A PROSPERIDADE NO ANTIGO TESTAMENTO
TEXTO
ÁUREO - “Vendo, pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele e que
tudo o que ele fazia o SENHOR prosperava em sua mão” (Gn 39.3).
VERDADE
PRÁTICA - A prosperidade no Antigo Testamento está diretamente relacionada
à obediência à Palavra de Deus e à dedicação ao trabalho.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE - Deuteronômio 8.11-18.
Cinco
termos hebraicos que descrevem a prosperidade no Antigo Testamento
1. Tsālēach: a prosperidade como fruto de uma vida bem-sucedida. No Antigo Testamento a palavra hebraica mais comum para descrever a prosperidade é tsālēach, isto é,"ter sucesso", "dar bom resultado", "experimentar abundância" e "fecundidade". Esse termo é usado em relação ao sucesso que o Eterno deu a José (Gn 39.2,3,33) e a Uzias (2 Cr 26.5). No contexto bíblico, a verdadeira prosperidade material ou espiritual é resultado da obediência, temor e reverência do homem a Deus. A Escritura afirma que Uzias "buscou o SENHOR, e Deus o fez prosperar".
1. Tsālēach: a prosperidade como fruto de uma vida bem-sucedida. No Antigo Testamento a palavra hebraica mais comum para descrever a prosperidade é tsālēach, isto é,"ter sucesso", "dar bom resultado", "experimentar abundância" e "fecundidade". Esse termo é usado em relação ao sucesso que o Eterno deu a José (Gn 39.2,3,33) e a Uzias (2 Cr 26.5). No contexto bíblico, a verdadeira prosperidade material ou espiritual é resultado da obediência, temor e reverência do homem a Deus. A Escritura afirma que Uzias "buscou o SENHOR, e Deus o fez prosperar".
A prosperidade de Uzias nesse período foi
extraordinária. Como rei desfrutou de um sucesso e progresso imensurável (2 Cr
26.7-15). Deus deu-lhe sabedoria para desenvolver poderosas máquinas de guerra
para proteger Jerusalém (vv.14,15). A prosperidade de Uzias era subordinada à
sua obediência a Deus. O profeta Zacarias o instruía no temor do Senhor, razão
pela qual o monarca prosperou abundantemente. O homem verdadeiramente próspero
é como a "árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto
na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer
prosperará" (Sl 1.3). Porém, a soberba destronou o rei de seu palácio e
prosperidade (confira shālâ).
2. Chāyâ: a prosperidade de uma vida longeva. Um outro termo hebraico que descreve a vida próspera é chāyâ. Literalmente a palavra significa "viver" ou "permanecer vivo", entretanto, em certos contextos significa "viver prosperamente": "Até que eu venha e vos leve para uma terra como a vossa, terra de trigo e de mosto, terra de pão e de vinhas, terra de oliveiras, de azeite e de mel; e assim vivereis e não morrereis" (2 Rs 18.32).
2. Chāyâ: a prosperidade de uma vida longeva. Um outro termo hebraico que descreve a vida próspera é chāyâ. Literalmente a palavra significa "viver" ou "permanecer vivo", entretanto, em certos contextos significa "viver prosperamente": "Até que eu venha e vos leve para uma terra como a vossa, terra de trigo e de mosto, terra de pão e de vinhas, terra de oliveiras, de azeite e de mel; e assim vivereis e não morrereis" (2 Rs 18.32).
Em 1 Samuel 10.24, a frase "Viva o rei!",
quer dizer "Viva prosperamente o rei!"; "Viva o rei em
prosperidade". Nesses dois contextos, chāyâ se refere à "fartura de
dias", "longevidade", "livrar-se da morte" e,
consequentemente, "prosperidade". O termo também relaciona-se à saúde
física e a cura de enfermidades. Em Js 5.8, o termo é traduzido por
"sarar", "recuperar a saúde".
3. Śākal: a sabedoria que traz prosperidade. Um outro termo muito significativo no Antigo Testamento é śākal. Textualmente significa "ser sábio", "agir sabiamente" e, por extensão, "ter sucesso". Esta palavra está relacionada à vida prudente, ao agir cautelosa e sabiamente em todos os momentos e circunstâncias.
3. Śākal: a sabedoria que traz prosperidade. Um outro termo muito significativo no Antigo Testamento é śākal. Textualmente significa "ser sábio", "agir sabiamente" e, por extensão, "ter sucesso". Esta palavra está relacionada à vida prudente, ao agir cautelosa e sabiamente em todos os momentos e circunstâncias.
Um exemplo negativo que serve para ilustrar a
importância do que estamos afirmando é o marido de Abigail. Nabal, do hebraico
nābāl, ipsis litteris, "louco", "imprudende",
"tolo", demonstrou imprudência, tolice e loucura ao negar socorrer a
Davi em suas necessidades. Embora rico, não era sábio e prudente (1 Sm
25.10-17); sua estultice quase o leva à morte pelas mãos de Davi, mas não
impediu que o mesmo fosse morto pelo Senhor (1 Sm 25.37,38).
Nabal não agiu com śēkel, isto é,
"sabedoria", "prudência"; não procedeu com prudentemente,
portanto, "não teve sucesso", "não foi próspero". Davi, por
outro lado, viveu sabiamente diante de Saul, dos exércitos de Israel, do povo e
diante do próprio Senhor: "E Davi se conduzia com prudência [śākal] em
todos os seus caminhos, e o Senhor era com ele" (1 Sm 18.14 ler vv.12,15).
Nestes versículos temos a relação mútua entre dois conceitos: O Senhor era com
Davi, razão pela qual o filho de Jessé foi prudente em suas ações; Davi era
sábio, justo e prudente, motivo pelo qual o Senhor era com ele. Em alguns
textos śākal diz respeito à prosperidade que advém do comportamento sábio e
prudente.
4. Shālâ: o estado de impertubabilidade da prosperidade. O vocábulo procede de uma raiz da qual se deriva as palavras "tranquilidade" e "sossego". O termo significa "estar descansado", "estar próspero", "prosperidade". O termo também diz respeito à prosperidade do ímpio (Jr 12.1). Porém, o foco que pretendo destacar é o flagrante estado de "impertubabilidade" que pode levar ao orgulho.
4. Shālâ: o estado de impertubabilidade da prosperidade. O vocábulo procede de uma raiz da qual se deriva as palavras "tranquilidade" e "sossego". O termo significa "estar descansado", "estar próspero", "prosperidade". O termo também diz respeito à prosperidade do ímpio (Jr 12.1). Porém, o foco que pretendo destacar é o flagrante estado de "impertubabilidade" que pode levar ao orgulho.
No Salmo 30. 6 o poeta afirma: "Eu dizia na
minha prosperidade [shālâ]: Não vacilarei jamais". Derek Kidner (1981,
p.148) afirma que a raiz hebraica que dá origem a palavra prosperidade nesse
versículo refere-se às "circunstâncias fáceis, ao ponto de vista
despreocupado, ao descuido e à complacência fatal" (Jr 22.21; Pv 1.32).
Provérbios 1.32 revela com muita propriedade que "a prosperidade dos
loucos os destruirá".
O Salmo 30 descreve o louvor pelo recebimento da
cura divina e pelo livramento da morte: "Senhor, fizeste subir a minha
alma da sepultura; conservaste-e a vida para que não descesse ao abismo"
(v.3). A salmodia foi composta logo após o restabelecimento da saúde física do
salmista. Neste poema o rapsodo fala a respeito de sua prosperidade e de como sentia-se
seguro, tranqüilo e impertubável até que a calamidade adentrou nos umbrais de
sua frágil vida e seu orgulho e confiança na riqueza foi abatido.
A confiança na estabilidade da prosperidade cede
lugar à confiança inabalável na bondade divina: "Ouve, Senhor, e tem
piedade de mim; Senhor, sê o meu auxílio" (v.10). O patriarca Jó também
alude ao "descanso" e "tranquilidade" advindas da
prosperidade e como de súbito foi apanhado pelas adversidades: "Descansado
[shālâ] estava eu, porém ele me quebrantou" (Jó 16.12a).
Paulo, muito tempo depois orienta ao jovem pastor
Timóteo para que exorte os ricos a não porem a esperança na incerteza das
riquezas, mas em Deus, que abundantemente dá todas as coisas (1 Tm 1.17).
A prosperidade anunciada por meio do vocábulo shālâ
pode produzir, como afirma o teólogo Victor Hamilton,
"despreocupação" (Ez 23.41; Pv 1.32). Portanto, esse termo afirma o
perigo que subjaz na prosperidade. Esta não deve substituir a confiança em Deus
e nas santas promessas das Escrituras.
5.
Dāshēm: a prosperidade abundante. Este termo é mais frequente nos textos poéticos do
que nos prosaicos. Logo, trata-se de um vocábulo poético e idiomático hebreu.
Literamente significa "engordar", "ser gordo" e,
consequentemente, "ser próspero". Em nossa obra, Hermenêutica Fácil e
Descomplicada (CPAD) explicarmos detalhadamente o hebraísmo "gordura"
nas páginas 212, 213, 214 e 215. O Salmo 63.5, por exemplo, diz: "A minha
alma se farta, como de tutano e de gordura [dāshēm]; e a minha boca te louva
com alegres lábios".
O hebraísmo dāshēm, isto é, gordura, descreve duas
verdades concernentes à prosperidade: suficiência e sentimento de bem-estar
advindo da prosperidade. Em Gênesis 41 aprendemos que as vacas gordas
representam prosperidade, suficiência, abundância e felicidade (vv.26,29),
enquanto as magras, necessidade, escassez, fome e tristeza (vv.27,30).
Imagagens como essas eram freqüentes np Crescente Fértil. Nos períodos áureos,
o gado sempre gordo refletia a prosperidade da terra, trazendo alegria a seus
proprietários, enquanto o rebanho magro refletia a miséria e infortúneo.
Desde então, os judeus, nada afeitos a termos
abstratos, preferiram designar a prosperidade utilizando-se de imagens como
gordura, vacas gordas e tutanos (gordura do interior dos ossos). Veja, por
exemplo, a bênção de Isaque sobre o seu filho: "Assim, pois Deus te dê do
orvalho do céu, da gordura da terra, e da abundância de trigo e mosto" (Gn
27.28 Edição Contemporânea de Almeida). Na tradução, a ARA (Almeida Revista e
Atualizada) omite o hebraísmo "gordura da terra", mas traduz por
"exuberância da terra". Embora o termo hebraico em Gênesis seja
outro, participa do mesmo campo semântico de dāshēm, gordura, assim como o
vocábulo chādal, isto é, ser gordo ou próspero. Este termo, por sua vez, diz
respeito a prosperidade abundande, que salta aos olhos e traz extrema
felicidade e contentamento (Pv 11.25; 13.4).
José e
Uzias: Paradigmas da prosperidade
A prosperidade no Antigo e Novo Testamento. No Antigo Testamento a palavra hebraica para prosperidade é tsälëach. O
vocábulo significa "ter sucesso", "dar bom resultado",
"experimentar abundância" e "fecundidade". Já em o Novo
Testamento, o vocábulo usado é euodóö, que significa "ir bem",
"prosperar", "ter sucesso".
Na Almeida Atualizada, a palavra "prosperidade" aparece vinte
e três vezes, enquanto na Corrigida onze (Sl 30.6; 35.27; 73.3; 122.7; Pv 1.32;
Ec 7.14; Jr 22.21; At 19.25; 1 Co 16.2). Se acrescentarmos as palavras
"próspero" e "próspera" teremos muitas outras ocorrências
nas duas versões. Portanto, a Bíblia tem muito a ensinar a respeito da
prosperidade.
A prosperidade exemplificada na vida de José. No Antigo Testamento, o termo é usado para referir-se ao sucesso que
Deus deu a José no Egito (Gn 39.2,3,33). Se tomarmos a vida de José como
exemplo, poucos diriam que a trajetória do menino sonhador foi de sucesso:
odiado pelos irmãos, vendido aos ismaelitas, escravo e encarcerado no Egito.
Quem afirmaria que José foi um homem próspero? A Bíblia. No conceito da
teologia da prosperidade e triunfalista, José somente foi bem-sucedido no final
da carreira. Mas, anteriormente ele não era abençoado por Deus? Era. Mas apenas
os que compreendem o que de fato é a verdadeira prosperidade são capazes de
compreender o sucesso em meio ao ódio, castigos e prisões (Gn 45.5,7-9).
O plano dos irmãos de José era matá-lo, porém Deus interveio
conservando-lhe a vida (Gn 37.20-22). Os mercadores ismaelitas poderiam
vendê-lo para qualquer outra tribo ou povo, mas por que o Egito? Porque Deus o
estava conduzindo até a terra dos faraós. No Egito, poderia ser vendido a
qualquer nobre, mas por que a Potifar? Porque era na casa de Potifar que ele
enfrentaria a mais dura prova até ser levado ao governo do Egito. Deus estava
em todas as circunstâncias guiando os passos de José (Sl 37.23). A prosperidade
na vida de José não é medida pelo grau de privilégios que ele desfrutou até ser
governador, mas em cumprir a vontade de Deus em todas circunstâncias e
vicissitudes.
A prosperidade exemplificada na vida de Uzias. A Escritura afirma que Uzias "buscou o SENHOR, e Deus o fez
prosperar"(2 Cr 26.5). No contexto bíblico, a verdadeira prosperidade
material ou espiritual é resultado da obediência, temor e reverência do homem a
Deus. Uzias fez o que era justo aos olhos do Senhor e, como recompensa, Deus
lhe deu sucesso em tudo o que fazia. José era justo, mas a sua retidão não lhe
trouxe prosperidade imediata. Uzias, no entanto, enquanto permaneceu fiel ao
Senhor prosperou em tudo o que fez. Porém, a Escritura afirma que o coração de
Uzias se exaltou e transgrediu este contra o Senhor, perdendo toda honra que o
Eterno houvera concedido (2 Cr 26.16-23).
Na vida de Uzias observamos a prosperidade condicionada à obediência,
temor e reverência a Deus (2 Cr 26). O rei era próspero enquanto permanecia
fiel ao Senhor. Na vida de José, observamos justamente o contrário. Ele
permaneceu fiel por toda a vida, mas esta fidelidade não se traduziu em bênçãos
e sucesso material imediatos. Uzias começou bem e terminou mal. José começou
odiado e como escravo e terminou como governador do Egito. O equilíbrio entre
os dois exemplos é a fidelidade a Deus. Seja fiel a Deus em todas as
circunstâncias!
O tema da
prosperidade abre diversas frentes de debate e reflexão. Pelo menos nos últimos
vinte anos, tem sido a mola de propulsão de variadas denominações evangélicas,
que usam e abusam deste conceito, que por sinal é bíblico. É evidente que, em
se tratando de igrejas evangélicas, espera-se que a mensagem tenha embasamento
bíblico.
Diariamente
vemos e ouvimos mensagens sobre o referido tema anunciadas em variados canais
de televisão; usando alguns recortes bíblicos, principalmente do Antigo
Testamento, diversos pregadores elencam uma série de promessas divinas sobre
prosperidade. Contudo, precisamos nos lembrar de que a mensagem central do
Antigo Testamento é “aliança”. O texto base que apresenta os termos desta
“aliança” é o de Êxodo 24.7: E tomou o Livro da Aliança e o leu ao povo; e eles
disseram: Tudo o que falou o SENHOR faremos e obedeceremos. No contexto
anterior, temos a revelação de Deus a Moisés, sendo que no capítulo 23, há a
descrição dos direitos e deveres estabelecidos nos termos da aliança entre o
Deus das promessas e o povo, alvo das promessas.
O eixo
central desta aliança é “fidelidade” de ambas as partes. Deus prometeu ser fiel
no cumprimento de todas as promessas; e como resposta, o povo disse: Tudo o que
falou o SENHOR faremos e obedeceremos. Entretanto, ao longo desta história da
aliança, a Bíblia descreve que Israel não conseguiu cumprir os termos
previamente estabelecidos. Vale dizer que o conceito de prosperidade conforme
descrito no Antigo Testamento é bem diferente do que entendemos hoje. A prosperidade
material no A.T é descrita como bênção de Deus para as tribos de Israel. para
tanto, sempre houve exortação divina para que não houvesse ganância, usura e
principalmente egoísmo.
Em Dt
15.7-9 temos: Quando entre ti houver algum pobre de teus irmãos, em alguma das
tuas cidades, na tua terra que o SENHOR, teu Deus, te dá, não endurecerás o teu
coração, nem fecharás as mãos a teu irmão pobre; antes, lhe abrirás de todo a
mão e lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade.
Guarda-te não haja pensamento vil no teu coração, nem digas: Está próximo o
sétimo ano, o ano da remissão, de sorte que os teus olhos sejam malignos para
com teu irmão pobre, e não lhe dês nada, e ele clame contra ti ao SENHOR, e
haja em ti pecado.
Em nosso
tempo, prosperidade material está incluída num contexto de individualidade e,
sobretudo, equivale ao poder desenfreado do consumismo. Em nosso tempo, há
ricos que desejam mais riqueza ainda; e há pobres cada vez mais pobres.
Contudo, algo muito comum entre ricos e pobres, é que na maioria, ambos
procuram e lotam as igrejas que prometem prosperidade, não em busca de Deus,
mas em busca da prosperidade.
À
semelhança do Antigo Testamento, a mensagem central do Novo Testamento também é
“aliança”. Se no Antigo Testamento, Moisés é o portador da Boa Nova, que
prenunciava uma terra boa e farta; no Novo Testamento, Jesus é o portador
também da Boa Nova, que prenunciou um novo tempo, e nova forma de
relacionamento com Deus. Mantém-se o conceito de “aliança”, contudo, numa perspectiva
completamente diferente. Esta nova aliança é firmada em Cristo, e significa
mudança de vida, novo nascimento, santidade, vida eterna e, sobretudo, a
caminhada em busca da pátria celestial.
Desta
forma, a promessa de prosperidade material no Antigo Testamento é transformada
em prosperidade espiritual no Novo Testamento. Foi o próprio Jesus quem nos
ensinou: Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a
vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou
com o seu selo, Jo 6:27. Disse também: Vendei os vossos bens e dai esmola;
fazei para vós outros bolsas que não desgastem, tesouro inextinguível nos céus,
onde não chega o ladrão, nem a traça consome, Lc 12:33.
Portanto,
a última Boa Nova nos foi trazida por Cristo e é sobre ela que firmamos nossos
passos. A marca fundamental na vida dos verdadeiros convertidos é a de que
estes buscam primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, pois, confiam de todo
coração que as “demais coisas” serão acrescentadas pelo próprio Deus, que
cumpre a todas as suas promessas. Nesse sentido, a prosperidade material na
vida do crente verdadeiramente convertido, acontece como bênção decorrente dos
propósitos de Deus; ou seja, nem todo crente terá prosperidade material, mas, certamente
todos terão o suficiente para viverem com dignidade, pois esta é a promessa de
Deus para todos os seus escolhidos.
Desta
forma, a prosperidade material no Novo Testamento não é o alvo central; mas ela
ocorre, e quando assim se dá, não ofusca o centro da fé cristã, que é a vida
eterna. Então, prosperidade material é dom de Deus, e vem de seu propósito
soberano de escolher a quem Ele decide distribuir os talentos. E não cabe a nós
questionar o porquê recebemos cinco, ou dois ou um talento. Antes, nós adoramos
a Deus pela salvação conquistada gratuitamente em Cristo, e não pela
prosperidade material; esta é a mensagem que encontramos já no Antigo
Testamento, nas palavras do profeta Habacuque 3.17-18: Ainda que a figueira não
floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não
produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não
haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação.
Assim, nos alegramos no Deus da nossa salvação. De posse dessa certeza, nós
devemos honrar a Deus com tudo o que somos e com tudo o que temos, pois, tudo
vem de Deus; Dele vem a nossa santidade e Dele vem o nosso suprimento
necessário.
A enfermidade e a cura na perspectiva de Deus -- João 11.3
Nós somos
um ser integral – Lc 2:52 = somático, social, intelectual e espiritual. Martin
Luther King diz que a religião trata com o céu e com a terra. Trata com o corpo
e com a alma. O pecado não só separou o homem de Deus, mas também separou o
homem de si mesmo. O homem é um ser em conflito, um ser doente, vivendo numa
natureza que também está doente e gemendo. O nosso corpo é importante para Deus
– O Pietismo do século XVII ensinou que Deus está interessado na salvação da
alma e não no bem estar do corpo. Essa visão falsa é fruto do gnosticismo grego
que pregava que a matéria é essencialmente má e o espírito essencialmente bom.
O corpo é dentro dessa visão apenas o claustro da alma. Mas, a Palavra de Deus
dá um grande valor ao corpo: 1) O corpo é santuário de Deus (1 Co 6:19,20); 2)
O corpo é instrumento de adoração (Rm 12:1); 3) Devemos glorificar a Deus no e
através do corpo; 4) O corpo será glorificado (Rm 8:11).
A
prevalência universal da enfermidade – A doença está em toda parte: países
ricos e pobres, frios e quentes. Velhos e jovens adoecem e morrem em todo o
mundo. A graça de Deus não mantém os crentes fora do alcance da doença. Reis e
súditos, ricos e pobres, doutores e analfabetos, médicos e pacientes caem
igualmente diante desse grande inimigo. Não há portas ou trancas que possam
manter a doença e a morte do lado de fora. A ciência médica pode prolongar a
vida, mas não eliminar a doença e matar a morte.
UMA VISÃO HISTÓRICA DA
ENFERMIDADE E DA CURA
A Bíblia
como um manual de medicina preventiva – As leis cerimoniais suplantavam em
termos profiláticos a medicina mais avançada da época (Ex 15:26). A circuncisão
– é um dos meios mais importantes para se evitar o câncer de colo de útero. O
isolamento do leproso – foi um tremendo avanço para tratar a questão da lepra,
a mais temida enfermidade dos séculos antigos. Nem mesmo a peste negra no
século XIII e XIV que matou 1/3 da Europa ou o aparecimento da Sífilis nos fins
do século XV produziu tal pavor. A lepra foi um terror nos séculos VI e VII e
atingiu seu pico aterrador nos séculos XIII e XIV. A lepra foi vencida quando
os médicos voltaram-se para o princípio de Levítico 13:46. O livro de Levítico
é um Manual de Medicina Preventiva, mais avançado que os mais modernos manuais
de medicina da época de Moisés.
O desenvolvimento
do tema enfermidade-cura na história – Até a Renascença, a medicina era “à
beira-do-leito”. A partir daí, o corpo passou a ser dissecado, detalhado.
Surgiu, então, a medicina tecnológica. A Revolução Industrial, criando os
grandes centros urbanos, propiciou a proliferação do atendimento hospitalar. A
medicina deixava de ser “à beira-do-leito” para ser “medicina-de-massa”,
despersonalizada, impessoal, coletiva. O paciente deixava de ser uma pessoa que
padecia, para ser “um caso”, um órgão doente. Era a medicina organicista que
surgia.
UMA VISÃO TEOLÓGICA DA
ENFERMIDADE E DA CURA
1. Os
períodos da história – Alan Pierrat menciona quatro períodos distintos: 1) Período apostólico
– Os crentes acreditavam nos milagres e eles aconteciam; 2) O período medieval
– Acreditavam nos milagres do passado e divulgavam falsos milagres; 3) O
período da Reforma – Acreditavam nos milagres do passado, mas não na
contemporaneidade dos milagres; 4) Período contemporâneo – Acreditam nos
milagres do passado e divulgam milagres abundantes no presente (doenças
funcionais, mas não orgânicas).
2. A
teologia da Prosperidade – Desde os anos 1980 duas correntes se destacaram: De um lado os
defensores da saúde e riqueza, com a teologia da prosperidade e confissão
positiva: Paul Yong Cho, Morris Cerullo, Kenneth Hagin, Marilyn Hickey, Benny
Hinn são seus mais conhecidos representantes.
O segundo
grupo tem sido chamado de Movimento de Sinais e Maravilhas ou Terceira Onda com
Jack Deere, Wayne Gredem, John Wimber e Peter Wagner. Hoje, porém, há muitos
embustes. Muitos truques. Há muitas declarações de cura que nunca aconteceram.
Há um sensacionalismo e holofotes nos chamados operadores de cura.
Há uma
forte propaganda de cura e um intenso comércio do sagrado. Principais pontos de
vista: 1) “Nós, como cristãos, não precisamos sofrer revezes financeiros, não
precisamos ser cativos de pobreza ou da enfermidade” – Hagin; 2) Por que os
crentes adoecem? a) Falta de fé; b) desconhecerem seus direitos; c) Não pedem
ajuda; d) Pecado não confessado; e) Deixar de expulsar Satanás; 3) É errado
procurar um médico, sob quaisquer circunstâncias. Aqueles que apelam para um
médico, que são internados em hospitais, demonstram uma falta de fé que desonra
a Deus – R. R. Soares.
3. Heresias sobre cura divina
pregadas pela Teologia da Prosperidade – 1) Porque Deus deseja que os cristãos desfrutem de
suas bênçãos, enfermidade mostra que você está fora da vontade de Deus; 2) O
pecado é a causa da enfermidade, portanto, você deve resistir a enfermidade,
como resiste ao pecado; 3) Desde que Cristo morreu pelas suas enfermidades,
como morreu pelos seus pecados, você deve ficar livre de ambos; 4) Se você tem
fé o suficiente, você pode ser curado; 5) O que você confessa é o que você
possui, então confesse a sua doença e você estará enfermo, confesse a sua cura
e você ficará curado; 6) Toda adversidade vem de Satanás, então, a doença como
Satanás, devem ser repreendida; 7) Desde que Cristo e os apóstolos curaram em
seus dias, os cristãos podem curar de igual forma hoje; 8) Desde que a doença
procede de Satanás, nada de bom pode vir da doença; 9) Desde que Deus deseja
ver você bem, você jamais deve orar: Seja feita a tua vontade para oração de
cura; 10) Desde que o pecado é a causa da enfermidade, então você doente está
em pecado; 11) Deus tem curado você, mas o diabo não deixa os sintomas da
doença sair.
4. O
contraste entre os ensinos de Benny Hinn e a Bíblia sobre cura – 1) Hinn não ora: “Seja feita a
tua vontade”, Cristo orou “Pai não seja a minha, mas a tua vontade” (Lc 22:42);
2) Hinn afirma que é da vontade de Deus curar sempre, mas a Bíblia diz que
alguns santos jamais foram curados; 3) Hinn diz que podemos dar ordens para
Deus curar, enquanto a Bíblia nos ensina a pedir; 4) Hinn ensina que o milagre
divino da cura é gradual, mas as curas bíblicas aconteceram instantaneamente;
5) Hinn ensina que a fé é essencial para a cura, mas a Bíblia diz que as vezes,
a pessoa curada não exercia a fé; 6) Hinn ensina que primeiro precisamos fazer
a nossa parte para sermos curados, a Bíblia diz que Deus é soberano; 7) Hinn
acredita que um crente não deve ficar doente, mas a Bíblia diz que pode e até
vir a morrer; 8) Hinn ensina que o diabo pode roubar a cura divina e não
permitir que os sintomas desapareçam. A Bíblia nos fala de curas instantâneas e
definitivas.
5. As
curas miraculosas eram caracterizadas por marcas distintas – 1) Eram curas imediatas; 2) Eram
curas realizadas via de regra em público; 3) Eram curas que aconteciam em
lugares ordinários e via de regra sem ocasiões planejadas; 4) Eram curas que
incluíam doenças incuráveis pela medicina da época: lepra, cegueira, surdez,
paralíticos; 5) Eram curas completas e irreversíveis; 6) Eram curas inegáveis
até mesmo pelos céticos.
6.
Posições extremadas sobre enfermidade e cura – 1) o diabo é o protagonista de
todas as enfermidades; 2) Toda enfermidade é consequência de algum pecado não
confessado; 3) A expiação inclui tanto o pecado como a enfermidade. Como somos
salvos por meio da cruz, devemos ser também curados por meio da cruz; 4) Se a
enfermidade é obra de Satanás, devemos rejeitá-la como rejeitamos o pecado.
Quem está doente está em pecado; 5) Não devemos orar pela cura, dizendo: “Se
for da tua vontade”; 6) É da vontade de Deus curar sempre; 7) A falta de fé e o
pecado são a única causa que inibe a cura; 8) Deus não cura mais hoje. Agora
ele não é mais O EU SOU, mas O EU ERA (Jesus e Marta); 9) Os dons cessaram.
7. A equivocada interpretação de
ver a expiação (Isaías
53; 1 Pedro 2:24) pela enfermidade no tempo presente – 1) O nosso corpo é
corruptível, ele irá se degenerar até morrermos (Rm 8:23; 1 Co 15:50-54; 2)
Cristo morreu pelos nossos pecados (Jo 1:29; 1 Co 15:3); 3) Cristo foi feito
pecado e não doença (2 Co 5:21); 4) Cristo perdoou os nossos pecados e não as nossas
doenças (1 Jo 2:12); 5) Cristo deu-se a si mesmo pelos nossos pecados e não por
nossas doenças (Gl 1:3-4); 6) A Bíblia diz que se uma pessoa é verdadeiramente
salva, ela não pode perder a salvação. Se a cura física imediata está incluída
na expiação, então, não poderíamos ficar doentes nem morrer.
Mas a
Bíblia diz que ao homem está ordenado morrer; 7) Como verdadeiros crentes somos
assegurados da nossa salvação eterna, mas não da nossa saúde física; 8) Se a
cura imediata está incluída na expiação e se ela aplica-se ao físico, aqueles
que pedem pela fé a cura não são curados devem também ter dúvidas quanto ao
perdão de seus pecados e de sua salvação; 9) Se a cura do corpo está incluída
na expiação, então, assim como a salvação é eterna, deveríamos ter corpos
imortais; 10) Tanto o eunuco como Filipe entenderam que Isaías 53 trata da
questão do pecado e não da questão da enfermidade (Atos 8:28,32-33); 11) Tanto
Isaías quanto Pedro estão falando da expiação do pecado e não da enfermidade. O
texto de Pedro explana 5 elementos da salvação: a) O fato da salvação v. 24a;
b) os propósitos da salvação v. 24b; c) os meios da salvação – v. 25a; d) A
necessidade da salvação v. 25b; e) O resultado da salvação – v. 15b; 12)
Conclusão: A cura está incluída na expiação, mas não para o tempo presente. Só
no céu as lágrimas, a dor, e a morte vão passar (Ap 21:4).
AS CAUSAS DA ENFERMIDADES
1.O
pecado original – Rm 5:12
2.O
pecado pessoal não confessado – Tg 5:14-16; Jo 5:14; 1 Co 11:30; Sl 32 e 38
3.Ingerência
de Satanás – Jó 1 e 2; Lc 13
4.Desobediência
aos mandamentos de Deus – Ex 15:26; Dt 28 – Os mandamentos de Deus na lei
(sobre circuncisão, lepra, higiene, gorduras).
5.Inobservância
das leis naturais de Deus – higiene, cuidado com o corpo, alimentos, sono, etc
6.Problemas
naturais – Catástrofes, acidentes, terremotos, enchentes
7.Epidemias
– dengue, etc
8.Vícios
e vida desregrada – álcool, fumo, drogas, sexo irresponsável, ansiedade
9.Castigo
de Deus – Dt 28
10.Manifestar
a glória de Deus – João 9 e 11
OS PROPÓSITOS DA ENFERMIDADE
1. A
enfermidade em si mesma é um mal, mas Deus pode transformá-la em bem para
cumprir os seus propósitos – João 9 e João 11; 1 Sm 1:5,6; Rm 8:28. Na doença
Deus grita conosco (C.S.Lewis).
2. A
doença ajuda os homens a lembrarem-se da morte
A maioria
das pessoas vive como se não fosse morrer. Eles vivem como se a terra fosse o
seu lar eterno. Planejam e projetam para o futuro, como o rico insensato como
se tivessem uma apólice vitalícia de vida e nunca tivessem que prestar contas.
Uma doença grave, às vezes, faz muito para que este engano seja desfeito. “Poe
em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás”.
3. A
doença faz com que os homens pensem seriamente sobre Deus, suas almas e a
eternidade
4. A
doença ajuda a amolecer o coração dos homens e lhes ensina a sabedoria. O
coração natural é duro como a pedra. Ele não nenhuma alegria que não seja desta
vida. Uma enfermidade corrige isso. Exemplo: John Rockfeller – O homem de
negócios descobre que o dinheiro não satisfaz. A mulher mundana descobre que as
roupas caras e os comentários sobre bailes e diversões são péssimos consolados
quando se está num quarto de hospital.
5. A
doença ajuda-nos a nos equilibrar e a nos humilhar
Poucos
estão isentos do virus maldito da vaidade e do orgulho. Muitos de nós são como
o fariseu: “Não sou como os demais homens”. O leito da enfermidade é um
poderoso domador de tais pensamentos. Ela nos impõe a grande verdade de que
somos todos pobres vermes e que habitamos em casas de barro, e somos esmagados
como a traça (Jó 4:19).
6. A
doença ajuda a testar a autenticidade da religião dos homens
Muitos
credos parecem bons enquanto as águas da saúde são suaves, mas revelam-se
absolutamente falsos e inúteis nas ondas cruéis de uma cama de hospital.
Somente com Cristo podemos atravessar seguros o vale da sombra da morte.
7. Nem
todos são beneficiados pela doença
Milhares
são prostrados anualmente pela doença e restaurados à saúde e voltam novamente
para o pecado. Ano após ano muitos passam da doença para a sepultura sem
deixarem seus pecados e sem se voltarem para Deus. Contudo, milhares de pessoas
são quebrantadas, arrependem-se, humilham-se, e se voltam para Deus e são
salvas.
8.
Obrigações especiais impostas pela doença
A de
viver constantemente preparado para encontrar-se com Deus.A de
viver constantemente em prontidão para suportá-la com paciência.A de constante
prontidão para ajudar os nossos semelhantes a enfrentarem a doença.
A MEDICINA HUMANA E A MEDICINA DE
DEUS
1.A
medicina de Deus
Vemos
vários casos de cura miraculosa no Velho Testamento. Chamamos cura miraculosa,
porque em última instância toda cura é divina (Sl 103:3). O Senhor curou Sara,
Rebeca, Raquel, Ana, Ezequias, Naamã.
Jesus curou muitas pessoas, usando variados
métodos: Cristo tocou (Mt 8:15); falou (Jo 5:8-9); usou cuspe (Mt 8:22-26);
ungiu com lodo e saliva (Jo 9:6).
Os
apóstolos foram usados por Deus para curar os enfermos. Pedro curou o
paralítico no templo, Paulo curou o coxo em Listra.
Deus cura
sem os meios, com os meios, e apesar dos meios, mas, às vezes, Deus resolve não
curar. Exemplo: Eliseu (2 Rs 13:14), Timóteo (1 Tm 5:23), Trófimo (2 Tm 4:20),
Epafrodito (Fp 2:25-27), Paulo (2 Co 12:7).
2.A
medicina humana
Deus cura
através dos meios. O plano de Deus inclui tanto a medicina humana como a
divina. Exemplo: A cura do rei Ezequias. Há lugar para a prevenção e para a
cura. Há lugar tanto para a oração da fé quanto para a terapêutica do remédio.
Há lugar tanto para o relógio de Acaz quanto para a pasta de figos. Há lugar
tanto para a ação sobrenatural de Deus quanto para a ação natural do
conhecimento humano. A medicina não age à parte de Deus, mas como instrumento
de Deus. Entre a morte e a vida existe uma pedra que precisa ser removida e
Jesus manda que os homens a removam!
A prosperidade financeira obedece a normas, regras
e métodos estabelecidos. Por outro lado, da perspectiva bíblica, a prosperidade
é um dom de Deus. É ele quem concede saúde, oportunidades, inteligência, e tudo
o mais que é necessário para o sucesso financeiro. E isso, sem distinção de
pessoas quanto ao que crêem e quanto ao que contribuem financeiramente para as
comunidades às quais pertencem.
Deus faz com que a chuva caia e o sol nasça para
todos, justos e injustos, crentes e descrentes, conforme Jesus ensinou (Mateus
5:45). Não é possível, de acordo com a tradição reformada, estabelecer uma
relação constante de causa e efeito entre contribuições, pagamento de dízimos e
ofertas e mesmo a religiosidade, com a prosperidade financeira.
Várias passagens da Bíblia ensinam os crentes a não
terem inveja dos ímpios que prosperam, pois cedo ou tarde haverão de ser
punidos por suas impiedades, aqui ou no mundo vindouro. Através dos séculos, as
religiões vêm pregando que existe uma relação entre Deus e a prosperidade
material das pessoas.
No Antigo Oriente, as religiões consideradas pagãs
estabeleceram milênios atrás um sistema de culto às suas divindades que se
baseava nos ciclos das estações do ano, na busca do favor dessas divindades
mediante sacrifícios de vários tipos e na manifestação da aceitação divina
mediante as chuvas e as vitórias nas guerras. A prosperidade da nação e dos
indivíduos era vista como favor dos deuses, favor esse que era obtido por meio
dos sacrifícios, inclusive humanos, como os oferecidos ao deus Moloque.
No Egito antigo a divindade e poder de Faraó eram
mensurados pelas cheias do Nilo. As religiões gregas, da mesma forma,
associavam a prosperidade material ao favor dos deuses, embora estes fossem
caprichosos e imprevisíveis. As oferendas e sacrifícios lhes eram oferecidas em
templos espalhados pelas principais cidades espalhadas pela bacia do
Mediterrâneo, onde também haviam templos erigidos ao imperador romano, cultuado
como deus.A religião dos judeus no período antes de Cristo, baseada no Antigo
Testamento, também incluía essa relação entre a ação divina e a prosperidade de
Israel. Tal relação era entendida como um dos termos da aliança entre Deus e
Abraão e sua descendência.
Na aliança, Deus prometia, entre outras coisas,
abençoar a nação e seus indivíduos com colheitas abundantes, ausência de
pragas, chuvas no tempo certo, saúde e vitória contra os inimigos. Essas coisas
eram vistas como alguns dos sinais e evidências do favor de Deus e como testes
da dependência dele. Todavia, elas eram condicionadas à obediência e só viriam
caso Israel andasse nos seus mandamentos, preceitos, leis e estatutos.
Estes incluíam a entrega de sacrifícios de animais
e ofertas de vários tipos, a fidelidade exclusiva a Deus como único Deus
verdadeiro, uma vida moral de acordo com os padrões revelados e a prática do
amor ao próximo. A falha em cumprir com os termos da aliança acarretava a
suspensão dessas bênçãos.
Contudo, a inclusão na aliança, o favor de Deus e a
concessão das bênçãos não eram vistos como meritórios, mas como favor gracioso
de Deus que soberanamente havia escolhido Israel como seu povo especial.O
Cristianismo, mesmo se entendendo como a extensão dessa aliança de Deus com
Abraão, o pai da fé, deu outro enfoque ao papel da prosperidade na relação com
Deus. Para os primeiros cristãos, a evidência do favor de Deus não eram
necessariamente as bênçãos materiais, mas a capacidade de crer em Jesus de
Nazaré como o Cristo, a mudança do coração e da vida, a certeza de que haviam
sido perdoados de seus pecados, o privilégio de participar da Igreja e, acima
de tudo, o dom do Espírito Santo, enviado pelo próprio Deus ao coração dos que
criam.
A exultação com as realidades espirituais da nova
era que raiou com a vinda de Cristo e a esperança apocalíptica do mundo
vindouro fizeram recuar para os bastidores o foco na felicidade terrena
temporal, trazida pelas riquezas e pela prosperidade, até porque o próprio
Jesus era pobre, bem como os seus apóstolos e os primeiros cristãos,
constituídos na maior parte de órfãos, viúvas, soldados, diaristas, pequenos
comerciantes e lavradores. Havia exceções, mas poucas. Os primeiros cristãos,
seguindo o ensino de Jesus, se viam como peregrinos e forasteiros nesse mundo.
O foco era nos tesouros do céu.
A Idade Média viu a cristandade passar por uma
mudança nesse ponto (e em muitos outros). A pobreza quase virou sacramento, ao
se tornar um dos votos dos monges, apesar de Jesus Cristo e os apóstolos terem
condenado o apego às riquezas e não as riquezas em si.
Ao mesmo tempo, e de maneira contraditória, a
Igreja medieval passou a vender por dinheiro as indulgências, os famosos
perdões emitidos pelo papa (como aqueles que fizeram voto de pobreza poderiam
comprá-los?). Aquilo que Jesus e os apóstolos disseram que era um favor
imerecido de Deus, fruto de sua graça, virou objeto de compra.
Milhares de pessoas compraram as indulgências,
pensando garantir para si e para familiares mortos o perdão de Deus para
pecados passados, presentes e futuros.
A Reforma protestante, nascida em reação à venda
das indulgências, entre outras razões, reafirmou o ensino bíblico de que o
homem nada tem e nada pode fazer para obter o favor de Deus. Ele soberana e
graciosamente o concede ao pecador arrependido que crê em Jesus Cristo, e nele
somente.
A justificação do pecador é pela fé, sem obras de
justiça, afirmaram Lutero, Calvino, Zwinglio e todos os demais líderes da
Reforma. Diante disso, resgatou-se o conceito de que o favor de Deus não se
pode mensurar pelas dádivas terrenas, mas sim pelo dom do Espírito e pela fé
salvadora, que eram dados somente aos eleitos de Deus. O trabalho, através do
qual vem a prosperidade, passou a ser visto, particularmente nas obras de
Calvino, como tendo caráter religioso.
Acabou-se a separação entre o sagrado e o profano
que subjaz ao conceito de que Deus abençoa materialmente quem lhe agrada
espiritualmente.
O calvinismo é, precisamente, a primeira ética
cristã que deu ao trabalho um caráter religioso. Mais tarde, esse conceito foi
mal compreendido por Max Weber, que traçou sua origem à doutrina da
predestinação como entendida pelos puritanos do século XVIII. Weber defendeu
que os calvinistas viam a prosperidade como prova da predestinação, de onde
extraiu a famosa tese que o calvinismo é o pai do capitalismo.
As conclusões de Weber têm sido habilmente
contestadas por estudiosos capazes, que gostariam que Weber tivesse estudado as
obras de Calvino e não somente os escritos dos puritanos do séc.
XVIII.Atualmente, em nosso país, a idéia de que Deus sempre abençoa
materialmente aqueles que lhe agradam vem sendo levada adiante com vigor, não pelos
calvinistas e reformados em geral, mas pelas igrejas evangélicas chamadas de
neopentecostais, uma segunda geração do movimento pentecostal que chegou ao
Brasil na década de 1900.
A mensagem dos pastores, bispos e “apóstolos” desse
movimento é que a prosperidade financeira e a saúde são a vontade de Deus para
todo aquele que for fiel e dedicado à Igreja e que sacrificar-se para dar
dízimos e ofertas. Correspondentemente, os que são infiéis nos dízimos e
ofertas são amaldiçoados com quebra financeira, doenças, problemas e tormentos
da parte de demônios.
Na tentativa de obter esses dízimos e ofertas, os
profetas da prosperidade promovem campanhas de arrecadação alimentadas por
versículos bíblicos freqüentemente deslocados de seu contexto histórico e
literário, prometendo prosperidade financeira aos dizimistas e ameaçando com os
castigos divinos os que pouco ou nada contribuem.
O crescimento vertiginoso de igrejas neopentecostais
que pregam a prosperidade só pode ser explicado pela idéia equivocada que o
favor de Deus se mede e se compra pelo dinheiro, pelo gosto que os evangélicos
no Brasil ainda têm por bispos e apóstolos, pela idéia nunca totalmente
erradicada que pastores são mediadores entre Deus e os homens e pelo misticismo
supersticioso da alma brasileira no apego a objetos considerados sagrados que
podem abençoar as pessoas.
Quando vejo o retorno de grandes massas ditas
evangélicas às práticas medievais de usar no culto a Deus objetos ungidos e
consagrados, procurando para si bispos e apóstolos, imersas em práticas
supersticiosas e procurando obter prosperidade material por meio de pagamento
de dízimos e ofertas me pergunto se, ao final das contas, o neopentecostalismo brasileiro
e sua teologia da prosperidade não são, na verdade, filhos da Igreja medieval,
uma forma de neo-catolicismo tardio que surge e cresce em nosso país onde até
os evangélicos têm alma medieval.
VIVENDO POR PRINCÍPIOS BÍBLICOS -- Deuteronômio 11:26-32
A nossa vida é regida por princípios que são
plantados em nós desde a nossa infância e que formam o nosso caráter. Todas as
decisões que tomamos são o resultado dos princípios que nos foram introjetados
e que integram o nosso sistema de tomada de decisões, o nosso sistema de
valores.
É através desses princípios que nós avaliamos,
julgamos e tomamos as nossas decisões.
Deus, ao preparar o Seu povo para entrar na terra
prometida, ensinou Seus Princípios que postos em prática, isto é, obedecidos e
cumpridos, levaria o Seu povo a viver debaixo da Sua bênção. Portanto,
convidamos você a viver por princípios bíblicos e assim permanecer debaixo da
bênção de Deus.
UMA VIDA GUIADA PELOS PRINCÍPIOS
BÍBLICOS PROSPERARÁ
Se
ouvirmos atentamente a voz do Senhor nosso Deus e cumprirmos todos os Seus
mandamentos, ordenanças e princípios que estão na Sua Palavra, a Bíblia, Ele
nos promete fazer prosperar em todas as áreas da nossa vida (Deut 28:1-14). E
quando Deus promete, Ele cumpre!
A
prosperidade de Deus vai além do suprimento das nossas necessidades básicas,
pois Ele deseja nos usar para abençoar aqueles que precisam. Esse foi um
princípio ensinado por Jesus a todos os Seus discípulos: “Servir ao próximo,
amar ao próximo” (Mat 20:25-28). Você deseja prosperar? Então comece sendo
próspero em servir e abençoar as pessoas a sua volta! Isso é ser cristão! Você
deseja ser um verdadeiro cristão e discípulo de Jesus?
UMA VIDA GUIADA PELOS PRINCÍPIOS
BÍBLICOS SERÁ FELIZ
Quando
decidimos conduzir a nossa vida e tomar as nossas decisões sempre de acordo com
os princípios e ensinamentos de Deus, Ele nos abençoará e nos fará sempre
felizes. Na verdade, todos nós queremos ser felizes, mas nem todos são felizes
porque decidem errado, escolhem o caminho errado e ao invés de viverem felizes,
vivem infelizes, tristes e em constante sofrimento. A maioria dos nossos
problemas são resultantes de decisões erradas que tomamos.
O
Salmista disse que “feliz é aquele que tem o seu prazer na Lei do Senhor e na
sua Lei medita dia e noite. Pois será como uma árvore plantada junto às
correntes de águas...” (Salmo 1). Você deseja ser feliz? Então comece decidindo
entregar a sua vida a Jesus que é fonte inesgotável de felicidade!
UMA VIDA GUIADA PELOS
PRINCÍPIOS BÍBLICOS SERÁ SALVA
O
princípio, a base, a fundamentação divina para a salvação é crer em Jesus
como Senhor e Salvador (Rom 10:9-13). Absolutamente nada substitui essa
condição, esse imutável princípio divino para a salvação: crer em Jesus!
Ainda que alguns tenham criado outros caminhos, todos eles não passam de um
grande e terrível equívoco que custará muito caro, isto é, uma eternidade sem
Deus, pois “Jesus é O Caminho, A Verdade e a Vida e Ninguém chegará a Deus, a
não ser por meio de Jesus” (João 14:6). Decida hoje mesmo por Esse Caminho,
Esse Princípio e Essa Verdade, abra o seu coração, abra a sua boca e confesse
Jesus como seu Senhor e Salvador!
|
CONCLUSÃO
A igreja precisa de voltar-se para a Palavra e
examinar esse momento assunto à luz das Escrituras. Não podemos bandear para o
extremos perigoso daqueles que dizem que Deus não cura mais hoje, nem cair na
rede enganosa daqueles que fazem promessas mentirosas de que Deus vai curar a
todos indistintamente. Ambas as posições não possuem amparo nas Escrituras.
Fiquemos com a verdade, ainda que ela não pareça tão popular!
Deus hoje coloca diante de você a Bênção e a
Maldição (Deut 11:26). Decida pela bênção e conduza a sua vida e todas as suas
decisões sempre dentro dos Princípios Divinos e você será uma pessoa abençoada
em todas as áreas da sua vida, você será uma pessoa verdadeiramente feliz!
Saiba que tudo começa pela sua decisão de crer em Jesus. Decida agora mesmo por
em prática esse princípio bíblico da salvação e creia em Jesus como seu Senhor
e Salvador.
Elaboração
pelo:-
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de
Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
www.mibac.com.br
www.ipimoinhovelho.org.br
teologiaegraca.blogspot.com
evangelicosdotcpr.blogspot.com
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