O PRENÚNCIO
DO TEMPO DO FIM
TEXTO ÁUREO = “E disse: Eis que te farei saber o que há de acontecer no último
tempo da ira; porque ela se exercerá no determinado tempo do fim” (Dn 8.19).
VERDADE PRÁTICA = O tempo do fim não é o fim do mundo, mas o
tempo de tratamento de Deus com o povo de Israel, prenunciando a vinda de
Cristo.
LEITURA
BIBLICA = Daniel 8: 1,3-11
INTRODUÇÃO
Se fizermos
uma digressão ao contendo dos capítulos 2 ao 7 Daniel apresenta a historia e
profecia relacionadas diretamente com as nações gentílicas. Nos capítulos 3 e 6
a história ganha um sentido especial porque fala da vitória do remanescente
judeu contra as influências pagãs. O capítulo 4 é um testemunho que o Rei
Nabucodonosor faz acerca da sua experiência que o levou a tornar-se insano e
agir como um animal do campo, fruto do juízo da parte de Deus, que por fim o
restaurou da sua insanidade mental.
No capítulo
5, temos a queda do Império Babilônico, por ocasião da festa de Belsazar. Nesta
festa, com a profanação dos vãos sagrados do templo de Jerusalém, Deus intervém
na festa e sua mão escreve na parede do salão de festas a sentença de juízo
contra o império Babilônico. No capítulo 6, a história de Daniel na cova dos
leões é inserida na história que o profeta quis contar, mas que o fato havia
acontecido 60 anos depois, no primeiro ano do reinado do rei Dano, o medo,
aproximadamente no ano 539 a. C. Daniel teve o propósito de enfatizar a
fidelidade em meio a desobediência civil ante leis e decretos que tinham como
objetivo se opor ao Deus de Daniel.
Ao chegar ao
capítulo 7, Daniel dava início à segunda parte do livro. A partir de então, as
visões foram específicas a Daniel, tratando do futuro do seu povo (Israel) e
das nações do mundo representadas pelas figuras dos quatro animais com
caraterísticas diferentes que lembram as figuras mitológicas do mundo pagão.
Neste capítulo temos a segunda visão de Daniel. No capítulo 7 aparecem os
quatro animais representativos dos impérios que governaram o mundo de então,
mas que prefiguravam o juízo e o estabelecimento do reino de Deus na terra num
tempo especial. Neste capítulo, Deus revela a Daniel o futuro desses impérios
por meio de sonhos.
Chegamos ao
capítulo 8, quando Deus revela o destino desses impérios por meio de urna visão
que tem um caráter particular.
Neste
capítulo, Deus mostra a Daniel a queda dos dois últimos Impérios, o Medo-persa
e o Grego, representados pelas figuras de outros animais: um bode e um
carneiro. Os mesmos impérios tratados no capítulo 7 e representados pelo Urso
(7.5) e pelo Leopardo (7.6) ganham um sentido especial e particular no capítulo
8. Os dois outros animais, com caraterísticas especiais eram um carneiro (8.3,4)
e um bode (8.5-9). Ambos eram animais poderosos, mas foram destruídos, porque
ninguém prevalece contra o Cetro de Deus.
Chama
atenção a partir do capítulo 8 a mudança de idioma utilizado por Daniel. Nos
capítulos 2 ao 7, o idioma do texto foi o aramaico dos gentios, no qual Deus
trata diretamente com as nações gentílicas. Nos capítulos 8 ao 12, o idioma foi
o hebraico, porque a visão dizia respeito, essencialmente, ao povo judeu, sob o
domínio desses impérios mundiais.
Porém, no
capítulo 8, Deus revela a Daniel as caraterísticas dos dois Impérios, o
Medo-persa e o Grego, representados por dois animais, “o carneiro e o bode”. Os
elementos históricos da profecia tiveram seu cumprimento no passado; porém,
algumas caraterísticas desses dois impérios personificam o futuro de Israel e o
que acontecerá no “tempo do firn”(Dn 8.19).
I- ASPECTOS
GERAIS DAS VISÕES DE DEUS A DANIEL
Nos tempos
antigos a linguagem figurada era utilizada, especialmente, pelos povos pagãos.
A cultura da época ilustrava valores e aspectos humanos através de componentes
da natureza, do inundo animal.
Neste
capítulo, o escopo é menos abrangente, mas não menos importante, porque a visão
tem apenas dois animais que surgem poderosos e ultrajantes pelo poder de
violência e destruição que promovem. Nesta visão, Deus mostra a Daniel esses
dois animais que representavam força, energia, autoridade, poder e perspicácia
na invasão das nações e no domínio sobre os reis vencidos.
A visão dada a Daniel (8.1)
O texto
literalmente diz: “apareceu-me, a mim, Daniel”. Daniel estava, de fato, distinguindo
as visões dadas a Nabucodonosor nas quais ele foi apenas o intérprete das
visões pessoais que Deus lhe deu. O caráter das visões concedidas a Daniel era
moral e espiritual, enquanto que, as visões dadas a uni rei pagão tinha um
caráter material e político. Sonhos e visões são vias pelas quais Deus revela a
sua vontade, mas não são únicas maneiras de Deus falar.
A data da visão (8.1)
Não há uma
data certa, mas aproximada, quando os estudiosos entendem que o ano primeiro
seja 541 a.C., e o ano terceiro teria que ser 539 a.C., que foi o ano da tomada
da Babilônia pelos medos e persas. O texto indica que Daniel estava em Susã,
capital da província de Elão.
O local da visão (8.2)
O texto
declara que Daniel se viu junto ao rio Ulai: pois, na visão, que eu estava
junto ao rio Ulai. Alguns comentaristas seguem a ideia de Leon Wood que entende
que Daniel não esteve fisicamente em Susã, mas que foi transportado em espírito
junto ao rio Ulai para ter essa visão. Não há necessidade de discutir se esteve
realmente em Susã ou não. O que importa é que Deus estava dando a Daniel uma
visão que retratava ascensão e queda dos dois impérios que aparecem na visão
como o carneiro e como o bode. Posteriormente, esse rio mudou seu curso e se
dividiu em dois outros rios, identificados como os rios Karon e Kerkah.
II- A VISÃO
DE DOIS ANIMAIS O CARNEIRO E O BODE
Deus, em sua
infinita sabedoria, utiliza elementos da cultura que prevalecia nos dias de
Daniel, mesmo que ele não precisasse de figuras mitológicas para entender as
verdades divinas. Deus utiliza as figuras mitológicas do mundo animal para dar
a Daniel uma visão ampla sobre dois impérios que viriam e que fariam parte da
estratégia divina para revelar a Israel a soberania de Deus sobre todas as
nações.
A visão do Carneiro (Dn 8.3,4,20)
Na visão,
Daniel estava diante do rio Ulai e, de repente, surge na visão um carneiro
doméstico, mas que era audacioso e estava “diante do rio”. O carneiro era forte
e tinha dois chifres, um maior que o outro. Esse carneiro simbolizava o Império
Medo-persa que era o símbolo da aliança imperial dos medos e dos persas (Dn
8.20).
Os dois
chifres “o qual tinha duas pontas; e as duas pontas eram altas, mas uma era
mais alta do que a outra” (8.3). Na versão ARC, a expressão fala de duas pontas
que são traduzidas em outras versões como dois chifres. Portanto, os dois
chifres do carneiro são os dois reis da Média e da Pérsia. Segundo os
historiadores, no caso dos persas, os seus reis sempre levavam como emblema
urna cabeça de carneiro em ouro sobre a cabeça deles, principalmente quando
passavam em revista os seus exércitos.
De acordo
com a história, a princípio, os medos haviam prevalecido na guerra contra a
Babilônia e teve Darío como o primeiro governante daquela união entre a Média e
a Pérsia. Porém, logo os persas prevaleceram em força e Ciro tornou-se o rei do
império. O carneiro, com seus dois chifres, representado pela união da Média e
da Pérsia, identificado como o Império Medo-persa venceu e derrotou o Império
Babilônico quando Belsazar estava no poder. No mesmo dia em que Belsazar zombou
dos vasos sagrados da Casa de Deus trazidos do Templo de Jerusalém.
Nota-se que
há uma repetição do predito na visão do capítulo 7 sobre o segundo e o terceiro
impérios, porém, Deus, com uma maneira especial de aclarar a mente de Daniel
mostrou a ele o que estaria fazendo no futuro desses impérios e com o próprio
povo de Israel. Os dois chifres do carneiro são destacados, tendo um dos
chifres maior que o outro. O chifre maior (“o mais alto”) representava Ciro, o
persa (8.3) e o chifre menor representava Dano, da Média.
Marradas do Carneiro. “vi que o carneiro dava marradas para o
ocidente e para o norte, e para o meio dia” (8.4) — São três direções
audaciosas do carneiro dando marradas, isto é, dando coices com violência para
se sobrepor. interpretando o termo “marrada”, no contexto dessa visão, Daniel
percebe que o carneiro com seus dois chifres, representado pelo Império
Medo-persa, quando batalhou contra Nabonido, pai de Belsazar, da Babilônia, foi
um animal violento e dominador. Suas marradas foram fortes e capazes de
suplantar a força militar da Babilônia.
As três
direções das marradas do carneiro abrangia todos aqueles países adjacentes que
envolviam a Babilônia, Líclia e o Egito, Palestina e outros mais das cercanias
do Oriente Médio. Estas três regiões lembram e se comparam literalmente à
figura das “três costelas” na boca do urso que Daniel viu em sua visão no
capítulo 7.5.As duas visões tratam das mesmas conquistas dos medos e persas. No
capítulo 7, os me— dos-persas são representados pelo urso e no capítulo 8.4,
eles são representados pelo carneiro. O que Deus queria mostrar a Daniel
diferia apenas quanto aos aspectos político do mundo de então e os aspectos
moral e espiritual que envolveria esse império.
(8.4) A força do Carneiro — “e nenhuns animais podiam estar diante
dele, nem havia quem pudesse livrar-se da sua mão”. Na cultura
persa, a figura do carneiro era muito popular. Esse animal é sempre referido ao
macho das ovelhas. Simboliza força e bravura ria defesa da sua família. Seus
chifres são símbolos do poder de domínio e autoridade do carneiro para defender
seu rebanho. O símbolo mais importante dos medos persas era a cabeça de ouro de
um carneiro que fazia parte da coroa real, do peitoral de bronze dos guerreiros
nas grandes batalhas. Na cronologia histórica, Ciro sucedeu a Dano. Eventos
importantes aconteceram no período desses dois reis até que o carneiro é
vencido e, surge na visão de Daniel a figura de um bode que ataca o carneiro e
o vence (8.5-7).
A visão do bode
“eis que um
bode vinha do ocidente sobre a terra, mas sem tocar no chão” (8.5). A figura do
bode, na mitologia do mundo de então tsignificava poder, força e ousadia.
Velocidade e mobilidade são caraterísticas desse animal que lembram a cabra
montês que salta em montanhas de pedra com firmeza e sem resvalar, O bode é um
animal que vive em regiões rochosas e inóspitas. O texto diz que “o bode” tinha
uma velocidade que nem “tocava o chão”.
Está se
referindo a Alexandre, filho de Felipe da Macedônia, que surgiu com força
incrível e com grande mobilidade para conquistar o mundo, a partir da conquista
do Império Medo-persa que não se conteve diante dele. Quando surgiu o bode no
espaço que o carneiro dominava, lançou-se contra o carneiro com muita força e
domínio, ferindo-o e quebrando, de imediato, os dois chifres, O poder de Dano e
Ciro caiu e foi usurpado pelo poder simbólico do bode que representava o
Império Grego.
“vinha do ocidente sobre toda a terra” (8.5). Esse bode
vinha do Ocidente com tanta velocidade e força que os seus pés não tocavam o
chão. Na realidade, o ocidente é chamado “o poente” da Média e da Pérsia. Em
334 a. C., Alexandre, cruzou um famoso estreito entre os mares Negro e Egeu e
com a força militar que tinha foi avançando até o Oriente e derrotou os
exércitos dos medos e persas. Por uns dois ou três anos seguintes, Alexandre,
definitivamente conquistou o Império Medo-persa por volta de 331 a.C.
III -
IDENTIFICAÇÃO DO CHIFRE NOTÁVEL (Dn 8.5-9)
“aquele bode
tinha uma ponta notável entre os olhos” (8.5). Ele tinha um chifre no meio de
sua testa. Era o Império Grego através de Alexandre, o Grande, que, com seus
exércitos, suplantavam tudo e agiam com muita rapidez. O carneiro foi
totalmente humilhado. Seus dois chifres foram quebrados e o carneiro foi
pisoteado sem compaixão pelo bode. Foi uma profecia de completa sujeição e
derrota do Império Medo-persa pelos gregos. Daniel vê em sua visão que “o
bode”vinha do Ocidente com muita força e rapidez e representava o novo Império,
o Grego.
Quem era a “ponta notável”? (8.5)
Daniel vê em
sua visão que o bode tinha “uma ponta notável”, isto é, o bode tinha “um chifre
no meio dos olhos” que chamava a atenção e, histórica e profeticamente estava
se referindo ao líder mundial que ficou conhecido corno, Alexandre, o Grande.
Sob seu comando, representado pelo bode, quando deparou-se com o carneiro,
quebrou os dois chifres do carneiro (Média e Pérsia).
Na visão de
Daniel, o bode demonstrou ter urna força superior ao do carneiro. Esse bode
era, não só constituído de força e violência, mas tinha uma mobilidade ímpar.
Esse “chifre notável” tornou—se, portanto, o grande conquistador por um espaço
curto de tempo. Ele, Alexandre, era filho de Felipe da Macedonia, o qual fora
educado aos pés do grande sábio grego Aristóteles. Ele nasceu na Macedônia em
356 a.C. Era de uma inteligência avançada para o seu tempo. Quando tornou-se o
grande comandante das milícias gregas, a começar pela Macedônia,Alexandre
demonstrava perspicácia e tenacidade ante os seus liderados.
Ele era
capaz de convencer seus liderados, generais e soldados, a superarem suas forças
para conquistarem terras e mais terras.
(8.6,7) A violência do bode unicórnio. Era um
animal unicórnio por causa do “chifre notável” que tinha sobre a fronte. O
texto diz que esse bode investiu com todas as forças sobre o carneiro e quebrou,
de imediato, os dois chifres do carneiro. Ciro e Dano foram quebrados, e a
união da Média e da Pérsia foi suprimida pela força desse bode, ou seja, o
Império Grego que sucedeu ao medo-persa.
O chifre
notável é quebrado repentinamente -. “mas, estando na sua maior força, aquela
grande ponta foi quebrada” (8.8) — Quando Alexandre gozava do maior prestígio
que um grande rei podia experimentar, no auge de sua glória militar e política,
o jovem conquistador perdeu a vida de modo misterioso no ano 323 a.C. A
profecia que Deus deu a Daniel uns 200 anos antes se cumpriu cabalmente na vida
de Alexandre, o Grande.
IV-A DIVISÃO
DO IMPÉRIO GREGO EM QUATRO PARTES
“e subiram no seu lugar quatro também notáveis, para os
quatros ventos do céu” (8.8). O cenário
muda completamente com a morte de Alexandre, o Grande. Seus quatro principais
generais de guerra surgem como “quatro pontas notáveis no lugar da “ponta
(chifre) notável”. Esses quatro chifres menores, porém, notáveis, representam
os quatro generais que assumiram o Império Grego depois da morte de Alexandre,
o Grande, Os quatro chifres que surgem em lugar do chifre notável são
representados pelas quatro cabeças do leopardo de Daniel 7.6. Como já tratamos
no capítulo 7 da identificação dessas quatro divisões do Império Grego, apenas
as citamos pelos generais Cassandro Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu
aproximadamente no ano 301 a.C.
Surge mais
uma ponta pequena no cenário profético — “E de uma delas saiu uma ponta (
chifre ) mui pequena, a qual cresceu,..” (8.9). Não devemos confundir esse
“chifre pequeno” com o chifre pequeno de Daniel 7.8, 20,21, 24,26. Note que “o
chifre pequeno” da Daniel 7.8 surgiu entre os 10 chifres do “animal terrível e
espantoso” que se refere ao Império Romano.
Porém, na
visão de Daniel no capítulo 8, “o chifre pequeno” surge de um dos quatro
chifres do bode, e diz respeito a um líder cruel da família de Seleuco, da
Síria. Esse personagem é identificado, histórica e profeticamente, como Antíoco
Epifánio.
Na visão,
Daniel o vê surgir como “uma ponta mui pequena”. Porém, esta “ponta pequena”
cresceu muito, especialmente direcionada para a “terra formosa “que se tratava
de Israel. Antíoco Epifánio, da família dos selêucidas ficou conhecido como
Antíoco IV e tornou-se um opressor terrível contra Israel. Ele surgiu da
partilha do império de Alexandre e a ele coube o domínio da Síria, Ásia Menor e
Babilônia, cuja capital era Antioquia.
Outrossim
esse “cifre pequeno” de Dn 8.9 não pode ser confundido, também, com a “ponta
pequena” de Dn 8.5 que refere- se a Alexandre, o Grande.Já dissemos que “a
ponta pequena” do animal terrível e espantoso de Dn 7.8 não é a mesma do
capítulo 8.5,9. Porém, no texto de Dn 8.9 8.9, refere-se a esse personagem
identificado como Antíoco Epifânio, (175 a 167 a.C.). Ele causou tantos males e
destruições na “terra formosa”(Dn 8.9) que pode ser um tipo do futuro
Anticristo, ou a Besta de Ap 13.2. Ele quis exterminar com o povo judeu e sua
religião, chegando ao ponto de proibir o culto dos judeus a Jeová.
A ultrajante
atividade desse Rei contra Israel (Dn 8.10-14)
Os
versículos 10 e 11 falam das ações ultrajantes do “pequeno chifre” contra o
povo de Deus, profanando o santuário de Israel e tentando acabar com o
“sacrificio contínuo” que Israel praticava ao Senhor. Ele teve a audácia de
profanar o santuário sacrificando um porco, animal imundo, para a liturgia
judaica, além de assassinar mais de cem mil pessoas de Israel.
Nos
desígnios divinos, Israel estava esquecido por Deus, mas tudo isto fazia parte
dos juízos contra as prevaricações de Israel. A seu tempo, Deus restauraria
essa situação. Cada situação obedecia a um tempo predeterminado, quando Israel
experimentaria, não só o juízo divino mas também a sua misericórdia, conforme
declara a sua palavra que “as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos
consumidos”(Lm 3.22).
“e ouvi um santo que falava” (8.13). É
interessante que Daniel notou que dois seres angelicais teceram um diálogo
entre si. No Antigo Testamento, a atividade dos anjos de Deus era mais forte
para comunicar a mensagem de Deus aos seus servos. Alguns comentadores, entendem
que poderia ser, um deles, o anjo Gabriel, o mesmo que apareceu a Daniel junto
ao rio Ulai (Dn 8.16). O outro anjo que conversava não é identificado por um
nome, mas, do ponto de vista da angelologia, é perfeitamente aceitável.
No diálogo
entre os dois seres angelicais, um deles pergunta: “Até quando durará a visão
do contínuo sacrifício e da transgressão assoladora”? Esse sacrilégio contra o
Templo de Israel se cumpriu através desse profano Antíoco Epifanio. Sem dúvida,
seu personagem profético lembra a blasfêmia do pequeno chifre de Daniel
7.8,24,25; 9.27; 11.36-45 e 12.11.Todas essas referências proféticas indicam o
que vai acontecer no futuro, no período da Grande Tribulação, provocada pelo
Anticristo.
O tempo de sofrimento de Israel — “Ele me disse: Até duas mil e
trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” (8.1 4). O tempo de
sofrimento de Israel é revelado a Daniel com linguagem especial ao estabelecer
um tempo de “2.300 tardes e manhãs” que, literalmente, referem-se às atrocidades
de Antíoco Epifânio num período de 171 a 165 a.C.
No versículo
14 o Senhor revela que, depois daquele período de sofrimento Ele haveria de
purificar o santuário Essa promessa implica na limpeza da profanação imposta
por esse líder cruel contra a Casa de Deus, Os judeus até hoje fazem a
celebração da purificação, ou seja, a Festa de Hannakalz, que lembra a festa da
purificação
V - ANTÍOCO
EPIFÂNIO, O PROTÓTIPO DO ANTICRISTO A visão do anjo Gabriel (Dn 8.15-18)
“E havendo eu, Daniel visto a visão busquei entende-la” (8.15). Essa
atitude de Daniel nos estimula a estudar a profecia com cuidado e desvelo.
Buscar entender uma escritura bíblica requer de quem a deseja, dedicação e
respeito ao que o texto quer dizer. Não dá direito de interpretação aleatória,
ou Seja, interpretação especulativa.
“Se me apresentou diante uma como semelhança de homem” (8.1 5). O contexto
bíblico não deixa dúvidas de que se tratava de um ser angelical que tomou a
forma de um homem para falar com Daniel. Os anjos são seres espirituais sem
forma qualquer. Por isso, eles podem tomar a forma que for necessária para
comunicar a Palavra de Deus, Subtende-se mais uma vez, que podia tratar-se do
anjo Gabriel que se manifesta numa forma humana, a de um homem.
Ele se
comunica com Daniel e o trata por “filho do homem” Não devemos confundir essa
aparência angelical com urna teofania (manifestação da divindade em forma
humana). Neste caso em especial se trata apenas de um ser angelical com forma
de homem, para poder comunicar racionalmente com Daniel. O anjo Gabriel
comunicou de forma objetiva ao explicar toda a visão que Daniel tivera,
distinguindo aspectos históricos e aspectos escatológicos Ele anuncia a Daniel
que a visão se cumpriria no “tempo do fim” (8.19)
Antíoco é o protótipo do Anticristo
A expressão
“tempo do fim” se refere a uma época escatológica, isto é, aponta para um tempo
futuro. Do mesmo modo como a profecia dizia respeito aos impérios medo-persa e
o grego que já passaram (8.20-23), também, esta mensagem tem urna dupla referência
profética.
Se Antíoco
Epifânio, demonstrou caraterísticas de crueldade e destruição contra Israel, no
futuro, surgirá outro governante mundial, que promoverá grandes males ao povo
de Israel e ao mundo, até que Jesus Cristo, em sua vinda pessoal, desça para
desfazer o poder desse personagem, o Anticristo.
A visão dada
a Daniel concentrou-se essencialmente no personagem de Antioco Epifânio, porque
na mente de Deus, a visão apontava, também, para outro personagem que haveria
surgir no futuro com as mesmas caraterísticas de Antíoco Epifânio, e chamaria
“homem do pecado”, “Anticristo”, “a Besta”(2 Ts 2.9; Ap 13.2,3).
Esse
personagem escatológico aparecerá tão somente no período da Grande Tribulação
quando a Igreja não mais estará na terra, porque, antes que o Anticristo
apareça, a igreja de Cristo será arrebatada (1 Co 15.51,52).
“E eu,
Daniel, enfraqueci e estive enfermo alguns dias” (8.27). Quando Daniel teve
essa visão já tinha quase 90 anos de idade. Naturalmente, sua estrutura fisica
e emocional estava enfraquecida. A magnitude da visão foi tal que Daniel não
teve mais forças para suportar tudo aquilo que Deus estava lhe mostrando.
Naturalmente,
toda aquela visão requereu dele, um estado de êxtase espiritual que, quando
voltou ao normal, não tinha forças para ficar em pé. O mesmo aconteceu com
João, na Ilha de Patmos.
Nos versículos
26,27 a visão ganha importância porque a ninguém mais foi revelado o futuro
como a Daniel.
Elaboração
pelo:-
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
Livro Integridade Moral e Espiritual = CPAD =
Elienai Cabral
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