19 de agosto de 2014

O CUIDADO COM A LÍNGUA



O CUIDADO COM A LÍNGUA
TEXTO ÁURO = “Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo (Tg 3 2).

VERDADE PRATICA = A nossa língua pode destruir vidas, portanto sejamos cuidadosos com o que falamos.
LEITURA BIBLICA = TIAGO 3: 1-12

INTRODUÇÃO

É muito difícil alguém não tropeçar em palavras. Às vezes, dizemos algo que não gostaríamos que saísse de nossos lábios. Quando percebemos,já é tarde. É o que se, chama de ato falho, pois revela o que está no interior da pessoa e, muitas vezes, causa sérios problemas a quem diz e a quem ouve. Por isso, precisamos vigiar, santificando a língua, para que não venhamos a tropeçar por palavras.

A DIFICULDADE EM DOMINAR A LÍNGUA

1. Mais duro juízo aos mestres. Tiago aconselha que muitos não devem querer ser mestres, pois para estes está reservado “mais duro juízo” (v.l). De acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal, os mestres são “os pastores, dirigentes de igreja, missionários, pregadores da Palavra ou qualquer pessoa que ensine às congregações. O professor precisa compreender que ninguém na igreja tem uma responsabilidade maior do que aqueles que ensinam as Sagradas Escrituras. No juízo, os mestres cristãos serão julgados com mais rigor e mais exigência do que os demais crentes”.

2. O mestre tem que ser exemplo. É tarefa difícil ensinar na Igreja do Senhor. As pessoas empolgam- se com os ensinos bem ministrados, fundamentados e ilustrados, mas, depois, olham para a vida do pregador. “Assim falai e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade” (Tg 2.12).

3. O varão perfeito (v.2). O apóstolo diz que “todos tropeçamos em muitas coisas”. Ele se incluía entre os que falhavam em muitas coisas, acrescentando que “se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo”. E isso não é fácil. Contudo, entregando nosso eu ao controle do Espírito Santo, Ele pode refrear nossos impulsos, inclusive a compulsão no falar.

4. E mais fácil dominar animais e navios (vv.3,4).

Tiago diz que os cavalos e navios são dominados pelo homem e que, “toda a natureza, tanto de bestas-feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana”.
Enquanto isso, “nenhum homem pode domar a língua” (v.8). Só há uma solução: santificar a língua dizendo como Davi: “Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; guarda a porta dos meus lábios” (SI 141.3).

OS MALES PROVENIENTES DA LÍNGUA

1. A língua é um fogo (v.6a). Tiago usa essa figura para mostrar que, assim, como um pequeno fogo pode incendiar um grande bosque (v.5), “a língua também é um fogo; como mundo de iniqüidade”, posta entre os nossos membros, “e contamina todo o corpo”, “inflamada pelo curso do inferno”. Realmente, na vida quotidiana, vemos que a língua serve de instrumento para propagação da mentira, das falsas doutrinas, da intriga, da inveja, das agressões verbais, dos impropérios, da fofoca, que tantos males têm causados às igrejas.

2. A dubiedade da língua (vv.9, 10). A língua “está cheia de peçonha mortal” (v.Sc). Por isso, é preciso muito cuidado no falar, pois com a mesma língua com que “bendizemos a Deus e Pai”, “amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus”. Ainda que de uma mesma fonte não possa sair água doce e água amarga (Tg 3.11), ou de uma figueira sair azeitona, ou da videira sair figos (Tg 3.12), infelizmente, da mesma língua podem sair a bênção e a maldição. Não nos esqueçamos de que um dia cada um dará contas a Deus até das palavras ociosas. Jesus advertiu: “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna” (Mt 5.37).

3. Todos tropeçam em muitas coisas (3.2). Estas “muitas coisas” aqui mencionadas pelo apóstolo incluem necessariamente o falar. Quem, sinceramente, não se lembra de uma ou mais ocasiões em que fez mau uso da língua para expressar ira, murmuração ou para prejudicar a reputação do seu semelhante?

Salomão encara esta questão com extremo realismo quando diz: “Tampouco apliques o teu coração a todas as palavras que se disserem, para que não venhas a ouvir que o teu servo te amaldiçoa. Porque o teu coração também já confessou muitas vezes que tu amaldiçoaste a outros” (Ec 7.21,22).

Por isso a advertência de Jesus deve sempre ressoar em nossos corações: “Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado” (Mt 12.37).

3. A língua é humanamente indomável (3.8). Tiago diz que se pode disciplinar o cavalo e guiá-lo com rédeas, bem como o navio se deixa navegar sob o comando dum pequeno leme, “mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal (v.8).
Um cavalo sem rédeas pode tornar-se um destruidor, tal como um navio sem leme pode ser destruído ou causar a destruição de outros. Da mesma forma, a menos que o homem discipline o seu falar, a língua poderá torná-lo destrutivo e auto-destrutível.

4. Com a língua tanto se bendiz quanto se amaldiçoa (3.9). Como é possível que um mesmo instrumento tenha a capacidade de ser usado para fins tão opostos entre si?
A língua é capaz disto. Ela tanto bendiz ao Deus Criador como amaldiçoa o homem, feito à semelhança divina. Aturdido, em face de esta duplicidade no uso da língua, suplica o apóstolo do Senhor:  “Meus irmãos, não convém que isto se faça assim” (v.10). Que Deus nos guarde do mau uso da língua!

OS CRIMES COMETIDOS COM A LÍNGUA

1. A calúnia. Pode ser feita através da mentira, falsidade e invenção contra alguém. A lei jurídica brasileira prevê pena contra os caluniadores. E de admirar que, em muitas igrejas, quem calunia não sofre qualquer ação disciplinar e com isso o mal se avoluma, pois o caluniador é assim estimulado na sua tarefa maligna e destruidora dos valores alheios. Outros, da mesma índole, têm prazer em relembrar, comentar e espalhar fraquezas, imperfeições e pecados dos outros, servindo-se da língua. A Bíblia condena a calúnia (ler o SI 101.5). “Não dirás falso testemunho contra teu próximo” (Êx 20.16). (Ver Êx 23.7; Dt 5.20; Pv 19.9.)  Hoje, há pessoas que estão desviadas dos caminhos do Senhor, porque foram vítimas de calúnia de algum irmão.

2. A difamação. Da mesma forma, é crime contra a honra, previsto no Códïgo Penal Brasileiro. É perigoso o tropeço na palavra, falar contra a honra de alguém.
Muitas vezes, o obreiro “passa a mão por cima” do difamador para não dá escândalo. Se alguém fuma é “cortado” da comunhão. Fumar é pecado contra o corpo, mas será isso mais grave que difamar alguém? 

Uma jovem contou que seu pastor excluiu-a da igreja, porque um irmão disse que ela estava namorando com um incrédulo, quando isto não era verdade. Nem sequer teve oportunidade de defesa. Enquanto isso, o difamador ficou normalmente nas atividades da congregação. A Bíblia diz: “Irmãos, não faleis mal uns dos outros” (Tg 4.11 a).

3. A injúria. ‘Jesus, no Sermão da Montanha, disse: “...e qualquer que chamar a seu irmão de raça será réu do sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno” (Mt 5.22b). Há uma atitude de dois pesos e duas medidas, em muitas igrejas, quando só são punidos aqueles que adulteram ou roubam, mas ficam totalmente impunes os caluniadores, injuriadores e difamadores. Alguém responderá por isso no juízo de Deus.

OUTROS TROPEÇOS NA PALAVRA

1. O boato. Originariamente, boato vem do latim boatu, significando “mugido ou berro de boi”. Hoje, significa “notícia anônima, que corre publicamente sem confirmação; baleia; rumor, zunzunzum”. Há um demônio espalhando esse tipo de coisa em muitas igrejas. É o “ouvi dizer...”, o “disseme-disse”, sinônimos de mexerico. Já é conhecida a história do homem que espalhou boato contra outro. Este, abatido, ficou doente. Depois, ficou provado que o fato não era verdade. O boateiro foi pedir perdão ao atingido pela má notícia. Este lhe disse: “Eu perdôo se você fizer duas coisas”, O outro indagou: “O que?” Primeiro, que você pegue este saco de penas, suba o monte e deixe o vento levá-las. O boateiro disse: “Sim, isto é fácil. Faço logo”. E o fez. Ao retornar, o homem doente lhe disse: “Agora, peço que faça a segunda coisa: vá e junte todas as penas que espalhou”.

O mentiroso disse: Ah! Isso é impossível! A Palavra de Deus condena esse tipo de mal uso da língua (ler Lv 19.16; Ex 23.1). Tenhamos cuidado com esse “mugido de boi” do Diabo!

2. A murmuração. Murmurar significa “dizer em voz baixa; segredar; censurar disfarçadamente; conversar, difamando ou desacreditando”. Os demônios da murmuração estão soltos no meio de muitas igrejas. É crente falando contra o pastor e sua família e vice-versa; é obreiro falando contra outro; é esposa de obreiro murmurando contra esse ou aquele crente; só quem gosta disso é o Diabo, causando tristeza e dissensões nas igrejas. Devemos ter cuidado, pois Deus ouve as murmurações (Êx 16.7,8; SI 31.13). A Bíblia ordena: “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas” (Fp 2.14).

3. As palavras torpes. “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem?” (Ef 4.29).

São palavras chulas, ou grosseiras; pornofonias (palavras ou expressões obscenas); pornografias. Ou seja: baquilo relativo à prostituição, a coisas obscenas, (sejam por revistas, filmes, etc.), piadas grosseiras; anedotas que ridicularizam as coisas de Deus. Tudo isso leva o crente a tropeçar na palavra, usando a língua para agradar ao Diabo e entristecer o Espírito Santo.

ILUSTRANDO O PODER DAS PALAVRAS

Não pode haver duplicidade na palavra do cristão. O dúplice pensar não deve fazer parte do estilo de vida do seguidor de Jesus Cristo. Procurando ilustrar o que isto significa, Tiago pergunta: “Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?
Meus irmãos podem também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce” (vv.11.12).  Atentemos, pois, para esta tríplice ilustração do poder das palavras, feita pelo apóstolo:

1. A fonte que jorra dois tipos de água. “Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?” (v.11). A resposta óbvia a esta pergunta é que uma mesma fonte não produz água doce e água amargosa.  Da mesma maneira, a língua do cristão, diferente da língua do ímpio, não pode produzir dois tipos de palavras, a de bênção e a de maldição. Cada fonte produz um tipo de água. Um é o falar do cristão. Outro é o falar do ímpio. O ideal divino para o cristão é que a sua palavra seja “temperada com o sal” do temor a Deus, para que saiba como convém responder a cada pessoa (Cl 4.6).

2. A árvore que produz frutos segundo a sua espécie. “Pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos?” (v.12). Por uma questão de sensatez todos hão de concordar que a figueira produz figos e não azeitonas, e que a videira produz uvas e não figos. Isto é, cada árvore produz frutos segundo a sua espécie, de acordo com a sua natureza. Através desta oportuna pergunta do apóstolo Tiago, o Espírito Santo dirige a nossa atenção no sentido de refletirmos no fato de que não deve haver duplicidade de frutos em nosso viver. Produza, então, o cristão o fruto que dele se espera.

3. A fonte que produz um só tipo de água. “Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce” (v.12). Se pudermos tomar a fonte que produz água salgada como tipo do homem não regenerado, então a fonte de água doce seria um tipo do homem convertido, do crente. É desta fonte que o mundo precisa beber a água cristalina, que é a Palavra de Deus, ou seja, precisam ouvir boas palavras, palavras de consolo, de ajuda e de edificação. Agora, se nos falta essa palavra de esperança de quem o mundo a ouvirá?

PURIFIQUE O CORAÇÃO PARA CONTROLAR A LÍNGUA, 3.9-12

Nos versículos 3-8, Tiago escreveu a respeito da língua e a natureza humana do homem caído. No versículo 9, uma nova dimensão é introduzida enquanto o apóstolo discute o falar dos crentes — Meus irmãos (v. 10). “A língua é a expressão dos pensamentos do homem e a revelação se ele está dominado pela vontade própria ou pela obediência à vontade de Deus”. A língua dobre é tão incongruente no cristão quanto uma fonte de onde manam água doce e água amarga (v. 11) ou como uma figueira (v. 12) que produz azeitonas.

CONCLUSÃO

Diante do que temos visto, o crente só pode combater o tropeço na palavra, lendo a Palavra de Deus, deixando-se dominar pelo Espírito Santo, vigiando e disciplinando o falar. Usemos a língua para o bem (ler Ef 4.29), pois somos cidadãos dos céus e não devemos descer a linguagem ao nível diabólico. Devemos usar a língua para encorajar outros, louvar a Deus, e levara mensagem do evangelho aos perdidos. Assim fazendo, dificilmente tropeçaremos em palavras.

Após considerar as possibilidades do mau uso da língua e do tropeço no falar, diz Tiago: “Meus irmãos, não convém que isto se faça assim” (v.10). Então, o que deve fazer o cristão para exercer o governo sobre a sua língua? Entre outras coisas ele deve compreender que:

1. Deus quer que tenhamos linguagem sã. “Em tudo te dá, por exemplo, de boas obras... linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós” (Tt 2.7,8). O crente tem de possuir linguagem compatível com a sua vida de santidade.

2. Deus mesmo pode purificar a nossa língua. Após contemplar a glória da majestade divina e confessar a sua impureza de lábios Isaías viu que um serafim, enviado por Deus, chegou com uma brasa viva e com ela tocou nos seus lábios, dizendo:  “Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e purificado o teu pecado” (Is 6.1-7).  Nenhum homem pode dominar a sua língua a menos que a submeta à autoridade de Deus.

3. Deus quer que a nossa língua seja veículo de bênçãos. Diz o sábio Salomão que  “Há alguns cujas palavras são como pontas de espada, mas a língua dos sábios é saúde” (Pv 12.18). Eurípedes, um ilustre homem da antiguidade, disse: “O sábio tem duas línguas: uma para dizer a verdade; a outra, para dizer o que é oportuno”.
A Bíblia, no entanto, condena a língua dobre, e Jesus disse: “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna” (Mt 5.37) veja também Mt 12.33-37.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Comentário Bíblico Beacon
LIÇÕES BIBLICAS CPAD 1999
LIÇÕES BIBLICAS CPAD 1989

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