Cada crente é convidado a participar desse mover divino, experimentando pessoalmente a plenitude do Espírito Santo, permitindo que a fé se manifeste em transformação real, tanto na vida individual quanto na comunidade cristã ao redor. Podemos extrair três aplicações práticas para a vida diária do cristão e da igreja:

 

1. Coragem para cumprir a missão da igreja

 

O exemplo de Pedro indo à casa de Cornélio nos lembra que a missão do Evangelho exige ousadia. Não devemos limitar a ação de Deus por preconceitos culturais, sociais ou tradicionais. Cada cristão e cada igreja é chamado a identificar pessoas ou grupos que estão “fora do círculo” de fé e a levar-lhes a Palavra de forma prática e amorosa. Isso significa envolver-se ativamente no evangelismo local, comunitário e global, confiando que Deus age através de nossa disposição.

 

2. Reconhecer e valorizar a ação do Espírito Santo na fé diária

Assim como os gentios receberam o Espírito Santo com sinais visíveis (At 10.44-46), nossa fé deve ser marcada pela ação real do Espírito. Devemos buscar sensibilidade à direção divina, permitindo que o Espírito nos guie em oração, decisões, louvor e serviço.

A presença de Deus não é abstrata; ela deve produzir frutos palpáveis: transformação pessoal, comunhão saudável e testemunho impactante no dia a dia.

 

3. Compreender a universalidade da graça e agir inclusivamente

 

O amor e a salvação de Deus não são exclusivos de um grupo ou etnia (At 10.34-35; Tt 2.11). Esta compreensão nos desafia a viver de forma inclusiva, valorizando cada pessoa como objeto da graça divina. Na prática, isso significa quebrar barreiras de preconceito dentro das comunidades cristãs, acolher novos irmãos sem distinção e investir em relacionamentos que demonstrem a bondade de Deus de forma concreta e transformadora.

 

Ótima aula  a todos

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