12 de janeiro de 2011

O DERRAMAMENTO DO ESPIRITO SANTO NO PENTECOSTE

O DERRAMAMENTO DO ESPIRITO SANTO NO PENTECOSTE

TEXTO ÁUREO = “De sorte que, exaltado pela destra de Deus e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis” (At. 2.33).

VERDADE PRÁTICA = Deus é infinitamente poderoso para hoje derramar sobre nós o seu Espírito como um rio transbordante, assim como fez no passado.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = ATOS 2.14-21

INTRODUÇÃO

Neste ano de 2011 comemora- se em todo o mundo o Centenário do Movimento Pentecostal, no qual se situa a Assembléia de Deus. A comemoração presta justa homenagem aos pioneiros do Movimento Pentecostal que deixaram suas Indeléveis marcas espirituais nos trabalhos que levantaram em meio a muito sofrimento e necessidades. Que esta comemoração centenária seja uma ocasião para que a igreja, numa firme determinação diante de Deus, mantenha a pureza doutrinária, os princípios e as verdades bíblicas que norteiam o seu caminhar, inclusive, no que concerne à Pessoa, às operações e ministrações do Espírito Santo, segundo as Escrituras.

A PROMESSA DO PENTEGOSTES E SUA GRANDEZA (VV.16-18).

Foi o profeta Joel, no Antigo Testamento, a quem Deus revelou com mais detalhes o derramamento do Espírito nos últimos tempos (Jl 2.23-32). Joel foi, talvez, o primeiro dos profetas literários (profetas que escreveram suas mensagens), o que salienta ainda mais a sua profecia sobre o Pentecostes (At 2.16-21, 33). O termo “Pentecostes”, nesta lição, é uma referência ao batismo com o Espírito Santo, e não à festa judaica de mesmo nome que ocorria cinqüenta dias após a páscoa (At 2.1; 20.16; I Co 16.6).

1. “Derramarei o meu Espírito” (v.17). Assim diz Deus neste versículo. Isso fala de grande abundância e fartura espirituais, qual um rio que enche até transbordar em suas margens, mediante chuvas volumosas. Quando tal poder desce sobre a igreja, ela se torna como um incontável, poderoso e invencível exército, como está profetizado em Ezequiel 37.10.

Os discípulos mudaram muito para melhor, após serem revestidos desse poder divino no cenáculo em Jerusalém. É só comparar o desempenho deles nos Evangelhos, como eram e o que faziam, com o relato de suas vitórias no livro de Atos, após a experiência pentecostal do capítulo 2.


2. A profecia de Joel (Jl 2.28-32). Os versículos 28 a 32 de Joel, no texto hebraico, perfazem um capítulo à parte - o 3. De fato, a grandeza e o alcance do assunto desta passagem - o futuro derramamento do Espírito sobre a igreja - requer um capítulo à parte! Esta sublimidade, pode ser relacionada ao que está revelado em 2 Coríntios 3.7-12, principalmente o v. 8, que diz: “Como não será de maior glória o ministério do Espírito?” Aleluia! Esta passagem, juntamente com Romanos 8, é uma das mais ricas de toda a Bíblia sobre o indizível e glorioso ministério do Espírito nesta era da igreja. Ler Is 55.1; 44.3.

A PROMESSA DO PENTECOSTES E SUA UNIVERSALIDADE (VV. I7, I8).

Nos tempos do Antigo Testamento, o Espírito Santo, por via de regra, permanecia entre os fiéis (Ag 2.5; Is 63.11). Há poucos casos de homens a quem Deus encheu do seu Espírito para missões específicas, como os costureiros de Êxodo 28.3; Bezalel (Éx 31.3; 35.31); e Josué (Dt 34.9).

1. Habitação do Espírito. Nesta dispensação da igreja, isto é, do corpo místico dos salvos em Cristo, o Espírito habita em toda pessoa por Ele regenerada e salva por Jesus (Jo 14.16,17; 1 Jo 4.13; Rm 8.9). Ao mesmo tempo, Jesus também quer batizar os crentes com o Espírito Santo, revestindo-os com poder para o serviço do Senhor (At 1.5; 2.1-4, 32,33; Lc 24.49).

Foi essa capacitação sobrenatural nos crentes dos primeiros tempos, o segredo do rápido e vitorioso avanço do reino de Deus, apesar das limitações, sofrimentos e perseguições. Não há outra explicação. Hoje, com tantos recursos da ciência moderna, saberes e técnicas aprendidas nas escolas, o avanço é lento e, às vezes, quase nenhum. É a diferença entre a requintada armadura de Saul sem o Espírito de Deus (I Sm 16.14), e o jovem Davi desprovido dela, mas ungido e possuído pelo Espírito Santo (I Sm 16.13).

2. “Sobre toda a carne” (v.17). Isso fala de algo da parte de Deus para todos, em todos os países, povos e raças do mundo. Também de imparcialidade.

a) “Vossos filhos e vossas filhas”: Para a família, o lar; também, sem distinção de sexo.

b) “Vossos jovens e vossos velhos”: Sem distinção de idade, pois Deus quer usar a todos, de um modo ou de outro.

c) “Servos e servas”: Não há discriminação social. Deus abençoa os que são pequenos em si mesmos, mas elevados no Senhor (Sl 115.13; Hb 8.11).

Este manancial está a fluir desde o Dia de Pentecostes. O v.16 afirma: “isto é o que foi dito pelo profeta”. Não é apenas para o futuro, mas também para os dias atuais.
A PROMESSA DO PENTECOSTES E SUA RIQUEZA (VV. 17,18).

1. Os dons espirituais. Juntamente com a promessa divina está escrito: “e profetizarão” (vv. 17,18). O batismo com o Espírito Santo abre caminho para a manifestação dos dons espirituais, segundo a vontade e propósitos do Senhor.
Um desses gloriosos dons é o de profetizar pelo Espírito Santo, como consta em
I Co 12.4-11, 28; 14.1-6, 22, 24, 29- 32; Rm 12. 6-8; Ef 4.11.

2. Os sinais sobrenaturais (Marcos 16.17, 18): Milagres, cura divina, línguas estranhas, expulsão de demônios (At 2.43b). No desempenho do ministério de Jesus a operação de “maravilhas, prodígios e sinais” (At 2.22) eram precedidos pelo ensino e pregação (Mt 4.23; 9.35). O nosso ministério hoje não deve ser diferente; para isso o Espírito Santo foi enviado por Deus para nos capacitar.

A PROMESSA DO PENTECOSTES E SUA FUTURIDADE (VV.19, 20).

1. Futuro profético. Avinda do Espírito Santo no Dia de Pentecostes para dotar os crentes de poder, não se limita aos tempos atuais, mas adentra o futuro profético. Os sinais sobrenaturais esboçados nos vv. 19 e 20, bem como em outras passagens correlatas, aguardam cumprimento futuro. A efusão do Espírito terá a sua plenitude durante o milênio no reinado do Messias, como prediz Isaías 32.15-17. É justo crer que no reino do Messias, o Espírito será amplamente derramado (Zc 12.10; Ez 39.29).

2. A promessa divina do Pentecostes em Joel 2.2 8. Esta promessa diz “derramarei o meu Espírito”; ao passo que no cumprimento em Atos 2.17, a Palavra diz “do meu Espírito derramarei”, denotando um derramamento parcial.
Certamente isso foi revelado por Deus a Paulo, quando em Rm 8.23, fala em “primícias do Espírito”.

3. A profecia pentecostal de Joel 2.23. Esta profecia prediz a chuva “temporã” e a “serôdia”. O mesmo está dito em Tiago 5.7,8.

a) Chuva temporã. Na Bíblia, “chuva temporã” é uma referência ao Oriente Médio, em se tratando de agricultura, às primeiras chuvas de outono (fins de outubro), logo após a semeadura, para a germinação das sementes e crescimento das plantinhas.

b) Chuva serôdia. São as últimas chuvas que precedem a colheita (fins de março), quando os grãos já estão amadurecidos. Profeticamente, como em JI 2.23; Tg 5.7,8; Os 6.3, a “chuva serôdia” do Espírito Santo da promessa (Ef 1.13), precederá a superabundante colheita espiritual para o reino de Deus.



A PROMESSA DO PENTECOSTES A BARCA A SALVAÇAO (V. 21).

1. “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. Em o nome do Senhor há poder para salvar em todo e qualquer sentido.

Aqui, o original é “kyrios”, isto é, Jesus como o supremo Senhor de tudo e de todos. Ver Rm 10.9, 13; Fp 2.9-11. Este nome salva (At 4.12); protege (Sl 20.1); cura (At 3.6); expulsa demônios (Mc 16.17); socorre nas emergências e nos apertos (Sl 124.8). O Senhor Jesus reiteradamente falou sobre a vinda do Espírito Santo, o Consolador, para ficar conosco. Isto destaca a missão do Espírito na terra (Jo 7.39; 14.16, 17, 26; 15.26; 16.7, 13; Lc 24.49; At 1.4, 5, 8).

2. Fonte de Vida. Em João 7.38, 39, Jesus falou do Espírito Santo sobre o crente, como um rio caudaloso e transbordante, o que fala de vida, subsistência, movimento, ruído, energia, destinação e renovação. Assim deve ser uma igreja realmente avivada pelo Espírito.

3. Trajetória de poder. Na história da igreja no livro de Atos, ela inicia sua trajetória com “grande poder” (4.33), e, encerra com “grande contenda” (28.29).
O poder procede de Deus; a contenda dos homens. A origem do poder está em Deus (Sl 62.1 1); da contenda, no orgulho humano (Pv 13.10). Que Deus nos guarde e nos livre disso. Um povo avivado pelo Espírito deve, pela vigilância, evitar dissensões em qualquer lugar, e por onde andar.

A Vinda do Espírito Santo = Atos 1.12-2.13

O rei Davi planejou a edificação do Templo e reuniu OS materiais necessários. Mas foi Salomão, seu sucessor, quem o erigiu (1 Cr 29.1,2). Jesus igualmente planejou a Igreja durante seu ministério terreno (Mt 16.18; 18.17). Preparou os materiais humanos, porém deixou ao seu sucessor e representante, o Espírito Santo, o trabalho de erigi-la. Foi no dia de Pentecoste que esse tem- PIO espiritual foi construído e cheio da glória do Senhor (cf. Ex 40.34,35; 1 Rs 8.10,11; Ef 2.20,2). O dia de Pentecoste era o aniversário da Igreja, e o cenáculo, o local do seu nascimento.

1 - O Dia

“E, cumprindo-se o dia de Pentecostes...” O nome “Pentecoste” (derivado da palavra grega “cinqüenta”) era dado a uma festa religiosa do Antigo Testamento. A festa era assim denominada por ser realizada 50 dias após a Páscoa (ver Lv 23.15-21). Observe sua posição no calendário das festas. Em primeiro lugar festejava-se a Páscoa. Nela se comemorava a libertação de Israel no Egito. Celebravam a noite em que o anjo da morte alcançou os primogênitos egípcios, enquanto o povo de Deus comia o cordeiro em casas marcadas com sangue. Esta festa tipifica a morte de Cristo, o Cordeiro de Deus, cujo sangue nos protege do juízo divino.
No sábado, após a noite de Páscoa, os sacerdotes colhiam o molho de cevada, previamente selecionado. Eram as primícias da colheita, que deviam ser oferecidas ao Senhor. Cumprido isto, o restante da colheita podia ser ceifado. A festa tipifica Cristo, “as primícias dos que dormem” (1 Co 15.20). O Senhor foi o primeiro ceifado dos campos da morte para subir ao Pai e nunca mais morrer. Sendo as primícias, é a garantia de que todos quantos nele crêem segui-lo-ão pela ressurreição, entrando na vida eterna.

Quarenta e nove dias eram contados após o oferecimento do molho movido diante do Senhor. E no qüinquagésimo dia - o Pentecoste - eram movidos diante de Deus dois pães. Os primeiros feitos da ceifa de trigo. Não se podia preparar e comer nenhum pão antes de oferecer os dois primeiros a Deus. Isto mostrava que se aceitava sua soberania sobre o mundo. Depois, outros pães podiam ser assados e comidos. O significado típico é que os 120 discípulos no cenáculo eram as primícias da igreja cristã, oferecidas diante do Senhor por meio do Espírito Santo, 50 dias após a ressurreição de Cristo. Era a primeira das inúmeras igrejas estabelecidas durante os últimos 19 séculos.

O Pentecoste foi a evidência da glorificação de Cristo. A descida do Espírito era como um “telegrama” sobrenatural, informando a chegada de Cristo à mão direita de Deus. Também testemunhava que o sacrifício de Cristo fora aceito no Céu. Havia chegado a hora de proclamar sua obra consumada. O Pentecoste era a habitação do Espírito no meio da Igreja. Após a organização de Israel, no Sinai, o Senhor veio morar no seu meio, sendo sua presença localizada no Tabernáculo. No dia de Pentecoste, o Espírito Santo veio habitar na Igreja, a fim de administrar, dalí, os assuntos de Cristo.

O Local (At 1.12-14)

“Estavam todos reunidos no mesmo lugar”. O horário era antes das nove da manhã (a hora do culto matutino). O lugar era o cenáculo (At 1.14) duma casa particular, local regular para a observância de festas religiosas, tais como a Páscoa. Embora esses crentes provavelmente freqüentassem as reuniões de culto três vezes por dia no Templo, também gastavam muito tempo no cenáculo, onde “perseveravam unânimes em oração”.

Cada grupo presente nos sugere uma verdade. Os apóstolos, que seguiram a Jesus desde o início, eram as verdadeiras colunas da Igreja (Ef 2.20). Judas estava ausente. E possível seguir a Jesus durante anos e ainda perder a bênção suprema. As mulheres no meio do grupo eram heroínas anônimas da fé (ver Lc 8.2,3). Maria, a mãe de Jesus, foi revestida pelo Espírito Santo para que desse à luz a Cristo. Agora, ela esperava outro derramamento que traria a lume o Cristo espiritual. Os irmãos de Jesus, embora não cressem nEle antes (Jo 7.5), agora humildemente se submetem ao Irmão e o reconhecem como Senhor.


O Som

“E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados”. Foi como se uma tempestade tivesse entrado na casa sem continuar o seu caminho. O vento é um conhecido símbolo do Espírito Santo (Ez 37.1-14; Jo 3.8). O vento, representante do sopro divino, encheu primeiro o cenáculo, a casa de Deus, e em seguida os indivíduos que adoravam. Passou, então, a se espalhar pela terra em poder vivificante. Como na criação, quando o Espírito do Senhor pairava sobre as águas (Gn 1.2). Podemos imaginar o Cristo glorificado, em pé, à mão direita de Deus, soprando sobre os 120 e dizendo: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20.22; cf. 1 Co 15.45).

A Visão

“E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles”. Esta manifestação deve ter feito os discípulos lembrarem-se das palavras de João Batista: “Batizará com o Espírito Santo, e com fogo”. Diante dos seus olhos estava a evidência física do cumprimento desta profecia.
E qualquer judeu entenderia muito bem que o fogo proclamava a presença de Deus, trazendo à memória incidentes, como a sarça ardente (Ex 3.1,2), o fogo no monte Carmelo (1 Rs 18.36-38), o pilar de fogo no deserto e a vocação de Ezequiel (Ez 1.4). As línguas de fogo se assentando em cada um deles indicava que surgia uma nova dispensação. O Espírito de Deus já não seria concedido à comunidade como um todo, e sim a cada membro individualmente. A forma do fogo, em línguas, indicava que o dom de línguas sobrenaturais tinha sido outorgado a esta companhia de pessoas. O Espírito, como o fogo, dá luz, purifica, dá calor e propaga-se.

O Falar em Línguas

Apareceu em seguida a realidade da qual o vento e o fogo eram símbolos: “E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”. Notemos alguns fatos importantes sobre o falar em línguas. O que produz esta manifestação? O impacto do Espírito de Deus sobre a alma humana. E tão direto e com tanto poder, que a pessoa fica extasiada, falando de modo sobrenatural. Isto pelo fato de a mente ficar totalmente controlada pelo Espírito. Para os discípulos, era evidência de estarem completamente controlados pelo poder do Espírito prometido por Cristo.

Quando a pessoa fala uma língua que nunca aprendeu, pode ter a certeza de que algum poder sobrenatural assumiu o controle sobre ela. Alguns argumentam que a manifestação do falar em línguas limitou-se à época dos apóstolos. Aconteceu para ajudá-los a estabelecer o Cristianismo, uma novidade naquela época. Não existe, no entanto, limites à continuidade dessa manifestação no Novo Testamento.
Mesmo no quarto século depois de Cristo, Agostinho, o notável teólogo do Cristianismo, escreveu: “Ainda fazemos como fizeram os apóstolos, quando impuseram as mãos sobre os samaritanos, invocando sobre eles o Espírito mediante a imposição das mãos.

Espera-se por parte dos convertidos que falem em novas línguas.” Ireneu (115-202 d.C.), notável líder da Igreja, era discípulo de Policarpo, que por sua vez foi discípulo do apóstolo João. Ireneu escreveu: “Temos em nossas igrejas muitos irmãos que possuem dons espirituais e que, por meio do Espírito, falam toda sorte de línguas”. A Enciclopédia Britânica declara que a glossolalia (o falar em línguas) “ocorreu em reavivamentos cristãos durante todas as eras; por exemplo, entre os frades mendicantes do século XIII, entre os jansenistas e os primeiros quaquers, entre os convertidos de Wesley e Whitefield, entre os protestantes perseguidos de Cevennes, e entre os irvingitas”. Podemos multiplicar as referências, demonstrando que o falar em línguas, por meios sobrenaturais, tem ocorrido em toda a história da Igreja. (Nota: O falar em línguas nem sempre é em língua conhecida. Ver 1 Co 14.2.)

Têm havido casos, recentes de pessoas falarem, por meio de um poder sobrenatural, línguas que nunca aprenderam, e de haver na congregação quem as entendesse. O livro de S.H. Frodsham, Com Sinais que se Seguiam, contém muitos exemplos de tais ocorrências. Alguns ficaram perpiexos diante deste fenômeno novo e estranho, e perguntaram: “Que quer isto dizer?” Outros zombavam, dando a entender que os discípulos estavam bêbados.

Ensinamentos Práticos

1. O dom e o sinal. Enquanto Elias aguardava a revelação do Senhor, no monte Horebe, ouviu um vento, um terremoto, um incêndio e, finalmente, uma voz tranqüila e suave. Deus estava na voz tranqüila e suave. Não na violenta comoção dos elementos. Deus emprega meios mais barulhentos para atrair a atenção dos homens. Sua verdadeira mensagem, porém, é falada diretamente ao coração.
Semelhantemente, Deus mandou o vento, o fogo e as línguas no dia de Pentecoste - verdadeiras manifestações do Espírito. No âmago destas manifestações espetaculares havia o propósito de Deus de converter os corações humanos ao Evangelho. É um erro procurar as línguas por si só. Busquemos a pessoa do Espírito, e o sinal será acrescentado.

2. Reavivamento precedido por oração. “Estavam todos reunidos no mesmo lugar”. Há muitos anos, certo ministro da Turquia, não muito familiarizado com os costumes da Europa, foi levado a um concerto. Escutava os músicos afinando seus instrumentos e não se sentia bem. Logo irritou-se e saiu do auditório. Confundiu a afinação com a música propriamente dita. Deveria ter esperado até que o regente tomasse seu lugar. Então ouviria as mais belas harmonias.

Por dez dias os discípulos afinaram-Se. Agora, o Regente celestial estava pronto para dirigir o grande Antema de Pentecoste. E um ditado popular entre os crentes que o evangelista não traz um reavivamento na sua mala. Mas quando todos oram de comum acordo é porque está próximo o reavivamento.

3. Eco celestial. “Veio do céu um som...” Nossas orações fazem eco às promessas de Deus. E as respostas de Deus formam o eco das nossas orações. Dois instrumentos de cordas podem ser afinados com o mesmo diapasão. Se são tocadas as cordas de um deles, as cordas do outro vibram em simpatia. Se nossos corações se afinam com a vontade de Deus. Se nossos espíritos vibram em oração. Então, podemos esperar que haja semelhante vibração no Céu, respondendo à nossa oração. Nosso clamor proferido na terra será respondido por um som celestial.

4. A língua de fogo. Certo jovem ministro, pregando na presença do ‘famoso Dr. Talmadge, queria impressioná-lo com sua sabedoria. Mas a análise do Dr. Talmadge era: “Jovem, ou coloque mais fogo nos seus sermões, ou jogue mais dos seus sermões no fogo!” A verdadeira eloqüência não é uma questão de se dispor as palavras com perícia; é uma seqüência de palavras que transbordam de um coração aceso com fogo celestial. O pregador verdadeiramente eloqüente é aquele cujo coração foi inflamado com fogo dos altares do Céu.

5. Fogo pentecostal. W. Arthur escreveu em seu livro “A Língua de Fogo”: “imaginemos que visitássemos um exército sitiando uma fortaleza, e os soldados dissessem que haveriam de abatê-la. Perguntaríamos ‘Como?’ e eles mostrariam a bala do canhão. Bem, esta não possui poder, porque, se todos os homens do exército a lançassem contra a fortaleza, não fariam nela impressão alguma. Depois dizem: ‘Olhem o canhão’. O canhão, porém, não possui poder algum; uma criança pode montar nele, um pássaro pode fazer seu ninho nele; é urna máquina e nada mais. ‘Mas, olhem a pólvora’. Bem, esta também não possui poder, porque uma criança pode derrubá-la e os pássaros podem ciscar nela. Quando, porém, se coloca a bala que não possui poder, no canhão, juntamente com a pólvora, urna centelha de fogo transforma a pólvora em relâmpago e a bala em golpe violento. Assim acontece com a organização eclesiástica; temos o equipamento, mas precisamos do batismo do fogo!”

6. Ventos celestiais. Disse Jesus: “O vento assopra onde quer...” Como podemos ficar no caminho certo onde sopra o vento celestial, a fim de sermos “inspirados pelo Espírito Santo”? (2 Pe 1.21). Primeiro, precisamos de “velas” espirituais, ou seja, o desejo e a receptividade para receber a bênção. Depois, devemos freqüentar os lugares onde sopram os ventos de Deus - reuniões de oração, estudos bíblicos, cultos de reavivamento.

7. Ficando prontos para o poder espiritual. Podemos desejar o poder espiritual, mas estamos prontos para recebê-lo? Deus o pode confiar às nossas mãos? Estamos dispostos a deixar Deus operar segundo a maneira dEle?
Nós queremos tomar posse do poder e fazer uso dele. Deus quer que o poder tome posse de nós e faça uso de nós. Se nos entregamos ao poder, deixando-o dominar em nós, o poder nos será entregue para dominar através de nós. Algumas pessoas suspiram de vontade para terem mais do Espírito Santo, porém, a verdade é que o Espírito Santo quer ter mais de nós!

8. Ficando cheios do Espírito. “Todos ficaram cheios do Espírito Santo”. Podemos distinguir três fases desta plenitude. A original, quando o crente recebe o Espírito Santo pela primeira vez, sendo nEle batizado (At 1.5; 2.4; 9.17). Depois, existe aquela condição que se descreve com as palavras: “Cheio do Espírito Santo” (At 6.3; 7.55; 11.24), que explicita o comportamento diário do homem espiritual.

Quais as evidências de que alguém está cheio do Espírito? (GI 5.22,23). Finalmente, há revestimentos do Espírito para ocasiões especiais. Paulo recebeu a plenitude do Espírito Santo após a sua conversão, mas Deus lhe concedeu um revestimento especial para repreender o poder do diabo. Pedro ficou cheio do Espírito no dia de Pentecoste, mas Deus lhe concedeu uma unção especial quando ficou na presença do concílio dos judeus (At 4.8). Os discípulos todos tinham recebido o batismo no Espírito Santo no dia de Pentecoste, mas, em resposta às suas orações, Deus lhes concedeu um revestimento especial para fazerem frente à perseguição por parte dos líderes dos judeus (At 4.31). Uma pessoa pode ter a plenitude do Espírito Santo na sua vida, e ainda pedir um derramamento especial para subir ao púlpito, equipando-o com unção especial para falar. Ser cheio do Espírito é mais do que um privilégio; é um dever. “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).

O que significa viver urna vida cheia do Espírito? Em primeiro lugar, consideremos a falta de tal experiência: mundanismo, falta de preocupação pelos perdidos, falta de testemunho, retenção do dinheiro devido às ofertas a Deus, falta de oração e de leitura bíblica, atitude de indulgência para com o pecado. Consideremos também as indicações positivas de uma vida cheia do Espírito
Santo: Gálatas 5.22,23.

9. A inteligibilidade do Evangelho. “Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?” Os discípulos literalmente falavam outras línguas, de forma milagrosa. A lição espiritual sugerida é que
o Evangelho deve ser apresentado de forma inteligível a todas as nações e classes. O pregador deve saber pregar aos cultos e analfabetos, adultos e crianças, respeitados e excluídos pela sociedade. Alguém disse de seu pastor muito letrado: “Durante seis dias da semana, ele é invisível; e no sétimo dia, é incompreensível”. Se tal pastor convivesse mais com seu povo, conheceria suas necessidades e saberia falar sua linguagem.


10. Vinho do Espírito. “Estão cheios de mosto” (literalmente, cheios de “vinho novo”). Estas palavras de zombaria eram verdadeiras, espiritualmente falando. Ser salvo e cheio do Espírito é uma santa embriaguez. Afinal, o Senhor entra na vida do ser humano, despertando-o dos seus pecados e mudando todos os seus valores e pontos de vista. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é...” Não é de surpreender que o mundo considere o Evangelho loucura, e os crentes corno loucos. Segundo o Evangelho, devemos morrer para viver, estar perdidos para sermos achados, condenados para sermos redimidos. Devemos possuir nada a fim de possuir tudo, e nos humilhar para sermos exaltados.
Os efeitos dessa “embriaguez” são: exercer influência espiritual, inspirar confiança, entusiasmo, alegria, paz, coragem. Não é de estranhar que Paulo dissesse: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei- vos do Espírito”.

O derramamento do Espírito Santo (2:1-13).

Depois de terminarem os dias de espera, o Espírito Santo veio sobre o grupo reunido dos discípulos de modo inédito, acompanhado de sinais sobrenaturais e fazendo com que irrompessem em louvores a Deus em línguas diferentes das suas próprias. Na medida em que os discípulos saíam para as ruas, a sua atividade estranha atraía a atenção das pessoas que ficaram atônitas com aquilo que ouviram. Muitas ficaram assombradas, mas algumas estavam dispostas a buscar uma explicação racionalística e algo desonrosa daquilo que acontecia.

Somente Lucas se refere à história de como o Espírito veio sobre a igreja pela primeira vez, mas está firmemente assegurada a historicidade essencial do incidente.’0 Sua colocação em Atos corresponde à posição do nascimento de Jesus no Evangelho, e o seu significado é que a igreja agora está equipada com a tarefa do testemunho e da missão, e imediatamente passa a empreendê-la. A história contém o cumprimento da profecia em 1:4-5 e, assim, descreve como os discípulos foram batizados com o Espírito Santo; mais corretamente, é a primeira ocorrência desta experiência. Ao mesmo tempo, o evento cumpre as profecias de Isaías 32:15 e 31 2:28-32, indicando, assim, que chegaram os últimos dias. Alguns estudiosos detectaram na história um contraste deliberado com a história de Babel (Gn cap. 11) e o equivalente cristão à outorga da Lei no Sinai. A primeira destas possibilidades no tem base no texto, ao passo que a evidência em prol da última é mais sólida, mas não convence totalmente.

Pentecoste é o nome dado no Novo Testamento à Festa das Semanas, quando a ceifa do trigo era celebrada por uma festa de um dia, durante a qual se oferecia sacrifícios especiais (Ëx 23:16; Lv 23:15:21;, Dt 16:9-12). Assim como outras festas se associavam com eventos na história de Israel (e.g. a Páscoa com o êxodo do Egito), assim também no judaísmo a festa se associava com a renovação da aliança feita com Noé e depois com Moisés (Jubileus 6); no judaísmo do século II, o Pentecoste foi considerado como sendo o dia em que a Lei foi outorgada no Sinai.
É interessante que havia unia tradição rabínica que dizia que a Lei foi promulgada por Deus nas línguas das setenta nações do mundo, mas no podemos ter a certeza de que esta tradição fosse corrente no século 1. Os discípulos ainda estavam em Jerusalém; alguns estudiosos pensam que estavam no - templo, tendo em vista a palavra “casa” no v. 2, mas “casa”, empregada assim em isolamento, no pode significar o templo. Sem dúvida, há referência à companhia de 120 pessoas, e no apenas os doze apóstolos, reconstituídos.

Visto que, noutros lugares, o Espírito é assemelhado ao vento, e que a palavra aqui empregada (Grego pneuma), pode ter ambos os sentidos, no é de se estranhar que o primeiro dos dois símbolos que acompanhavam a Sua chegada era um som como de um vento; Lucas o descreveu como sendo quase palpável quando disse que encheu toda a casa.

A linguagem, conforme devemos notar, é aquela da analogia — um som como o do vento — e indica que tratamos com urna ocorrência sobrenatural. O simbolismo relembra as teofanias do Antigo Testamento (2 Sm 22:16; Jó 37:
10; Ez 13:13): o vento é um sinal da presença de Deus como Espírito. O segundo símbolo foi o fogo. Uma chama se dividiu em várias línguas, de modo que cada urna delas pousou sobre uma das pessoas presentes. Outra vez, a descrição é analógica como de fogo. E, mais urna vez, relembramos as teofanias do Antigo Testamento, especialmente aquela no Sinal (Êx 19:18), mas a situação histórica é provavelmente a associação que João Batista fez entre o Espírito e o fogo como meio de purificação e julgamento (Lc 3:16).

Com estes sinais externos, veio o Espírito Santo como realidade interna e invisível que demonstrou a Sua presença mediante os efeitos sobre os discípulos. Lucas emprega a expressão ficaram cheios para descrever a experiência. Esta palavra se emprega quando as pessoas recebem o revestimento inicial do Espírito para capacitá-las para o serviço de Deus (9:17; Lc 1:15), e também quando ficam inspiradas para fazerem declarações importantes (4:8, 31; 13:9); palavras afins se empregam para descrever o processo contínuo de ser cheio com o Espírito (13:52, Ef 5:18) ou o estado correspondente de estar cheio (6:3; 5; 7:55; 11:24; Lc 4:1). Estas referências indicam que se uma pessoa já está cheia do Espírito, pode receber um novo revestimento para uma tarefa específica, ou um enchimento contínuo. É importante observar, também, que aquilo que aqui se chama “ficar cheio”, também é chamado “batismo” (1:5 e 11:16), um “derramamento” (2:17-18; 10:45), e um “recebimento” (10:47). O ato básico de receber o Espírito pode ser descrito como ser “batizado” OU “cheio’ mas o verbo “batizar” não se emprega para experiências subseqüentes.

Boa parte da confusão teológica seria evitada se tomássemos o cuidado de empregar estes termos conforme a maneira bíblica. Devemos notar, outrossim, que aquilo que mais tarde aconteceu a Cornélio e à sua família foi o mesmo que aconteceu no Pentecoste (11:15); na ocasião da converso, o crente experimenta o seu próprio “Pentecoste”.
É provável que Lucas tenha empregado o termo “cheios” neste contexto, porque o Espírito inspirou aqueles que O receberam a falar em outras línguas. Vv 6, 8 e 11 demonstram que se trata de línguas humanas. Surgem, assim, duas dificuldades.

Em primeiro lugar, a maioria dos comentaristas pensa que o dom de línguas descrito em 1 Coríntios caps. 12 e 14 fosse a capacidade de falar em línguas não-humanas (as “línguas dos anjos”, 1 Co 13:1). Supondo-se que é improvável que tenha havido dois tipos diferentes de fenômenos, alega- se freqüentemente que Lucas ou entendeu erroneamente ou deliberadamente reinterpretou uma tradição anterior que descrevia o tipo de línguas aludidas por Paulo. Em segundo lugar, sustenta-se que esta conclusão é confirmada pelas análises lingüísticas modernas das línguas faladas nos movimentos pentecostais atuais, como sendo línguas não-humanas.

E difícil, no entanto, deixar de lado a evidência de pessoas da atualidade que declaram que ouviram suas próprias línguas faladas por aqueles que têm o dom de línguas. Além disto, não é totalmente impossível que Paulo se referisse a línguas humanas, ou que houvesse emprego de línguas humanas e celestiais ao mesmo tempo (1 Co 13:1 — “as línguas dos homens e dos anjos”). Dunn (Jesus, págs. 151-2) sugere que o que aconteceu foi que os ouvintes pensavam escutar e reconhecer, nas suas próprias línguas, palavras e frases de louvor a Deus.

Devemos supor que, em dado momento, os discípulos deixaram o cenáculo e entraram em contato com as multidões reunidas em Jerusalém para a festa; habitando não precisa necessariamente subentender a residência permanente, embora, na realidade, muitos judeus voltaram da Dispersão para Jerusalém, para ali findar os seus dias. A presença e participação deles naquilo que aconteceu constituiu-se em indício da significância do evento para o mundo inteiro. Sem embargo, todos eram judeus ou prosélitos, e não eram pagãos; mesmo assim, serviam de símbolo da necessidade que a humanidade tem de receber o evangelho, e da conseqüente responsabilidade da igreja para cumprir a sua missão.

A voz dos discípulos que clamavam alto lançou perplexidade sobre a multidão, porque não podia compreender como galileus conseguiram falar as várias línguas dela. A objeção já foi levantada que a maioria daqueles que estavam na multidão deviam falar Aramaico ou Grego, as duas línguas que os discípulos também decerto falavam, e que o milagre das línguas era, portanto, desnecessário. Esta dificuldade, porém, certamente era óbvia para Lucas também. O que era importante é .que se falavam as várias línguas maternas, vernaculares, destes povos. Talvez estranhemos como as multidões sabiam que os discípulos eram galileus.

Um simples relance nas palavras atribuídas às multidões nos vv 7.11 indicará que não passam de resumo das várias coisas que estavam sendo ditas, combinadas, por razões literárias, numa só declaração coral, e, portanto não precisamos supor que mais do que uns poucos da multidão sabiam reconhecer que os discípulos eram galileus.

Lucas, ainda continuando sua versão global daquilo que os vários membros da multidão devem ter dito, passa a nos dar uma lista das nacionalidades representadas. Começa com três países ao leste do Império Romano, na área conhecida como Pérsia ou Irã, e depois (com uma mudança de construção), continua para o oeste, para a Mesopotâmia, o Iraque moderno, e a Judéia. Seguem-Se então, várias províncias e áreas na Ásia Menor (a moderna Turquia), e, depois, o Egito e área imediatamente para o oeste, seguida por Roma. Depois, há uma declaração geral que se aplica a todos os povos em epígrafe: havia uma população judaica considerável em cada urna destas áreas, e a presença dos judeus freqüentemente levava à conversão dos gentios para se tomarem prosélitos.

Finalmente, e de modo algo surpreendente a lista inclui pessoas da Creta e da Arábia. É uma lista surpreendente e ninguém tem conseguido dar uma explicação satisfatória de por que inclui aquela seleção específica de países, nem porque aparecem nesta ordem estranha. Certamente não foi inventada pelo próprio Lucas. Basta, então, observar que a lista claramente visa ser uma indicação de que estavam presentes pessoas de todas as partes do mundo conhecido, e talvez que haveriam de voltar aos seus próprios países como testemunhas daquilo que acontecia. Todas elas, como adoradores de Javé, podiam perceber que os cristãos estavam celebrando as obras poderosas de Deus.

A reação primária era de incompreensão. As multidões naturalmente estavam sem saber o que estava acontecendo, e esta situação criou a oportunidade para Pedro dirigir-se a elas, explicando do que se tratava. Mais especificamente, recebeu uma razão para começar seu discurso, no fato de algumas pessoas estarem dispostas a explicar o falar em línguas como resultado de bebidas fortes; esta seria a explicação que alguém naturalmente daria se ouvisse pessoas fazendo sons inintelegíveis, que seria a impresso que algum ouvinte receberia, se no reconhecesse a língua específica que estava sendo empregada.

O DIA DE PENTECOSTES = ATOS 2. 1-12

O primeiro derramamento do Espírito Santo naquele dia foi um acontecimento histórico, O Espírito Santo veio a este mundo, inaugurando uma nova dispensação, chamada também de ministério do Espírito (II Co 3.6-8). Cada crente pode ter da parte de Deus o seu Dia de Pentecostes. Aleluia!



OS DISCÍPULOS SUBIRAM PARA O CENÁCULO

Eles estavam cheios de alegria (Lc 24.52). Haviam visto Jesus subir ao céu com as suas mãos estendidas para abençoá-los (Lc 24.50,5 1). Dois anjos haviam aparecido falando-lhes que Jesus voltaria assim como para o céu Ele havia subido. A ordem de Jesus de que deveriam esperar em Jerusalém a promessa do Pai, continuava soando em seus ouvidos, As características da oração daqueles discípulos, segundo o texto sagrado, muito nos ensina.

1. Oração perseverante, At 1.14. O firme propósito daqueles
120 crentes reunidos no cenáculo era ficar ali até receberem a bênção. Veja também Is 40.31, Is 62.6,7, Os 10.12.

2. Oração unânime, At. 14. Preciso haver união entre os que oram. Onde há união, o Senhor ordena a bênção, (Sl. 133). Desunião e inimizade impedem a resposta às orações (Mt 5.24, Mc 11.25). A concordância na oração tem promessa especial (Mt 18.19).

3. Oração definida. O assunto daquela oração era um só: o cumprimento da promessa do Pai conforme Atos 1.4,5, 8. Pouco antes foram tentados a dispersar a atenção, especulando acerca de tempos futuros (At 1.7). Todavia nada deve desviar a nossa mente do propósito da oração.

4. Oração com fé. Não ficaram ocupados com discussões estéreis sobre se Jesus realmente batizava, ou não, nem se esta bênção era realmente para aquele tempo ou se para outro. A promessa de Jesus ocupava suas mentes e corações. E enquanto oravam, a fé era fortalecida (Rm 4.20,2 1). E é pela fé que se recebe o batismo com o Espírito Santo, (Gl 3.14).

DIA DE PENTECOSTES - DEUS CUMPRIU SUA PROMESSA

Pentecostes era uma das três grandes festas sagradas celebradas em Israel (Dt 16.16; Lv 23.16-22). Aconteciam 50 dias após a Páscoa, daí o nome Pentecostes que quer dizer qüinquagésimo. Era também chamada a festa das semanas (sete semanas após a Páscoa), dia das primícias, festa da colheita. Esta festa assinalava o término da colheita da cevada (Lv 23.16) e era um dia de júbilo e de gratidão ao Senhor pelas bênçãos da colheita. Deus escolheu o dia em que os judeus celebravam a festa de Pentecostes para cumprir o que estava prometido por instrumentalidade de seus profetas. No dia em que Jesus batizou os primeiros crentes com o Espírito Santo estavam em Jerusalém para a festa muitos judeus e muitos convertidos ao judaísmo (prosélitos) procedentes de muitas nações.



1. Jesus derramou o Espírito Santo sobre todos no dia de Pentecostes (At 2.1-3). Cumprindo-se o dia, veio de repente do céu um som como de um vento veemente, e todos foram batizados com o Espírito Santo. Este batismo é uma obra de Deus. O oficiante deste batismo é Jesus. Dele disse João Batista: “Ele vos batizará...” (Mt 3.11). O que Deus promete com a sua boca, Ele faz com as suas mãos. Ele estendeu as suas mãos abençoadoras e “raios brilhantes saíram da sua mão” (Hc 3.4). No dia de Pentecostes o Espírito Santo foi percebido como um vento. Este símbolo do Espírito Santo foi empregado por Jesus, e contém ensinos sobre a forma de operar do Espírito Santo.

a. O vento é soberano. Jesus disse: “o vento assopra para onde quer..., (Jo 3.8 a). O vento não pode ser dirigido pelos homens. Estes aprendem as leis da natureza que regem os ventos, e tiram proveito da sua força, mas nunca podem dirigi-lo.

b. O vento é invisível. Pode-se ouvir o seu ruído, observar os efeitos de seu movimento e senti-lo soprar, mas “não sabemos donde vem nem para onde vai” (Jó4.15;Jo 3.8). O vento é importante para a polinização e conseqüente fecundação das flores, tendo como resultado a frutificação. Assim também o Espírito vivifica (Jo 6.63; Gl 5.2 2).

DIA DE PENTECOSTES – DIA DE RESPOSTA DIVINA

No batismo com o Espírito Santo a única participação do homem é receber, estendendo a Deus as suas mãos através da oração. Os discípulos haviam ficado em oração durante 10 dias, aguardando o cumprimento da promessa de Jesus. E de repente veio à resposta. Que alegria! Importante destacar que pelo fato de os discípulos terem permanecido durante dez dias em oração, não os tornou merecedores desta bênção.
Nem tampouco a oração era necessária para convencer a Deus da necessidade de batizá-los, pois Deus sempre deseja batizar seus servos. A oração era necessária para preparar o coração dos discípulos. O caminho para a bênção foi preparado com oração.

DIA DE PENTECOSTES - DIA DE LÍNGUAS DE FOGO

1. Deus se manifesta em fogo! (Êx 19.17,18; Hb 12.29). Deus se manifestou a Moisés em uma chama de fogo no meio de uma sarça, a qual ardia no fogo, mas não se consumia (Ex 3.2). Daniel viu o trono de Deus em chama de fogo (Dn 7.9,10). Malaquias o descreveu como o fogo do ourives, o qual purificará os filhos de Levi como ouro e como a prata; o fogo de Deus queimando todas as escórias (Ml 3.2,3). João viu a Jesus glorificado com olhos como chama de fogo (Ap 1.14,15).


2. O Espírito Santo veio com línguas repartidas como que de fogo (At 2.3). O batismo com o Espírito Santo é batismo de fogo (combustão que emite luz e calor). Os 120 crentes reunidos no cenáculo foram queimados pelo fogo de Deus; foram cheios do poder de Deus, e foram transformados em testemunhas. E que testemunhas! Saíram do cenáculo para abalar o mundo! Somente no primeiro dia quase três mil pessoas aceitaram a Cristo. O fogo tem a característica de propagar-se. O Espírito Santo nestes últimos dias produziu um ardor bendito que se difundiu por toda parte, irradiando-se pelo mundo. Perseguições e mortes não puderam deter a expansão desta chama. Quando o crente recebe o batismo de fogo, ele se torna uma luz intensa (Sl 104.4; Hb 1.7).

DIA DE PENTECOSTES - DIA DE REVESTIMENTO DE PODER

1. “Todos foram cheios do Espírito Santo” (At 2.4). Receberam a vida abundante de que Jesus havia falado (Jo 10.10). Foram cheios da glória de Deus. Assim como no passado aconteceu com o Tabernáculo (Êx 40:34) e com o Templo (2 Cr 7.1,2), o “tabernáculo terrestre” (2 Co 5.1) daqueles discípulos foi cheio da glória e da presença de Deus.

2. A maior necessidade dos discípulos era o poder de Deus. Era isto que lhes faltava, e que foi a causa de terem fracassado. Todos fugiram quando Jesus foi preso (Mt 26.56). Deixaram-no só. Pedro negou seu Mestre (Mt 26.69-75). Após a morte de Jesus reuniram-se a portas fechadas, com medo dos judeus (Jo 20.19). Com a experiência do batismo com o Espírito Santo receberam o poder que necessitavam. Esta é a essência do batismo! Este poder transforma o modo de viver. As portas cerradas abriram-se, o medo acabou e foi substituído por uma ousadia invencível (At 4.13).

Alegria e coragem dominavam os discípulos. Mas em si mesmos sentiam-se fracos e dependentes de Deus, sabendo que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza (II Co 12.9,10). Cada discípulo podia testificar pessoalmente: “a sua eficácia opera em mim poderosamente” (Cl 1.29). Os 120 crentes batizados com o Espírito Santo glorificavam a Deus em alta voz e, em outras línguas, falavam das grandezas de Deus (At 2.11).

O ESPIRITO SANTO E A EVANGELIZAÇÃO DO MUNDO

1. Jesus promete derramar o Espírito Santo. Quando Jesus se despediu dos seus discípulos, antes de ser recebido nos céus, disse: “Recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, corno em toda Judéia Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8).

Isto significa que o propósito principal do batismo com o Espírito Santo é o de conceder poder ao crente para evangelizar. “E, vendo-o eles, foi elevado às alturas” (At. 1.9). É impressionante que as últimas palavras ditas por Jesus neste mundo foram: “Ser-me-eis testemunhas... até aos confins da terra”.
2. A visão missionária de Jesus. O tema principal no momento da ascensão e despedida de Jesus foi à sua visão missionária. Ele disse aos discípulos, naquele momento, que o evangelho seria pregado até aos confins da terra, e eles seriam suas testemunhas nesta obra missionária. E assim foi. Os Atos dos Apóstolos narram o início desta gloriosa tarefa. Os sete primeiros capítulos relatam os fatos que deram início à pregação do evangelho em Jerusalém, a partir do Pentecoste.

N capítulo 8 vemos o evangelho entrar por toda a Judéia e Samaria; e do capítulo 10 até ao fim do fiemos o evangelho chegar aos gentios, até aos confins da terra, cumprindo-se, assim, a ordem do Senhor naqueles tempos. O livro dos Atos findou com o capítulo 28, mas o cumprimento do IDE de Jesus continua, em nossos dias, com o mesmo poder, onde quer que o evangelho seja pingado (Rm. 1521). Assim continuará até ao fim. Aleluia!

O ESPIRITO SANTO E A VISÃO MISSIONARIA

1. Despertando a visão missionária dos discípulos. Os discípulos estavam diante da grande tarefa de “pregar o evangelho a toda a criatura” (Mc 16.15), e necessitavam de um poderoso despertamento da visão missionária. Eles ainda não tinham compreendido a grandeza da obra realizada por Jesus. Esta só se tomou clara quando o Espírito Santo lhes foi concedido no dia do Pentecoste, pois receberam uma nova visão a respeito do que lhes havia sido dito pelo Senhor, quando ainda estava com eles. Quando Jesus evangelizou a mulher de Samaria, “maravilharam-se de que estivesse falando com uma mulher”, então Jesus lhes disse “Levantai os vossos olhos, e vede as terras” (Jo. 4: 27-35)

2. A revelação gradativa da obra missionária. O Espírito Santo foi-lhes revelando pouco a pouco o plano de Deus, incentivando-os, de acordo com a palavra de Jesus, a começarem em Jerusalém (Lc 24:47-49, At 1.8). Depois os dirigiu para a Judéia e Samaria (At 8.4,5); e ordenou a Filipe evangelizar o eunuco etíope, e este logo foi batizado (At 827,37-39).

Logo depois Pedro teve uma visão missionária, pela qual foi orientado, e assim levou a palavra a Cornélio, onde o poder de Deus se manifestou (At 10.42-48).
Mais tarde o Espírito Santo dirigiu o apóstolo Paulo e seus companheiros a evangelizar a Europa (At 16. 6,7,9-12). O Espírito Santo continua a ordenar “obreiros para evangelização do mundo. Ele continua a falar a Igreja sobre a primazia da obra missionária. Importa-nos ouvir a sua voz e receber a visão missionária.

O ESPÍRITO SANTO CHAMA OBREIROS PARA MISSÕES

1. O Espírito Santo escolhe obreiros para missões (At 13.1-4). Ele revelava os nomes dos que haviam sido chamados para a obra. O Espírito ainda fala! Quem quer ir por nós? (Is. 6: 8). “Quem tem ouvidos, ouça” (Ap. 2: 7)

2. O Espírito reveste o crente para a obra de missões. O Espírito Santo dá ao crente a disposição de se entregar inteiramente nas mãos do Senhor. Somente o Espírito Santo pode incentivar o crente a renunciar a si mesmo e entregar-se sobre o altar de Deus. Ele di vitória ao crente para vencer as forças que em sua vida opõem- se à vontade de Deus. O crente passa a sentir-se um “devedor” e torna-se disposto a ir anunciar o evangelho (Rm 1.14,15).

O ESPIRITO SANTO CONFIRMA A OBRA MISSIONARIA

1. Jesus confirma com sinais a sua obra. Ele nunca envia alguém para nada fazer.

Lemos em Mc 16.20: “Eles tendo pregado por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, confirmando a palavra com sinais que se seguiam”.
A obra é realmente de Deus e os que com Ele trabalham, são simples instrumentos na sua mão (At 11.21).

2. O Espírito Santo dá poder à mensagem (2 Pe 1.21). Assim a palavra entra “em poder no Espírito Santo e em muita certeza” (1 Ts 15) A mensagem missionária não é uma introdução de idéias políticas e culturais, adotadas no país de origem do pregador, mas, sim, a mensagem do EVANGELHO, que é o poder de Deus (Rm. 1: 16)

3. O Espírito Santo concede os dons necessários. A história da obra missionária em vários países registra acontecimentos em que a manifestação do poder de Deus através dos dons, abriu as portas da salvação para muitos. Estes dons são dados segundo a necessidade da obra, co Espírito Santo quer dá-los a cada um conforme a sua vontade (I Co 12: 11). A maior necessidade do trabalho missionário atual é que os que trabalham nesta obra sejam revestidos de poder.

O ESPIRITO SANTO NA FUNDAÇÃO DA OBRA MISSIONÁRIA

Nenhuma igreja poderá crescer e produzir frutos para a eternidade, senão for fundada pela direção do Espírito Santo, sobre o alicerce verdadeiro - o Senhor Jesus Cristo.

1. A Igreja em Corinto. O fundamento da igreja em Corinto era Jesus (1 Co 3.11). MO apóstolo Paulo fundou aquela igreja através da pregação do evangelho, e não por palavras de sabedoria humana, sob a unção do Espírito Santo. Sua pregação centrava-se na pessoa de Jesus Cristo, “e este crucificado” (1 Co 2.1- 4). Assim os crentes tiveram a sua fé apoiada no poder de Deus (1 Co 2.5).

2. Jesus, o alicerce da obra missionária. O fundamento posto no início de uma obra missionária é de essencial importância, pois todo o futuro do trabalho depende disto.
Só o Espírito Santo pode fazer esta obra, glorificando a Jesus, diante dos homens, de tal maneira, que cada um possa ter Jesus como o seu fundamento pessoal (Ef 2.20,21). O fundamento de Deus fica firme, e a obra edificada sobre Ele resiste e sobrevivem os ataques contra ela (II Tm 2.19). É desta forma que o trabalho precisa ser edificado: com firmeza.

A OBRA MISSIONÁRIA ESTABELECE IGREJAS

A Igreja em Antioquia, fruto da obra missionária, bem cedo ouviu a voz de Deus a lhe ordenar que enviasse dois missionários para a obra (At. 13.1-4). Uma Igreja levantada pela obra missionária enviava, por sua vez, missionários para continuar a expansão do evangelho. Foi assim que Deus orientou a Paulo. Onde quer que as almas se convertessem ele as organizava em igrejas locais, conforme a Palavra de Deus, e separava presbíteros e diáconos para administrá-las (At 14.23; Fp 1.1).

Eis aí o modelo bíblico para todos os tempos. Não adianta fazer grandes relatórios de “massas” convertidas por movimentos e campanhas, se estes “novos convertidos” forem deixados dispersos, sem orientação bíblica. Não! O modelo bíblico é levantar Igrejas locais, onde os crentes recebam a assistência espiritual, pelos ministérios que o Senhor der a cada uma delas. Assim, devemos continuar a obra missionária até aos confins da terra. Não sejamos desobedientes à visão celestial (At 26.19)

CONCLUSÃO

Como são notórios, muitas inovações, modismos e práticas descabidas e antibíblicas vêm afetando o genuíno Movimento Pentecostal, inclusive a Assembléia de Deus. Precisamos voltar sempre ao cenáculo para receber mais poder (Ef 5.18), mas igualmente, manter a “sã doutrina” do Senhor (Tt 2.1,7; I Tm 4.16). Busquemos um maior e contínuo avivamento espiritual, segundo a doutrina bíblica, como fez o salmista: “Vivifica-me segundo a tua Palavra” (Sl 119.25, 154). Ainda hoje, quando o Espírito Santo encontra plena liberdade para operar na vida dos salvos, o Pentecostes se repete e acontece o despertamento pentecostal com as mesmas características daquele relatado no livro de Atos, para honra e glória do nome de Jesus, e para salvação de muitos.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Comentário Bíblico Atos – I. Howard Marshall
Comentário Bíblico Atos – Myer Pearlman
Bíblia de Estudo Pentecostal
Lições bíblicas CPAD 1988
Lições bíblicas CPAD 1992
Lições bíblicas CPAD 2004

Um comentário:

ADM Assembléia de Deus Missões disse...

Parabens Ev Isaias pelo seu grande trabalho de toda semana estar lançando subsídio da escola bíblica dominical.
É de suma importancia para todos nós.

(Números 6:24) - O SENHOR te abençoe e te guarde;
(Números 6:25) - O SENHOR faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti;
(Números 6:26) - O SENHOR sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.